VJ OUT 2010.p65 - Visão Judaica
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2<br />
editorial<br />
VISÃO JUDAICA • outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Publicação mensal independente da<br />
EMPRESA JORNALÍSTICA VISÃO<br />
JUDAICA LTDA.<br />
Redação, Administração e Publicidade<br />
visaojudaica@visaojudaica.com.br<br />
Curitiba • PR • Brasil<br />
Fone/fax: 55 41 3018-8018<br />
Dir. de Operações e Marketing<br />
SHEILLA FIGLARZ<br />
Dir. Administrativa e Financeira<br />
HANA KLEINER<br />
Diretor de Redação<br />
SZYJA B. LORBER<br />
Publicidade<br />
DEBORAH FIGLARZ<br />
Arte e Diagramação<br />
SONIA OLESKOVICZ<br />
Webmaster<br />
RAFFAEL FIGLARZ<br />
Colaboram nesta edição:<br />
Ataques palestinos ameaçam conversações de paz<br />
ísseis e morteiros voltaram<br />
a cair no sul de Israel na<br />
quarta-feira 15/9, quando<br />
os negociadores israelenses<br />
e palestinos se reuniram<br />
em Jerusalém para a segunda<br />
rodada de conversações de paz em<br />
setembro. Os terroristas de Gaza lançaram<br />
desde o ano novo judaico pelo<br />
menos duas dezenas de projéteis,<br />
dois dos quais atingiram Ashkelon,<br />
uma cidade costeira de Israel, com<br />
uma população de aproximadamente<br />
110.000 habitantes. Felizmente, não<br />
houve relatos de feridos.<br />
Em resposta, as Forças de Defesa<br />
de Israel alvejaram túneis que correm<br />
sob a fronteira de Gaza com o Egito.<br />
As organizaçõesterroristasmantidas<br />
pelo<br />
Irã usam as<br />
passagens<br />
Aristide Brodeschi, Art Benveniste, Ben<br />
Hartman, Boaz Ganor, Breno Lerner,<br />
Brigitte Gabriel, David Mandel , Dori<br />
Lustron, Dov Preminger, George F. Will,<br />
Heitor De Paola, Jane Bichmacher de<br />
Glasman, Khaled Abu Toameh, Marli<br />
Gonçalves, Rafael L. Bardají, Sérgio Alberto<br />
Feldman e Yossi Groisseoign.<br />
<strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> não tem responsabilidade sobre<br />
o conteúdo dos artigos, notas, opiniões ou comentários<br />
publicados, sejam de terceiros (mencionando a fonte) ou<br />
próprios e assinados pelos autores. O fato de publicá-los<br />
não indica que o <strong>VJ</strong> esteja de acordo com alguns<br />
dos conceitos ou dos temas.<br />
Contém termos sagrados, por isso trate<br />
com respeito esta publicação.<br />
www.visaojudaica.com.br<br />
Este jornal é um veículo independente<br />
da Comunidade Israelita do Paraná<br />
Datas importantes<br />
22 de setembro<br />
23 de setembro<br />
24 de setembro<br />
25 de setembro<br />
26 de setembro<br />
27/28 de setembro<br />
29 de setembro<br />
30 de setembro<br />
para contrabandear armas e explosivos<br />
para dentro e fora do enclave litorâneo<br />
palestino. Nenhum dos grupos<br />
reivindicou a responsabilidade<br />
dos ataques, mas o Hamas, que controla<br />
Gaza e é o “queridinho” do Irã,<br />
anunciara que realizou dois ataques<br />
terroristas na véspera da abertura das<br />
conversações, dia 2/9 nos EUA. Os<br />
atentados resultaram em 4 mortes e<br />
ferimentos graves em outros dois.<br />
Grande parte do financiamento<br />
para atividades do Hamas emana do<br />
Irã, que também injeta dinheiro nos<br />
cofres do Hezbolá, enquistado no sul<br />
do Líbano. De 1993 a 2006, o apoio<br />
financeiro do Irã, ao Hamas, foi estimado<br />
em US$ 30 milhões por ano.<br />
Tem aumentado a várias centenas de<br />
milhões, anualmente, desde então.<br />
O Irã patrocina o Hezbolá com armas,<br />
financiamento, orientação, informação,<br />
e dando-lhe mais de US$<br />
200 milhões todos os anos, além de<br />
ACENDIMENTO DAS<br />
VELAS EM CURITIBA<br />
SETEMBRO / <strong>OUT</strong>UBRO<br />
SHABAT, SUCOT, SHEMINI<br />
ATZÊRET, SIMCHAT TORÁ<br />
DATA HORA<br />
22 / 8<br />
23 / 9<br />
24 / 9<br />
29 / 9<br />
30 / 9<br />
1 / 10<br />
8 / 10<br />
1º de outubro<br />
2 de outubro<br />
7 de outubro<br />
9 de outubro<br />
17h55<br />
18h47<br />
17h55<br />
17h57<br />
18h50<br />
17h58<br />
17h59<br />
Véspera de Sucot<br />
1º dia de Sucot<br />
Chol Hamoed 1<br />
Nossa capa<br />
aproximadamente US$ 300 milhões<br />
após a guerra defensiva de Israel contra<br />
o Hezbolá em 2006.<br />
O disparo de mísseis da Faixa de<br />
Gaza ocorreu quando a secretária de<br />
Estado dos EUA Hillary Clinton foi presidir<br />
as negociações entre o primeiro-ministro<br />
israelense Benjamin Netanyahu<br />
e Autoridade Palestina do<br />
presidente Mahmoud Abbas. Clinton<br />
disse que estava “bem consciente dos<br />
obstáculos que se interpõem no caminho<br />
da paz”, mas acrescentou que<br />
ela está convencida que “este é o<br />
momento e estes são os líderes”.<br />
As conversações de paz não estão<br />
só ameaçadas pelo mísseis e os<br />
atentados terroristas palestinos, que<br />
ressurgem sempre nessas ocasiões de<br />
forma cada vez mais violenta. Há também<br />
obstáculos a serem vencidos. O<br />
presidente da AP, Mahmoud Abbas<br />
exige uma moratória nas construções<br />
na Margem Ocidental, cujo prazo se<br />
A capa reproduz a obra de arte cujo título é: “Simchat<br />
Torá”, pintado com a técnica aquarela e dimensões<br />
de 45x35cm, criação de Aristide Brodeschi. O autor<br />
nasceu em Bucareste, Romênia, é arquiteto e artista<br />
plástico, e vive em Curitiba desde 1978. Já desenvolveu<br />
trabalhos em várias técnicas, dentre elas pintura,<br />
gravura e tapeçaria. Recebeu premiações por seus<br />
trabalhos no Brasil e nos EUA. Suas obras estão espalhadas<br />
por vários países e tem no judaísmo, uma das<br />
principais fontes de inspiração. É o autor das capas<br />
do jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong>. (Para conhecer mais sobre<br />
ele, visite o site www.brodeschi.com.br).<br />
Chol Hamoed 2 / Shabat<br />
Chol Hamoed 3<br />
Chol Hamoed 4 e 5<br />
Hoshaná Rabá<br />
Shemini Atzêret<br />
Simchat Torá<br />
Shabat Mevarechi / Bereshit<br />
Iom Kipur Katan<br />
Shabat / Noach<br />
Humor Judaico<br />
encerra no dia 26/9. Já o primeiro-ministro<br />
Binyamin Netanyahu quer que<br />
os palestinos reconheçam Israel<br />
como um Estado judeu. Pesquisas de<br />
opinião entre a população, realizadas<br />
pela mídia, mostram que os israelenses<br />
estão céticos em relação ao bom<br />
termo das negociações de paz. Da<br />
mesma forma, a maioria dos analistas<br />
de Israel também não crê no sucesso<br />
das conversações. Até o primeiro-ministro<br />
Netanyahu disse que<br />
não existem garantias de êxito. A despeito<br />
de tudo isso, deixamos mais vez<br />
aqui o desejo do jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />
de que a paz seja finalmente alcançada<br />
entre Israel, os palestinos e os<br />
países árabes, trazendo ao Oriente<br />
Médio uma nova era de progresso<br />
material, avanços tecnológicos, crescimento<br />
cultural e um relacionamento<br />
entre as nações baseado em sólidos<br />
princípios democráticos entre os<br />
povos realmente interessados em conviver,<br />
pacificamente, lado a lado.<br />
O freguês entrou na alfaiataria do Shloime:<br />
— Quanto é o feitio do terno?<br />
— Dois mil dólares - respondeu o alfaiate.<br />
— Dois mil? — falou o indignado freguês.<br />
— Mas isto é um roubo.<br />
— Mas eu levei sete dias para fazer o seu terno.<br />
— Ora, mas em sete dias, D-us fez o mundo.<br />
— É, mas não sob medida!<br />
A Redação<br />
Leia e Assine o<br />
<strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />
Fone / fax: (41) 3018 8018<br />
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email: visaojudaica@visaojudaica.com.br
Sérgio Alberto Feldman *<br />
omo manter um Judaísmo<br />
tradicional e<br />
viver no mundo contemporâneo?<br />
Este é<br />
talvez o dilema que se<br />
abate sobre a maior parte<br />
dos judeus que conheço. Não tenho<br />
receitas mágicas. Há muitos aspectos<br />
que nos instigam à reflexão e<br />
à polêmica. A meu ver, a condição<br />
feminina é o tema mais difícil de ser<br />
equacionado e definido. Não trago<br />
a verdade e tampouco a solução<br />
para este tema, pois há divergências<br />
e muitas receitas prontas quando<br />
se fala da participação das mulheres<br />
na religião.<br />
Alguns concebem uma posição rígida<br />
e excludente. O papel das mulheres<br />
é restrito as cerimônias do lar<br />
e no espaço público, ou seja, na sinagoga<br />
devem ficar num espaço restrito,<br />
semi-reclusas por detrás de uma<br />
cortina ou cercado. Este conceito tem<br />
origem numa interpretação digna de<br />
análise e crítica.<br />
A pergunta seria: Por que se excluem<br />
as mulheres do assim denominado<br />
espaço público? Por que o papel<br />
da mulher nos serviços religiosos<br />
é tão “discreto”, restrito e cerceia a<br />
espiritualidade das mães e das filhas<br />
tornando-as coadjuvantes no estudo<br />
da Torá, na leitura pública da mesma<br />
e nas orações e leituras? Às mulheres<br />
fica impedido ler na Torá, subir<br />
à Bimá (espaço elevado de onde<br />
se proferem as leituras da Lei de<br />
Moisés, as orações públicas e as prédicas<br />
são dirigidas ao público presente).<br />
Por quê?<br />
Algumas respostas que ouvi, e<br />
sigo ouvindo, é que as mulheres devem<br />
ser “modestas” (conceito de<br />
tzniut) e não se expor publicamente<br />
num espaço lado a lado com os homens.<br />
Ou se diz que esta não é uma<br />
“função” ou obrigação feminina. Esta<br />
concepção acredita que cabe às mulheres<br />
gerar e criar a prole familiar,<br />
administrar o lar e educar no âmbito<br />
da família e da casa, seus filhos. Tudo<br />
restrito ao espaço privado e fora do<br />
espaço público.<br />
Estes últimos conceitos foram desenvolvidos<br />
para entender como este<br />
processo de supressão, marginalização<br />
e cerceamento dos papéis ativos<br />
da mulher na sociedade foram desenvolvidos<br />
no intuito de controlar a mulher<br />
nas sociedades tradicionais.<br />
Vejamos exemplos fora do Judaísmo.<br />
Na Grécia antiga as mulheres atenienses<br />
foram relegadas a uma condição<br />
de inferioridade e exclusão do<br />
espaço público da polis. Criaram-se<br />
nas casas um espaço separado para<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
A condição feminina no Judaísmo:<br />
divergências e polêmicas<br />
a mulher: o gineceu. Nele, a mulher<br />
mandava e controlava. Contudo, não<br />
saia para a rua, para a praça (ágora)<br />
e nem participava das discussões<br />
políticas, dos debates sobre filosofia<br />
e tampouco frequentava os ginásios<br />
para a prática de esportes. Aristóteles<br />
considerava a mulher um ser sem<br />
alma, vazio e incapaz de praticar a<br />
política, aprender e debater a filosofia<br />
e se tornar um ser pensante. Eram<br />
seres limitados na inteligência e restritos<br />
ao espaço privado.<br />
O contato dos gregos gerou, a um<br />
só tempo, oposições e influências bilaterais.<br />
Uma das influências do Judaísmo<br />
foi a tradução da Torá ao grego,<br />
a assim denominada Septuaginta.<br />
Esta versão grega da Torá gerou<br />
interesse enorme sobre o Judaísmo<br />
que ajudaria adiante a consolidação<br />
de uma nova religião: o Cristianismo.<br />
O sentido inverso se deu com a inserção<br />
no Judaísmo de costumes gregos<br />
e uma visão negativa da mulher.<br />
Uma compreensão que difere do Judaísmo<br />
clássico que sempre respeitou<br />
a mulher e a colocou num status<br />
digno e participativo.<br />
As mulheres no mundo bíblico<br />
participavam dos debates públicos.<br />
Débora foi juíza e profetisa. Miriam,<br />
a irmã de Moisés e Aarão, era a líder<br />
de um grupo de mulheres que entre<br />
outras atitudes e ações, saíram a cantar<br />
no meio do povo, imediatamente<br />
após a passagem do Mar Vermelho<br />
(Iam Suf), um cântico de louvor.<br />
Mulheres cantavam e rezavam<br />
nos cultos do Primeiro Templo. Sara<br />
polemiza com o Patriarca Abraão e<br />
exige que a escrava egípcia seja ejetada<br />
do núcleo familiar, para evitar<br />
que um dia o pequeno Isaac fosse vitimado,<br />
quando os idosos Sara e<br />
Abraão se fossem. D-us deu razão a<br />
Sara e fez Abraão acatar sua opinião.<br />
O saber e a sensibilidade femininos<br />
prevaleceram na benção de Jacob<br />
como primogênito por ação de Rebeca,<br />
mesmo agindo de maneira que<br />
enganava o Patriarca Isaac. Rebeca<br />
seria punida por D-us, mas Jacob permaneceu<br />
como o terceiro Patriarca.<br />
A presença e participação das<br />
mulheres eram intensas na sociedade<br />
bíblica e só se alteram após o encontro<br />
dos judeus com o helenismo.<br />
Não é inerente ao Judaísmo, reclusão<br />
e a seclusão (isolamento e separação)<br />
das mulheres.<br />
Isso combina com o Islã tradicional.<br />
Todos nós ficamos exaltados com<br />
a maneira que o Islã tradicional trata<br />
a mulher. Há uma aguda reclusão e<br />
seclusão. Sou crítico da misoginia<br />
muçulmana e uso deste argumento<br />
em debates, e não poderia concordar<br />
com a seclusão da mulher judia. O<br />
Judaísmo clássico não obstaculizava<br />
a presença das mulheres nos cultos<br />
e no estudo da Torá.<br />
Quais seriam as razões possíveis,<br />
além da influência helenística? O que<br />
motivou esta aproximação do Judaísmo<br />
com conceitos misóginos (que<br />
supõem uma condição de inferioridade<br />
feminina ou até, às vezes, de malignidade)<br />
de origem grega?<br />
Não há consenso e tampouco certeza.<br />
Uma reflexão é a questão das<br />
obrigações do homem judeu e do<br />
conceito de desobrigação que acompanha<br />
a mulher, pois há mitzvot que<br />
ela não poderia cumprir por ter certas<br />
funções como a maternidade.<br />
Disso falaremos numa outra ocasião.<br />
É uma vertente haláchica. Daria um<br />
novo artigo.<br />
Outra das hipóteses seria a questão<br />
de pureza ritual. O Judaísmo talmúdico<br />
era e segue sendo muito rígido<br />
e atado por regras de pureza ritual.<br />
Na concepção antiga do Judaísmo,<br />
o sangue era definido como a vida.<br />
Alguém ferido e sangrando deve ter o<br />
sangramento contido, pois ao contrário,<br />
a vida se esvai com o sangue. A<br />
equação passa a ser: sangue = vida.<br />
Por isso na Kashrut o sangue deve ser<br />
escorrido, a carne deve ser salgada e<br />
lavada até ficar sem sangue. Na hora<br />
de se alimentar a carne não pode estar<br />
crua. Não se consome a vida.<br />
Assim sendo, a menstruação é a<br />
situação em que através do sangue<br />
(significando vida) se esvai uma vida<br />
(pois o óvulo não foi fecundado). Neste<br />
período a Torá proíbe relações carnais<br />
entre cônjuges legalmente unidos.<br />
O casal sequer pode ou deve<br />
estar junto, seja dormir junto ou se<br />
tocar. A mikve (banho ritual) purifica<br />
a mulher e permite ao casal se reencontrar<br />
e até manter relações carnais<br />
legítimas. O Judaísmo nunca manteve<br />
uma relação de negação ou de crítica<br />
às relações conjugais. O casal é<br />
abençoado e a relação sexual entre<br />
cônjuges é sempre vista como algo<br />
positivo, digno e puro. Somente é proibida<br />
se a mulher (ou o homem também,<br />
em certos casos) estiver impura.<br />
Pureza é algo sagrado. Porém,<br />
como saber se uma mulher está pura?<br />
O receio dos rabinos medievais era<br />
que não estando pura uma mulher<br />
contaminasse, outras pessoas, o espaço<br />
público ritual e a Torá.<br />
Esta condição mudou no mundo<br />
contemporâneo. As mulheres não estão<br />
reclusas e nem se permitem viver<br />
alijadas da espiritualidade. Sua pureza<br />
é um tema que deve ser revisto.<br />
Hoje, a ciência e o saber, junto com a<br />
higiene e a limpeza permitem que<br />
uma mulher mesmo menstruada possa<br />
trabalhar, compartilhar espaços<br />
sociais e ser ativa.<br />
Uma mulher não está impura se<br />
ela estiver menstruada. Esse conceito<br />
não se adéqua às novas realidades<br />
e não pode ser motivo de seclusão.<br />
A polêmica é ampla e geral. Não<br />
se esgota num breve artigo e numa<br />
reflexão histórica breve.<br />
A Torá é espiritual e não carnal. A<br />
pureza da mulher não é alterada pelo<br />
sangue. A mulher é a mãe de uma<br />
família, a educadora e um pilar do<br />
Judaísmo. Judeu é filho de mãe judia.<br />
Em respeito às mulheres do século XXI<br />
lanço este debate e esta reflexão para<br />
que alguns me apóiem e outros me<br />
critiquem. Inserir a mulher nos serviços<br />
religiosos, na leitura da Torá é<br />
uma maneira de aumentar a espiritualidade<br />
em nossa casa, em nossa sinagoga<br />
e em nossa vida comunitária.<br />
Moisés<br />
<strong>VJ</strong> INDICA<br />
Título original: Moses<br />
FICHA TÉCNICA<br />
Direção: Roger Young<br />
Gênero: Épico<br />
Origem: EUA/Inglaterra/<br />
França/Itália/Alemanha/<br />
Espanha<br />
Duração: 180 minutos<br />
Tipo: Longa metragem colorido<br />
Ano da produção: 1995<br />
Estúdio/Distribuição: LWE<br />
Site oficial: Site Oficial: http://<br />
www.fivemileriverfilms.com/moses.html<br />
3<br />
* Sérgio Alberto<br />
Feldman é doutor<br />
em História pela<br />
UFPR e professor<br />
de História Antiga<br />
e Medieval na<br />
Universidade<br />
Federal do<br />
Espírito Santo, em<br />
Vitória. Foi diretor<br />
de Cultura<br />
<strong>Judaica</strong> da Escola<br />
Israelita Brasileira<br />
Salomão<br />
Guelmann, em<br />
Curitiba.<br />
FILME<br />
ELENCO<br />
Ben Kingsley (Moisés), Frank Langella (Memefta),<br />
Christopher Lee (Ramsés), Anna Galiena (Ptira), Enrico<br />
Lo Verso (Joshua), Maurice Roëves (Zerack), Anthony<br />
Higgins (Korah), Philippe Leroy (Tuntmin), Philip<br />
Stone (Jethro), Anton Lesser (Eliav), Anita Zagaria<br />
(Jochebed) Dudley Sutton (Sumo sacerdote), Federico<br />
Pacifici (Hur),Urbano Barberini (Nahbi) e Paolo Calabresi<br />
(Palti).<br />
SINOPSE<br />
Moisés foi um homem comum chamado por D-us para<br />
libertar seu povo, os israelitas. Sua missão foi libertálos<br />
da escravidão no Egito e levá-los para Canaã, a<br />
terra prometida. Quando os israelitas correram risco<br />
de captura pelo exército do Faraó, D-us dividiu o Mar<br />
Vermelho para que Moisés e os que o acompanhavam<br />
pudessem atravessar. Mais tarde durante a dura<br />
jornada, D-us proferiu através de Moisés, Os Dez Mandamentos,<br />
a lei divina.
4<br />
* Heitor De Paola<br />
é médico<br />
psiquiatra e<br />
psicanalista,<br />
membro da<br />
International<br />
Psycho-Analytical<br />
Association e do<br />
Board of<br />
Directors da Drug<br />
Watch<br />
International e<br />
Diretor Cultural<br />
da BRAHA,<br />
Brasileiros<br />
Humanitários em<br />
Ação, articulista e<br />
escritor, com<br />
diversos artigos<br />
publicados no<br />
Brasil e no<br />
exterior, e um<br />
livro. No passado,<br />
pertenceu a<br />
organização Ação<br />
Popular (AP) da<br />
esquerda<br />
revolucionária.<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
…Nem todas as guerras podem ser<br />
condenáveis no mesmo grau;<br />
enquanto existirem países e nações<br />
preparadas para a destruição sem<br />
piedade de outras, estas devem se<br />
armar para a guerra (...). Pode<br />
parecer paradoxal, mas devemos<br />
admitir que a guerra poderia ser um<br />
meio inapropriado de estabelecer a<br />
tão desejada paz ‘eterna’<br />
SIGMUND FREUD<br />
Resposta à carta de Albert Einstein ‘Por<br />
que a Guerra?’ (1932)<br />
m 1931 o Comitê Permanente<br />
para a Literatura<br />
e as Artes da Liga<br />
das Nações criou o Instituto<br />
Internacional de<br />
Co-operação Intelectual<br />
destinado a providenciar trocas<br />
de cartas entre intelectuais. Convidado,<br />
Einstein sugeriu o nome de<br />
Freud que prontamente aceitou. Em<br />
julho de 32 Einstein dirige-se a Freud<br />
com a pergunta acima, Freud responde<br />
em setembro. Tambores de guerra<br />
na Europa já tocavam forte, em dezembro<br />
haveria eleições na Alemanha,<br />
onde Einstein ainda morava, o<br />
Partido Nazista faria maioria simples<br />
Por que a paz?<br />
Heitor de Paola * no Reichstag e exigiria a posse de modo que seus objetivos supostamen- e na restrição dos impulsos instintivos’.<br />
Hitler como Chanceler. Em breve a<br />
Liga das Nações seria definitivamente<br />
enterrada e os dois missivistas teriam<br />
que emigrar.<br />
te pacíficos incluem necessariamente<br />
a repetição das mesmas ações de<br />
Hitler, completando seu serviço sujo.<br />
Dentro de Israel e em todo o Oci-<br />
O Ocidente, hoje, é refém de um<br />
multiculturalismo que nivela pelo nível<br />
dos mais baixos estratos sociais a todos<br />
os povos, cultos ou incultos; a to-<br />
Por um preço exorbitante, inaceidente quem fala em defesa da Paz das as crenças; a todas manifestações<br />
tável por qualquer critério, os judeus promove a guerra. Seja o Paz Agora, populares a ponto de ser aceito que<br />
aprenderam que dispersos, se tornam seja os movimentos que tomam as mulheres ainda sejam apedrejadas por<br />
fracos; juntos, vivendo em suas ter- ruas do Ocidente apenas aguçam o adultério em países muçulmanos e reras<br />
ancestrais podem se tornar for- apetite dos povos sequiosos de guercém-nascidos com defeitos físicos setes<br />
desde que fortemente armados ra, conquista e destruição. É ainda jam enterrados vivos pelos índios da<br />
para a guerra, pois estão cercados por Freud que diz na mesma carta ‘não Amazônia, em nome da “diversidade<br />
países e nações preparadas para a sua tem sentido tentar eliminar as ten- cultural” baseada no desvirtuamento da<br />
destruição sem piedade.<br />
dências agressivas do homem. Ouvi- palavra cultura como alto conceito de<br />
No entanto, as palavras guerra e<br />
paz não são fáceis de distinguir, pois<br />
frequentemente as elites falam em<br />
paz significando guerra, e guerra significando<br />
paz, como Stalin pagando a<br />
Picasso para criar um símbolo da Paz<br />
em forma de uma pomba enquanto<br />
dirigia um dos regimes mais violentos<br />
do mundo e que invadia toda a<br />
porção da Europa permitida pelos covardes<br />
acordos de Yalta, Teerã e Potsdam.<br />
Nos dois primeiros Roosevelt<br />
mostrara toda sua subserviência ao<br />
Uncle Joe e seus projetos expansionistas.<br />
Não é à toa que a ONU ainda<br />
utilize o mesmo símbolo enquanto<br />
mos falar que em certas felizes regiões<br />
da Terra, aonde a natureza provê<br />
em abundância tudo que o homem<br />
precisa, existem raças cuja vida se<br />
passa tranquilamente e desconhecem<br />
tanto a coerção como a agressão. Eu<br />
mal posso acreditar nisto e ficaria<br />
muito contente de conhecer mais destes<br />
seres afortunados’.<br />
Mais adiante Freud diz algo que<br />
hoje seria controverso, por politicamente<br />
incorretíssimo: ‘... povos incultos<br />
e estratos atrasados da população<br />
já se multiplicam mais rapidamente<br />
dos que os muito cultos’ o que dificultaria<br />
o avanço do processo civilizató-<br />
valor. Contrariando as previsões freudianas,<br />
são exatamente os intelectuais<br />
ocidentais, judeus inclusive, que covardemente<br />
se submetem e se rebaixam<br />
aos níveis mais mesquinhos da condição<br />
humana para oferecer uma paz covarde,<br />
trêmula e trôpega que só estimula<br />
a guerra, concedendo de forma<br />
abjeta uma superioridade “cultural” a<br />
estes povos incultos sob domínio instintivo<br />
e deixando-se julgar por eles, por<br />
seus padrões primitivos de pensamento<br />
e conduta e sentindo-se culpados por<br />
possuírem padrões mais elevados. Esta<br />
é a única paz que, sentindo-se superiores,<br />
eles nos permitem: a paz da sub-<br />
admite em seu seio uma maioria de rio, que consiste ‘num progresso desmissão e dos cemitérios. É por este ca-<br />
regimes extremamente violentos, enlocamento das finalidades instintivas minho que o Islã vai conquistando a<br />
tre eles todos os que agem de tal (para áreas mais racionais da mente) Europa e o Mundo.<br />
Síria: Repressão marca os dez anos de Al-Assad no poder<br />
Direitos violados, ativistas presos, imprensa sob censura e curdos abandonados<br />
O presidente Bashar Al-Assad descumpriu<br />
as promessas de aumentar o<br />
grau de liberdade política e de se adequar<br />
a uma política de direitos humanos,<br />
mesmo depois de dez anos à frente da<br />
Síria. É o que denuncia a ONG Human<br />
Rights Watch, em um informa publicado<br />
no dia 16 de julho, aniversário da chegada<br />
de Al-Assad ao poder.<br />
O informe tem 35 páginas e se chama<br />
“Uma década desperdiçada: Os direitos<br />
humanos na Síria durante os 10<br />
primeiros anos no<br />
poder de Bashar Al-<br />
Assad. Nele, o histórico<br />
do governo<br />
sírio é analisado<br />
sob cinco aspectos:<br />
repressão ao ativismo<br />
político, restri-<br />
Bashar Al-Assad,<br />
presidente da Síria<br />
ções à Liberdade de<br />
Expressão, tortura,<br />
maus-tratos à mi-<br />
noria curda e as deportações forçadas<br />
de cidadãos sírios. E o veredito do estudo<br />
é sombrio.<br />
“Seja porque Al-Assad queria ser um<br />
reformador, mas foi impedido pela ‘velha<br />
guarda’ entrincheirada no poder, ou<br />
porque ele é apenas mais um governante<br />
árabe que sabe ouvir críticas, o resul-<br />
tado para o povo sírio é o mesmo: sem<br />
liberdade, sem direitos fundamentais”,<br />
explica Sarah Leah Whitson, diretora<br />
para o Oriente Médio da Human Rights<br />
Watch: “O histórico de Assad depois de<br />
10 anos no poder consiste em não haver<br />
feito praticamente nada para melhorar<br />
a situação dos direitos humanos em seu<br />
país”, acrescentou.<br />
Em seu discurso de posse, feito em<br />
17 de julho de 2000, Al-Assad falou da<br />
necessidade de “pensamento criativo,<br />
transparência e democracia”. No entanto,<br />
o período de bonança que se seguiu<br />
após os primeiros dias de governo não<br />
durou muito. As cadeias sírias voltaram<br />
a se encher com prisioneiros políticos, a<br />
maioria deles jornalistas e ativistas de<br />
direitos humanos. Num dos exemplos<br />
mais recentes, os advogados Haytham<br />
Al-Maleh, de 78 anos, e Muhanad Al-<br />
Hasani, de 42 anos, foram condenados<br />
a três anos de prisão por expressarem<br />
suas críticas contra o histórico de violações<br />
dos direitos humanos no país.<br />
Os agentes do serviço secreto sírio,<br />
os temidos Mukhabarat, prendem cidadãos<br />
sem ordem de detenção e os relatos<br />
de tortura se multiplicam, sem que<br />
haja nenhum tipo de punição contra tais<br />
abusos. Dois anos depois da repressão<br />
ao levante da prisão de Sednaya, quando<br />
a polícia militar abriu fogo contra os<br />
amotinados, as autoridades sírias continuam<br />
sem revelar o destino de 42 prisioneiros,<br />
dos quais se acredita que pelo<br />
menos nove tenham sido executados. A<br />
censura é constante e se estende a blogs<br />
e a sites populares, como o Facebook e<br />
o YouTube.<br />
As promessas de Al-Assad de uma<br />
nova legislação que ampliasse a participação<br />
da sociedade civil nos atos políticos<br />
também não se cumpriram. Em março<br />
de 2005, o presidente declarou a jornalistas<br />
que “os próximos tempos serão<br />
de liberdade para os partidos políticos”.<br />
Mas o poder na Síria permanece regido<br />
pelo onipresente partido Baath: “Toda<br />
esperança que o povo sírio poderia ter<br />
de uma abertura política sob o regime<br />
de Al-Assad foi frustrada”, afirma Sarah<br />
Leah Whitson.<br />
Já a minoria curda, que representa<br />
cerca de 10% do total da população síria,<br />
é totalmente excluída dos direitos<br />
coletivos fundamentais, como o de aprender<br />
o idioma curdo ou de celebrar as datas<br />
religiosas, como o Nowhuz (ano novo<br />
curdo). A repressão aos curdos piorou<br />
substancialmente depois de março de<br />
2004, quando manifestações dos curdos<br />
tomaram conta do norte do país, exigindo<br />
igualdade de direitos. Estima-se que<br />
cerca de 300 mil curdos estejam na Síria<br />
sob a condição de apátridas, aguardando<br />
em vão por uma mudança política que<br />
os insira na sociedade síria.<br />
Em discursos e entrevistas, Al-Assad<br />
justifica a estagnação das reformas alegando<br />
que sua prioridade é a economia.<br />
As “circunstâncias regionais” também<br />
servem de pretexto para o conservadorismo,<br />
no entanto, um rápido exame do<br />
histórico sírio revela uma constante repressora<br />
e autoritária que sobrevive ao<br />
passar dos anos e dos diferentes graus<br />
de pressão internacional.<br />
A Síria saiu de um profundo isolamento<br />
imposto pelo ocidente em 2007, quando<br />
os Estados Unidos e a União Europeia<br />
restabeleceram relações diplomáticas<br />
com Damasco. Al-Assad é recebido com<br />
efusividade por líderes internacionais,<br />
apesar da ausência de avanços democráticos<br />
no país.<br />
“O presidente Al-Assad não tem desculpas<br />
para continuar atrasando o programa<br />
de reformas liberais em seu país”, diz<br />
Whitson. “Agora que conseguiu sair do<br />
isolamento internacional, a Síria deve se<br />
abrir”. (Por Human Rights Watch – Tradução<br />
de Victor Grinbaum [ArtiSion.com]).
