Rendas de Bilros de Vila do Conde Um Património a Preservar Cap ...
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- Page 51 and 52: Nomenclatura ligada à forma das re
Índice<br />
<strong>Cap</strong>. I 4<br />
6<br />
8<br />
11<br />
12<br />
13<br />
14<br />
<strong>Cap</strong>. II 19<br />
<strong>Cap</strong>. III<br />
21<br />
25<br />
28<br />
29<br />
30<br />
32<br />
34<br />
37<br />
Introdução Mário Almeida<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
<strong>Rendas</strong> - A moldura europeia 1. Origem<br />
Graça Ramos<br />
Directora Executiva <strong>do</strong> CRAT<br />
<strong>Rendas</strong> em Portugal. A insustentável leveza. 1. Século XVI<br />
As <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
2. <strong>Um</strong> novo teci<strong>do</strong>, uma nova palavra<br />
3. Os Livros <strong>de</strong> Riscos e outros registos escritos.<br />
2. Século XVII<br />
3. Século XVIII<br />
1. Os primeiros <strong>do</strong>cumentos<br />
2. Os passaportes (1768 – 1832)<br />
3. Os registos paroquiais<br />
4. As exposições nacionais e internacionais<br />
5. Os primeiros sinais da crise<br />
6. O Século XX<br />
A crise da indústria manufactureira das rendas <strong>de</strong><br />
bilros<br />
7. Produção e comercialização das rendas <strong>de</strong> bilros<br />
no século XX<br />
Glossário <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> 1. Pontos<br />
8. Luta e resistência<br />
A Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Feira <strong>de</strong> Artesanato <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Associação para Defesa <strong>do</strong> Artesanato e<br />
<strong>Património</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Museu das <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
A espuma <strong>do</strong>s dias<br />
2. Motivos<br />
3. Utensílios e mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalhar<br />
4. Nomenclatura ligada à forma das rendas
3 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
<strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong><br />
Con<strong>de</strong>: um património a<br />
preservar.<br />
Mário Almeida<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal<br />
<strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Não é <strong>de</strong> hoje o reconhecimento da<br />
importância das nossas <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong>.<br />
Na verda<strong>de</strong>, já a Acta da sessão da<br />
Câmara Municipal <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> Maio <strong>do</strong><br />
distante ano <strong>de</strong> 1616 referia o "Mester"<br />
da Rendilheira. E hoje, quase quatro<br />
séculos passa<strong>do</strong>s, é um privilégio que,<br />
como Presi<strong>de</strong>nte da Câmara, me possa<br />
associar ao processo <strong>de</strong> Certificação das<br />
<strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong>, assim testemunhan<strong>do</strong> o<br />
crescente prestígio <strong>do</strong> nosso mais<br />
representativo Artesanato.<br />
Não quero <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> recordar alguns <strong>do</strong>s<br />
passos da<strong>do</strong>s aos longo <strong>do</strong>s séculos,<br />
revela<strong>do</strong>res da atenção e <strong>do</strong> carinho que<br />
esta arte sempre mereceu, como o apoio<br />
ao protesto <strong>de</strong> Joana Maria <strong>de</strong> Jesus, que<br />
lutou contra a Pragmática <strong>de</strong> D. João V,<br />
proibin<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong>, ou a<br />
marcante data histórica, registada no<br />
nosso precioso Arquivo Municipal, <strong>de</strong><br />
1867, ano em que as nossas <strong>Rendas</strong><br />
estiveram presentes na Exposição<br />
Universal <strong>de</strong> Paris.<br />
Mas é, em 1919, com a criação da Escola<br />
<strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>, que o trabalho das nossas<br />
Rendilheiras ganha particular qualida<strong>de</strong>,<br />
especificida<strong>de</strong> e maior visibilida<strong>de</strong>.<br />
Porém, nos anos 50 e 60, com a mudança<br />
<strong>de</strong> hábitos e <strong>de</strong> estilo <strong>de</strong> vida, verificouse<br />
um <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong>sta tradição.<br />
Felizmente, a partir <strong>de</strong> 1974, graças a<br />
diversas acções <strong>de</strong>senvolvidas,<br />
nomeadamente a criação <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong><br />
Artesanato, bem como à notorieda<strong>de</strong><br />
granjeada pela Feira Nacional <strong>de</strong><br />
Artesanato, conseguiu-se uma clara<br />
inversão. Destaque-se, entretanto, a<br />
abertura <strong>do</strong> Museu das <strong>Rendas</strong>, dan<strong>do</strong><br />
um forte contributo à preservação <strong>de</strong>ste<br />
saber que, agora, conquista a sua<br />
Certificação.<br />
É uma nobre herança que queremos<br />
legar!
5 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
<strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong><br />
Con<strong>de</strong>: um património a<br />
preservar.<br />
Graça Ramos<br />
Directora Executiva<br />
CRAT - Centro Regional <strong>de</strong> Artes Tradicionais<br />
Numa época <strong>de</strong> cultura massificada e<br />
globalizada, as singularida<strong>de</strong>s locais,<br />
traduzidas pelas artes tradicionais, têm<br />
um papel <strong>de</strong> diferenciação cultural cada<br />
vez mais relevante, que importa não só<br />
manter mas acentuar. Em torno <strong>de</strong> uma<br />
tradição cria-se e <strong>de</strong>senvolve-se to<strong>do</strong> um<br />
conjunto <strong>de</strong> práticas sociais e <strong>de</strong><br />
conteú<strong>do</strong>s simbólicos, verda<strong>de</strong>i-ras<br />
âncoras <strong>de</strong> uma maneira particular <strong>de</strong> ver<br />
e <strong>de</strong> estar no mun<strong>do</strong>. Tradição é a<br />
memória colectiva que reforça a<br />
apropriação individual <strong>de</strong>ssas referências.<br />
Plenamente assumidas pela comunida<strong>de</strong>,<br />
consciente <strong>do</strong> seu valor cultural e <strong>do</strong><br />
significa<strong>do</strong> social associa<strong>do</strong> à sua<br />
manufactura - expressão <strong>de</strong> vivências,<br />
saberes e técnicas, representativas <strong>de</strong><br />
uma história antiga que se <strong>de</strong>seja<br />
prolongar pelo futuro - as <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> constituem uma<br />
realida<strong>de</strong> efectiva (e afectiva), que<br />
resulta da longa tradição local <strong>do</strong> seu<br />
fabrico.<br />
O futuro que se lhes adivinha parece,<br />
contu<strong>do</strong>, pouco promissor, tais as<br />
ameaças que se vislumbram a prejudicar<br />
a sua evolução, pelo que se torna<br />
imprescindível uma efectiva e<br />
consequente tomada <strong>de</strong> consciência<br />
sobre a importância <strong>de</strong>sta herança<br />
cultural. Mas para que tal aconteça, é<br />
preciso conhecer, em profundida<strong>de</strong>, o<br />
passa<strong>do</strong> associa<strong>do</strong> às artes tradicionais e<br />
aos seus autores. Foi assim que ao<br />
projecto global, em que se integra a<br />
elaboração <strong>do</strong> presente Catálogo, a<br />
Associação <strong>de</strong> Defesa <strong>do</strong> Artesanato e<br />
<strong>Património</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>, <strong>de</strong>u o nome<br />
"<strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>: um<br />
património a preservar".<br />
Plena <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> e oportunida<strong>de</strong>, a<br />
<strong>de</strong>signação não podia ser mais clara<br />
quanto à preocupação relativa ao futuro<br />
<strong>de</strong>sta produção artesanal, entendida<br />
como "<strong>Património</strong>", com tu<strong>do</strong> o que o<br />
termo implica <strong>de</strong> relevância cultural e<br />
social. Mas a questão surge, no entanto,<br />
com o termo "a preservar". <strong>Preservar</strong> <strong>de</strong><br />
quê ou <strong>de</strong> quem?<br />
<strong>Preservar</strong> <strong>do</strong>s efeitos provoca<strong>do</strong>s pela<br />
passagem inexorável <strong>do</strong> tempo.<br />
<strong>Preservar</strong> da concorrência externa,<br />
muitas vezes <strong>de</strong>squalificada e <strong>de</strong>sprovida<br />
<strong>de</strong> laços i<strong>de</strong>ntitários. <strong>Preservar</strong> ainda <strong>do</strong><br />
risco, sempre latente, <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scaracterização que assola as artes e<br />
ofícios tradicionais.<br />
É aqui que a certificação terá um<br />
importante papel a <strong>de</strong>sempenhar,<br />
<strong>de</strong>senhan<strong>do</strong> um quadro sóli<strong>do</strong> e<br />
fundamenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> referências para esta<br />
produção artesanal, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> as<br />
características das rendas <strong>de</strong> bilros <strong>de</strong><br />
<strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> e <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> quão<br />
valoriza<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser um produto quan<strong>do</strong><br />
a sua história, o seu enquadramento<br />
cultural e social e os contextos que lhe<br />
estão associa<strong>do</strong>s são conheci<strong>do</strong>s. A<br />
certificação funcionará, assim, ao garantir<br />
a qualida<strong>de</strong> e autenticida<strong>de</strong> da produção,<br />
mas também [e não menos importante]<br />
como forma <strong>de</strong> diferenciar e singularizar<br />
um produto com características próprias<br />
no quadro <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada cultura,<br />
<strong>de</strong> informar e promover a confiança (e o<br />
conhecimento) <strong>do</strong> próprio consumi<strong>do</strong>r.<br />
A certificação das produções artesanais é<br />
hoje um imperativo para que se assegure<br />
a sobrevivência e a preservação das artes<br />
e ofícios tradicionais, valorizan<strong>do</strong> as<br />
comunida<strong>de</strong>s e activida<strong>de</strong>s associadas e<br />
qualifican<strong>do</strong> as produções e as vidas <strong>do</strong>s<br />
seus artífices. No quadro <strong>de</strong> uma nova (e<br />
imprescindível) abordagem aos<br />
merca<strong>do</strong>s, a dinâmica <strong>de</strong> qualificação e<br />
certificação das produções artesanais<br />
permitirá às <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong><br />
Con<strong>de</strong> um renova<strong>do</strong> posicionamento:<br />
mais visível e qualifica<strong>do</strong>, mais genuíno e<br />
seguro, mais concorrencial e assumi<strong>do</strong>.
