Embriologia do Apare..
Embriologia do Apare..
Embriologia do Apare..
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Anatomia e histofisiologia <strong>do</strong> aparelho digestivo:<br />
- Tubo Digestivo (deriva<strong>do</strong> <strong>do</strong> intestino primitivo,<br />
incorporação de parte <strong>do</strong> saco vitelino)<br />
- Glândulas anexas (pâncreas, fíga<strong>do</strong> e vias biliares<br />
surgem por brotamento/bifurcação <strong>do</strong> intestino<br />
primitivo)<br />
Introdução<br />
- Saco vitelino<br />
- Dobramentos <strong>do</strong> embrião<br />
- Intestino primitivo<br />
- Mesentérios<br />
<strong>Embriologia</strong> <strong>do</strong> <strong>Apare</strong>lho Digestório<br />
O intestino primitivo é forma<strong>do</strong> pelo en<strong>do</strong>derma e<br />
é envolto pelo mesoderma lateral visceral (esplâncnico). Há um estreitamento no intestino médio (ducto vitelino ou<br />
onfalomesentérico) em sua união com o remanescente <strong>do</strong> saco vitelino. O ducto vitelino está projeta<strong>do</strong> em direção<br />
ao cordão umbilical.<br />
*Se o ducto onfalomesentérico não degenerar ele drenará fezes e secreções na região umbilical.<br />
Na região mais posterior <strong>do</strong> intestino primitivo há o alantóide projeta<strong>do</strong> em direção ao pedículo de conexão.<br />
O mesoderma lateral parietal fará parte da parede da cavidade ab<strong>do</strong>minal.<br />
Cristas neurais formarão o SNP, e os gânglios que estarão nos plexos (submucosos e mioentéricos) <strong>do</strong> intestino<br />
primitivo.<br />
*Megacólon aganglionar congênito: defeito na migração de células das cristas neurais para a região posterior <strong>do</strong><br />
intestino primitivo, região <strong>do</strong> futuro cólon, que será dilata<strong>do</strong>. A região sem gânglios não sofre dilatação, e fica<br />
contraída.<br />
A região final <strong>do</strong> intestino primitivo, que é dilatada, é chamada de cloaca.<br />
Nos locais da membrana bucofaringea e cloacal não há deposição de mesoderma.<br />
Origens e Divisões <strong>do</strong> Intestino Primitivo: Basea<strong>do</strong> nas diferentes vascularizações<br />
- Intestino Anterior (incluin<strong>do</strong> intestino faringeo): Tronco Celíaco<br />
- Intestino Médio: Artéria Mesentérica Superior<br />
- Intestino Posterior: Artéria Mesentérica Inferior<br />
Histogênese <strong>do</strong> <strong>Apare</strong>lho Digestivo<br />
En<strong>do</strong>derme -> Epitélio da luz<br />
Mesoderma Lateral Esplânico -> Lâmina Própria da Mucosa, Muscular da Mucosa, Camadas musculares e Serosa<br />
(peritônio visceral)<br />
Mesoderma Lateral Parietal -> Serosa (peritônio parietal), camada muscular, teci<strong>do</strong> subcutâneo da parede<br />
ab<strong>do</strong>minal<br />
Ectoderma -> Epitélio da pele<br />
Intestino Anterior (Tronco Celíaco)<br />
O intestino primitivo na sua região mais anterior dá origem ao divertículo laringotraqueal (septo traqueoesofágico<br />
divide as regiões correspondente ao tubo laringotraqueal, e ao esôfago, etc)
Deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Intestino Anterior:<br />
• Faringe e Deriva<strong>do</strong>s<br />
• Esôfago<br />
• Estômago<br />
• 2/3 anteriores <strong>do</strong> Duodeno<br />
• Fíga<strong>do</strong><br />
• Vesícula e Ductos Biliares<br />
• Pâncreas<br />
Esôfago<br />
Órgão alonga<strong>do</strong> que vai da faringe ao estômago. O esôfago é inicialmente curto, mas seu crescimento é acelera<strong>do</strong><br />
pelo posicionamento definitivo <strong>do</strong> coração e crescimento pulmonar.<br />
