Assistência de enfermagem a recém-nascidos ... - Rede Sindical

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Trabalho 545 É válido ressaltar que, de acordo com a opinião dos pais, a assistência de enfermagem na UTIN pesquisada está sendo humanizada, apesar de alguns relatos isolados apontarem atitudes contrárias, pois os profissionais de enfermagem assistem não só as carências físicas do recém-nascido como também suas necessidades emocionais, dando carinho, afeto, amor, atenção e, além disso, incluem também os pais nesse processo, como cuidadores e co-participantes da assistência. Apesar disso, em alguns momentos os pais perceberam que a presença ao lado do filho durante a realização de procedimentos pela equipe de enfermagem poderia atrapalhar a assistência, distanciando-se nesse momento, sendo encorajados a fazer isso pela própria equipe. Os profissionais não permitiram que os pais assistissem a alguns procedimentos porque julgaram provocar sentimento de compaixão nestes. Algumas entrevistas revelaram que os pais têm consciência da permanência do filho na UTIN para que consiga a recuperação clínica, esta observada por eles principalmente pelo ganho de peso, ausência/diminuição de aparelhos e dispositivos em uso e aumento do apetite da criança. Ademais, ainda ressaltaram a importância da equipe de enfermagem e de uma assistência de qualidade para que o tempo de internação fosse diminuído e, dessa forma, conseguissem ter o filho o mais breve possível sob seus cuidados. Percebeu-se que os pais identificaram e distinguiram os cuidados tecnicistas daqueles relacionados aos sentimentos e emocional da criança. Relataram que a aproximação do profissional de enfermagem com o recém-nascido é um fator que contribui para o seu prognóstico positivo, além de transmitir confiança e diminuir a ansiedade por parte deles. Com isso, diante dos resultados encontrados, notou-se que a assistência de enfermagem é compreendida pelos pais como a realização de procedimentos como a troca de fraldas, administração de medicamentos, troca de curativos, aliados à formação de vínculo profissional-recém-nascido, principalmente por meio da conversa, e ao incentivo ao vínculo família-criança. Faz-se necessário que o profissional de enfermagem que trabalha na UTIN sempre esteja atualizado no que concerne aos conhecimentos sobre o cuidado de enfermagem humanizado, haja vista que lidam diariamente com pacientes recém- chegados ao mundo extra-uterino, que ainda não apresentam nem compreendem a 4634

Trabalho 545 linguagem, os quais estão fortemente ligados à família, representante de suas preferências e questionamentos. Para isso, intervenções a exemplo da capacitação de recursos humanos e revisão de políticas sobre humanização devem ser realizadas, além de mais estudos sobre a temática na comunidade científica. Espera-se que as equipes de enfermagem se sensibilizem, diante do reconhecimento dos pais sobre a assistência de enfermagem prestada em uma UTIN, e percebam que também devem inserir a família nesse processo, praticando cuidados voltados à humanização da assistência de enfermagem e vínculo com a família. Sugere-se a realização de atividades de capacitação profissional pelos serviços de saúde sobre a temática, haja vista que alguns profissionais ainda têm práticas isoladas com relação ao cuidado humanizado, de forma a garantir uma incorporação do cuidado humanizado como filosofia institucional e prática pessoal. REFERÊNCIAS 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual de Assistência ao Recém-nascido. Brasília, 1994. 2. CARVALHO, Jovanka Bittencourt Leite de et al. Representação social de pais sobre o filho prematuro na unidade de terapia intensiva neonatal. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 62, n. 5, out. 2009. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 71672009000500014&lng =pt&nrm=isso>. Acesso em: 28 de abril de 2010. 3. ROLIM, Karla Maria Carneiro; CARDOSO, Maria Vera Lúcia Moreira Leitão. O discurso e a prática do cuidado ao recém-nascido de risco: refletindo sobre a atenção humanizada. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 14, n. 1, fev. 2006. Disponível em: . Acesso em: 02 de maio de 2010. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Programa Humanização do Parto: humanização no pré-natal e nascimento. Brasília, 2002. 5. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 25.ed. rev. e atual. Petrópolis: Vozes, 2007. 6. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, 2004. 7. GAIVA, Maria Aparecida Munhoz; SCOCHI, Carmen Gracinda Silvan. A participação da família no cuidado ao prematuro em UTI Neonatal. Rev. bras. enferm., Brasília, v.58, n. 4, ago. 2005 . Disponível em: 4635

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linguagem, os quais estão fortemente ligados à família, representante <strong>de</strong> suas<br />

preferências e questionamentos. Para isso, intervenções a exemplo da capacitação<br />

<strong>de</strong> recursos humanos e revisão <strong>de</strong> políticas sobre humanização <strong>de</strong>vem ser<br />

realizadas, além <strong>de</strong> mais estudos sobre a temática na comunida<strong>de</strong> científica.<br />

Espera-se que as equipes <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> se sensibilizem, diante do<br />

reconhecimento dos pais sobre a assistência <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> prestada em uma<br />

UTIN, e percebam que também <strong>de</strong>vem inserir a família nesse processo, praticando<br />

cuidados voltados à humanização da assistência <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> e vínculo com a<br />

família. Sugere-se a realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação profissional pelos<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sobre a temática, haja vista que alguns profissionais ainda têm<br />

práticas isoladas com relação ao cuidado humanizado, <strong>de</strong> forma a garantir uma<br />

incorporação do cuidado humanizado como filosofia institucional e prática pessoal.<br />

REFERÊNCIAS<br />

1. BRASIL. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> <strong>Assistência</strong> à Saú<strong>de</strong>. Manual <strong>de</strong><br />

<strong>Assistência</strong> ao Recém-nascido. Brasília, 1994.<br />

2. CARVALHO, Jovanka Bittencourt Leite <strong>de</strong> et al. Representação social <strong>de</strong> pais<br />

sobre o filho prematuro na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva neonatal. Rev. bras.<br />

enferm., Brasília, v. 62, n. 5, out. 2009. Disponível em: <<br />

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-<br />

71672009000500014&lng =pt&nrm=isso>. Acesso em: 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010.<br />

3. ROLIM, Karla Maria Carneiro; CARDOSO, Maria Vera Lúcia Moreira Leitão. O<br />

discurso e a prática do cuidado ao <strong>recém</strong>-nascido <strong>de</strong> risco: refletindo sobre a<br />

atenção humanizada. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 14, n.<br />

1, fev. 2006. Disponível em:<br />

. Acesso em: 02 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2010.<br />

4. BRASIL. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Secretaria Executiva. Programa Humanização do<br />

Parto: humanização no pré-natal e nascimento. Brasília, 2002.<br />

5. MINAYO, Maria Cecília <strong>de</strong> Souza. Pesquisa social: teoria, método e<br />

criativida<strong>de</strong>. 25.ed. rev. e atual. Petrópolis: Vozes, 2007.<br />

6. BARDIN, Laurence. Análise <strong>de</strong> conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, 2004.<br />

7. GAIVA, Maria Aparecida Munhoz; SCOCHI, Carmen Gracinda Silvan. A<br />

participação da família no cuidado ao prematuro em UTI Neonatal. Rev. bras.<br />

enferm., Brasília, v.58, n. 4, ago. 2005 . Disponível em:<br />

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