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sabrina da silveira moreira fisioterapia respiratória em paciente ...

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SABRINA DA SILVEIRA MOREIRA<br />

FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTE PORTADORA DE ATAXIA<br />

TELANGIECTASIA COM PNEUMONIA DE REPETIÇÃO – ESTUDO DE CASO<br />

TUBARÃO, 2006


SABRINA DA SILVEIRA MOREIRA<br />

FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTE PORTADORA DE ATAXIA<br />

TELANGIECTASIA COM PNEUMONIA DE REPETIÇÃO – ESTUDO DE CASO<br />

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao<br />

Curso de Fisioterapia como requisito à obtenção<br />

do grau de Bacharel <strong>em</strong> Fisioterapia.<br />

Universi<strong>da</strong>de do Sul de Santa Catarina<br />

Orientadora Prof ª. Msc. Michelle Cardoso Machado<br />

TUBARÃO, 2006


DEDICATÓRIA<br />

Dedico este singelo trabalho a meus pais<br />

Itamar e Lizete que representam tudo para mim e<br />

que s<strong>em</strong>pre estiveram presentes me aju<strong>da</strong>ndo nos<br />

momentos de angústias e incertezas que s<strong>em</strong>pre<br />

me apoiaram, a qu<strong>em</strong> ofereço todo o meu<br />

carinho, admiração, respeito, gratidão e amor, a<br />

minha família, principalmente minha irmã Karla,<br />

minha afilha<strong>da</strong> Maria Eduar<strong>da</strong> e meu sobrinho<br />

que está por vir.<br />

Amo todos vocês!


AGRADECIMENTOS<br />

Agradeço primeiramente à Deus pela força e por<br />

s<strong>em</strong>pre me <strong>da</strong>r esperança e nunca me fazer<br />

desistir dos meus ideais, a meus pais pela<br />

dedicação, oportuni<strong>da</strong>de, apoio, incentivo e por<br />

tornar real o sonho de me tornar Fisioterapeuta, a<br />

minha professora, orientadora Michelle pelo<br />

apoio e dedicação na realização deste trabalho.<br />

Agradeço especialmente aos meus professores e<br />

grandes amigos, meus futuros colegas Dayane e<br />

George pela paciência, carinho, respeito e apoio<br />

durante a coleta de <strong>da</strong>dos s<strong>em</strong>pre me auxiliando<br />

com muita sabedoria, aos meus colegas e fieis<br />

amigos que de alguma maneira me aju<strong>da</strong>ram<br />

durante este longo caminho, o meu muito<br />

obriga<strong>da</strong>!


RESUMO<br />

A ataxia telangiectasia é descrita como um distúrbio genético autossômico recessivo, que<br />

caracteriza-se por ataxia cerebelar progressiva com aparecimento de telangiectasias,<br />

especialmente <strong>em</strong> lobos <strong>da</strong>s orelhas e <strong>em</strong> conjuntivas, e, eventualmente na maioria dos<br />

<strong>paciente</strong>s, infecções sinopulmonares de repetição Os sintomas neurológicos manifestam-se<br />

entre 1 e 2 anos de i<strong>da</strong>de com ataxia progressiva, distonia, coréia, dificul<strong>da</strong>de na deglutição,<br />

movimentos faciais deficientes e anormali<strong>da</strong>des intensas nos movimentos oculares. Não existe<br />

tratamento para a doença ou sintomas neurológicos, e os <strong>paciente</strong>s são confinados a uma<br />

cadeira de ro<strong>da</strong>s, o quadro é progressivo e leva o confinamento no leito ao final <strong>da</strong> primeira<br />

déca<strong>da</strong>. O intelecto é preservado. A marca externa <strong>da</strong> doença, telangiectasia conjutival, não se<br />

manifesta antes de 5 anos de i<strong>da</strong>de. Este trabalho t<strong>em</strong> como objetivo avaliar os efeitos <strong>da</strong><br />

<strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> <strong>em</strong> um caso de infecção sinopulmonar <strong>em</strong> uma criança com<br />

diagnóstico de ataxia telangiectasia. O estudo foi composto por uma única <strong>paciente</strong> com 11<br />

anos de i<strong>da</strong>de com o diagnóstico de ataxia telangiectasia atendi<strong>da</strong> no Hospital Nossa Senhora<br />

<strong>da</strong> Conceição de Tubarão – SC hospitaliza<strong>da</strong> no dia 20 de Fevereiro de 2006 com diagnóstico<br />

de pneumonia e desnutrição. A mesma foi submeti<strong>da</strong> a uma avaliação <strong>respiratória</strong> pediátrica<br />

onde encontrava-se no leito s<strong>em</strong> deambulação com oxigenioterapia por máscara de venturi<br />

com FiO2 35%, fluidoterapia MSD, na inspeção foi verificado tórax carinado, expansibili<strong>da</strong>de<br />

torácica simétrica, ritmo respiratório regular, padrão respiratório costo diafragmático, tiragens<br />

supra clavicular, tosse produtiva e ineficaz com secreção muco purulenta. O tratamento foi<br />

realizado no período de 07de Março a 31 de Março do ano de 2006, diariamente com duração<br />

de aproxima<strong>da</strong>mente 50 minutos constando de manobras de higiene brônquica e reexpansão<br />

pulmonar. No decorrer dos atendimentos foi observado a melhora <strong>da</strong> função pulmonar <strong>da</strong><br />

<strong>paciente</strong> b<strong>em</strong> como a diminuição dos ruídos adventícios e também melhora no quadro<br />

radiológico. Por se tratar de uma doença evolutiva e fatal com complicações sinopulmonares<br />

de repetição, a <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> visa melhorar o clearance mucociliar aumentando a<br />

quanti<strong>da</strong>de de secreção expectora<strong>da</strong> prevenindo infecções no trato respiratório, melhorando a<br />

função pulmonar e promovendo quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.<br />

Palavras-chave: Ataxia telangiectasia, pneumonia de repetição, <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong>.


ABSTRACT<br />

Ataxia telangiectasia is decribes as a recessive autosomic genetic disturbe, that is<br />

characterized for progressive cerebelar ataxia with <strong>em</strong>ergence of telangiectasis, specially in<br />

earlobe and in conjunctives, and, eventually in the most part of pacients, repetitive<br />

sinopulmonary infections. Neurologic symptoms are manifestated between 1 and 2 years old<br />

with progressive ataxia, dystonia, chorea, difficulties of swallowing, defective facial<br />

mov<strong>em</strong>ents and intense abnormalities of ocular mov<strong>em</strong>ents. There is no treatment for this<br />

disease or neurologic symptoms, and pacients are destined to a wheel chair, the clinical<br />

picture is progressive and induces to paralyz<strong>em</strong>ent in bed in the end of first decade of life.<br />

The intellect is preserved. The external mark of head, conjunctive telangientasis, isn’t<br />

manifested before 5 years old. This study has as objective to evaluate the effects of respiratory<br />

physiotherapy in a case of sinopulmonary infection in a child with dianostic of ataxia<br />

telangiectasia. The study was composed by only one <strong>paciente</strong> with age of 11 years old with<br />

diagnostic of ataxia telangiectasia, assisted at Hospital Nossa Senhora <strong>da</strong> Conceição of<br />

Tubarão – SC, that was hospitalized on february 20 th , 2006, with diagnostic of repetitive<br />

pneumonia and malnutrition. The subject was submited to a pediatric respiratory evaluation<br />

where she was without sauntering, with oxygeniotherapy using Venturi mask with FiO² 35%,<br />

fluidtherapy RSL, in inspection it was verified carinatum thorax, symmetrical thoracic<br />

expansibility, regular respiratory rhythm, costodiaphragmatic respiratory stan<strong>da</strong>rt, upclavicle<br />

drawing, productive and ineffective cough with mucous-festering secretion. The treatment<br />

was realized in a period between march 7 th and march 31th, 2006, <strong>da</strong>ily, during about 50<br />

minutes including bronchical hygiene moves and pulmonary reexpansion. During the<br />

atten<strong>da</strong>nces it was observed an improv<strong>em</strong>ent of pulmonary function as well as a decreasing of<br />

foreing noise and even an improv<strong>em</strong>ent of radiologic picture. Because it’s about an<br />

evolutionary and fatal disease with repetitive sinopulmonary complications, respiratory<br />

physiotherapy seeks to improve mucociliary clearance, increasing the quantity of expectorated<br />

secretion preventing respiratory tract infections, becoming pulmonary function better and<br />

promoting quality of life.<br />

Key-words: Ataxia telangiectasia, repetitive pneumonia, respiratory physiotherapy.


AT – Ataxia telangiectasia<br />

ATM – ataxia telangiectasia mutation<br />

IgA – Imunoglobulina A<br />

IgM – Imunoglobulina M<br />

SNC – Sist<strong>em</strong>a nervoso central<br />

IgE – Imunoglobulina E<br />

IgG- imunoglobulina<br />

IGIV – imunoglobulina endovenosa<br />

OMS – Organização mundial <strong>da</strong> saúde<br />

DRGE – Doença do refluxo gastroesofágico<br />

RGE – Refluxo gastroesofágico<br />

O2 - Oxigênio<br />

DIP – doença intersticial pulmonar<br />

AFE – aceleração do fluxo expiratório<br />

TEMP – terapia expiratória manual passiva<br />

ELPr – expiração lenta prolonga<strong>da</strong><br />

VR – volume residual<br />

GPN – gotejamento pós-nasal<br />

PO – pós-operatório<br />

MSD – m<strong>em</strong>bro superior direito<br />

FC – freqüência cardíaca<br />

FR – freqüência <strong>respiratória</strong><br />

AP – ausculta pulmonar<br />

MV – murmúrio vesicular<br />

EB – estertor bolhoso<br />

SNG – son<strong>da</strong> nasogástrica<br />

FiO2 – fração inspiratória de oxigênio<br />

EC – estertor creptante<br />

LIE – lobo inferior esquerdo<br />

LISTA DE ABREVIAÇÕES


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12<br />

2 ATAXIA TELANGIECTASIA E PNEUMONIA DE REPETIÇÃO..............................14<br />

2.1 Ataxia telangiectasia.........................................................................................................14<br />

2.1.1 Definição.........................................................................................................................14<br />

2.1.2 Epid<strong>em</strong>iologia..................................................................................................................14<br />

2.1.3 Diagnóstico......................................................................................................................15<br />

2.1.4 Complicações...................................................................................................................16<br />

2.1.4.1 Neoplasias.....................................................................................................................16<br />

2.1.4.2 Complicações nurológicas............................................................................................16<br />

2.1.4.3 Complicações imunológicas.........................................................................................17<br />

2.1.4.4 Achados laboratoriais....................................................................................................18<br />

2.1.5 Características..................................................................................................................18<br />

2.1.5.1 Ataxia............................................................................................................................18<br />

2.1.5.2 Telangiectasia................................................................................................................18<br />

2.2 Pneumonia de repetição....................................................................................................19<br />

2.3 Sinusite...............................................................................................................................19<br />

2.4 Desnutrição........................................................................................................................20<br />

2.5 Refluxo gastroesofágico....................................................................................................20<br />

2.6 Tosse...................................................................................................................................22


2.7 Tipo de tórax......................................................................................................................22<br />

2.8 Ausculta pulmonar............................................................................................................23<br />

2.9 Secreção brônquica...........................................................................................................23<br />

2.10 Aspiração brônquica.......................................................................................................24<br />

2.11 Saturação periférica de oxigênio (SpO2)......................................................................24<br />

2.12 Oxigenioterapia...............................................................................................................24<br />

2.13 Inaloterapia......................................................................................................................25<br />

2.14 Medicação........................................................................................................................25<br />

2.15 Avaliação radiológica......................................................................................................26<br />

2.16 Gastrostomia....................................................................................................................27<br />

2.17 Fundoplicatura................................................................................................................27<br />

3 FISIOTERAPIA...................................................................................................................29<br />

3.1 Introdução..........................................................................................................................29<br />

3.2 Fisioterapia <strong>respiratória</strong>...................................................................................................29<br />

3.2.1 Fisioterapia <strong>respiratória</strong> na AT....................................................................................30<br />

3.3 Manobras de reexpansão pulmonar................................................................................32<br />

4. DELINEAMENTO DA PESQUISA..................................................................................33<br />

4.1 Tipo de pesquisa................................................................................................................33<br />

4.2 Amostra...............................................................................................................................33<br />

4.3 Procedimentos utilizados na coleta de <strong>da</strong>dos......................................................................34<br />

4.3.1 Metodologia.....................................................................................................................34<br />

4.3.2 Protocolo de atendimento..............................................................................................35<br />

4.4 Aspectos éticos...................................................................................................................36


4.5 Instrumentos utilizados para a coleta de <strong>da</strong>dos.............................................................36<br />

4.6 Procedimentos para a análise de <strong>da</strong>dos...........................................................................36<br />

5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.......................................37<br />

5.1 Descrição <strong>da</strong> amostra........................................................................................................37<br />

5.2 Ataxia telangiectasia.........................................................................................................38<br />

5.3 Exame físico.......................................................................................................................38<br />

5.4 Tratamento........................................................................................................................40<br />

5.5 Reavaliação pós-operatória..............................................................................................42<br />

6 RESULTADOS.....................................................................................................................44<br />

7 DISCUSSÃO DOS DADOS.................................................................................................46<br />

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................52<br />

REFERÊNCIAS......................................................................................................................53<br />

APÊNDICE..............................................................................................................................57<br />

Apêndice A - Termo de consentimento para fotos...................................................................58<br />

Apêndice B – Termo de consentimento....................................................................................59<br />

Apêndice C – Ficha de avaliação <strong>respiratória</strong> pediátrica..........................................................60<br />

ANEXO....................................................................................................................................62<br />

Anexo A – Fotos dos olhos.......................................................................................................63


Anexo B – Fotos <strong>da</strong> cirurgia (fundoplicatura)..........................................................................64<br />

Anexo C – Foto <strong>da</strong> radiografia do tórax...................................................................................66<br />

Anexo D – Laudo <strong>da</strong> Tomografia computadoriza<strong>da</strong>.................................................................69