* Breno Lerner é editor e<br />
gourmand, especializado em<br />
culinária judaica. Escreve<br />
para revistas, sites e jornais.<br />
Dá regularmente cursos e<br />
workshops. Tem três livros<br />
publicados, dois deles sobre<br />
culinária judaica.<br />
COLABORADORES<br />
DE VISÃO<br />
* Breno Lerner<br />
Tzimes Tzimes de de batata batata doce doce<br />
doce<br />
Agradável mistura da batata doce com abacaxi este purê pode ser<br />
comido como entrada ou acompanhamento de assados e grelhados,<br />
com um saborzinho especial de Sucot.<br />
4 batatas doces;<br />
2 colheres de sopa de manteiga;<br />
¾ de xícara de abacaxi em calda, picado;<br />
1 colher de sopa de açúcar mascavo;<br />
Sal à gosto<br />
Páprica para salpicar.<br />
Cozinhe as batatas com casca, descasque-as e transforme em purê.<br />
Coloque a manteiga, sal, açúcar mascavo, o abacaxi e um pouquinho<br />
de sua calda e misture.<br />
Unte uma assadeira com manteiga, coloque o purê e leve ao forno<br />
pré-aquecido a 200 0 C. Asse por 15 minutos, salpique com a páprica<br />
e asse por mais 5 minutos.<br />
YAPRAKES YAPRAKES DE DE QUEIJO<br />
QUEIJO<br />
Esta receita sefaradi é um clássico de Sucot.<br />
1 pote de cream cheese;<br />
½ xícara de damascos secos, bem picados;<br />
1 colher de chá de hortelã picado;<br />
1 colher de chá de mel;<br />
2 colher de sopa de amêndoas picadas;<br />
8 folhas de parreira (em conserva);<br />
Misture todos os ingredientes menos as folhas. Recheie cada folha<br />
com a mistura e enrole como para yaprakes. Deixe na geladeira<br />
por 1 hora e sirva.<br />
ARI ZUGMAN E FAMÍLIA<br />
ARTUR GRYNBAUM<br />
AVRAM FISELOVICI E FAMÍLIA<br />
BORIS E GENY AISENBERG<br />
BUNIA FINKEL<br />
GAL CZERNY E FAMÍLIA<br />
HAROLDO JACOBOVICZ E FAMÍLIA<br />
HELCIO KRONBERG E FAMÍLIA<br />
HENRIQUE E DINA KUCHNIR<br />
IDA LERNER E FAMÍLIA<br />
ISMAR STRACHMAN E FAMÍLIA<br />
JAIME ARON TEIG E FAMÍLIA<br />
JAIME GUELMANN E FAMÍLIA<br />
JAIME INGBERMAN E FAMÍLIA<br />
JAYME NUDELMAN E FAMÍLIA<br />
JAYME ZLOTNIK E FAMÍLIA<br />
JOSÉ SCHWEIDSON E FAMÍLIA<br />
JULIO ZUGMAN E FAMÍLIA<br />
LEILA BURKINSKI E FAMÍLIA<br />
LINA BURKINSKI E FAMÍLIA<br />
MAURÍCIO SCHULMAN E FAMÍLIA<br />
MAURÍCIO FRISCHMANN E FAMÍLIA<br />
MIGUEL KRIGSNER E FAMÍLIA<br />
MOYSÉS BROMFMAN E FAMÍLIA<br />
RIVEN KUNIFAS E FAMÍLIA<br />
RUBENS JACOB TEIG E FAMÍLIA<br />
SABINE WAHRHAFTIG<br />
SALIM IBRAHIM BELACIANO<br />
SAMUEL GRYNBAUM E FAMÍLIA<br />
SARA BURSTEIN<br />
SAUL ZUGMAN E FAMÍLIA<br />
SALIM IBRAHIM BELACIANO<br />
SULAMITA P. MACIORO E FAMÍLIA<br />
SULAMITA PACIORNIK E FAMÍLIA<br />
TANIA MARIA BAIBICH E FAMÍLIA<br />
VERGIL TRIFAN E FAMÍLIA<br />
VICTOR RICARDO HERTZ E FAMÍLIA<br />
VITCIA E BETY ITZCOVICH<br />
ZALMEN CHAMECKI E FAMÍLIA<br />
ANÔNIMOS<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Sucot 2010<br />
Gazpacho de Sandias (Gazpacho de Melancias)<br />
Na Andaluzia, cada homem tem sua<br />
receita de gazpacho, assim como<br />
cada homem tem a sua verdade, diz<br />
Juan Carlos Alonso, cronista gastronômico<br />
espanhol. A receita é muito<br />
antiga de origem andaluz, onde era a<br />
comida das camadas mais pobres da<br />
população. Originalmente era uma<br />
pasta de pão, alho e azeite, feita em<br />
uma tigela de madeira chamada<br />
Dornillo. Daí evoluiu para um creme<br />
ainda à base de pão que levava<br />
pedaços de anchova, alho, vinagre,<br />
açúcar, sal e azeite chamado Capon<br />
de Galera. A chegada do tomate e<br />
dos pimentões da América incrementou<br />
o creme que, como muitos outros<br />
pratos, passou de “comida de pobre”<br />
a “petisco de ricos”. José Briz,<br />
cozinheiro espanhol, que escreveu o<br />
único livro que trata apenas de<br />
Gazpacho, atribui seu nome a uma<br />
derivação da palavra hebraica gazaz,<br />
com o sentido de quebrar em<br />
pedacinhos, fragmentar o pão.<br />
Agora, duas receitas muito especiais, do mestre Arzak, da Espanha:<br />
Carpaccio Carpaccio Carpaccio de de ternera ternera con con crema crema de de mebrillo mebrillo e e su su<br />
su<br />
vinagreta vinagreta vinagreta agridulce agridulce (carpaccio com creme de goiaba e<br />
vinagrete agridoce)<br />
300 g de carne cortada para carpaccio;<br />
150 g de goiabas em calda;<br />
4 colheres de sopa de creme de leite;<br />
1 batata pequena, cozida e sem casca;<br />
1/2 pimenta dedo de moça, sem nervuras e sementes,<br />
picadinha;<br />
Lascas de queijo parmesão para servir;<br />
Cebolinha francesa picada para decorar;<br />
Pimenta rosa para decorar.<br />
Para o vinagrete:<br />
6 colheres de sopa de azeite (se utilizar azeite de nozes<br />
ficará mais sutil);<br />
2 cálices de vinho tinto doce, tipo moscatel;<br />
1 colheres de sopa de vinagre;<br />
3 pepinos em conserva picados;<br />
6 azeitonas pretas picadas;<br />
Sal à gosto.<br />
Escorra e pique o doce de goiabas. Numa panelinha, misture com<br />
o creme de leite e a batata cozida, já transformada em purê. Aqueça<br />
e mexa bem até engrossar um pouco, coloque a pimenta e o sal.<br />
Deixe esfriar. Faça o vinagrete. Bata o azeite com o vinho e o vinagre<br />
para emulsionar. Coloque então os pepinos picados e as azeitonas.<br />
Reserve. Coloque um pouco do recheio em cada fatia de<br />
carpaccio e enrole, formando um rolinho. Alinhe 2 ou 3 rolinhos<br />
num pratinho, cubra e decore com um pouco de vinagrete, as lascas<br />
de parmesão, a pimenta rosa e a cebolinha francesa picada.<br />
3 tomates;<br />
400 g de melancia picada;<br />
1 dente de alho picado;<br />
5 colheres de sopa de azeite;<br />
2 colheres de chá de açúcar;<br />
1/2 pepino picado;<br />
2 colheres de sopa de vinagre de jerez;<br />
1 colher de sopa de mostarda;<br />
Folhas de manjericão para decorar;<br />
Croutons para decorar;<br />
Gotas de óleo de gergelim para decorar.<br />
Coloque os tomates e o alho numa assadeira, regue com<br />
1 colher de sopa de azeite e leve-os ao forno baixo (100 0 C)<br />
por 1 hora. Retire as cascas e pique-os grosseiramente.<br />
Coloque numa tigela e reserve. Na mesma tigela coloque<br />
o pepino picado, a melancia, o vinagre, a mostarda, o azeite<br />
restante e o açúcar. Cubra com água gelada e deixe tomar<br />
gosto por 30 minutos. Bata tudo com o mixer. Se necessário,<br />
coloque mais água e acerte o sal. Sirva em copinhos,<br />
bem gelado, decorando com o manjericão picadinho,<br />
duas gotinhas de óleo de gergelim e croutons.<br />
5
6<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
m período alegre é iniciado<br />
com a festa de Sucot,<br />
compensando o solene<br />
período de Rosh Hashaná<br />
e Iom Kipur.<br />
Há mitsvot nas quais utilizamos<br />
apenas algumas partes de<br />
nosso corpo, por exemplo: a mitsvá<br />
de tefilin, filactérios, que envolve o<br />
braço e a cabeça; tefilá, prece, envolve<br />
a mente e o coração e assim<br />
por diante. Em Sucot, temos<br />
uma I (preceito) singular, que<br />
é a construção de uma sucá;<br />
a única mitsvá que literalmente<br />
envolve a pessoa de corpo<br />
inteiro, com suas vestes materiais.<br />
A sucá nos lembra das Nuvens<br />
de Glória que rodearam nosso<br />
povo durante sua peregrinações pelo<br />
deserto a caminho da Terra Prometida.<br />
Todos então viram a especial proteção<br />
Divina, que D-us lhes concedeu<br />
durante aqueles anos difíceis. Mas<br />
embora as Nuvens de Glória desaparecessem<br />
no quadragésimo ano, na<br />
Shemini Atsêret<br />
Em conexão com a festa de Shemini<br />
Atsêret (o Oitavo Dia de Assembléia),<br />
nossos sábios nos contam uma<br />
bela parábola:<br />
Um rei certa vez promoveu uma<br />
grande festa e convidou príncipes e<br />
princesas a quem<br />
apreciava muito<br />
para seu palácio.<br />
Tendo passado vários<br />
dias juntos, os<br />
hóspedes prepararam-se<br />
para ir<br />
embora. Porém o<br />
rei lhes disse:<br />
“Peço-lhe, fiquem<br />
mais um dia comigo,<br />
é difícil ficar<br />
longe de vocês!”<br />
Assim acontece<br />
conosco, nossos sábios concluem a<br />
parábola. Passamos muitos dias felizes<br />
na sinagoga. D-us deseja nos ver<br />
por mais um dia na sinagoga, e por<br />
isso Ele nos concede uma festa adicional<br />
- Shemini Atsêret.<br />
Em algumas congregações é<br />
costume fazer Hacafot (danças<br />
com a Torá) na noite de Shemini<br />
Atsêret, assim como na noite de<br />
Simchat Torá.<br />
Ainda fazemos nossas refeições<br />
na sucá em Shemini Atsêret,<br />
embora sem a bênção<br />
Festa das Cabanas<br />
14 a 21 de Tishrê de 5771 (22 a 29 de setembro de 2010)<br />
véspera da entrada na Terra de Israel,<br />
nunca cessamos de acreditar que D-us<br />
nos dá Sua proteção, e esta é a razão de<br />
termos sobrevivido a todos nossos inimigos<br />
em todas as gerações.<br />
A sucá<br />
Para que o judeu não se esqueça<br />
de seu verdadeiro propósito na vida,<br />
D-us, em Sua infinita sabedoria e bondade,<br />
nos faz deixar nossas casas confortáveis<br />
nesta época, para habitar<br />
numa frágil sucá, cabana, por sete dias.<br />
A sucá nos lembra que confiamos<br />
em D-us para nossa proteção, pois a<br />
sucá não é nenhuma fortaleza, nem<br />
ao menos fornecendo um telhado sólido<br />
sobre nossa cabeça. Lembra-nos<br />
também de que a vida nesta terra é<br />
apenas temporária.<br />
As refeições na sucá<br />
Durante a festa de Sucot, os homens<br />
devem comer diariamente numa<br />
sucá (cabana) especialmente construída<br />
para este fim. Nestes sete dias,<br />
não é permitido comer fora da sucá<br />
Leshev Basucá.<br />
Sucot é a Festa da Colheita quando<br />
a produção dos campos era colhida e o<br />
dízimo era separado, de acordo com o<br />
mandamento da Torá, e dado aos levitas<br />
e aos pobres. A leitura da Torá no<br />
Serviço Matinal de Shemini Atsêret fala<br />
do mandamento de dar o dízimo.<br />
O serviço de Mussaf, prece adicional,<br />
é assinalado pela prece especial<br />
com pedidos para que haja chuva.<br />
Simchat Torá<br />
A melhor maneira de celebrar Simchat<br />
Torá seria dedicar os dois dias à<br />
leitura da Torá. Mas é justamente o contrário<br />
que ocorre. Todos os judeus, sem<br />
exceção, pegam a Torá fechada e dançam<br />
com ela nos braços.<br />
O ato encerra uma grande lição: se<br />
os festejos fossem realizados com a<br />
Torá aberta, com sua leitura, haveria<br />
distinções entre um judeu e outro, pois<br />
a compreensão e o conhecimento de<br />
cada um são diferentes. Com a Torá fechada,<br />
mostramos a união e a igualdade<br />
de todos os judeus, unidos pela<br />
mesma alegria. O texto não é lido, mas<br />
todos sabem que é algo precioso e, por<br />
isso, dançam juntos e em total alegria.<br />
É a prática em muitas comunidades<br />
– e este é o costume Chabad – conduzir<br />
“hacafot” e dança com os Rolos de Torá<br />
também na véspera de Shemini Atsêret.<br />
Na prece de Mussaf começamos a in-<br />
qualquer refeição que contenha pão<br />
ou massa. Há aqueles que não costumam<br />
beber nem ao menos um copo<br />
de água fora da sucá.<br />
Nos primeiros dois dias e noites da<br />
festa, o kidush, prece sobre o vinho,<br />
antecede a refeição. Nas duas primeiras<br />
noites, é obrigatório comer na sucá<br />
ao menos uma fatia de pão (além do<br />
kidush), mesmo que esteja chovendo.<br />
Nos outros dias, se chover, é permitido<br />
fazer as refeições dentro de casa.<br />
Confiança em D-us<br />
Refletir sobre a sucá nos dá uma<br />
ampla visão do significado de fé em<br />
D-us e da extensão de Sua Divina Providência.<br />
Vamos para a sucá durante<br />
a Festa da Colheita depois de haver<br />
colhido o fruto dos campos.<br />
Se uma pessoa recebeu a bênção<br />
Divina e sua terra produziu com fartura,<br />
seus estoques e adegas estão<br />
repletos, alegria e confiança preenchem<br />
seu espírito - aí a Torá a leva a<br />
abandonar a casa e residir em uma<br />
frágil sucá, para ensiná-la que nem<br />
Shemini Atseret e Simchat Torá<br />
22 e 23 de Tishrê de 5771 (30 de setembro a 1 de outubro de 2010)<br />
serir a frase “mashiv haruach umorid hageshem”<br />
(“quem faz o vento soprar e traz<br />
a chuva”) nas nossas preces diárias<br />
(como continuaremos a fazer durante o<br />
inverno, até o 1º dia de Pêssach).<br />
Hinos especiais sobre a chuva e a<br />
água são acrescentados à Mussaf em<br />
honra da ocasião. O Yizcor é recitado<br />
após a leitura da Torá.<br />
Após Arvit, prece noturna, e o<br />
kidush, prece sobre o vinho, faz-se as<br />
Hacafot (danças com a Torá), recitando-se<br />
preces especiais e tirando-se da<br />
Arca todos os Rolos da Torá, que então<br />
passam a ser carregados ao redor<br />
da Bimá (mesa onde é colocada a Torá<br />
para a leitura) em sete voltas.<br />
Todos recebem a honra de carregar<br />
a Torá. As crianças juntam-se também à<br />
celebração e diversão, e acompanham<br />
a “coreografia” ao redor da Bimá carregando<br />
bandeirolas de Simchat Torá.<br />
As Hacafot são repetidas novamente<br />
durante o serviço matinal, com o<br />
mesmo grau de alegria.<br />
Em Simchat Torá (“Júbilo da Torá”)<br />
concluímos, e recomeçamos o ciclo anual<br />
de leitura da Torá. O evento é marcado<br />
com muita alegria e com e as hacafot da<br />
véspera e da manhã de Simchat Torá.<br />
Durante a leitura da Torá, todos, incluindo<br />
crianças abaixo da idade de bar-mitzvá,<br />
são chamados à Torá; assim a leitura<br />
é feita inúmeras vezes, para que todos<br />
recitem a bênção sobre a Torá neste dia.<br />
riquezas, nem posses, nem terras são<br />
proteções na vida; somente D-us é<br />
que sustenta, mesmo os que habitam<br />
em tendas e cabanas e oferece uma<br />
proteção de confiança.<br />
E se alguém está empobrecido e<br />
seu trabalho não conheceu a bênção<br />
Divina; se a terra não deu o seu produto,<br />
se o fruto da árvore não foi armazenado<br />
em celeiros e se está incerto<br />
e temeroso ao encarar o perigo<br />
da fome nos dias de inverno que se<br />
aproximam, também encontrará repouso<br />
para seu espírito na sucá.<br />
Lembrará como D-us hospedounos<br />
em Sucot no deserto; sustentounos<br />
e nos abasteceu, não nos deixando<br />
faltar nada.<br />
A sucá o ensinará que a Divina<br />
Providência é segurança melhor do<br />
que qualquer bem material, pois não<br />
abandona os que verdadeiramente<br />
crêem em D-us. A sucá o ensinará a<br />
ser forte e corajoso, feliz e tranquilo,<br />
mesmo na aflição e na dificuldade.<br />
(Fonte: Chabad.org).<br />
Três rolos são tirados da Arca para<br />
leitura. No primeiro, a última porção da<br />
Torá - Vezot Haberachá - é lida e relida<br />
muitas vezes, até que todos tenham<br />
sido chamados à Torá, inclusive os que<br />
ainda não fizeram bar-mitzvá são chamados<br />
à Torá juntamente com um membro<br />
destacado da sinagoga. Em seguida<br />
a bênção Hamalach hagoel (O Anjo que<br />
redime) com a qual Yaacov (Jacó), abençoou<br />
os filhos de Yossef (José), é pronunciada<br />
em nome dos meninos.<br />
Para a porção de encerramento chama-se<br />
alguém de destaque que recebe a<br />
denominação de “Noivo da Torá”. Outro<br />
membro é então convocado para a primeira<br />
porção de Bereshit, que é lida no<br />
segundo Rolo da Torá e é denominado<br />
“Noivo de Bereshit”.<br />
Finalmente o Maftir, trecho dos<br />
profetas que acompanha a leitura da<br />
Torá, é lido no terceiro Rolo da Torá.<br />
Dessa maneira, a leitura da Torá prossegue<br />
porção por porção durante o ano<br />
todo, durante todas as épocas, em um<br />
eterno ciclo que quando parece se encerrar,<br />
logo depois recomeça ininterruptamente.<br />
Isto mostra que não há fim na Torá,<br />
que deve ser lida e estudada constantemente,<br />
mais e mais, pois a Torá, como<br />
o próprio D-us que a deu para nós, é<br />
imorredoura. Cumprindo-a, nosso povo<br />
forma o terceiro elo na eterna união<br />
entre D-us, a Torá e Israel. (compilado<br />
de Chabad.org).