7 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Glossário <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Pontos<br />
43 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Num apontamento manuscrito, sem<br />
data, da primeira mestra, Julieta <strong>de</strong><br />
Castro Estrela, que, em 1919, inaugurou<br />
na Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> o<br />
processo <strong>de</strong> aprendizagem mais exigente<br />
que muitos reclamavam, encontram-se<br />
os seguintes pontos, associa<strong>do</strong>s à<br />
respectiva representação gráfica:<br />
Paninho<br />
Re<strong>de</strong><br />
Meio ponto<br />
Crivo aberto<br />
Crivo fecha<strong>do</strong><br />
Caveirinha<br />
Re<strong>de</strong> fechada<br />
Como facilmente se percebe esta lista,<br />
mesmo que muito incompleta (e não se<br />
sabe para que finalida<strong>de</strong> foi feita),<br />
apresenta significativas diferenças,<br />
relativamente ao que a actual Mestra da<br />
Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>, Teresa Maria Graça<br />
Pimenta, sua neta, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, como é o<br />
caso da distinção entre um crivo aberto e<br />
um crivo fecha<strong>do</strong>. Serve esta introdução<br />
para sublinhar que nem no interior <strong>de</strong><br />
uma instituição, com as características <strong>de</strong><br />
uma Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>, se mantém<br />
inaltera<strong>do</strong> o mesmo entendimento<br />
relativo aos pontos utiliza<strong>do</strong>s, pelo que a<br />
lista que integra este glossário foi<br />
construída, empiricamente, com os<br />
elementos recolhi<strong>do</strong>s, junto daquela que<br />
é, unanimemente, consi<strong>de</strong>rada uma das<br />
gran<strong>de</strong>s rendilheiras <strong>de</strong> que há memória.
1 – Ponto <strong>de</strong> Pano ou pano, volta<br />
inteira, volta fechada ou ponto cheio.<br />
Ponto <strong>de</strong> base.<br />
4 - Pregadinho. Ponto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>;<br />
trata-se <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> volta<br />
fechada, muito usada.<br />
2 - Meia volta ou meio ponto. Ponto<br />
<strong>de</strong> base.<br />
5 – Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s ou Ponto <strong>de</strong><br />
Tule. Ponto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>; trata-se <strong>de</strong><br />
uma re<strong>de</strong> muito pouco usada.<br />
3 - Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s ou Quadricula.<br />
Ponto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> mais usa<strong>do</strong> nos<br />
trabalhos <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>.<br />
6 – Crivo. O crivo mais usa<strong>do</strong>. Faz-se<br />
com quatro pares <strong>de</strong> bilros e quatro<br />
alfinetes.
7 – Crivo com torci<strong>do</strong>s ou crivo <strong>de</strong><br />
volta fechada. Sapinhos <strong>de</strong> volta<br />
fechada. Ponto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>.<br />
10 – Caveiras ou caveirinhas. Ponto<br />
<strong>de</strong> fun<strong>do</strong>.<br />
45 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
8 – Crivo em meio ponto. Sapinhos<br />
em meia volta. Ponto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>.<br />
9 – Crivo aberto. Ponto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>. Fazse<br />
com seis pares <strong>de</strong> bilros e oito<br />
alfinetes.<br />
11 – Escamas. Ponto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>. 12 – Trança cruzada. Ponto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>.<br />
13 – Trança com serrilha. Ponto <strong>de</strong><br />
fun<strong>do</strong>, também usa<strong>do</strong> no remate<br />
solto da renda.
Motivos <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Mesmo que outros elementos não houvesse, a riqueza <strong>do</strong> vocabulário<br />
liga<strong>do</strong> à gramática <strong>de</strong>corativa das <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> traduz,<br />
exemplarmente, toda a expressão <strong>do</strong> centro ren<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>. A<br />
varieda<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termos encontra<strong>do</strong>s só vem confirmar a<br />
profunda e enraizada especificida<strong>de</strong> que a manufactura das rendas <strong>de</strong><br />
bilros adquiriu em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> ao longo <strong>de</strong> quatrocentos anos.<br />
Nas rendas, qualquer que seja a sua forma ou função, po<strong>de</strong>m-se sempre<br />
distinguir um campo ou fun<strong>do</strong> on<strong>de</strong> se inscrevem os motivos. O fun<strong>do</strong><br />
(palavra mais comum em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>) significa assim uma parte da<br />
renda, on<strong>de</strong> ganham maior realce os motivos que ali se encontram. Estes<br />
motivos po<strong>de</strong> ser mais naturalistas ou mais geométricos. Em qualquer <strong>do</strong>s<br />
casos, rendilheira dá-lhes nomes, uns mais óbvios que outros, e chama<br />
fantasia a to<strong>do</strong>s aqueles que não conhece ou que não têm <strong>de</strong>nominação<br />
própria.<br />
Mas fantasia é também o nome que dá a qualquer renda, em que se<br />
juntam vários motivos, mesmo que comuns e reconheci<strong>do</strong>s, numa<br />
associação variável ou invulgar. Do mesmo mo<strong>do</strong> chama fantasia àquelas<br />
rendas mais antigas <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>, que têm <strong>de</strong>senho próprio e fogem,<br />
por completo, à utilização <strong>do</strong>s motivos mais banais e comummente<br />
usa<strong>do</strong>s. Todavia, ou a fantasia não significasse um <strong>de</strong>safio <strong>do</strong> real, em <strong>Vila</strong><br />
<strong>do</strong> Con<strong>de</strong> renda da fantasia significa ainda, o nome <strong>de</strong> uma renda com um<br />
motivo específico !<br />
Participan<strong>do</strong> plenamente da realida<strong>de</strong> cultural nortenha, em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong><br />
Con<strong>de</strong> os diminutivos são usa<strong>do</strong>s em quantida<strong>de</strong>s generosas, colorin<strong>do</strong><br />
afectivamente o mun<strong>do</strong> das rendas, juntan<strong>do</strong>-lhe, além <strong>do</strong> mais, uma<br />
significativa expressivida<strong>de</strong>. Os mesmos motivos, ou até mesmo o nome<br />
<strong>do</strong>s pontos, po<strong>de</strong> passar a ser chama<strong>do</strong>s pelo seu diminutivo, para o que<br />
basta apresentarem-se em tamanho reduzi<strong>do</strong>, numa linha mais fina, etc.<br />
Não foi possível apresentar, para cada motivo, o número <strong>de</strong> voltas<br />
necessárias à sua execução, pois se verifica alguma variação <strong>de</strong><br />
rendilheira para rendilheira e nenhuma aceitou esse <strong>de</strong>safio. O número<br />
<strong>de</strong> bilros apresenta<strong>do</strong> diz respeito à amostra reproduzida, muitas <strong>de</strong>las<br />
apresentan<strong>do</strong> vários motivos. De facto é a diversa associação <strong>do</strong><br />
vocabulário <strong>de</strong>corativo existente que dá à gramática <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> a<br />
sua forte individualida<strong>de</strong> e consistência, <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> se pediu<br />
que se individualizassem alguns motivos, os quais, na maior parte das<br />
vezes, a rendilheira executa em associações pre<strong>de</strong>terminadas, não lhes<br />
foi fácil correspon<strong>de</strong>rem a essa solicitação, <strong>de</strong> tal forma lhes parece<br />
bizarro e contra-natura separar elementos que sempre conheceram<br />
conjuga<strong>do</strong>s com outros.<br />
Nas medidas das amostras apresenta-se sempre, em primeiro lugar, o<br />
comprimento e em segun<strong>do</strong> lugar a largura. O comprimento, foi medi<strong>do</strong><br />
ao longo da ourela - nos casos em que esta exista, ou na maior dimensão<br />
amostra. A largura foi sempre medida na sua maior expressão, na<br />
perpendicular da ourela ou da linha <strong>de</strong>finida pela maior dimensão <strong>do</strong><br />
comprimento.
Amên<strong>do</strong>a<br />
Amostra executada com 27 bilros,<br />
13 pares mais um para o bor<strong>do</strong>, em linha<br />
n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão merceriza<strong>do</strong>,<br />
com 74mmX22mm. À ourela <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s,<br />
segue-se um fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>. No bico um<br />
motivo triangular, contorna<strong>do</strong> por bor<strong>do</strong>,<br />
é preenchi<strong>do</strong> por crivo simples. <strong>Um</strong>a<br />
unha <strong>de</strong> pano remata com torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Amor<br />
Amostra executada com 52 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 96mmX68mm.<br />
Dois pares <strong>de</strong> pétalas, diferentes entre si,<br />
feitas em meio ponto e apresentan<strong>do</strong>,<br />
cada, três salientes levanta<strong>do</strong>s, dispõemse<br />
em cruz, ligan<strong>do</strong>-se umas às outras por<br />
torci<strong>do</strong>s e tranças, e só por tranças ao<br />
centro feito em ponto <strong>de</strong> pano. Trata-se<br />
<strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
47 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Aplicação estrangeira<br />
Amostra executada com 74 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 120mmX114mm.<br />
Nesta aplicação, uma bicha <strong>de</strong> pano<br />
<strong>de</strong>fine to<strong>do</strong> o seu limite. No interior, num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> trança com serrilhas, encontrase<br />
uma flor <strong>de</strong> cinco pétalas feitas em<br />
meio ponto, duas folhas em ponto <strong>de</strong><br />
pano completam o motivo, on<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />
os elementos são contorna<strong>do</strong>s a bor<strong>do</strong>.<br />
Na ligação das volutas <strong>do</strong> contorno<br />
exterior encontram-se torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Aranha dupla<br />
Amostra executada com 32 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 85mmX39mm. <strong>Um</strong>a<br />
bicha <strong>de</strong> pano, <strong>de</strong>fine <strong>do</strong>is losangos em<br />
cujos centros se encontra a aranha, feita<br />
<strong>de</strong> pano e ligada por torci<strong>do</strong>s. Trata-se <strong>de</strong><br />
um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola<br />
<strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.
Aranha<br />
Amostra executada com 30 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 40mmX42mm. Quatro<br />
motivos quadrangulares, rosinhas, feitas<br />
em meio ponto ro<strong>de</strong>iam o motivo,<br />
propriamente dito, feito <strong>de</strong> pano e liga<strong>do</strong><br />
por torci<strong>do</strong>s. Entre a ourela e cada duas<br />
rosinhas, <strong>de</strong>fine-se um espaço triangular,<br />
o canto, feito em pregadinho.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Arco<br />
Amostra executada com 30 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 155mmX34mm. <strong>Um</strong>a<br />
bicha executada em meio ponto, <strong>de</strong>fine<br />
um padrão on<strong>de</strong> curvas largas alternam<br />
com curvas estreitas, em cada uma das<br />
quais, ligada por tranças, se encontra<br />
uma flor, em meio ponto. No remate<br />
exterior vêem-se trança com serrilha<br />
(picot). Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional.<br />
49 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Argolinhas<br />
Amostra executada com 50 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 55mmX33mm. Neste<br />
entremeio, num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>,<br />
pequenos círculos, realça<strong>do</strong>s a bor<strong>do</strong><br />
e em cujo interior se encontra<br />
pregadinho, <strong>de</strong>finem uma sucessão <strong>de</strong><br />
motivos quadrangulares, cada um <strong>do</strong>s<br />
quais tem, no centro, uma aranha. Tratase<br />
<strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da<br />
Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (lI).<br />
Balão<br />
Amostra executada com 48 bilros,<br />
em linha n.º 30, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 56mmX35mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças, <strong>de</strong>fine-se um motivo<br />
circular, feito em meio ponto.<br />
No bico, pequenas unhas <strong>de</strong> pano,<br />
rematam com torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.
