Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb
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Universidade, Bahia e berimbau, trajetórias de descolonização e educação<br />
O Prodese integra o Diretório de Grupos de Pesquisa<br />
do Conselho Nacional de Desenvolvimento<br />
Científico e Tecnológico (CNPq), e ao longo desses<br />
<strong>anos</strong> fomos compondo parcerias importantes que<br />
nos abriram vários canais para divulgarmos nossas<br />
produções, a exemplo: Ministério da Cultura Fundação<br />
Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro-Brasil)<br />
onde tivemos oportunidade de participar do Programa<br />
de Bolsas para Autores em Obra em Fase<br />
de Conclusão com a obra Itapuã: portal da nossa<br />
ancestralidade afro-brasileira desdobramentos<br />
da nossa pesquisa no âmbito do Pós-Doutorado<br />
na Escola de Comunicação na Universidade Federal<br />
do Rio de Janeiro; também a nossa relação<br />
com o Programa de Pós-Graduação da Escola de<br />
Comunicação da Universidade Federal do Rio de<br />
Janeiro(Brasil) junto à equipe do Dr. Muniz Sodré<br />
Conselheiro da Revista Sementes, desenvolvendo<br />
iniciativas comuns no campo da Comunicação<br />
e Cultura, especificamente das comunalidades<br />
africano-brasileiras; outra importante parceria é a<br />
Alliance pour um Monde Responsable, Pluriel et<br />
Solidaire (França), juntamente com a Rede Mundial<br />
de Artistas em Aliança, espaços em que participamos<br />
como animadores culturais desde 2001; e, na<br />
Bahia, o projeto de Extensão Dayó nos representa<br />
junto à essas Redes e Alianças; Université Renée<br />
Descartes Paris V Sorbonne através do Centre<br />
d’Études sur l’Actuel et le Quotidien (França),<br />
sob a coordenação do professor Michel Maffesoli,<br />
conselheiro da Revista Sementes, publicação do<br />
Prodese (o professor Michel Maffesoli tem acolhido<br />
as solicitações de nossos/as pesquisadores/<br />
as para realização de curso de Doutorado e Estágio<br />
Pós-Doutoral); ACRA – Associação Cultural<br />
Crianças Raízes do Abaeté (Ponto de cultura do<br />
MINC em Salvador/Bahia/Brasil) e o Grupo Capoeira<br />
Abolição (Oxford/Inglaterra-África do Sul,<br />
sob a responsabilidade do Mestre Luís Negão),<br />
organizações que intercambiam com as iniciativas<br />
do nosso projeto de extensão DAYÓ.<br />
A equipe vem se dedicando a elaborar e difundir<br />
um conjunto de materiais didático-pedagógicos<br />
para professores/as e público infanto-juvenil sobre<br />
as comunalidades africanas na Bahia, bem como<br />
atividades de consultoria às comunidades tradicionais<br />
do entorno da <strong>Uneb</strong>, a exemplo do projeto educacional<br />
“Odemodé Egbé Asipá” (1999-2003).<br />
84<br />
Sobre o Odemodé Egbé Asipá, achamos interessante<br />
contar um pouco dessa história que o<br />
PRODESE realizou e que nos fez adquirir a maturidade<br />
necessária para propormos perspectivas<br />
para o currículo da graduação e pós-graduação<br />
em Educação. O Odemodé Egbé Asipá nasceu<br />
no âmbito da comunidade-terreiro Ilê Asipá, que<br />
cultua os ancestrais masculinos Egunguns, e sob a<br />
liderança de Deoscoredes Maximiliano dos Santos<br />
o Mestre Didi, que é Alapini e possui o legado da<br />
sabedoria ancestral nagô.<br />
O projeto mobilizou membros da hierarquia da<br />
comunidade e parcerias institucionais, a exemplo<br />
do Programa Descolonização e Educação, o Núcleo<br />
de Tecnologias Inteligentes ambos pertencentes<br />
ao Departamento de Educação do Campus I da<br />
Universidade do Estado da Bahia (<strong>Uneb</strong>); e a<br />
equipe de professores na área de Manutenção de<br />
Computadores do Centro Federal de Educação<br />
Tecnológica-CEFET. 4<br />
A proposta do Ilê Asipá, ao acolher essa experiência<br />
educacional, foi de um lado, aplacar as<br />
aflições e angústias características do cotidiano dos<br />
jovens entre 16 e 21 <strong>anos</strong> que frequentam a comunidade,<br />
e que verbalizavam as sérias dificuldades<br />
que vinham encontrando para atenderem as exigências<br />
do mercado de trabalho. Essas dificuldades se<br />
constituíam, sobretudo, da frágil formação escolar<br />
que recebiam, envolta às linguagens e valores<br />
assentados na pedagogia do recalque às suas identidades<br />
próprias. O projeto Odemode Egbé Asipá<br />
foi estruturado pela comunidade, como um dos<br />
canais possíveis de enfrentamento a esses desafios<br />
que persistem ao longo dos séculos, maltratando e<br />
destruindo os sonhos e a auto-estima da população<br />
infanto-juvenil africano-brasileira.<br />
Um dos objetivos do Projeto foi oportunizar<br />
aos jovens, a compreensão de que eles podiam<br />
adquirir uma formação profissional competente,<br />
sem se afastar e/ou abrir mão dos seus vínculos<br />
comunitários constituídos pelos códigos do patrimônio<br />
civilizatório milenar africano. Outro<br />
objetivo foi criar um grupo que se organizasse<br />
4 Vale ressaltar o empenho e a dedicação de Marize Silva, da professora<br />
Mestra em Educação e Contemporaneidade e pesquisadora do PRO-<br />
DESE Léa Austrelina Ferreira e, também, da professora mestranda em<br />
Educação e Contemporaneidade e pesquisadora do Prodese Jackeline<br />
do Amor Divino.<br />
Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 75-94, jul./dez. 2009<br />
<strong>FAEEBA</strong> <strong>25</strong> <strong>anos</strong>.indd 84 2/2/2011 13:45:05