Particularidades da musculatura <strong>do</strong> Esôfago:<br />
2/3 Superiores: Músculo Estria<strong>do</strong> (porta-se como músculo involuntário)<br />
1/3 Inferior: Músculo Liso<br />
Recanalização da Luz <strong>do</strong> Esôfago ocorre a partir da 8ª semana (até o término na 12ª semana). Crescimento e<br />
proliferação de células en<strong>do</strong>dérmicas obliteram a luz para depois recanalizar.<br />
A recanalização ocorre em to<strong>do</strong> o aparelho digestivo, com exceção <strong>do</strong> estômago e da região <strong>do</strong> cólon (áreas mais<br />
dilatadas, não obliteram)<br />
Estômago<br />
1. Dilatação Fusiforme + Crescimento Dorsal<br />
Diferencia<strong>do</strong> (grande curvatura)<br />
2. Crescimento Ventral mais lento (pequena curvatura)<br />
3. Rotação no senti<strong>do</strong> horário (90º)<br />
4. Extremidade Cefálica se desloca para a Esquerda<br />
(grande peso), e a Extremidade Caudal se desloca<br />
para a Direita. Há a formação de um “eixo oblíquo”.<br />
O que era posterior torna-se <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> após a<br />
rotação.<br />
Consequências da Movimentação <strong>do</strong> Estômago:<br />
A Inervação <strong>do</strong> n. vago deixa de ser anterior e posterior, e passa a ser esquer<strong>do</strong> e direito.<br />
N. Vago Esquer<strong>do</strong> era o Anterior / N. Vago Direito era o Posterior.<br />
Com a rotação também há a formação da bolsa omental e<br />
<strong>do</strong> omento.<br />
Ocorrerá também o desenvolvimento <strong>do</strong>s mesentérios.<br />
Duodeno Superior<br />
É uma estrutura em forma de “C” (Divertículo em “C”)<br />
ventralmente projeta<strong>do</strong> (por ter acompanha<strong>do</strong> a rotação<br />
<strong>do</strong> estômago). Pode haver atresia ou estenose devi<strong>do</strong> a<br />
problemas na recanalização.<br />
(Ocorre recanalização da luz <strong>do</strong> duodeno)
Fíga<strong>do</strong><br />
Evaginação <strong>do</strong> en<strong>do</strong>derma ventral na extremidade <strong>do</strong> intestino anterior. Essa evaginação corresponde ao Colé<strong>do</strong>co<br />
(trecho entre duodeno e os brotamentos hepáticos), ela cresce e se bifurca em 2 porções:<br />
- Porção cranial (brotamento hepático): Cordões hepáticos (hepatócitos) + Vias Biliares Intra-hepáticas + Ductos<br />
Hepáticos<br />
- Veias vitelinas formarão os sinusóides <strong>do</strong> sistema porta<br />
- Porção caudal (da evaginação <strong>do</strong> en<strong>do</strong>derma ventral na extremidade <strong>do</strong> intestino anterior): Vesícula Biliar + Ducto<br />
Cístico e Ductos Biliares extra-hepáticos<br />
Pâncreas<br />
(Brotos Pancreáticos de Células En<strong>do</strong>dérmicas)<br />
- Brotamento Pancreático Ventral, menor (surge no ducto<br />
colé<strong>do</strong>co)<br />
- Brotamento Pancreático Dorsal, Maior (surge como<br />
evaginação <strong>do</strong> en<strong>do</strong>derma <strong>do</strong>rsalna extremidade <strong>do</strong> intestino<br />
anterior)<br />
Há deslocamento <strong>do</strong> brotamento pancreático ventral em<br />
direção ao brotamento <strong>do</strong>rsal. Desloca por trás <strong>do</strong> duodeno,<br />
devi<strong>do</strong> ao crescimento <strong>do</strong> ducto colé<strong>do</strong>co (que permite a<br />
mobilidade). Após o deslocamento há fusionamento das duas<br />
partes.<br />
Existem grande variação anatômica nesse região. O principal defeito<br />
anatômico é a não rotação.<br />
Pode haver pâncreas anular (há uma bifurcação e a rotação forma um<br />
anel em volta <strong>do</strong> intestino e o estrangula).
Deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Intestino Médio (Artéria Mesentérica Superior)<br />
Limites: Distal ao ducto biliar comum, 2/3 proximais <strong>do</strong> colon transverso, e ducto vitelino<br />
• Porção inferior <strong>do</strong> duodeno (1/3)<br />
• Jejuno<br />
• Íleo<br />
• Ceco<br />
• Apêndice Vermiforme<br />
• Colon Ascendente<br />
• 2/3 proximais <strong>do</strong> Colon Transverso<br />
Duodeno Inferior<br />
Porção mais cranial <strong>do</strong> intestino médio. Há recanalização da luz <strong>do</strong> duodeno.<br />
Jejujo-Íleo, Ceco, apêndice, Colon Ascendente e 2/3 proximais <strong>do</strong> Colon Transverso<br />
Formação de uma alça intestinal, em formato de C. Como não há espaço para desenvolvimento da alça, ela se<br />
projeta para dentro <strong>do</strong> cordão umbilical. A projeção, juntamente com a projeção de vasos sanguíneos é chamada de<br />
Hérnia Umbilical Fisiológica (inicia-se na 6ª semana de desenvolvimento, e termina na 10ª semana).<br />
Essa alça pode ser dividida em Segmento Cranial (jejuno-íleo) e Caudal (colo, apêndice vermiforme).<br />
Há retorno dessa alça intestinal para a cavidade ab<strong>do</strong>minal, a medida que ela<br />
cresce. O retorno é facilita<strong>do</strong> pelo mesentério <strong>do</strong>rsal, que não “solta” o<br />
intestino.<br />
O crescimento importante <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> é um <strong>do</strong>s responsáveis por expulsar a alça<br />
intestinal para o cordão umbilical.<br />
O apendice vermiforme está<br />
inicialmente volta<strong>do</strong> para baixo.<br />
Ele fica posiciona<strong>do</strong> para a esquerda após o primeiro giro.<br />
Rotação inicial <strong>do</strong> Intestino Médio: 90º em senti<strong>do</strong> Anti-horário<br />
Movimentos adicionais para<br />
Fixação <strong>do</strong> intestino:<br />
- Rotação <strong>do</strong> Intestino Médio em<br />
180º anti-horário<br />
- Deslocamento <strong>do</strong> Ceco para<br />
baixo (A posição final é na fossa<br />
ilíaca direita)<br />
Os movimentos e rotações criam<br />
um maior espaço na cavidade, o<br />
que permite que o intestino<br />
delga<strong>do</strong> (especialmente o jejuno)<br />
possa se desenvolver<br />
corretamente.
A porção cranial se desenvolve muito mais rapidamente <strong>do</strong> que a caudal.<br />
Malformações podem envolver problemas de rotação (não rotação, parcial, etc), não degeneração <strong>do</strong> ducto<br />
onfalomesentérico, e falta de recanalização.<br />
Origem e Deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Intestino Posterior (Artéria Mesentérica<br />
Inferior)<br />
Limites: cranial (1/3 esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> colon transverso) e caudal<br />
(membrana cloacal)<br />
• 1/3 distal <strong>do</strong> colon transverso<br />
• Colon desendente<br />
• Colon sigmóide<br />
• Reto<br />
• Porção superior <strong>do</strong> canal anal<br />
• Epitélio da bexiga e uretra<br />
1/3 Inferior <strong>do</strong> Canal Anal: Proctódeo (Ectoderma)<br />
2/3 Superiores <strong>do</strong> Canal Anal: Intestino Posterior (En<strong>do</strong>derma)<br />
Septo Uroretal:<br />
– Cloaca (Canal Anal e Seio Urogenital-genitália externa)<br />
– Membrana Cloacal (Membrana Anal e Membrana urogenital)<br />
O septo se projeta na cloaca (região posterior dilatada).