1. INTRODUÇÃO<br />

A ataxia telangiectasia (AT) é uma síndrome que apresenta várias complicações<br />

pulmonares, dentre elas a pneumonia de repetição que é a causa mais freqüente de internações. As<br />

infecções sinopulmonares são freqüentes e pod<strong>em</strong> ocorrer no início <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> ou pod<strong>em</strong> permanecer<br />

assintomáticas durante 10 anos ou mais conforme Stites (2000), afirma também que não existe<br />

teoria para explicar as anormali<strong>da</strong>des que ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong> diversos sist<strong>em</strong>as na ataxia telangiectasia.<br />

É uma doença de caráter progressivo, com anormali<strong>da</strong>des neurológicas e deficiência<br />

imunológica, e se torna mais grave com o decorrer do t<strong>em</strong>po.<br />

Os movimentos anormais iniciam quando a criança começa a an<strong>da</strong>r e as telangiectasias<br />

desenvolv<strong>em</strong>-se até os cinco anos de i<strong>da</strong>de <strong>em</strong> locais como olhos, orelhas, nariz e braços.<br />

Com base no exposto acima, surge a seguinte questão: Qual o efeito <strong>da</strong> <strong>fisioterapia</strong><br />

<strong>respiratória</strong> <strong>em</strong> <strong>paciente</strong> portador de ataxia telangiectasia com pneumonia de repetição?<br />

Segundo Nora (1991) <strong>paciente</strong>s portadores de AT desenvolv<strong>em</strong> infecções sinopulmonares<br />

recorrentes. Tais infecções não respond<strong>em</strong> à antibioticoterapia.<br />

Com o t<strong>em</strong>po essa patologia torna-se mais grave, sendo estes acometidos principalmente<br />

por doença pulmonar crônica.<br />

Conforme Costa (1999) a <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> t<strong>em</strong> a finali<strong>da</strong>de de auxiliar na<br />

manutenção <strong>da</strong>s funções vitais prevenindo e controlando as doenças pulmonares reduzindo as<br />

complicações e o t<strong>em</strong>po de internação, colaborando para uma boa evolução do <strong>paciente</strong>.<br />

O principal objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos <strong>da</strong> <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> <strong>em</strong> um<br />

caso de infecção sinopulmonar <strong>em</strong> uma criança com diagnóstico de ataxia telangiectasia. Este<br />

estudo teve como objetivos específicos, verificar se as técnicas de higiene brônquica e reexpansão<br />

pulmonar são eficazes no tratamento <strong>da</strong> complicação pulmonar <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> <strong>em</strong> questão e observar


o quadro radiológico antes e depois do tratamento fisioterápico respiratório avaliando possíveis<br />

alterações.<br />

Considerando a importância do t<strong>em</strong>a e por se tratar de uma patologia rara com várias<br />

complicações dentre elas a sinopulmonar, o presente estudo procura comprovar a eficácia <strong>da</strong><br />

<strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> <strong>em</strong> casos de ataxia telangiectasia otimizando o quadro radiológico e<br />

pulmonar do <strong>paciente</strong>.


2. ATAXIA TELANGIECTASIA E PNEUMONIA DE REPETIÇÃO<br />

2.1 Ataxia telangiectasia<br />

2.1.1 Definição<br />

A AT é uma patologia genética, autossômica recessiva, causa<strong>da</strong> pela mutação do gene<br />

ATM, localizado no cromossomo 11q22-23 (VEIGA, 2005).<br />

A AT é um distúrbio multissistêmico caracterizado por infecção recorrente, telangiectasia<br />

e ataxia progressiva. É her<strong>da</strong><strong>da</strong> com um distúrbio autossômico recessivo segundo Finberg (2000).<br />

Para Marcondes (1999) a ataxia telangiectasia é uma síndrome recessiva caracteriza<strong>da</strong> por<br />

ataxia cerebelar progressiva, com aparecimento de telangiectasias, especialmente <strong>em</strong> lobos <strong>da</strong>s<br />

orelhas e <strong>em</strong> conjuntivas e na maioria dos <strong>paciente</strong>s, infecções sinopulmonares de repetição.<br />

Conforme Behrman (2004) não existe um tratamento eficaz para essa doença, mas a<br />

terapia antimicrobiana e a reposição de IGIV (com preparações deficientes <strong>em</strong> IgA) pod<strong>em</strong> ser<br />

úteis.<br />

2.1.2 Epid<strong>em</strong>iologia<br />

A descrição de <strong>paciente</strong>s com AT ocorreu no início do século XX, mas foi por volta de<br />

1950 que esta doença foi reconheci<strong>da</strong>. Estima-se que afete 1 <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> 40.000 nascidos vivos<br />

(LEDERMAN, 2006).<br />

O gene ATM (mutante de ataxia telangiectasia) foi isolado <strong>em</strong> 1995 (11q23.1) com mais<br />

de 150 mutações descritas (MARCONDES, 1999).


2.1.3 Diagnóstico<br />

Para Diament (1996) os exames compl<strong>em</strong>entares são de pouco auxílio no diagnóstico,<br />

pode ser realizado uma tomografia axial computadoriza<strong>da</strong> cefálica, que mostra atrofia cerebelar.<br />

De acordo com Behrman (2004) sintomas como distonia, coréia, dificul<strong>da</strong>de na<br />

deglutição, movimentos faciais deficientes e anormali<strong>da</strong>des nos movimentos oculares<br />

manifestam-se entre um e dois anos de i<strong>da</strong>de juntamente com a ataxia. A telangiectasia não se<br />

manifesta antes de cinco anos de i<strong>da</strong>de. Observa-se uma incidência aumenta<strong>da</strong> de neoplasias e de<br />

imunodeficiência, que se manifesta através de infecções <strong>respiratória</strong>s recorrentes.<br />

Os sinais e sintomas <strong>da</strong> doença pioram a partir do sexto ano de vi<strong>da</strong>. Geralmente a morte<br />

ocorre aos dez anos e na adolescência, raramente no início <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> adulta, com os <strong>paciente</strong>s<br />

completamente inválidos, não existe tratamento específico e a doença é evolutiva e fatal<br />

(DIAMENT, 1996).<br />

Outros estigmas cutâneos <strong>da</strong> AT inclu<strong>em</strong> manchas café-com-leite, canície precoce (per<strong>da</strong><br />

ou ausência de pigmento dos pêlos) e alterações esclerodermatosas (BEHRMAN, 2004).<br />

Para Behrman (2004) as manifestações clínicas mais freqüentes são ataxia cerebelar<br />

progressiva, telangiectasias oculocutâneas, doença sinopulmonar crônica. A anormali<strong>da</strong>de<br />

humoral mais freqüente é a ausência seletica de IgA, encontra<strong>da</strong> <strong>em</strong> 50-80% desse <strong>paciente</strong>s. As<br />

concentrações de IgM pode ser <strong>da</strong> varie<strong>da</strong>de de baixo peso molecular.<br />

Alguns centros de pesquisa propõ<strong>em</strong> critérios de diagnóstico que inclu<strong>em</strong> três<br />

características <strong>da</strong>s quatro apresenta<strong>da</strong>s a seguir: apraxia oculomotora; telangiectasia ocular; ataxia<br />

<strong>da</strong> marcha com base inapropria<strong>da</strong> estreita e déficit de imunoglobulinas (Igs) (VEIGA, 2005).


2.1.4 Complicações<br />

2.1.4.1 Neoplasias<br />

As células dos <strong>paciente</strong>s portadores de AT possu<strong>em</strong> uma sensibili<strong>da</strong>de aumenta<strong>da</strong> à<br />

radiação ionizante. Os cânceres relatados são do tipo linforreticular, mas também encontram-se<br />

adenocarcinomas, e os parentes não afetados têm uma incidência aumenta<strong>da</strong> de câncer.<br />

(BEHRMAN, 2004).<br />

As crianças com AT possu<strong>em</strong> uma chance 50-100 vezes maior de desenvolver tumores<br />

linforreticulares (linfoma, leuc<strong>em</strong>ia e doença de Hodgkin) b<strong>em</strong> como tumores cerebrais <strong>em</strong><br />

comparação com a população normal. Anormali<strong>da</strong>des laboratoriais adicionais inclu<strong>em</strong> uma maior<br />

incidência de quebras cromossômicas, sobretudo do cromossomo 14, e níveis elevados de α-<br />

fetoproteína. A morte advém de uma infecção ou diss<strong>em</strong>inação tumoral (BEHRMAN, 2004).<br />

2.1.4.2 Complicações neurológicas<br />

As anormali<strong>da</strong>des endócrinas são freqüentes. Mais de 50% dos <strong>paciente</strong>s têm<br />

anormali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> glicose, como hiperinsulin<strong>em</strong>ia, resistência à insulina e hiperglic<strong>em</strong>ia.<br />

As <strong>paciente</strong>s do sexo f<strong>em</strong>inino exib<strong>em</strong> atraso ou ausência <strong>da</strong>s características sexuais<br />

secundárias e os meninos têm hipogonadismo. (FINBERG, 2000, p. 246).<br />

Segundo Behrman (2004) os sintomas neurológicos iniciam entre 1 e 2 anos de i<strong>da</strong>de com<br />

ataxia progressiva, distonia, coréia, movimentos faciais deficientes e apraxia oculomotora. O<br />

intelecto é preservado.<br />

A coréia é caracteriza<strong>da</strong> por abalos musculares involuntários rápidos e breves, de modo<br />

irregular, inicialmente observam-se movimentos coréicos nas extr<strong>em</strong>i<strong>da</strong>des dos m<strong>em</strong>bros que<br />

segu<strong>em</strong> para os segmentos proximais (BARBOSA, 2002).


As doenças degenerativas do sist<strong>em</strong>a nervoso central (SNC) representam um grupo de<br />

distúrbios atáxicos <strong>da</strong> infância, por causa <strong>da</strong>s conseqüências genéticas e do prognóstico reservado<br />

(BEHRMAN, 2004).<br />

2.1.4.3 Complicações imunológicas<br />

A imunodeficiência acarreta infecções sinopulmonares recorrentes, a maioria dos casos é<br />

bacteriana conforme Finberg (2000).<br />

Exist<strong>em</strong> quatro grupos de compl<strong>em</strong>entação gênica identificados. Foram encontra<strong>da</strong>s<br />

mutações no gene ATM (AT mutated) localizado <strong>em</strong> 11q22.3. Esse gene parece interagir com o<br />

gene p53 na checag<strong>em</strong> G1-5, e, aparent<strong>em</strong>ente, mutações do gene ATM abol<strong>em</strong> esse mecanismo<br />

de reparo pré-síntese de DNA (CARAKUSHANSKY, 2001).<br />

O exame <strong>da</strong> pele mostra per<strong>da</strong> <strong>da</strong> elastici<strong>da</strong>de. As anormali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> função imunológica<br />

que acarretam infecções sinopulmonares freqüentes inclu<strong>em</strong> redução <strong>da</strong> IgA sérica e secretora e<br />

dos níveis de IgG2, IgG4 e IgE <strong>em</strong> mais de 50% dos <strong>paciente</strong>s (BEHRMAN, 2004).<br />

A AT se inclui entre as chama<strong>da</strong>s “síndromes de ruptura cromossômica”, um grupo de<br />

transtornos <strong>em</strong> que os mecanismos do reparo do DNA estão <strong>da</strong>nificados e resultam <strong>em</strong><br />

instabili<strong>da</strong>de cromossômica que gera efeitos fenotípicos sobre as células. Estes condicionam com<br />

a ocorrência de linfomas, leuc<strong>em</strong>ias e outras neoplasias entre 12 e 15% dos <strong>paciente</strong>s com ataxia<br />

telangiectasia (GUNTINAS, 2004).<br />

Cerca de 95% dos <strong>paciente</strong>s com AT possu<strong>em</strong> níveis de alfa fetoproteína elevados que<br />

conforme Geller (2005) é um método fácil para o diagnóstico <strong>da</strong> doença.<br />

Herança autossômica recessiva ou dominante foi associa<strong>da</strong> à deficiência de IgA.


