o trotskismo no brasil da década de 1930: a historiografia recente e ...
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começaram a ser publicados utilizando basicamente a documentação do AEL e CEMAP 14 .<br />
As pesquisas incorporavam ain<strong>da</strong>, segundo Karepovs (2005, p. 274), materiais “dos<br />
processos do Tribunal <strong>de</strong> Segurança Nacional, preservados <strong>no</strong> Arquivo Nacional, do Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro, conservando a documentação apreendi<strong>da</strong> pela repressão <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> após o<br />
putsch stalinista <strong>de</strong> 1935”.<br />
Neste sentido, é importante ressaltar também a publicação em 1993 <strong>da</strong>s cartas <strong>de</strong><br />
Mário Pedrosa en<strong>de</strong>reça<strong>da</strong> a Lívio Xavier entre os a<strong>no</strong>s 1926 e <strong>1930</strong>. Estas que permitem<br />
situar os <strong>de</strong>bates condizentes aos rumos do PCB e <strong>da</strong> IC com suas divergências 15 .<br />
Ain<strong>da</strong>, po<strong>de</strong>-se que dizer que apesar <strong>de</strong> já explora<strong>da</strong>s por algumas pesquisas, as<br />
fontes do <strong>trotskismo</strong> <strong>no</strong> Brasil <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>1930</strong> ain<strong>da</strong> carecem <strong>de</strong> uma sistematização que<br />
evi<strong>de</strong>nciem suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisas e itinerários possíveis <strong>de</strong> serem aprofun<strong>da</strong>dos<br />
a esta temática.<br />
Atualmente, um facilitador para esta sistematização <strong>de</strong>ve ser o caminho <strong>da</strong><br />
digitalização dos documentos existentes <strong>no</strong>s acervos públicos em geral que abarcam a<br />
dissidência comunista. Aqui, cabe lembrar a iniciativa do CEMAP que já digitalizou boa<br />
parte <strong>de</strong> sua documentação e <strong>de</strong>stacar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acessar quase to<strong>da</strong> a documentação<br />
presente em seu acervo acerca do <strong>trotskismo</strong> <strong>brasil</strong>eiro. Entre os documentos já<br />
digitalizados e que po<strong>de</strong>m ser úteis às <strong>no</strong>vas pesquisas estão os jornais A Classe Operária<br />
do PCB (1928 – 1940), A Luta <strong>de</strong> Classe 16 (<strong>1930</strong> – 1939), O Homem Livre 17 (1933 –<br />
1934), O Comunista 18 (1934), O Proletário 19 (1935 – 1936), Sob Nova Ban<strong>de</strong>ira 20 (1937)<br />
e Luta Proletária 21 (1945); bem como, boletins <strong>da</strong> Liga Comunista do Brasil, do POL e<br />
do PSR. Também, já estão digitaliza<strong>da</strong>s pelo CEMAP as correspondências dos militantes<br />
trotskistas Mário Pedrosa e Plínio Mello e, ain<strong>da</strong>, diversos documentos <strong>da</strong> LCI.<br />
Portanto, a seguir é objetivo evi<strong>de</strong>nciar os caminhos já percorridos pelas pesquisas<br />
do <strong>trotskismo</strong> nas duas últimas déca<strong>da</strong>s e indicar <strong>no</strong>vas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para seu contínuo<br />
14 Publicados, essencialmente, pela revista Estudos do Centro <strong>de</strong> Estudos do Terceiro Mundo <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> São Paulo e dirigi<strong>da</strong> pelo professor Osvaldo Coggiola.<br />
15 NETO, José Castilho Marques. Solidão Revolucionária: Mário Pedrosa e as origens do <strong>trotskismo</strong> <strong>no</strong><br />
Brasil. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Paz e Terra, 1993, p. 254 – 338.<br />
16 O jornal A Luta <strong>de</strong> Classe é consi<strong>de</strong>rado o fio <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as organizações políticas do<br />
<strong>trotskismo</strong> <strong>no</strong> período <strong>de</strong> sua publicação, respectivamente, Grupo Comunista Lênin (GCL), Liga Comunista<br />
do Brasil, Liga Comunista Internacionalista (LCI), Partido Operário Leninista (POL) e Partido Socialista<br />
Revolucionário (PSR). Foram publicados 45 números <strong>de</strong>ste jornal, dos quais, estão disponíveis <strong>no</strong> CEMAP<br />
36 números.<br />
17 Foram publicados 22 números <strong>de</strong>ste jornal que fora entendido pelos trotskistas como instrumento <strong>da</strong><br />
luta antifascista através <strong>da</strong> busca <strong>de</strong> se ampliar a frente única para to<strong>da</strong>s as organizações sindicais e políticas<br />
<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> paulista.<br />
18 Publicação <strong>da</strong> LCI <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, especificamente, os números 3, 4 e 5.<br />
19 Publicação <strong>da</strong> LCI em São Paulo, especificamente, os números 1, 2, 3 e 5.<br />
20 Publicado pelo POL e que está disponível o número 3.<br />
21 Publicado pelo PSR. Estão disponíveis os números 1, 6 e 9.<br />
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