o trotskismo no brasil da década de 1930: a historiografia recente e ...

com a Ação Integralista Brasileira, liderada por Plínio Salgado, que começava a realizar
encontros públicos em algumas cidades de São Paulo.
Os artigos citados de Castro, desdobramentos de sua dissertação de mestrado e
tese de doutorado, foram fundamentais para articular historicamente este momento vivido
pelas esquerdas paulistas. As fontes utilizadas pelo autor em seus estudos incluíam as
existentes no fundo do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) da Associação
dos Procuradores do Estado de São Paulo, especificamente, do prontuário do Comitê
Antifascista, além dos fundos do DOPS existentes nos Arquivos Públicos dos Estados
de São Paulo e Rio de Janeiro. Castro 28 também abordará a intervenção e críticas das
esquerdas diante do processo de instalação e funcionamento da Assembléia Constituinte
brasileira no biênio referido acima perpassando também a luta antifascista.
Outro artigo que aborda momentos específicos dos trotskistas refere-se a crítica dos
trotskistas à Aliança Nacional Libertadora (ANL). Conforme Almeida, uma das principais
críticas à ANL foi o afastamento da revolução ao separar a luta contra o imperialismo da
luta contra o capitalismo, ou seja, os trotskistas criticavam a perspectiva de revolução
democrático-burguesa do PCB que dirigia a organização (ALMEIDA, 2005, p. 88 – 89.).
Neste estudo, o autor utilizou o jornal A Luta de Classe para buscar o entendimento deste
momento político pelos trotskistas e a crítica destes após o fracasso dos levantes militares
de 1935. Cabe lembrar que este artigo é desdobrado de parte da dissertação de Mestrado
de Almeida defendida em 2003.
Enfim, deve-se destacar ainda outra contribuição de Ferreira 29 que a partir dos
documentos organizados no livro 30 publicado por Abramo e Karepovs buscou apresentar o
viés dos trotskistas enquanto um projeto político que procurou entender o desenvolvimento
histórico brasileiro. O autor, sem deixar de situar as divergências políticas entre trotskistas
e comunistas, busca situá-las no plano histórico junto da localização do Brasil como parte
atrasada do capitalismo mundial. Neste sentido, Ferreira se preocupa evidenciar como os
trotskistas forjaram suas interpretação dos “Brasis” e como se utilizaram das contribuições
teóricas e políticas de Leon Trotsky.
Brasil (1933 – 1934). TOPOI, Rio de Janeiro, dez. 2002, p. 354 – 388. CASTRO, Ricardo Figueiredo de. O
Homem Livre: um jornal a serviço da liberdade (1933 – 1934). Cadernos AEL, Campinas, v. 12, n. 22/23,
2005, p. 59 – 78. Destaca-se que estes artigos trabalham as organizações trotskistas do período como importante
impulsionador da luta antifascista no Brasil.
28 CASTRO, Ricardo Figueiredo de. As Esquerdas e o Processo Constituinte Brasileiro de 1933-34: Projeto
e Ação Política. História Social, Campinas, n. 2, 1995, p. 55 – 88.
29 FERREIRA, Pedro Roberto. O Brasil dos Trotskistas (1930 – 1960). Cadernos AEL, Campinas, v. 12,
n. 22/23, 2005, p. 11 – 58.
30 Ver citação 11.
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