2.1.4.4 Achados laboratoriais<br />

As células são sensíveis à radiação ionizante, com freqüente quebra cromossômica e maior<br />

suscetibili<strong>da</strong>de a tumores (MARCONDES, 1999).<br />

Conforme Finberg (2000) os rearranjos e translocações cromossômicas envolvendo os<br />

cromossomos 7 e 14 são 40 vezes mais freqüentes <strong>em</strong> <strong>paciente</strong>s com AT do que <strong>em</strong> indivíduos<br />

normais.<br />

Entre as anormali<strong>da</strong>des laboratoriais estão a deficiência de IgA, IgG e deficiência <strong>em</strong><br />

reagir à vacinas. A deficiência de IgA não provoca infecções graves, no entanto um pequeno<br />

número de <strong>paciente</strong> com esta deficiência pode ter infecções de repetição podendo estar associado<br />

a outras alterações do sist<strong>em</strong>a imunológico como a deficiência de IgG. Esta subclasse IgG é<br />

importante na defesa do organismo contra bactérias encapsula<strong>da</strong>s que causam infecções no<br />

ouvido, brônquios e pulmões (LEDERMAN, 2006).<br />

2.1.5 Características<br />

2.1.5.1 Ataxia<br />

Para Barbosa (2002) a ataxia é decorrente de uma lesão <strong>da</strong> regulação central do controle<br />

no cerebelo e suas vias nervosas, trata-se de um tr<strong>em</strong>or intencional e marcha atípica (marcha<br />

atáxica), provoca incoordenação motora e per<strong>da</strong> de equilíbrio.<br />

2.1.5.2 Telangiectasia<br />

A telangiectasia é a presença de vasos sangüíneos mais pro<strong>em</strong>inentes no globo ocular, são<br />

chamados de telangiectasia conjutival. Não se sabe porque estes vasos cresc<strong>em</strong> de forma anormal


<strong>em</strong> <strong>paciente</strong> portadores de AT, sabe-se que não traz conseqüências para a visão (LEDERMAN,<br />

2006).<br />

2. 2 Pneumonia de repetição<br />

“A aspiração direta de material refluído pode causar pneumonia, sobretudo <strong>em</strong> crianças<br />

com depressão <strong>da</strong> consciência (p.ex., sono, anestesia geral, retardo mental). A microaspiração<br />

também causa pneumonite química, sintomas s<strong>em</strong>elhantes à asma, ou ambos” (BEHRMAN, 2004<br />

p. 1272).<br />

Segundo Behrman (2004), há muitos casos no qual uma disfunção <strong>da</strong> deglutição ou<br />

refluxo gastroesofágico causa ou agrava uma doença <strong>respiratória</strong>.<br />

A pneumonia recidivante é uma doença comum <strong>em</strong> crianças e <strong>em</strong> <strong>paciente</strong>s com<br />

hipogamaglobulin<strong>em</strong>ia (IgG e IgA) tendo o pneumococo como principal agente microbiano<br />

responsável. Em <strong>paciente</strong>s jovens, a doença está relaciona<strong>da</strong> à falhas no sist<strong>em</strong>a imunológico,<br />

pod<strong>em</strong> ser observa<strong>da</strong>s duas vezes mais pneumococo <strong>em</strong> crianças menores de 15 anos do que nos<br />

adultos com infecções idênticas (TARANTINO, 2002).<br />

2. 3 Sinusite<br />

Manifestações clínicas de obstrução brônquica revelado pelo raio x são mais comuns <strong>em</strong><br />

<strong>paciente</strong>s com menos de 3 anos de i<strong>da</strong>de. Nesses casos dev<strong>em</strong>os estar atentos quanto à<br />

presença de corpo estranho, não radiopaco. As pneumonias recidivantes dessa natureza,<br />

<strong>em</strong> crianças, pod<strong>em</strong> levar s<strong>em</strong>anas para se manifestar; há casos relatados <strong>em</strong> que a doença<br />

só surgiu tardiamente após meses e até anos, depois de acidente aspirativo.<br />

(TARANTINO, 2002, p.270).<br />

Para Veronesi (2002) a sinusite é uma inflamação <strong>da</strong> mucosa que reveste os seios<br />

paranasais, que ocorre com mais freqüência no inverno <strong>em</strong> função de gripes e resfriados.<br />

De acordo com Schechter (1998) a sinusite apresenta quadro de febre, secreção nasal<br />

purulenta e dor facial.


Conforme Veronesi (2002) o tratamento <strong>da</strong> sinusite agu<strong>da</strong> t<strong>em</strong> como objetivo aliviar a dor,<br />

combater a infecção, desobstruir a cavi<strong>da</strong>de nasal, facilitar a drenag<strong>em</strong> <strong>da</strong>s secreções e controlar<br />

afecções orgânicas relaciona<strong>da</strong>s com a patologia sinusal.<br />

2. 4 Desnutrição<br />

A obstrução do óstio acarreta hipóxia e hipercapnia intra-sinusal, levando a uma<br />

vasodilatação e aumento <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong>de capilar. Isto ocasiona ed<strong>em</strong>a intersticial,<br />

hipertrofia <strong>da</strong> mucosa, transu<strong>da</strong>ção de líquido e diminuição de transporte mucociliar.<br />

T<strong>em</strong>-se, desta maneira, a sinusite. Isto propicia um ambiente favorável para a instalação<br />

de microrganismos na cavi<strong>da</strong>de sinusal. (VERONESI, 2002, p.1705).<br />

A OMS define desnutrição energético-proteica como uma condição patológica que<br />

aparece por deficiência de aporte, transporte ou utilização de nutrientes pelas células do<br />

organismo, associa<strong>da</strong>s quase s<strong>em</strong>pre a infecções, ocorrendo com maior freqüência <strong>em</strong> lactentes e<br />

pré-escolares, segundo Sawaya (1997).<br />

2. 5 Refluxo gastroesofágico<br />

A per<strong>da</strong> de massa muscular esquelética interfere não somente na locomoção, mas também<br />

prejudica a capaci<strong>da</strong>de do <strong>paciente</strong> de respirar profun<strong>da</strong>mente e tossir, expelindo as<br />

secreções pulmonares. Embora um indivíduo doente e acamado possa se submeter a uma<br />

per<strong>da</strong> t<strong>em</strong>porária de grande parte <strong>da</strong> função muscular esquelética, sua sobrevivência está<br />

<strong>em</strong> risco quando os músculos respiratórios também estão significativamente afetados.<br />

(AUN, 1995, p. 31).<br />

O movimento do bolo alimentar, desde a cavi<strong>da</strong>de oral até o estômago, requer a interação<br />

de eventos neurofisiológicos complexos que têm por objetivo primordial o processo <strong>da</strong> digestão<br />

(TARANTINO, 2002 p. 610).


Variações diárias de hábitos alimentares pod<strong>em</strong> criar desequilíbrio <strong>em</strong> algum dos<br />

parâmetros fisiológicos tais como: fluxo salivar, amplitude peristáltica esofágica,<br />

pressão do esfíctere esofágico inferior, esvaziamento gástrico etc. Os níveis e a<br />

durabili<strong>da</strong>de destas variações determinam o que consideramos refluxo gastroesofágico.<br />

(TARANTINO, 2002, p.610).<br />

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) t<strong>em</strong> sido associa<strong>da</strong> a sintomas atípicos<br />

pulmonares como asma, tosse crônica, bronquite, pneumonia aspirativa, entre outros (GURSKI,<br />

2006).<br />

O quadro mais comum dos <strong>paciente</strong>s com doença do refluxo gastroesofágico inclui uma<br />

história de longa <strong>da</strong>ta de pirose e uma história mais recente de regurgitação. A pirose, quando<br />

típica, é um sintoma bastante confiável (SABISTON, 1979).<br />

Para Sabiston (1979) além <strong>da</strong> pirose a regurgitação e a disfagia são sintomas importantes<br />

para ser esclarecido. A presença de regurgitação indica evolução <strong>da</strong> doença, alguns <strong>paciente</strong>s ao<br />

curvar-se para frente experimentam uma sensação desagradável. A disfagia representa uma<br />

obstrução mecânica e quando presente deve-se suspeitar de doença neuromuscular.<br />

A distinção entre RGE fisiológico e DRGE é feita <strong>em</strong> função <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de RGE<br />

observado, sendo que a DRGE se caracteriza por aumento na freqüência, intensi<strong>da</strong>de e duração<br />

dos episódios de RGE, com <strong>da</strong>nos à mucosa do esôfago e/ou do trato respiratório (RIBEIRO,<br />

2001).<br />

O diagnóstico é feito através de radiografias com ingestão de bário, uma porção <strong>da</strong> cárdia<br />

é d<strong>em</strong>onstra<strong>da</strong> acima do diafragma, indicando hérnia hiatal (SABISTON, 1979).<br />

O tratamento <strong>da</strong> DRGE envolve medi<strong>da</strong>s clínicas como decúbito elevado, dieta e<br />

farmacoterapia e cirúrgicas, tendo como objetivo, diminuir os fatores agressivos e aumentar os<br />

fatores protetores <strong>da</strong> mucosa esofágica (RIBEIRO, 2001).<br />

Segundo Tarantino (2002) o tratamento do refluxo gastroesofágico é um processo de<br />

várias etapas, consiste <strong>em</strong> adotar medi<strong>da</strong>s como, elevar a cabeceira <strong>da</strong> cama, evitar alimentos<br />

ácidos, evitar refeições 3 horas antes de deitar e tratamento medicamentoso. Alguns <strong>paciente</strong>s não<br />

respond<strong>em</strong> ao tratamento clínico necessitando de cirurgia.


2.6 Tosse crônica<br />

A tosse é o principal mecanismo fisiológico responsável pelo clearance de secreções <strong>da</strong>s<br />

vias <strong>respiratória</strong>s. No entanto, quadros persistentes de tosse induz<strong>em</strong> uma série de complicações,<br />

como mu<strong>da</strong>nças no estilo de vi<strong>da</strong>, sensação de esgotamento, insônia, rouquidão, cefaléia, dores<br />

musculares, sudorese excessiva, distúrbios urinários e até quadros de síncope (JACOMELLI,<br />

2003).<br />

A tosse crônica, defini<strong>da</strong> como a persistência de tosse por um período mínimo de oito<br />

s<strong>em</strong>anas, t<strong>em</strong> sido considera<strong>da</strong> uma importante etiologia <strong>da</strong> DRGE (GURSKI, 2006).<br />

Conforme Jacomelli (2003) a tosse crônica <strong>em</strong> 90 a 95% dos casos, ocorre por<br />

gotejamento pós-nasal, asma e refluxo gastroesofágico.<br />

“O conteúdo gástrico refluído pode atingir as vias <strong>respiratória</strong>s superiores e inferiores<br />

causando a tosse; o refluxo do conteúdo ácido gástrico pode estimular terminais nervosos vagais<br />

presentes no estômago, desencadeando a tosse de forma reflexa.” (GURSKI, 2006).<br />

O gotejamento pós-nasal é a causa mais freqüente de tosse crônica, Os principais sintomas<br />

relatados são: sensação de "algo escorrendo na garganta", congestão nasal ou rinorréia. Uma<br />

minoria dos <strong>paciente</strong>s não apresentam sintomas. Ao exame físico pod<strong>em</strong>-se destacar alterações<br />

inflamatórias <strong>da</strong> mucosa nasal. As causas mais comuns de tosse secundária ao GPN são quadros<br />

de rinite e sinusites (JACOMELLI, 2003).<br />

2. 7 Tipo de tórax<br />

Conforme Costa (1999) o tórax carinado, também denominado “tórax de sapateiro”<br />

caracteriza-se por uma depressão do osso esterno juntamente com as cartilagens costais. Esse tipo<br />

de tórax comprime as estruturas pulmonares que certamente causará desvios anatômicos <strong>da</strong> árvore


ônquica causando uma distribuição <strong>da</strong> ventilação ou favorecer o aparecimento de<br />

bronquiectasias.<br />

2. 8 Ausculta pulmonar<br />

“Para o fisioterapeuta essa informação fornece <strong>da</strong>dos importantes do comprometimento ou<br />

não <strong>da</strong>s vias <strong>respiratória</strong>s durante a ventilação <strong>da</strong>s regiões pulmonares quando acometi<strong>da</strong>s por<br />

doenças.” (BETHLEM, 2001 p.716).<br />

Emmerich (2001) cita que os ruídos adventícios são indicativos de alguma anormali<strong>da</strong>de<br />

nas vias aéreas ou no parênquima pulmonar, eles são classificados como roncos, sibilos, estertores<br />

crepitantes e estertores bolhosos. Os roncos representam o aumento <strong>da</strong> resistência <strong>da</strong>s vias aéreas<br />

por acúmulo de secreções, sua intensi<strong>da</strong>de pode ser acentua<strong>da</strong> por mu<strong>da</strong>nça de decúbito, tosse e<br />

aspiração. Os sibilos são ruídos agudo e contínuo e pode ser localizado ou generalizado, ocorre<br />

com maior intensi<strong>da</strong>de na expiração devido ao estreitamento <strong>da</strong>s vias aéreas.<br />

Segundo Thomson (1994) sibilos pod<strong>em</strong> ocorrer devido a ed<strong>em</strong>a mucoso, espasmo do<br />

músculo bronquial ou secreções mucosas excessivas.<br />

2. 9 Secreção brônquica<br />

Para Costa (1999) a secreção broncopulmonar é proveniente <strong>da</strong> árvore brônquica e é<br />

expeli<strong>da</strong> pela boca através <strong>da</strong> tosse ou é degluti<strong>da</strong>. A secreção apresenta características como<br />

quanti<strong>da</strong>de, viscosi<strong>da</strong>de, cor, odor, densi<strong>da</strong>de e aspecto, sendo estes importantes no diagnóstico <strong>da</strong><br />

disfunção <strong>respiratória</strong> que dependendo do tipo pode haver inflamação ou infecção nas glândulas<br />

mucosas.


2. 10 Aspiração brônquica<br />

Conforme Cuello (1987) a aspiração de secreções é feita quando o <strong>paciente</strong> está<br />

impossibilitado de ter uma tosse produtiva, incapaz de eliminar as secreções que obstru<strong>em</strong> suas<br />

vias aéreas.<br />

“É conveniente realizar a umidificação e a drenag<strong>em</strong> postural antes <strong>da</strong> aspiração<br />

nasotraqueal, como assim também, as manobras cinéticas (vibração e percussão), as quais não são<br />

indica<strong>da</strong>s na presença de broncoespasmo com ausculta de sibilâncias intensas.” (CUELLO, 1987<br />

p.146).<br />

2. 11 Saturação periférica de oxigênio (SpO2)<br />

“A saturação de pulso monitora a porcentag<strong>em</strong> de h<strong>em</strong>oglobina satura<strong>da</strong> de oxigênio no<br />

sangue. Essa função indica a eficiência com a qual os pulmões estão fazendo seu trabalho. Em<br />

uma pessoa normal, a h<strong>em</strong>oglobina deve estar de 95% a 100% satura<strong>da</strong>.” (RATLIFFE 2000 p.<br />

417).<br />

“Uma boa compreensão <strong>da</strong><strong>da</strong> pelos oxímetros de pulso deve permitir ao fisioterapeuta<br />

minimizar os riscos de episódios hipoxêmicos despercebidos e tomar as decisões apropria<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

função ao estado de oxigenação do <strong>paciente</strong>.” (POSTIAUX, 2004 p.283).<br />

2.12 Oxigenioterapia<br />

A indicação para utilização <strong>da</strong> oxigenioterapia é a redução na pressão arterial de oxigênio,<br />

devido às trocas gasosas pulmonares anormais. É utiliza<strong>da</strong> <strong>em</strong> <strong>paciente</strong>s que apresentam hipóxia<br />

tecidual, nos quais a pressão parcial de oxigênio está diminuí<strong>da</strong> (COSTA, 1999).