A porção final <strong>do</strong> canal anal é formada por indução, e gerada pelo ectoderma (proctodeu). Pode haver não junção<br />
das duas partes, e erros.<br />
Malformações <strong>do</strong> <strong>Apare</strong>lho Digestivo<br />
Atresia de Esôfago com ou sem Fístula Traqueoesofágica e Estenose de Esôfago<br />
Pode ser com ou sem continuidade de parede.<br />
Etiologia:<br />
- Estenose: defeito na recanalização<br />
- Atresia: proliferação en<strong>do</strong>dérmica insuficiente para acompanhar o alongamento <strong>do</strong> embrião / falta de<br />
recanalização / deficiência vascular localizada (estenose).<br />
- Fístula Traqueo-esofágica: desvio <strong>do</strong> septo traqueoesofágico (pode estar associa<strong>do</strong> ao VACTERL)<br />
Diagnóstico: depende da severidade da obstrução (Vômitos imediatos após a amamentação, líqui<strong>do</strong>s claros)<br />
- Ultrassom: polidramnio materno. Mas se tiver FTE, pode não haver sinais ultrasonográficos.<br />
- Clínico ao Nascimento: Secreções orais excessivas, incapacidade de um cateter atingir o esôfago, engasgo, tosse,<br />
cianose à amamentação. A atresia está frequentemente associada a outras anomalias.<br />
- Radiográfico: Cateter ou constrate preso no coto proximal <strong>do</strong> esôfago.<br />
Tratamento: Cirurgia corretiva. Pode estar associa<strong>do</strong> à outras anomalias (50%).<br />
Hérnia de Hiato Congênita<br />
Etiologia: Dificuldade no alongamento (crescimento) <strong>do</strong> esôfago a medida que o pescoço e o tórax se desenvolvem.<br />
O esôfago deve terminar abaixo <strong>do</strong> diafragma, caso contrário o estômago fica parcialmente acima <strong>do</strong> diafragma.<br />
O estômago se desloca superiormente para o tórax através <strong>do</strong> hiato esofágico (componente <strong>do</strong> diafragma).<br />
Consequência: geralmente está associa<strong>do</strong> a um enfraquecimento <strong>do</strong> esfíncter esofagiano inferior, provocan<strong>do</strong><br />
refluxo gastroesofágico. (Inflamações no esôfago decorrentes <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> estomacal, “esofagite de retorno”).<br />
Diagnóstico: Presença de refluxo gastresofágico em mais de 90% <strong>do</strong>s casos, poden<strong>do</strong> levar a esofagite de refluxo.<br />
Tratamento: Cirúrgico<br />
Refluxo Gastroesofágico (mais frequente)<br />
Etiologia: Incompetência <strong>do</strong> esfíncter esofágico inferior. Exposição <strong>do</strong> epitélio esofágico ao conteú<strong>do</strong> gástrico<br />
refluí<strong>do</strong> (esofagite). Crescimento e ganho ponderal está afeta<strong>do</strong> adversamente em 2/3 <strong>do</strong>s pacientes.<br />
Diagnóstico: 85% <strong>do</strong>s lactentes têm vômitos excessivos / Pneumonia aspirativa / tosse crônica / esofagite<br />
Incidência: 1 a cada 500 nasci<strong>do</strong>s vivos<br />
Tratamento: em 60% <strong>do</strong>s casos os sintomas cessam aos 2 anos de idade, quan<strong>do</strong> a criança assume uma postura mais<br />
ereta e ingere alimentos mais sóli<strong>do</strong>s / Postural / Drogas / Cirúrgico
Estenose Pilórica Hipertrófica Congênita<br />
Etiologia: espessamento da musculatura <strong>do</strong> piloto às custas de hipertrofia das fibras musculares, possivelmente por<br />
deficiência de inervação das células musculares (problemas na migração de células das cristas neurais)<br />
