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Alfabetização e escola em Portugal no século XX: Censos ...

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QUADRO 7<br />

Competências literácitas e profissões da geração dos avôs, formas e t<strong>em</strong>pos de obtenção<br />

Cap. Lit. Masc. Profissão F<strong>em</strong>. Profissão Freq.<br />

Analfabeto s<strong>em</strong> <strong>escola</strong> 1 1 doméstica/ 1<br />

agricultora<br />

Analfabeto com <strong>escola</strong> 2 2 domésticas/ 2<br />

agricultoras<br />

Escola s<strong>em</strong> diploma 2 2 domésticas/ 2<br />

agricultoras<br />

Diploma período <strong>no</strong>rmal 6 marceneiro 3 3 domésticas/ 9<br />

de <strong>escola</strong> (3.ª ou 4.ª classe) pedreiro<br />

barbeiro<br />

cantoneiro<br />

sapateiro<br />

carpinteiro/<br />

agricultor<br />

Diploma adulto (3.ª ou 4 3 pedreiros 2 1 modista 6<br />

4.ª classe) 1 motorista 1 doméstica<br />

in Simões, 1998, p. 92.<br />

As diferenças <strong>no</strong> acesso à <strong>escola</strong>ridade <strong>em</strong><br />

função do sexo, mantêm-se fortes nesta geração<br />

de avôs, ao verificarmos que os dez homens<br />

obtêm um diploma de ensi<strong>no</strong> primário, apesar de<br />

quatro o fazer<strong>em</strong> <strong>em</strong> idade adulta, e apenas cinco<br />

mulheres obtêm o mesmo diploma, duas das<br />

quais num período pós <strong>escola</strong>r.<br />

Finalmente e comparando as duas gerações,<br />

<strong>no</strong>ta-se um progresso <strong>no</strong>tável na alfabetização de<br />

uma para outra geração. Com efeito, a taxa de<br />

analfabetismo baixa de 64% na geração dos bisavôs<br />

para 15% na geração dos avôs.<br />

A este progresso não será estranha as diferenças<br />

encontradas nas profissões da geração dos<br />

bisavôs e dos avôs.<br />

Na verdade, dos pais e mães da geração dos<br />

avôs, trinta dos trinta e <strong>no</strong>ve indivíduos, entre<br />

homens e mulheres, tinham profissões ligadas ao<br />

campo, quer se tratasse de agricultores jornaleiros,<br />

agricultores serradores, serradores, domésticas<br />

agricultoras ou domésticas madeireiras e só<br />

<strong>no</strong>ve tinham profissões mais urbanas e «profissionais»,<br />

como o pedreiro o marceneiro o carvo-<br />

eiro o barbeiro e <strong>no</strong> caso das mulheres, a doméstica.<br />

Os seus filhos, e sobretudo os filhos-homens<br />

mudaram claramente de estatuto, as dez profissões<br />

encontradas sendo todas ligadas a profissões<br />

mais ou me<strong>no</strong>s urbanas. Quanto às filhas,<br />

nesta geração de avós, elas mantém-se na sua<br />

generalidade agarradas a um estatuto inter<strong>no</strong> à<br />

casa e ao trabalho agrícola, oito delas sendo classificadas<br />

como domésticas agricultoras, as excepções<br />

sendo uma modista e outra doméstica<br />

apenas.<br />

Parece evidente destas transformações profissionais<br />

que se registam de uma para outra geração,<br />

que a exploração da terra como meio<br />

único de subsistência se vai tornando cada vez<br />

mais difícil, e este facto vai <strong>em</strong>purrando os homens<br />

na busca de outras profissões e ofícios enquanto<br />

as mulheres continuam ligadas à exploração<br />

da parcela familiar.<br />

Estas diferenças claras <strong>no</strong>s caminhos percorridos<br />

por homens e por mulheres, justificam por<br />

um lado a as diferenças encontradas nas habilita-<br />

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