Para Costa (1999) a dose adequa<strong>da</strong> de O2 é aquela que satisfaz as necessi<strong>da</strong>des teciduais<br />

do individuo, produzindo uma pressão arterial O2 ideal s<strong>em</strong> produzir toxi<strong>da</strong>de.<br />

“A oxigenioterapia controla<strong>da</strong> e a administração de concentrações baixas de oxigênio<br />

(24-35 por cento) avaliarão parcialmente a hipóxia, reduzindo desse modo o risco de lesão ao<br />

organismo, s<strong>em</strong> eliminar completamente o estímulo à respiração” (GASKELL, 1984, p.70).<br />

2.13 Inaloterapia<br />

Conforme Tarantino (2002) a inaloterapia t<strong>em</strong> o objetivo de umidificar à secreção<br />

pulmonar espessa aderi<strong>da</strong> à parede brônquica tornando mais fácil sua eliminação. O fisioterapeuta<br />

utiliza inaloterapia na forma de nebulização com solução fisiológica (NaCL a 0,9%) com o<br />

objetivo de fluidificar a secreção, diminuir sua aderência e aumentar o volume de secreção<br />

elimina<strong>da</strong>.<br />

2.14 Medicação<br />

Nebulizador com fluxo de oxigênio ou ar comprimido, o fluxo de gás passa por um<br />

recipiente contendo uma solução salina ou medicamento que vai promover a quebra<br />

desta solução <strong>em</strong> partículas que serão inala<strong>da</strong>s pelo <strong>paciente</strong>, proporcionando<br />

broncodilatador ou umidificação <strong>da</strong> secreção. (TARANTINO, 2002, p. 540).<br />

De acordo com Thomson (1994) as principais drogas utiliza<strong>da</strong>s no tratamento <strong>da</strong>s doenças<br />

<strong>respiratória</strong>s são antibióticos, broncodilatadores e corticoesteróides. Os antibióticos são indicados<br />

nas crises asmáticas com catarro purulento, bronquite agu<strong>da</strong> e pneumonia; os broncodilatadores<br />

são utilizados para relaxar o espasmo muscular reduzindo a secreção do muco desobstruindo as<br />

vias aéreas e os corticoesteróides reduz<strong>em</strong> a hiperativi<strong>da</strong>de bronquial pelo seu efeito<br />

antiinflamatório reduzindo ed<strong>em</strong>a <strong>da</strong> parede bronquial.


“A corticoterapia sistêmica isola<strong>da</strong> ou associa<strong>da</strong> a outros imunossupressores permanece<br />

como a principal opção terapêutica para um número expressivo de doenças intersticiais<br />

pulmonares (DIP)” (SILVA, 2001, p.173).<br />

Silva (2001) afirma que pelo uso prolongado do corticóide pod<strong>em</strong> ocorrer alterações <strong>da</strong><br />

função celular, desequilíbrio hidroeletrolítico e modificação <strong>da</strong> vigilância imunológica mesmo<br />

sendo utilizado com prudência.<br />

São agentes que auxiliam a liquefação do muco ou do pus, geralmente utilizados para o<br />

tratamento de bronquites e afecções <strong>respiratória</strong>s, e, portanto de uso restrito <strong>em</strong> dermatologia<br />

(ZANINI, 1994).<br />

Conforme Rozov (1983) Os chamados "detergentes" ou tenso-ativos ag<strong>em</strong> diminuindo a<br />

tensão superficial e aumentando a separação do muco <strong>da</strong> parede brônquica. Os detergentes e, na<br />

prática, a própria água ag<strong>em</strong> como mucolíticos segundo Zanini (1994).<br />

Os broncodilatadores ag<strong>em</strong> estabilizando o mastócito e atuando diretamente na fibra<br />

muscular. T<strong>em</strong>-se observado que <strong>em</strong> crianças com menos de 18 meses de i<strong>da</strong>de, os<br />

broncodilatadores não ag<strong>em</strong> de modo satisfatório: isto parece se dever ao fato de que a<br />

musculatura brônquica nessa faixa etária é pouco desenvolvi<strong>da</strong>, sendo os fatores mais importantes<br />

na diminuição do calibre brônquico o ed<strong>em</strong>a e a secreção, e não o espasmo (ROZOV, 1983).<br />

2.15 Avaliação radiológica<br />

Conforme Tarantino (2002) a radiografia deve obedecer a um ritual onde se compara<br />

ambos os lados analisando <strong>da</strong> periferia para o centro no negatostópio e logo com a radiografia na<br />

mão analisando pequenos detalhes, evitando que a luz ao ultrapassar os limites do filme, ofusque<br />

e reduza nossa capaci<strong>da</strong>de visual. Dev<strong>em</strong> ser observados partes moles, partes ósseas, pleuras,<br />

diafragma, parênquima, hilos e mediastino.


Para Santos (1984) a consoli<strong>da</strong>ção alveolar é o preenchimento <strong>da</strong>s vias e espaços aéreos<br />

distais do pulmão por produto patológico células inflamatórias (como nas pneumonias alveolares)<br />

células neoplásicas, líquidos do sangue (ed<strong>em</strong>a alveolar) e sangue (h<strong>em</strong>orragia pulmonar), o ar do<br />

é substituído por igual volume s<strong>em</strong> alterar a redução de volume <strong>da</strong> área envolvi<strong>da</strong>. Afirma<br />

também que a consoli<strong>da</strong>ção pode envolver todo o pulmão ou somente um lobo ou segmento.<br />

O derrame pleural no exame físico nota-se anormali<strong>da</strong>des proporcionais ao volume do<br />

derrame, macicez, diminuição do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular segundo Silva<br />

(2001).<br />

“O atrito pleural pode ser audível <strong>em</strong> casos de exsu<strong>da</strong>to fibrinoso com presença de mínima<br />

quanti<strong>da</strong>de de líquido, sendo caracteristicamente mais intenso durante a inspiração e não havendo<br />

modificação auscultatória após o exercício de tosse.” (SILVA, 2001, p.642).<br />

2.16 Gastrostomia<br />

Para Dani (1981) a gastrostomia é indica<strong>da</strong> quando não há impedimento para<br />

administração <strong>da</strong> dieta diretamente no estômago, quando existe objeção do <strong>paciente</strong> quanto à<br />

alimentação e <strong>paciente</strong>s tratados <strong>em</strong> regime ambulatorial prolongado.<br />

2. 17 Fundoplicatura<br />

Conforme Sabiston (1979) a fundoplicatura parcial é realiza<strong>da</strong> para evitar a obstrução à<br />

propagação do bolo alimentar no esôfago. Os resultados <strong>da</strong> cirurgia são observados pelo alívio<br />

dos sintomas e melhora a exposição àci<strong>da</strong>.<br />

“Com a fundoplicatura é possível manter-se a junção gastroesofágica <strong>em</strong> posição intra-<br />

abdominal e constituir uma válvula com fundo gástrico, restabelecendo-se com segurança a<br />

competência <strong>da</strong> cárdia pelo aprimoramento mecânico de sua função.” (GURSKI, 2006).


3 FISIOTERAPIA<br />

3.1 Introdução<br />

Para Behrman (2004), não existe tratamento para a ataxia telangiectasia ou sintomas<br />

neurológicos, e os <strong>paciente</strong>s são confinados a uma cadeira de ro<strong>da</strong>s. Na maioria dos casos, o<br />

quadro é progressivo e leva o confinamento no leito no final <strong>da</strong> primeira déca<strong>da</strong>.<br />

Stites (2000) diz que o tratamento precoce <strong>da</strong>s infecções sinopulmonares recorrentes é<br />

essencial para evitar complicações permanentes. Alguns <strong>paciente</strong>s beneficiam-se com<br />

antibioticoterapia e outros <strong>paciente</strong>s que desenvolv<strong>em</strong> doença pulmonar crônica, a <strong>fisioterapia</strong> é<br />

benéfica.<br />

A DRGE pode causar ou agravar a obstrução brônquica, por meio de aspiração, reflexo<br />

vagal, aumento <strong>da</strong> reativi<strong>da</strong>de brônquica e liberação de taquicinicas. A <strong>fisioterapia</strong> na DRGE t<strong>em</strong><br />

por objetivo aumentar a depuração mucociliar, desobstruir as vias aéreas e facilitar a ventilação e<br />

as trocas gasosas (RIBEIRO, 2001).<br />

3.2 Fisioterapia <strong>respiratória</strong><br />

A <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> compõ<strong>em</strong> um grupo de técnicas de exercícios manuais<br />

específicos que visam à prevenção, evitando complicações de uma pneumopatia instala<strong>da</strong><br />

(COSTA, 1999).


Tais recursos são geralmente <strong>em</strong>pregados no tórax de indivíduos acometidos de<br />

pneumopatias ou após cirurgia de tórax ou abdome, especialmente <strong>em</strong> casos <strong>em</strong> que o<br />

indivíduo apresenta dificul<strong>da</strong>de de auto-eliminação de secreções <strong>da</strong>s vias aéreas<br />

inferiores, b<strong>em</strong> como nas dificul<strong>da</strong>des de uma ventilação pulmonar adequa<strong>da</strong> ou<br />

suficiente para suprir o consumo de oxigênio no organismo. (COSTA, 1999, p.45).<br />

Para Azeredo (2002) a <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> é utiliza<strong>da</strong> <strong>em</strong> diversos probl<strong>em</strong>as<br />

respiratórios beneficiando <strong>paciente</strong>s com hipersecreção brônquica e/ou retenção de secreção<br />

visando melhorar o clearance mucociliar, aumentar a quanti<strong>da</strong>de de secreção expectora<strong>da</strong><br />

prevenindo infecções no trato respiratório e melhorando a função pulmonar.<br />

Qualquer alteração <strong>da</strong> mecânica <strong>respiratória</strong>, que impeça ou restrinja os pulmões de se<br />

expandir<strong>em</strong> adequa<strong>da</strong>mente, necessita de intervenção <strong>da</strong> <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> o mais precoce<br />

possível, a fim de beneficiar os <strong>paciente</strong>s <strong>em</strong> termos de melhora <strong>da</strong> função <strong>respiratória</strong>, quali<strong>da</strong>de<br />

de vi<strong>da</strong>, além de reduzir custos (SLUTZKY, 1997).<br />

Um dos princípios básicos <strong>da</strong> <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> é a facilitação do clearance<br />

mucociliar e as manobras de higiene brônquica são procedimentos que visam este objetivo<br />

(AZEREDO, 2002).<br />

3.2.1 Fisioterapia <strong>respiratória</strong> na AT<br />

Segundo Tarantino (2002), a terapia de higiene brônquica são técnicas não invasivas<br />

destina<strong>da</strong>s a auxiliar na mobilização e eliminação de secreções pulmonares, limpando as vias<br />

aéreas e melhorando a troca gasosa.<br />

A AFE é uma expiração ativa ou passiva, realiza<strong>da</strong> a mais ou menos alto volume<br />

pulmonar, onde a veloci<strong>da</strong>de, a força e a extensão pod<strong>em</strong> variar para encontrar o débito necessário<br />

à desobstrução <strong>da</strong>s vias aéreas. É um movimento tóraco-abdominal sincronizado, criado pelas<br />

mãos do fisioterapeuta, sobre o t<strong>em</strong>po expiratório, que se inicia no nível do platô inspiratório e<br />

não ultrapassa os limites fisiológicos <strong>da</strong> criança (PRYOR, 2002).


Conforme Slutzky (1997), a técnica AFE (aceleração do fluxo expiratório) é igual ao<br />

mecanismo <strong>da</strong> tosse, esse fluxo é obtido através de contrações dos músculos abdominais de forma<br />

passiva. Durante a manobra a pressão intratorácica e o fluxo bucal aumentam simultaneamente.<br />

Isto faz com que o fluxo inicial seja menos elevado do que durante a tosse. Essa manobra pode ser<br />

inicia<strong>da</strong> com diversos volumes pulmonares e está indica<strong>da</strong> para <strong>paciente</strong>s pediátricos, como mais<br />

uma forma para auxiliar na eliminação do muco brônquico.<br />

Conforme Silva (2001), a terapia expiratória manual passiva (TEMP), é uma compressão<br />

realiza<strong>da</strong> pelo fisioterapeuta na parede torácica do <strong>paciente</strong>. A compressão é realiza<strong>da</strong> na fase<br />

expiratória e t<strong>em</strong> o objetivo de aumentar o fluxo expiratório e o deslocamento <strong>da</strong>s secreções para<br />

as vias de maior calibre.<br />

A técnica expiratória passiva TEMP segundo Barbosa (2002), é utiliza<strong>da</strong> para auxiliar na<br />

desobstrução, e também é uma técnica desinsuflativa pelo fato de eliminar a maior quanti<strong>da</strong>de de<br />

ar possível.<br />

Postiaux (2004) afirma que a ELPr (expiração lenta prolonga<strong>da</strong>) é uma técnica passiva<br />

que t<strong>em</strong> como objetivo obter um volume expirado maior que a expiração normal, é realiza<strong>da</strong> por<br />

meio de uma pressão manual tóraco-abdominal lenta que inicia no final de uma expiração até o<br />

volume residual (VR).<br />

Para Costa (1999) a vibração é uma técnica capaz de deslocar as secreções pulmonares já<br />

soltas através de movimentos rápidos com intensi<strong>da</strong>de suficiente para causar vibração <strong>em</strong> nível<br />

bronquial, conduzindo as secreções para os brônquios de maior calibre e traquéia favorecendo sua<br />

eliminação. É realiza<strong>da</strong> posicionando as mãos no tórax do <strong>paciente</strong> aplicando uma pressão com<br />

movimentos vibratórios promovendo uma contração isométrica mantendo as articulações do<br />

cotovelo e punho imóveis.<br />

“A vibrocompressão é uma técnica de facilitação <strong>da</strong> respiração, na qual um rápido<br />

alongamento do tórax ao final <strong>da</strong> expiração, após vibração ou tr<strong>em</strong>or, pode facilitar uma contração


mais forte dos músculos intercostais e o relaxamento de seus antagonistas.” (REGENGA, 2000 p.<br />

132).<br />

Tarantino (2002) diz que a tosse é uma ação reflexa de defesa do organismo, sendo<br />

possível expulsar secreções e substâncias estranhas acumula<strong>da</strong>s na árvore brônquica.<br />

A tosse assisti<strong>da</strong> é o estimulo manual exercido sobre o tórax do <strong>paciente</strong> no momento <strong>em</strong><br />

que ele tenta tossir ou tosse com dificul<strong>da</strong>de devido à fraqueza dos músculos abdominais. É uma<br />

pressão rápi<strong>da</strong>, exerci<strong>da</strong> com a região palmar de uma <strong>da</strong>s mãos na região póstero-superior do<br />

tórax do <strong>paciente</strong> segundo Costa (1999).<br />

3.3 Manobras de reexpansão pulmonar<br />

“As manobras de expansão são técnicas de facilitação, as quais promov<strong>em</strong> uma maior<br />

contração dos músculos intercostais e do diafragma, produzindo, portanto, um maior esforço<br />

inspiratório.” (REGENGA, 2000, p. 133).<br />

Slutzky (1997), diz que a expansão pulmonar consiste na dilatação volumétrica dos<br />

pulmões, isto ocorre <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> inspiração, à medi<strong>da</strong> que o fluxo aéreo entra nas via aéreas, e insufla<br />

os pulmões. A reexpansão pulmonar é realiza<strong>da</strong> manual e/ou mecanicamente <strong>em</strong> áreas ou zonas<br />

pulmonares que não estejam dilatando fisiologicamente.<br />

“A manobra de compressão-descompressão facilita uma contração mais forte dos<br />

músculos <strong>da</strong> região alonga<strong>da</strong>, provocando um maior esforço inspiratório. A eficácia dessas<br />

manobras exige excelente coordenação <strong>paciente</strong>-terapeuta.” (REGENGA, 2000, p.133).<br />

De acordo com Regenga (2000) o bloqueio torácico direciona o fluxo de ar para o lado<br />

contralateral expandindo o pulmão. É uma manobra que acompanha o movimento na expiração e<br />

sustenta-se na inspiração segurando por no máximo três ciclos e depois solta.