Diagnóstico: - Clínico: Vômitos não biliosos, podem ser em jato, 20 a 60 minutos após a mamada.<br />
Incidência: 1 a cada 150 <strong>do</strong> sexo masculino, e 1 a cada 750 <strong>do</strong> sexo feminino.<br />
Tratamento: Cirúrgico (piloromiotomia, corta as fibras musculares)<br />
Malformações <strong>do</strong> Fíga<strong>do</strong><br />
Não estão muito associa<strong>do</strong>s à anatomia, e sim ao metabolismo (enzimas, etc).<br />
Etiologia: São comuns as pequenas variações na lobulação <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> sem significância clínica.<br />
As malformações hepáticas de importância clínica estão relacionadas aos erros de metabolismo.<br />
(Malformações das Vias Biliares Extra-Hepáticas)<br />
Atresia Biliar Extra hepática, Agenesia ou Duplicação de Estruturas Biliares<br />
Etiologia: Defeito na recanalização das estruturas das vias biliares extra hepáticas. Gera dilatação nas vias, o que<br />
provoca a formação de um fíga<strong>do</strong> policístico.<br />
Diagnóstico: Icterícia neonatal devi<strong>do</strong> a retenção sistêmica de bilirrubina.<br />
Incidência: 1:10.000<br />
Tratamento: Cirúrgico ou transplante hepático<br />
(Malformações <strong>do</strong> Pâncras)<br />
Pâncreas Acessório<br />
Etiologia: o teci<strong>do</strong> pancreático acessório é mais comumente localiza<strong>do</strong> na parede gástrica, duodenal, ou no<br />
divertículo de Meckel. Está relaciona<strong>do</strong> a um distúrbio da rotação <strong>do</strong> brotamento pancreático ventral.<br />
O Sulco pancreático pode atacar a mucosa gástrica, e gerar uma gastrite na região.<br />
Pâncreas Anular<br />
Etiologia: Fina faixa de teci<strong>do</strong> pancreático que circunda a segunda porção <strong>do</strong> duodeno, poden<strong>do</strong> levar a obstrução<br />
du<strong>do</strong>denal extrínseca.<br />
Crescimento de um broto pancreático ventral bífi<strong>do</strong> ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> duodeno. O brotamento ventral bífi<strong>do</strong> se funde ao<br />
brotamento pancreático <strong>do</strong>rsal.<br />
Diagnóstico: obstrução intestinal, o quadro obstrutivo é indistinguível da atresia duodenal ou má-rotação intestinal.<br />
Incidência: 1:10.000. Em 40 a 70% <strong>do</strong>s casos apresenta-se associa<strong>do</strong> a outras anormalidades congênitas como a<br />
síndrome de Down, divertículo de Meckel, má-rotação intestinal, anormalidades cardíacas, fístula traqueoesofágica.<br />
Tratamento: Cirúrgico<br />
Malformações <strong>do</strong> Duodeno: Estenose ou Atresia Duodenal<br />
Etiologia: distúrbios da recanalização <strong>do</strong> duodeno.<br />
A estenose é incomum e esta frequentemente associada com síndrome de Down ou herança familiar.<br />
A maioria das atresias estão localizadas abaixo da abertura <strong>do</strong> ducto biliar.<br />
Há vômito, muito tempo depois da amamentação. É esverdea<strong>do</strong> (conteú<strong>do</strong> biliar) e coalha<strong>do</strong>.<br />
Diagnóstico:<br />
- Ultrassonográfico: Polidramnio, sinal da dupla bolha (estomago e duodeno distendi<strong>do</strong>s e com ar – piloro<br />
competente)<br />
- Clínico: Vômito com bile, Associação com sintomas ou prematuridade, distensão <strong>do</strong> epigastro.<br />
*Sinal de Dupla Bolha: Atresia ou estenose duodenal (o piloro é competente) - Visível no ultrassom<br />
Tratamento: Cirúrgico.
