GUIA BREVE EXPOSIÇÃO - Turismo de Portugal
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EUROPA l NAVEGAÇÃO<br />
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ASTROLÁBIO NÁUTICO<br />
SÃO JULIÃO DA BARRA III,<br />
PERTENCENTE À NAU NOSSA<br />
SENHORA DOS MÁRTIRES<br />
<strong>Portugal</strong>, 1605<br />
Latão<br />
Ø 17,4 cm<br />
IGESPAR, em <strong>de</strong>pósito no<br />
Museu <strong>de</strong> Marinha, Lisboa | IN-II-174<br />
Versão simplificada do astrolábio<br />
planisférico da Grécia Antiga, a utilização<br />
do astrolábio náutico resultou da<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calcular a latitu<strong>de</strong> por<br />
meio da altura da Estrela Polar ou do Sol.<br />
Tal facto <strong>de</strong>veu-se à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma<br />
nova rota pelos portugueses, a «Volta<br />
pelo Largo» ou «Volta da Mina», que partia<br />
geralmente <strong>de</strong> S. Jorge da Mina,<br />
afastando-se da costa e passando próximo<br />
dos Açores. Este trajecto permitia vencer<br />
os ventos contrários nas viagens <strong>de</strong><br />
regresso do sul.<br />
O astrolábio náutico é composto por uma<br />
roda com dois diâmetros perpendiculares<br />
nos quais gira uma alida<strong>de</strong> provida <strong>de</strong> duas<br />
pínulas com dois orifícios que permitiam<br />
a observação do astro. A altura era lida<br />
na escala gravada no instrumento que se<br />
pendurava pelo anel <strong>de</strong> suspensão.<br />
Este astrolábio recebeu o nome do local<br />
on<strong>de</strong> foi encontrado e da nau portuguesa<br />
Nossa Senhora dos Mártires a que<br />
pertencia, respeitando o método usual <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>nominação <strong>de</strong>stes instrumentos.<br />
05 06<br />
LIVRO DE TRAÇAS<br />
DE CARPINTARIA<br />
Manuel Fernan<strong>de</strong>s<br />
<strong>Portugal</strong>, 1616<br />
Tinta e cor sobre papel<br />
46,7 x 75,5 cm (dupla página aberta)<br />
Biblioteca da Ajuda, Lisboa | BA 52-XIV -21<br />
Abrindo com um auto-retrato do seu<br />
presumível autor, Manuel Fernan<strong>de</strong>s, e<br />
a data <strong>de</strong> 1616, o Livro contém a maior<br />
compilação <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos técnicos<br />
<strong>de</strong> arquitectura naval conhecida até<br />
aos inícios dos séculos XVII (mais <strong>de</strong><br />
trezentos), ilustrando os regimentos<br />
escritos para a construção <strong>de</strong> navios que<br />
os prece<strong>de</strong>m. É todavia uma obra <strong>de</strong><br />
aparato porque alguns erros mostram<br />
que não podia ser usada pelos mestres<br />
do ofício, tendo sido certamente<br />
preparada enquanto oferta a uma<br />
personagem ilustre.<br />
Levantando assim muitas dúvidas<br />
quanto à sua origem, verda<strong>de</strong>ira autoria<br />
e intenção, tal em nada diminui o<br />
seu valor enquanto testemunho <strong>de</strong><br />
eleição das características dos navios<br />
portugueses do início do século XVII,<br />
e o lugar ímpar que <strong>de</strong>tém na<br />
documentação técnica <strong>de</strong> arquitectura<br />
naval europeia do período.<br />
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