4 DELINEAMENTO DA PESQUISA<br />

Este capítulo t<strong>em</strong> o objetivo de descrever o delineamento <strong>da</strong> pesquisa que conforme<br />

Kerlinger (1980) é a maneira pela qual a pesquisa é conceitua<strong>da</strong> servindo como guia para a coleta<br />

de <strong>da</strong>dos.<br />

4.1Tipo de pesquisa<br />

A pesquisa realiza<strong>da</strong> foi classifica<strong>da</strong> como explicativa que conforme Heerdt e Leonel<br />

(2005) t<strong>em</strong> como preocupação fun<strong>da</strong>mental identificar fatores que contribu<strong>em</strong> ou ag<strong>em</strong> como<br />

causa para ocorrência de determinado fenômeno.<br />

Trata-se de um estudo de caso que segundo Heerdt e Leonel (2005) pode ser definido<br />

como um estudo exaustivo, profundo e extenso de uma ou poucas uni<strong>da</strong>des, que permita seu<br />

conhecimento amplo. A presente pesquisa t<strong>em</strong> abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> qualitativa porque visa observar a<br />

evolução do quadro <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> de acordo com o trabalho aplicado.<br />

“As pesquisas qualitativas são aquelas que não se conformam com os <strong>da</strong>dos<br />

bibliográficos, confiam na notação qualitativa e não intervêm na reali<strong>da</strong>de, neste grupo destaca-se<br />

o estudo de caso.” (RAUEN, 2002, p.58).<br />

4.2 População<br />

É uma amostra do tipo conveniência, pois houve o interesse <strong>em</strong> estu<strong>da</strong>r um caso<br />

específico que para Vieira e Hossne, (2002) é uma amostra composta com <strong>paciente</strong>s que o<br />

profissional t<strong>em</strong> à mão, ou seja, seus próprios <strong>paciente</strong>s. A amostra é composta por uma criança a<br />

qual possui diagnóstico clínico de ataxia telangiectasia e pneumonia de repetição, 11 anos de


i<strong>da</strong>de, sexo f<strong>em</strong>inino, cor branca, natural de Laguna – SC, interna<strong>da</strong> no Hospital Nossa Senhora<br />

<strong>da</strong> Conceição, Tubarão - SC. O estudo é composto por uma única <strong>paciente</strong> que possuía uma<br />

doença rara e pneumopatia.<br />

A <strong>paciente</strong> foi interna<strong>da</strong> pela primeira vez com 1 ano e 10 meses de i<strong>da</strong>de com o<br />

diagnóstico de desidratação. Com cerca de três anos de i<strong>da</strong>de a <strong>paciente</strong> teve o primeiro episódio<br />

de pneumonia com intervalos de aproxima<strong>da</strong>mente dois meses, segundo o relato <strong>da</strong> mãe e a última<br />

internação <strong>em</strong> Fevereiro de 2006, foi por pneumonia e desnutrição.<br />

A <strong>paciente</strong> apresentava incoordenação de movimentos nos m<strong>em</strong>bros superiores, disartria,<br />

disfagia, desnutrição grave e fazia pneumonia de repetição como principal complicação<br />

secundária <strong>da</strong> ataxia telangiectasia.<br />

A mesma foi interna<strong>da</strong> dia 20/02/2006 com diagnóstico de pneumonia apresentando<br />

febre, tosse seca e inapetência, com dificul<strong>da</strong>de de deglutição e aspiração pulmonar, onde<br />

permaneceu interna<strong>da</strong> no Hospital Nossa Senhora <strong>da</strong> Conceição - TB para tratamento até o dia<br />

01/06/2006 onde foi a óbito por insuficiência <strong>respiratória</strong>.<br />

4.3 Procedimentos utilizados na coleta de <strong>da</strong>dos<br />

4.3.1 Metodologia<br />

A coleta de <strong>da</strong>dos foi realiza<strong>da</strong> durante os atendimentos de <strong>fisioterapia</strong> realiza<strong>da</strong> pela<br />

acadêmica no período matutino e por uma colega de <strong>fisioterapia</strong> <strong>da</strong> Unisul que acompanhou a<br />

<strong>paciente</strong> no período <strong>da</strong> tarde entre os dias 07 de Março a 31 de Março do ano de 2006 utilizando o<br />

mesmo protocolo. Os atendimentos foram de segun<strong>da</strong> a sexta-feira com duração de<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 50 minutos na enfermaria pediátrica do Hospital Nossa Senhora <strong>da</strong> Conceição –<br />

Tubarão/SC. Os procedimentos realizados foram explicados para a <strong>paciente</strong> e seu responsável<br />

seguido <strong>da</strong> assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, no mesmo dia foi inicia<strong>da</strong> a


coleta de <strong>da</strong>dos através de uma ficha de avaliação <strong>respiratória</strong> pediátrica (apêndice C) com<br />

perguntas dirigi<strong>da</strong>s ao <strong>paciente</strong> e seu responsável de forma clara e simples contendo <strong>da</strong>dos de<br />

identificação como i<strong>da</strong>de escolari<strong>da</strong>de, peso, altura.<br />

Na anamnese foi verificado:<br />

Queixa principal (QP) <strong>da</strong> internação colhido espontaneamente no momento <strong>da</strong> avaliação<br />

para um tratamento mais fidedigno;<br />

História <strong>da</strong> doença atual (HDA) onde foram coletados os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> patologia,<br />

sintomatologia, sinais e sintomas e início <strong>da</strong> mesma;<br />

História <strong>da</strong> doença pregressa (HDP) verificando se houve doenças anteriores, quais foram<br />

e seus respectivos tratamentos;<br />

História ambiental (HA) identificando o tipo de moradia, se o lugar é seco ou úmido;<br />

História familiar (HF) verificando se possui algum caso s<strong>em</strong>elhante na família;<br />

Antecedentes obstétricos;<br />

Na inspeção foi avaliado tipo de tórax, ritmo respiratório, padrão ventilatório, sinais de<br />

desconforto respiratório, tosse: avaliando quanto à eficácia e se era produtiva ou seca,<br />

expectoração e por fim os sinais vitais: freqüência cardíaca (FC), freqüência <strong>respiratória</strong> (FR),<br />

saturação periférica de oxigênio (SpO2) e ausculta pulmonar (AP). Na palpação observou-se<br />

expansibili<strong>da</strong>de torácica e percussão torácica.<br />

4.3.2 Protocolo de atendimento<br />

Para a realização deste estudo a acadêmica estabeleceu um protocolo de atendimento<br />

baseado nas manobras de higiene brônquica como AFE (aceleração do fluxo expiratório), TEMP<br />

(terapia expiratória manual passiva), ELPr (expiração lenta prolonga<strong>da</strong>),vibração,<br />

vibrocompressão e reexpansão pulmonar utilizando bloqueio torácico e compressão-<br />

descompressão e também a realização <strong>da</strong> aspiração brônquica quando necessário.


Os atendimentos foram realizados na enfermaria do Hospital Nossa Senhora <strong>da</strong> Conceição<br />

– Tubarão/SC com duração de 50 minutos.<br />

4.4 Aspectos éticos<br />

O projeto para a presente pesquisa foi submetido à avaliação do CEP (Comitê de ética <strong>em</strong><br />

pesquisa) <strong>da</strong> Unisul – Universi<strong>da</strong>de do Sul de Santa Catarina, sendo o mesmo aprovado.<br />

4.5 Instrumentos utilizados para coleta de <strong>da</strong>dos<br />

Os instrumentos utilizados na coleta de <strong>da</strong>dos foram:<br />

Uma ficha de avaliação <strong>respiratória</strong> pediátrica elabora<strong>da</strong> pela acadêmica para a realização<br />

deste estudo (apêndice C);<br />

Oxímetro de pulso <strong>da</strong> marca Moriya® modelo 1001, utilizado para monitorar a saturação<br />

periférica de oxigênio (SpO2) e freqüência cardíaca (FC);<br />

Estetoscópio <strong>da</strong> marca Classic® para ausculta pulmonar;<br />

Máquina fotográfica digital <strong>da</strong> marca Canon, modelo IXUSi.<br />

4.6 Procedimentos para análise dos <strong>da</strong>dos<br />

seguir.<br />

Os <strong>da</strong>dos foram analisados por comparação simples sendo apresentados no capítulo a


5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS<br />

5.1 Descrição do caso<br />

O presente estudo foi realizado com uma única <strong>paciente</strong> 11 anos de i<strong>da</strong>de, sexo f<strong>em</strong>inino,<br />

peso 15 kg, portadora de ataxia telangiectasia natural de Laguna – SC.<br />

Primeira filha de pais primos de terceiro grau. Gesta 2, para 2 com gravidez s<strong>em</strong><br />

complicações segundo a mãe. O parto foi cesária às 40 s<strong>em</strong>anas com intercorrência de circular de<br />

cordão, a mesma nasceu com peso 2.900 kg, comprimento 49 cm. Segundo a mãe teve<br />

desenvolvimento psicomotor como controle cefálico, sentar s<strong>em</strong> apoio e an<strong>da</strong>r normal até os dois<br />

anos de i<strong>da</strong>de.<br />

Aos 22 meses de i<strong>da</strong>de recorreu ao serviço hospitalar onde permaneceu interna<strong>da</strong> pela<br />

primeira vez com diagnóstico de desnutrição durante sete dias. Aos dois anos de i<strong>da</strong>de a <strong>paciente</strong><br />

apresentou per<strong>da</strong> do equilíbrio com que<strong>da</strong>s freqüentes. Com três anos de i<strong>da</strong>de, teve o primeiro<br />

episódio de pneumonia bacteriana com sintomas de febre tosse seca evoluindo para produtiva com<br />

aspecto purulento segundo a mãe. Afirma também que a mesma tinha pneumonia de repetição<br />

com intervalos de aproxima<strong>da</strong>mente dois meses. Ain<strong>da</strong> aos três anos ficou interna<strong>da</strong> durante sete<br />

dias por estomatite.<br />

A mãe relata que a <strong>paciente</strong> aos seis anos de i<strong>da</strong>de parou de an<strong>da</strong>r sozinha, an<strong>da</strong>ndo<br />

somente com apoio até os sete anos. Após uma de suas internações por motivo de pneumonia aos<br />

oito anos de i<strong>da</strong>de, foi diagnosticado doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) através do<br />

exame ultra-som e com nove anos de i<strong>da</strong>de iniciou a tosse crônica.


5.2 Ataxia telangiectasia<br />

Aos dois anos de i<strong>da</strong>de a <strong>paciente</strong> começou a apresentar sinais <strong>da</strong> doença como per<strong>da</strong> de<br />

equilíbrio, a mãe começou a perceber alterações na marcha <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> que foram<br />

aumentando com o t<strong>em</strong>po, aos cinco anos de i<strong>da</strong>de com a alteração <strong>da</strong> marcha mais visível, a mãe<br />

<strong>da</strong> <strong>paciente</strong> através de indicação médica por incoordenação motora, decidiu levar a mesma a um<br />

especialista neurologista do Hospital Infantil <strong>em</strong> Florianópolis/SC, durante uma consulta médica<br />

além <strong>da</strong> marcha atáxica foi detectado telangiectasia ocular, mas não havia sido confirmado AT, a<br />

mesma submeteu-se a vários exames até o diagnóstico ser confirmado, exames estes que a mãe <strong>da</strong><br />

<strong>paciente</strong> não possuía e não soube <strong>da</strong>r detalhes. O diagnóstico <strong>da</strong> AT foi realizado segundo a mãe,<br />

através de evidências de déficits motores como a incoordenação nos MMSS e marcha atáxica,<br />

comprometimento imunológico e telangiectasia ocular.<br />

Em Junho de 2001, foi realizado um exame laboratorial (anexo A) anti-estreptolisina com<br />

resultado inferior a 50 UI/ml sendo que o valor de referência é inferior a 200 UI/ml (material:<br />

soro), utilizando o mesmo material, foi avaliado a proteína C reativa com resultado inferior a 0,2<br />

mg/l, com valor de referência inferior a 3mg/l. Em Julho do mesmo ano foi avaliado a<br />

imunoglobulina IgG (anexo B) utilizando material: soro, teve como resultado 1.332mg/dl com<br />

valor de referência de 570 a 1.320mg/dl.<br />

5.3 Exame físico<br />

A <strong>paciente</strong> foi interna<strong>da</strong> dia 20 de Fevereiro do ano de 2006 no Hospital Nossa Senhora <strong>da</strong><br />

Conceição <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Tubarão - SC com o diagnóstico de pneumonia e desnutrição,<br />

apresentando febre, tosse seca improdutiva e inapetência, tendo com queixa principal dificul<strong>da</strong>de<br />

de eliminar a secreção.


