GUIA BREVE EXPOSIÇÃO - Turismo de Portugal

GUIA BREVE EXPOSIÇÃO - Turismo de Portugal GUIA BREVE EXPOSIÇÃO - Turismo de Portugal

turismodeportugal.pt
from turismodeportugal.pt More from this publisher
18.04.2013 Views

EUROPA l NAVEGAÇÃO 8 MAPA-MÚNDI, SEGUNDO A GEOGRAFIA DE CLÁUDIO PTOLOMEU Henricus Martellus Germanus (Arrigo di Federico Martello, activo 1459-1496) Florença, início da década de 1490 Pigmentos e ouro sobre pergaminho 57,5 x 84 cm Biblioteca Nazionale Centrale, Florença | Magl. XIII, 16, ff. 88v. 89r Da autoria de Martellus, cartógrafo alemão e servo de uma importante família florentina, este mapa remete para a recuperação do conhecimento geográfico dos antigos por parte da cultura humanista da segunda metade do século XIV, sendo o primeiro de trinta e nove que ilustram e recuperam, o mais fielmente possível, o Guia da Cartografia do cientista alexandrino Ptolomeu, então traduzido para latim como Geografia. Rodeado por doze ventos representados por cabeças humanas e apresentando cores vivas com mares de lápis-lazúli, o planisfério de Martellus respeita peculiari- dades geográficas ptolomaicas ao representar o Oceano Índico como um enorme lago fechado e o alongamento da bacia mediterrânica, contrariando assim a antevisão do papa Pio II acerca do alargamento e transformação do planisfério (no verso da folha). Não obstante as imprecisões, a cartografia ptolomaica constituía para os cosmógrafos renascentistas o único sistema válido para a representação de todo o mundo conhecido, tendo sido longamente reproduzida. Este mapa permite-nos assim compreender o lento e meticuloso processo de revisão e evolução da cartografia que marcou o início do período moderno. 03 04 PLANISFÉRIO, CONHECIDO COMO «DE CANTINO» Portugal, c. 1502 Tinta-da-china e cor sobre três folhas de velino, unidas; 105 x 220 cm Biblioteca Estense Universitaria, Modena | C.G.A. 2, ms. século XVI Este Planisfério foi executado em Lisboa, em 1502, por encomenda de Alberto Cantino, agente do duque de Ferrara. Provável cópia de luxo das «cartas-padrão» existentes no arquivo e oficina cartográfica do Armazém da Guiné e da Índia, no Palácio Real da Ribeira, ele é a imagem final de um puzzle que reúne peças cartográficas diversas e que representa o Mundo então conhecido, das ilhas e costas orientais do continente americano ao Extremo Oriente. As áreas mais longínquas ou menos conhecidas estão representadas segundo a tradição ptolomaica, o Báltico e mar do Norte respeitam a herança dos portulanos mediterrâneos do século XIV e a Europa Ocidental, Mediterrâneo e costa ocidental africana seguem as cartas atlânticas portuguesas do último quartel do século XV. A novidade na figuração do Sudoeste Asiático pode explicar-se pelo acesso à náutica e a fontes cartográficas árabes, hindus e malaias, sendo ainda vaga ou aproximada a representação do Atlântico Ocidental. EUROPA l NAVEGAÇÃO 9

EUROPA l NAVEGAÇÃO<br />

8<br />

MAPA-MÚNDI,<br />

SEGUNDO A GEOGRAFIA<br />

DE CLÁUDIO PTOLOMEU<br />

Henricus Martellus Germanus (Arrigo<br />

di Fe<strong>de</strong>rico Martello, activo 1459-1496)<br />

Florença, início da década <strong>de</strong> 1490<br />

Pigmentos e ouro sobre pergaminho<br />

57,5 x 84 cm<br />

Biblioteca Nazionale Centrale, Florença<br />

| Magl. XIII, 16, ff. 88v. 89r<br />

Da autoria <strong>de</strong> Martellus, cartógrafo<br />

alemão e servo <strong>de</strong> uma importante família<br />

florentina, este mapa remete para a<br />

recuperação do conhecimento geográfico<br />

dos antigos por parte da cultura humanista<br />

da segunda meta<strong>de</strong> do século XIV, sendo<br />

o primeiro <strong>de</strong> trinta e nove que ilustram e<br />

recuperam, o mais fielmente possível,<br />

o Guia da Cartografia do cientista<br />

alexandrino Ptolomeu, então traduzido<br />

para latim como Geografia.<br />

Ro<strong>de</strong>ado por doze ventos representados<br />

por cabeças humanas e apresentando<br />

cores vivas com mares <strong>de</strong> lápis-lazúli, o<br />

planisfério <strong>de</strong> Martellus respeita peculiari-<br />

da<strong>de</strong>s geográficas ptolomaicas ao representar<br />

o Oceano Índico como um enorme<br />

lago fechado e o alongamento da bacia<br />

mediterrânica, contrariando assim a antevisão<br />

do papa Pio II acerca do alargamento<br />

e transformação do planisfério (no verso<br />

da folha). Não obstante as imprecisões, a<br />

cartografia ptolomaica constituía para os<br />

cosmógrafos renascentistas o único sistema<br />

válido para a representação <strong>de</strong> todo o<br />

mundo conhecido, tendo sido longamente<br />

reproduzida. Este mapa permite-nos assim<br />

compreen<strong>de</strong>r o lento e meticuloso processo<br />

<strong>de</strong> revisão e evolução da cartografia que<br />

marcou o início do período mo<strong>de</strong>rno.<br />

03 04<br />

PLANISFÉRIO, CONHECIDO<br />

COMO «DE CANTINO»<br />

<strong>Portugal</strong>, c. 1502<br />

Tinta-da-china e cor sobre três folhas <strong>de</strong> velino,<br />

unidas; 105 x 220 cm<br />

Biblioteca Estense Universitaria, Mo<strong>de</strong>na<br />

| C.G.A. 2, ms. século XVI<br />

Este Planisfério foi executado em Lisboa,<br />

em 1502, por encomenda <strong>de</strong> Alberto<br />

Cantino, agente do duque <strong>de</strong> Ferrara.<br />

Provável cópia <strong>de</strong> luxo das «cartas-padrão»<br />

existentes no arquivo e oficina cartográfica<br />

do Armazém da Guiné e da Índia, no<br />

Palácio Real da Ribeira, ele é a imagem<br />

final <strong>de</strong> um puzzle que reúne peças<br />

cartográficas diversas e que representa o<br />

Mundo então conhecido, das ilhas e costas<br />

orientais do continente americano ao<br />

Extremo Oriente.<br />

As áreas mais longínquas ou menos<br />

conhecidas estão representadas segundo<br />

a tradição ptolomaica, o Báltico e mar do<br />

Norte respeitam a herança dos portulanos<br />

mediterrâneos do século XIV e a Europa<br />

Oci<strong>de</strong>ntal, Mediterrâneo e costa oci<strong>de</strong>ntal<br />

africana seguem as cartas atlânticas portuguesas<br />

do último quartel do século XV. A<br />

novida<strong>de</strong> na figuração do Sudoeste Asiático<br />

po<strong>de</strong> explicar-se pelo acesso à náutica<br />

e a fontes cartográficas árabes, hindus e<br />

malaias, sendo ainda vaga ou aproximada a<br />

representação do Atlântico Oci<strong>de</strong>ntal.<br />

EUROPA l NAVEGAÇÃO<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!