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Curitiba terá 1º Festival de Cinema Judaico<br />
ntre os dias 25 e 29/<br />
9, Curitiba terá pela<br />
primeira vez uma<br />
mostra do Festival<br />
de Cinema Judaico<br />
do Clube A Hebraica,<br />
de São Paulo. Foram selecionados<br />
oito filmes premiados internacionalmente<br />
que serão exibidos<br />
no cinema do Shopping Novo Batel.<br />
São eles: Cinco dias sem Nora, Em<br />
Busca da Memória, Roube um Lápis<br />
para Mim, The Yankles, A Cinco Horas<br />
de Paris, Roman Polanski, Duas<br />
Senhoras e Por um de meus olhos.<br />
Entre os destaques, o drama A<br />
Cinco Horas de Paris foi o melhor filme<br />
no Festival Internacional de Cinema<br />
de Haifa 2009. O também premiado<br />
Cinco Dias sem Nora (melhor filme<br />
no Festival Internacional de Cinema<br />
Latino-Americano de Biarritz<br />
2009; melhor filme no Festival de Cinema<br />
de Mar del Plata 2009; júri popular<br />
no Festival de Cinema de Miami;<br />
melhor diretor no Festival Internacional<br />
de Cinema de Moscou) é um<br />
drama mexicano que começa com o<br />
suicídio de Nora por uma overdose de<br />
comprimidos.<br />
Também vale ressaltar o The Yankles,<br />
que entre as premiações recebeu<br />
o Golden Award no Festival de Las<br />
Vegas 2010; melhor comédia no Intl.<br />
Family Festival 2010 e melhor comédia<br />
no Festival Judaico de Los Angeles<br />
2010. A história fala de um ex-jogador<br />
de beisebol vítima de alcoolismo<br />
que é acolhido por estudantes de<br />
uma ieshivá à procura de um treinador.<br />
Já o documentário francês Duas<br />
Senhoras conta a história de uma enfermeira<br />
árabe que começa a trabalhar<br />
para uma idosa judia.<br />
O festival é uma realização da<br />
Comunidade Israelita do Paraná, com<br />
apoio do Shopping Novo Batel, A Hebraica<br />
e Embaixada da França. São<br />
Paulo já realiza o Festival há 14 edições<br />
e o objetivo é tornar a mostra<br />
anual também em Curitiba.<br />
Roube Roube um um um lápis lápis para para mim<br />
mim<br />
Um documentário muito sensível<br />
Steal a Pencil for Me, Holanda,<br />
2007, DVD, 97 min., documentário,<br />
cor, holandês e inglês,<br />
com legendas em português<br />
Direção: Michèle Ohayon.<br />
Elenco: Jack Polak, Ina Soep, Ellen<br />
Ten Damme, Jeroen Krabbe.<br />
Sinopse: Como um triângulo<br />
amoroso se desenrolaria num<br />
Sinopses selecionadas<br />
A A cinco cinco horas horas de de P PParis<br />
P aris<br />
A cinco horas de Paris explora o<br />
comportamento humano<br />
Hamesh Shaot me’Pariz/ Five<br />
Hours from Paris, Israel, 2009, 35 mm,<br />
90 min., drama, cor, hebraico, com<br />
legendas em português. Direção Leonid<br />
Prudovsky. Festivais e Prêmios:<br />
Melhor filme no Festival Internacional<br />
de Cinema de Haifa 2009. Elenco:<br />
Dror Keren, Elena Yaralova. Sinopse:<br />
Yigal tem medo de aviões. Ele é chofer<br />
de taxi e deseja superar a fobia<br />
para acompanhar o filho Assafi para<br />
o bar-mitzvá em Paris. Todas as semanas<br />
ele vai à escola de música buscar<br />
o filho depois dos ensaios. Mas<br />
isso é um pretexto para se encontrar<br />
com Lina, a professora de música por<br />
quem está apaixonado. Mas ela é<br />
casada e se prepara para acompanhar<br />
o marido ao Canadá.<br />
Cinco Cinco dias dias sem sem Nora<br />
Nora<br />
A premiadíssima película Cinco dias sem Nora<br />
Cinco Dias sin Nora/ Nora’s Will,<br />
México, 2008, 35 mm, 92 min., drama,<br />
cor, espanhol, com legendas em<br />
português. Direção: Mariana Chenillo<br />
Festivais e Prêmios: Melhor filme no<br />
Festival Internacional de Cinema La-<br />
campo de concentração? Esse<br />
tema delicado é tratado com<br />
muita sensibilidade pela diretora<br />
Michèle Ohayon. Jack Polak e<br />
Ina Soep se conheceram antes da<br />
guerra, mas ele era casado e ela<br />
vinha de uma rica família do<br />
ramo de diamantes. O documentário<br />
mostra Ina e Jack idosos e<br />
casados há mais de sessenta<br />
anos. Eles lembram como foi o<br />
reencontro de Ina, Jack e a mulher<br />
Manja, no campo de trânsito<br />
perto da aldeia holandesa de<br />
Westerbook e mais tarde Bergen-Belsen,<br />
onde morreu Anne<br />
Frank. O casal conta como mantiveram<br />
a acesa a paixão através<br />
da troca de cartas.<br />
tino-Americano de Biarritz (2009);<br />
melhor filme no Festival de Cinema<br />
de Mar del Plata (2009); júri popular<br />
no Festival de Cinema de Miami;<br />
melhor diretor no Festival Internacional<br />
de Cinema de Moscou. Elenco:<br />
Silvia Mariscal, Fernado Luján, Juan<br />
Pablo Medina. Sinopse: O filme começa<br />
com o suicídio de Nora por overdose<br />
de comprimidos. O ex-marido<br />
José, de quem ela está divorciada há<br />
vinte anos, entra em cena, descobre<br />
o corpo e aos poucos vai percebendo<br />
que a ex-mulher orquestrou detalhadamente<br />
a própria morte. Dona de<br />
um senso de humor macabro, ela até<br />
mesmo teve o cuidado de deixar instruções<br />
para o preparo de bolinhas de<br />
matzá e gefilte fish para a festa de<br />
Pêssach.<br />
The The Y YYankles<br />
Y ankles<br />
Cena do filme Yankles, uma boa comédia<br />
The Yankles, EUA, 2009, 35 mm,<br />
115 min., esporte, cor, inglês, com<br />
legendas em português. Direção: David<br />
R Brooks Festivais e Prêmios: Golden<br />
Award no Festival de Las Vegas<br />
2010; Melhor Comédia no Intl. Family<br />
Festival 2010; Prêmio de Público no<br />
Festival de Palm Beach 2010 e Melhor<br />
Comédia no Festival Judaico de<br />
Los Angeles 2010. Elenco: Brian Wimmer,<br />
Kenneth Brown, Jesse Benet. Sinopse:<br />
Charlie Jones é um ex-jogador<br />
de beisebol vítima de alcoolismo que<br />
foi sentenciado a prestar serviços comunitários.<br />
Rejeitado pela sociedade<br />
por causa do mau comportamento,<br />
para a felicidade e espanto de Charlie<br />
as únicas pessoas que o acolhem<br />
são os estudantes de uma ieshivá à<br />
procura de um treinador.<br />
Duas Duas Senhoras<br />
Senhoras<br />
Dans la Vie/Two Ladies<br />
(França, 2007).<br />
De Philippe Faucon. em<br />
Cores. Duração 73'. Classificação<br />
etária 12 anos. Tendo como pano<br />
de fundo a França de hoje, Selima (Sabrina<br />
Ben Abdallah) é uma jovem enfermeira<br />
árabe. Cansada dos comentários<br />
racistas que ouve diariamente,<br />
resolve trabalhar como enfermeira<br />
particular de Esther (Ariane Jacquot),<br />
judia e idosa. Festivais: Festival de<br />
Cinema Judaico de Boston. Prêmios:<br />
Menção honrosa para Philippe Faucon<br />
e melhor atriz para Sabrina Ben Abdallah,<br />
Ariane Jacquot e Zohra Mouffok<br />
no Festival Internacional de Filmes<br />
de Amor de Mons (Bélgica).<br />
Programação<br />
25 de setembro – sábado — 20h30 – Cinco dias<br />
sem Nora<br />
26 de setembro – domingo — 16h – Roube um Lápis<br />
para mim; 18h – Duas Senhoras;<br />
20h – The Yankles<br />
27 de setembro – segunda-feira — 18h – Duas Senhoras;<br />
20h – Roman Polanski<br />
28 de setembro – terça-feira — 18h – Por um de<br />
meus olhos; 20h – A Cinco Horas de Paris<br />
29 de setembro – quarta-feira — 18h – Em Busca<br />
da Memória; 20h – Cinco dias sem Nora<br />
7<br />
Ingressos<br />
Na segunda-feira: R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00<br />
(meia); de terça à quinta-feira: R$ 13,00 (inteira)<br />
e R$ 6,50 (meia); no sábado e no domingo: R$<br />
15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia). Cineplex Batel:<br />
Al. Dom Pedro II, 255 – Batel. Informações: (41)<br />
3538-6272
8<br />
* Marli Gonçalves é<br />
jornalista.<br />
Preocupa-se muito<br />
quando minorias<br />
acham que estão<br />
fortes, que está<br />
tudo dominado;<br />
quando os<br />
miseráveis<br />
acreditam no<br />
sucesso... dos<br />
outros; quando a<br />
violência contra o<br />
próximo é<br />
ignorada, porque<br />
está no vizinho.<br />
* Art Benveniste é<br />
historiador<br />
aposentado,<br />
sefaradita e<br />
animador cultural<br />
em Los Angeles. Ele<br />
edita a newsletter<br />
HaLapid, boletim<br />
da Sociedade de<br />
Estudos<br />
Criptojudaicos.<br />
Distribuído por<br />
www.porisrael.org<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Marli Gonçalves *<br />
A vontade é de sair por aí,<br />
cutucando todo mundo que encontro,<br />
chamando a atenção, conversando<br />
com calma, expondo a<br />
situação, mostrando imagens e<br />
notícias. Ei, você já viu o que estão<br />
fazendo com as liberdades? Ei,<br />
percebeu que não tem havido<br />
garantias mínimas dos cidadãos, em<br />
todo mundo? Caracolas, afinal, em<br />
que mundo você vive?<br />
perigo das massas não<br />
diz respeito só a engordar.<br />
O sujeito histérico<br />
de bigodinho rente,<br />
cara de maluco e<br />
mãozinha esticada. Milhões<br />
de outros esticando a<br />
mãozinha também. O discurso do<br />
todo mundo igual, treinado, vindo do<br />
homem de cara feia, fardado, que de<br />
Duce não tinha nada. Qual a diferença<br />
do sujeito atarracado - o ditador<br />
da Coreia do Norte, Kim Jong-il? E do<br />
outro baixinho, o presidente do Irã,<br />
Mahmoud Ahmadinejad? São todos<br />
assassinos, mandantes, bárbaros,<br />
alucinados imbuídos de poderes e<br />
com domínio impressionante da comunicação<br />
e marketing.<br />
Como são tão - ou mais - escro-<br />
Em sua apresentação à Conferência<br />
da Society for Crypto-Judaic Studies<br />
(SCJ) de 1999, em Los Angeles,<br />
Seth Ward contou sobre uma mulher,<br />
no norte do Estado do Novo México,<br />
que havia entrevistado. Ela estava<br />
descrevendo as práticas criptojudaicas<br />
de sua família e contou sobre seu<br />
jogo de cartas, todo mês de setembro,<br />
com a avó. Jogar cartas era um<br />
ritual anual da família que estava relacionada<br />
de alguma forma com os<br />
grandes feriados judaicos.<br />
Lembrei-me de uma história contada<br />
pelo Rabino Baruch Garzon, da<br />
Espanha: Há vários anos atrás, a comunidade<br />
judaica da Espanha queria<br />
comprar um terreno na região de Barcelona,<br />
para um acampamento de verão<br />
para jovens judeus. O Rabino Garzon<br />
viajou de Madri até lá, para negociar<br />
com o proprietário. Era final de<br />
setembro. O preço foi acertado e o<br />
rabino disse ao dono que ele estava<br />
voltando para Madri para falar com<br />
os diretores de sua instituição e que<br />
O fascismo está de ronda.<br />
Em qual planeta você vive?<br />
tos, midiáticos e sanguinários do que<br />
os outros, bem, esses dois últimos<br />
são visíveis, digamos assim. E Hitler<br />
e Mussolini já eram; só que foram,<br />
mas deixaram suas ideias de jerico e<br />
liderados aficionados.<br />
Nós cantávamos e contávamos<br />
favas. Dizíamo-nos contentes, batendo<br />
no peito, celebrando que o horror<br />
jamais voltaria; que aqueles fatos<br />
horrorosos, como o Holocausto, Hiroshima,<br />
Nagasaki, jamais se repetiriam,<br />
porque o mundo estaria eternamente<br />
alerta. Era o fim das ditaduras,<br />
as da região “dos bananas” latino-<br />
americanos e outros, tribais, como<br />
as guerras africanas. Seria o fim da<br />
perseguição religiosa, racial, contra<br />
minorias.<br />
Acho que desligaram esse alarme.<br />
Na última semana, mais de 300 ciganos<br />
foram deportados na França,<br />
como animais enxotados pelo elegante<br />
presidente Nicolas Sarkozy e<br />
sua linda primeira-dama, Carla Bruni.<br />
Depois de conseguir o apoio de Itália,<br />
a França ainda tentou convencer<br />
outros países da Europa a expulsar os<br />
ciganos, num congresso sobre imigração<br />
organizado para 6 de setembro.<br />
Qual será o próximo?<br />
Há alguns dias soubemos da chacina,<br />
fuzilamento, aniquilamento, assassinato<br />
cruel de 72 pessoas na fron-<br />
poderiam assinar os documentos na<br />
semana seguinte.<br />
Voltando a Madri, naquela noite,<br />
Garzón recebeu um telefonema do<br />
proprietário do terreno em Barcelona.<br />
O homem disse que havia determinados<br />
dias da semana seguinte<br />
nos quais não poderia assinar os papéis.<br />
O rabino tomou nota das datas<br />
e foi para a cama. No dia seguinte,<br />
estava prestes a colocar as datas no<br />
calendário, quando percebeu que<br />
coincidiam com as grandes festas judaicas.<br />
Ligou para Barcelona e perguntou<br />
ao homem por que ele não<br />
podia assinar naqueles dias. Foi-lhe<br />
dito que a família do proprietário tinha<br />
um “estranho” calendário e havia<br />
uns poucos dias de cada ano,<br />
quando não trabalhavam nem tocavam<br />
em dinheiro. O Rabino perguntou<br />
o que a família fazia nesses dias. Ele<br />
disse que jogavam baralho. Ao consultar<br />
o “estranho” calendário do homem<br />
nos anos seguintes, descobriu que os<br />
dias em questão, sempre caíam nas<br />
Grandes Festas. Só que ele não tinha<br />
explicação para o jogo de cartas.<br />
teira do México com os EUA. Não é<br />
muito diferente do número de pessoas<br />
esperando por punições no Irã, por<br />
qualquer coisa que tenham dito que<br />
fizeram. Nem podem escolher entre<br />
apedrejamento, fuzilamento, forca,<br />
mutilação. Esqueceram das ocupações<br />
violentas do Haiti, das mortes<br />
nas fronteiras daqui de cima.<br />
Vou chegando mais perto. Qual<br />
poder reveste os traficantes e donos<br />
dos morros e favelas cariocas a ponto<br />
de a própria polícia e autoridades<br />
mostrarem-se sem forças, e os governantes<br />
considerarem suas áreas<br />
como ocupações fortificadas? Um<br />
novo cangaço?<br />
Favelas de São Paulo têm virado<br />
tochas, em um movimento claro de<br />
ocupação não só imobiliária de áreas<br />
nobres, como também de demonstração<br />
de força, da lei do quem-mandaaqui.<br />
O terror. São Paulo, uma das<br />
maiores metrópoles do mundo já parou,<br />
sob a ameaça do PCC naqueles<br />
terríveis e inesquecíveis dias de maio.<br />
Isso foi esquecido? Todas aquelas<br />
mortes? Ônibus tostando? Fuzilamentos<br />
à luz do dia?<br />
Esse clima de X versus Y, Copa do<br />
Mundo, Brasil ame-o ou deixe-o, inclusão,<br />
inserção digital e outras tem nos<br />
deixado a cada dia mais individualistas,<br />
e isso não é nada bom para quem<br />
pretende um, pelo menos, algum, Futuro.<br />
Não podemos ligar a maquininha<br />
do “foderaiser”, em sua forma mais<br />
aportuguesada, por menos que tenhamos<br />
relações com alguns fatos. Lembre<br />
sempre: a próxima vítima posso ser<br />
eu, você, nós todos.<br />
Ao nosso lado, uma dirigente tenta<br />
fechar jornais; o ditador volta à<br />
vida; o general aparece cheio de comendas,<br />
arrotando nacionalismo, enfrentando<br />
potências, jogando povos<br />
contra povos.<br />
Estamos com nossos dados particulares<br />
expostos como bundas na janela,<br />
de dados fiscais a pessoais.<br />
Andam querendo fazer leis até para<br />
dentro de nossas casas. A propaganda,<br />
direta e a subliminar, vem sendo<br />
inoculada nas veias, como um veneno<br />
letal, absorvido principalmente<br />
pelos mais jovens, que não viram, não<br />
sabem, não sentiram. E não estão<br />
nem querendo saber.<br />
O caminho do perigo é conhecido.<br />
Não precisa ter bigodinho, nem<br />
levantar o bracinho nas multidões.<br />
Hoje a cara do fascismo é outra, mais<br />
palatável, repaginada, ares de modernidade.<br />
A estampa da caveira permanece,<br />
e não só nos paninhos do<br />
estilista metido a besta. Não são caveiras<br />
de bandeira pirata. Hoje, os<br />
piratas voltaram só a roubar, e nem<br />
bandeira têm.<br />
Jogo de cartas para ocultar a identidade judaica<br />
Art Benveniste *<br />
O jogo de baralho, disfarce para<br />
a oração<br />
O Rabino explicou que durante o<br />
período da Inquisição, os criptojudeus<br />
se reuniam para rezar sentados<br />
em torno de uma mesa com as cartas<br />
do baralho sobre ela e os livros<br />
de oração em seus colos. Quando<br />
estranhos passavam e olhavam para<br />
dentro da casa, jogavam as cartas,<br />
mas, quando estavam sós, voltavam<br />
aos livros de oração.<br />
Em abril passado, repeti essa história<br />
numa palestra que dei em Tucson,<br />
Arizona. Minha apresentação foi publicada<br />
pelo Tucson Jewish Chronicle. Logo<br />
depois o Chronicle recebeu uma carta<br />
de Emma Moya, de Patrimônio do Norte,<br />
Novo México. Ela dizia:<br />
No Novo México, as cartas são chamadas<br />
de baralhos e em outras áreas<br />
do sudoeste são chamadas cartas<br />
mesmo. Nossa Academia de Hebraico,<br />
de Albuquerque, tem pesquisado<br />
e registrado as seguintes informações,<br />
que podem ou não se relacionar com<br />
a declaração do Sr. Benveniste no Chronicle:<br />
A palavra “baralho” (do espanhol<br />
baraja, refere-se à palavra berachá<br />
(oração), em hebraico.<br />
Além disso, recebi recentemente<br />
um e-mail de Judith Crystal Pirkle, que<br />
descreveu costumes da sua família.<br />
Ela escreveu:<br />
Todas as histórias foram enviadas<br />
a mim por minha mãe e sua família,<br />
todas foram verificadas. Também havia<br />
o hábito de jogar cartas na véspera<br />
do sábado (Erev Shabat), que foi<br />
transmitido através de nossa família.<br />
Quando os soldados mexicanos<br />
inspecionavam as casas nas noites de<br />
sexta-feira para se certificarem de<br />
que ninguém estava observando o<br />
sábado, os criptojudeus jogavam baralho<br />
e contavam histórias da Torá<br />
com as cartas. Colocava-se um pano<br />
grosso sobre a mesa com uma vela<br />
grande acesa; na hora de deitar, a vela<br />
era colocada sob a mesa, para não<br />
ser vista através das janelas.<br />
Desde então, tenho recebido vários<br />
outros exemplos de criptojudeus,<br />
que usavam o jogo de baralho como<br />
um estratagema para esconder a observância<br />
dos rituais judaicos.
eunimo-nos hoje<br />
aqui para compartilhar<br />
informação e<br />
conhecimento. A inteligência<br />
não é somente<br />
dados frios confiáveis<br />
acerca da composição<br />
numérica, ou armamento, ou a<br />
disposição das forças militares. O elemento<br />
mais importante da inteligência<br />
deve ser a compreensão da mentalidade<br />
e a intenção do inimigo. O<br />
ocidente tem se retorcido num estado<br />
de ignorância e negação por 30<br />
anos enquanto extremistas muçulmanos<br />
perpetravam sua maldade contra<br />
vítimas inocentes em nome de Alá. Eu<br />
tinha 10 anos quando minha casa<br />
desabou ao meu redor, enterrandome<br />
sob os escombros e fazendo-me<br />
beber meu próprio sangue para sobreviver,<br />
enquanto os criminosos gritavam:<br />
“Alá Akbar!” Meu único crime foi<br />
ser cristã vivendo numa cidade cristã.<br />
Aos 10 anos, aprendi o significado<br />
da palavra “infiel”.<br />
Tive um curso acelerado de sobrevivência.<br />
Não nas Escoteiras,<br />
mas em um refúgio antiaéreo, onde<br />
vivi durante sete anos na obscuridade,<br />
no frio gelado, na água contaminada<br />
e comendo pasto para sobreviver.<br />
Aos de 13 anos, vestia-me com<br />
minha roupa de enterro para ir dormir<br />
à noite, na espera de ser sacrificada.<br />
Com a idade de 20 anos, tinha<br />
enterrado a maioria dos meus amigos,<br />
assassinados por muçulmanos.<br />
Não éramos os norte-americanos que<br />
vivem em Nova York ou os britânicos<br />
em Londres. Éramos cristãos árabes<br />
vivendo no Líbano.<br />
Como vítima do terrorismo islâmico,<br />
surpreendi-me quando vi que os<br />
americanos acordaram dia 12 de setembro<br />
de 2001, e se perguntaram:<br />
Por que nos odeiam? “Os experts e<br />
psicanalistas saíam-se com todo o<br />
tipo de desculpas para explicar o que<br />
fizemos para ofender o mundo muçulmano.<br />
Mas se os EUA e o Ocidente<br />
tivessem prestado atenção ao Oriente<br />
Médio, não precisariam fazer essa<br />
pergunta. Em poucas palavras,<br />
odeiam-nos porque somos definidos<br />
de acordo com sua ótica por uma simples<br />
palavra: “infiéis”.<br />
Sob o estandarte da Comunidade<br />
Islâmica ‘la, ilaha illa Alá, Muhammad<br />
- rasoulu Alá’ (Não existe outro D-us<br />
que Alá e Maomé é o Mensageiro de<br />
Alá) assassinaram crianças judias em<br />
Israel, cristãos no Líbano, mataram os<br />
coptas no Egito, os assírios na Síria,<br />
os hindus na Índia, e expulsaram quase<br />
900.000 judeus das terras muçul-<br />
Uma árabe alerta os EUA<br />
contra o islã radical<br />
manas. Nós, os “infiéis” do Oriente<br />
Médio pagamos o preço então. Agora<br />
os “infiéis” em todo o mundo estão<br />
pagando o preço de sua indiferença<br />
e falta de visão.<br />
Tolerar o mal é um crime. O apaziguamento<br />
de assassinos não compra<br />
proteção. Só ganha a falta de respeito<br />
e o ódio do inimigo. No entanto,<br />
a apatia é a arma do suicídio do<br />
Ocidente. A filosofia de ser “politicamente<br />
correto” cria parceiros que nos<br />
amarram os tornozelos, e assim os<br />
islamistas nos conduzem à nossa própria<br />
desaparição.<br />
Os EUA e o Ocidente estão condenados<br />
ao fracasso nesta guerra<br />
a menos que se ponham de pé e<br />
identifiquem seu verdadeiro inimigo:<br />
o Islã. Ouve-se falar da Kahaba<br />
e do Islã salafista como a única forma<br />
extrema do Islã. Todos os outros<br />
muçulmanos são supostamente moderados<br />
maravilhosos. Mais próximas<br />
da verdade encontram-se as<br />
imagens da erupção da violência irracional<br />
em reação às caricaturas de<br />
Maomé impressas por um jornal dinamarquês.<br />
Da queima das embaixadas,<br />
às incitações aos massacres<br />
para os que escarnecem do Islã, ou<br />
as advertências para que o Ocidente<br />
se prepare para outro holocausto,<br />
essas imagens nos têm dado<br />
uma ideia da verdadeira face do inimigo.<br />
Notícias, fotos e vídeos destes<br />
eventos representam a visão do<br />
ódio pintado pelas diferentes nacionalidades<br />
que compartilham uma<br />
ideologia comum do ódio, fanatismo<br />
e intolerância derivados de uma<br />
fonte: o autêntico Islã. Um Islã que<br />
está despertando de séculos de letargia<br />
para voltar a acender sua ira<br />
contra os infiéis e dominar o mundo.<br />
Um Islã que declarou a ‘Intifada’<br />
no Ocidente.<br />
Os Estados Unidos e o Ocidente<br />
não podem mais dar-se ao luxo de<br />
se deixar ficar em seu estado de ignorância<br />
negligente. As consequências<br />
desta enfermidade mental começam<br />
a atacar o corpo, e se não<br />
forem tomadas agora as medidas necessárias<br />
para controlá-la, a morte<br />
estará chegando e logo. Se você pretende<br />
entender a natureza do inimigo<br />
que enfrentamos, visualize um<br />
tapete de serpentes que deslizam e<br />
sibilam, e comer-se-iam vivas uma<br />
às outras, mas uniram-se numa massa<br />
horrivelmente uniforme para lograr<br />
seu objetivo comum de impor o<br />
Islã ao mundo.<br />
Esta é a cara feia do inimigo que<br />
combatemos. Lutamos contra uma<br />
poderosa ideologia que pode alterar<br />
os instintos humanos básicos. Uma<br />
ideologia que pode fazer de uma mãe<br />
plataforma de lançamento de morte.<br />
Um exemplo perfeito é um dos dirigentes<br />
do Hamas nos territórios palestinos<br />
que entrou em paroxismo de<br />
gozo celestial por ter enviado três de<br />
seus filhos à morte enquanto oferecia<br />
os ainda vivos para imolarem-se<br />
pela causa. É uma ideologia que faz<br />
com que indivíduos altamente educados<br />
como médicos e advogados se<br />
alegrem muito mais se matando que<br />
recebendo todo o respeito e prestígio<br />
que a vida em sociedade é capaz<br />
de lhes dar.<br />
Os Estados Unidos têm sido o<br />
objetivo prioritário do ódio e do terror<br />
islâmico radical. Todos as sextasfeiras<br />
soam cantos estridentes nas<br />
mesquitas do Oriente Médio pronunciando<br />
orações e cantorias monótonas<br />
de chamamento à morte, à destruição<br />
e condenações de “abaixo os<br />
Estados Unidos e seu povo”. As<br />
ações de radicais islâmicos têm sido<br />
tão vis como suas palavras. Desde a<br />
crise dos reféns no Irã, mais de três<br />
mil norte-americanos foram mortos<br />
numa campanha de terror sem precedentes<br />
em sua crueldade calculada,<br />
junto com milhares de outros cidadãos<br />
de todo o mundo. Nem sequer<br />
os nazistas transformaram seus<br />
próprios filhos em bombas humanas,<br />
e depois se regozijavam com suas<br />
mortes, assim como a morte de suas<br />
vítimas. Justificam e glorificam este<br />
assassinato intencional, indiscriminado<br />
e ainda por cima de cidadãos<br />
norte-americanos inocentes em<br />
nome do Islã.<br />
Os Estados Unidos não podem se<br />
defender eficazmente nesta guerra a<br />
menos e até que o povo norte-americano<br />
compreenda a natureza do inimigo<br />
que enfrentamos. Inclusive depois<br />
de 11/9 há aqueles que dizem<br />
que temos que conversar com nossos<br />
inimigos terroristas, e que temos que<br />
compreender suas queixas. Sua queixa<br />
é nossa liberdade de religião. Sua<br />
queixa é nossa liberdade de expressão.<br />
Sua queixa é nosso processo democrático<br />
onde impera a lei proveniente<br />
das vozes de muitos e não de<br />
só um profeta. Reside no respeito que<br />
inculquemos em nossas crianças respeito<br />
a todas as religiões. É a igualdade<br />
que outorgamos entre nós como<br />
seres humanos que compartilham um<br />
planeta e a luta para fazer do mundo<br />
um lugar melhor para toda a humanidade.<br />
Sua queixa é a amabilidade e o<br />
respeito que um homem mostra a uma<br />
mulher, a justiça que praticamos<br />
como iguais perante a lei, e a miseri-<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Discurso dirigido ao norte-americano, mas que se aplica perfeitamente a todo ser humano não-muçulmano<br />
Brigitte Gabriel *<br />
córdia que concedemos aos inimigos.<br />
Essas queixas não podem ser respondidas<br />
com a desculpa do que somos<br />
e quem somos.<br />
Nossa atitude medíocre de não<br />
enfrentar as forças islâmicas de intolerância<br />
e ódio onde se manifestaram<br />
nos últimos 30 anos, deu-lhes<br />
poder e fortaleceu-os para lançar o<br />
ataque em grande escala contra as<br />
mesmas liberdades que tanto valorizamos.<br />
Eles querem impor à nossa<br />
civilização seus valores e sua<br />
forma de vida.<br />
Se não despertarmos e desafiarmos<br />
nossa comunidade muçulmana a<br />
agir contra os terroristas dentro dela,<br />
se não acreditarmos em nós mesmos<br />
como norte-americanos e no sistema<br />
que todos devemos celebrar juntos<br />
patrioticamente, pagaremos um preço<br />
por nossa inação. Para o bem de<br />
nossos filhos e nosso país, devemos<br />
acordar e tomar medidas. Frente a<br />
uma torrente de invectivas de ódio e<br />
assassinato terrorista, a curva de<br />
aprendizagem dos Estados Unidos<br />
desde a crise dos reféns no Irã é tão<br />
pouco profunda que é quase plana.<br />
Quanto mais tempo permanecermos<br />
em posição inerte, mais difícil será<br />
mantermo-nos em pé.<br />
Tudo isto está se tornando uma<br />
realidade. Um antipatriota a favor dos<br />
muçulmanos é o Presidente deste<br />
grande país. Como pode acontecer?<br />
Pela apatia, por isso mesmo!<br />
<strong>VJ</strong> INDICA<br />
Receitas da Vida<br />
Ed. Melhoramentos<br />
LIVRO<br />
Receitas da Vida é um livro de culinária<br />
que vai além de ingredientes<br />
e modos de preparo, pois reúne receitas<br />
e o ambiente em que esses<br />
pratos eram preparados e degustados.<br />
Cada receita ganha vida ao<br />
fazer parte de uma cozinha com<br />
forno a lenha, na década de 1920,<br />
ou no gesto de uma criança que<br />
pega kneidalach da panela antes<br />
mesmo de ele estar pronto ou de<br />
uma mãe que prepara uma refeição especial para<br />
sua família.<br />
Prove as receitas e saboreie as recordações dos<br />
residentes do RIAE – Residencial Israelita Albert<br />
Einstein. Finalista 2010 do Prêmio Gourmand.<br />
9<br />
* Brigitte Gabriel é<br />
especialista no<br />
conflito do Oriente<br />
Médio e<br />
conferencista<br />
internacional sobre<br />
o tema. Foi<br />
apresentadora de<br />
notícias da<br />
televisão El Mundo<br />
Noticias de Medio<br />
Oriente e<br />
fundadora do<br />
AmericanCongress<br />
forruth.com Este<br />
discurso foi<br />
pronunciado em<br />
Washington, DC,<br />
em 3 de agosto<br />
2010. Para saber<br />
mais sobre Brigitte<br />
Gabriel acesse<br />
http://<br />
es.wikilingue.com/<br />
pt/Brigitte_Gabriel
10<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Chavez não crê que o Irã seja um perigo<br />
Fidel diz que Ahmadinejad deve abandonar<br />
antissemitismo e parar de negar o Holocausto<br />
uma entrevista a um<br />
correspondente da revista<br />
americana The<br />
Atlantic, o ex-presidente<br />
cubano Fidel Castro<br />
criticou duramente o iraniano<br />
Mahmoud Ahmadinejad<br />
por continuar a negar o Holocausto.<br />
Segundo o ex-comandante da ilha,<br />
o governo de Teerã deveria abandonar<br />
o antissemitismo e tentar entender<br />
os motivos pelos quais os judeus<br />
foram perseguidos em todo o mundo<br />
ao longo da história.<br />
— Acho que ninguém sofreu mais<br />
do que os judeus. Diria até que eles<br />
sofreram<br />
muito mais<br />
do que os<br />
muçulmanos.<br />
Sofreram<br />
muito mais<br />
porque são<br />
acusados e<br />
caluniados<br />
por tudo. Nenhum<br />
povo<br />
foi tão perse-<br />
guido na história<br />
- disse<br />
Fidel Castro<br />
na entrevista.<br />
— Os judeus tiveram uma existência<br />
muito pior que a nossa. Não há<br />
nada que se compare ao Holocausto.<br />
Ainda assim, Fidel não é a favor<br />
das sanções dos Estados Unidos e de<br />
Israel ao Irã, que considera gratuitas.<br />
Considera, ainda, que Israel só conseguirá<br />
garantir a sua segurança<br />
quando se comprometer ao desarmamento<br />
nuclear.<br />
O ex-presidente cubano está<br />
afastado do poder desde 2006 devido<br />
a problemas de saúde. Ele renunciou<br />
ao cargo em favor do seu irmão,<br />
Raúl Castro, que hoje governa Cuba.<br />
No mês passado, o líder fez seu<br />
primeiro discurso no Parlamento nos<br />
últimos quatro anos. Na semana passada,<br />
ele falou a milhares de estudantes<br />
da Universidade de Havana.<br />
Nas duas ocasiões, Fidel abordou o<br />
risco de uma guerra nuclear envolvendo<br />
Estados Unidos, Irã e Israel.<br />
Defesa dos muçulmanos<br />
Três dias depois, o líder da Revolução<br />
cubana, Fidel Castro, amenizou<br />
suas explosivas declarações anteriores,<br />
em que dissera que o modelo<br />
comunista já não servia mais para<br />
Cuba, lembrou que é o capitalismo<br />
que fracassou, sublinhando o sofrimento<br />
dos muçulmanos no mundo.<br />
As palavras de Castro tinham causado<br />
estupor dentro e fora da ilha, e<br />
originaram rios de tinta sobre um suposto<br />
reconhecimento do fracasso do<br />
socialismo cubano e o apoio às reformas<br />
empreendidas por seu irmão,<br />
Raúl Castro, mas nenhum meio oficial<br />
fez a menor alusão á famosa frase.<br />
Fidel não negou ter dito aquelas<br />
palavras nem pôs em questão o trabalho<br />
do entrevistador da revista, Jeffrey<br />
Goldberg, um “grande jornalista”<br />
que “não inventa frases”. No entanto,<br />
Fidel disse que sua frase “representava<br />
exatamente o contrário do<br />
que fora interpretado pelo jornalista<br />
sobre o modelo cubano”.<br />
Fidel explicou o que havia querido<br />
dizer: “Minha ideia, como todos<br />
O site israelense da Palestinian Media Watch - PMW<br />
(Observação da Mídia Palestina - http://palwatch.org/<br />
main.aspx?fi=157&doc_id=3053), ONG dirigida por Itamar<br />
Marcus e Zilberdik Jacques Nan noticiou que no Ano Novo<br />
judaico, a TV oficial da Autoridade Palestina transmitiu uma<br />
reportagem mostrando os judeus rezando no Muro das Lamentações, enquanto a<br />
narradora dizia que eram “pecadores e imundos”.<br />
O mesmo programa também descreveu a história judaica como sendo “falsa”.<br />
A narradora da TV da AP disse textualmente: “Eles [israelenses] sabem com certeza<br />
de que nossas raízes [palestinas] são mais profundas do que a sua falsa história.<br />
Nós, das varandas de nossas casas, olhamos para fora e nos preocupamos com a<br />
santidade [islâmica] e com o pecado e a imundície [dos judeus orando junto ao Muro<br />
Ocidental]”. O programa foi transmitido pela TV da AP, que está a cargo da Fatah, no<br />
dia 10 de setembro de 2010. É mais uma demonstração das intenções da Autoridade<br />
palestina e firmar um acordo de paz com Israel. (PMW)<br />
..E em pecado e imundos [os judeus<br />
rezando no Muro]<br />
TV da AP: judeus rezando no<br />
Muro das Lamentações são<br />
“pecadores e imundos”<br />
Dias depois, ataca o capitalismo e defende os muçulmanos<br />
sabem, é que o sistema capitalista já<br />
não serve nem para os Estados Unidos,<br />
nem para o mundo, já que cai de<br />
crise em crise, que são cada vez mais<br />
globais e repetidas (...) Como poderia<br />
servir semelhante sistema para um<br />
país socialista como Cuba?”.<br />
Mas Fidel não só mudou essa frase,<br />
como também fez com a que se<br />
referira à sua pouco comum defesa<br />
dos judeus na entrevista, ao recordar<br />
que “não foram os únicos perseguidos<br />
e caluniados por suas crenças: os<br />
muçulmanos, durante mais de 12 séculos,<br />
foram atacados e perseguidos<br />
pelos cristãos europeus”.<br />
Além disso, a par do reconhecimento<br />
do sofrimento dos judeus, Fidel<br />
atacou, mais uma vez, o Estado de<br />
Israel, ao dizer que ali “os palestinos<br />
são privados de suas terras, suas casas<br />
são demolidas por monstruosos<br />
equipamentos e, homens, mulheres e<br />
crianças, bombardeados com fósforo<br />
e outros meios de extermínio”.<br />
Com seu discurso, o volátil Fidel<br />
Castro aparenta querer emendar um<br />
lapsus linguae (“escorregão de linguagem”)<br />
e tornar todas as declarações<br />
com as quais ultimamente surpreendeu<br />
o mundo de novo numa miragem em<br />
um país donde suas palavras sempre<br />
foram lidas como o farol da revolução.<br />
Após o “pai”, manifesta-se o<br />
“filhote”<br />
Depois que Castro falou dos judeus,<br />
advertindo Ahmadinejad para<br />
que parasse com seu antissemitismo<br />
e a negação do Holocausto, o presidente<br />
venezuelano, Hugo Chávez,<br />
anunciou que em breve se reunirá com<br />
a comunidade judaica da Venezuela.<br />
“Tentaram fazer uma campanha<br />
de que sou antijudeu, inimigo dos judeus<br />
(...); na verdade, respeitamos e<br />
queremos ao povo judeu”, disse.<br />
“Na Venezuela há uma comunidade<br />
judaica respeitável” e a presidenta<br />
argentina, Cristina Fernandez, “que<br />
sempre tem estado preocupada porque<br />
sabe que me chamam de tirano,<br />
assassino, ditador, antissemita, mas<br />
ela sabe que é totalmente falso, como<br />
sabe quase todo o mundo (...), inteirou-se<br />
dessa reunião” e expressou<br />
sua felicidade, reiterou.<br />
Chávez rompeu relações diplomáticas<br />
com Israel após os ataques de<br />
janeiro de 2009 contra o grupo terrorista<br />
palestino Hamas na Faixa de<br />
Gaza, e também então exigiu que se<br />
retratassem os que em seu país o responsabilizaram<br />
pelo ataque perpetrado<br />
um ano antes a sinagoga Tiferet-<br />
Israel, a principal de Caracas.<br />
Uma vez conclamado pela justiça<br />
venezuelana que o ataque teve estranhamente<br />
como móvel o roubo e que<br />
as pichações contra Israel em suas<br />
paredes pretendiam confundir a polícia,<br />
Chávez pediu retratação aos líderes<br />
opositores, diretores da mídia<br />
e personalidades judaicas que lhe<br />
atribuíram responsabilidades no fato.<br />
“Não sejam tão descarados e irresponsáveis!”,<br />
disse após acusálos<br />
de pretender “uma criminosa espécie<br />
de guerra religiosa midiática”<br />
na Venezuela.<br />
O governo dos EUA, que analisa<br />
anualmente a situação mundial sobre<br />
a perseguição e a discriminação por<br />
motivos religiosos, assinalou em outubro<br />
passado que a liberdade religiosa<br />
é “amplamente respeitada” na América<br />
Latina, “exceto” em Cuba e incluiu a<br />
Venezuela entre os países que acusa<br />
de por travas à liberdade de culto.<br />
País mais perigoso do mundo<br />
Não faz muito tempo, o mesmo<br />
Hugo Chávez, disse que o maior risco<br />
de que irrompa uma guerra nuclear<br />
no mundo provém de Israel, “que tem<br />
bombas atômicas que lhe deram os<br />
Estados Unidos”.<br />
“Há milhares de ogivas nucleares<br />
no mundo, mas Israel é o mais perigoso”,<br />
disse Chávez após nomear os<br />
países que têm armas atômicas e referir-se<br />
às advertências do líder cubano<br />
Fidel Castro de que atualmente<br />
existe um risco certo de que se desate<br />
uma conflagração nuclear.<br />
Chávez declarou que conhece vários<br />
dos governantes que têm arsenais<br />
atômicos, entre os que citou, da<br />
Rússia e China, mas descartou que<br />
eles possam ser os precursores desse<br />
conflito “porque são gente séria”.<br />
O governante venezuelano disse<br />
que após o risco israelense, a segunda<br />
opção é a dos Estados Unidos.<br />
“Podemos ter grandes dúvidas<br />
sobre os Estados Unidos, porque ainda<br />
que (o presidente Barack) Obama<br />
seja um homem distinto a extrema<br />
direita yanque, não está claro quem<br />
mande realmente”, disse Chávez.<br />
“Há dúvidas se é Obama quem<br />
realmente manda nos Estados Unidos<br />
ou é o império o que manda”, insistiu<br />
o venezuelano.<br />
Chávez acrescentou que colocar<br />
os Estados Unidos entre os possíveis<br />
causadores de uma “catástrofe nuclear”<br />
não é desatino porque foi o<br />
único país que já lançou duas bombas<br />
atômicas, contra o Japão.<br />
Ele ainda disse que se apesar das<br />
advertências de Castro acontecer<br />
essa guerra “poderia significar o fim<br />
da espécie humana”. (EFE).