No exame físico foi verificado que a <strong>paciente</strong> possuía tórax pectus carinatum,<br />

expansibili<strong>da</strong>de torácica simétrica, ritmo respiratório regular, padrão respiratório costo<br />

diafragmático, tiragens supra claviculares, tosse produtiva e ineficaz com secreção muco<br />

purulenta e sinais de desconforto respiratório com batimento <strong>da</strong> asa do nariz (BAN). A mesma<br />

apresentava déficits motores (motrici<strong>da</strong>de fina e ampla), disfagia neurogênica, disartria,<br />

incoordenação dos m<strong>em</strong>bros superiores (MMSS) apresentando também desnutrição grave.<br />

No dia <strong>da</strong> avaliação a <strong>paciente</strong> encontrava-se no leito s<strong>em</strong> deambulação com<br />

oxigenioterapia por máscara de venturi FiO2 35%, fluidoterapia no m<strong>em</strong>bro superior direito<br />

(MSD), sinais vitais FC: 60 bpm, FR: 52 rpm, T<strong>em</strong>peratura: 36º C, AP: MV+ com presença de<br />

estertores bolhosos <strong>em</strong> ápice e base bilateral e ronco <strong>em</strong> ápice direito, a <strong>paciente</strong> fazia uso dos<br />

medicamentos anti-histamínico, analgésico e antibiótico.<br />

A <strong>paciente</strong> apresentava desnutrição grave e era extr<strong>em</strong>amente resistente quanto ao<br />

processo de ser submeti<strong>da</strong> a son<strong>da</strong> orogástrica ou gastrostomia, a mesma desencadeava tosse<br />

prolonga<strong>da</strong> como forma de psicosomatização, também <strong>em</strong> situações de aspiração brônquica, troca<br />

do acesso venoso para fluidoterapia ou na coleta de sangue. A <strong>paciente</strong> recebeu suporte<br />

nutricional por bomba de infusão Samtronic® desde o início de sua internação s<strong>em</strong> resultados<br />

positivos, logo foi introduzido supl<strong>em</strong>ento hipercalórico também s<strong>em</strong> aceitação, a mesma tolerava<br />

somente alguns tipos de alimentos mesmo assim <strong>em</strong> quanti<strong>da</strong>de insuficiente, queixava-se de fome<br />

e pedia para comer alimentos do tipo “x-sala<strong>da</strong>”, “camarão” etc, sendo que seu pedido não era<br />

atendido. Em determinados dias a <strong>paciente</strong> era se<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>em</strong> função <strong>da</strong> fome e <strong>da</strong> tosse prolonga<strong>da</strong><br />

que desencadeava diante do fato de não poder se alimentar via oral.<br />

Com o quadro <strong>em</strong> que a <strong>paciente</strong> se encontrava foi sugerido a introdução de suporte<br />

nutricional enteral, a gastrostomia.<br />

A mãe relatava que a <strong>paciente</strong> não tinha intercorrência noturna e dormia tranquilamente,<br />

tinha crises de tosse seca durante o dia com dispnéia que durava cerca de 6 minutos, essas crises<br />

de tosse foram evoluindo para crises mais prolonga<strong>da</strong>s tanto de dia quanto à noite. As crises além


de longas ficaram freqüentes às vezes com episódios de vômito com presença de secreção<br />

mucóide <strong>em</strong> grande quanti<strong>da</strong>de a noite segundo relato <strong>da</strong> mãe, a mesma descrevia o muco<br />

comparando com “clara de ovo”. Dia 14/03 a <strong>paciente</strong> teve três crises de tosse produtiva e<br />

ineficaz pela manhã e duas crises à tarde que duraram <strong>em</strong> média 10 minutos. No dia seguinte mais<br />

duas crises de tosse produtiva e prolonga<strong>da</strong> durante a manhã com secreção que evoluiu para<br />

purulenta.<br />

As crises de tosse foram ficando ca<strong>da</strong> vez mais freqüentes inclusive durante o atendimento<br />

fisioterapêutico.<br />

5.4 Tratamento<br />

O tratamento foi baseado nas manobras de higiene brônquica e reexpansão pulmonar<br />

sendo aplicado o seguinte protocolo: AFE (aceleração do fluxo expiratório), TEMP (terapia<br />

expiratória manual passiva), ELPr (expiração lenta prolonga<strong>da</strong>),vibração, vibrocompressão e<br />

bloqueio torácico e compressão-descompressão. O protocolo utilizado estabelecido pela<br />

acadêmica para a realização deste trabalho, foi aplicado conforme a ausculta pulmonar e a<br />

intercorrência noturna que a <strong>paciente</strong> apresentou naquele determinado dia.<br />

No dia <strong>da</strong> avaliação a <strong>paciente</strong> apresentou tosse produtiva e ineficaz com secreção muco<br />

purulenta, foi realizado AFE lento, técnica realiza<strong>da</strong> passivamente onde a acadêmica com a mão<br />

dominante posiciona<strong>da</strong> no tórax e a mão não dominante posiciona<strong>da</strong> no abdome realizava um<br />

movimento expiratório aproximando as mãos iniciado no platô inspiratório, s<strong>em</strong> ultrapassar os<br />

limites fisiológicos <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> com o intuito de mobilizar as secreções mais proximais para ser<strong>em</strong><br />

melhor elimina<strong>da</strong>s; TEMP (terapia expiratória manual passiva) foi aplica<strong>da</strong> com a <strong>paciente</strong> <strong>em</strong><br />

decúbito dorsal com os MMII fletidos, onde a acadêmica com as mãos posiciona<strong>da</strong>s na parte<br />

inferior do tórax acompanhava o movimento <strong>da</strong> caixa torácica no momento <strong>da</strong> expiração, no final<br />

do procedimento o professor supervisor realizou a aspiração brônquica juntamente com a


acadêmica que auxiliava com manobras como TEMP. A aspiração brônquica foi realiza<strong>da</strong> através<br />

<strong>da</strong> boca (orotraqueal) e nariz (nasotraqueal) utilizando son<strong>da</strong> nº 08 ofertando oxigênio durante e<br />

após o procedimento e monitorando a saturação periférica de oxigênio.<br />

A ELPr (expiração lenta prolonga<strong>da</strong>) mesmo se tratando de uma técnica passiva <strong>em</strong> certas<br />

vezes foi realiza<strong>da</strong> com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>paciente</strong>, a acadêmica com as mãos posiciona<strong>da</strong>s uma no tórax<br />

e a outra no abdome realizava uma pressão manual lenta no final <strong>da</strong> expiração progredindo até o<br />

volume residual, com o objetivo de obter um volume expiratório maior que o volume de uma<br />

expiração normal, porém a técnica não era b<strong>em</strong> aceita pela <strong>paciente</strong> por não querer colaborar.<br />

A vibração foi realiza<strong>da</strong> com as mãos posiciona<strong>da</strong>s no tórax <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> aplicando<br />

movimentos vibratórios rítmicos durante a expiração através <strong>da</strong> contração isométrica dos<br />

m<strong>em</strong>bros superiores.<br />

Na técnica de vibrocompressão aplica<strong>da</strong>, a acadêmica posicionava as mãos e utilizando o<br />

peso do próprio corpo aplicava uma vibração no tórax <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> na fase expiratória.<br />

A técnica de reexpansão pulmonar, o bloqueio torácico, foi utilizado quando a <strong>paciente</strong><br />

apresentou murmúrio vesicular diminuído principalmente <strong>em</strong> bases. A acadêmica aplicava uma<br />

pressão <strong>em</strong> um dos h<strong>em</strong>itórax <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> direcionando o fluxo de ar para o h<strong>em</strong>itórax<br />

contralateral, a manobra foi realiza<strong>da</strong> no final <strong>da</strong> expiração sustentando a pressão no h<strong>em</strong>itórax<br />

durante três ciclos.<br />

A Compressão-descompressão manobra também realiza<strong>da</strong> com o intuito de promover a<br />

reexpansão pulmonar, foi realiza<strong>da</strong> com o <strong>paciente</strong> <strong>em</strong> decúbito dorsal. A acadêmica posicionava<br />

as mãos no tórax <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> acompanhando o movimento <strong>da</strong>s costelas comprimindo o tórax<br />

durante a expiração soltando rapi<strong>da</strong>mente no início <strong>da</strong> inspiração.<br />

Entre os dias 14 de Março a 17 de março a <strong>paciente</strong> permaneceu s<strong>em</strong> suporte de oxigênio<br />

durante o atendimento, tendo redução máxima <strong>da</strong> SpO2 de 93%, b<strong>em</strong> como sinais vitais<br />

controlados s<strong>em</strong> desconforto respiratório onde contribuía para redução <strong>da</strong> FiO2, como mostra na<br />

figura abaixo.


TABELA 1<br />

Tabela de evolução <strong>da</strong> <strong>paciente</strong><br />

Do dia 19 de Março (domingo) segundo o relato <strong>da</strong> mãe até o dia <strong>da</strong> cirurgia dia 21 de<br />

Março a <strong>paciente</strong> usou oxigenioterapia FiO2 de 24% somente nas crises de tosse, onde a mesma<br />

referia dispnéia. No primeiro P.O retornou a oxigenioterapia por máscara de venturi com FiO2 de<br />

50% permanecendo por dois dias. No dia 24 de Março com a estabilização dos sinais vitais e com<br />

SpO2 96% e s<strong>em</strong> queixa de dispnéia, a acadêmica reduziu de 50% para 31% a FiO2 <strong>da</strong> <strong>paciente</strong>.<br />

5.5 Reavaliação pós-operatória<br />

Após a cirurgia realiza<strong>da</strong> dia 21 de Março, a <strong>paciente</strong> permaneceu no leito s<strong>em</strong><br />

deambulação com oxigenioterapia por máscara de venturi com FiO2 50%, fluidoterapia no MSD e<br />

son<strong>da</strong> nasogástrica (SNG) com dieta hipercalórica e hiperprotéica de 50ml. Apresentou tosse<br />

produtiva e ineficaz, FC: 105bpm; FR: 37rpm; SpO2: 95%; AP: MV rude com EB ápice e MV<br />

diminuído bilateralmente com ronco <strong>em</strong> base direita, EC difuso h<strong>em</strong>itórax esquerdo.<br />

A mesma queixava-se de dor na incisão cirúrgica principalmente à noite. O curativo era<br />

feito diariamente, alguns dias após a cirurgia observou-se secreção nos pontos e na son<strong>da</strong> que logo<br />

desapareceram.<br />

Atend. FC(bpm) FC FR (rpm) FR SpO2(%) SpO2 FiO2 (%)<br />

inicial final inicial final inicial final<br />

1º 60 72 52 53 91% 98% 35%<br />

5º 115 115 67 69 98% 96% 31%<br />

10º 105 83 50 51 97% 93% 24%<br />

15º 88 104 51 45 97% 96% 24%<br />

20º 105 100 37 38 95% 97% 50%<br />

25º 92 76 32 39 98% 94% 31%<br />

30º 112 95 45 46 94% 94% 28%


A <strong>paciente</strong> não apresentou complicações pulmonares e alteração radiológica no pós-<br />

operatório, havendo diminuição dos ruídos adventícios, apresentando pulmões mais ventilados,<br />

estabilização dos sinais vitais e saturação periférica de oxigênio (SpO2) retirando assim, a<br />

oxigenioterapia. A mesma já recebia alimentação através <strong>da</strong> son<strong>da</strong> nasogástrica


6 RESULTADOS<br />

Os resultados <strong>da</strong> presente pesquisa basearam-se na avaliação após a aplicação do<br />

protocolo de tratamento estabelecido pela acadêmica que constou de manobras de higiene<br />

brônquica e reexpansão pulmonar, onde pode-se afirmar a melhora do quadro pulmonar e<br />

radiológico <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> no período de sete de Março a trinta e um de Março do ano de 2006.<br />

De acordo com o acompanhamento diário realizado na <strong>paciente</strong> observou-se a grande<br />

quanti<strong>da</strong>de de secreção purulenta que a mesma apresentava e por vezes mucóide, sendo que a<br />

mesma fazia uso de antibioticoterapia.<br />

No decorrer dos atendimentos houve evolução na função pulmonar do <strong>paciente</strong> b<strong>em</strong> como<br />

a diminuição dos ruídos adventícios que no início do tratamento eram b<strong>em</strong> evidentes e também<br />

melhora no quadro radiológico do dia 20/02/2006 que apresentou consoli<strong>da</strong>ção alveolar no LIE,<br />

infiltrado hiliar bilateral e derrame pleural LIE, do dia 26/03/2006 apresentou diminuição do<br />

derrame pleural.<br />

No final do tratamento a <strong>paciente</strong> encontrava-se s<strong>em</strong> queixas de dores, pele mais cora<strong>da</strong> e<br />

com ganho de peso de 3 kg.<br />

A coleta de <strong>da</strong>dos encerrou no dia 31 de Março de 2006, porém a acadêmica continuou<br />

acompanhando a <strong>paciente</strong> <strong>em</strong> dias alternados, a mesma realizou alguns atendimentos na <strong>paciente</strong>,<br />

mas os atendimentos diários ficaram por conta dos acadêmicos de <strong>fisioterapia</strong> do estágio de<br />

pediatria <strong>da</strong> Unisul e pelos fisioterapeutas do hospital. A acadêmica durante esse período<br />

acompanhou a evolução <strong>da</strong> doença com quadro de melhora e piora.<br />