Bichas<br />
Amostra executada com 12 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 85mmX25mm. Chamase<br />
bicha a qualquer motivo longilineo<br />
que, direito, encurva<strong>do</strong> ou em zig-zag,<br />
apresente a imagem <strong>de</strong> uma fita. Nesta<br />
amostra, a seguir à ourela encontra-se<br />
uma sucessão <strong>de</strong> aranhas, acompanhada<br />
em paralelo, por uma bicha em zig-zag,<br />
feita em meio ponto, ligada, por torci<strong>do</strong>s,<br />
àquela, também em meio ponto, que faz<br />
o bico.<br />
Associação <strong>de</strong> motivos a<strong>do</strong>ptada a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Bico da noiva<br />
Amostra executada com 19 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 71mmX15mm. No bico<br />
encontra-se uma pequeníssima aranha<br />
<strong>de</strong> pano, ligada por torci<strong>do</strong>s a um motivo<br />
que corre ao longo da renda, também em<br />
pano, a partir <strong>do</strong> qual partem os torci<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> remate exterior.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Bico da pena<br />
Amostra executada com 37 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 75mmX43mm. Feitas<br />
<strong>de</strong> bor<strong>do</strong>, as penas articulam-se por<br />
rosinhas <strong>de</strong> pano, as maiores, e <strong>de</strong> meio<br />
ponto, as mais pequenas. Os espaços<br />
triangulares que se <strong>de</strong>finem entre estes<br />
motivos e a ourela, o canto, são feitos<br />
em pregadinho. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
51 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Bico da pevi<strong>de</strong><br />
Amostra executada com 55 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 60mmX34mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s, dispõem-se,<br />
alternada mente, motivos, contorna<strong>do</strong>s a<br />
bor<strong>do</strong>, em forma <strong>de</strong> "oito" e <strong>de</strong><br />
"losango". Os "oitos" apresentam, no seu<br />
interior, uma caveirinha, enquanto nos<br />
losangos, <strong>do</strong>is espaços triangulares feitos<br />
<strong>de</strong> pano, <strong>de</strong>finem uma pequena abertura<br />
em forma <strong>de</strong> pevi<strong>de</strong>, estan<strong>do</strong> os outros<br />
<strong>do</strong>is vértices preenchi<strong>do</strong>s com<br />
pregadinho. <strong>Um</strong>a bicha muito estreita <strong>de</strong><br />
pano, com bor<strong>do</strong> a acompanhar, faz o<br />
remate <strong>do</strong> bico, on<strong>de</strong> se encontra pano e<br />
torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (III)<br />
Bico <strong>do</strong> lapão<br />
Amostra executada com 20 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 125mmX15mm. É com<br />
este motivo, que se começa, sempre, em<br />
<strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>, a apren<strong>de</strong>r a fazer rendas<br />
<strong>de</strong> bilros. Os bicos feitos <strong>de</strong> pano e<br />
torci<strong>do</strong>s à ponta, ligam-se uns aos outros<br />
com pregadinho. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Bico <strong>do</strong>s lacinhos<br />
Amostra executada com 57 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 45mmX40mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, cada par <strong>de</strong> laços, feitos<br />
<strong>de</strong> pano, <strong>de</strong>fine um quadra<strong>do</strong>, cujo<br />
interior é preenchi<strong>do</strong> com caveirinhas.<br />
Os laços são preenchi<strong>do</strong>s em pano. O<br />
bico, remata<strong>do</strong> com uma bicha <strong>de</strong> pano<br />
muito estreita, é acompanha<strong>do</strong> por<br />
bor<strong>do</strong>, que aparece a contornar os outros<br />
motivos. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Tem canto (II).
Bico <strong>do</strong>s olhinhos<br />
Amostra executada com 14 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 87mmX12mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s, duas estreitas bichas<br />
<strong>de</strong> pano cruzam e voltam a cruzar,<br />
<strong>de</strong>finin<strong>do</strong> espaços que ficam vazios.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Cartolas<br />
Amostra executada com 68 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 165mmX50mm. Na<br />
articulação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is losangos, feitos em<br />
meio ponto, cada um <strong>do</strong>s quais<br />
apresenta no seu centro quatro salientes<br />
levanta<strong>do</strong>s, encontram-se duas aranhas -<br />
pano e tranças, envolvidas por uma<br />
bichinha <strong>de</strong> pano. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional. Tem canto (II).<br />
Comandantes<br />
Amostra executada com 40 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 105mmX58mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças alternam um quadra<strong>do</strong><br />
com quatro salientes, forman<strong>do</strong> uma<br />
cruz, e uma rosinha <strong>de</strong> meio ponto. Na<br />
ourela, bichinha e torci<strong>do</strong>s, no remate<br />
<strong>do</strong> bico. torci<strong>do</strong>s e tranças.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
53 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Comandantes mo<strong>de</strong>rnos<br />
Amostra executada com 84 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 190mmX112mm. Pano<br />
circular ou oval on<strong>de</strong> se encontram, <strong>do</strong><br />
centro, para o la<strong>do</strong> <strong>de</strong> fora, trança com<br />
serrilha <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> um padrão <strong>de</strong> argolas<br />
entrelaçadas, a seguir uma bicha em<br />
meio ponto, novamente tranças com<br />
serrilha, mas a <strong>de</strong>finir um padrão<br />
triangular que, na parte mais exterior,<br />
apresenta salientes aos pares, a que se<br />
segue nova bicha em meio ponto. Na<br />
borda, num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças que<br />
originam um remate <strong>de</strong>ntea<strong>do</strong>,<br />
inscrevem-se conjuntos <strong>de</strong> quatro<br />
salientes.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Carvalhos<br />
Amostra executada com 50 bilros.<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 82mmX60mm. Motivo<br />
quase inteiramente feito <strong>de</strong> pano, em<br />
que as ligações são feitas em trança, e<br />
on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m ver salientes levanta<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.
Concha com zig-zag<br />
Amostra executada com 42 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 100mmX44mm.<br />
Motivo muito característico, em ponto <strong>de</strong><br />
pano, tem forma <strong>de</strong> uma vieira, ou <strong>de</strong><br />
leque, aberto ao meio, sen<strong>do</strong> o remate<br />
feito <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s. <strong>Um</strong>a bicha <strong>de</strong> pano, em<br />
zig-zag, une os <strong>do</strong>is motivos.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
Concha gran<strong>de</strong><br />
Amostra executada com 22 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 90mmX35mm. Motivo<br />
muito característico, a concha gran<strong>de</strong><br />
tem uma forma <strong>de</strong> leque, aberto ao<br />
meio, em ponto <strong>de</strong> pano, cujo remate é<br />
feito <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s. <strong>Um</strong>a pequena bicha <strong>de</strong><br />
pano une a sucessão <strong>do</strong>s motivos.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
Cravos<br />
Amostra executada com 40 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 90mmX75mm. Do<br />
cálice, feito <strong>de</strong> pano, saem cinco pétalas,<br />
três em pano e duas em meio ponto.<br />
Tranças e torci<strong>do</strong>s articulam as várias<br />
partes da flor, todas contornadas a<br />
bor<strong>do</strong>. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional. Tem canto (II).<br />
55 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Conchinha<br />
Amostra executada com 32 bilros, em<br />
linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 55mmX32mm. A<br />
conchinha, que <strong>de</strong>fine o bico,<br />
propriamente dito, é feito em pano. A<br />
ligação <strong>de</strong> motivo a motivo faz-se por<br />
uma rosinha em meio ponto. O canto,<br />
espaço triangular, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> entre as<br />
rosinhas e a ourela, apresenta<br />
pregadinho. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional.<br />
Conchinha torcida<br />
Amostra executada com 30 bilros, em<br />
linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 100mmX22mm. A<br />
conchinha correspon<strong>de</strong> a um bico <strong>de</strong><br />
torci<strong>do</strong>s. Como elemento <strong>de</strong> ligação<br />
entre cada par <strong>de</strong> motivos encontra-se<br />
uma aranha. A acompanhar o <strong>de</strong>senho<br />
<strong>do</strong> bico está uma bicha em meio ponto, a<br />
que se segue, até à ourela, pregadinho.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Concha espanhola<br />
Amostra executada com 22 bilros, em<br />
linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 72mmX20mm. Entre a<br />
ourela e a conchinha, mais pequena que<br />
a concha, mas também aberta ao meio e<br />
feita <strong>de</strong> pano, encontra-se o canto feito<br />
em crivo. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.
Cristas<br />
Amostra executada com 38 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 100mmX60mm. <strong>Um</strong>a<br />
estrutura reticulada, feita <strong>de</strong> tranças,<br />
abre em leque, incorporan<strong>do</strong> salientes. O<br />
bico apresenta uma bicha <strong>de</strong> pano <strong>do</strong>n<strong>de</strong><br />
saem torci<strong>do</strong>s a formar um fun<strong>do</strong><br />
remata<strong>do</strong> com trança. A ligação faz-se<br />
por uma rosinha em meio ponto e crivo.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
Espelhinho<br />
Amostra executada com 20 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 112mmX14mm. Nesta<br />
pequena renda, o espelhinho<br />
correspon<strong>de</strong> a um pequeno rectângulo<br />
feito em ponto <strong>de</strong> pano. A ligação entre<br />
os motivos faz-se com uma carreira <strong>de</strong><br />
pregadinho. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Estrelinhas<br />
Amostra executada com 24 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 54mmX40mm. <strong>Um</strong> <strong>do</strong>s<br />
motivos mais populares: numa re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
crivo inscrevem-se flores feitas com oito<br />
salientes. Neste entremeio, junto <strong>de</strong><br />
cada ourela <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s, encontra-se<br />
uma bicha <strong>de</strong> pano muito estreita.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
57 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Felicida<strong>de</strong>s<br />
Amostra executada com 44 bilros, em<br />
linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 80mmX80mm. Motivo<br />
circular, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por uma bicha <strong>de</strong> pano,<br />
on<strong>de</strong> se inscreve um losango, também<br />
<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por pano, cujo interior é<br />
preenchi<strong>do</strong> por pregadinho com<br />
salientes <strong>de</strong> bruxa. Nos espaços entre o<br />
contorno exterior e o interior,<br />
encontram-se 4 ramos, em que o caule é<br />
feito <strong>de</strong> trança, e as folhas <strong>de</strong> salientes.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Foguetão<br />
Amostra executada com 48 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 65mmX39mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong> encontra-se, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da<br />
ourela, bor<strong>do</strong> que, <strong>de</strong> quan<strong>do</strong> em<br />
quan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>fine pequenos espaços,<br />
fecha<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> se encontram rosinhas <strong>de</strong><br />
meio ponto. Do la<strong>do</strong> <strong>do</strong> bico o bor<strong>do</strong><br />
também <strong>de</strong>fine uns pequenos espaços<br />
ocupa<strong>do</strong>s, no la<strong>do</strong> interior da renda, por<br />
uma rosinha em meio ponto, <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />
exterior, junto ao remate <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s, por<br />
uma conchinha <strong>de</strong> pano.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).