sta espantosa comparação<br />
entre a ajuda<br />
ao Haiti e a Gaza<br />
não obteve repercussão<br />
na mídia, nos<br />
meios políticos internacionais<br />
e nem entre<br />
as ONGs do mundo todo.<br />
O fato é ainda muito pior do<br />
que parece — quando se coteja<br />
ambas as populações envolvidas e<br />
as mortes em decorrência do terremoto<br />
e da operação Chumbo<br />
Derretido desencadeada por Israel,<br />
contra os ataques terroristas<br />
orientados pelo Hamas.<br />
Estimativas da CIA de 2009 dão<br />
conta que 1.551.859 pessoas vivem<br />
em Gaza, mas a população do<br />
Haiti é de 5.035.536 habitantes.<br />
Isso significa que, per capita,<br />
Gaza obtém US$ 579,95, mas o<br />
Haiti apenas US$ 77,47. Assim,<br />
Gaza é aquinhoada 7,5 vezes mais<br />
por habitante após a operação das<br />
FDI de Israel do que o Haiti depois<br />
do terremoto que devastou o país.<br />
Se prestarmos atenção também<br />
para o número de mortos, o<br />
Haiti perdeu uma estimativa de<br />
230.000 pessoas em 12 de janeiro<br />
de 2010, o que equivale a uma<br />
ajuda dos EUA de US$ 3.043,48<br />
para cada fatalidade. A maior alegação<br />
do número de mortos em<br />
Gaza é de 1417 habitantes, significando<br />
uma “igual” ajuda norteamericana<br />
de US$ 635.144,70 por<br />
fatalidade.<br />
Dessa forma, para obter a ajuda<br />
dos EUA, cada morte em Gaza<br />
vale 209 vezes mais do que uma no<br />
Haiti. Gaza perdeu, no máximo,<br />
0,0913% de sua população, mas o<br />
Haiti perdeu 4,568%, ou seja, 50<br />
vezes mais. Gaza perdeu um habitante<br />
em cada 1095, mas o Haiti<br />
perdeu um em cada 22 pessoas.<br />
Por outro lado, o Haiti não é<br />
nem árabe nem muçulmano. E não<br />
tem tiranos ricos por causa do petróleo<br />
ou homens-bomba para serem<br />
apaziguados.<br />
O Índice de Desenvolvimento<br />
Humano da ONU também desmascara<br />
o mito dos palestinos como<br />
sendo “os miseráveis do planeta”.<br />
Das 182 áreas e países pesquisados,<br />
a Palestina é o 110º, no ranking que<br />
analisa não só os rendimentos,<br />
mas o bem-estar humano em muitos<br />
campos, tais como alfabetização<br />
e expectativa de vida.<br />
No seu grupo “Desenvolvimento<br />
Humano Médio” a Palestina<br />
bate e está acima de países como a<br />
Indonésia, na posição 111, Bolívia -<br />
113, Vietnã - 116, Egito - 123, África<br />
do Sul em 129, Marrocos - 130,<br />
Índia - 134, Iêmen - 140,<br />
Paquistão - 141, Haiti - 149, Sudão<br />
– 150, Tanzânia - 151 e Nigéria - 158.<br />
A expectativa de vida dos palestinos<br />
é de 73,3 anos, a mesma da<br />
Hungria, membro da União Europeia,<br />
enquanto seu percentual de<br />
alfabetização de adultos de 93,8%<br />
ultrapassa o das Filipinas, que tem<br />
93,4%. Quanto às crianças abaixo<br />
do peso normal por idade, a taxa é<br />
igual à da Rússia, onde 3% são de<br />
menores de cinco anos, enquanto<br />
o ingresso de capital é dos palestinos<br />
é de 149 dólares per capita, em<br />
comparação com US$ 150 em Israel,<br />
101 dólares no Egito, US$ 125<br />
para os países árabes em geral, e<br />
de US$ 135 para a Irlanda.<br />
Realmente, são estranhas as<br />
prioridades no trabalho de ajuda internacional,<br />
quando Gaza, com os<br />
índices de desenvolvimento que<br />
tem, recebe muito mais ajuda do<br />
que o Haiti devastado por violento<br />
terremoto.<br />
Bloqueio gera crise<br />
humanitária?<br />
O secretário-geral das Nações<br />
Unidas, Ban Ki-moon, é esperado<br />
em Israel para visitar a Faixa de<br />
Gaza em meio a demandas para<br />
acabar com o chamado bloqueio ao<br />
território controlado pro terroristas.<br />
No entanto, é preciso questionar<br />
se o cerco, ou bloqueio, referese<br />
às 738.576 toneladas de ajuda<br />
humanitária transferidas para a<br />
Faixa de Gaza em 2009.<br />
Além disso, a ONU forneceu<br />
US$ 200 milhões à Faixa de Gaza<br />
de ajuda na sequência da operação<br />
militar israelense que supostamente<br />
reivindicou 1.417 mortos entre<br />
uma população de 1,5 milhão, enquanto,<br />
não obstante os planos<br />
para levantar mais fundos, a organização<br />
ofereceu apenas US$ 10<br />
milhões para vítimas do terremoto<br />
no Haiti até o final de janeiro,<br />
um terremoto que ceifou a vida de<br />
mais de 230 mil pessoas e afetou<br />
mais de três milhões. Tudo isso<br />
sem que os haitianos atacassem<br />
uma população civil inocente em<br />
suas proximidades durante uma<br />
década inteira.<br />
A comunidade internacional<br />
tem comprado essa mentira descarada<br />
sobre o bloqueio israelense à<br />
Faixa de Gaza, ignorando os fatos<br />
no local. A ajuda humanitária internacional<br />
tem sido fluida rapidamente<br />
para a Faixa de Gaza durante<br />
anos e não cessou nem depois<br />
da Operação Chumbo Derretido,<br />
quando 30.576 caminhões de ajuda<br />
entraram no território em 2009.<br />
Em 2009, 4.883 toneladas de equipamentos<br />
médicos ingressaram na<br />
Faixa de Gaza. Em agosto, um novo<br />
equipamento de tomografia foi levado<br />
para a Faixa.<br />
Maior prisão do mundo?<br />
A Faixa de Gaza também tem<br />
sido chamada de “a maior prisão<br />
do mundo”, o que implicaria no<br />
fato de que os moradores não seriam<br />
capazes de sair do território.<br />
Só em 2009, 10.544 pacientes e<br />
seus acompanhantes deixaram a<br />
Faixa de Gaza para tratamento<br />
médico em Israel, e apenas na última<br />
semana de agosto foram cerca<br />
de 500 pacientes e acompanhantes<br />
de Gaza que entraram em Israel<br />
para obter tratamento médico.<br />
Enquanto isso, autoridades dos<br />
Estados Unidos, como os congressistas<br />
Keith Ellison e Brian Baird,<br />
ambos os quais visitaram a cidade<br />
de Sderot — uma das mais atingidas<br />
pelos mísseis do Hamas — por<br />
intermédio do Sderot Media Center,<br />
têm promovido a ideia do “Cerco<br />
a Gaza”. Eles devem ignorar o<br />
fato de que a secretária de Estado<br />
dos EUA, Hillary Clinton prometeu<br />
US$ 900 milhões em ajuda para a<br />
Faixa de Gaza, na sequência da operação<br />
“Chumbo Derretido”. Um relatório<br />
da USAID e do Departamento<br />
de Defesa dos EUA calcula que o<br />
auxílio enviado ao Haiti após o violento<br />
terremoto até o mês passado,<br />
somando todos os programas<br />
do governo dos EUA totaliza pouco<br />
mais de US$ 700 milhões em<br />
ajuda, quase US$ 200 milhões a<br />
menos do que a Faixa de Gaza controlada<br />
por terroristas.<br />
Mais de um ano se passou desde<br />
que a Operação Chumbo Derretido<br />
aconteceu e a comunidade<br />
internacional ainda está comprando<br />
a mentira sobre o “Cerco de<br />
Gaza”. Nesse meio tempo, o Sderot<br />
Media Center informou que<br />
mais de 320 foguetes e morteiros<br />
atingiram Israel no mesmo ano. Na<br />
verdade, Ban Ki-moon, deveria ir<br />
visitar o Kibbutz Nirim para ver de<br />
onde veio um foguete que destruiu<br />
um prédio semana atrás, ao<br />
invés de ficar ajudando a promover<br />
o mito com sua visita à Faixa<br />
de Gaza.<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Gaza recebe 7,5 vezes mais ajuda<br />
per capita dos EUA do que o Haiti<br />
Cada habitante da Faixa obtém US$ 579,95, mas sobreviventes do terremoto só U$S 77,47 individualmente<br />
O texto original em inglês, com as<br />
referidas estatísticas encontra-se<br />
publicado em http://middle-eastanalysis.blogspot.com:80/2010/06/gazaalready-pledged-75-times-more-us.html<br />
Praças arborizadas. É esta a grande prisão de Gaza?<br />
11<br />
Mansões com piscinas demonstram que não há pobreza em Gaza<br />
Lazer em Gaza: A praia lotada parece campo de prisioneiros?<br />
Gaza tem um moderno sistema viário, urbanização e belos prédios, mas<br />
é dominada por terroristas do Hamas
12<br />
* Jane Bichmacher<br />
de Glasman é<br />
escritora, doutora<br />
em Língua<br />
Hebraica,<br />
Literaturas e<br />
Cultura <strong>Judaica</strong><br />
pela USP,<br />
professora<br />
adjunta,<br />
fundadora e exdiretora<br />
do<br />
Programa de<br />
Estudos Judaicos<br />
da UERJ<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Piratas judeus do Caribe - Ahoy Vey?<br />
Jane Bichmacher de Glasman *<br />
ontinuando a saga<br />
pelo judaísmo no<br />
Brasil e no Caribe,<br />
não poderia deixar de<br />
mencionar os piratas<br />
judeus.<br />
Apesar da imagem estereotipada<br />
de judeus como mercadores e intelectuais,<br />
muitos deles levaram uma vida<br />
de intrépidos aventureiros, especialmente<br />
na época dos grandes descobrimentos<br />
e nos séculos seguintes.<br />
E - é claro - não por acaso!<br />
Este período é marcado na história<br />
judaica sefaradi pela expulsão da<br />
Península Ibérica e sua consequente<br />
diáspora, o concomitante desenvolvimento<br />
do criptojudaísmo e perseguição<br />
pela Inquisição.<br />
Os caminhos alternativos pelos<br />
quais os judeus enveredaram, abrangiam<br />
desde a dupla vida de anuss,<br />
(converso à força, praticando o<br />
judaísmo em segredo), passando<br />
pela busca por novos lares em países<br />
onde a tolerância lhes<br />
acenava como esperança<br />
(da Holanda aos países árabes<br />
em tempos de pacífica<br />
coexistência), indo até a fuga<br />
para as terras recém descobertas<br />
(onde estariam, a priori,<br />
menos ao alcance dos longos braços<br />
inquisitoriais), incluindo sua participação<br />
– tanto velada quanto aberta<br />
– nos projetos de navegação e de<br />
colonização dos territórios<br />
além mar.<br />
Outro tipo de atuação, que<br />
vem sendo mais estudado, fez<br />
parte dos rumos tomados pelos<br />
judeus conversos, expulsos<br />
e perseguidos – a pirataria!<br />
Sim, houve judeus piratas, e<br />
não foram poucos ou inexpressivos!<br />
Como uma “racionalização simplificadora”<br />
poderia dizer que esta<br />
representou a reação ativa, uma resposta<br />
agressiva a tanta hostilidade<br />
sofrida.<br />
Na verdade, a pirataria judaica<br />
existe desde muito antes de piratas<br />
berberes atacarem navios durante as<br />
Cruzadas. Na época do Segundo Templo,<br />
o historiador judeu Flávio Josefo<br />
registra que Hircano Aristóbulo fora<br />
acusado de “atos de pirataria no<br />
mar”. Existe um desenho de um navio<br />
pirata seguindo dois navios mercantes<br />
no túmulo de Jason.<br />
No final do século XV,<br />
os judeus foram expulsos<br />
da península ibérica. Na<br />
procura desesperada por<br />
refúgio, os judeus encontraram<br />
na Holanda uma<br />
sociedade tolerante, com<br />
governantes que consideravam<br />
Espanha e Portugal<br />
inimigos. Os holandeses<br />
estimularam os judeus de Amsterdam<br />
a viajarem às Índias Ocidentais e a<br />
se converterem em bucaneiros que<br />
combatessem as nações de seus perseguidores.<br />
Muitos dos piratas do<br />
Caribe eram sefaradim que<br />
se tornaram corsários para<br />
se vingar dos espanhóis que<br />
os expulsaram, assassinaram<br />
suas famílias e roubaram<br />
os seus bens. Os mais<br />
aventureiros foram para alto<br />
mar e em navios com nomes<br />
como profeta Samuel, rainha<br />
Ester e protetor de Abraão,<br />
atacaram e saquearam a frota<br />
espanhola ao mesmo tempo em<br />
que formaram alianças com outras<br />
potências europeias para garantir a<br />
segurança dos judeus que viviam na<br />
clandestinidade.<br />
Dentre eles encontramos figuras<br />
ousadas como “o grande pirata judeu”<br />
Sinan, segundo em comando de<br />
Barbarossa ou Barba Ruiva (seis dos<br />
seus oficiais eram judeus); o “pirata<br />
rabino” Samuel Pallache<br />
(de origem marroquina),<br />
que fundou a primeira comunidade<br />
judaica da Holanda,<br />
a Neve Shalom;<br />
Abraham Cohen Henriques,<br />
um traficante de armas<br />
que usou sua astúcia e força econômica<br />
para encontrar refúgios para<br />
os outros judeus, e seu irmão pirata<br />
Moisés, a quem é creditada a captura<br />
da frota da prata espanhola em 1628 -<br />
o maior assalto da história de piratas.<br />
Sem esquecer o mais famoso: Jean<br />
Lafitte, judeu sefaradi, que no seu<br />
auge, tinha uma frota inteira e até<br />
comprou uma loja de ferragens para<br />
esconder os saques da pirataria. Ele<br />
foi um dos poucos bucaneiros que não<br />
morreu em batalhas ou cadeias.<br />
Em 2008, Edward Kritzler publicou<br />
o livro “Jewish Pirates of the Caribbean”,<br />
que foca a saga da sua perseguição,<br />
especialmente na Espanha, e<br />
seus contatos com o próprio Cristóvão<br />
Colombo. Centrado nos séculos<br />
XVI, XVII e XVIII, o livro ilustra numerosas<br />
anedotas desconhecidas, provavelmente<br />
tanto para nãojudeus<br />
como para os próprios<br />
judeus. Quando o autor<br />
foi morar na Jamaica,<br />
estudando a história da<br />
ilha, achou um diário de piratas<br />
britânicos de 1642, no<br />
qual eles foram abordados<br />
por um grupo de portugueses<br />
de ascendência judaica<br />
na procura de asilo, e<br />
que prometeram revelar<br />
onde os espanhóis escondiam os<br />
seus tesouros. Continuando a investigação,<br />
Kritzler descobriu que antes<br />
do Império Britânico conquistar Jamaica<br />
em 1655, a ilha foi propriedade<br />
de descendentes de Cristóvão Co-<br />
lombo, e que esses “proporcionaram<br />
um refúgio aos judeus, que estavam<br />
proscritos também no Novo Mundo”.<br />
Na comunidade judaica da Jamaica,<br />
com mais de 500 anos, havia judeus<br />
comerciantes que se<br />
correspondiam com conversos<br />
das colônias espanholas,<br />
obtendo detalhes dos<br />
navios que iriam zarpar,<br />
além da listagem das mercadorias<br />
embarcadas. Estes<br />
dados e a projeção das rotas<br />
marítimas eram passados<br />
aos piratas. Alguns acreditavam,<br />
ingenuamente,<br />
que a atividade judaica limitava-se<br />
às informações de inteligência.<br />
Existem cemitérios no Caribe com<br />
lápides com o nome do falecido em<br />
caracteres hebraicos, acompanhados<br />
por símbolos piratas com a Estrela de<br />
David!<br />
Determinar o número exato de piratas<br />
judeus é difícil, Kritzler disse,<br />
porque muitos deles viajaram<br />
como conversos ao<br />
cristianismo e praticavam<br />
seu judaísmo em segredo.<br />
Alguns judeus, como<br />
Pallache, assumiram a pirataria<br />
para dar uma vida<br />
melhor para os sefaradim<br />
expulsos; outros foram<br />
motivados por vingança<br />
contra a Inquisição.<br />
Um exemplo é Moisés<br />
Cohen Henriques, que ajudou<br />
a planejar um dos<br />
maiores roubos da história contra a<br />
Espanha, como citei anteriormente.<br />
Em 1628, Henriques partiu com o Almirante<br />
holandês Piet Hein, da Cia.<br />
das Índias Ocidentais, cujo ódio à Espanha<br />
foi alimentado por quatro anos<br />
que passou como escravo de galé a<br />
bordo de um navio espanhol. Henriques<br />
e Hein abordaram navios espanhóis<br />
de Cuba e apreenderam carregamentos<br />
de ouro e prata do Novo<br />
Mundo no valor de milhões de dólares<br />
de hoje.<br />
Foi no início do século XVII que<br />
Henriques ganhou fama. A<br />
sua história adivinha-se:<br />
família expulsa de Portugal,<br />
passagem por Amesterdam,<br />
aventura nas Américas<br />
onde se esperava não<br />
chegasse o braço da Inquisição.<br />
Aliado dos holandeses,<br />
atacou todos os galeões<br />
espanhóis que lhe<br />
passaram à frente e alguns<br />
portugueses também. Nessa<br />
época, os Filipes reinavam sobre<br />
Portugal e Henriques foi ao ponto de<br />
atacar o Nordeste brasileiro, onde<br />
chegou a se instalar - montou sua própria<br />
ilha de piratas ao largo da costa<br />
do Brasil. Outros judeus jamaicanos,<br />
também de origem portuguesa, acabaram<br />
por ir parar mais tarde ao Brasil,<br />
como a família Coutinho, aparentada<br />
a António José da Silva, que acabaria<br />
na fogueira em Lisboa. Apesar<br />
de seu papel na invasão ter sido divulgado<br />
durante a Inquisição espanhola,<br />
ele nunca foi capturado.<br />
Outro pirata sefardi citado desempenhou<br />
um papel crucial na história<br />
americana. No livro “Jews on the Frontier”<br />
de Rachelle Simon, 1991, o Rabino<br />
Harold I. Sharfman conta a história<br />
do Jean Lafitte, cuja avó e mãe<br />
conversas fugiram da Espanha para<br />
a França em 1765, depois que seu avô<br />
materno foi condenado à morte pela<br />
Inquisição por ser “judaizante”.<br />
Referido como o Corsário, Lafitte<br />
estabeleceu um reino de piratas<br />
nos pântanos de Nova Orleans e liderou<br />
mais de 1.000 homens durante<br />
a Guerra de 1812. Depois de ser<br />
expulso de Nova Orleans em 1817,<br />
Lafitte restabeleceu seu reino na ilha<br />
de Galveston, Texas. Durante a luta<br />
pela independência do<br />
México, os revolucionários<br />
incentivaram Lafitte a<br />
atacar navios espanhóis e<br />
manter o saque.<br />
Algumas fontes citam<br />
também Yaakov Koriel, nascido<br />
no seio de uma família<br />
judia que se converteu<br />
forçadamente ao cristianismo<br />
quando ele era criança.<br />
Na juventude, Koriel<br />
foi um capitão da frota espanhola,<br />
até ser pego pela<br />
Inquisição. Ele foi libertado por seus<br />
marinheiros, a maioria dos quais<br />
eram marranos. Por muitos anos seguintes,<br />
seu único objetivo era a vingança.<br />
Ele teve três navios piratas sob<br />
seu comando. Pouco se sabe sobre o<br />
que aconteceu com ele depois. Alguns<br />
acreditam que ele teria ido para Tzfat<br />
na Terra Santa, onde estudou Cabala<br />
com Isaac Luria e morreu pacificamente<br />
de velhice.<br />
Para finalizar, cabe mencionar<br />
David Abravanel, descendente do rabino<br />
Isaac Abravanel, que para vingar<br />
a matança de sua família pelos<br />
espanhóis juntou-se aos ingleses,<br />
adotou o nome de “Capitão Davis” e<br />
comandava a nau “The Jerusalem”.<br />
Sobre ele se conta que nunca atacava<br />
no Shabat, só comia kasher em seu<br />
navio e seu diário de bordo foi escrito<br />
em caracteres hebraicos.<br />
O assunto é, para mim, fascinante.<br />
E abre novo leque de questões<br />
para serem pesquisadas. Desculpando<br />
o trocadilho (que já me coçava a<br />
língua com o pirata Abravanel, da ascendência<br />
do nosso Abravanel do<br />
Baú da Felicidade), é mais uma pedra<br />
cintilante (seja jóia ou bijuteria)<br />
que vislumbramos no baú de tesouros<br />
da história judaica...