Na sexta-feira dia 26 de Maio de 2006 a acadêmica chegou na enfermaria no final <strong>da</strong><br />

tarde para acompanhar a <strong>paciente</strong> e através <strong>da</strong> mãe soube que a mesma desde o dia anterior não<br />

sentia-se b<strong>em</strong> apresentava desconforto respiratório, dispnéia, sudorese, tosse prolonga<strong>da</strong> que


chegou a durar a manhã inteira relatou a mãe, fadiga muscular, dores abdominal e tosse produtiva,<br />

a <strong>paciente</strong> não permitia ser aspira<strong>da</strong> e ca<strong>da</strong> vez mais aumentava a tosse. No local, estavam alguns<br />

profissionais <strong>da</strong> saúde entre eles médico, fisioterapeuta e enfermeira prestando assistência à<br />

<strong>paciente</strong>, trocaram a máscara de venturi e ofertaram mais oxigênio. Depois de algum t<strong>em</strong>po a<br />

tosse cessou e a <strong>paciente</strong> extr<strong>em</strong>amente cansa<strong>da</strong> se acalmou.<br />

No domingo dia 28 de Maio a <strong>paciente</strong> foi encaminha<strong>da</strong> a UTI neonatal e pediátrica do<br />

hospital pela pediatra com quadro de insuficiência <strong>respiratória</strong> e entrando <strong>em</strong> fadiga muscular. Na<br />

terça-feira dia 30 de Maio a acadêmica acompanhou a <strong>paciente</strong> na UTI e pode perceber ed<strong>em</strong>a<br />

generalizado.<br />

<strong>respiratória</strong><br />

Na quinta-feira dia 01 de Junho do ano de 2006 a <strong>paciente</strong> foi a óbito por insuficiência


7 DISCUSSÃO DOS DADOS<br />

“O músculo respiratório é o principal efetor <strong>da</strong> bomba <strong>respiratória</strong>. De um modo geral, <strong>em</strong><br />

to<strong>da</strong>s as doenças que afetam o sist<strong>em</strong>a respiratório, pod<strong>em</strong> ocorrer alterações na função muscular<br />

com menor ou maior intensi<strong>da</strong>de.” (SILVA, 2001, p.912).<br />

Pode-se intervir sobre os músculos que atuam na respiração através de exercícios que<br />

proporcionam uma ação seletiva sobre estes, de modo que a mecânica ventilatória seja<br />

mais eficiente e com baixo consumo energético, possibilitando maior mobili<strong>da</strong>de<br />

toracopulmonar com menor esforço ventilatório e mu<strong>da</strong>nça do padrão respiratório e no<br />

padrão de recrutamento dos músculos. (SILVA, 2001, p. 912).<br />

Os músculos inspiratórios são responsáveis pelo deslocamento do tórax e o abdome para<br />

fora, o fluxo inspiratório ocorre pela diminuição <strong>da</strong> pressão intrapelural, que é segui<strong>da</strong> pela<br />

diminuição <strong>da</strong> pressão alveolar. A expiração é um ato passivo <strong>da</strong> respiração, ocorre porque o<br />

pulmão e a parede torácica são constituídos por tecidos elásticos que retornam a posição de<br />

repouso após a inspiração conforme Silva (2001) afirma também, que isso ocorre porque os<br />

músculos <strong>da</strong> expiração quando contraídos elevam a pressão positiva intra-abdominal e o<br />

diafragma é <strong>em</strong>purrado para cima, comprimindo os pulmões e fazendo com que o ar saia.<br />

De acordo com Watchie (1995) a fisiologia <strong>da</strong> respiração envolve a inspiração – com<br />

contração ativa <strong>da</strong> musculatura inspiratória resultando <strong>em</strong> expansão torácica e que<strong>da</strong> <strong>da</strong> pressão<br />

alveolar gerando a entra<strong>da</strong> de um fluxo de ar nos pulmões – e a expiração – que consiste num<br />

processo passivo de retorno dos músculos respiratórios para sua posição inicial devido ao<br />

aumento <strong>da</strong> pressão alveolar gerando a saí<strong>da</strong> do ar dos pulmões.<br />

Com relação à mecânica <strong>respiratória</strong> associa<strong>da</strong> às pressões alveolar e intrapleural, sabe-se<br />

que a tendência dos pulmões é a retração com afastamento <strong>da</strong> caixa torácica. Isto ocorre por duas<br />

causas, a tensão superficial do liquido que reveste as superfícies internas dos alvéolos atua no<br />

sentido de fornecer o colapso do alvéolo, fibras elásticas ocorr<strong>em</strong>, <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as orientações, por


todo o tecido pulmonar, que também atuam no sentido de contrair o pulmão como afirma Guyton<br />

(1988)<br />

Esses dois efeitos propostos por Guyton (1988) atuam no sentido de afastar os<br />

pulmões <strong>da</strong> parede externa <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de pleural, criando pressão negativa no espaço interpleural.<br />

Entretanto, enquanto a tendência dos pulmões é a retração, a tendência <strong>da</strong> caixa<br />

torácica é a expansão, ou seja, a distensibili<strong>da</strong>de, que de acordo com Kapandji (2000) está<br />

diretamente relaciona<strong>da</strong> com a elastici<strong>da</strong>de dos el<strong>em</strong>entos anatômicos do tórax e dos pulmões.<br />

Ain<strong>da</strong> se tratando <strong>da</strong> mecânica <strong>respiratória</strong>, é importante ressaltar a relação de<br />

antagonismo-sinergia entre o diafragma e os músculos abdominais cita<strong>da</strong> por Kapandji (2000),<br />

onde durante a inspiração, a tensão do diafragma aumenta, enquanto o tônus dos músculos<br />

abdominais diminui, sendo que, pelo contrário, na expiração, a tensão abdominal aumenta e o<br />

tônus do diafragma diminui, havendo um equilíbrio móvel que se desloca perpetuamente num<br />

sentido ou no outro ilustrando com nitidez a noção de antagonismo-sinergia.<br />

Durante a expiração, o diafragma se relaxa, e a contração dos abdominais faz baixar o<br />

orifício inferior do tórax, diminuindo simultaneamente os diâmetros transversal e anteroposterior<br />

do tórax. Por outro lado, aumentando a pressão intra-abdominal, os citados<br />

músculos deslocam a massa <strong>da</strong>s vísceras para cima e faz<strong>em</strong> o centro frênico subir, o que<br />

diminui o diâmetro vertical do tórax, ao mesmo t<strong>em</strong>po que “fecham” os seios<br />

costodiafragmáticos. (Kapandji, 2000, p. 152).<br />

Sendo assim, Silva (2001) conclui que o des<strong>em</strong>penho <strong>da</strong> função pulmonar é<br />

conseqüência dos movimentos <strong>da</strong> caixa torácica dependendo <strong>da</strong> relação entre as forças elásticas<br />

do conjunto pulmão-caixa torácica e <strong>da</strong>s forças musculares aplica<strong>da</strong>s.<br />

A ataxia telangiectasia é uma imunodeficiência combina<strong>da</strong> caracteriza<strong>da</strong> por deficiência<br />

de IgA e ou subclasses de IgG acompanha<strong>da</strong> por alterações celulares que causam infecções<br />

sinopulmonares de repetição segundo Geller (2005) e completa afirmando que esses <strong>paciente</strong>s<br />

possu<strong>em</strong> sensibili<strong>da</strong>de à radiação ionizante, defeito no reparo do DNA e anormali<strong>da</strong>des<br />

cromossômicas freqüentes.


“O tratamento para imunodeficiência depende <strong>da</strong> sintomatologia, podendo ser necessária<br />

inclusive a reposição de imunoglobulinas.” (GELLER, 2005, p.248).<br />

“A desnutrição é um dos fatores predisponentes à pneumonia e a sua pior evolução, por<br />

estar associa<strong>da</strong> à resposta imunológica deficiente e ocorrência de infecções graves.” (RICCETTO,<br />

2003).<br />

A desnutrição é um fator agravante, muito freqüente, e potencialmente letal no <strong>paciente</strong><br />

crítico, por reduzir a massa corporal, comprometendo as funções <strong>respiratória</strong>s, podendo levar a<br />

fadiga muscular e à insuficiência <strong>respiratória</strong> agu<strong>da</strong>. A desnutrição influencia na função pulmonar<br />

e imunológica, causando complicações, como infecção <strong>respiratória</strong>, atelectasias e sepse, as quais<br />

aumentam a morbi-mortali<strong>da</strong>de piorando o prognóstico dos <strong>paciente</strong>s (MOTA, 2002).<br />

Uma característica <strong>da</strong>s imunodeficiências primárias é o aumento <strong>da</strong> suscetibili<strong>da</strong>de às<br />

infecções. Os <strong>paciente</strong>s apresentam quase uma "dependência" a antibióticos. Além <strong>da</strong> maior<br />

freqüência, os imunodeficientes apresentam infecções mais graves que indivíduos normais. As<br />

seqüelas pulmonares são decorrentes do retardo do diagnóstico e determinam, muitas vezes, o<br />

prognóstico do <strong>paciente</strong>. Dessa forma, o diagnóstico deve ser o mais precoce possível e as<br />

imunodeficiências dev<strong>em</strong> ser l<strong>em</strong>bra<strong>da</strong>s frente a um <strong>paciente</strong> com queixa de pneumonia de<br />

repetição. (CARVALHO, 2002).<br />

Em um estudo realizado com uma <strong>paciente</strong> de sete anos de i<strong>da</strong>de com infecção <strong>da</strong>s vias<br />

aéreas de repetição com produção inadequa<strong>da</strong> de anticorpos ao Streptococcus pneumoniae com<br />

níveis normais de imunoglobulinas, na radiografia apresentou de atelectasias difusas associa<strong>da</strong>s a<br />

bronquiectasias. Os autores realizaram a reposição com IGIV nesta <strong>paciente</strong> pela gravi<strong>da</strong>de do<br />

caso e presença de seqüelas pulmonares. Associa<strong>da</strong> a esta terapia, a <strong>paciente</strong> foi submeti<strong>da</strong> a<br />

<strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong>. Os autores observaram a ausência de pneumonia após a aplicação <strong>da</strong><br />

terapêutica, com melhora gra<strong>da</strong>tiva do quadro clínico e radiológico. (CARVALHO, 2002).


“A IGIV é uma preparação terapêutica de IgG poliespecífica quimicamente purifica<strong>da</strong> a<br />

partir de uma mistura de plasma de grande número de doadores saudáveis (aproxima<strong>da</strong>mente<br />

20.000).”( PEAKMAN, 1999, p. 302).<br />

A insuficiência <strong>respiratória</strong> é a incapaci<strong>da</strong>de de liberação normal de oxigênio para os<br />

tecidos ou de r<strong>em</strong>over adequa<strong>da</strong>mente o dióxido de carbono dos tecidos conforme Egan (2000)<br />

que completa afirmando que a insuficiência ocorre quando uma anormali<strong>da</strong>de do sist<strong>em</strong>a<br />

pulmonar é o principal determinante <strong>da</strong> piora do padrão de intercâmbio gasoso.<br />

Em estudos de saúde pública, a desnutrição t<strong>em</strong> sido identifica<strong>da</strong> como um fator decisivo,<br />

que influencia tanto na prevalência como na magnitude <strong>da</strong> insuficiência <strong>respiratória</strong> (MOTA,<br />

2002).<br />

“A DRGE, juntamente com o gotejamento pós-nasal e a asma, representa a etiologia <strong>da</strong><br />

tosse crônica <strong>em</strong> até 40% dos casos.” (GURSKI, 2006).<br />

Em estudos realizados foi verificado que o gotejamento pós-nasal, hiper-reativi<strong>da</strong>de<br />

brônquica e o RGE são as principais causas <strong>da</strong> tosse crônica. (SILVA, 2001).<br />

A principal evidência de que a DRGE é causa de tosse crônica baseia-se na solução dos<br />

sintomas após o tratamento anti-refluxo (GURSKI, 2006).<br />

Tosse secundária à aspiração de conteúdo alimentar pode ocorrer <strong>em</strong> <strong>paciente</strong>s com<br />

doenças neuromusculares, distúrbios de sensibili<strong>da</strong>de ou de motrici<strong>da</strong>de nas regiões <strong>da</strong> faringe,<br />

laringe ou esôfago pod<strong>em</strong> ser os principais responsáveis. Nesses casos, a tosse geralmente ocorre<br />

durante a alimentação podendo ocorrer pneumonias de repetição. (JACOMELLI, 2003).<br />

Entre as doenças que cursam com gotejamento pós-nasal, as sinusites representam<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 30% <strong>da</strong>s causas de tosse não produtiva e 60% <strong>da</strong>s produtivas. O diagnóstico<br />

t<strong>em</strong> maior utili<strong>da</strong>de na avaliação dos seios maxilares, esfenoi<strong>da</strong>l e frontal. Pod<strong>em</strong>os considerar<br />

sugestivos de sinusite os achados de: opacificação ou velamento do interior <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de paranasal,<br />

níveis hidroaéreos ou espessamento mucoso superior a 6 a 8mm para crianças e adultos,<br />

respectivamente (JACOMELLI, 2003).


