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GUIA BREVE EXPOSIÇÃO - Turismo de Portugal

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BRASIL<br />

62<br />

ADORAÇÃO DOS MAGOS<br />

Francisco Henriques e<br />

colaboradores, 1501-1506<br />

Óleo sobre ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> carvalho<br />

130 x 79 cm<br />

Museu <strong>de</strong> Grão Vasco, Viseu | inv. 2145<br />

Substituindo o tradicional negro (ou<br />

«mouro») Baltasar por um índio da etnia<br />

dos tupi-tupinambá, este painel do antigo<br />

retábulo da capela-mor da Sé <strong>de</strong> Viseu é<br />

uma das mais inovadoras representações<br />

da pintura portuguesa dos inícios do<br />

século XVI. A imagem do índio, com<br />

sua lança e vestes emplumadas, parece<br />

traduzir simultaneamente um olhar<br />

maravilhado pelas fabulosas novida<strong>de</strong>s<br />

das terras do Brasil (recém-<strong>de</strong>scobertas<br />

pela armada <strong>de</strong> Cabral a 2 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong><br />

1500) e uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> registo <strong>de</strong><br />

tipo «etnográfico». Reflecte também,<br />

inevitavelmente, a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração<br />

do «Outro», da realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecida<br />

e «indomesticada», na velha or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

apropriação e conhecimento do mundo<br />

segundo a cultura bíblica. O índio<br />

brasileiro é aqui duplamente integrado<br />

na or<strong>de</strong>m cristã do universo, cristianizado<br />

tanto pelas roupas que cobrem a sua<br />

nu<strong>de</strong>z «pré-adâmica» como pela sua<br />

inserção entre os representantes dos<br />

povos da Terra que reconheceram o<br />

Salvador Menino.<br />

51 52<br />

Brasil, c. 1641<br />

DANÇA TAPUIA<br />

Albert Eckhout (c. 1610-1665)<br />

Óleo sobre tela<br />

168 x 294 cm<br />

Museu Nacional da Dinamarca,<br />

Colecções Etnográficas | EN 38 B<br />

O pintor Albert Eckhout acompanhou,<br />

com Franz Post, a comitiva <strong>de</strong> Maurits van<br />

Nassau ao Brasil, em 1637. Nesta sua gran<strong>de</strong><br />

composição, que <strong>de</strong>nota um interesse<br />

<strong>de</strong> conhecimento e registo etnográfico<br />

da socieda<strong>de</strong> ameríndia, os executantes<br />

da dança tapuia são representados com<br />

notável soma <strong>de</strong> a<strong>de</strong>reços e ornamentos.<br />

A pintura po<strong>de</strong>ria ilustrar o testemunho<br />

<strong>de</strong> um outro artista, Zacharias Wagener,<br />

que fez <strong>de</strong>senhos sobre o mesmo<br />

motivo: «É assim que os índios tapuias<br />

dançam, completamente nus, com gritos<br />

aterradores, num círculo, bem organizados,<br />

uns atrás dos outros durante duas ou três<br />

horas sem parar, o que é visto com prazer<br />

e especial apreço como algo digno <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> admiração». O termo «tapuia»<br />

era uma <strong>de</strong>nominação genérica utilizada<br />

pelos primeiros colonos europeus para os<br />

diversos grupos <strong>de</strong> índios, culturalmente<br />

não uniformes, que viviam nas terras do<br />

Brasil Oriental.<br />

BRASIL<br />

63

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