Sessão 1 - Palácio do Correio Velho
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1ª <strong>Sessão</strong><br />
<strong>Palácio</strong> <strong>do</strong> <strong>Correio</strong> <strong>Velho</strong> Antiguidades<br />
217<br />
Rara e Importante mesa de encostar D. João<br />
V, <strong>do</strong> séc. XVIII, em pau-santo entalha<strong>do</strong>,<br />
com uma gaveta. Tampo recorta<strong>do</strong>, decora<strong>do</strong><br />
com rebaixo. Caixa ondulada, com saiais<br />
pronuncia<strong>do</strong>s e recorta<strong>do</strong>s, ricamente<br />
entalha<strong>do</strong>s com conchea<strong>do</strong>s, enrolamentos<br />
e motivos vegetalistas. Assente sobre pernas<br />
curvas ornadas nos joelhos com conchea<strong>do</strong><br />
e elementos vegetalistas estiliza<strong>do</strong>s; unidas<br />
por travessas recortadas em forma de “X”;<br />
e terminan<strong>do</strong> em pés em forma de garra e bola,<br />
de representação realista. Ferragens em bronze<br />
<strong>do</strong>ura<strong>do</strong> representan<strong>do</strong> motivos “rocaille”.<br />
Restauros.<br />
Dim. aprox.: 79 x 100 x 66 cm.<br />
O <strong>Palácio</strong> <strong>do</strong> <strong>Correio</strong> <strong>Velho</strong> vendeu uma<br />
mesa semelhante no leilão 4 com o lote 189,<br />
em 1990.<br />
Para peças semelhantes consultar: CANTI,<br />
Tilde, O Móvel no Brasil, FRESS/AGIR,<br />
Lisboa, 1999, cats. 111 e 208.<br />
Os elementos característicos <strong>do</strong> mobiliário<br />
D. João V foram, nesta mesa, eleva<strong>do</strong>s<br />
a um nível superior. O realce da<strong>do</strong> à<br />
exuberância decorativa, aos possantes pés<br />
de garra e bola e imponência <strong>do</strong>s saiais,<br />
colocam este móvel num lugar de destaque,<br />
dentro <strong>do</strong> mobiliário deste reina<strong>do</strong>. O móvel<br />
português <strong>do</strong> séc. XVIII, à semelhança<br />
<strong>do</strong> que se sucedeu nos outros países, sofreu<br />
profundas mudanças tanto na forma como na<br />
linguagem decorativa. Estas traduzem as novas<br />
correntes estéticas europeias e correspondem<br />
aos condicionalismos históricos portugueses<br />
da época. O ouro e os diamantes oriun<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> Brasil proporcionaram as condições para<br />
a circulação de obras de arte europeias<br />
em Portugal, na denominada “política de<br />
transporte”, influencian<strong>do</strong> simultaneamente<br />
o gosto e a moda da época. Em relação a<br />
esta cómoda, interessa-nos o início destas<br />
transformações, com a estética <strong>do</strong> barroco<br />
joanino. A primeira metade <strong>do</strong> séc. XVIII<br />
assistiu a um crescente de exuberância tanto<br />
na forma como na decoração <strong>do</strong>s móveis,<br />
reflectin<strong>do</strong> um desejo de exuberância,<br />
aparência de riqueza e sumptuosidade.<br />
Tal traduziu-se num aumento da escala<br />
e <strong>do</strong> volume <strong>do</strong>s elementos esculpi<strong>do</strong>s,<br />
muitas vezes realça<strong>do</strong>s a ouro, alia<strong>do</strong><br />
a um equilíbrio estético de cheios e vazios<br />
e no contraste de claro/escuro. Assim,<br />
apesar dessa exuberância, o móvel<br />
D. João V não deixa de ser equilibra<strong>do</strong><br />
e original na sua abordagem estética.<br />
€ 40.000 / € 60.000<br />
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