Malformações <strong>do</strong> Intestino Médio<br />
1. Herniações <strong>do</strong> Intestino Médio:<br />
Onfalocele (revestida por cordão umbilical)<br />
Etiologia: Persistência da hérnia umbilical fisiológica por deficiência <strong>do</strong> crescimento da cavidade ab<strong>do</strong>minal (mas não<br />
haveria o fíga<strong>do</strong>) /<br />
Falha no fechamento da parede ab<strong>do</strong>minal na região <strong>do</strong> umbigo (anel umbilical), poden<strong>do</strong> ocorrer posteriormente à<br />
redução da hérnia umbilical fisiológica (25% das onfaloceles contém fíga<strong>do</strong>, coração e estômago – órgãos que não<br />
fazem parte da hérnia fisiológica).<br />
Diagnóstico:<br />
- Ultrassom (alças intestinais dentro <strong>do</strong> cordão umbilical)<br />
- Clínico: o revestimento da bolsa hernial é forma<strong>do</strong> pelo epitélio <strong>do</strong> cordão umbilical. Inserção umbilical no saco da<br />
herniação.<br />
Incidência: 1:4.000, é frequentemente associada a outras anomalias.<br />
Tratamento: Cirúrgico<br />
A cavidade ab<strong>do</strong>minal tem proporções reduzidas, devi<strong>do</strong> a falta de estímulo para o desenvolvimento. O saco<br />
herniário pode conter várias outras vísceras, além das alças intestinais.<br />
Gatrosquise (não revestida)<br />
Etiologia: defeito (ao re<strong>do</strong>r de 4 cm) no fechamento da parede ab<strong>do</strong>minal anterior (mesoderma lateral somático) /<br />
Defeito para-umbilical (causa vascular? Artéria umbilical direita?)/<br />
Rotura <strong>do</strong> epitélio amniótico <strong>do</strong> cordão umbilical durante a formação da hérnia umbilical fisiológica e antes <strong>do</strong><br />
fechamento <strong>do</strong> anel umbilical (onfalocele rota?)/<br />
Extrusão das vísceras ab<strong>do</strong>minais banhadas pelo líqui<strong>do</strong> amniótico (não há mais a presença <strong>do</strong> cordão, diferente da<br />
onfalocele)<br />
Diagnóstico:<br />
- Ultrassom: alças livres à distância da parede ab<strong>do</strong>minal<br />
- Clínico: ausência de membranas (âmnio) na herniação / Inserção normal <strong>do</strong> cordão umbilical / Raramente<br />
associada a outras anomalias (“melhor pra criança”)<br />
Tratamento: Cirúrgico<br />
Hérnia Umbilical Congênita (revestida por pele)<br />
Melhor hérnias grandes, pois a alça intestinal não está comprimida.<br />
Etiologia: O defeito está localiza<strong>do</strong> na linha alba (mesoderma lateral somático). O defeito é revesti<strong>do</strong> por pele e<br />
teci<strong>do</strong> subcutâneo. Ocorre protusão de omento e alças intestinais<br />
Diagnóstico: - Clínico: Proeminência da hérnia durante o choro, tosse, esforço. Conteú<strong>do</strong> recoberto por pele e<br />
subcutâneo<br />
Tratamento: Cirúrgico de acor<strong>do</strong> com os sinais e sintomas<br />
2. Resquícios <strong>do</strong> Ducto Vitelino<br />
Divertículo <strong>do</strong> Íleo (de Meckel), Persistência completa <strong>do</strong> ducto onfalomesentérico, Cisto Vitelino, Granuloma<br />
Umbilical<br />
Etiologia:<br />
- Peristência completa <strong>do</strong> ducto onfalomesentérico: Não regressão completa <strong>do</strong> ducto onfalomesentérico<br />
- Divertículo de Meckel: É o remanescente proximal <strong>do</strong> canal vitelínico e por isso localiza-se 40 a 50cm da junção<br />
íleo-cecal. O divertículo ileal ocorre em 2 a 4% da população. Na mucosa <strong>do</strong> divertículo podem ser encontrada<br />
mucosa colônica, gástrica ou pancreática – a secreção pode levar a ulcerações e sangramentos. Eventualmente<br />
manifesta-se uma neoplasia na mucosa <strong>do</strong> divertículo<br />
- Cisto Vitelino: Não regressão de alguma região circunscrita <strong>do</strong> ducto onfalomesentérico<br />
