GUIA BREVE EXPOSIÇÃO - Turismo de Portugal
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EUROPA l ANIMAIS E PLANTAS EXÓTICAS<br />
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LEÃO<br />
Albrecht Dürer (1471-1528)<br />
Bruxelas, 1521<br />
Aguarela e guache sobre velino<br />
17,7 x 28,8 cm<br />
Albertina, Viena | 3173<br />
Graças ao Diário da sua Viagem aos Países<br />
Baixos (1520-21) sabe-se que em 1521 Dürer<br />
viu e <strong>de</strong>senhou leões em Ghent, animais<br />
que se haviam tornado uma atracção<br />
popular no início do século XVI, e que<br />
<strong>de</strong>scendiam <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> animais<br />
pertencentes a um talhante local, um<br />
século antes. Em 1520, o pintor também já<br />
vira leões em Bruxelas no famoso parque<br />
<strong>de</strong> animais, o Waran<strong>de</strong>, por trás do palácio<br />
real. Desta aguarela <strong>de</strong> Viena, uma entre<br />
vários <strong>de</strong>senhos (leão, leoa, lince europeu,<br />
camurça) que terão sido executados pela<br />
mesma altura, é bem conhecido o rasto<br />
ao longo dos tempos: colecção Imhoff,<br />
Nurenberga, 1588, imperador Rudolfo II,<br />
registo <strong>de</strong> 1783, colecção do duque<br />
A. von Sachsen-Teschen, que está na<br />
origem <strong>de</strong> parte da colecção da Galeria<br />
Albertina.<br />
Na precisão da representação do natural,<br />
este leão <strong>de</strong> Dürer é uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong><br />
espírito científico e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> face à<br />
percepção da realida<strong>de</strong>.<br />
19 20<br />
HANNO, O ELEFANTE<br />
Escola <strong>de</strong> Rafael<br />
Roma, Itália, 1514-1516<br />
Pena e tinta sobre papel<br />
27,8 x 28,5 cm<br />
Staatliche Museen zu Berlin,<br />
Kupferstichkabinett | KDZ 17949<br />
A embaixada que D. Manuel I enviou<br />
ao papa Leão X, em 1514, presidida por<br />
Tristão da Cunha, incluía um elefante<br />
branco que o rei <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> recebera<br />
do rei <strong>de</strong> Cochim. O êxito da missão<br />
diplomática foi assinalado pela oferta da<br />
rosa papal a <strong>Portugal</strong> e Hanno, símbolo<br />
da extensão da fé cristã propagada<br />
pelos portugueses, foi mantido<br />
nos Jardins do Belve<strong>de</strong>re, Vaticano,<br />
tornando-se no animal <strong>de</strong> estimação<br />
<strong>de</strong> Sua Santida<strong>de</strong>. Quatro anos volvidos<br />
e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito festejado, o animal<br />
morreu. O <strong>de</strong>sgosto do Papa levou-o a<br />
escrever um epitáfio em latim e a pedir<br />
a Rafael que o imortalizasse em fresco,<br />
à escala real, numa torre <strong>de</strong> entrada da<br />
Cida<strong>de</strong> pontifícia. Este Hanno é uma<br />
das duas cópias existentes do <strong>de</strong>senho<br />
preparatório do pintor para o fresco que<br />
se per<strong>de</strong>u. À dimensão naturalista da<br />
representação acrescenta-se a dimensão<br />
do animal, expressa no <strong>de</strong>senho: 2,33 m<br />
(10 palmi) <strong>de</strong> altura e 4,95 m (22 palmi )<br />
<strong>de</strong> comprimento.<br />
EUROPA l ANIMAIS E PLANTAS EXÓTICAS<br />
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