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
B’nai B’rith e PUC entregam Prêmio “Anjo de Hamburgo”<br />
um raro evento conjunto,<br />
a Pontifícia<br />
Universidade Católica<br />
- PUCPR (através<br />
do seu Núcleo da Pastoral,<br />
o Instituto Memória)<br />
e a comunidade israelita<br />
do Paraná (a Kehilá, a Federação<br />
Israelita do Paraná e a Loja Chaim<br />
Weizmann da B’nai B’rith do Paraná)<br />
promoveram entre os dias 30 de agosto<br />
a 1º de setembro de 2010, a II Semana<br />
Cultura e Fé no mundo contemporâneo,<br />
uma sequência de ações<br />
voltadas à História e Memória do<br />
Holocausto no Contexto da Segunda<br />
Guerra Mundial.<br />
O evento foi promovido ainda em<br />
parceria com o Departamento de História<br />
da PUCPR e o apoio da B’nai<br />
B’rith do Brasil e desenvolveu-se nos<br />
campi de Curitiba e de São José dos<br />
Pinhais. Houve palestras da professora<br />
Maria Luiza Tucci Carneiro da<br />
USP, do professor Wilson Maske, da<br />
PUCPR, e de Isaac Cubric, da B’nai<br />
B’rith, além dos depoimentos dos sobreviventes<br />
do Holocausto Moysés<br />
Jakobson e Sara Goldstein. O ponto<br />
alto foi a entrega do Prêmio “Anjo de<br />
Hamburgo” para pessoas que combatem<br />
o racismo e a discriminação.<br />
Os objetivos foram proporcionar<br />
o vínculo e o diálogo entre ciência,<br />
cultura e fé, no meio acadêmico, dis-<br />
Os sobreviventes do Holocausto<br />
Moysés Jakobson e Sara<br />
Goldstein, deram depoimentos<br />
ao público presente<br />
cutindo a respeito do compromisso da<br />
Universidade Católica e Marista com<br />
a educação para o exercício da cidadania<br />
democrática e responsável, que<br />
leve em conta a formação humanista<br />
para a construção de uma sociedade<br />
economicamente viável, humanamente<br />
justa, ecologicamente correta<br />
e sustentável; refletir sobre os limites,<br />
possibilidades e disparidades<br />
entre fé e razão e os desafios relacionados<br />
com a defesa e manutenção da<br />
vida e do planeta diante da memória,<br />
história e educação, na recordação<br />
dos 65 anos do fim da II Grande Guerra<br />
Mundial, ocorrido no dia 2 de setembro<br />
de 1945, um dos fatos mais<br />
dramáticos da história do século XX,<br />
que precisa ser lembrado, discutido<br />
e analisado a fim de ser superado definitivamente.<br />
Shmá Israel<br />
Com o auditório Maria Montesso-<br />
ri, do Centro de Teologia e Ciências<br />
Humanas, para mais de 400 pessoas<br />
lotado, o evento teve início com o professor<br />
de Teologia e membro do Núcleo<br />
de Pastoral, Ernesto Sienna,<br />
apresentando a oração Shmá Israel,<br />
que foi recitada de forma coletiva<br />
pela platéia, em português. A abertura<br />
oficial foi feita pelo pró-reitor de<br />
Atividades Comunitárias, Ricardo Tescarolo.<br />
A seguir, o presidente da B’nai<br />
B’rith, Leon Knopfholz, representando<br />
a BB nacional, destacou em seu<br />
discurso “a necessidade de se aprender<br />
que a virtude está na diversidade,<br />
que não há homem superior a outro,<br />
doutrina superior a outra, e que a<br />
inclusão e a receptividade são as verdadeiras<br />
garantias de êxito social”.<br />
Na sequência, o presidente da Federação<br />
Israelita do Paraná, Manoel<br />
Knopfholz, Israelita do Paraná, destacou<br />
que “a 2ª Guerra Mundial foi a<br />
mais catastrófica, sinistra e cruel passagem<br />
da História do Povo Judeu, em<br />
que 6 milhões deles foram mortos em<br />
campos de concentração numa verdadeira<br />
indústria do extermínio, perpetrada<br />
pelos nazistas de Hitler e seus<br />
asseclas”. Mais adiante pediu que<br />
“deste evento, possamos todos extrair<br />
mais ensinamentos, mais reflexão,<br />
e, acima de tudo, com mais fé num<br />
mundo contemporâneo cada vez mais<br />
pluralista, democrático e fraterno”.<br />
Mesa dos trabalhos do evento no Auditório Maria<br />
Montessori na PUC<br />
Programação<br />
A primeira palestra, no dia 30/8<br />
foi da professora Maria Luiza Tucci<br />
Carneiro, historiadora e coordenadora<br />
do Laboratório de Estudos sobre<br />
Etnicidade, Racismo e Discriminação<br />
da Universidade de São Paulo (LEER/<br />
USP), autora do livro “O antissemitismo<br />
nas Américas”. Ela falou sobre o<br />
tema “História e Memória do Holocausto<br />
no contexto da Segunda Guerra<br />
Mundial: um legado para o futuro”.<br />
Em seguida, o Sr. Moisés Jakobson e<br />
a Sra. Sara Goldstein, sobreviventes<br />
do Holocausto, deram seus pungentes<br />
depoimentos.<br />
No dia 31/8 foi a vez do professor<br />
Wilson Maske, da PUCPR, falar sobre<br />
“Como a experiência Nacional Socialista<br />
foi possível na Alemanha?”. Em<br />
seguida, Isaac Cubric, primeiro secretário<br />
da B’nai B’rith Paraná, fez uma<br />
palestra sobre “Os Schindlers brasileiros”.<br />
Na última noite, no campus de<br />
S. José dos Pinhais, os palestrantes<br />
foram o professor Antonio José de<br />
Almeida e a professora Adalgisa de<br />
Oliveira, ambos da PUCPR, que abordaram<br />
“A Cultura da Paz na sociedade<br />
contemporânea” e “O Instituto<br />
Marista e a educação para a paz”, respectivamente.<br />
Houve também um cine debate<br />
nos dias 30 e 31 de agosto, das 17h<br />
às 19h, com a exibição dos filmes<br />
“Nós que aqui estamos por vós esperamos”<br />
e “A Lista de Schindler”. No<br />
Teatro Leopoldo Scherner, do campus<br />
de São José dos Pinhais houve ainda<br />
uma exposição alusiva aos temas das<br />
palestras.<br />
Premiação<br />
O Instituto Memória idealizou o<br />
Prêmio “Anjo de Hamburgo”, pois segundo<br />
seu editor Anthony Leahy “é<br />
necessário mostrar que existem pessoas<br />
boas que lutam e acreditam em<br />
um mundo melhor”. O Prêmio “Anjo<br />
de Hamburgo” é uma homenagem e<br />
um resgate histórico da luta e do heroísmo<br />
da paranaense Aracy de Carvalho<br />
Guimarães Rosa, esposa de<br />
Guimarães Rosa, que ganhou o apelido<br />
de “Anjo de Hamburgo” por salvar<br />
centenas de judeus do nazismo,<br />
ignorando leis antissemitas e conseguindo<br />
vistos que abriam caminho<br />
para refúgio no Brasil.<br />
Público interessado lotou as dependências do auditório<br />
O Prêmio em sua primeira versão<br />
foi entregue no dia 31/8 para as seguintes<br />
pessoas: Eleonora Bonato Fruet, Rita<br />
O professor Wilson Maske (D), da PUCPR, falou sobre<br />
“Como a experiência Nacional Socialista foi possível na<br />
Alemanha?”. Em seguida, Isaac Cubric, 1º secretário da<br />
B’nai B’rith Paraná, abordou sobre o tema “Os<br />
Schindlers brasileiros”<br />
Leon Knopfholz, presidente da B'nai B'rith do Paraná;<br />
Ester Proveller, presidente da Kehilá; Manoel Knopfholz,<br />
presidente da Federação Israelita do Paraná; Isaac Cubic,<br />
secretário da B'nai B'rith e palestrante, e a professora<br />
Maria Luíza Tucci Carneiro, da USP, que abordou o tema<br />
tema “História e Memória do Holocausto no contexto da<br />
Segunda Guerra Mundial: um legado para o futuro”<br />
de Cássia Munhoz, Nara Salamunes,<br />
Milton Ivan Heller, Marion Brephol de<br />
Magalhães e Eronides Cruz.<br />
Eleonora Fruet, Rita de Cássia<br />
Munhoz e Nara Salamunes são realizadoras<br />
da Jornada Interdisciplinar<br />
sobre o Ensino da História do Holocausto,<br />
que envolve 400 professores<br />
da Rede de Ensino Municipal. Marion<br />
Brephol de Magalhães é professora<br />
da Universidade Federal do Paraná<br />
(UFPR), historiadora e autora de livros<br />
que explicam as raízes do preconceito<br />
e da discriminação. Eronides Cruz<br />
é ex-pracinha e combatente da II<br />
Guerra Mundial, considerado Herói do<br />
Exército Brasileiro. Milton Ivan Heller<br />
é jornalista, escritor e autor dos<br />
livros “Resistência Democrática: Repressão<br />
no Paraná”, “De Catanduvas<br />
ao Oiapoque” e “Conspiração Nazista<br />
nos Céus da América”.<br />
13
14<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Abbas e Netanyahu: A paz é possível?<br />
maioria dos israelenses<br />
tem dúvidas de que o<br />
país poderá chegar a um<br />
acordo de paz com os<br />
palestinos nas negociações<br />
que foram retomadas<br />
nos Estados Unidos inicialmente e<br />
depois no Egito, de acordo com pesquisas<br />
de opinião e diferentes analistas<br />
em Israel.<br />
De acordo com a pesquisa de opinião<br />
do canal 10 da TV de Israel, 60%<br />
dos israelenses não acreditam que o<br />
presidente palestino, Mahmoud Abbas,<br />
tenha “intenções sérias” de alcançar um<br />
acordo de paz e não acham que o processo<br />
de paz possa ser bem sucedido.<br />
Apenas 22,9% manifestaram confiança<br />
no líder palestino e nas chances<br />
de sucesso das negociações. Outros<br />
17,1% disseram que não sabem opinar.<br />
A maioria dos analistas locais também<br />
manifesta ceticismo quanto às<br />
chances de que as novas negociações<br />
resultem em um acordo de paz.<br />
De acordo com o analista do jornal<br />
Yediot Ahronot, Shimon Shifer,<br />
“esse teatro deve acabar em breve,<br />
talvez ainda antes do fim deste mês”.<br />
“Existe uma grande distância entre<br />
o que Netanyahu propõe aos palestinos<br />
e a proposta feita pelo [expremiê<br />
Ehud] Olmert, portanto não<br />
vejo possibilidades de que as negociações<br />
possam ter sucesso”, disse<br />
Shifer a rádio estatal de Israel.<br />
O primeiro-ministro de Israel já<br />
deixou claro que não pretende dividir<br />
a soberania em Jerusalém e que deseja<br />
manter o Vale do Jordão – um<br />
terço da área da Cisjordânia – sob<br />
controle militar israelense.<br />
Já Ehud Olmert, antecessor de<br />
Netanyahu, havia concordado com a<br />
Israelenses estão céticos<br />
sobre negociações de paz<br />
divisão de Jerusalém e com a retirada<br />
de Israel do Vale do Jordão.<br />
Base do governo ameaçada<br />
Yaron Dekel, analista político da<br />
rádio estatal de Israel, afirmou que<br />
para chegar a um acordo com os palestinos,<br />
Netanyahu terá que abrir<br />
mão da base de sua coalizão governamental.<br />
“Não acho que ele colocará<br />
em risco sua coalizão”, disse.<br />
O principal parceiro de Netanyahu<br />
na coalizão atual, o ministro das Relações<br />
Exteriores, Avigdor Lieberman,<br />
se opõe ao desmantelamento dos<br />
assentamentos israelenses na Cisjordânia.<br />
Ele ameaça abandonar a coalizão<br />
caso as negociações com os<br />
palestinos avancem, o que poderia<br />
significar o fim do governo atual.<br />
Segundo o jornal Maariv, Netanyahu<br />
não conta com apoio para a<br />
continuação do congelamento dos<br />
assentamentos – condição fundamental<br />
dos palestinos para as negociações<br />
– em nenhuma das instâncias<br />
do governo.<br />
De acordo com um levantamento<br />
feito pelo jornal, a maioria absoluta<br />
dos ministros se opõe à extensão do<br />
congelamento, que deve terminar no<br />
próximo dia 26 de setembro.<br />
Dos 29 ministros, 21 são a favor<br />
da retomada total da construção dos<br />
assentamentos após o termino do<br />
congelamento.<br />
No Fórum dos Sete – grupo de ministros<br />
que toma as principais decisões<br />
do governo – quatro são contra<br />
a continuação do congelamento.<br />
No Gabinete de Segurança – outro<br />
fórum importante de ministros –<br />
dez dos 15 integrantes apóiam a retomada<br />
da construção nos territórios<br />
ocupados.<br />
Likud dividido<br />
Dentro do próprio partido de Netanyahu,<br />
o Likud, grande parte dos<br />
deputados é contra a continuação do<br />
congelamento. O deputado Dani Danon<br />
declarou que Netanyahu “deve se<br />
lembrar qual é a posição do Likud”.<br />
A ministra da Cultura, Limor Livnat,<br />
também do Likud, disse que depois<br />
do dia 26 de setembro o congelamento<br />
dos assentamentos “não<br />
pode continuar de maneira nenhuma”.<br />
Yossi Beilin, um dos arquitetos do<br />
acordo de Oslo e ex-ministro do governo<br />
do trabalhista Itzhak Rabin, declarou<br />
que Netanyahu “não está disposto<br />
a pagar o preço que o mundo<br />
entende que deve ser pago” pela paz.<br />
Já a deputada Orit Noked, do Partido<br />
Trabalhista, que é parceiro na<br />
coalizão de Netanyahu, manifestou<br />
otimismo.<br />
“Acho que Netanyahu decidiu promover<br />
uma grande mudança. Bibi<br />
(como é chamado Netanyahu) vai se<br />
tornar um (Itzhak) Rabin”, disse Noked<br />
ao site de notícias Ynet, em referência<br />
ao premiê israelense que foi assassinado<br />
em 1995 quando estava<br />
avançando em negociações de paz<br />
com os palestinos.<br />
Otimismo<br />
Mas há otimistas, poucos, mas<br />
há. Para o analista do jornal Haaretz<br />
Aluf Ben, Netanyahu pode se tornar<br />
“o nosso Gorbachev”. Ele pode se<br />
tornar um grande reformista que colocará<br />
um fim ao domínio israelense<br />
nos territórios.<br />
Para ele, Netanyahu é o líder político<br />
mais forte que Israel já teve em<br />
mais de 25 anos e atribui total prioridade<br />
às relações com os Estados Unidos.<br />
Segundo Aluf Ben, o que o premiê<br />
israelense mais teme é o isolamento<br />
internacional crescente de Israel<br />
e o fortalecimento do Irã.<br />
“A linha que Netanyahu está seguindo<br />
é clara: Israel precisa de apoio<br />
internacional e suas relações com os<br />
Estados Unidos são prioridade máxima,<br />
muito acima do que a ideologia<br />
da extrema-direita”, afirma Ben em<br />
artigo no jornal Haaretz.<br />
Netanyahu: sem garantias de<br />
êxito<br />
O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu<br />
disse durante saudação de<br />
Rosh Hashaná (o Ano Novo judaico)<br />
aos israelenses, que não há nenhuma<br />
garantia de que as negociações<br />
entre Israel e os palestinos terão êxito,<br />
mas comprometeu-se a buscar um<br />
acordo de paz antes de dezembro.<br />
“Este ano, depois de muitos esforços,<br />
começaram as conversações diretas<br />
com os palestinos” disse ele,<br />
num vídeo divulgado pela Presidência<br />
antes de Rosh Hashaná. “Este é um<br />
passo importante em nossa tentativa<br />
de avançar até um acordo de paz”.<br />
“E digo que isto é uma tentativa,<br />
porque não é certo que terá êxito.<br />
Com certeza há muitos obstáculos,<br />
muitos céticos e muitas razões para<br />
duvidar, mas temos que tratar de alcançar<br />
a paz”, declarou.<br />
“Agimos de boa fé, mas sem ser<br />
ingênuos, para chegar a um acordo<br />
de paz. Qualquer acordo entre nós e<br />
os palestinos, será baseado em dois<br />
critérios: a segurança e o reconhecimento<br />
de Israel como Estado judeu”,<br />
acrescentou Netanyahu.<br />
“Segurança, porque não há paz que<br />
perdure sem uma base de segurança<br />
real, no terreno e não nos papéis, na<br />
forma de um nebuloso compromisso<br />
internacional”, disse. “A segunda base<br />
é o reconhecimento de que Israel é o<br />
Estado nacional do povo judeu”.<br />
“Se nos pedem que reconheçamos<br />
um Estado palestino, é natural e lógico<br />
que os palestinos reconheçam o<br />
Estado de Israel como o estado do<br />
povo judeu”.<br />
As declarações de Netanyahu foram<br />
feitas um dia após expressar sua<br />
preocupação porque o presidente palestino,<br />
Mahmoud Abbas, abandonaria<br />
o processo de paz, depois que este<br />
declarou que não concederia a Israel<br />
uma série de questões básicas e que<br />
não discutiria o reconhecimento de<br />
Israel como Estado judeu.<br />
“Israel pode chamar-se a si próprio<br />
como quiser”, disse Abbas ao jornal<br />
árabe com sede em Jerusalém, Al-<br />
Quds Al-Arabia.<br />
O líder palestino também disse<br />
que se negaria a continuar as negociações<br />
se reiniciassem as construções<br />
nos assentamentos na Cisjordânia.<br />
Obama não imporá solução<br />
“Estou esperançoso. Com uma<br />
certa cautela, mas esperançoso”, disse<br />
o presidente norte americano Barack<br />
Obama, que após reunir-se em<br />
separado com os dois líderes, afirmou<br />
que “querem a paz”.<br />
O presidente norte-americano protagonizou<br />
no início de setembro uma<br />
intensa jornada de reuniões bilaterais<br />
com outros líderes da região, o rei<br />
Abdala da Jordânia e o presidente<br />
egípcio, Hosni Mubarak, que deverá<br />
acolher em seu país a próxima ronda<br />
negociadora.<br />
Obama deixou claro que a frase<br />
do dia é “uma oportunidade que deve<br />
ser aproveitada”, que deve servir para<br />
“resolver todas as diferenças” e lograr<br />
a solução que estabelece o Mapa<br />
da Estrada, a formação de um Estado<br />
palestino que conviva em paz e segurança<br />
com Israel. E deixou claro que<br />
os EUA serão parte “ativa” e “substancial”<br />
nas negociações, mas “não<br />
imporá” uma solução. “Os Estados<br />
Unidos não podem impor soluções e<br />
não podemos desejá-las mais que as<br />
próprias partes”.
economia da faixa palestina<br />
de Gaza cresceu<br />
16% na primeira<br />
metade de 2010, em<br />
parte pela diminuição<br />
das restrições do bloqueio<br />
de Israel, enquanto<br />
o Produto Interno Bruto (PIB) da<br />
Cisjordânia subiu 9%. Mas o real motivo<br />
são as doações de dinheiro a fundo<br />
perdido dos EUA, da União Européia,<br />
dos países árabes produtores de<br />
petróleo e até do Brasil.<br />
Os dados aparecem em relatório<br />
sobre os territórios elaborado pelo<br />
Gaza é uma cidade movimentada e sem<br />
crise humanitária como a mídia apregoa<br />
PIBs de Gaza e Cisjordânia<br />
têm grandes altas no 1º semestre<br />
Gaza cresceu 16% na primeira metade de 2010; na Cisjordânia foi de 9%<br />
Khaled Abu Toameh *<br />
Muitos palestinos da Margem<br />
Ocidental e da Faixa de Gaza têm um<br />
sonho: trabalhar ou viver em Israel.<br />
Alguns, inclusive, dizem que estão dispostos<br />
a pagar grandes somas de dinheiro<br />
para obter a cidadania israelense.<br />
Outros pagam um montão de<br />
dinheiro a traficantes palestinos e judeus<br />
que os ajudam a se esquivar dos<br />
postos de controle para entrar em Israel<br />
em busca de trabalho e uma boa<br />
vida. Estes não são palestinos que se<br />
odeiam a si próprios. Também não são<br />
“traidores pró-israelenses” que<br />
apóiam o movimento sionista.<br />
Muitos palestinos sentem que<br />
nem o Fatah nem o Hamas têm feito<br />
o suficiente para aliviar seu sofrimento.<br />
Muitos líderes do Fatah que<br />
roubaram bilhões de dólares das doações<br />
internacionais destinadas aos<br />
palestinos investiram suas fortunas<br />
em hotéis, centros turísticos e empresas<br />
de bens radicadas no ocidente.<br />
O Hamas, por outro lado, prefere<br />
gastar milhões de dólares na compra<br />
[e contrabando] de grandes<br />
quantidades de armas, incluindo foguetes<br />
e munições.<br />
É uma vergonha para os ditadores<br />
árabes e muçulmanos, especialmente<br />
aqueles que ganham bilhões<br />
de dólares com a venda de petróleo,<br />
Fundo Monetário Internacional (FMI),<br />
que prevê que a economia palestina,<br />
em seu conjunto, crescerá pelo menos<br />
8% em 2010.<br />
Durante o ano passado, a economia<br />
da Faixa de Gaza cresceu somente<br />
1%, enquanto a alta na Cisjordânia<br />
foi de 8,5%.<br />
O relatório do FMI, publicado pelo<br />
jornal israelense Ha’aretz, atribui a<br />
melhoria da situação na faixa, governada<br />
pelo movimento islamita Hamas,<br />
à progressiva diminuição do bloqueio<br />
israelense, o que permitiu um aquecimento<br />
da atividade econômica.<br />
Agitada rua comercial: Economia pujante e<br />
não se vê miséria<br />
que seus representados tenham que<br />
buscar trabalho e refúgio em Israel e<br />
no Ocidente. Também é uma vergonha<br />
para o Fatah e o Hamas, que milhares<br />
de palestinos não possam encontrar<br />
emprego ou uma boa vida nos<br />
dois estados palestinos na Margem<br />
Ocidental e na Faixa de Gaza.<br />
Os regimes árabes e islâmicos<br />
estão gastando bilhões de dólares na<br />
construção de novas mesquitas e<br />
madrassas, enquanto que quase a<br />
metade de sua população é analfabeta<br />
e vive abaixo da linha de pobreza.<br />
Os universitários graduados nesses<br />
países se vêem obrigados a buscar<br />
trabalho no ocidente por causa<br />
das más condições de trabalho e a<br />
falta de oportunidades.<br />
A ausência de um bom governo,<br />
de transparência, de prestação das<br />
contas e democrático nestes países,<br />
está levando os árabes e muçulmanos<br />
a buscar trabalho e uma vida<br />
melhor, não só na América do Norte e<br />
Europa, mas em lugares como Israel.<br />
Um árabe rico prefere gastar milhões<br />
de dólares num zoológico particular<br />
que na construção de um hospital<br />
ou uma universidade. Por que<br />
haveria de fazê-lo, quando ele e os<br />
membros de sua família poderiam<br />
viajar a qualquer momento que desejem<br />
para receber tratamento médico<br />
Israel, que supervisiona todos os<br />
produtos que entram em Gaza para<br />
impedir a entrada de material bélico,<br />
começou a suavizar o bloqueio de forma<br />
muito superficial no começo do<br />
ano, e no início de junho aplicou mais<br />
medidas por causa das pressões internacionais<br />
pela morte de nove ativistas<br />
turcos no ataque a uma frota<br />
humanitária.<br />
Oussama Kanaan, representante<br />
do FMI para Gaza e Cisjordânia, explicou<br />
ao jornal que a recuperação na<br />
faixa é alta porque “partia de uma situação<br />
econômica muito baixa pelo<br />
Onde estão os escombros? Os prédios<br />
destruídos?<br />
Eles querem viver em Israel<br />
na Clínica Mayo ou estudar na Universidade<br />
de Harvard?<br />
Em muitos sentidos, estes palestinos<br />
não são diferentes dos imigrantes<br />
africanos que procuram se infiltrar<br />
em Israel, todos os dias, através<br />
do Egito. Os imigrantes procedem do<br />
Sudão, Etiópia, Eritreia, Nigéria e outros<br />
países africanos.<br />
Como os palestinos, os africanos<br />
estão dispostos a pagar muito dinheiro<br />
para entrar em Israel. Os traficantes<br />
egípcios cobram até 1.000 dólares<br />
por cada imigrante.<br />
Mas para os imigrantes africanos,<br />
a viagem é também muito perigosa.<br />
Nos últimos três anos, guardas fronteiriços<br />
egípcios têm disparado e<br />
matado dezenas de homens e mulheres<br />
africanos que tentavam cruzar a<br />
fronteira com Israel.<br />
Há poucas semanas, um homem<br />
sudanês de 23 anos de idade, foi baleado<br />
fatalmente pelas tropas egípcias,<br />
quando procurava entrar em Israel.<br />
Outros quatro em busca de asilo<br />
foram detidos.<br />
Enquanto que os egípcios matam<br />
os imigrantes africanos, Israel está<br />
favorecendo os afortunados que conseguem<br />
cruzar a fronteira, com postos<br />
de trabalho, assim como também<br />
serviços médicos e sociais.<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
forte bloqueio”, e<br />
porque em 2009 a<br />
ofensiva israelense<br />
neutralizou qualquer<br />
possibilidade<br />
de crescimento.<br />
Uma série de<br />
projetos internacionais<br />
de reconstrução<br />
também teve<br />
influência na recuperação<br />
da economia<br />
palestina na pri-<br />
meira metade de 2010.<br />
(http://portalexame.abril.com.br/).<br />
Falta mesmo energia elétrica em Gaza<br />
como diz a propaganda anti-Israel?<br />
É certo que Israel não é 100%<br />
perfeito. Mas um africano muçulmano<br />
ou cristão continua preferindo Israel<br />
que países como Egito, Jordânia,<br />
Síria, Arábia Saudita e Irã. Como explicou<br />
um “refugiado” de Darfur, Sudão,<br />
que agora vive em Tel Aviv: “Sinto-me<br />
mais seguro no Estado judeu<br />
do que no Sudão ou em qualquer país<br />
árabe ou islâmico”.<br />
Para muitos palestinos, é mais<br />
fácil encontrar um trabalho em Israel<br />
e no Canadá que em qualquer país<br />
árabe ou islâmico, a maioria dos quais<br />
lhes impõem estritas restrições para<br />
viajar e trabalhar. Os palestinos não<br />
podem entrar na maioria dos países<br />
árabes e islâmicos sem um visto.<br />
Pode-se entender por que um<br />
palestino precisa de um visto para<br />
entrar nos EUA ou em qualquer<br />
país europeu. Mas por que precisa<br />
um palestino de um visto para<br />
visitar seus parentes na Síria, no<br />
Líbano ou Egito?<br />
Muitos palestinos da Margem<br />
Ocidental que visitam países árabes,<br />
frequentemente se encontram jogados<br />
nos centros de detenção durante<br />
semanas, meses e anos, sem julgamento.<br />
Centenas, se não milhares de<br />
palestinos se acredita que modorram<br />
em cárceres por todo o mundo árabe,<br />
especialmente na Síria e no Egito.<br />
15<br />
Fábrica de refrigerantes em Gaza: economia<br />
da região cresceu 16% na primeira metade<br />
de 2010<br />
* Khaled Abu<br />
Toameh é um<br />
jornalista árabeisraelense,<br />
correspondente na<br />
Margem Ocidental<br />
dos jornais The<br />
Jerusalem Post e<br />
U.S. News and<br />
World Report.<br />
Anteriormente foi<br />
um dos editores do<br />
The Jerusalem<br />
Report. Produziu<br />
diversos<br />
documentários<br />
sobre os palestinos<br />
para a BBC e<br />
muitas outras<br />
redes, incluindo<br />
alguns que<br />
expuseram a<br />
conexão entre<br />
Arafat e<br />
pagamentos à ala<br />
armada do Fatah e<br />
a corrupção<br />
existente na<br />
Autoridade<br />
Palestina.<br />
Publicado em<br />
Guysen News
16<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
OLHAR<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
HIGH-TECH<br />
○<br />
Descoberta destrói células de HIV<br />
Cientistas de Israel dizem ter descoberto<br />
uma nova forma de eliminar células infectadas<br />
com HIV, em um processo que<br />
provoca a autodestruição de células contaminadas.<br />
Pela técnica desenvolvida pelos<br />
cientistas da Universidade Hebraica<br />
de Jerusalém, as células infectadas com<br />
HIV recebem um DNA viral, que faz com<br />
que a célula morra. A técnica não afetou<br />
as células não-infectadas. Até o momento,<br />
a pesquisa foi desenvolvida apenas<br />
em pequena escala, com poucas células.<br />
Nenhum teste foi realizado em humanos.<br />
Ela foi publicada na revista científica Aids<br />
Research and Therapy. (BBC).<br />
Células de HIV - II<br />
Os pesquisadores afirmam que a técnica<br />
poderia levar a um tipo de tratamento<br />
contra o vírus HIV. O melhor tratamento<br />
disponível hoje — à base de antiretrovirais<br />
— é eficaz no combate à replicação<br />
de células infectadas, mas ele não consegue<br />
