Assistência de enfermagem a recém-nascidos ... - Rede Sindical

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Trabalho 545 Se ela faz cocô eles sempre trocam, nunca deixam ela de cocô, se ela faz xixi, eles tiram o xixi, alimentação na hora certa, não deixa ela chorar (Sabiá). Nós já vimos eles dando leite, alimentação a ele pela sonda. [...] dá banho, alimentação nas horas certa (Pássaro Preto). A recuperação da criança também está relacionada com os cuidados técnicos mais simples, como a troca de fraldas, que pode evitar uma infecção urinária, por exemplo, a mudança de decúbito, a higiene do leito e alimentação, de acordo com as necessidades de cada criança. Os relatos acima, associados à fala abaixo, deixam transparecer que os pais percebem que os cuidados são realizados com responsabilidade, associando-os ao cumprimento de horários para medicações e dietas. As pessoas são boas, tem muita responsabilidade (Beija-flor). Para Kamada; Rocha(9), as intervenções de enfermagem devem promover conforto para a criança e ajudá-la na transição da vida intra-uterina para a vida extra-uterina, evitando o estresse, manipulação desnecessária e estimulação indesejada. Estes autores ainda encontraram como resultado de seu estudo que os cuidados dispensados à criança, como higiene corporal, troca de fraldas, higiene do ambiente são percebidos pelos pais como função da enfermagem. Alguns exemplos de procedimentos de enfermagem realizados com as crianças e percebidos pelos pais como importantes para o conforto e comodidade de seus filhos foram elucidados, apesar de, algumas vezes, transmitirem incômodo. Os pais caracterizaram a assistência de enfermagem pela delicadeza e cuidado com que os profissionais realizavam os procedimentos. A assistência de enfermagem ela é super bem, sabe?! [...] Eles não deixam chorar e às vezes tá numa posição lá que a gente vê que tá passando mal [...] eles vem, ajuda a gente, vira, às vezes fica agoniada porque fica de buço, aí a gente fica com medo de ficar sufocada [...] Elas vai e vira...são bem cuidadosas mesmo elas (Sabiá). Eu já vi eles colocando [...] sonda né?!...e é um procedimento meio chato pra ele, que ele...toda vez que ele se incomoda ele puxa. Já vi 4616

Trabalho 545 ela colocar e ele tirar logo depois, aí tem que colocar as luvinhas na mão pra ele não ficar puxando. Mas é feito com muita delicadeza (Canário). Por outro lado, observou-se que a falta de higiene na UTIN também foi relatada, apontada como de grande importância no ambiente em questão. O depoimento abaixo revela a opinião de que os profissionais da UTIN têm que se mostrar como exemplos para os pais, haja vista que exigem que os mesmos adotem as precauções higiênicas para terem acesso, mas os próprios profissionais que orientam não as executam. Além disso, nota-se que há uma preocupação da mãe quanto às conseqüências da falta de higiene para a saúde do filho. Tava saindo uma secreção da cabeça, tinha alguns paninhos lá dentro e o lençol tava sujo, o braço... tudo, o pescoço... percebi que tava sujo, que era pra tá limpando toda hora, mas já que é na UTI tem que ter mais higiene [...] tantos cuidados pra gente entrar na sala, tem que lavar as mãos direito, tem que usar a roupa, mas lá dentro não tá assim... sendo como deveria, a gente fica pensando nisso também. Será se não pega alguma... infecção, alguma doença, da falta de higiene?! Por que se eles pedem pra que a gente limpe, lave as mãos, passe o gel em tudo, então deveria também tá atento a todo esse cuidado, de tá trocando sempre (Gaivota). Percebeu-se também que os profissionais solicitavam a saída dos pais para que fossem realizados alguns procedimentos mais invasivos, considerados muito impactantes para eles. Dessa forma, esse tipo de assistência de enfermagem com as crianças não era realizado, na maioria das vezes, sob observação dos pais, os quais se retiravam da unidade durante qualquer procedimento, demonstrando uma centralização dos cuidados pela equipe de enfermagem. Às vezes eles pede pra sair porque às vezes a criança pode ter alguma reação, já sabem, né?! [...] Teve um momento mesmo que a gente presenciou quando nosso bebê deu uma crise, ela chamou o médico e já foi logo fazendo os procedimentos e disse: “Ó pai e mãe, se retirem. Daqui a pouco a gente chama vocês que é rapidinho” (Azulão). Quando elas vão fazer algum procedimento a gente tem que sair. Aí não tem como ver o que acontece lá nesse momento (Gaivota). 4617

Trabalho 545<br />

ela colocar e ele tirar logo <strong>de</strong>pois, aí tem que colocar as luvinhas na<br />

mão pra ele não ficar puxando. Mas é feito com muita <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za<br />

(Canário).<br />

Por outro lado, observou-se que a falta <strong>de</strong> higiene na UTIN também foi<br />

relatada, apontada como <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no ambiente em questão. O<br />

<strong>de</strong>poimento abaixo revela a opinião <strong>de</strong> que os profissionais da UTIN têm que se<br />

mostrar como exemplos para os pais, haja vista que exigem que os mesmos adotem<br />

as precauções higiênicas para terem acesso, mas os próprios profissionais que<br />

orientam não as executam. Além disso, nota-se que há uma preocupação da mãe<br />

quanto às conseqüências da falta <strong>de</strong> higiene para a saú<strong>de</strong> do filho.<br />

Tava saindo uma secreção da cabeça, tinha alguns paninhos lá<br />

<strong>de</strong>ntro e o lençol tava sujo, o braço... tudo, o pescoço... percebi que<br />

tava sujo, que era pra tá limpando toda hora, mas já que é na UTI<br />

tem que ter mais higiene [...] tantos cuidados pra gente entrar na<br />

sala, tem que lavar as mãos direito, tem que usar a roupa, mas lá<br />

<strong>de</strong>ntro não tá assim... sendo como <strong>de</strong>veria, a gente fica pensando<br />

nisso também. Será se não pega alguma... infecção, alguma doença,<br />

da falta <strong>de</strong> higiene?! Por que se eles pe<strong>de</strong>m pra que a gente limpe,<br />

lave as mãos, passe o gel em tudo, então <strong>de</strong>veria também tá atento<br />

a todo esse cuidado, <strong>de</strong> tá trocando sempre (Gaivota).<br />

Percebeu-se também que os profissionais solicitavam a saída dos pais para<br />

que fossem realizados alguns procedimentos mais invasivos, consi<strong>de</strong>rados muito<br />

impactantes para eles. Dessa forma, esse tipo <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> com<br />

as crianças não era realizado, na maioria das vezes, sob observação dos pais, os<br />

quais se retiravam da unida<strong>de</strong> durante qualquer procedimento, <strong>de</strong>monstrando uma<br />

centralização dos cuidados pela equipe <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong>.<br />

Às vezes eles pe<strong>de</strong> pra sair porque às vezes a criança po<strong>de</strong> ter<br />

alguma reação, já sabem, né?! [...] Teve um momento mesmo que a<br />

gente presenciou quando nosso bebê <strong>de</strong>u uma crise, ela chamou o<br />

médico e já foi logo fazendo os procedimentos e disse: “Ó pai e mãe,<br />

se retirem. Daqui a pouco a gente chama vocês que é rapidinho”<br />

(Azulão).<br />

Quando elas vão fazer algum procedimento a gente tem que sair. Aí<br />

não tem como ver o que acontece lá nesse momento (Gaivota).<br />

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