Silva (2001) diz que o tratamento <strong>da</strong> tosse crônica deve ser individualizado de acordo com<br />

as características do <strong>paciente</strong> e os recursos disponíveis. Para o GPN deve-se tratar com associação<br />

entre anti-histamínico e descongestionante, e para o GPN causado pela sinusite o tratamento exige<br />

antibioticoterapia efetiva contra o pneumococo por três s<strong>em</strong>anas.<br />

Para Slutzky (1997) qualquer alteração na dinâmica ventilatória, que impeça ou restrinja<br />

os pulmões de realizar<strong>em</strong> a expansão adequa<strong>da</strong>mente necessita de intervenção <strong>da</strong> <strong>fisioterapia</strong><br />

<strong>respiratória</strong> com o objetivo de redistribuir a ventilação, melhorar as trocas gasosas e prevenir a<br />

atelectasia, beneficiando estes <strong>paciente</strong>s <strong>em</strong> termos de melhora <strong>da</strong> função <strong>respiratória</strong> promovendo<br />

quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> além de reduzir gastos.<br />

A <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> t<strong>em</strong> como objetivo retirar ou reduzir a obstrução brônquica,<br />

prevenção ou tratamento <strong>da</strong> atelectasia e <strong>da</strong> hiperinsuflação aju<strong>da</strong> também a prevenir <strong>da</strong>nos<br />

estruturais evitando cicatrizes lesionais e a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> elastici<strong>da</strong>de causa<strong>da</strong> pelas infecções<br />

broncopulmonares (POSTIAUX, 2004).<br />

As técnicas de <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> na higiene brônquica baseiam-se <strong>em</strong> três níveis de<br />

atuação, são eles: descolamento do muco brônquico, deslocamento do muco brônquico e a<br />

eliminação do mesmo (SLUTZKY, 1997).<br />

As técnicas de higiene brônquica são indica<strong>da</strong>s <strong>em</strong> situações de alteração do sist<strong>em</strong>a de<br />

depuração mucociliar que segundo Silva (2001) os fatores que contribu<strong>em</strong> para a eficácia <strong>da</strong>s<br />

técnicas aplica<strong>da</strong>s são a viscoelastici<strong>da</strong>de do muco, ação ciliar além <strong>da</strong> produção diária de<br />

secreção brônquica acima de 30 ml.<br />

“Qualquer deficiência <strong>da</strong> mecânica <strong>respiratória</strong> afeta todo o corpo, <strong>em</strong> maior ou menor<br />

escala, porém, de forma lenta e progressiva, portanto, dev<strong>em</strong> ser adota<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s específicas que<br />

impeçam a sua progressão.” (SLUTZKY, 1997, p.273).<br />

Conforme Azeredo (2002) vários estudos vêm sendo realizados para observar o efeito <strong>da</strong>s<br />

manobras de higiene brônquica na clearance traqueobronquico, porém, exist<strong>em</strong> dificul<strong>da</strong>des <strong>em</strong><br />

saber qual o melhor parâmetro para observar esta melhora. Um dos parâmetros é a quantificação


do escarro que se torna impreciso pela contaminação <strong>da</strong> saliva, e outro parâmetro é a técnica de<br />

radioaerossol que não possui correlação entre produção de secreção e clearance traqueobrônquico.<br />

Deve-se conhecer a fisiopatologia <strong>da</strong> ausculta pulmonar na identificação dos ruídos<br />

adventícios por retenção de secreção, <strong>da</strong>quelas provoca<strong>da</strong>s por per<strong>da</strong> de tração elástica do<br />

parênquima pulmonar ou isolamento <strong>da</strong> tração elástica pela infiltração <strong>da</strong> parede dos brônquios<br />

(AZEREDO, 2002).<br />

Conforme Azeredo (2002) as secreções aumentam a resistência ao fluxo aéreo, dificultam<br />

as trocas gasosas e tornam excessivo o trabalho dos músculos respiratórios, sendo que a<br />

<strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> facilita a r<strong>em</strong>oção <strong>da</strong>s secreções evitando retenção e prejuízo <strong>da</strong> função<br />

pulmonar.<br />

Segundo Postiaux (2004) el<strong>em</strong>entos como ausculta pulmonar, ruídos respiratórios <strong>da</strong> boca,<br />

os sinais vitais e SpO2 são fun<strong>da</strong>mentais durante a avaliação e atendimento do <strong>paciente</strong> servindo<br />

como guia para o tratamento fisioterapêutico.<br />

A ataxia telangiectasia é uma imunodeficiência que acarreta infecções pulmonares<br />

recorrentes conforme Finberg (2000). A deficiência de IgA pod<strong>em</strong> provocar essas infecções<br />

recorrentes podendo estar associado com outras alterações como deficiência de IgG responsáveis<br />

pelas infecções no ouvido, brônquios e pulmões (LEDERMAN, 2006).<br />

De acordo com Stites (2000) é importante e necessário um tratamento precoce para evitar<br />

complicações permanentes causados pela doença. Azeredo (2002) diz que a <strong>fisioterapia</strong><br />

<strong>respiratória</strong> beneficia os <strong>paciente</strong>s com probl<strong>em</strong>as respiratórios instalados melhorando na função<br />

pulmonar e Slutzky (1997) completa afirmando que além <strong>da</strong> melhora <strong>da</strong> função <strong>respiratória</strong>, a<br />

<strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> promove quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> além de reduzir gastos.


8 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Ao final deste estudo pode-se concluir que houve efetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s manobras de higiene<br />

brônquica e reexpansão pulmonar no tratamento <strong>da</strong>s complicações pulmonares <strong>em</strong> função <strong>da</strong><br />

melhora do quadro radiológico, na ausculta pulmonar.<br />

Em razão dos resultados obtidos, pode-se afirmar que as técnicas utiliza<strong>da</strong>s no presente<br />

estudo é uma <strong>da</strong>s formas de tratamento para as complicações sinopulmonares recorrentes causa<strong>da</strong><br />

pela ataxia telangiectasia. Porém, por se tratar de uma doença progressiva surge a necessi<strong>da</strong>de de<br />

tratamento mais específico como a imuno-estimulação.<br />

A evolução <strong>da</strong> doença e suas complicações interfer<strong>em</strong> de forma negativa na quali<strong>da</strong>de de<br />

vi<strong>da</strong> dos <strong>paciente</strong>s portadores <strong>da</strong> ataxia telangiectasia, causando limitações nas ativi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

diária (AVDs), limitações estas que levam à um quadro de inativi<strong>da</strong>de e dependência física, por<br />

isso a importância do tratamento fisioterapêutico tanto respiratório quanto motor.<br />

Foi possível observar que as técnicas de higiene brônquica e reexpansão pulmonar foram<br />

de grande importância no tratamento <strong>da</strong> <strong>paciente</strong> tanto no pré-operatório quanto no pós-<br />

operatório, reduzindo as complicações pulmonares contribuindo para a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.<br />

Sugiro que seja realiza<strong>da</strong>s outras pesquisas comprovando a eficácica <strong>da</strong> <strong>fisioterapia</strong> na<br />

ataxia telangiectasia preconizando os exercícios e manobras <strong>da</strong> <strong>fisioterapia</strong> <strong>respiratória</strong> nas<br />

infecções sinopulmonares de repetição.


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APÊNDICE


APÊNDICE A<br />

CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E GRAVAÇÕES.<br />

Eu______________________________________________________________ permito que a<br />

acadêmica Sabrina <strong>da</strong> Silveira Moreira, obtenha fotografia, filmag<strong>em</strong> ou gravação de minha<br />

pessoa para fins de pesquisa científica e obtenção do grau de fisioterapeuta.<br />

Eu concordo que o material e informações obti<strong>da</strong>s relaciona<strong>da</strong>s á minha pessoa possam ser<br />

anexados no trabalho de conclusão de curso (TCC) <strong>da</strong> acadêmica cita<strong>da</strong> e publicados, porém<br />

minha pessoa não pode ser identifica<strong>da</strong>, tanto quanto possível, por nome ou qualquer outra forma.<br />

Nome do <strong>paciente</strong> <strong>da</strong> pesquisa_________________________________________________<br />

Se o <strong>paciente</strong> é menor de 18 anos de i<strong>da</strong>de ou legalmente incapaz, o consentimento deve ser<br />

obtido e assinado pelo seu representante legal.<br />

Nome dos pais ou responsáveis: _________________________________________________<br />

__________________________________________________<br />

RG: _________________________________<br />

Endereço: __________________________________________________________________<br />

Assinatura:<br />

Data e local onde será realiza<strong>da</strong> a pesquisa: ________________________________________<br />

Acadêmica responsável: Sabrina <strong>da</strong> Silveira Moreira<br />

Assinatura: _________________________________________________________________


APÊNDICE B<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO<br />

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos <strong>da</strong> pesquisa e que recebi, de<br />

forma clara e objetiva, to<strong>da</strong>s as explicações pertinentes ao projeto e que todos os <strong>da</strong>dos a meu<br />

respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/<br />

procedimentos de tratamento serão feitas <strong>em</strong> mim.<br />

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.<br />

Nome por extenso: ___________________________________________________________<br />

RG: _______________________________________________________________________<br />

Local e <strong>da</strong>ta: ________________________________________________________________<br />

Assinatura: _________________________________________________________________


Dados de identificação:<br />

APÊNDICE C<br />

FICHA DE AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA<br />

Nome: _____________________________________________________________________<br />

Endereço: __________________________________________________________________<br />

Sexo: ( )F ( )M i<strong>da</strong>de:_____________________________<br />

Escolari<strong>da</strong>de: ________________________________________________________________<br />

Peso: ______________________________________________________________________<br />

Estatura: ___________________________________________________________________<br />

Data de nascimento: __________________________________________________________<br />

Diagnóstico médico: __________________________________________________________<br />

Exames compl<strong>em</strong>entares: ______________________________________________________<br />

Anamnese<br />

QP: _______________________________________________________________________<br />

HDA: ______________________________________________________________________<br />

HDP: ______________________________________________________________________<br />

HA: _______________________________________________________________________<br />

HF: _______________________________________________________________________<br />

Antecedentes obstétricos: ______________________________________________________<br />

Inspeção:<br />

Tipo de tórax: _______________________________________________________________


Ritmo respiratório: ___________________________________________________________<br />

Padrão ventilatório: ___________________________________________________________<br />

Sinais de desconforto respiratório: _______________________________________________<br />

Tosse: ( ) produtiva ( ) improdutiva/seca<br />

( ) eficaz ( ) ineficaz<br />

Sibilos: ( ) sim ( ) não<br />

Expectoração: ( )sim ( )não<br />

Sinais Vitais:<br />

FC:_____bpm FR:_____rpm PA:___/___mmHg oximetria: _____ SpO2%<br />

Ausculta pulmonar: ___________________________________________________________<br />

Percussão torácica: ___________________________________________________________<br />

Expansibili<strong>da</strong>de torácica: ______________________________________________________


ANEXOS


Foto dos olhos: telangiectasia<br />

ANEXO A


Fotos <strong>da</strong> cirurgia: fundoplicatura<br />

ANEXO B


Radiografias do tórax (dia <strong>da</strong> internação)<br />

ANEXO C<br />

Fig. 1 Fig. 2<br />

Figura 1: 20/02/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares no LIE e na lingual, hilos pro<strong>em</strong>inentes;<br />

coração e vasos <strong>da</strong> base normais; mediastino centrado e derrame pleural à esquer<strong>da</strong>.<br />

Figura 2: 22/02/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares no LID, LM, LIE, lingula; derrame pleural à<br />

esquer<strong>da</strong>; coração e vasos <strong>da</strong> base normais.<br />

Fig. 3 Fig. 4<br />

Figura 3: 25/02/2006 – Infiltrado intersticial difuso no pulmão esquerdo e regiões peri-hiliares;<br />

espessamento peri brônquico; derrame pleural esquerdo e pneumonia inflamatória.<br />

Figura 4: 06/03/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares nas regiões hiliares e LIE; coração e vasos <strong>da</strong><br />

base normais; mediastino centrado; derrame pleural.


Fig. 5 Fig. 6<br />

Figura 5: 13/03/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares nas regiões hiliares; LM; lingula e LIE;<br />

derrame pleural bilateral; coração e vasos <strong>da</strong> base normais; mediastino centrado.<br />

Figura 6: 26/03/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares no LIE; infiltrado hiliares bilateral; coração e<br />

vasos <strong>da</strong> base normais; derrame pleural bilateral.<br />

Fig.7 Fig.8<br />

Figura 7: 30/03/2006 – Infiltrado intersticial peri-hiliar bilateral aspecto inflamatório; coração e<br />

vasos <strong>da</strong> base normais; seios costo frênicos livres.<br />

Figura 8: 05/04/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares nas regiões peri-hiliares e nos lobos<br />

inferiores.


Fig. 9 Fig. 10<br />

Figura 9: 07/04/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares bilaterais; hilos pro<strong>em</strong>inentes; obliteração do<br />

seio costo frênico esquerdo.<br />

Figura 10: 09/04/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares difusas bilaterais; hilos pro<strong>em</strong>inentes; coração<br />

e vasos <strong>da</strong> base normais e mediastino centrado.<br />

Fig.11 Fig.12<br />

Figura 11: 13/04/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares nos lobos inferiores; LSE e lingula; hilos<br />

pro<strong>em</strong>inentes e derrame pleural à esquer<strong>da</strong>.<br />

Figura 12: 15/04/2006 – Consoli<strong>da</strong>ções alveolares nos lobos inferiores; hilos pro<strong>em</strong>inentes;<br />

coração e vasos <strong>da</strong> base normais; retificação <strong>da</strong> cúpula frênica esquer<strong>da</strong> e obliteração do seio<br />

costo frênico à esquer<strong>da</strong>.


ANEXO D<br />

Laudo <strong>da</strong> Tomografia computadoriza<strong>da</strong> de crânio do dia 24/04/2006<br />

Técnica:<br />

Cortes axiais do crânio com 2.5, 5.0 e 10.0mm de espessura e incr<strong>em</strong>ento, realizados s<strong>em</strong> a<br />

injeção do meio de contraste.<br />

Análise:<br />

• Sinais de atrofia dos h<strong>em</strong>isférios cerebelares.<br />

• Parênquima cerebral com coeficientes de atenuação normais e morfologia preserva<strong>da</strong><br />

• Cavi<strong>da</strong>des ventriculares e dimensões normais e morfologia habitual<br />

• Ausência de coleções extra-axiais supra ou infra-tetoriais<br />

• Sinusite <strong>da</strong>s cavi<strong>da</strong>des paranasais de caráter agudo<br />

TC seios <strong>da</strong> face do dia 27/04/2006<br />

Análise:<br />

• Obliteração parcial dos seios maxilares, celulares etmoi<strong>da</strong>is e seio frontal<br />

• Septo nasal conservado<br />

• Estruturas do cavum s<strong>em</strong> anormali<strong>da</strong>des<br />

• Paredes ósseas preserva<strong>da</strong>

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