- Granuloma umbilical: Não regressão distal <strong>do</strong> ducto onfalomesentérico
Diagnóstico: Radiográfico / Clínico:<br />
- Persitência Completa: após a queda <strong>do</strong> cordão, eliminação de fezes pela cicatriz umbilical.<br />
- Divertículo de Meckel: sangramento retal in<strong>do</strong>lor<br />
- Granuloma: secreção serosa e eventualmente sangüinolenta<br />
Tratamento: Excisão cirúrgica<br />
3. Alterações da Recanalização<br />
Etiologia: Defeitos da recanalização e/ou distúrbios vasculares (Com Continuidade da Parede / Com Cordão Fibroso /<br />
Sem Continuidade da Parede)<br />
Diagnóstico: - Clínico: Obstrução intestinal<br />
- Ultrasom: Sinal da tripla bolha: múltiplas alças dilatadas. O poliidrâmnio é dependente <strong>do</strong> nível e da severidade da<br />
obstrução intestinal.<br />
Incidência: 1:5.000<br />
Tratamento: Cirúrgico - ressecção da porção intestinal comprometida.<br />
4. Alterações da Rotação Intestinal<br />
Má Rotação Intestinal, Falha <strong>do</strong> deslocamento <strong>do</strong> Ceco para Quadrante Inferior Direito, Rotação Inversa, Ceco<br />
Apêndice e Subepáticos, Apêndice Retrocecal, Retrocólico, Pélvico, Ceco Móvel<br />
Etiologia: Deficiência na rotação <strong>do</strong> intestino médio<br />
Diagnóstico: - Clínico: Obstrução intestinal aguda ou crônica.<br />
25 – 40%: sintomas na primeira semana, 50% no primeiro mês<br />
20 a 50% <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes: são assintomáticos<br />
- Radiográfico: Exames radiográficos com contraste demonstram posição anormal <strong>do</strong> ceco<br />
Incidência: 1:500 nascimentos vivos<br />
Tratamento: Não requer tratamento se não estiver causan<strong>do</strong> vôlvulo ou obstrução das alças intestinais.<br />
Malformações <strong>do</strong> Intestino Posterior<br />
Doença de Hirschsprung ou Megacolon Congênito Aganglionar<br />
Etiologia: Ausência ou degeneração de células ganglionares nos plexos submucosos e mioentéricos <strong>do</strong> reto e<br />
sigmóide. Ocorre devi<strong>do</strong> à ausência de migração ou degeneração das Células das Cristas Neurais. O segmento<br />
afeta<strong>do</strong> fica carente de peristaltismo (obstrução funcional) e dilatação <strong>do</strong> colon proximal.<br />
Diagnóstico: - Clinico: Obstrução <strong>do</strong> colon no perío<strong>do</strong> neonatal – distensão ab<strong>do</strong>minal. Atraso na eliminação <strong>do</strong><br />
mecônio por mais de 48h.<br />
- Radiográfico: Retar<strong>do</strong> na eliminação de contraste (enema barita<strong>do</strong>)<br />
- Histopatológico: Definitivo: biópsia – ausência <strong>do</strong>s plexos submucosos e mioentéricos<br />
Incidência: 1:5.000. Aproximadamente 5% <strong>do</strong>s casos são familiares. Corresponde a 15% de todas as obstruções<br />
intestinais no perío<strong>do</strong> neonatal. Causa mais comum de obstrução neonatal congênita <strong>do</strong> colon.<br />
Tratamento: Cirúrgico - remoção <strong>do</strong> segmento aganglionar.<br />
Malformações Anoretais: Atresia Retal, Agenesia Anoretal (com ou sem fístula)<br />
Etiologia:<br />
- Atresia Retal: O canal anal e o reto estão presentes, mas estão separa<strong>do</strong>s. Ocorre por recanalização anômala <strong>do</strong><br />
colon ou por suprimento sangüíneo defeituoso<br />
- Agenesia Anoretal: É uma malformação alta da região anoretal. O reto termina acima <strong>do</strong> músculo puboretal. É a<br />
malformação mais comum (2/3) da região anoretal . Ocorre por encurtamento da membrana cloacal, impedin<strong>do</strong> o<br />
desenvolvimento da cloaca <strong>do</strong>rsal - poden<strong>do</strong> levar a fístulas: retovesical, retouretral, retovaginal<br />
Diagnóstico: - Clínico: Na presença de fístulas: fezes na urina, fezes no vestíbulo vaginal<br />
- Radiográfico<br />
Tratamento: Cirúrgico.