Girassóis<br />
Amostra executada com 60 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 138mmX109mm. 10<br />
pétalas feitas <strong>de</strong> pano, ou volta inteira,<br />
alternam com outras tantas feitas em<br />
meio ponto ou meia volta, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> um<br />
centro <strong>de</strong> pano. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional. Apesar da aparente<br />
simplicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s pontos, uma rendilheira<br />
experiente <strong>de</strong>mora mais <strong>de</strong> cinco horas a<br />
fazer este motivo.<br />
Filhó<br />
Amostra executada com 95 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 83mmX73mm.<br />
Rectângulos <strong>de</strong> pano separam <strong>do</strong>is<br />
motivos quadra<strong>do</strong>s realça<strong>do</strong>s por bor<strong>do</strong>.<br />
No maior, o centro é feito em crivo e nos<br />
vértices encontra-se óculo que alternam<br />
com pregadinho. O quadra<strong>do</strong> menor<br />
apresenta 4 caveirinhas. <strong>Um</strong>a bicha <strong>de</strong><br />
pano acompanha o remate em M. Tratase<br />
<strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da<br />
Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
59 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Grinalda<br />
Amostra executada com 40 bilros, em<br />
linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 55mmX35mm. Junto à<br />
ourela, pregadinho. A seguir, fazen<strong>do</strong> um<br />
zig-zag, uma sequência <strong>de</strong> círculos,<br />
<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s com bor<strong>do</strong>, que no centro têm<br />
uma rosinha <strong>de</strong> meio ponto. Na ponta<br />
aparece o bico <strong>do</strong> lapão: triângulo<br />
<strong>de</strong> pano, <strong>do</strong>n<strong>de</strong> sai um remate <strong>de</strong><br />
torci<strong>do</strong>s. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Tem canto (II).<br />
Heras<br />
Amostra executada com 28 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 105mmX76mm. Cada<br />
uma das folhas, feita em meio ponto,<br />
apresenta três salientes levanta<strong>do</strong>s. As<br />
folhas, cujo pé é uma bicha <strong>de</strong> pano,<br />
ligam-se por tranças.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.
Limão<br />
Amostra executada com 38 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 115mmX85mm. <strong>Um</strong>a<br />
estrutura reticulada, feita <strong>de</strong> tranças,<br />
abre em leque, on<strong>de</strong> se dispõem<br />
salientes. O bico apresenta uma unha em<br />
pano <strong>do</strong>n<strong>de</strong> saem torci<strong>do</strong>s a rematar.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
Lilases<br />
Amostra executada com 14 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 100mmX59mm. <strong>Um</strong><br />
conjunto <strong>de</strong> salientes, dispostos mais ao<br />
compri<strong>do</strong>, é limita<strong>do</strong> por uma trança com<br />
serrilha e envolvi<strong>do</strong> por duas folhas. <strong>Um</strong>a<br />
é feita em meio ponto, a outra, é feita<br />
com duas bichas <strong>de</strong> pano ligadas por<br />
torcidinhos. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional. Tem canto (II).<br />
61 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Malmequeres ou Marias com recorte<br />
Amostra executada com 54 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 90mmX61mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> crivo dispõem-se flores, com<br />
centro em meio ponto e formadas por 12<br />
salientes. <strong>Um</strong>a bicha <strong>de</strong> pano, muito<br />
estreita, acompanha a ourela e uma<br />
outra, mais larga segue o <strong>de</strong>senho <strong>do</strong><br />
bico, on<strong>de</strong> tranças, forman<strong>do</strong> um<br />
<strong>de</strong>ntea<strong>do</strong>, alternam com rosinhas <strong>de</strong><br />
meio ponto.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Lacinhos<br />
O mesmo que laços. Amostra executada<br />
com 32 bilros, em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong><br />
algodão merceriza<strong>do</strong>, com 65mmX65mm.<br />
Nesta característica aplicação uma bicha<br />
<strong>de</strong> pano <strong>de</strong>senha o laço cujo interior é<br />
preenchi<strong>do</strong> por pregadinho. Na parte<br />
mais exterior da laçada, em <strong>de</strong><br />
pregadinho, estão tranças. Trata-se <strong>de</strong><br />
um motivo tradicional.
Mãos<br />
O mesmo que renda <strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>do</strong>s. Amostra<br />
executada com 12 bilros, em linha n.º 20,<br />
100% <strong>de</strong> algodão merceriza<strong>do</strong>, com<br />
170mmX142mm. <strong>Um</strong>a flor constituída<br />
por 12 salientes, agrupa<strong>do</strong>s aos pares, e<br />
uni<strong>do</strong>s entre si por trança, organiza o<br />
motivo em que uma bicha <strong>de</strong> pano se<br />
dispõe como os <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma mão. Na<br />
extremida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s elementos centrais<br />
encontram-se três salientes, <strong>de</strong>senhan<strong>do</strong><br />
triângulos. Os elementos <strong>de</strong> ligação são<br />
torci<strong>do</strong>s e o remate <strong>do</strong> bico é feito <strong>de</strong><br />
trança.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Margaridas<br />
Amostra executada com 20 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 135mmX70mm.<br />
Motivo muito semelhante aos<br />
malmequeres, apresenta-se mais<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, em tamanho e número <strong>de</strong><br />
salientes que aqui formam uma flor <strong>de</strong><br />
16 pétalas. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional.<br />
63 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Marias<br />
Amostra executada com 44 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 95mmX47mm.<br />
Entremeio em que, num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> crivo,<br />
se dispõem flores, cujo centro é feito <strong>de</strong><br />
meio ponto, e se apresentam formadas<br />
por 12 salientes.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
Marias com o bico <strong>do</strong> Limão<br />
Amostra executada com 52 bilros,<br />
em linha n.º 30, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 195mmX47mm. <strong>Um</strong>a<br />
flôr formada por 16 salientes cujo centro<br />
é <strong>de</strong> meio ponto, inscreve-se num<br />
quadra<strong>do</strong> que articula outros elementos<br />
<strong>de</strong>corativos. Do la<strong>do</strong> <strong>do</strong> bico duas<br />
conchas <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da ourela<br />
crivo a fazer canto, sen<strong>do</strong> a ourela, bicha<br />
<strong>de</strong> pano com torci<strong>do</strong>s. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
motivo tradicional.
Martírios<br />
Amostra executada com 20 bilros,<br />
em linha n.º 40, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 35mmX62mm. <strong>Um</strong>a<br />
flor, oval, formada por 10 salientes, cada<br />
um <strong>do</strong>s pares contorna<strong>do</strong>s a trança com<br />
serrilha, apresenta um centro <strong>de</strong> pano,<br />
com um saliente levanta<strong>do</strong>. No bico,<br />
duas bichinhas <strong>de</strong> pano, ligadas por<br />
torci<strong>do</strong>s, acompanham o remate <strong>de</strong><br />
trança com serrilha. Na ourela, uma<br />
bichinha <strong>de</strong> pano com torci<strong>do</strong>s. Trata-se<br />
<strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Milhardiz<br />
Amostra executada com 32 bilros,<br />
em linha n.º 30, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 110mmX58mm. <strong>Um</strong>a<br />
flor feita com oito salientes organiza uma<br />
forma quadrangular, <strong>de</strong>finida por uma<br />
estreita bicha <strong>de</strong> pano. No bico<br />
<strong>de</strong>stacam-se três unhas <strong>de</strong> pano, <strong>do</strong>n<strong>de</strong><br />
sai o remate <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s. As ligações são<br />
feitas, sobretu<strong>do</strong>, por tranças, mas<br />
também por torci<strong>do</strong>s. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
motivo tradicional.<br />
65 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Miosótis<br />
Amostra executada com 38 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 123mmX80mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças, <strong>de</strong> padrão<br />
quadricula<strong>do</strong>, alternam no<br />
preenchimento <strong>de</strong> cada quadra<strong>do</strong>,<br />
quatro salientes, uni<strong>do</strong>s uns aos outros<br />
pelas pontas, a formar uma flor e oito<br />
tranças com serrilha.<br />
O bico é remata<strong>do</strong> com tranças e serrilha<br />
que envolvem pequenos espaços em<br />
forma <strong>de</strong> meia-lua on<strong>de</strong> se encontram 3<br />
pares <strong>de</strong> salientes num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
Morango<br />
Amostra executada com 38 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 67mmX50mm. Entre<br />
duas rosinhas <strong>de</strong> meio ponto, dispõe-se,<br />
<strong>do</strong> la<strong>do</strong> da ourela, uma estreita bicha <strong>de</strong><br />
pano com torci<strong>do</strong>s, um motivo <strong>de</strong> quatro<br />
salientes e <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> bico, um fun<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
tranças, forman<strong>do</strong> uma quadrícula.<br />
Remata com serrilha. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
motivo tradicional.