eliminá-las. Segundo o artigo, assinado<br />
pelo professor Abraham Loyter e<br />
sua equipe, o método desenvolvido no laboratório<br />
“resultou não só no bloqueio do<br />
HIV-1, mas também exterminou as células<br />
infectadas por apoptose [autodestruição]”.<br />
O artigo ressalva, no entanto, de<br />
que há mais de um tipo de vírus HIV e<br />
que o trabalho da equipe está apenas nos<br />
estágios iniciais. Os pesquisadores acreditam<br />
que o trabalho pode ajudar no desenvolvimento<br />
de um novo tipo de tratamento<br />
no futuro contra a Aids. (BBC).<br />
Nova quimioterapia contra o câncer<br />
A quimioterapia, embora considerada um<br />
tratamento eficaz do câncer, também<br />
traz efeitos colaterais debilitantes,<br />
como náuseas, intoxicação do fígado e<br />
agressão ao sistema imunológico. Agora,<br />
uma nova forma de empregar a terapia<br />
de salvamento para pacientes com<br />
câncer foi desenvolvida por pesquisadores<br />
da Universidade de Tel Aviv. A tecnologia<br />
é constituída de um veículo de<br />
tamanho nano e com capacidade para<br />
entregar drogas quimioterápicas diretamente<br />
nas células com câncer, evitando<br />
a interação com as células saudáveis, e<br />
aumentando assim a eficiência do tra-<br />
Veículo-nano usado em novo tratamento<br />
quimioterápico<br />
tamento quimioterápico, com a redução<br />
dos seus efeitos colaterais. O dr. Dan<br />
Peer, do Departamento de Imunologia e<br />
Pesquisa da Célula, da Universidade de<br />
Tel Aviv, e a professora Rimona Margalit,<br />
do Departamento de Bioquímica e<br />
Biologia Molecular conduziram a pesquisa.<br />
(Arutz Sheva).<br />
Nova quimioterapia II<br />
“O veículo é similar a uma bomba de<br />
fragmentação”, explica o dr. Peer. Dentro<br />
do próprio veículo nano há pequenas<br />
partículas das drogas da quimioterapia.<br />
Quando o veículo entra em<br />
contato com células cancerígenas, ele<br />
libera a carga de quimioterapia diretamente<br />
nessas células. Segundo o dr.<br />
Peer, o dispositivo médico nano pode<br />
ser usado para tratar diversos tipos de<br />
câncer, incluindo do pulmão, do sangue,<br />
do cólon, da mama, do ovário, do<br />
pâncreas e ainda vários tipos de cânceres<br />
cerebrais. O nanoveículo, acrescenta<br />
o dr. Peer, é fabricado a partir<br />
de materiais orgânicos que se decompõem<br />
totalmente no corpo, uma vez<br />
que exerceu a sua função, tornando o<br />
tratamento mais seguro do que terapias<br />
atuais. A descoberta foi recentemente<br />
publicada na revista Biomaterials.<br />
(Arutz Sheva).<br />
Açúcar reconhecido por célula doente<br />
A chave para a plataforma de entrega das<br />
drogas é a molécula usada para criar o<br />
revestimento exterior do veículo nano,<br />
um açúcar reconhecido por receptores de<br />
vários tipos de células cancerosas.<br />
“Quando o veículo nano interage com os<br />
receptores da célula cancerosa, o receptor<br />
sofre uma mudança estrutural e a carga<br />
quimioterápica é liberada diretamente<br />
dentro da célula do câncer”, diz o dr.<br />
Peer, que lidera a mais focada pesquisa<br />
de tratamento quimioterápico contra células<br />
doentes. Como o nanoveículo reage<br />
apenas nas células cancerosas, as<br />
células sadias que as cercam permanecerão<br />
intocadas e não serão afetadas<br />
pela terapia. (Arutz Sheva).<br />
Ensaios clínicos chegando logo<br />
A nova droga será uma melhoria em qualquer<br />
coisa que existe atualmente no mercado,<br />
diz o dr. Peer. Cumprindo sua missão<br />
quimioterápica diretamente nas células<br />
cancerosas, o processo não apenas<br />
é mais potente, como também muito mais<br />
seguro. Os drs. Peer e Margalit estão trabalhando<br />
com a Oruus Pharma, da Califórnia,<br />
EUA, que licenciou a bomba-cluster<br />
“plataforma” da Universidade e poderá<br />
garantir uma rápida transição do laboratório<br />
para os ensaios clínicos, que<br />
devem começar em dois anos ou menos,<br />
diz o dr. Peer. (Arutz Sheva).<br />
O futuro está em Israel<br />
Durante décadas os europeus têm<br />
sofrido com os caprichos de seus fornecedores<br />
de petróleo. Primeiro, com<br />
os países árabes jogando com o preço<br />
do óleo cru que religiosamente pagavam,<br />
apesar do dano infligido às suas<br />
economias. Em segundo lugar, com<br />
uma dependência quase absoluta do<br />
gás siberiano controlado politicamente<br />
pelo Kremlin que, com o intuito de<br />
alcançar seus objetivos, tem feito abrir<br />
e fechar a torneira do abastecimento<br />
nos últimos anos, ameaçando sempre<br />
com um inverno cada vez mais frio.<br />
A possibilidade de trocar as fontes<br />
energéticas tem se revelado cara<br />
e pouco produtiva (se recusa por questões<br />
ideológicas, como a energia nuclear);<br />
e o cenário da mudança de produtores,<br />
pouco seguro tendo em conta<br />
a volatilidade estratégica da África<br />
subsaariana ou o côncavo andino.<br />
Mas aqui está uma boa notícia:<br />
Um país democrático e ocidental ao<br />
que parece, pode estar se transformando<br />
em fonte de abastecimento<br />
energético. E não são os EUA ou a In-<br />
Shaná Tová 5771<br />
Rafael L. Bardají *<br />
glaterra. É, nem mais nem menos, que<br />
Israel. Sim, Israel. Às novas descobertas<br />
que equivalem a reservas de mais<br />
de 1,5 bilhão de barris em um novo<br />
poço ao oeste de Tel Aviv (insuficientes<br />
para a exportação, mas muito acima<br />
das expectativas de 200 milhões<br />
de barris), vem-se somar agora a descoberta<br />
da maior reserva off-shore (ao<br />
largo do litoral) da região, em frente<br />
às costas de Haifa. Tal é o tamanho,<br />
que já é chamado de Titan o poço a<br />
ser explorado.<br />
Não seria um excelente paradoxo<br />
se pudéssemos nos libertar do jugo<br />
russo e árabe e passar a comprar diretamente<br />
de um bom aliado como<br />
Israel? As voltas que o mundo dá! Se<br />
as expectativas técnicas acabarem<br />
sendo cumpridas e Israel, em um prazo<br />
de uma década, se transformar<br />
num grande exportador de petróleo e<br />
gás, continuarão os Moratinos1 de<br />
plantão criticando-o tanto ou passariam<br />
a adulá-lo como agora fazem<br />
com os sauditas e companhia?<br />
1 Referência a Miguel Ángel Moratinos, ministro<br />
do Exterior da Espanha, contumaz crítico de Israel<br />
* Rafael L. Bardají é espanhol e bacharel em Ciências Políticas e Sociologia pela<br />
Universidad Complutense de Madri. Estudou segurança com especialização em<br />
defesa, na Inglaterra e nos EUA. Ex-diretor de Pesquisa e Análise do Instituto Real<br />
Elcano e fundador do Grupo de Estudos Estratégicos (GEES). De 1996 e 2000 foi<br />
assessor sênior dos ministros da Defesa da Espanha, Eduardo Serra e Federico<br />
Trillo. É membro do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) em<br />
Londres, do Conselho Internacional do Instituto de Análises para a Política Externa<br />
(IFPA), entre outros organismos.<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
O LEITOR ESCREVE<br />
Prezados amigos:<br />
Shalom! Rosh Hashaná suscita profundas reflexões individuais e<br />
coletivas. Considerado o aniversário do Universo, Rosh Hashaná é na<br />
realidade o sexto dia da Criação, quando D-us criou o primeiro homem,<br />
Adam – o propósito de toda Criação. O primeiro ato de Adam<br />
foi proclamar D-us como Rei do Universo. Também parece despertar<br />
um sonho que se quer atingir — o Sonho de um Mundo Melhor, Justo,<br />
Pacífico, de Cooperação, Sustentável, Próspero, Destituído de Maldade,<br />
no qual viver com as respectivas famílias e amigos torna-se algo<br />
verdadeiramente bom e agradável. Portanto, que Rosh Shaná seja<br />
um período propício para uma fértil colheita de Amor, Paz, Harmonia,<br />
Saúde, Alegria, Felicidade, Longevidade, Prosperidade e Mel na<br />
sua vida bem como na dos seus familiares.<br />
Shana Tova Umetuka! Feliz 5771! Esses são nossos sinceros e efusivos<br />
votos.<br />
Marcelo Walsh<br />
Professor, pesquisador do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da<br />
Universidade de São Paulo (Linha de Pesquisa de “Holocausto e<br />
Antissemitismo”)<br />
Mestre em História das Relações Internacionais (UNB-1997)<br />
Para escrever ao jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> basta passar um fax pelo telefone:<br />
0**41 3018-8018 ou e-mail para visaojudaica@visaojudaica.com.br
ordem é “adeus, Iêmen”.<br />
O governo do<br />
Iêmen e seu povo<br />
são enfaticamente<br />
contra Israel. Três<br />
membros do parlamento<br />
desse país estavam<br />
na “flotilha de ajuda” a Gaza, que<br />
foi atacada por soldados israelenses,<br />
no final de maio, resultando na morte<br />
de nove militantes. Quando mais<br />
tarde voltaram para casa, foram recebidos<br />
como heróis. Iemenitas raramente<br />
protestam publicamente contra<br />
a própria e miserável situação em<br />
seu país. Mas quando as tensões surgem<br />
na Faixa de Gaza, eles, felizes,<br />
realizam manifestações em Sanaa,<br />
capital do país. As comédias na televisão,<br />
frequentemente mostram estúpidos<br />
soldados israelenses sendo<br />
“passados para trás” por valentes<br />
palestinos.<br />
No entanto, os iemenitas também<br />
dizem apreciar o patrimônio judaico<br />
de seu país. Na Grande Mesquita,<br />
na antiga cidade antiga de<br />
Sanaa, um guarda, sussurra com um<br />
Judeus diminuem no Iêmen<br />
homem piedoso que medita sobre o<br />
Corão, apontando entalhes judaicos.<br />
Na aldeia de Jibla, ao sul de Sanaa,<br />
os moradores mostram a estrela de<br />
David em uma antiga sinagoga, hoje<br />
uma mesquita. Comerciantes do<br />
mercado se gabam que possuem produtos<br />
feitos de prata judaica<br />
tradicional. Um carrancudo oficial de<br />
polícia dá uma autorização para que<br />
um judeu-americano possa visitar<br />
uma antiga aldeia judaica.<br />
A aldeia em breve poderá não<br />
existir mais. A última centena e<br />
poucos mais de judeus iemenitas<br />
já definiram sua saída após mais<br />
de dois milênios no país. Um século<br />
atrás, cerca de 50.000 deles vivia<br />
mais ou menos em paz em meio<br />
à maioria muçulmana, que agora<br />
são 23 milhões.<br />
A vida ficou mais difícil para eles<br />
após a criação de Israel em 1948,<br />
com surtos de violência contra os<br />
judeus. A maioria animou-se a sair<br />
ao longo dos anos seguintes, na chamada<br />
Operação Tapete Mágico, em<br />
aviões americanos. Em seguida, uma<br />
onda muito menor de cerca de 1.200<br />
pessoas dos quais foram reassentados<br />
no início da década de 1990.<br />
Poucas centenas permaneceram em<br />
sua maior parte no norte da província<br />
de Saada. Depois que rebeldes<br />
Houthi enfraqueceram o domínio do<br />
governo na região, em recentes confrontos,<br />
os judeus foram evacuados<br />
para um complexo em Sanaa. À medida<br />
que a ameaça a eles cresce,<br />
grupos de judeus americanos e<br />
israelenses e diplomatas norte-americanos<br />
estão tentando estabelecer<br />
status de refugiados para eles e, em<br />
seguida, pagar por sua reinstalação<br />
nos Estados Unidos ou em Israel.<br />
Sua partida será um marco. Judeus<br />
do Iêmen, que falam o árabe, remontam<br />
a uma época em que era possível<br />
ter uma identidade compartilhada<br />
como judeus e árabes. Em outras<br />
partes do mundo árabe a maioria das<br />
comunidades judaicas feneceu. Em<br />
Beirute, Damasco e Bagdá (onde os<br />
judeus foram uma vez a maior comunidade<br />
isolada) os números encolheram<br />
para um punhado de gente velha<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Antiga comunidade finalmente abandona sua terra natal. São os últimos judeus de um país árabe<br />
Venezuela: uma comunidade<br />
judaica em risco<br />
A comunidade israelita de Curitiba recebeu<br />
a visita Alberto Jabiles Schwartz dia 23/<br />
8 para uma palestra no Centro Israelita do<br />
Paraná (CIP), com o título de “Venezuela,<br />
uma Kehilá em risco”, abordando detalhes<br />
da situação da comunidade naquele país.<br />
Alberto Jabiles é vice-presidente executivo<br />
do Distrito XXIII da B’nai B’rith Internacional,<br />
América Latina, do Norte e Caribe.<br />
Atualmente, reside no Panamá, mas viveu<br />
muitos anos na Venezuela.<br />
Estiveram presentes ao evento a presidente<br />
da Kehilá local, Ester Proveller, o presidente<br />
da Federação israelita do Paraná,<br />
Manuel Knopfholz, o presidente da B’nai<br />
B’rith da Loja Chaim Weizman, Leon Knopfholz,<br />
o rabino Pablo Berman, membros das<br />
diretorias dessas três organizações, além de<br />
dirigentes das entidades da comunidade e<br />
pessoas da coletividade.<br />
Ele descreveu a situação que vive a comunidade<br />
judaica daquele país,<br />
transmitindo sua preocupação<br />
pela dita situação,<br />
destacando as dificuldades<br />
que enfrenta com as crescentes<br />
declarações contra Israel<br />
que se evidenciam na<br />
Venezuela, relembrando<br />
também os atos de antissemitismo<br />
como o ataque à<br />
principal sinagoga de Caracas,<br />
a Maripá, as pichações<br />
nas paredes e nos muros,<br />
além de folhetos instigando<br />
Alberto Jabiles Schwartz falou no CIP<br />
sobre a comunidade judaica da Venezuela<br />
até a violência contra judeus.<br />
Jabiles explicou que pertence à B’nai<br />
B’rith, uma instituição que atua na área dos<br />
direitos humanos e que tem 163 anos de<br />
existência (foi fundada em 1847 anos), está<br />
presente em 61 países, incluindo Israel,<br />
mesmo antes de sua independência. O Distrito<br />
XXIII abrange 12 países, México, Colômbia,<br />
Costa Rica, Venezuela, Cuba, Curaçao,<br />
Equador, Panamá, Nicarágua, Honduras,<br />
El salvador e Guatemala.<br />
Sobre a Venezuela, observou que até<br />
1983 havia naquele país cerca de 20 mil judeus,<br />
quantidade hoje reduzida a 8 mil, que<br />
representam 0,0285% de uma população de<br />
28 milhões de habitantes. Desde a ascensão<br />
de Hugo Chávez ao poder, cerca de 2/3 da<br />
comunidade judaica deixaram o país.<br />
Dos que ainda restam quase 50% estão na<br />
Capital, Caracas e os demais distribuídos entre<br />
as cidade Maracaibo, Maracay, Valência, San<br />
Cristobal e Isla Marguerita.<br />
São ao todo na Venezuela<br />
20 sinagogas, e todas<br />
foram pichadas, algumas<br />
inúmeras vezes.<br />
Há discursos anti-Israel<br />
que acabam incrementando<br />
o antissemitismo,<br />
caricaturas na imprensa<br />
e manifestações públicas,<br />
que geram uma si-<br />
tuação difícil para a comunidade<br />
judaica.<br />
mantendo angustiadamente um baixo<br />
perfil. As poucas centenas de judeus<br />
do Iêmen são alguns os últimos<br />
que preservaram suas sinagogas e<br />
continuaram a conduzir cerimônias<br />
nelas. Zion Ozeri, um fotógrafo judeu<br />
de descendênciaiemenita,<br />
que documentou<br />
os<br />
últimos judeus<br />
do Iêmen,<br />
diz que,<br />
para aqueles<br />
que se estabelecem<br />
em<br />
Israel, existem“conotaçõesnegativas”<br />
ligadas<br />
ao fato de ser<br />
um judeu árabe.<br />
“Em Israel<br />
ou na Diáspora,dificilmente<br />
algum judeuconsiderase<br />
de cultura<br />
árabe”.<br />
(Artìgo<br />
traduzido de<br />
HonestReporting)<br />
17<br />
Líderes judeus de todo mundo<br />
reunidos em Jerusalém<br />
Com um discurso de boas vindas do<br />
presidente Shimon Peres foi aberta a<br />
reunião da Junta Diretiva do Congresso<br />
Judaico Mundial. O encontro foi realizado<br />
em Jerusalém, que foi o local<br />
onde líderes comunitários e políticos<br />
se uniram sob o lema: “Em apoio ao<br />
Estado de Israel”.<br />
Lideranças comunitárias<br />
do mundo inteiro<br />
participaram do evento<br />
em que também estiveram<br />
presentes o ex-primeiro<br />
ministro espanhol<br />
José María Aznar, a exchanceler<br />
e líder da oposição<br />
Tzipi Livni, o atual<br />
ministro da Defesa Ehud<br />
Barak, o diretor do Banco<br />
de Israel, Stanley Fischer<br />
e o grão-rabino de<br />
Tel Aviv Meir Lau, entre<br />
outras personalidades<br />
do cenário político e da<br />
diplomacia.<br />
Durante o evento, a Junta Diretiva<br />
do CJM concedeu menção honrosa para<br />
o Prêmio Nobel Elie Wiesel como<br />
“Guardião de Jerusalém” e rendeu homenagem<br />
aos soldados das Forças de<br />
Defesa de Israel por terem sido os primeiros<br />
a estabelecer um hospital de<br />
campanha no Haiti, depois do devastador<br />
terremoto que atingiu o país.<br />
Um dia antes da abertura do referido<br />
Encontro, 25 delegados de comu-<br />
A comunidade judaica do Iêmen está acabando<br />
nidades judaicas latino-americanas<br />
convocadas pelo Congresso Judaico Latino-Americano<br />
(CJL), se encontraram<br />
em Jerusalém com o objetivo de compartilhar<br />
experiências acerca do desenvolvimento<br />
da vida judaica na região.<br />
Membros da chancelaria israelense<br />
participaram da reunião e a Ve-<br />
Shimon Peres abriu o evento anual que reúne o Congresso<br />
Judaico Mundial<br />
Foto: Andres Lacko<br />
nezuela, um dos países que vem sofrendo<br />
incidentes antissemitas nos últimos<br />
dois anos, apresentou um informe<br />
de sua situação atual.<br />
A reunião se encaixa na estratégia<br />
geral do trabalho do CJL, que consiste<br />
em manter um intercâmbio permanente<br />
de informações entre as comunidades<br />
judaicas regionais para acompanhálas<br />
e conhecer tanto suas necessidades<br />
como seus avanços, e assim poder levar<br />
experiências exitosas de um ponto<br />
a outro do continente.
18<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Jane Glassman, nossa colaboradora, está<br />
chique neste início de ano. Seu primeiro<br />
artigo sobre Rosh Hashaná foi publicado<br />
em inglês, na Jewish Magazine de Israel,<br />
na edição especial High Holiday,<br />
com o título “Tahslich, Water and Judaism”.<br />
Quem quiser ler é so acessar<br />
http://www.jewishmag.com/147mag/<br />
tashlich/tashlich.htm<br />
Em 20/08/10 a Escola Superior de<br />
Guerra comemorou seu 61º aniversário,<br />
agraciando ilustres personalidades<br />
com a Medalha do Mérito Marechal<br />
Cordeiro de Farias, um dos fundadores<br />
da ESG, que se destina a homenagear<br />
civis e militares que prestaram<br />
bons serviços a instituição.<br />
Professor Rosental (E) com o general Enzo<br />
Martins Peri, Comandante do Exército (D) e<br />
com o ministro Marco Aurelio de Mello, do<br />
Supremo Tribunal Federal (C)<br />
Na oportunidade, recebeu a honraria<br />
o professor Simon Rosental, integrante<br />
do Corpo de Conferencistas da ESG,<br />
nas áreas de Engenharia Química e<br />
Nuclear e Estudos Brasileiros. É exaluno<br />
do CPOR do Rio de Janeiro, da<br />
turma de 1962.<br />
A comunidade judaica esteve presente<br />
no desfile de 7 setembro no Rio de<br />
Janeiro, na Av. Presidente Vargas. O<br />
deputado federal Marcelo Itagiba assistiu<br />
ao desfile na Tribuna de Honra.<br />
Alguns que desfilaram foram: Miguel<br />
Grinspan, que foi soldado do Batalhão<br />
de Guardas em 1946; tenente da Marinha<br />
do Brasil Melquisedec Affonso de<br />
Carvalho, da ARI; o presidente da Associação<br />
dos Ex-Combatentes do Brasil,<br />
Akiba Levy, diretor da Associação<br />
dos Ex-Combatentes Franceses. Serviu<br />
a bordo do Cruzador Jean Bart. Foi da<br />
Infanterie de Marine.<br />
Veteranos que prestaram o Serviço Militar<br />
como Oficiais R/2 da Reserva do<br />
Exército Brasileiro desfilaram no Grupamento<br />
da Associação dos Ex-Alunos<br />
do CPOR / RJ (Centro de Preparação de<br />
Oficiais da Reserva), dentre os quais o<br />
porta-bandeira, 1º tenente R/2 de Infantaria<br />
Israel Zuckerman, e o assessor<br />
Cultural da Associação, 2º tenente<br />
R/2 de Artilharia Israel Blajberg e Bension<br />
Akerman, da turma de Infantaria<br />
de 1953.<br />
Miguel Grinspan foi condecorado com<br />
a Ordem do Mérito da Defesa pelo Comandante<br />
do 1º Batalhão de Guardas<br />
“Batalhão do imperador/1823” tenente-coronel<br />
Alfredo de Andrade Bottino,<br />
na manhã do dia 3/9.<br />
Nos idos de 1946, o jovem Miguel<br />
Grinspan foi um Granadeiro, tradicional<br />
designação dos soldados que nos<br />
tempos da Monarquia serviam na escolta<br />
militar do Imperador D Pedro II,<br />
ele mesmo um reconhecido hebraísta<br />
que visitou a Terra Santa, de lá trazendo<br />
uma milenar Torá que hoje se encontra<br />
no Museu da Quinta da Boa Vista,<br />
bem próximo do Batalhão. Ele recebeu<br />
a medalha no grau de Cavaleiro<br />
da Ordem do Mérito da Defesa.<br />
Em seu discurso, o comandante do Batalhão<br />
de Guardas ressaltou a dedicação<br />
de Miguel ao Exército e ao Brasil,<br />
que o fizeram merecedor desta honraria,<br />
como exemplo aos jovens soldados<br />
O grand monde jornalístico, político, social,<br />
cultural e econômico esteve presente ao<br />
lançamento do livro “Vozes do Paraná” Volume<br />
3, do professor e jornalista Aroldo<br />
Murá Haygert, dia 17/8, no Salão de recepções<br />
do Shopping Crystal. O livro inclui nomes<br />
como Antonio Carlos Coelho (colaborador<br />
do <strong>VJ</strong>), o governador Orlando Pessuti,<br />
o prefeito Luciano Ducci, o ex-governador<br />
João Elísio Ferraz de Campos, o crítico<br />
formados a sua frente, até hoje ligado<br />
ao seu antigo quartel. Disse ainda da<br />
satisfação por ter Miguel optado por receber<br />
a comenda não em Brasília, em<br />
cerimônia presidida pelo ministro Nelson<br />
Jobim, mas sim no seu antigo quartel,<br />
onde ao longe se lia o dístico “A<br />
guarda morre, mas não se rende”.<br />
Miguel participou com a delegação brasileira<br />
do Desfile do 1º aniversário do<br />
Dia da Vitoria Aliada na Europa, em 8<br />
de maio de 1946, diante da Tribuna de<br />
Honra onde se encontravam todos os<br />
Reis, Presidentes e Primeiros-Ministros<br />
das Nações Aliadas.<br />
Miguel se emocionou ao receber a medalha<br />
do coronel Bottino e da sua neta<br />
Karen, naquele mesmo pátio onde um<br />
dia ele foi um dos Granadeiros do Imperador,<br />
eternizados nas figuras dos<br />
soldadinhos de chumbo.<br />
Estiveram presentes a esposa Suzana,<br />
literário Wilson Martins, o irmão marista Dario Bortolini, os jornalistas<br />
Luiz Geraldo Mazza e Hélio de Freitas Puglieli, entre outros.<br />
A obra foi realizada pela Editora Esplendor, comandada pelo jornalista<br />
e editor Eduardo Sganzerla. E o lançamento impecável em<br />
todos os detalhes esteve a cargo da Enfoque Comunicação e Eventos,<br />
da jornalista Christiane Moraes.<br />
Eretz Amazonia e David<br />
Benzecry<br />
Aroldo Murá Haygert lançou<br />
o Volume 3 de "Vozes do<br />
Paraná"<br />
O professor e pesquisador Samuel Benchimol<br />
(1924-2002) foi um dos maiores conhecedores<br />
da região amazônica, sobre<br />
a qual escreveu diversas obras. Uma delas,<br />
‘Eretz Amazônia’, conta a história do<br />
povo judeu na região, desde a chegada<br />
dos primeiros imigrantes, há 200 anos. O<br />
título faz referência ao nome bíblico<br />
‘Eretz Israel’ [Terra de Israel].<br />
Em comemoração à data, ‘Eretz Amazônia’ foi adaptada ao teatro<br />
pelo escritor e dramaturgo Márcio Souza (autor de ‘Galvez, Imperador<br />
do Acre’ e ‘Mad Maria’, entre outros livros), ele mesmo descendente<br />
de judeus do Marrocos, principal origem dos imigrantes.<br />
A peça é formada por sete esquetes, que mostram diferentes épocas<br />
da imigração judaica para a Amazônia, iniciando pelo Marrocos,<br />
passando pelo interior dos Estados do Pará e Amazonas e chegando<br />
até Manaus. A trilha sonora é baseada nas tradições judaico-marroquinas,<br />
e os diálogos incluem expressões em hakietia, o<br />
dialeto usado pelos imigrantes.<br />
‘Eretz Amazônia’ está sendo encenada aos sábados, às 20 horas,<br />
desde 4/9 no Teatro Oficina do SESC, em Manaus.<br />
Miguel Grispan, Israel Zuckerman e Israel Blajberg<br />
Colabore com notas para a coluna. Fone/fax 0**41 3018-8018 ou e-mail: visaojudaica@visaojudaica.com.br<br />
filhos e netos, inúmeros amigos e representantes<br />
da comunidade, como<br />
o vice-presidente da Fierj Helio Koifman,<br />
diretor de Cidadania e tenente<br />
R/2 Israel Blajberg, conselheiros Stephan<br />
Blank, Zvi Reiner, Waldemar<br />
Schaffell, cel. R/1 dr. Aron Felberg,<br />
Paulo Guberfain. diretor do Memorial<br />
Judaico de Vassouras, capitão da FAB<br />
Osias Machado, veterano da guerra<br />
na Itália, onde serviu no 1º Grupo de<br />
Aviação de Caça, o famoso Senta-a-<br />
Pua, dr. Luiz Kutwak, e outros amigos<br />
do homenageado.<br />
O Brasil vai realizar o 1º Festival da Música Klezmer,<br />
um evento que vai marcar o lançamento oficial<br />
do Instituto de Música <strong>Judaica</strong>-Brasil (IMJ)www.imjbrasil.com.br,<br />
que pretende preservar, divulgar<br />
e promover a música judaica em suas diversas<br />
vertentes, sendo que as primeiros grandes atividades<br />
do Instituto criado pela cantora e compositora<br />
Nicole Borger, que também é advogada tributarista,<br />
serão o 1º Festival de Música Klezmer<br />
no Brasil e o lançamento do CD ‘Klezmeriando: Novas<br />
(e Velhas).<br />
Esse tipo de música, que se convencionou chamar<br />
de Klezmer, do hebraico klei (instrumentos) e zemer<br />
(música), poderá ser conferida no 1º Festival de Música<br />
Klezmer no Brasil, o 1º Kleztival, que será realizado<br />
de 23 a 27 de setembro, em São Paulo.<br />
O Festival de Música Klezmer no Brasil terá shows,<br />
de oito a doze grupos, nacionais e estrangeiros (Estados<br />
Unidos e Argentina), na Hebraica, no Museu<br />
da Casa Brasileira, no Centro Cultural São Paulo, no<br />
Jazz nos Fundos e outros espaços culturais. Segundo<br />
Nicole Borger, diretora-executiva do Instituto da Música<br />
<strong>Judaica</strong> Brasil (www.imjbrasil.com.br), a ideia<br />
do primeiro Kleztival é “quebrar barreiras”. “Tem<br />
muito músico não judeu fazendo música klezmer, o<br />
que significa que na Europa e nos Estados Unidos,<br />
há um grande mercado de trabalho para este gênero<br />
musical, e que isso pode vir a acontecer no Brasil<br />
também”, afirma.<br />
Nasceu dia 13/8, a mais nova<br />
integrante das famílias Kleiner-Marcovici,<br />
Bruna, filha<br />
de Adriano e Alessandra Marcovici.<br />
Muitos sorrisos entre<br />
os casais de avós, Hana e<br />
Carlos Alberto Kleiner e Rosane<br />
Abraham Marcovici.<br />
Bruna chegou para<br />
alegria das famílias<br />
Kleiner e Marcovici<br />
