GUIA BREVE EXPOSIÇÃO - Turismo de Portugal
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BRASIL<br />
64<br />
ESPADA COM BAINHA<br />
Gana, povos Ashanti,<br />
anterior a 1674 (ou mesmo 1641)<br />
Metal, ma<strong>de</strong>ira, pele <strong>de</strong> raia,<br />
pele animal, folha <strong>de</strong> ouro<br />
76 cm<br />
Museu Nacional da Dinamarca,<br />
Colecções Etnográficas | Cb.7, Cb.8<br />
Esta espada ashanti foi registada pela<br />
primeira vez em 1674 nas colecções reais<br />
dinamarquesas como «uma espada das<br />
Índias Orientais com uma bainha <strong>de</strong> pele<br />
<strong>de</strong> raia polida». Possui uma lâmina longa<br />
e curva, mais larga na ponta, guarda e<br />
copo bolbosos revestidos, à semelhança<br />
da bainha, com pele <strong>de</strong> raia e um punho<br />
cilíndrico e dourado.<br />
Na sua «Descrição e relato histórico do<br />
Reino do Ouro da Guiné», 1602, Pieter <strong>de</strong><br />
Marees refere que os guineenses usam a<br />
menor quantida<strong>de</strong> possível <strong>de</strong> vestuário<br />
mas que transportam uma clava ou<br />
um punhal no cinto. E acrescenta: «São<br />
muito inteligentes no fabrico <strong>de</strong> armas,<br />
tais como longos Punhais, […] cobrem o<br />
punho com uma folha <strong>de</strong> ouro ou com<br />
a pele <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> Peixe que<br />
apanham e que é tão estimado por eles<br />
como o Ouro o é por nós.»<br />
As espadas ashanti eram bastante<br />
coleccionadas nos séculos XVI e XVII,<br />
como hoje se constata com base nos<br />
exemplares sobreviventes.<br />
53 54<br />
VISTA DO RIO<br />
SÃO FRANCISCO<br />
E DO FORTE MAURÍCIO<br />
Frans Jansz. Post (Países Baixos,<br />
c. 1612 – Brasil, 1680)<br />
Brasil, 1639<br />
Óleo sobre tela<br />
62 x 95 cm<br />
Museu do Louvre (Departemento <strong>de</strong><br />
Pintura), Paris | inv. 1727<br />
Em 1637, o príncipe Johan Maurits van<br />
Nassau chegou ao Nor<strong>de</strong>ste do Brasil<br />
para ocupar o cargo <strong>de</strong> governador-<br />
-geral dos territórios que a Companhia<br />
Holan<strong>de</strong>sa das Índias Oci<strong>de</strong>ntais<br />
recentemente conquistara a <strong>Portugal</strong>.<br />
Com ele ia o pintor Frans Post.<br />
Das sete pinturas conhecidas pintadas<br />
por Post no Brasil, esta é talvez a mais<br />
inovadora, graças à atmosfera misteriosa<br />
e <strong>de</strong>solada, incluindo a rara figuração<br />
<strong>de</strong> um cacto, e ao toque poético da<br />
representação realista <strong>de</strong> uma capivara,<br />
o animal que se observa a pastar,<br />
placidamente, à beira do gran<strong>de</strong> rio.<br />
Estas imagens tinham um fim claramente<br />
<strong>de</strong>corativo, em contraste com a<br />
preocupação documental patente nos<br />
<strong>de</strong>senhos <strong>de</strong>ste artista. Combinando uma<br />
precisão refinada com o imediatismo da<br />
<strong>de</strong>scoberta, constituem um momento<br />
excepcional da <strong>de</strong>scoberta da paisagem<br />
americana, da luz e motivos tropicais, por<br />
um artista <strong>de</strong> formação europeia.<br />
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