Óculos<br />
Amostra executada com 58 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 55mmX50mm. Ao<br />
centro <strong>de</strong>ste entremeio, encontra-se<br />
uma sucessão <strong>de</strong> rosas <strong>de</strong> meio ponto,<br />
que são acompanhadas por motivo<br />
constituí<strong>do</strong> por círculos, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s por<br />
bor<strong>do</strong> e que <strong>de</strong>ntro têm uma caveirinha.<br />
O canto é <strong>de</strong> re<strong>de</strong>.<br />
Ourelas, muito simples, <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
Olhinho <strong>de</strong> rola<br />
Muito semelhante a olhos ou olhinhos.<br />
Amostra executada com 16 bilros, em<br />
linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 66mmX16mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s, uma pequena oval <strong>de</strong><br />
pano, apresenta um espaço vazio ao<br />
centro. Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong><br />
a partir da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Palminha<br />
Amostra executada com 46 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 112mmX64mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> crivo, <strong>do</strong>is pequenos ramos,<br />
com o caule em trança e as nove folhas<br />
<strong>de</strong> salientes, enquadram uma estrela <strong>de</strong><br />
oito salientes. Ourela e bico<br />
com bicha <strong>de</strong> pano e torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
67 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Pano das bichas<br />
Amostra executada com 18 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 120mmX60mm. As<br />
bichas são feitas em pano e apresentamse<br />
a voltear num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s. As<br />
bichas mais estreitas apresentam entre<br />
elas um fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> pregadinho.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Patinhas<br />
O mesmo que patinhas pequenas.<br />
Amostra executada com 17 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 53mmX13mm. Neste<br />
biquinho, num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, rosinhas<br />
<strong>de</strong> meio ponto, aparecem contornadas<br />
por bor<strong>do</strong>, num <strong>de</strong>senho sinuoso. Tratase<br />
<strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da<br />
Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).
Patinhas gran<strong>de</strong>s<br />
Amostra executada com 26 bilros,<br />
em linha na 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 50mmX28mm. Neste<br />
entremeio encontra-se, ao centro, num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> quadrícula, bor<strong>do</strong>, que <strong>de</strong>fine<br />
espaços ocupa<strong>do</strong>s por rosinhas <strong>de</strong> meio<br />
ponto. As patinhas gran<strong>de</strong>s, distinguemse<br />
das pequenas, pelo tamanho <strong>do</strong> fun<strong>do</strong><br />
à sua volta, que, verda<strong>de</strong>iramente, o<br />
motivo, a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola <strong>de</strong><br />
<strong>Rendas</strong>, é o mesmo.<br />
Pauzinho<br />
Amostra executada com 50 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 80mmX57mm. Num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> pregadinho, o canto apresenta<br />
salientes <strong>de</strong> bruxa e <strong>do</strong>is rectângulos <strong>de</strong><br />
pano são contorna<strong>do</strong>s por uma faixa <strong>de</strong><br />
motivos circulares <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s por bor<strong>do</strong>.<br />
<strong>Um</strong>a bicha <strong>de</strong> pano, com torci<strong>do</strong>s,<br />
acompanha o recorte da renda em W.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>.<br />
Pé <strong>de</strong> passarinho<br />
Amostra executada com 16 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 160mmX19mm. Dois<br />
pares <strong>de</strong> salientes inscrevem-se num<br />
espaço em meia-lua, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por trança.<br />
O bico apresenta três pequenas unhas <strong>de</strong><br />
pano com torci<strong>do</strong>s. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
motivo tradicional.<br />
69 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Pêndulas<br />
Amostra executada com 24 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 140mmX95mm. Três<br />
bichas <strong>de</strong> pano muito estreitas, que se<br />
ligam entre si por torci<strong>do</strong>s, envolvem<br />
duas pequenas áreas, completamente<br />
preenchidas por salientes. O remate é<br />
feito com tranças, que <strong>de</strong>finem um<br />
padrão triangular. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional. Tem canto (II).<br />
Picot<br />
Nome recente que se dá à trança com<br />
serrilha, quan<strong>do</strong> aparece no remate solto<br />
da renda.
Pinha ou Renda Antiga<br />
Amostra executada com 92 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 112mmX72mm. O<br />
centro <strong>do</strong> motivo é um quadra<strong>do</strong> <strong>de</strong> crivo<br />
<strong>de</strong> meio ponto ou sapinhos. Para o la<strong>do</strong><br />
da ourela e <strong>do</strong> bico dispõe-se,<br />
simetricamente, um conjunto forma<strong>do</strong><br />
por 11 óculos, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s a bor<strong>do</strong>, com<br />
caveirinhas <strong>de</strong>ntro.<br />
Dois quadra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pano, ro<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s por<br />
pregadinho e bor<strong>do</strong> completam o<br />
motivo, que se inscreve numa re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
torci<strong>do</strong>s. No bico, remate <strong>de</strong> óculos com<br />
caveirinhas, a acompanhar uma bichinha<br />
<strong>de</strong> pano.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
Renda da fantasia<br />
Amostra executada com 42 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 90mmX30mm. Nesta<br />
renda alternam rosinhas em meio ponto<br />
com aranhas.<br />
Do la<strong>do</strong> da ourela. entre cada duas rosas,<br />
vê-se pregadinho a fazer canto e, <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> bico encontra-se uma unha <strong>de</strong> pano<br />
<strong>do</strong>n<strong>de</strong> sai um remate <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
71 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Renda da palma<br />
Amostra executada com 92 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 233mmX122mm. <strong>Um</strong>a<br />
larga bicha, em meio ponto <strong>de</strong>fine, em<br />
certa medida a ourela, on<strong>de</strong> alternam<br />
<strong>do</strong>is motivos sinuosos. Num <strong>de</strong>les, um<br />
ramo <strong>de</strong> nove salientes levanta<strong>do</strong>s,<br />
assenta numa base <strong>de</strong> em meio ponto,<br />
no outro, duas bichas <strong>de</strong> pano, <strong>de</strong>finem<br />
um espaço preenchi<strong>do</strong> com tranças,<br />
organizadas num padrão triangular. Entre<br />
o bico, on<strong>de</strong> uma bicha <strong>de</strong> pano<br />
acompanha tranças com serrilha, e os<br />
restantes motivos encontram-se rosas, as<br />
maiores e rosinhas, as menores, em meio<br />
ponto, num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças. Trata-se <strong>de</strong><br />
um motivo tradicional.<br />
Renda das coroínhas<br />
Amostra executada com 108 bilros,<br />
em linha n.º 30, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 135mmX90mm. As<br />
flores e <strong>de</strong>mais motivos, contorna<strong>do</strong>s a<br />
bor<strong>do</strong>, aparecem feitas em pano e<br />
torci<strong>do</strong>s, os quais lhes dão mais leveza.<br />
<strong>Um</strong>a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> malha mais larga é feita <strong>de</strong><br />
tranças com serrilha e, a <strong>de</strong> malha mais<br />
apertada,feita <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.
Renda das venezas<br />
Amostra executada com 38 bilros,<br />
em linha n.º 30, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 112mmX50mm. A flor<br />
das seis pétalas, feitas em meio ponto,<br />
tem, ao centro, um saliente <strong>de</strong> bruxa,<br />
envolvi<strong>do</strong> por uma bicha <strong>de</strong> pano.<br />
O conjunto aparece remata<strong>do</strong>, <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />
exterior, por torci<strong>do</strong>s com serrilha. Como<br />
um pé <strong>de</strong> flor, uma bicha <strong>de</strong> pano faz<br />
uma volta, num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças com<br />
serrilha. Trata-se <strong>de</strong> um motivo<br />
tradicional que se aplica em rendas ou<br />
<strong>do</strong>bras. Tem canto (lI).<br />
Renda das rosinhas <strong>de</strong> toucar<br />
Amostra executada com 54 bilros,<br />
em linha n.º 30, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 131 mmX73mm. Num<br />
campo <strong>de</strong> tranças que <strong>de</strong>finem um<br />
padrão triangular, e on<strong>de</strong> se encontram,<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> em on<strong>de</strong>, aranhas, inscreve-se<br />
um ramo feito <strong>de</strong> pano com três flores,<br />
<strong>de</strong> pétalas em pano e meio ponto.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
73 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Renda <strong>do</strong> casar pobre<br />
Amostra executada com 74 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 125mmX140mm. O<br />
motivo principal tem, ao centro uma<br />
coroa constituída por 16 salientes<br />
envolvida, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> interior e <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />
exterior, por tranças. Quatro bichas <strong>de</strong><br />
pano, <strong>de</strong> pontas enroladas, os caracóis,<br />
<strong>de</strong>finem quatro pequenos espaços on<strong>de</strong><br />
se inscrevem rosinhas em meio ponto.<br />
Do la<strong>do</strong> <strong>do</strong> bico encontram-se três<br />
formas ovaladas em meio ponto, num<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças. Do la<strong>do</strong> da ourela,<br />
torci<strong>do</strong>s, bichinha <strong>de</strong> pano e tranças. Na<br />
articulação <strong>de</strong> um motivo com o outro<br />
aparece uma flor igual à <strong>do</strong> centro.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
Renda <strong>do</strong> casar rico<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma renda igual à <strong>do</strong> casar<br />
pobre, feita também com 74 bilros. A<br />
diferença está no <strong>de</strong>senvolvimento que<br />
se dá ao canto na <strong>do</strong>bra <strong>do</strong> lençol.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Renda <strong>do</strong>s caracóis<br />
O mesmo que renda <strong>do</strong> casar.<br />
Renda <strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>do</strong>s<br />
O mesmo que Renda das mãos
Ro<strong>de</strong>las<br />
Amostra executada com 58 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 53mmX52mm. <strong>Um</strong>a<br />
bicha estreita <strong>de</strong> pano <strong>de</strong>fine um espaço<br />
circular on<strong>de</strong> se encontra uma flor,<br />
formada por 16 salientes, cujo centro é<br />
forma<strong>do</strong> por um cruzamento <strong>de</strong> tranças<br />
com serrilhas. No bico, encontra-se uma<br />
bicha <strong>de</strong> pano, a acompanhar um remate<br />
<strong>de</strong> sete unhas <strong>de</strong> pano com torci<strong>do</strong>s. Na<br />
articulação das ro<strong>de</strong>las encontra-se, <strong>do</strong><br />
la<strong>do</strong> <strong>do</strong> bico, um pequeno quadra<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
pano e, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da ourela, um espaço em<br />
meia-lua, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por bicha com<br />
torci<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> se dispõem tranças com<br />
serrilha e salientes.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Rosa em meio ponto<br />
Amostra executada com 20 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 51 mmX38mm. Neste<br />
entremeio vêem-se <strong>do</strong>is losangos<br />
gran<strong>de</strong>s, completamente preenchi<strong>do</strong>s<br />
por salientes <strong>de</strong> bruxa, e, na sua<br />
articulação, <strong>do</strong>is pequenos quadra<strong>do</strong>s<br />
feitos em meio ponto, que são as<br />
rosinhas, num campo <strong>de</strong> pregadinho.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
Rosa <strong>do</strong>brada<br />
Amostra executada com 36 bilros,<br />
em linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 122mmX48mm. Neste<br />
entremeio, com bicha <strong>de</strong> pano e torci<strong>do</strong>s<br />
a formar as ourelas, uma flor, constituída<br />
por 16 salientes, agrupa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is a <strong>do</strong>is,<br />
cujo centro são oito tranças, alterna com<br />
um losango, em meio ponto, a que se<br />
chama rosa. O campo é constituí<strong>do</strong> por<br />
crivo.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional. Tem<br />
canto (II).<br />
75 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Rosário<br />
Amostra executada com 58 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 89mmX45mm. Duas<br />
bichas <strong>de</strong> meio ponto, correm em zigzag,<br />
em paralelo, apresentan<strong>do</strong> entre<br />
elas crivo. O canto é feito em re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
Renda <strong>de</strong> D. Noémia<br />
Amostra executada com 24 bilros,<br />
em linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 50mmX47mm. Os<br />
quatro quadra<strong>do</strong>s, feitos a meio ponto,<br />
que <strong>de</strong>finem, ao centro, um espaço<br />
quadrangular ocupa<strong>do</strong> por crivo,<br />
constituem as rosinhas, propriamente<br />
ditas. Na amostra vê-se ainda, no canto,<br />
crivo e no bico, salientes <strong>de</strong> bruxa, com<br />
torci<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
Salientes<br />
Pequeno motivo, <strong>de</strong> forma lanceolada.<br />
com que se representam pétalas <strong>de</strong><br />
diversas flores, estrelas, etc.