Fotos: Marlene e Israel Blajberg
atacante israelense<br />
Itay Shechter, do<br />
Hapoel Tel Aviv, recebeu<br />
um cartão<br />
amarelo um tanto<br />
inusitado na partida do<br />
dia 18/8 de seu time contra<br />
o Salzburg, da Áustria, válida pelos<br />
playoffs da Liga dos Campeões, o<br />
principal torneio de clubes da Europa.<br />
Após marcar o terceiro gol do time<br />
na importante vitória fora de casa,<br />
Shechter tirou um kipá – o solidéu judaico<br />
– de dentro da meia, colocou<br />
na cabeça e, aparentemente, fez uma<br />
oração. O juiz português Pedro<br />
Proença não teve dúvidas: mostrou o<br />
cartão amarelo para o atacante.<br />
Shechter se mostrou surpreso com<br />
a atitude do juiz português e, depois<br />
do jogo, vencido pelo Hapoel por 3 a<br />
2, disse que não teve a intenção de<br />
provocar os adversários ou qualquer<br />
outra pessoa. “Um torcedor no aeroporto<br />
me deu o kipá com o emblema<br />
do Hapoel e eu pensei em colocar na<br />
meia e, se D-us me permitisse marcar<br />
eu colocaria e diria Shema Yisrael<br />
(“Escuta ó Israel”, parte de uma importante<br />
oração dos judeus)”, disse o<br />
jogador segundo o jornal Jewish Chronicle.<br />
“Eu não quis provocar ninguém,<br />
só estava pensando na felicidade de<br />
todos os judeus que estavam vendo<br />
o jogo pela TV”, afirmou o atleta.<br />
O técnico do Hapoel, Eli Guttman,<br />
defendeu o atleta. “Eu não tenho<br />
problemas com jogadores cristãos<br />
que fazem o sinal da cruz depois<br />
de marcarem, então porque Shechter<br />
não pode orar como quiser?”,<br />
afirmou Guttman.<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Jogador é punido por comemorar gol com kipá<br />
Itay Shechter, atacante do Hapoel Tel Aviv, recebeu cartão amarelo do juiz<br />
Apesar da reclamação do Hapoel,<br />
o juiz português seguiu as regras da<br />
Federação Internacional de Futebol<br />
(Fifa), que proíbe manifestações religiosas<br />
por parte dos jogadores. A entidade,<br />
que nunca foi favorável a<br />
esse tipo de atitude, ficou ainda mais<br />
atenta depois da Copa das Confederações<br />
de 2009, conquistada pelo Brasil.<br />
Ao comemorar o título, jogadores<br />
como o goleiro Gomes e os zagueiro<br />
Lúcio e Luisão substituíram o uniforme<br />
da seleção brasileira por camisas<br />
com inscrições evangélicas.<br />
Na ocasião, o Brasil não foi punido,<br />
mas o presidente da Fifa, o suíço<br />
Joseph Blatter, fez questão de dizer<br />
que “não há lugar para a religião no<br />
futebol”. Durante a Copa do Mundo<br />
de 2010, quando as questões nacionais<br />
- e às vezes religiosas - pode-<br />
riam estar mais acirradas, não se viu<br />
qualquer manifestação do tipo. A Fifa<br />
também pune manifestações comerciais<br />
e políticas dos jogadores.<br />
Congresso brasileiro da Wizo será em outubro, em Curitiba<br />
Curitiba este ano será<br />
sede do Congresso Brasileiro<br />
Wizo Aviv/Lapid que se<br />
realiza entre os dias 15 e 17<br />
de outubro, oportunidade em<br />
que a instituição feminina irá<br />
debater diversos assuntos da<br />
atualidade.<br />
As inscrições já encerradas,<br />
superaram todas as<br />
expectativas com 150<br />
chaverot participantes,<br />
vindas de vários estados<br />
brasileiros como Rio de<br />
Janeiro, São Paulo, Santa<br />
Catarina, Rio Grande do Sul,<br />
Minas Gerais, Pernambuco,<br />
Pará e Brasília, além das<br />
participantes do Paraná.<br />
Caio Blinder e Osias Wurman<br />
O ponto alto do evento serão as palestras proferidas pelos<br />
jornalistas Caio Blinder, vindo especialmente de Nova York,<br />
sob o patrocínio da Wizo Brasil, e Osias Wurman, que também<br />
é cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro.<br />
As palestras acontecerão no último dia do Congresso, no domingo,<br />
dia 17/10, às 9h, seguidas de um brunch com a apresentação<br />
da Banda Klezmorim.<br />
Em função da limitação de espaço no<br />
CIP, a Wizo disponibilizou a venda de<br />
apenas 50 convites para a comunidade<br />
judaica de Curitiba, para que possam participar<br />
da palestra.<br />
A venda de ingressos individuais para<br />
as palestras e para o brunch (R$100,00)<br />
está sendo feita somente até o dia 5 de<br />
outubro, com Helena Grinbaum (9649-<br />
Os jornalistas Caio Blinder e Osias Wurman<br />
falarão no Congresso da Wizo em Curitiba<br />
9883), Tânia Slud (8808-4085) ou Vera<br />
Sasson (9996-3838).<br />
Itay Shechter (agachado, à direita) e Eran Zahavi<br />
comemoram o terceiro gol do Hapoel Tel Aviv. Celebração<br />
rendeu cartão amarelo a Shechter<br />
Bazar<br />
Outro evento de destaque da Wizo-Pr<br />
será o bazar anual que nesta edição será<br />
realizado dia 28/11 no Centro Israelita do<br />
Paraná (CIP). O bazar coloca à venda variados<br />
produtos e muitas ofertas. A Wizo,<br />
para tanto, conta com a presença da comunidade<br />
para alcançar o sucesso também<br />
deste bazar.<br />
19
20<br />
* David Mandel é<br />
um judeu peruano<br />
que vive em Israel.<br />
Distribuição:<br />
www.porisrael.org<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
David Mandel *<br />
as “cowboyadas”<br />
(como chamamos<br />
em Lima há décadas<br />
os filmes de cowboys,<br />
onde atuavam Gene<br />
Autry, Roy Rogers, John<br />
Wayne, Clint Eastwood, e<br />
muitos outros) era fácil diferenciar<br />
entre os “bons” e os “maus”. Bastava<br />
ver a cor de seus chapéus. Os chapéus<br />
dos bons rapazes eram brancos,<br />
e os dos “maus” eram negros.<br />
Hoje, muitos telespectadores na<br />
Europa e em outros países, vendo os<br />
noticiários sabem dizer a diferença<br />
entre os “bons” que usam a kefiyeh,<br />
lenço ou xale que os palestinos usam<br />
sobre a cabeça e os “ruins”, que ostentam<br />
a kipá na cabeça, ou vão com<br />
a cabeça descoberta.<br />
A trama dos filmes de cowboy sempre<br />
era a mesmo: um grupo de malfeitores<br />
se apodera da terra de pessoas<br />
inocentes, até que chega o “bom”, que<br />
os vence, mata ou expulsa, e é idênti-<br />
Os “bons” e os “maus”<br />
ca à trama das notícias manipuladas<br />
que são exibidas hoje em dia na TV:<br />
os israelenses são invasores cruéis e<br />
colonos que tomaram as terras de palestinos<br />
inocentes.<br />
Em ambos os casos, nas “cowboyadas”<br />
e nas notícias manipuladas, isso<br />
é pura ficção que não tem nenhuma<br />
ligação com a história antiga e recente<br />
da região, ou a realidade atual.<br />
Foram escritos centenas de livros<br />
e milhares de artigos foram publicados<br />
descrevendo o conflito, explicando<br />
suas origens e causas, e analisando<br />
as perspectivas de uma paz que<br />
leve em consideração os direitos legítimos<br />
de ambas as nações. Infelizmente,<br />
todos esses esforços de Hasbará<br />
(explicação) não interessam a<br />
nenhum dos que, por ignorância, preconceito<br />
ou antipatia, se recusam a<br />
ouvir o ponto de vista de Israel.<br />
Há casos que ilustram a realidade<br />
do conflito entre israelenses e palestinos<br />
melhor do que as centenas<br />
de milhares de livros e artigos mencionados<br />
acima.<br />
Mídia que defende mesquita “Ground Zero”,<br />
sustentou queima das sinagogas em Gaza<br />
A mídia está dando um grande<br />
espaço na questão da tolerância<br />
e sensibilidade que estariam<br />
faltando às pessoas que se<br />
opõem à construção da mesquita<br />
no “Ground Zero”, escrevendo<br />
sobre como a liberdade de religião<br />
e o direito de construir uma<br />
mesquita superam as emoções<br />
suscitadas pela destruição do<br />
World Trade Center por terroristas<br />
muçulmanos e a insistência<br />
de um imã em construir uma mesquita nas proximidades.<br />
Engraçado, esta mesma tolerância e a sensibilidade<br />
foram atiradas pela janela quando a<br />
mídia sentiu a necessidade de justificar a destruição<br />
das sinagogas em Gaza em seguidas<br />
ao desengajamento de Israel.<br />
Veja-se o exemplo da reportagem da CNN<br />
escrita sobre as desculpas da mídia palestina<br />
para a destruição de sinagogas de Gaza. O correspondente<br />
da CNN na Faixa de Gaza, Matthew<br />
Chance, da mesma forma aproveitou a<br />
oportunidade para criticar Israel, enquanto procurava<br />
amenizar o vandalismo palestino. Culpando<br />
Israel por deixar para trás as sinagogas<br />
e, assim, “ofendendo” a “vitória” dos palestinos,<br />
o repórter Chance absolveu a Autoridade<br />
Palestina por não proteger os sítios religiosos<br />
judaicos da seguinte forma:<br />
Esta estrutura atrás de mim, muito controversa<br />
porque é a sinagoga judaica no meio de<br />
Netzarim. O gabinete israelense, é claro, votou<br />
por deixar as sinagogas de pé, irritando<br />
muito a Autoridade Palestina, porque eles sa-<br />
Sinagoga de Neve Dekalim, em Gaza,<br />
em ruínas após destruição pelos<br />
bem que estes edifícios são<br />
vistos pela grande maioria<br />
dos palestinos como símbolos<br />
potentes da ocupação israelense<br />
e não podiam ser<br />
protegidos ou ainda deixados<br />
de pé. E assim estamos vendo<br />
cenas muito sensíveis aqui<br />
sobre as últimas horas, de<br />
como as forças de segurança<br />
palestinas retiram os civis<br />
para fora da sinagoga e movem<br />
seus tratores para levar embora estas estruturas,<br />
uma vez mais vistos como símbolos<br />
odiados da ocupação israelense. Portanto, estas<br />
são cenas que são muito sensíveis para a<br />
Autoridade Palestina. E também um aspecto<br />
que é realmente um tipo mancha no sentido<br />
ofensa à vitória; é, a sensação de alívio entre<br />
os palestinos de que os israelenses finalmente<br />
se foram...<br />
Mas de volta a Nova York, a mácula (ou a<br />
ofensa) de ter uma mesquita perto de Ground<br />
Zero (Marco Zero) é ignorada, senão minimizada<br />
diminuída. O simbolismo da mesquita é<br />
superado pela liberdade de religião, com apenas<br />
uma escassa menção do compromisso de<br />
construir a mesquita em algum outro lugar. Este<br />
exemplo vem por meio de Daniel Greenfield,<br />
da Free Press, do Canadá, que em “Apenas Os<br />
Fatos”, mostra um imã que observa para a mídia,<br />
como todo muçulmano é um moderado.<br />
Qualquer outra coisa que a mídia possa ser,<br />
o objetivo não é um deles.<br />
E eles têm muito claro onde seu preconceito<br />
é exercido sobre esta questão.<br />
O texto original em inglês encontra-se publicado no Blog Daled Amos (http://daledamos.blogspot.com).<br />
1. Um par de anos atrás, uma<br />
mulher palestina em Gaza sofreu<br />
queimaduras por todo o corpo. Ela foi<br />
levada ao Hospital Soroka, em Beersheba,<br />
onde médicos e enfermeiras<br />
salvaram sua vida e cuidaram dela até<br />
que seu estado de saúde lhe permitisse<br />
voltar a Gaza. Ela deveria retornar<br />
ao hospital algumas semanas<br />
depois para um check-up. Quando a<br />
data chegou, a mulher apresentou-se<br />
no posto de passagem de Gaza para<br />
Israel. Os soldados ficaram surpresos<br />
com a sua gordura súbita. Foi revistada<br />
e encontraram a explicação: a<br />
mulher levava um cinturão de explosivos.<br />
Sua intenção era chegar ao<br />
Hospital Soroka, explodir as bombas<br />
e matar tantos médicos e enfermeiras<br />
quantos pudesse.<br />
2. Há três meses, a filha de três<br />
anos de idade de Elham Fathi Hammad,<br />
ministro do Interior do Hamas,<br />
teve que ser operada do coração no<br />
hospital de Gaza. Devido a um erro<br />
do médico palestino corria perigo de<br />
perder sua vida. O rei Abdullah da<br />
Jordânia pediu a Israel que autorizasse<br />
a transferência urgente da menina<br />
para um hospital na Jordânia. Devido<br />
à gravidade do estado da criança,<br />
a ambulância israelense levou-a<br />
às pressas para o Hospital Barzilai,<br />
em Ashkelon, uma cidade perto de<br />
Gaza, onde os médicos israelenses<br />
a operaram por várias horas para reparar<br />
o dano causado pelo cirurgião<br />
palestino. Quando perceberam que<br />
ela tinha estabilizado um helicóptero<br />
jordaniano pegou a menina e a<br />
levou para um hospital em Amã, capital<br />
da Jordânia.<br />
Os jornais jordanianos informaram<br />
sobre o caso, mas não mencionaram<br />
a intervenção de médicos<br />
israelenses. Hammad, o pai da menina,<br />
agradeceu a Jordânia e o rei,<br />
mas também “esqueceu” de mencionar<br />
os médicos do Hospital Barzilai,<br />
em Ashkelon.<br />
Uma semana depois, os palestinos<br />
em Gaza lembraram-se de Ashkelon.<br />
Manifestaram-se disparando um<br />
foguete contra a cidade, que, embora<br />
tenha causado danos, felizmente<br />
não provocou vítimas, nem caiu perto<br />
do hospital.<br />
3. Há algumas semanas, um palestino<br />
trouxe sua filha de seis anos<br />
de idade ao Hospital Hadassah, em<br />
Jerusalém. Ela tinha um tumor maligno<br />
por trás do olho, que, se não fosse<br />
operado, poderia causar-lhe a morte.<br />
Os cirurgiões do hospital a operaram<br />
com êxito e salvaram sua vida. O custo<br />
da operação e estadia da criança<br />
no hospital foi pago por uma organização<br />
israelense de beneficência.<br />
Enquanto a menina estava sendo<br />
atendida no hospital, seu pai,<br />
um membro da organização terrorista<br />
Hamas tomou armas e munições<br />
com o propósito de atirar em motoristas<br />
judeus nas estradas em Israel.<br />
Ele e seu grupo também planejavam<br />
sequestrar israelenses, para o que<br />
compraram roupas de judeus ortodoxos<br />
para se disfarçar.<br />
Logo que a criança teve alta, seu<br />
pai colocou em execução seu plano<br />
de fogo nas estradas, e conseguiu<br />
ferir mortalmente Shuki Sofer, um jovem<br />
policial que estava prestes a se<br />
casar. Shuki foi levado para o Hospital<br />
Hadassah, o mesmo hospital onde,<br />
poucos dias antes, os cirurgiões judeus<br />
operaram com sucesso a filha<br />
do assassino, mas os médicos não<br />
conseguiram salvá-lo.<br />
4. Israel fornece água e eletricidade<br />
para os palestinos em Gaza, e<br />
envia centenas de caminhões com<br />
suprimentos a cada semana. O Hamas<br />
retribui com foguetes, e disparou<br />
mais de 400 desde o final da Guerra<br />
de Gaza, em janeiro de 2009.<br />
Mas nada disto interessa para os<br />
leitores dos jornais europeus ou os<br />
telespectadores da CNN, da BBC e<br />
outras emissoras, para quem é suficiente,<br />
em reação pavloviana, que os<br />
“bons” são aqueles que usam kefiyeh.<br />
Enquanto os palestinos na Faixa<br />
de Gaza hoje inauguram shopping<br />
centers, restaurantes, piscina olímpica<br />
e locais de recreação*, os correspondentes<br />
de jornais e emissoras de<br />
televisão continuaram a escrever artigos**<br />
patéticos e lacrimosos, conscientemente,<br />
mas sem se importar de<br />
ser manipulados por seus guias e informantes<br />
do Hamas.<br />
* De forma alguma quero dar a impressão<br />
de que Gaza é um paraíso. Não é.<br />
Mas também não é o inferno que descrevem<br />
os apoiadores do Hamas. E se<br />
não fossem as ações do Hamas poderiam<br />
desfrutar da mesma prosperidade<br />
dos palestinos na Cisjordânia.<br />
** Para apenas um exemplo: As casas<br />
bombardeadas nos bairros de Beit<br />
Lahiya, no norte de Gaza, e Ezbt Abed<br />
Rabbo destacam seus interiores<br />
destruídos, suas ferragens esqueléticas<br />
e os restos em todo lugar. (“Amizade<br />
difícil”, de Vargas Llosa). O escritor pecou<br />
pela ingenuidade ao não perguntar<br />
aos seus guias, porque davam prioridade<br />
à construção de centros comerciais<br />
e piscinas em vez de reparar casas<br />
danificadas no conflito do ano passado.<br />
Também não pediu para ver as ruínas<br />
das estufas deixadas intactas pelos<br />
israelenses, mas que foram imediatamente<br />
destruídas pelos palestinos,<br />
causando a perda de milhares de empregos<br />
de seu próprio povo. Que eu<br />
saiba nunca nos muitos artigos que o<br />
escritor tem dedicado ao conflito do<br />
Oriente Médio considerou necessário<br />
comentar a respeito disso.
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
Negociações diretas entre Israel e os palestinos<br />
podem resultar em onda de ataques terroristas?<br />
Boaz Ganor *<br />
ão devemos ser enganados<br />
pelos portavozes<br />
oficiais, israelense<br />
e palestino.<br />
Ninguém envolvido na<br />
retomada das negociações<br />
diretas está realmente<br />
interessado em mantê-las. As lideranças<br />
da Autoridade Palestina, Abu<br />
Mazen e Salam Fayyad, são talvez os<br />
primeiros líderes palestinos da história<br />
moderna, que compreendem perfeitamente<br />
que os ataques terroristas<br />
não promovem, e até mesmo colocam<br />
em risco os interesses nacionais dos<br />
palestinos. Eles não se tornaram sionistas,<br />
D-us me livre, mas eles também<br />
não estão fazendo uma dupla estratégia,<br />
como fez Arafat durante o<br />
processo de Oslo na década de 90,<br />
quando ele condenou o terrorismo,<br />
mas, na realidade, nada fez para impedir<br />
os ataques e, em certos casos,<br />
até mesmo veladamente apoiou.<br />
O primeiro-ministro palestino, Salam<br />
Fayyad, não esconde seu plano<br />
operacional. Ele o proclama dia e noite.<br />
Fayyad, durante vários anos trabalhou<br />
na construção da infraestrutura<br />
necessária (de defesa econômica,<br />
administrativa e política), para o<br />
estabelecimento de um Estado palestino.<br />
Essa atividade, que está programada<br />
para ser concluída no final de<br />
2011, está sendo executado com o<br />
apoio maciço europeu e americano<br />
maciço, com Israel fechando um dos<br />
olhos e até dando o seu apoio tácito.<br />
O próprio Fayyad sabiamente tem dito<br />
que não pretende declarar unilateralmente<br />
um Estado palestino, que pos-<br />
Apesar das atuais preocupações<br />
com a segurança e o calor sufocante,<br />
Israel é um lugar muito bom para se<br />
viver. Assim diz a revista Newsweek,<br />
que há algumas semanas publicou um<br />
artigo especial que classifica Israel<br />
como o 22º melhor país do mundo, e<br />
o melhor do Oriente Médio.<br />
No artigo intitulado “Os melhores<br />
Países do Mundo”, Israel se encontra<br />
entre a Espanha e a Itália, classificado<br />
em sétimo na saúde, 25º em qualidade<br />
de vida e 15º em dinamismo econômico.<br />
Numa classificação que surpreendeu<br />
muitos israelenses, a Newsweek<br />
classificou Israel com um respeitável<br />
27º lugar no entorno político.<br />
O país que vem em seguida na lista<br />
do Oriente Médio é o Kuwait, em 40º,<br />
enquanto que a vizinha Jordânia ocupa<br />
o posto 53º. O Irã e a Síria também es-<br />
sa embaraçar a Israel, mas que apenas<br />
está agindo para preparar as bases<br />
do estabelecimento de um Estado<br />
e garantir-lhe sua existência, depois<br />
que ambos os lados chegarem a<br />
um acordo. (Se ele irá cumprir sua<br />
promessa, ainda está para ser visto).<br />
Do ponto de vista dos responsáveis<br />
pela Autoridade Palestina, manter<br />
negociações diretas com Israel é<br />
um obstáculo, e até mesmo coloca em<br />
perigo a sua estratégia. Isto porque,<br />
até agora, eles estavam trabalhando<br />
para alcançar seus objetivos estratégicos<br />
com profuso apoio (até certo<br />
ponto, até com o apoio do Hamas),<br />
sem que tenha que pagar qualquer<br />
preço a Israel, sem assinar acordo algum,<br />
sem reconhecer o direito de Israel<br />
a existir, e sem renunciar “ao direito<br />
de retorno”, etc. Qualquer progresso<br />
significativo nas negociações<br />
diretas com Israel irá necessariamente<br />
resultar em fortes críticas dentro<br />
da arena palestina e sua posição estará<br />
enfraquecida.<br />
Por outro lado, há Benyamin Nethanyahu,<br />
o primeiro-ministro de um<br />
governo cuja inclinação é de direita, e<br />
que agora está sendo percebido como<br />
o indicador de esquerda de seu próprio<br />
governo. Mesmo que ele queira<br />
dar a essas negociações um teor prático,<br />
é evidente para todos que assim<br />
fazendo, ele vai colocar em risco seu<br />
governo e até mesmo a continuação<br />
de sua política. Bibi não é alguém que<br />
esteja cometendo suicídio político. Ele<br />
está feliz em ajudar Salam Fayyad no<br />
estabelecimento da infraestrutura de<br />
um Estado palestino, em segredo. No<br />
entanto, ele não está interessado no<br />
franco avanço significativo das negociações<br />
diretas com os palestinos, por<br />
causa do alto preço político envolvido,<br />
a partir do seu ponto de vista.<br />
O terceiro jogador na arena — o<br />
Hamas, também está amedrontado<br />
com a renovação de negociações diretas.<br />
A liderança do Hamas está empenhada<br />
em obter sua legitimidade<br />
perante o mundo e se esforça pela<br />
retirada do bloqueio a Gaza. Ataques<br />
terroristas em larga escala agora não<br />
servem aos interesses imediatos do<br />
Hamas. Os líderes do Hamas analisam<br />
as ações de Fayyad na construção<br />
da infraestrutura do Estado palestino<br />
e, ao invés de chegar a um<br />
confronto aberto com o Fatah na<br />
Cisjordânia, eles escolheram preparar<br />
suas forças na Cisjordânia para o<br />
momento em que eles irão enfrentar<br />
o Fatah abertamente, e vencer, e então<br />
arrancar a infraestrutura já preparada<br />
pela Autoridade Palestina,<br />
como uma fruta madura. Enquanto<br />
Abu Mazen e Fayyad não pagarem um<br />
preço político a Israel e não assinarem<br />
qualquer acordo com ele, o Hamas<br />
não pretende violar o status quo.<br />
No entanto, a Casa Branca está<br />
com pressa. O presidente Obama quer<br />
produzir uma grande conquista política,<br />
se possível, antes das eleições<br />
para o Congresso em novembro de<br />
2010. Ele está, portanto, coagindo os<br />
dois lados para realizarem negociações<br />
diretas. Israel e os palestinos<br />
obedecem a despeito deles próprios,<br />
e de seu único desejo de ganhar pontos<br />
suficientes para atendê-los na<br />
campanha de propaganda, que certamente<br />
irá ter lugar após o colapso<br />
Israel é o 22º melhor país do mundo<br />
tão na lista, 79º e 83º receptivamente.<br />
O estudo seguiu a pesquisa do<br />
Instituto Gallup, dada a conhecer recentemente<br />
e publicada na revista<br />
Forbes, que arguiu que Israel é o oitavo<br />
país mais feliz do mundo.<br />
Curiosamente, os “melhores” países<br />
perfilados no estudo da Newsweek<br />
mostraram uma marcada correlação<br />
com os “mais felizes” países medidos<br />
na pesquisa da Gallup, ao menos entre<br />
os melhores classificados.<br />
Os Estados Unidos e a Grã Bretanha<br />
estão situados em 11º e 14º no estudo<br />
da revista Newsweek, comparados<br />
com o 14º e o 17º na lista da Gallup.<br />
Dinamarca, Finlândia, Noruega,<br />
Suécia e Holanda estão todos entre<br />
os 10 melhores na análise da<br />
Newsweek, enquanto que ficaram<br />
com os cinco primeiros lugares no da<br />
Gallup. O Irã está em 79º na lista da<br />
Newsweek, e em 81º na da Gallup.<br />
Enquanto a pesquisa Gallup adotou<br />
um enfoque de baixo para cima,<br />
interrogando milhares de pessoas<br />
pesquisadas em 155 países, durante<br />
quatro anos, o estudo da Newsweek<br />
levou “vários meses” para compilálo,<br />
com a ajuda de um prêmio Nobel,<br />
um diretor da McKinsey & Co., e diversos<br />
professores universitários. O<br />
estudo da Newsweek só listou os 100<br />
melhores países.<br />
A Newsweek classificou os “melhores<br />
países” segundo a pontuação<br />
em cinco categorias, que foram:<br />
Educação, saúde, qualidade de vida,<br />
dinamismo econômico, e entorno<br />
político. As pontuações se basearam<br />
nos índices internacionais, tais<br />
como indicadores econômicos, o<br />
coeficiente Gini (mede a distribuição<br />
de renda), o índice de inovação,<br />
dessas conversações.<br />
A liderança do Hamas não está interessada<br />
neste estágio em “quebrar<br />
as regras”, iniciando uma onda de ataques<br />
suicidas. É com ansiedade após<br />
a abertura das negociações que está<br />
apoiando ataques terroristas numa<br />
escala limitada, principalmente na<br />
Cisjordânia. Esses ataques podem estar<br />
sendo iniciados pela liderança ou<br />
podem ser resultado de iniciativa local.<br />
Serve ao Hamas como meta para<br />
transmitir uma mensagem de advertência<br />
e insatisfação em relação à liderança<br />
do Fatah, para que não se<br />
afaste dos procedimentos de seu mandato.<br />
No entanto, no caso do processo<br />
que começou em Washington parecer<br />
dar frutos, então a liderança do<br />
Hamas irá remover todos os obstáculos<br />
e agir no sentido de reiniciar as<br />
ondas de ataques suicidas dentro de<br />
Israel. Se for esse o caso, o alcance<br />
do terrorismo será o resultado do que<br />
os Serviços de Segurança de Israel, as<br />
Forças de Defesa de Israel e os serviços<br />
de segurança palestinos forem<br />
capazes de localizar, prevenir e impedir<br />
estes ataques.<br />
e o Índice de Paz Global.<br />
Enquanto que Israel obteve uma<br />
pontuação geral de 22º lugar, obteve<br />
melhores resultados na subclassificação<br />
da saúde, na qual ocupa o sétimo<br />
lugar entre 100.<br />
Educação foi a pior categoria de<br />
Israel das cinco estudadas, chegando<br />
ao número 41, apesar de que Israel<br />
tem a maior proporção de títulos universitários<br />
em relação à população,<br />
que qualquer outro país do mundo.<br />
Isso se deve ao fato que Israel<br />
não aplica o TIMMS (Trends in International<br />
Mathematics and Science<br />
Study) ou a prova do PISA (Programa<br />
Internacional de Avaliação de Alunos)<br />
aos seus estudantes e, sua pontuação,<br />
de acordo com o estudo, foi calculada<br />
mediante uma regressão da<br />
taxa de alfabetização e a média de<br />
anos de escolaridade.<br />
21<br />
* Ganor Boaz é<br />
vice-reitor da<br />
Escola Lauder de<br />
Governo, diretor<br />
executivo Centro<br />
Interdisciplinar de<br />
Herzliya do<br />
Instituto<br />
Internacional de<br />
Contraterrorismo<br />
(The<br />
International<br />
Institute for<br />
Counter<br />
Terrorism – ICT).<br />
Baseado no<br />
artigo de Boaz<br />
Ganor. publicado<br />
em hebraico no<br />
“Israel Today”, em<br />
5/9/2010.<br />
A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton comanda<br />
as conversações entre israelenses e palestinos<br />
Ben Hartman e Dov Preminger * * Ben Hartman e<br />
Dov Preminger são<br />
jornalistas do The<br />
Jerusalem Post.
