Assistência de enfermagem a recém-nascidos ... - Rede Sindical
Assistência de enfermagem a recém-nascidos ... - Rede Sindical Assistência de enfermagem a recém-nascidos ... - Rede Sindical
Trabalho 545 Nesta perspectiva, o acolhimento dos anseios e do sofrimento pode auxiliar na re-significação do trabalho do enfermeiro, no qual seu saber cuidar é caracterizado pelo vínculo, pela responsabilização (12) . O cuidado humanizado a partir da interação profissional-criança No ambiente hospitalar da UTIN são utilizados técnicas e procedimentos sofisticados que podem propiciar reversão do quadro clínico que coloca em risco a vida do recém-nascido. Entretanto, também é de fundamental importância que a equipe de enfermagem que atua em UTIN encontre medidas para minimizar o sofrimento e a dor do bebê e também de sua família. Com isso, não devem estar somente capacitados tecnicamente, mas também sensibilizados para que planejem uma assistência baseada nos fundamentos da humanização e da integralidade do cuidado, proporcionando um ambiente tranquilo e acolhedor (13) . Em se tratando de cuidado humanizado, as opiniões dos pais convergem na medida em que relatam a presença de carinho, amor, atenção, responsabilidade, dedicação, diálogo e aproximação dos profissionais durante a assistência de enfermagem aos recém-nascidos. Então eu vejo responsabilidade sabe?!...eu vejo aí fazendo completamente com amor, com carinho, dedicação (Beija-flor). Fala palavras carinhosas pra ela, cuida dela bastante; [...] transmite aquele carinho, aquela atenção toda que faz ela se sentir bem; [...] ela sempre vai lá e brinca: “Tá chorando porque bonequinho?”. Aí sempre tá lá com o maior carinho, maior atenção com os bebês. Quase todos os dias que eu tô lá vendo ela, eles sempre tão ali... sempre tão ali brincando com o bebê e dando atenção a bebê (Sabiá). Fica fazendo carinho, dá o biquinho, pra ele ficar calmo. [...] Tratam com muito carinho (Bem-te-vi). A gente vê, com bastante amor mesmo da parte deles, bastante atenção, bastante cuidado, prestação a todo momento. [...] Conversam, chegam de junto, toca, conversa (Azulão). 4620
Trabalho 545 Os pais desejam que o cuidado não seja realizado apenas como obrigação e meramente técnico, mas que esteja aliado a um gesto de carinho, um toque seguro, uma voz suave. Os estímulos não partem somente dos aparelhos e equipamentos modernos, mas também das mãos do cuidador que, muitas vezes, também realizam procedimentos especializados e que promovem dor (10) . A assistência de enfermagem ao recém-nascido prematuro perpassa os cuidados técnico-científicos; vai além da administração de medicamentos, da troca de fraldas, da sondagem e da monitoração de equipamentos. Abaixo, um depoimento que contrasta com esse tipo de assistência, deixando claro que a atenção e carinho são oferecidos apenas pelos pais. Eu acho que o papel delas, além de trocar fralda, fazer curativo, também é dar essa atenção, porque se eles dizem que não precisa ficar aqui à noite, né?!, não precisa tá aqui o dia todo, é porque poderia eles terem o mesmo cuidado (Gaivota). A humanização presume um encontro entre a equipe de enfermagem e o recém-nascido doente em que “a condição essencial é a vontade de encontrar e de ser encontrado. O encontro pressupõe escuta, olhar, contato claro, aberto e amoroso” (3) . O trecho a seguir representa a preocupação do pai, após ser interrogado sobre o conceito de ser bem cuidado, na transmissão de carinho à criança pelos cuidadores, fazendo com que os mesmos transformem o ambiente complexo da UTIN num ambiente seguro. Ter carinho com a criança, né?! Porque alguns acham que ter cuidado é dar todo equipamento, toda ferramenta; [...] Não é bem isso. O filho pra ele tá...ter segurança, as pessoas tem que tá manuseando e conversando com ele; pra ele saber que tem gente ali que tá cuidando dele, né?! Que ele tá num lugar seguro. Então o carinho é o mais importante do que até certos equipamentos que tem lá (Canário). Atrelado a isso, Rolim; Cardoso(3) afirmam que os conhecimentos não podem ser direcionados apenas ao funcionamento de equipamentos, pois “o conhecimento mais amplo do pequeno ser a quem se devota assistência é primordial”. Essa ideia deve ser constante e a busca pela sua execução faz a equipe de enfermagem mostrar empenho na prática do cuidado humanizado. 4621
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Trabalho 545<br />
Os pais <strong>de</strong>sejam que o cuidado não seja realizado apenas como obrigação e<br />
meramente técnico, mas que esteja aliado a um gesto <strong>de</strong> carinho, um toque seguro,<br />
uma voz suave. Os estímulos não partem somente dos aparelhos e equipamentos<br />
mo<strong>de</strong>rnos, mas também das mãos do cuidador que, muitas vezes, também realizam<br />
procedimentos especializados e que promovem dor (10) .<br />
A assistência <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> ao <strong>recém</strong>-nascido prematuro perpassa os<br />
cuidados técnico-científicos; vai além da administração <strong>de</strong> medicamentos, da troca<br />
<strong>de</strong> fraldas, da sondagem e da monitoração <strong>de</strong> equipamentos. Abaixo, um<br />
<strong>de</strong>poimento que contrasta com esse tipo <strong>de</strong> assistência, <strong>de</strong>ixando claro que a<br />
atenção e carinho são oferecidos apenas pelos pais.<br />
Eu acho que o papel <strong>de</strong>las, além <strong>de</strong> trocar fralda, fazer curativo,<br />
também é dar essa atenção, porque se eles dizem que não precisa<br />
ficar aqui à noite, né?!, não precisa tá aqui o dia todo, é porque<br />
po<strong>de</strong>ria eles terem o mesmo cuidado (Gaivota).<br />
A humanização presume um encontro entre a equipe <strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> e o<br />
<strong>recém</strong>-nascido doente em que “a condição essencial é a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar e <strong>de</strong><br />
ser encontrado. O encontro pressupõe escuta, olhar, contato claro, aberto e<br />
amoroso” (3) .<br />
O trecho a seguir representa a preocupação do pai, após ser interrogado<br />
sobre o conceito <strong>de</strong> ser bem cuidado, na transmissão <strong>de</strong> carinho à criança pelos<br />
cuidadores, fazendo com que os mesmos transformem o ambiente complexo da<br />
UTIN num ambiente seguro.<br />
Ter carinho com a criança, né?! Porque alguns acham que ter<br />
cuidado é dar todo equipamento, toda ferramenta; [...] Não é bem<br />
isso. O filho pra ele tá...ter segurança, as pessoas tem que tá<br />
manuseando e conversando com ele; pra ele saber que tem gente ali<br />
que tá cuidando <strong>de</strong>le, né?! Que ele tá num lugar seguro. Então o<br />
carinho é o mais importante do que até certos equipamentos que tem<br />
lá (Canário).<br />
Atrelado a isso, Rolim; Cardoso(3) afirmam que os conhecimentos não<br />
po<strong>de</strong>m ser direcionados apenas ao funcionamento <strong>de</strong> equipamentos, pois “o<br />
conhecimento mais amplo do pequeno ser a quem se <strong>de</strong>vota assistência é<br />
primordial”. Essa i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>ve ser constante e a busca pela sua execução faz a equipe<br />
<strong>de</strong> <strong>enfermagem</strong> mostrar empenho na prática do cuidado humanizado.<br />
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