Salientes <strong>de</strong> bruxa<br />
Ao contrário <strong>do</strong> saliente normal, que<br />
termina em bico, como uma folha<br />
lanceolada, este tem a forma <strong>de</strong> um<br />
pequeno rectângulo. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir da Escola <strong>de</strong><br />
<strong>Rendas</strong>.<br />
Salientes levanta<strong>do</strong>s<br />
Salientes que se executam sempre sobre<br />
um fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> pano ou meio ponto.<br />
77 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Tapete<br />
Amostra executada com 40 bilros, em<br />
linha n.º 20, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 142mmX41 mm.<br />
Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> tranças, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> ver uma<br />
bicha curva, em meio ponto, que<br />
apresenta por cima, ao centro, uma flor<br />
<strong>de</strong> quatro salientes levanta<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>n<strong>de</strong><br />
saem, acompanhan<strong>do</strong> a curvatura da<br />
base, <strong>do</strong>is ramos, com os caules em<br />
trança e as três folhas <strong>de</strong> salientes<br />
levanta<strong>do</strong>s.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo tradicional.<br />
Trevos<br />
Amostra executada com 52 bilros, em<br />
linha n.º 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, com 50mmX39mm.<br />
Entremeio on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> ver o bor<strong>do</strong> a<br />
<strong>de</strong>finir quatro espaços, dispostos em<br />
cruz, que no seu interior apresentam<br />
rosinhas <strong>de</strong> pano. Este motivo alterna<br />
com outro, também <strong>de</strong>brua<strong>do</strong> a bor<strong>do</strong>,<br />
cuja meta<strong>de</strong> visível é preenchida com<br />
crivo. Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).
Unha<br />
Diz-se <strong>de</strong> um motivo estreito, curvo,<br />
geralmente feito <strong>de</strong> em ponto <strong>de</strong> pano.<br />
Ver balão, renda da fantasia, ro<strong>de</strong>las.<br />
Zig-zag<br />
Amostra executada com 49 bilros,<br />
em linha na 50, 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, 55mmX48mm. Ourela,<br />
canto em re<strong>de</strong> com rosinha <strong>de</strong> meio<br />
ponto, zig-zag <strong>de</strong>brua<strong>do</strong> a bor<strong>do</strong> on<strong>de</strong><br />
intercalam rosinhas <strong>de</strong> pano com<br />
sapinhos. No bico, conchinha espanhola.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um motivo a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> a partir<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>. Tem canto (II).<br />
79 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Utensílios e mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalhar<br />
Foto 1<br />
81 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Agulha <strong>de</strong> arrastar<br />
Agulha <strong>de</strong> farpa, das mais finas,<br />
vulgarmente utilizadas para fazer "crochet",<br />
usada para fazer união <strong>de</strong> alguns motivos e<br />
no remate final da renda. Só por estas<br />
pequenas ligações é possível encontrar um<br />
avesso e um direito nos trabalhos <strong>de</strong> <strong>Vila</strong><br />
<strong>do</strong> Con<strong>de</strong>.<br />
Alfinete<br />
Elemento essencial na execução das<br />
rendas, correspon<strong>de</strong> ao vulgar alfinete,<br />
pequena peça metálica, arre<strong>do</strong>ndada numa<br />
extremida<strong>de</strong>, a cabeça, e afiada noutra, a<br />
ponta.<br />
Serve para pren<strong>de</strong>r as linhas trabalhadas<br />
pelos bilros, conforme o esquema <strong>de</strong><br />
execução ou o pique, que pre<strong>de</strong>termina os<br />
pontos on<strong>de</strong> tal se afigura necessário. A<br />
rendilheira <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> nem sempre<br />
usa piques e é pela experiência e<br />
conhecimento que vai pregan<strong>do</strong> os<br />
alfinetes, na fotocópia ou no <strong>de</strong>senho que<br />
segue para executar a renda.<br />
O alfinete que corre os piques da ourela ou<br />
barão, toma o mesmo nome. Ver pregar e<br />
tirar.<br />
Almofada (foto 1)<br />
Constitui um instrumento, também<br />
essencial, à execução das rendas <strong>de</strong> bilros.<br />
Com a forma <strong>de</strong> um cilindro oco, feita <strong>de</strong><br />
palha <strong>de</strong> centeio e forrada com teci<strong>do</strong>, as<br />
bandas, a almofada, em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>, tem<br />
uma largura variável, geralmente entre 45 a<br />
60 centímetros, mas, em casos<br />
excepcionais, po<strong>de</strong> ir até aos <strong>do</strong>is metros.<br />
Há mais <strong>de</strong> sessenta anos que a sua<br />
execução, tem si<strong>do</strong> assegurada por Albina<br />
Gomes da Silva, mais conhecida por D. Bina,<br />
actualmente com 83 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. No seu<br />
interior, oco, a rendilheira guarda a<br />
tesoura, o lenço, o telemóvel. ..<br />
Ainda nos anos quarenta <strong>do</strong> século XX era<br />
possível ver, banalmente, rendilheiras a<br />
trabalhar, sentadas no chão, poisan<strong>do</strong> a<br />
almofada num cesto. Contu<strong>do</strong>, por acção<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>, as rendilheiras<br />
começaram a sentar-se em ca<strong>de</strong>iras e a<br />
colocar a almofada num pequeno cavalete<br />
<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, todavia, ainda é possível ver<br />
uma ou outra, das mais antigas, a trabalhar<br />
sentada no chão.
foto 2<br />
Avesso<br />
A parte <strong>de</strong> trás da renda, reconhecível pelas<br />
pequenas ligações entre motivos, ou por<br />
não ostentar salientes levanta<strong>do</strong>s, visíveis<br />
só no la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> trabalho. Contu<strong>do</strong>,<br />
numa larga maioria <strong>de</strong> rendas <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong><br />
Con<strong>de</strong>, não se distingue o avesso <strong>do</strong> direito<br />
<strong>do</strong> trabalho.<br />
Bandas<br />
Nome que se dá ao teci<strong>do</strong> que envolve a<br />
almofada, necessária à execução das<br />
rendas <strong>de</strong> bilros. Ultimamente já há quem<br />
reconheça o termo, saia, usa<strong>do</strong> em Peniche<br />
para o mesmo efeito.<br />
Barão<br />
Numa renda que só tenha uma ourela, esta<br />
fica sempre <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho<br />
e, é feita tradicionalmente, com um remate<br />
a que se chama barão, nome que também<br />
toma o alfinete que corre os piques<br />
correspon<strong>de</strong>ntes à execução <strong>de</strong>sse remate.<br />
Bilrinhas<br />
Diz-se <strong>de</strong> bilros pequeninos, com cerca <strong>de</strong><br />
6, 7 centímetros, usa<strong>do</strong>s para trabalhar<br />
linhas excepcionalmente finas e, por isso,<br />
caí<strong>do</strong>s em <strong>de</strong>suso.<br />
Bilro (foto 2)<br />
Nome da peça <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, que segura a<br />
linha. De tamanho variável, para um bilro<br />
foto 3<br />
<strong>de</strong> 12 centímetros, tamanho muito comum<br />
na actualida<strong>de</strong>, a haste, muito fina, em cuja<br />
parte superior a rendilheira enrola a linha,<br />
apresenta-se com 9 centímetros e termina<br />
por uma pequena esfera, a cabeça, com<br />
três centímetros <strong>de</strong> diâmetro. Actualmente<br />
<strong>de</strong> pinho, são manda<strong>do</strong>s fazer numa oficina<br />
<strong>de</strong> torneiro em Via na <strong>do</strong> Castelo. Os bilros<br />
mais antigos, são, geralmente, feitos <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>iras mais nobres como a cerejeira ou<br />
o buxo, e, por isso, mais pesa<strong>do</strong>s que os<br />
actuais. O número mínimo <strong>de</strong> bilros para<br />
fazer renda é <strong>de</strong> quatro, no entanto, o mais<br />
frequente é a rendilheira trabalhar com<br />
algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong>les, não haven<strong>do</strong> limite<br />
para o seu número. Qualquer que seja a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bilros necessários a um<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> trabalho a rendilheira<br />
manipula ao mesmo tempo <strong>do</strong>is pares <strong>de</strong><br />
bilros. A única excepção é para o bilro que<br />
leva o bor<strong>do</strong>. Ver tece<strong>do</strong>res.<br />
Bor<strong>do</strong><br />
Trata-se <strong>de</strong> uma linha grossa, número 6 ou<br />
12, 100% algodão, que contorna alguns <strong>do</strong>s<br />
motivos, dan<strong>do</strong>-lhes maior realce. Como os<br />
outros fios necessários à renda, também o<br />
bor<strong>do</strong> é trabalha<strong>do</strong> com um bilro, só que<br />
não exige par.<br />
Cabeça<br />
Diz-se <strong>do</strong> pequeno rebor<strong>do</strong>, no limite<br />
superior da haste <strong>do</strong> bilro, que impe<strong>de</strong> a<br />
foto 4<br />
linha <strong>de</strong> se soltar.<br />
A meio da haste, salienta-se outro pequeno<br />
rebor<strong>do</strong>, o qual limita a área <strong>de</strong>stinada ao<br />
enrolar da linha.<br />
Cartão<br />
Em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> quase não se usa esta<br />
<strong>de</strong>signação que significa o mesmo que<br />
pique, ou seja, a base <strong>de</strong> que a rendilheira<br />
se serve para executar a renda.<br />
Cavalete (foto 3)<br />
Estrutura <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira on<strong>de</strong> a rendilheira<br />
coloca a almofada.<br />
Cruzar<br />
O mesmo que fazer a volta. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
movimento base na execução <strong>de</strong> rendas <strong>de</strong><br />
bilros para o que é necessário, utilizar as<br />
duas mãos e os <strong>do</strong>is pares <strong>de</strong> bilros.<br />
Imaginan<strong>do</strong> esses 4 bilros como estan<strong>do</strong><br />
pen<strong>de</strong>ntes e paralelos, trata-se <strong>de</strong> passar o<br />
bilro interior <strong>do</strong> par da esquerda por cima<br />
<strong>do</strong> bilro interior <strong>do</strong> par da direita, a que se<br />
segue, num movimento para o la<strong>do</strong><br />
esquer<strong>do</strong>, a passagem <strong>do</strong> bilro exterior da<br />
direita e o interior da esquerda por cima<br />
<strong>do</strong>s outros <strong>do</strong>is, terminan<strong>do</strong> pelo bilro<br />
interior da esquerda a passar por sobre o<br />
bilro interior direito.
