Assistência de enfermagem a recém-nascidos ... - Rede Sindical

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Trabalho 545 A presença efetiva da equipe de enfermagem é tão importante quanto o procedimento técnico, uma vez que este nem sempre funciona tão bem diante de situações de estresse. A essência do cuidar humano é atendida e compreendida somente vendo, escutando, e sentindo o recém-nascido e a família com um todo. Com isso, a enfermagem possui a responsabilidade de “envolver os familiares, centrado na figura dos pais, no cuidado direto aos seus bebês” (13) . Com relação ao incentivo ao vínculo família e recém-nascido, os pais afirmaram que a equipe os tranquiliza quando os insere na assistência ao filho, dando atenção e elogiando quando permanecem ao lado do mesmo. Além disso, exemplificaram como a equipe faz para aproximá-los da criança e aumentar esse vínculo. Até o tempo que eu fico eles chegam, elogiam: “Ó mãe, continua conversando que tá ajudando!”. Então eu sei que também tá atento a mim. Então isso já me tranquiliza. (Patativa) Explica pra gente pra quando chegar, pegar na cabecinha firme, conversar. [...] Fala pra gente [...] conversar bastante que isso ajuda bastante o bebê, estimular a criança ajuda bastante; manda a gente conversar, manda a gente tocar firme [...]. (Azulão) Eles falaram pra mim que quando eu for visitar ele pra sempre tá tocando nele, acariciando, abraçando com ele. Deram até um folhetinho explicando a importância do toque materno. [...] Eles falam que é pra gente acariciar o bebê, pra ele sentir a nossa presença. (Andorinha) Percebe-se que a atenção da equipe de enfermagem com os pais transmite tranquilidade aos mesmos, fazendo com que eles acreditem que a formação do vínculo é benéfica à recuperação da criança. Algumas mães conseguem superar o medo que sentem no primeiro contato com o recém-nascido prematuro e, com o tempo, vão percebendo que, do mesmo modo que foram importantes para gerar aquele ser, agora são essenciais para mantê-lo. Percebem “que mesmo não podendo pegar no colo e amamentarem, o simples fato de estarem presentes, conversarem, acariciarem e tocarem significa muito para o RN, ajudando-o na sua recuperação” (17) . Quanto mais a gente for pra ele sentir a presença da gente, melhor pra ele, a recuperação é mais rápida. (Andorinha) 4628

Trabalho 545 Loureiro; Castilho; Silva(18) afirmam que o estabelecimento e manutenção do vínculo durante o período de hospitalização é fundamental para o despertar do cuidado da família para com o RN, pois acelera o processo de recuperação da saúde deste. Sinalizam ainda que o contato íntimo dos pais com o bebê exerce profundos efeitos no futuro crescimento e desenvolvimento do filho. No primeiro contato dos pais com o RN, deve-se explicar todo equipamento envolvido no cuidado e as razões pelas quais o mesmo necessita de cuidados intensivos e qual será o curso do tratamento. Logo, o profissional de enfermagem deve integrar à assistência o cuidado com a transmissão de informações à família sobre tudo o que acontece com o recém-nascido. O relato a seguir demonstra o contrário, ou seja, a enfermeira não mantém um diálogo sobre o curso do tratamento da criança com a família, transferindo-o para o profissional médico. Ontem eu cheguei lá e tavam querendo entubar ele, sabe?! A enfermeira veio e disse: “Não, não se preocupe muito não que depois o médico vem falar com você”. Mandou eu sentar e aguardar. Eu sentei, aguardei, e o médico chegou e conversou comigo. (Pássaro preto) A criança e a família como centro da assistência de enfermagem ainda é incipiente e a convivência dos enfermeiros com a realidade de cada família tem sensibilizado na experiência do cuidado. Nesse contexto, sugere-se que a enfermagem se faça presente, interagindo dia-a-dia com o RN e familiares, compartilhando percepções, crenças e valores, auxiliando na reorganização dos pais e familiares, na sua adaptação em relação à situação vivenciada, ao ambiente hospitalar, promovendo, dessa forma, o desenvolvimento do vínculo dos pais/família com a criança, sendo de vital importância para um crescimento e desenvolvimento saudável desta (13) . “A CONFIANÇA COMO FERRAMENTA DO CUIDADO” Nessa categoria, são elencados os depoimentos dos pais relativos à confiança na equipe de enfermagem. Aqui, a confiança é compreendida como a esperança firme em alguém, sentimento de segurança, de certeza, tranqüilidade, sossego daquele que confia na probidade de alguém. 4629

Trabalho 545<br />

Loureiro; Castilho; Silva(18) afirmam que o estabelecimento e manutenção<br />

do vínculo durante o período <strong>de</strong> hospitalização é fundamental para o <strong>de</strong>spertar do<br />

cuidado da família para com o RN, pois acelera o processo <strong>de</strong> recuperação da<br />

saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste. Sinalizam ainda que o contato íntimo dos pais com o bebê exerce<br />

profundos efeitos no futuro crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento do filho. No primeiro<br />

contato dos pais com o RN, <strong>de</strong>ve-se explicar todo equipamento envolvido no<br />

cuidado e as razões pelas quais o mesmo necessita <strong>de</strong> cuidados intensivos e qual<br />

será o curso do tratamento.<br />

Logo, o profissional <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> <strong>de</strong>ve integrar à assistência o cuidado<br />

com a transmissão <strong>de</strong> informações à família sobre tudo o que acontece com o<br />

<strong>recém</strong>-nascido. O relato a seguir <strong>de</strong>monstra o contrário, ou seja, a enfermeira não<br />

mantém um diálogo sobre o curso do tratamento da criança com a família,<br />

transferindo-o para o profissional médico.<br />

Ontem eu cheguei lá e tavam querendo entubar ele, sabe?! A<br />

enfermeira veio e disse: “Não, não se preocupe muito não que <strong>de</strong>pois<br />

o médico vem falar com você”. Mandou eu sentar e aguardar. Eu<br />

sentei, aguar<strong>de</strong>i, e o médico chegou e conversou comigo. (Pássaro<br />

preto)<br />

A criança e a família como centro da assistência <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> ainda é<br />

incipiente e a convivência dos enfermeiros com a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada família tem<br />

sensibilizado na experiência do cuidado. Nesse contexto, sugere-se que a<br />

<strong>enfermagem</strong> se faça presente, interagindo dia-a-dia com o RN e familiares,<br />

compartilhando percepções, crenças e valores, auxiliando na reorganização dos pais<br />

e familiares, na sua adaptação em relação à situação vivenciada, ao ambiente<br />

hospitalar, promovendo, <strong>de</strong>ssa forma, o <strong>de</strong>senvolvimento do vínculo dos pais/família<br />

com a criança, sendo <strong>de</strong> vital importância para um crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

saudável <strong>de</strong>sta (13) .<br />

“A CONFIANÇA COMO FERRAMENTA DO CUIDADO”<br />

Nessa categoria, são elencados os <strong>de</strong>poimentos dos pais relativos à<br />

confiança na equipe <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong>. Aqui, a confiança é compreendida como a<br />

esperança firme em alguém, sentimento <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong> certeza, tranqüilida<strong>de</strong>,<br />

sossego daquele que confia na probida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguém.<br />

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