22<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
VISÃO<br />
Míssil cai em escola 30 minutos<br />
antes da aula<br />
panorâmica<br />
Um míssil Kassam disparado da Faixa de<br />
Gaza na manhã do dia 8/9 caiu junto de<br />
uma escola de um kibutz no Município<br />
de Sha’ar Hanegev, 30 minutos antes da<br />
chegada das crianças às aulas. A escola<br />
sofreu danos leves e não houve registro<br />
de feridos. O prédio da escola atingida<br />
havia recebido reforço apenas no telhado<br />
e não nas paredes laterais, assim<br />
como outros edifícios da área. Agentes<br />
de segurança decidiram que a escola<br />
continuasse as aulas, mas crianças permaneceram<br />
em sala de aula e não puderam<br />
brincar no pátio externo nas horas<br />
seguintes. Já chegam a 20 os disparos<br />
de mísseis a partir Gaza contra cidades<br />
israelenses desde o início do Ano Novo<br />
judaico. (The Jerusalem Post).<br />
Esfomeados ou obesos?<br />
De acordo com o ranking do site da revista<br />
The Economist, sobre a obesidade<br />
no mundo, os homens de Gaza estão em<br />
oitavo lugar entre as populações mais<br />
gordas do mundo. Mas as mulheres que<br />
vivem em Gaza estão em terceiro lugar!<br />
Não é muito para os pobres esfomeados<br />
habitantes de Gaza? O ranking foi<br />
obtido da edição de 2007 da publicação<br />
Pocket World in Figures (Mundo de bolso<br />
em números), produzida pelo The<br />
Economist, na seção Maiores obesidades.<br />
(Economist.com).<br />
Newsweek: Israel é um dos melhores países<br />
A revista norte-americana Newsweek<br />
classificou 100 países com base na saúde,<br />
educação, economia e critérios de<br />
corrupção, colocando Israel na 22ª posição,<br />
um ponto acima da Itália e um<br />
abaixo da Espanha. Na categoria saúde,<br />
Israel ocupa o oitavo lugar, 15° em<br />
dinamismo econômico, 25° em qualidade<br />
de vida, 27° em ambiente político,<br />
40° na educação. Os dez primeiros países<br />
do ranking foram: Finlândia, Suíça,<br />
Suécia, Austrália, Luxemburgo, Noruega,<br />
Canadá, Holanda, Japão e Dinamarca.<br />
Os EUA ficaram em 11° lugar e o Brasil<br />
ocupa a 48° posição. Nigéria, Camarões<br />
e Burkina Faso são os três últimos colocados.<br />
A Turquia foi avaliada em 52°, a<br />
Síria em 83° e o Irã em 79°. (Jornal Alef).<br />
Muçulmanos em Dachau e Auschwitz<br />
Líderes muçulmanos americanos visitaram<br />
os campos de concentração de Dachau<br />
e Auschwitz convidados por Marshall<br />
Breger, judeu que ocupou alto posto<br />
na Casa Branca durante a presidência<br />
de Ronald Reagan e de George H.<br />
Bush. Ele organizou o grupo com o objetivo<br />
de neutralizar o notório e crescen-<br />
(com informações das agências AP, Reuters, AFP,<br />
EFE, jornais Alef na internet, Jerusalem Post,<br />
Haaretz, Notícias da Rua Judaíca e IG)<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
• Yossi Groisseoign •<br />
te antissemitismo e a negação do Holocausto<br />
que se tem registrado nos últimos<br />
anos em todo o mundo. Em seu regresso,<br />
os ativistas muçulmanos se<br />
mostraram comovidos pela experiência<br />
e Mohammed Magid, iman e diretor da<br />
organização “All Dulles Area Muslim<br />
Society”, escreveu um artigo na revista<br />
muçulmana Islamic Horizons sobre a<br />
negação do Holocausto. “Nenhum muçulmano<br />
em sã consciência, homem ou<br />
mulher, deveria negar o Holocausto.<br />
Quando você percorre os caminhos pelos<br />
quais outros foram levados às câmaras<br />
de gás para morrer, como é possível<br />
que alguém possa negar evidências<br />
físicas, é algo que está acima de<br />
qualquer dúvida?”, destaca um parágrafo<br />
do texto (Jornal Alef).<br />
Outro iraniano nega o Holocausto<br />
O aiatolá Naser Makarem Shirazi, de influência<br />
no clero conservador iraniano,<br />
afirmou dia 4/9: “O Holocausto não é<br />
mais que uma superstição. Mas os sionistas<br />
dizem que todos os povos do mundo<br />
devem aceitá-la. Os americanos e os<br />
ocidentais estão afetados por superstições<br />
surgidas recentemente, como o<br />
Holocausto. A verdade sobre o Holocausto<br />
não está clara. E quando investigadores<br />
querem determinar se é verídico ou<br />
se os judeus o inventaram para se fazer<br />
de vítimas, são presos”. (Jornal Alef).<br />
Palestinos rebatem Ahmadinejad<br />
A Autoridade Palestina respondeu dia 4/<br />
9 os ataques do presidente iraniano<br />
Mahmoud Ahmadinejad contra a retomada<br />
de negociações de paz diretas<br />
entre israelenses e palestinos em Washington.<br />
Num comunicado da agência<br />
oficial palestina Wafa, o porta-voz da AP,<br />
Nabil Abu Rodeina, afirmou que Ahmadinejad,<br />
“que não representa o povo iraniano,<br />
que falsificou as eleições e tomou<br />
o poder de forma fraudulenta, não<br />
tem direito a falar da Palestina, de seu<br />
presidente (Mahmoud Abbas) ou de<br />
seus representantes”. “O presidente<br />
Abbas foi eleito em eleições livres, em<br />
presença de mais de mil observadores<br />
internacionais e árabes”, acrescentou o<br />
texto. “Defendemos nossos direitos e<br />
interesses nacionais” e não permitiremos<br />
que ninguém “nos ameace ou questione”.<br />
No dia 3/9, Ahmadinejad criticara<br />
indiretamente Abbas, a quem qualificou<br />
de “refém” de Israel por haver iniciado<br />
dia 2/9 conversações com o primeiro-ministro<br />
israelense, Benjamin<br />
Netanyahu. (O Estado de S. Paulo).<br />
Teerã agora muda acusação contra Sakineh<br />
O governo do Irã disse que o caso de<br />
Sakineh Mohammadi Ashtiani, conde-<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
nada à morte não é uma questão de<br />
direitos humanos e rejeitou o posicionamento<br />
de outros países em relação<br />
ao tema. Antes a “justiça” iraniana a<br />
havia condenado por adultério mesmo<br />
sendo viúva, mas depois que houve<br />
protestos em todo mundo a acusação<br />
passou a ser também de assassinato,<br />
e por isso “a proteção de um indivíduo<br />
que é acusado de assassinato não<br />
deve se tornar uma questão de direitos<br />
humanos”, disse o porta-voz do<br />
Ministério das Relações Exteriores do<br />
Irã, Ramin Mehmanparast, em uma<br />
coletiva transmitida pela rede de TV<br />
local Irinn. No dia 7/9, o presidente da<br />
Comissão Europeia, José Manuel Durão<br />
Barroso, se disse chocado com o<br />
caso da iraniana e classificou a sentença<br />
como “bárbara” e “injustificada”.<br />
Durão Barroso afirmou que os direitos<br />
humanos não são negociáveis.<br />
(BBC).<br />
Alemanha fecha cerco a neonazistas<br />
A polícia alemã fez no dia 7/9, em nove<br />
estados do país, uma operação simultânea<br />
contra uma organização neonazista.<br />
Segundo o Ministério do Interior,<br />
foram realizadas buscas em instalações<br />
da organização HNG, grupo que<br />
tem por objetivo declarado apoiar extremistas<br />
presos e seus dependentes.<br />
O Ministério estuda uma possível proibição<br />
da HNG e as buscas tiveram por<br />
objetivo reunir material para essa análise.<br />
A HNG não trabalha em prol da<br />
ressocialização dos extremistas, mas<br />
os incentiva nas suas ideias radicais,<br />
afirmou Klaus-Dieter Fritsche, do Ministério<br />
do Interior. A HNG é a maior<br />
organização neonazista da Alemanha.<br />
O grupo foi fundado em 1979 e tem<br />
atualmente cerca de 600 membros.<br />
Uma das figuras centrais da organização<br />
é uma mulher: nascida em 1933,<br />
Ursula Müller, que já foi condenada<br />
por suas atividades radicais. (Deutsche<br />
Welle).<br />
Marina sobre Lula: “qual a razão de dar<br />
audiência a um ditador?”<br />
Durante sabatina realizada dia 9/9 pelo<br />
jornal O Globo, a candidata do PV à presidência,<br />
Marina Silva, criticou a política<br />
externa do governo Lula, por suas<br />
alianças com regimes autoritários. “A<br />
gente deve se pautar por princípios de<br />
direitos humanos, da cultura da paz e<br />
de que a democracia é o melhor caminho.<br />
Dentro desses princípios, sem abrir<br />
mão, conversamos com todos (...) mas<br />
qual a razão de dar audiência a um ditador<br />
que quer fazer a bomba atômica e<br />
riscar Israel do mapa?”, questionou, em<br />
relação ao presidente iraniano Mahmoud<br />
Ahmadinejad, por quem Lula já<br />
afirmou sentir “carinho”. Ela também<br />
criticou a conivência com as prisões<br />
políticas de Cuba e a “falta de equidistância”<br />
para “mediar conflitos” na América<br />
Latina. (O Globo/Terra).<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
Morre o general Tal, criador<br />
do tanque Merkava<br />
O general da reserva Israel Tal, que projetou<br />
o tanque israelense Merkava, morreu<br />
dia 8/9 aos 86 anos, anunciou a rádio<br />
pública de Israel. Teórico da guerra<br />
relâmpago e da mobilidade extrema das<br />
forças israelenses, Tal, conhecido como<br />
Talik, fez fama em seu país ao afirmar<br />
que “são os tripulantes dos blindados”<br />
que ganham as guerras. Em 1970, o governo<br />
o encarregou da supervisão e desenvolvimento<br />
de um tanque de concepção<br />
totalmente israelense, o Merkava.<br />
Tal foi comandante da região militar Sul<br />
e subchefe do Estado Maior. Os Merkava<br />
III e IV, últimos modelos deste tanque<br />
de silhueta baixa e afilada, possuem<br />
um motor diesel de 1,5 mil cavalos<br />
situado na parte dianteira, o que dá<br />
maior proteção e espaço aos quatro tripulantes.<br />
(Terra).<br />
General Tal - 2<br />
Utilizado pela primeira vez em uma<br />
guerra durante a invasão do Líbano em<br />
1982, o Merkava é considerado um<br />
dos melhores tanques do mundo. O<br />
blindado de 65 toneladas pode alcançar<br />
velocidade de até 64 km/h com autonomia<br />
de 500 km. Seu principal armamento<br />
é um canhão de 120 mm de<br />
calibre com alcance de 7 km, ladeado<br />
por três metralhadoras e um lançamorteiros<br />
de 60 mm. Durante a guerra<br />
de 2006, a blindagem dos Merkava<br />
mostrou-se vulnerável contra os mísseis<br />
antitanque utilizados pelo Hezbolá<br />
libanês, motivo pelo qual foi posteriormente<br />
reforçado e melhorado. Segundo<br />
o Centro de Estudos Estratégicos<br />
Jaffee da Universidade de Tel Aviv,<br />
Israel conta atualmente com 4 mil blindados,<br />
dos quais 1.280 são tanques<br />
Merkava. (Terra).<br />
Cidadania honorária à babá<br />
de Mumbai por bravura<br />
O ministro do Interior de Israel Eli<br />
Yishai concedeu dia 6/9 o título de cidadania<br />
honorária à mulher indiana<br />
que salvou um menino israelense dos<br />
ataques terroristas em Mumbai, em<br />
2008, que assassinaram os pais da<br />
criança. Sandra Samuel enfrentou armas<br />
de fogo para resgatar Moshe Holtzberg,<br />
então com dois anos de idade,<br />
do centro judaico invadido pelos terroristas<br />
islâmicos. Ela o encontrou junto<br />
aos corpos de seus pais e correu<br />
com ele para um local seguro. Ela continuou<br />
cuidando do menino mesmo depois<br />
em Israel, onde está sendo criado<br />
por parentes. O ministro Yshai entregou<br />
pessoalmente o certificado<br />
para Sandra, em reconhecimento à sua<br />
bravura. A ela também foi concedido<br />
o status de residente permanente em<br />
Israel. Entrevistada pela Rádio do<br />
Exército, disse estar “feliz e muito<br />
honrada”. (Associated Press).
Dori Lustron *<br />
“Então dizemos aos filhos de Israel,<br />
Habitem esta terra e, quando tiver<br />
chegado o fim da vida futura, os<br />
reuniremos todos juntos. O Corão<br />
que enviamos desceu sobre vós e<br />
para Ti Maomé enviamos “para<br />
Avisar e Advertir”<br />
Corão: 17:106<br />
amas e cavalheiros.<br />
Esta sura do Corão<br />
não é por acaso uma<br />
validação do sionismo?<br />
Mas, os filhos do Islã não<br />
o entendem assim. Decidiram mudar<br />
as palavras de seu livro sagrado e<br />
também a História Universal que todos<br />
conhecemos e querem nos obrigar<br />
a aceitá-lo. Ou nos convertemos<br />
ou estão em guerra com os infiéis.<br />
Desde Abrahão, pai do monoteísmo,<br />
todos eram muçulmanos… (!?). Aquilo<br />
que tivemos sempre é desvirtuado<br />
pelo fanatismo irracional dos jihadistas<br />
que pretendem governar o mundo<br />
dos infiéis. Não só os judeus são<br />
seu objetivo. Cristãos e qualquer religião<br />
que não seja o Islã é sua inimiga.<br />
Não reconhecem que do judaísmo<br />
nasceram as três religiões<br />
monoteístas porque o judaísmo nunca<br />
existiu, mas só os muçulmanos<br />
povoaram o mundo e isso é o que colocam<br />
na cabeça de seu pobre povo<br />
que os segue. É que ninguém leu esta<br />
Sura do Corão?<br />
Da história à fantasia<br />
Mesmo que os filhos de Israel os<br />
precederam. Abrahão data de 2025<br />
a.e.c e eles apareceram em 640 d.e.c<br />
Centenas de escavações arqueológicas.<br />
Documentos encontrados em<br />
vasilhas como nos Pergaminhos do<br />
Mar Morto. Os judeus não existiram<br />
porque a Palestina existe desde que<br />
caíram as muralhas de Jericó com a<br />
liderança de um muçulmano Josué.<br />
Não é para rir. Convencem milhares<br />
de pessoas que acabam pensando<br />
que sua professora na escola os ensinou<br />
mal e a culpam por sua ignorância.<br />
Esta gente, no seu afã em desvirtuar<br />
tudo, são os “Grandes Professores<br />
da Fantasia”, os quais têm acesso<br />
aos meios de difusão e o povo lhes<br />
presta atenção. Aqueles que em sua<br />
mediocridade detestam os judeus<br />
aceitam que Jesus era palestino... e<br />
Abrahão, Isaac e Jacob, nossos<br />
patriarcas, eram muçulmanos.<br />
Para o Islã há um só D-us e Maomé<br />
é seu profeta. Nasceu com a ideia<br />
que deve governar o mundo, governar<br />
sobre todas as demais religiões.<br />
No ano 640 d.e.c estabelece-se o império<br />
islâmico. Os judeus já tinham<br />
construído toda uma História na região.<br />
Temos 3300 anos de permanência<br />
judaica na Terra de Israel. Mas…<br />
Maomé sustentou que cada profeta<br />
bíblico foi muçulmano… E devido ao<br />
fato da totalidade de seus heróis serem<br />
muçulmanos a história mundial<br />
é na realidade a história do Islã.<br />
Os muçulmanos aceitaram o fato<br />
Com os candidatos<br />
de que os profetas bíblicos trazem<br />
consigo algum tipo de revelação.<br />
Segundo eles Moisés, trouxe o Taurat,<br />
que equivale à Torá, e Jesus<br />
trouxe o Ingeel, que equivale ao<br />
Evangelho e é conhecido como Novo<br />
Testamento. A Bíblia versus o Corão.<br />
Por que a Bíblia não se parece<br />
em nada ao livro do Corão? Maomé<br />
explica que tanto judeus como cristãos<br />
falsificaram os livros.<br />
Se os judeus e cristãos não desejam<br />
viver sob as leis do Islã os muçulmanos<br />
têm que lutar contra eles.<br />
E aí aparece a Jihad. Jihad quer dizer<br />
guerra contra aqueles que não estão<br />
dispostos a aceitar o domínio superior<br />
islâmico. Sejam judeus, cristãos, budistas,<br />
politeístas ou de qualquer religião.<br />
Assim, se o Ocidente não quer<br />
Jihad, deverá permitir ser dominado<br />
por eles que governaram o mundo. A<br />
ideia, não é que todo o mundo se converta<br />
e seja muçulmano, mas que o<br />
mundo inteiro se submeta à autoridade<br />
e domínio do Islã.<br />
Diz o erudito islamista professor.<br />
Moshe Sharon:<br />
“O Corão percebe o mundo dividido<br />
em dois — uma parte, submetida<br />
no presente ao domínio do Islã e<br />
outra parte a submeter-se supostamente<br />
num futuro. No Islã está muito<br />
clara a separação do planeta. Cada<br />
novo estudante do islamismo sabe<br />
disso. O mundo é considerado Dar al-<br />
Islam (casa do Islã) — ou seja, o lugar<br />
onde o Islã governa — e o resto<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
do mundo é denominado Dar al-Harb<br />
— que quer dizer, casa da guerra. O<br />
Islã não o chama “casa dos não-muçulmanos”,<br />
mas o qualifica como<br />
“casa da guerra”. É a casa da guerra<br />
a que será conquistada ao final dos<br />
tempos. O mundo continuará sendo<br />
casa da guerra até que se submeta<br />
ao total domínio e soberania do Islã.<br />
Assim diz a norma, mas por quê? Simplesmente,<br />
porque assim o declara<br />
Alá no Corão. Alá enviou seu profeta<br />
Maomé e a religião verdadeira para<br />
que a verdade triunfe e submeta o<br />
resto das demais religiões.<br />
Aparece, então, sua deformação de<br />
nossa própria História <strong>Judaica</strong>. O Templo<br />
de Jerusalém não existiu, era uma<br />
mesquita, portanto, o Muro Ocidental,<br />
o das Lamentações era sua mesquita.<br />
E lá vão os bobos acreditar, quando o<br />
Templo é um dos acontecimentos bíblicos<br />
mais documentados da História<br />
em geral. Os restos arqueológicos<br />
com inscrições em aramaico e hebraico<br />
dão fé disso. Sob o Muro há escavações<br />
às quais todos nós temos acesso...<br />
O hebraico é idioma deles?<br />
A limpeza étnica que estão realizando<br />
em Gaza e em Belém demonstra<br />
qual é seu modo de agir. Obrigam<br />
a converterem-se ao Islã os cristãos<br />
que vivem ali. E os que se negam são<br />
assassinados impunemente.<br />
Se eles pensam que nossos<br />
Patriarcas são os mesmos que os deles<br />
estão em seu direito, mas que não<br />
obriguem o mundo a viver segundo<br />
suas regras e seus mandatos.<br />
Uma série de cafés da manhã no Hotel Quality Curitiba, iniciativa da Federação Israelita do Paraná, procura reunir os candidatos às próximas eleições, que solicitaram os encontros, e<br />
as lideranças da comunidade judaica. O primeiro foi realizado no dia 14/9 com o candidato à reeleição para deputado federal Marcelo Almeida. No dia seguinte, 15/9 a comunidade<br />
ouviu o candidato ao Senado Gustavo Fruet. Líderes da coletividade e dirigentes das entidades judaicas participaram, entre elas, a presidente da Kehilá, Ester Proveller, e o presidente<br />
da Federação Israelita do Paraná, Manoel Knopfholz que, em ambas ocasiões, fez a entrega aos candidatos da Carta de Princípios elaborada pela Federação. Knopfholz expressou, em<br />
nome da comunidade, que "deposita grandes esperanças neste momento de renovação política pelo qual nosso país atravessa, aplaude o gesto de amor ao Brasil que a candidatura<br />
representa", e declarou que a carta "enumera alguns valores éticos da tradição multimilenar judaica que poderiam nortear ideias, propostas e projetos". Marcelo Almeida agradeceu<br />
a colaboração através do documento entregue, contou sobre sua atuação em Brasília na defesa dos interesses da comunidade judaica brasileira e renovou seu compromisso de<br />
trabalho nesse sentido. Gustavo Fruet falou sobre a importância dessas eleições para o País. A candidata ao Senado Gleisi Hoffman tem café agendado para o dia 22/9.<br />
23<br />
* Dori Lustron é<br />
licenciada em<br />
Letras, escritora,<br />
jornalista<br />
especializada em<br />
política externa e<br />
hasbará de Israel<br />
(esclarecimento),<br />
autora de músicas<br />
e cantora. Nascida<br />
em Buenos Aires,<br />
cresceu e estudou<br />
em Mendoza,<br />
Argentina.<br />
Emigrou para<br />
Israel em 2002 e<br />
vive em Nahariya,<br />
onde montou a<br />
Rede de Hasbará<br />
sob o lema “Juntos<br />
somos mais”,<br />
unindo todas as<br />
páginas da<br />
internet que se<br />
dedicam ao tema,<br />
inclusive o site do<br />
jornal <strong>Visão</strong><br />
<strong>Judaica</strong><br />
(www.visao<br />
judaica.com.br)<br />
para enfrentar a<br />
guerra midiática<br />
contra Israel.<br />
Colabora em várias<br />
publicações e<br />
administra a<br />
página na internet<br />
do site<br />
www.porisrael.org.
24<br />
* George F. Will é<br />
colunista e<br />
escreve sobre<br />
política, cultura<br />
e basebol no<br />
jornal norteamericano<br />
The<br />
Washington<br />
Post. Artigo<br />
publicado no dia<br />
19/8/2010.<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2010 Tishrei / Chesvan 5771<br />
a intifada que começou<br />
em 2000, o terrorismo<br />
palestino matou mais<br />
de 1.000 israelenses.<br />
Proporcionalmente à população<br />
dos Estados Unidos,<br />
seriam 42.000, aproximando-se<br />
do número de mortes dos oito anos<br />
da América do Vietnã. Durante a<br />
ofensiva, que começou dez setembros<br />
atrás, os pais israelenses enviavam<br />
dois filhos para a escola colocando-os<br />
em ônibus separados para<br />
diminuir a chance de que não voltariam<br />
para o jantar. Certamente a<br />
Ignore palestras sobre Israel<br />
assumindo “riscos para a paz”<br />
George F. Will *<br />
maioria dos americanos pode imaginar,<br />
até mesmo que seus líderes, com<br />
dificuldades de audição, não podem<br />
compreender, como é difícil quando<br />
querem ensinar os líderes de Israel<br />
sobre a necessidade de tomar “os riscos<br />
para a paz”.<br />
Durante a visita do primeiro-ministro<br />
Binyamin Netanyahu, em julho,<br />
a Washington, Barack Obama<br />
elogiou a “disposição de assumir<br />
riscos pela paz”. Houve uma época<br />
em que isso significava trocar “terra<br />
por paz”, Israel sacrificando algo<br />
tangível e irrecuperável, profundidade<br />
estratégica, em troca de algo intangível<br />
e perecível, promessas da<br />
87 Estados contra a<br />
negação da Shoá<br />
Países de todo o mundo se uniram<br />
para colaborar na luta contra o antissemitismo.<br />
Com o apoio do Ministério de<br />
Relações Exteriores de Israel e com a<br />
presença do vice-chanceler Danny Ayalon,<br />
foi firmado um acordo que envolve<br />
o compromisso de 87 países para lutar<br />
contra a negação do Holocausto e do antissemitismo<br />
no mundo.<br />
As entidades que uniram seus objetivos<br />
são a “Força Tarefa internacional<br />
para a Memória do Holocausto” (ITF) e<br />
o “Bureau de Instituições Democráticas<br />
e Direitos Humanos” (ODIHR), braço executor<br />
da Organização para a Segurança<br />
e colaboração Mútua na Europa.<br />
É a primeira vez que mais de 80 Estados<br />
se unem para colaborar mutuamente<br />
contra a campanha de deslegitimação<br />
que sofre Israel no plano local e o judaís-<br />
mo em nível internacional.<br />
“Existem certos elementos que negam<br />
a Shoá e preparam o próximo Holocausto.<br />
Devemos preservar a memória<br />
para que tais horrores, junto com<br />
a xenofobia, não se repitam e para<br />
que tenhamos um mundo mais seguro”,<br />
enfatizou Ayalon durante a assinatura<br />
do documento.<br />
A ITF - cujo objetivo é promover a memória<br />
do Holocausto por meio da educação,<br />
investigação e monumentos recordatórios,<br />
conta atualmente com 27 países<br />
membros, em sua maioria, europeus.<br />
A ODIHR, da qual são membros 57<br />
países, se ocupa entre outras coisas de<br />
programas educativos e de monitoração<br />
de fenômenos tais como a xenofobia<br />
contra os estrangeiros e, em especial, o<br />
antissemitismo.<br />
normalidade diplomática.<br />
Questões estratégicas de profundidade<br />
em uma nação onde quase<br />
todo mundo é ou foi um soldado, é<br />
como a sociedade que não pode funcionar<br />
por muito tempo com a nação<br />
inteiramente mobilizada. Além disso,<br />
antes da Guerra dos Seis Dias de<br />
1967, Israel dentro das fronteiras estabelecidas<br />
pelo armistício de 1949<br />
estava em um lugar de apenas nove<br />
milhas de largura, um fato que levou<br />
George W. Bush a dizer: No Texas,<br />
temos estradas com essa largura. Israel<br />
trocou um monte de terra para<br />
alcançar uma paz fria com o Egito,<br />
rendendo o Sinai, que é quase três<br />
vezes maior que Israel e era 89 por<br />
cento da terra capturada no processo<br />
de repelir a agressão de 1967.<br />
A intifada foi lançada pelo falecido<br />
Yasser Arafat — terrorista e vencedor<br />
do Prêmio Nobel da Paz — após<br />
a reunião de Camp David em julho de<br />
2000, durante o qual o então primeiro<br />
ministro Ehud Barak ofereceu ceder<br />
o controle de toda a Faixa de Gaza<br />
e mais de 90 por cento da Cisjordânia,<br />
com pequenas trocas de terras<br />
para acomodar o crescimento dos<br />
subúrbios de Jerusalém, do outro lado<br />
da linha de armistício de 1949.<br />
Os israelenses são notoriamente<br />
rebeldes, mas a intifada produziu entre<br />
eles um consenso de que mais do<br />
que qualquer coisa que o governo<br />
deles possa oferecer, sem perder o<br />
apoio interno é menos do que qualquer<br />
interlocutor palestino possa exigir.<br />
Além disso, a intifada foi parte de<br />
um padrão. Como em 1936 e em 1947,<br />
ao falar-se sobre a partilha, irrompeu<br />
a violência árabe...<br />
A Palestina tem aparentemente<br />
uma capacidade ilimitada para extrair<br />
absurdos de longe, como aconteceu<br />
recentemente, quando o primeiro-ministro<br />
britânico, David Ca-<br />
meron, se referiu a Gaza como uma<br />
“prisão campo”. Se em certo sentido<br />
é, não é, no entanto, no sentido<br />
que Cameron pretende. Sua implicação<br />
era que Israel é o carcereiro<br />
cruel. O infortúnio real Gaza é estar<br />
sob o punho de ferro do Hamas, uma<br />
organização terrorista.<br />
Em maio, uma flotilha lançada da<br />
Turquia aproximou-se de Gaza para<br />
provocar um confronto com Israel,<br />
que, como Egito, administra um bloqueio<br />
para impedir que armas cheguem<br />
ao Hamas. A pretensão da flotilha<br />
era ajuda humanitária para<br />
Gaza, onde a taxa de mortalidade infantil<br />
é menor e a expectativa de vida<br />
é maior do que na Turquia.<br />
Israelenses com menos de 50<br />
não têm memória de sua nação dentro<br />
das fronteiras de 1967 estabelecidas<br />
pelo armistício de 1949 que<br />
pôs fim à Guerra da Independência.<br />
O resto do mundo parece não ter<br />
memória de forma alguma a respeito<br />
da história da interseção da Palestina<br />
e do povo judeu. A criação<br />
de Israel não envolve a destruição<br />
de um Estado palestino, por não ter<br />
havido tal estado desde que os romanos<br />
chegaram. E se o percentual<br />
da população judaica do mundo fosse<br />
hoje o que era quando os romanos<br />
governaram a Palestina, seria de<br />
200 milhões de judeus. Depois de<br />
uma passagem única e arriscada<br />
durante dois milênios sem pátria, há<br />
13 milhões de judeus.<br />
Nos 62 anos desde que este país<br />
foi fundado em um sexto de um por<br />
cento da descuidada terra que é imprecisamente<br />
chamado de “mundo<br />
árabe”, os israelenses nunca souberam<br />
o que é uma hora de paz<br />
real. Os paternalistas americanos<br />
que dão palestras sobre a realidade<br />
dos riscos e são desejosos de<br />
paz, que outrora eram apenas tolos,<br />
agora são obscenos.