foto 5<br />
Encher os bilros<br />
Operação correspon<strong>de</strong>nte ao enrolar da<br />
linha nos bilros: com o polegar e o<br />
indica<strong>do</strong>r da mão esquerda a rendilheira,<br />
que for <strong>de</strong>xtra, segura a linha, enquanto,<br />
com o polegar e indica<strong>do</strong>r da mão direita<br />
pren<strong>de</strong> o bilro, ao mesmo tempo que o faz<br />
rodar, para ir enrolan<strong>do</strong> a linha na parte<br />
superior da haste. Feita a laçada o bilro fica<br />
pronto para ser usa<strong>do</strong>, sem que a linha se<br />
<strong>de</strong>senrole.<br />
Espetos [foto 4)<br />
Peça <strong>de</strong> metal, <strong>de</strong>sejavelmente <strong>de</strong> aço,<br />
semelhante a um enorme alfinete <strong>de</strong> 12 a<br />
15 centímetros <strong>de</strong> comprimento, com que a<br />
rendilheira segura e individualiza os<br />
conjuntos <strong>de</strong> bilros, necessários à execução<br />
da renda, mas com os quais não trabalha<br />
no momento. De forma expedita, a<br />
rendilheira obtém-nos a partir <strong>de</strong> vulgares<br />
alfinetes, <strong>de</strong> fraldas <strong>de</strong> bebé, que utiliza<br />
para o efeito, “<strong>de</strong>senrola<strong>do</strong>s”.<br />
Fazer o canto<br />
Trata-se <strong>de</strong> trabalhar os pequenos espaços,<br />
geralmente triangulares, que se <strong>de</strong>finem<br />
junto à ourela ou remate, que po<strong>de</strong>m fazer<br />
segun<strong>do</strong> vários pontos <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>. Ver, por<br />
exemplo, aranha, bico da pena, conchinha,<br />
rosário.<br />
83 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Fazer o canto<br />
Trata-se <strong>de</strong> trabalhar os pequenos espaços,<br />
geralmente triangulares, que se <strong>de</strong>finem<br />
junto à ourela ou remate, que po<strong>de</strong>m fazer<br />
segun<strong>do</strong> vários pontos <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>. Ver, por<br />
exemplo, aranha, bico da pena, conchinha,<br />
rosário.<br />
Fazer a volta<br />
Ver cruzar<br />
Forma [foto 5)<br />
Desenho on<strong>de</strong> está marcada a localização<br />
<strong>do</strong>s piques, funciona como matriz <strong>do</strong> pique.<br />
A existência da forma salvaguarda o<br />
<strong>de</strong>senho original <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sgaste.<br />
Fotocópia<br />
Des<strong>de</strong> que as fotocópias se banalizaram, há<br />
cerca <strong>de</strong> 20 anos, que as expeditas rendi-<br />
lheiras <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> começaram a fazer<br />
renda <strong>de</strong> bilros directamente sobre as foto-<br />
cópias tiradas a partir das próprias rendas,<br />
ou <strong>do</strong>s seus <strong>de</strong>senhos que colocam sobre o<br />
cartão. Com isto, eliminaram as operações<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar, fazer a forma, picar os piques<br />
e riscar a renda, pois, por experiência,<br />
sabem on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem pregar os alfinetes, <strong>do</strong><br />
mo<strong>do</strong> mais conveniente ao progredir <strong>do</strong><br />
trabalho.<br />
foto 6<br />
Laçada<br />
Nome que se dá a uma argola, que se faz<br />
com a linha ao encher o bilro e o cruza, <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> que este se possa esticar sem que a<br />
linha se solte.<br />
Linha (foto 6)<br />
De espessura variável, actualmente a linha<br />
empregue tem que ser 100% <strong>de</strong> algodão<br />
merceriza<strong>do</strong>, pois o linho, difícil <strong>de</strong> obter e<br />
muito mais caro, caiu em <strong>de</strong>suso. As rendas<br />
da rua, tradicionais e populares são, quase<br />
sempre feitas numa linha mais grossa, o<br />
número 20. As rendas da Escola são feitas<br />
em linha mais fina, geralmente, número 50.<br />
Noutros tempos trabalhava-se em linho e,<br />
muitas vezes com números <strong>de</strong> linha<br />
eleva<strong>do</strong>s, como o 80, na execução <strong>de</strong><br />
rendas com uma finura e leveza,<br />
impensáveis na actualida<strong>de</strong>. Ver bor<strong>do</strong>.<br />
Mestra<br />
Designação que actualmente não se aplica,<br />
usava-se para <strong>de</strong>signar a <strong>do</strong>na <strong>de</strong> uma<br />
oficina produtora <strong>de</strong> rendas, que era quem<br />
ensinava as suas aprendizes. Actualmente<br />
não existem oficinas, mas tão só as várias<br />
rendilheiras interessadas em fazer renda<br />
que ven<strong>de</strong>m, sobretu<strong>do</strong>, à Associação para<br />
Defesa <strong>do</strong> Artesanato e <strong>Património</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong><br />
<strong>do</strong> Con<strong>de</strong>.
foto 7<br />
Nós<br />
As emendas das linhas são feitas com <strong>do</strong>is<br />
tipos <strong>de</strong> nós: o <strong>de</strong> tece<strong>de</strong>ira, mais vulgar, e<br />
o <strong>de</strong> laçada, usa<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> a<br />
linha está mais curta. Para o bor<strong>do</strong> não se<br />
faz nó - pois ficaria muito grosso, mas<br />
enrolam-se as duas pontas.<br />
No caso <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> linho ou, mesmo <strong>de</strong><br />
algodão, mas muito fina, as duas pontas<br />
"colam-se" uma à outra, mediante um<br />
pouco <strong>de</strong> saliva e um pequeno movimento<br />
<strong>de</strong> torção, processo que não colhe o acor<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> todas as rendilheiras.<br />
Pica<strong>do</strong>r (foto 7)<br />
Instrumento que serve para, a partir da<br />
forma, localizar no pique, mediante um<br />
pequeno furo, to<strong>do</strong>s os locais on<strong>de</strong> a<br />
rendilheira <strong>de</strong>ve espetar os alfinetes. Em<br />
<strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> as rendilheiras costumam<br />
fazer os pica<strong>do</strong>res a partir <strong>de</strong> um bilro, a<br />
que retiram a parte superior da haste,<br />
inserin<strong>do</strong>-lhe uma agulha <strong>de</strong> coser das mais<br />
finas.<br />
Picar<br />
Operação que consiste em marcar,<br />
mediante furos feitos por um pica<strong>do</strong>r, num<br />
papel mais rijo, o pique, os sítios on<strong>de</strong> a<br />
rendilheira <strong>de</strong>ve colocar os alfinetes,<br />
quan<strong>do</strong> da execução da renda.<br />
foto 8<br />
Pique (foto 8)<br />
O mesmo que cartão; feito um <strong>de</strong>senho,<br />
este é passa<strong>do</strong> para uma forma, ou seja é<br />
passa<strong>do</strong> para um outro papel, muitas vezes<br />
papel vegetal, on<strong>de</strong> se abrem, com o<br />
pica<strong>do</strong>r, to<strong>do</strong>s os buraquinhos precisos à<br />
execução da renda, os quais vão funcionar<br />
como matriz <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os piques<br />
necessários. <strong>Um</strong> <strong>de</strong>senho po<strong>de</strong> originar<br />
várias formas e cada uma <strong>de</strong>las vai, por sua<br />
vez, multiplicar-se em vários piques. O<br />
resulta<strong>do</strong> consiste na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />
mesmo <strong>de</strong>senho originar uma<br />
multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> piques iguais, distribuí<strong>do</strong>s<br />
por outras tantas rendilheiras, pelo que<br />
uma mesma renda po<strong>de</strong> estar a ser feita, ao<br />
mesmo tempo, por gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
executantes.<br />
Ver riscar.<br />
Pregar<br />
Acto <strong>de</strong> colocar os alfinetes nos locais<br />
<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pelo pique da renda, ou on<strong>de</strong> a<br />
experiente rendilheira enten<strong>de</strong>, quan<strong>do</strong><br />
trabalha com fotocópia, para travar a volta<br />
<strong>do</strong>s bilros que maneja no momento.<br />
<strong>Rendas</strong> da rua<br />
Designação caída em <strong>de</strong>suso, no actual<br />
contexto produtivo, referia aquelas rendas<br />
mais populares, encomendadas pelas casas<br />
que as comercializavam. A expressão<br />
po<strong>de</strong>rá ter si<strong>do</strong> originada no facto <strong>de</strong>,<br />
noutros tempos, as rendilheiras<br />
trabalharem nos <strong>de</strong>graus da porta das suas<br />
casas, praticamente, na rua.<br />
Rendilheira<br />
Mulher que faz renda <strong>de</strong> bilros.<br />
Em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> não se usa a <strong>de</strong>signação<br />
<strong>de</strong> ren<strong>de</strong>ira. A figura <strong>de</strong> rendilheira<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong> para quem quer,<br />
é relativamente recente. De facto, até<br />
1975, data em que fechou a última das<br />
oficinas clássicas, as rendilheiras<br />
trabalhavam sempre por conta <strong>de</strong> outrem,<br />
constituin<strong>do</strong> um caso excepcional a<br />
rendilheira aceitar encomendas<br />
directamente <strong>de</strong> algum cliente final.<br />
Riscar<br />
Trata-se reconstituir o <strong>de</strong>senho da renda<br />
que se preten<strong>de</strong> fazer, a partir <strong>do</strong>s buracos<br />
abertos pelo pica<strong>do</strong>r no pique. Em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong><br />
Con<strong>de</strong>, esta operação nem sempre é feita,<br />
porque as rendilheiras, muitas vezes<br />
trabalham por cima <strong>de</strong> fotocópias <strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong>senhos das rendas, que colocam no<br />
cartão.
