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CHINA 56 DEUSA-MÃE COM MENINO Província de Fujian, China, dinastia Ming, final do século XVI ou início do século XVII Marfim, vestígios de tinta ou laca 19,5 cm Museu Estatal Hermitage, Sampetersburgo | LN-939 A expansão e missionação católicas na China e nas ilhas do Sudeste Asiático provocou, no final do século XVI, uma considerável produção de imagens que aliava o espírito da encomenda europeia à forte tradição escultórica local. Com vestes reconhecidamente chinesas, esta escultura terá sido diferentemente interpretada por budistas ou por cristãos. De traços característicos das peças do período Ming tardio, este tipo de representação era invulgar na escultura religiosa chinesa, sendo até possível que esta imagem tenha sido executada como uma Virgem e o Menino encomendada por portugueses. Na China, ela teria sido identificada com Guanyin, divindade protectora das crianças e patrona das mulheres que pretendiam descendência masculina. Interpretação e forma da figura remontam à iconografia budista e às imagens e esculturas pintadas chinesas pelo que o Bodhisattva original do panteão budista se transformou numa graciosa deusa-mãe da religião popular, de rosto redondo como a Lua cheia. 46 47 TAÇA Jingdezhen, província de Jiangxi, China, dinastia Ming, segundo quartel do século XVI Porcelana com decoração azul-cobalto sob vidrado 10,8 x Ø 25,5 cm Casa-Museu da Fundação Medeiros e Almeida, Lisboa | FMA 814 Anteriormente na colecção do duque de Leeds, esta taça combina os muitos símbolos da presença portuguesa na China com um motivo puramente chinês, um leão budista a brincar com uma bola. No interior do bordo corre a inscrição ave maria gracia plena («Ave Maria, cheia de graça»). No exterior figuram o monograma sagrado «IHS», as armas portuguesas com cinco escudetes, a esfera armilar de D. Manuel I, e uma paisagem chinesa. Na base tem uma marca espúria do reinado de Xuande (1426-35). A maioria dos elementos referidos são conhecidos em várias outras peças, como por exemplo o leão budista em porcelanas do reinado de Zhengde (1505-21) e Jiajing (1521-67), tendo sido também produzidas outras taças com forma e decoração geral muito semelhantes. CHINA 57

CHINA<br />

56<br />

DEUSA-MÃE<br />

COM MENINO<br />

Província <strong>de</strong> Fujian, China,<br />

dinastia Ming, final do século XVI<br />

ou início do século XVII<br />

Marfim, vestígios <strong>de</strong> tinta ou laca<br />

19,5 cm<br />

Museu Estatal Hermitage, Sampetersburgo<br />

| LN-939<br />

A expansão e missionação católicas na<br />

China e nas ilhas do Su<strong>de</strong>ste Asiático<br />

provocou, no final do século XVI, uma<br />

consi<strong>de</strong>rável produção <strong>de</strong> imagens que<br />

aliava o espírito da encomenda europeia à<br />

forte tradição escultórica local.<br />

Com vestes reconhecidamente chinesas,<br />

esta escultura terá sido diferentemente<br />

interpretada por budistas ou por cristãos.<br />

De traços característicos das peças<br />

do período Ming tardio, este tipo <strong>de</strong><br />

representação era invulgar na escultura<br />

religiosa chinesa, sendo até possível que<br />

esta imagem tenha sido executada como<br />

uma Virgem e o Menino encomendada<br />

por portugueses. Na China, ela teria sido<br />

i<strong>de</strong>ntificada com Guanyin, divinda<strong>de</strong><br />

protectora das crianças e patrona das<br />

mulheres que pretendiam <strong>de</strong>scendência<br />

masculina. Interpretação e forma da figura<br />

remontam à iconografia budista e às<br />

imagens e esculturas pintadas chinesas<br />

pelo que o Bodhisattva original do panteão<br />

budista se transformou numa graciosa<br />

<strong>de</strong>usa-mãe da religião popular, <strong>de</strong> rosto<br />

redondo como a Lua cheia.<br />

46 47<br />

TAÇA<br />

Jing<strong>de</strong>zhen, província<br />

<strong>de</strong> Jiangxi, China, dinastia Ming,<br />

segundo quartel do século XVI<br />

Porcelana com <strong>de</strong>coração azul-cobalto<br />

sob vidrado<br />

10,8 x Ø 25,5 cm<br />

Casa-Museu da Fundação Me<strong>de</strong>iros<br />

e Almeida, Lisboa | FMA 814<br />

Anteriormente na colecção do duque<br />

<strong>de</strong> Leeds, esta taça combina os muitos<br />

símbolos da presença portuguesa na China<br />

com um motivo puramente chinês, um<br />

leão budista a brincar com uma bola. No<br />

interior do bordo corre a inscrição<br />

ave maria gracia plena («Ave Maria,<br />

cheia <strong>de</strong> graça»). No exterior figuram<br />

o monograma sagrado «IHS», as armas<br />

portuguesas com cinco escu<strong>de</strong>tes, a<br />

esfera armilar <strong>de</strong> D. Manuel I, e uma<br />

paisagem chinesa.<br />

Na base tem uma marca espúria do<br />

reinado <strong>de</strong> Xuan<strong>de</strong> (1426-35).<br />

A maioria dos elementos referidos são<br />

conhecidos em várias outras peças, como<br />

por exemplo o leão budista em porcelanas<br />

do reinado <strong>de</strong> Zheng<strong>de</strong> (1505-21) e Jiajing<br />

(1521-67), tendo sido também produzidas<br />

outras taças com forma e <strong>de</strong>coração geral<br />

muito semelhantes.<br />

CHINA<br />

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