Saia<br />
Nome que se dá, em Peniche, ao teci<strong>do</strong> que<br />
envolve a almofada, mas que começa a ser<br />
reconheci<strong>do</strong> em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>.<br />
Tece<strong>do</strong>res<br />
Nome que se dá ao par <strong>de</strong> bilros que tece,<br />
que, à imagem da lança<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> um tear,<br />
trabalham <strong>de</strong> la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong> da renda,<br />
travan<strong>do</strong> as voltas a ser feitas com os pares<br />
correntes.<br />
Tirar<br />
Acto <strong>de</strong> levantar os alfinetes <strong>do</strong>s buracos<br />
<strong>do</strong> pique (ou <strong>do</strong>s pontos <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho) em<br />
que foram coloca<strong>do</strong>s para pren<strong>de</strong>r o<br />
trabalho.<br />
Torcer<br />
Significa dar ao par <strong>de</strong> bilros um<br />
movimento rotativo, sempre da direita para<br />
a esquerda, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as linhas enrolem<br />
uma sobre a outra e fiquem mais tensas,<br />
ganhan<strong>do</strong> resistência.<br />
85 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>
Nomenclatura ligada à forma das<br />
rendas<br />
Aplicações<br />
Nome que se dá a rendas <strong>de</strong> feitios<br />
varia<strong>do</strong>s (flores, letras, cestos,<br />
borboletas, laços), geralmente pouco<br />
extensas, que são cosidas, quase sempre<br />
a toda a volta, ao teci<strong>do</strong> em que se<br />
inserem. Mais recentemente, num uso<br />
que se tem vin<strong>do</strong> a generalizar nos<br />
últimos 25 anos, as aplicações são feitas<br />
para serem emolduradas e colocadas<br />
numa pare<strong>de</strong>. Neste caso pre<strong>do</strong>minam<br />
figurações <strong>de</strong> carácter religioso, como<br />
santos e imagens <strong>de</strong> presépio, mas<br />
também se fazem reproduções <strong>de</strong><br />
emblemas <strong>de</strong> clubes <strong>de</strong> futebol ou <strong>de</strong><br />
heráldica <strong>de</strong> carácter familiar ou<br />
institucional.<br />
Bico<br />
Diz-se da extremida<strong>de</strong> da renda que não<br />
é cosida ao teci<strong>do</strong>, cujo remate se<br />
apresente <strong>de</strong>ntea<strong>do</strong>, recorta<strong>do</strong> ou<br />
ondula<strong>do</strong>. Também se usa a <strong>de</strong>signar<br />
qualquer renda cuja extremida<strong>de</strong> solta<br />
mostre algum tipo <strong>de</strong> recorte, ténue que<br />
seja.<br />
Canto (I)<br />
Nome que se dá a uma renda pequena,<br />
<strong>de</strong> feição triangular (po<strong>de</strong> não<br />
correspon<strong>de</strong>r a triângulos geométricos),<br />
que se pregam ao teci<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is ou por<br />
três la<strong>do</strong>s.<br />
Canto (II)<br />
Parte da renda que correspon<strong>de</strong> a uma<br />
mudança, nítida, <strong>de</strong> direcção, geralmente<br />
um ângulo <strong>de</strong> 90°.<br />
Canto (III)<br />
Pequenos espaços, geralmente<br />
triangulares, que se <strong>de</strong>finem junto à<br />
ourela ou remate, que po<strong>de</strong>m<br />
apresentar-se feitos em vários pontos <strong>de</strong><br />
fun<strong>do</strong>. Ver, por exemplo, aranha, bico da<br />
pena, conchinha, rosário.<br />
Dobras<br />
Nome das rendas feitas para ornamentar<br />
a extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um lençol. Po<strong>de</strong>m ter<br />
canto (II) ou não.<br />
Entremeios<br />
São rendas <strong>de</strong> feição rectilínea que se<br />
inserem no teci<strong>do</strong>, pregadas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />
la<strong>do</strong>s.<br />
Naperons<br />
Peça <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma variada<br />
(circular, oval, quadra<strong>do</strong>, rectangular,<br />
triangular, etc.) que apresenta uma<br />
renda, pregada a toda a volta.<br />
Panos<br />
São rendas quadradas, rectangulares ou<br />
circulares, que são usadas sem exigirem<br />
qualquer teci<strong>do</strong>.<br />
Ourela<br />
Remate da renda, utiliza<strong>do</strong> para a coser<br />
ao teci<strong>do</strong>. Em <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> chama-se<br />
barão à ourela <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho mais leve,<br />
porventura mais antigo, on<strong>de</strong> não se<br />
encontra o que agora é mais banal:<br />
torci<strong>do</strong>s com uma estreita bicha <strong>de</strong> pano<br />
a acompanhar.<br />
Picot<br />
Remate da renda, correspon<strong>de</strong>nte a uma<br />
trança com serrilha, que fica sempre<br />
solto no ar. Trata-se <strong>de</strong> uma<br />
<strong>de</strong>nominação entrada recentemente no<br />
vocabulário da rendilheira <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong><br />
Con<strong>de</strong>, por contaminação da<br />
terminologia ligada à renda feita com<br />
uma agulha <strong>de</strong> farpa.<br />
Agra<strong>de</strong>ço especialmente a Maria da Guia Monteiro<br />
e Maria Alice Sousa Veiga correia, to<strong>do</strong> o apoio<br />
presta<strong>do</strong> na elaboração <strong>de</strong>ste glossário, bem como<br />
a Teresa Maria Graça Pimenta e Maria Pinto Lapa.<br />
Ana Pires
Versão digital<br />
M Santos, ADAPVC 2011<br />
Ficha Técnica<br />
87 <strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong><br />
Título<br />
<strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>:<br />
<strong>Um</strong> património a preservar.<br />
Edição<br />
Associação para Defesa <strong>do</strong> Artesanato e<br />
<strong>Património</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>.<br />
Acompanhamento Editorial<br />
Ana Pires e Graça Ramos<br />
Texto<br />
Pedro Rêgo (CRAT) e Ana Pires<br />
Glossário<br />
Ana Pires<br />
Execução <strong>de</strong> amostras<br />
Maria da Guia Ferreira, Rosa Miranda Santa<br />
Marinha, Maria José Rocha, Maria Fernanda<br />
Ribeiro, Laura Oliveira Gomes, Maria Pinto<br />
Lapa, Ester Barros, Alice Veiga, Isabel Estrela<br />
Design Gráfico<br />
Delfim Santos<br />
Pré-impressão e Impressão<br />
Minerva Artes Gráficas<br />
Tiragem<br />
2000 exemplares.<br />
Créditos fotográficos<br />
Página 3: AMVC/FA/2808 - Foto Adriano<br />
Página 5: AMVC/FA/41 - Foto Adriano<br />
Página 9: Retrato <strong>de</strong> Senhora (1620 1640);<br />
Autor: Desconheci<strong>do</strong>; Técnica: Óleo s/tela;<br />
Reprodução: José Pessoa; Museu Nacional <strong>de</strong><br />
Arte Antiga; N.lnv.fot.: 1280pint<br />
Página 13: Retrato D. Sebastião; Autor:<br />
Cristovão Morais; Técnica: Óleo s/tela;<br />
Reprodução: José Pessoa; Museu Nacional <strong>de</strong><br />
Arte Antiga; N.lnv. foI.: 1165pint<br />
Página 17: Frontal <strong>de</strong> Janela; Rendilheira:<br />
Albina Silva Monteiro;1933; Dim.: 45,5cmx<br />
61cm; Linho n.º 200; 1000 <strong>Bilros</strong>;<br />
MVC.00094.RB<br />
Página 18: AMVC/FA/318 - Foto Adriano<br />
Página 28: AMVC/FA/20 - Foto Adriano<br />
Página 29: Pano da Colmeia; Rendilheira:<br />
Maria Amélia Carneiro; 1932;<br />
Dim.:50cmX50cm; Linho n.º 200;<br />
600 <strong>Bilros</strong>; MVC.00081.RB<br />
Página 30: AMVC/FA/1824 - Foto Adriano<br />
Página 31: AMVC/FA!27 - Foto Adriano<br />
Página 32: <strong>do</strong>c. 76 - Foto Adriano<br />
Página 32: <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> Antiga -<br />
AMVC/FA/250 - Foto Adriano<br />
Página 33: Lenço <strong>do</strong>s Laços; Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>;<br />
Rendilheira Desconhecida; 196?; Dim.:<br />
22cmx22 cm; Linho n.º 40; 84 <strong>Bilros</strong>; MVC-<br />
00115-RB<br />
Página 34: Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s da Silva<br />
Magalhães Novais; AMVC/FA/347 - Foto<br />
Adriano<br />
Página 36: Pano das Unhas; Escola <strong>de</strong> <strong>Rendas</strong>;<br />
Rendilheira Desconhecida; 195?; Dim.: 46 cm;<br />
Linho n.º 200; 300 <strong>Bilros</strong>; MVC-00067-RB<br />
Página 36: Pano das Flores e Folhas; Escola <strong>de</strong><br />
<strong>Rendas</strong>; Rendilheira Desconhecida; 1935;<br />
Dim.: 39cmx39cm; linho n.º 200; 300 <strong>Bilros</strong>;<br />
MVC-00085-RB<br />
Página 37: Grupo <strong>de</strong> crianças na Escola <strong>de</strong><br />
<strong>Rendas</strong>; AMVC/FA/2318 - Foto Adriano<br />
Sara Claro: Amostras, pontos e termos <strong>do</strong><br />
glossário, <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> Arquivo Municipal<br />
<strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>.<br />
ISBN<br />
972-9453-74-8<br />
Depósito Legal<br />
230100/05<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>, Arquivo<br />
Municipal <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>, Museu das<br />
<strong>Rendas</strong> <strong>de</strong> <strong>Bilros</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>, Museu<br />
Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga.