admissões para o ano lectivo de 2010/2011 - Instituto Pupilos do ...
admissões para o ano lectivo de 2010/2011 - Instituto Pupilos do ...
admissões para o ano lectivo de 2010/2011 - Instituto Pupilos do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Caros leitores,<br />
A pouco e pouco vamos crescen<strong>do</strong>, vemos um futuro próximo muito<br />
melhor <strong>do</strong> que estávamos habitua<strong>do</strong>s a ver. Os cursos profissionais,<br />
implementa<strong>do</strong>s neste novo <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, remontam à história da nossa<br />
casa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação e são estes que vão ditar o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong> IMPE<br />
sem nunca esquecer que o seu primordial objectivo é “formar cidadãos<br />
úteis à pátria”.<br />
Esta socieda<strong>de</strong> em constante evolução não tem poupa<strong>do</strong>, críticas, mas<br />
o que importa <strong>de</strong> facto é a passagem <strong>de</strong> valores intemporais feita nesta<br />
casa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação e que torna o aluno <strong>do</strong> IMPE, o verda<strong>de</strong>iro<br />
pilão, num homem reconheci<strong>do</strong> pelo seu carácter e pelo seu rigor ético.<br />
A vida <strong>de</strong> cada um é profundamente marcada pela sua passagem pelo<br />
<strong>Instituto</strong>, quer em termos pessoais quer em termos profissionais.<br />
No 99º <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, os 150 alunos <strong>do</strong> IMPE, cheios <strong>de</strong> ambição,<br />
recordam o principal objectivo que norteia a sua efémera passagem por<br />
esta casa: estudar.<br />
Há que tirar boas notas, brilhar, <strong>para</strong> assim elevarmos cada vez mais<br />
este nosso lar, pois, nos tempos que correm e aos olhos da socieda<strong>de</strong>, o<br />
importante é o sucesso académico. Deste mo<strong>do</strong>, à formação <strong>de</strong> indivíduos<br />
íntegros, acrescentaremos o trabalho producente, fazen<strong>do</strong> com que o<br />
caminho <strong>para</strong> o sucesso esteja já <strong>de</strong>linea<strong>do</strong>.<br />
Caros alunos, a nossa missão como pilões é, sobretu<strong>do</strong>, preservar a<br />
nossa casa. Mais <strong>do</strong> que nunca, a camaradagem é necessária <strong>para</strong> que<br />
juntos ultrapassemos as dificulda<strong>de</strong>s e os obstáculos que se atravessarem<br />
no nosso caminho. E repito: “ saibamos lidar com os problemas sempre<br />
<strong>de</strong> cabeça erguida”, porque <strong>de</strong> nós <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o futuro <strong>do</strong> pilão.<br />
“Querer é Po<strong>de</strong>r”<br />
Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />
Diogo Ruivo,<br />
nº 62/06<br />
EDITORIAL<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 3
EFEMÉRIDES<br />
As celebrações por ocasião <strong>do</strong> 98º aniversário <strong>do</strong> IMPE<br />
<strong>de</strong>correram nos dias 24 e 25 <strong>de</strong> Maio.<br />
No dia 24 <strong>de</strong> Maio teve lugar o <strong>de</strong>sfile <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos no<br />
centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa. Presidiu a esta cerimónia o Ex.mo<br />
Comandante da Instrução e Doutrina, Ten – Gen. Vaz Antunes.<br />
Depois <strong>do</strong> <strong>de</strong>sfile houve a celebração da Eucaristia, <strong>de</strong> sufrágio<br />
e <strong>de</strong> Acção <strong>de</strong> Graças na<br />
Igreja <strong>de</strong> S. Domingos no<br />
Rossio. A celebração foi<br />
presidida pelo Capelão <strong>do</strong><br />
<strong>Instituto</strong> e animada pelo<br />
Grupo Coral e Instrumental<br />
<strong>do</strong> IMPE.<br />
As celebrações terminaram<br />
com um almoço convívio<br />
que reuniu alunos e ex<br />
– alunos <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
No dia 25, dia <strong>do</strong> IMPE, as cerimónias tiveram lugar na 1ª<br />
Secção e foram presididas pelo Ex.mo Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da<br />
Defesa e <strong>do</strong>s Assuntos <strong>do</strong> Mar, Dr. João Mira Gomes.<br />
Transcrevemos a homília proferida pelo Capelão <strong>do</strong> IMPE<br />
no dia 24 <strong>de</strong> Maio e o discurso <strong>do</strong> Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> no dia 25<br />
<strong>de</strong> Maio.<br />
4<br />
Comemoração <strong>do</strong> Aniversário<br />
<strong>do</strong> IMPE<br />
Homília <strong>do</strong> Dia <strong>do</strong> IMPE<br />
Celebramos hoje a Solenida<strong>de</strong> da Ascenção <strong>do</strong> Senhor.<br />
Depois <strong>de</strong> ter Ressuscita<strong>do</strong>, e ter apareci<strong>do</strong> aos seus discípulos,<br />
quarenta dias após ter ressurgi<strong>do</strong> <strong>do</strong> sepulcro, e perante os<br />
seus discípulos, Jesus subiu ao Céu, ante a estupefacção <strong>do</strong>s<br />
que o viam <strong>de</strong>saparecer entre as nuvens <strong>do</strong> Céu. É assim,<br />
e como ouvimos, que o livro <strong>do</strong>s Actos <strong>do</strong>s Apóstolos nos<br />
<strong>de</strong>screve esta se<strong>para</strong>ção entre Jesus e os seus.<br />
Gostava <strong>de</strong> meditar convosco sobre o sentimento que<br />
terá atravessa<strong>do</strong> o coração <strong>do</strong>s seus discípulos nesse dia.<br />
Talvez nos aju<strong>de</strong> tomar um texto, uma poesia, que a versão<br />
portuguesa da Liturgia das Horas nos propõe <strong>para</strong> a oração<br />
litúrgica <strong>de</strong>ste dia:<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Depois que triunfou no alto ma<strong>de</strong>iro<br />
Da morte e <strong>do</strong> inferno que venceu,<br />
O nosso bom Jesus, manso Cor<strong>de</strong>iro,<br />
Que por nós nele a vida ofereceu,<br />
Levou cativo o nosso cativeiro,<br />
Subin<strong>do</strong> <strong>para</strong> o Céu, <strong>do</strong>n<strong>de</strong> <strong>de</strong>sceu:<br />
Em pago <strong>de</strong> nos dar a liberda<strong>de</strong><br />
Demos-lhe nós a nossa sauda<strong>de</strong>.<br />
O sentimento que o autor nos propõe é peculiar à alma<br />
portuguesa. É a palavra sauda<strong>de</strong> que nos é proposta como<br />
aquela que mais se ajusta ao que o coração <strong>do</strong>s discípulos<br />
<strong>de</strong> Jesus terá senti<strong>do</strong> no momento <strong>de</strong>sta se<strong>para</strong>ção. Não só<br />
a celebração da Ascensão, como também a festivida<strong>de</strong> que<br />
trouxe aqui uma comunida<strong>de</strong> que hoje celebra os seus 98 <strong>ano</strong>s<br />
<strong>de</strong> existência, traz ao coração <strong>de</strong> muita gente aqui presente um<br />
certo sentimento <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>.<br />
O que é afinal a sauda<strong>de</strong>, essa palavra que sempre<br />
ouvimos ser intraduzível em qualquer outra língua e que traduz<br />
a alma mater lusitana. Sempre me lembro daquela história <strong>de</strong><br />
um <strong>do</strong>s meus velhos livros da instrução primária que contava<br />
a morte <strong>de</strong> um emigrante cuja sorte não permitiu voltar à sua<br />
terra. Ao sentir o momento da partida chegar, chamou um<br />
sacer<strong>do</strong>te <strong>para</strong> o ajudar no trânsito. Este ao chegar encontrou<br />
naquela casa pobre, já que a fortuna não tinha si<strong>do</strong> pródiga na<br />
vida <strong>de</strong>ste homem, apenas um objecto <strong>de</strong> luxo, um relógio que<br />
emitia suave melodia ao bater a cadência das horas. Interroga<strong>do</strong><br />
sobre o porquê <strong>de</strong>ste objecto, o homem respondia que este<br />
relógio, sua gran<strong>de</strong> e única riqueza emitia o som apelativo igual<br />
ao <strong>do</strong> sino da igreja paroquial da sua terra distante.<br />
Nunca me esqueci <strong>de</strong>sta história simples que tão bem<br />
<strong>de</strong>fine alma <strong>do</strong> homem português. João <strong>de</strong> Deus escreveu que<br />
a sauda<strong>de</strong> é:<br />
Tu és o colo<br />
On<strong>de</strong> me embalo,<br />
E acho consolo,<br />
Mimo e regalo:<br />
Mas afinal que é a sauda<strong>de</strong>, que nos po<strong>de</strong> ela trazer<br />
como mais-valia na nossa vida? A sauda<strong>de</strong> tem a ver com a<br />
construção da nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Marca<strong>do</strong>s pelo passa<strong>do</strong> que<br />
não tolhe o futuro, recorda-nos, num actualizar constante,<br />
o que somos porque sabemos <strong>de</strong> on<strong>de</strong> viemos, e, por isso,<br />
sabemos <strong>para</strong> on<strong>de</strong> vamos. Temos sauda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s nossos
Pais, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> eles por inexorável lei da vida partem,<br />
porque a sua memória que estremece o nosso coração, nos<br />
lembra fibra <strong>de</strong> que somos feitos; o mesmo se diga da nossa<br />
terra, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>la migramos, a nossa casa <strong>de</strong> infância e, neste<br />
caso a instituição na qual fomos forma<strong>do</strong>s. É bom termos<br />
sauda<strong>de</strong>s porque isso é reconhecer que alguma coisa rasgou,<br />
com estilete bem agu<strong>do</strong>, traços imperdíveis no caminho da<br />
nossa vida. Ter sauda<strong>de</strong> é trazer à mente pelo caminho <strong>do</strong><br />
coração aquilo que, <strong>de</strong> facto, marca o nosso ser <strong>para</strong> além das<br />
fachadas conjunturais que tomamos.<br />
Mas a sauda<strong>de</strong> acicata em nós o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> um ir mais<br />
além, embala<strong>do</strong> num sonho que orienta e inspira. No caminho<br />
<strong>de</strong> fé, a sauda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s discípulos sempre se traduziu num<br />
<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> trilhar caminhos que impulsionaram a ir mais além<br />
e mais acima numa progressão. Na linguagem chã e simples<br />
<strong>de</strong> criança, Jacinta pedia ao pequeno Francisco, mina<strong>do</strong> pela<br />
<strong>do</strong>ença e com morte anunciada como eminente, que <strong>de</strong>sse<br />
muitas sauda<strong>de</strong>s a Nosso Senhor e a Nossa Senhora, e isto<br />
queria dizer <strong>de</strong>ssa proximida<strong>de</strong> espiritual a quem inspirava a sua<br />
vida. A sauda<strong>de</strong> cria o <strong>de</strong>sejo,<br />
dinâmica que faz mover no<br />
senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> melhor, <strong>do</strong> mais<br />
belo, <strong>do</strong> mais nobre, A fasquia<br />
baixa que, às vezes, move<br />
as nossas vidas torna-nos<br />
sur<strong>do</strong>s ao apelo que o <strong>de</strong>sejo<br />
marca<strong>do</strong> pela sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
valores e i<strong>de</strong>ais, que pessoas<br />
e instituições marcaram a<br />
nossa vida. Não resisto a<br />
<strong>de</strong>ixar, como pergunta dirigida<br />
aos ex-alunos <strong>do</strong> IMPE, se<br />
na vossa vida i<strong>de</strong>ais nasci<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> experiências feitas, e hoje<br />
trazi<strong>do</strong>s à vossa memória pela<br />
nostalgia da sauda<strong>de</strong>, ainda<br />
continuam a ser inspira<strong>do</strong>res das vossas vidas. A sauda<strong>de</strong> é o<br />
apelo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sejo, <strong>de</strong> uma se<strong>de</strong> que nunca fica saciada <strong>de</strong><br />
se ser melhor.<br />
Sauda<strong>de</strong> é o fundamento <strong>de</strong> projectos que unem passa<strong>do</strong><br />
presente e futuro numa ligação enriquece<strong>do</strong>ra e unificante <strong>de</strong><br />
uma única vida. Sauda<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> nem <strong>de</strong>ve ser sau<strong>do</strong>sismo<br />
estéril, não é nem po<strong>de</strong> ser o recriar <strong>de</strong> um passa<strong>do</strong> sem critério,<br />
que sabemos nunca po<strong>de</strong>rá ser repeti<strong>do</strong>. Nem sequer <strong>de</strong>ve<br />
ser arremeda<strong>do</strong>, <strong>para</strong> tomar um provincianismo da minha terra<br />
<strong>para</strong> exprimir uma imitação cujo resulta<strong>do</strong> é jocoso. Sauda<strong>de</strong><br />
não po<strong>de</strong> ser sentimento que tolha o passo, mas distensão <strong>do</strong><br />
arco que permita o arremesso da flecha que procura o alvo.<br />
A celebração <strong>de</strong> hoje fala <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>, <strong>para</strong> muitos que aqui<br />
hoje vieram, as fardas <strong>do</strong>s alunos <strong>do</strong> IMPE, o porte garboso da<br />
guarda <strong>de</strong> honra, a emoção das vozes <strong>do</strong>s seus jovens que<br />
canta a força da sua juventu<strong>de</strong>, faz bater com compasso mais<br />
forte o ritmo <strong>de</strong> alguns corações, aqueci<strong>do</strong>s por memórias<br />
sau<strong>do</strong>sas. Que vamos fazer <strong>de</strong>sse manancial <strong>de</strong> força que a<br />
sauda<strong>de</strong> nos traz? Deixar que ela seja um sentimento fugaz,<br />
que passa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se secarem os olhos mareja<strong>do</strong>s.<br />
Os discípulos que viram o seu Senhor partir, não ficaram<br />
por muito tempo a olhar <strong>para</strong> o Céu, <strong>de</strong> Jerusalém partiram<br />
<strong>para</strong> o mun<strong>do</strong> inteiro a anunciar um projecto, vivo na memória<br />
sau<strong>do</strong>sa <strong>do</strong>s seus corações. E nós?<br />
A resposta é <strong>de</strong> cada um…<br />
EFEMÉRIDES<br />
Discurso <strong>do</strong> Director no Aniversário<br />
<strong>do</strong> IMPE<br />
Senhor Secretário <strong>de</strong><br />
Esta<strong>do</strong> da Defesa Nacional e<br />
Assuntos <strong>do</strong> Mar<br />
Aceitou V. Exª presidir a<br />
esta cerimónia, o que muito<br />
honra o <strong>Instituto</strong> Militar <strong>Pupilos</strong><br />
<strong>do</strong> Exército que interpreta<br />
na presença <strong>do</strong> ilustre<br />
responsável político pela<br />
Defesa Nacional o interesse<br />
e apoio governativo pela<br />
sua missão. Agra<strong>de</strong>cemos<br />
esse estímulo como ficamos<br />
reconheci<strong>do</strong>s pelo esforço<br />
que continuará a fazer <strong>para</strong><br />
<strong>do</strong>tar este <strong>Instituto</strong> <strong>do</strong>s meios<br />
necessários ao exercício das tarefas que lhe estão cometidas.<br />
Senhor General Chefe <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>do</strong> Exército<br />
Meu General Chefe<br />
Permita-me que expresse a V. Exª o nosso reconhecimento<br />
pelo interesse que, claramente, tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> por este<br />
<strong>Instituto</strong> através <strong>de</strong> um acompanhamento muito próximo sobre<br />
o novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> formação, sua inserção na socieda<strong>de</strong>, bem<br />
como na sustentação <strong>de</strong>sta já provecta Casa. Essa atitu<strong>de</strong><br />
empenhada na vida <strong>do</strong> IMPE, por parte <strong>de</strong> V. Exª, merece<br />
uma retribuição <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s nós, que será a <strong>de</strong> continuar a ter<br />
expressão na forma <strong>de</strong> afirmar a natureza e <strong>de</strong> exercer as<br />
competências que constam nos <strong>de</strong>cretos regulamentares que<br />
<strong>de</strong>ram corpo ao nosso <strong>Instituto</strong>.<br />
Senhor Ten General<br />
Comandante <strong>de</strong> Instrução<br />
e Doutrina<br />
Meu General e<br />
Comandante<br />
Sente-se o IMPE<br />
muito honra<strong>do</strong> com a<br />
vossa ilustre presença,<br />
e pela atenção e<br />
relevância que este<br />
Estabelecimento Militar<br />
<strong>de</strong> Ensino tem mereci<strong>do</strong>,<br />
por parte <strong>de</strong> V.Exa.<br />
Igualmente pela amiza<strong>de</strong><br />
e carinho <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s<br />
a esta Instituição, não<br />
só por palavras, mas<br />
sobretu<strong>do</strong> por actos. Não<br />
posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> muito<br />
especialmente agra<strong>de</strong>cer a honra conferida ao <strong>Instituto</strong> ao<br />
presidir, ontem, às cerimónias na Praça D.Pedro IV e na Igreja<br />
<strong>de</strong> S. Domingos, actos cujos ritos terão propicia<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s<br />
os presentes a vivência <strong>de</strong> inesquecíveis momentos ricos <strong>de</strong><br />
espiritualida<strong>de</strong> e prenhes <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 5
EFEMÉRIDES<br />
Senhor Maj Gen Director <strong>de</strong> Educação, caro e velho<br />
amigo.<br />
Embora uni<strong>do</strong>s por um leal e são companheirismo com<br />
mais <strong>de</strong> três décadas quero publicamente relevar a palavra<br />
amiga e permanente disponibilida<strong>de</strong> na tentativa <strong>de</strong> solucionar<br />
qualquer potencial problema com que nos pudéssemos<br />
<strong>de</strong><strong>para</strong>r.<br />
Senhor Verea<strong>do</strong>r da Câmara Municipal <strong>de</strong> Lisboa<br />
Com a vossa presença é-nos dada uma prova <strong>de</strong><br />
consi<strong>de</strong>ração e simpatia que não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
publicamente vos agra<strong>de</strong>cer reconhecidamente.<br />
Senhores Oficiais Generais, Antigos Directores<br />
Meus Generais<br />
Presto-vos aqui a minha homenagem e expresso a minha<br />
admiração, garantin<strong>do</strong>-vos que continuaremos nós, vossos<br />
her<strong>de</strong>iros, a tu<strong>do</strong> fazer <strong>para</strong> manter a nossa Instituição ao mais<br />
alto nível a que o vosso trabalho a guin<strong>do</strong>u.<br />
• Exmo. Senhor Director Geral <strong>do</strong> Pessoal e Recrutam Militar;<br />
• Exmo. Senhor Presi<strong>de</strong>nte da Agência Nacional <strong>para</strong> a<br />
Qualificação;<br />
• Exmos. Senhores Oficiais Generais e Almirantes;<br />
• Exmo. Senhor Director <strong>do</strong> Colégio Militar;<br />
• Exma. Senhora Directora <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Odivelas;<br />
• Exmos Senhores Comandantes e Directores <strong>de</strong> U/ E / O;<br />
• Exmos Senhores Representantes <strong>do</strong>s Conselhos<br />
Executivos <strong>do</strong> ISEL e ISCAL;<br />
• Exmos Senhores Representantes <strong>do</strong>s Conselhos Directivos<br />
6<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
das Escolas Secundárias e Colégio circunvizinhos<br />
• Exmos. Senhores Presi<strong>de</strong>ntes das Associações: <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong><br />
Exército, e <strong>de</strong> Pais e Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Educação;<br />
Ilustres Entida<strong>de</strong>s Convidadas<br />
Minhas Senhoras e meus Senhores<br />
Sem a vossa presença esta cerimónia não teria o lustre que<br />
ela lhe confere. É por nós entendida como sinal <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e<br />
consi<strong>de</strong>ração, corporizada na atenção que nos <strong>de</strong>votam e no<br />
papel que, ao longo <strong>do</strong>s <strong>ano</strong>s, o IMPE vem levan<strong>do</strong> a cabo. A<br />
to<strong>do</strong>s o nosso Muito Obriga<strong>do</strong>.<br />
Estima<strong>do</strong>s Camaradas, Docentes e Funcionários <strong>do</strong><br />
<strong>Instituto</strong> Militar <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />
Caros Alunos e Ex- Alunos<br />
Que o dia <strong>de</strong> hoje possa constituir, <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s nós, uma<br />
jornada <strong>de</strong> salutar convívio, e em que possam ser evocadas<br />
memórias e ensinamentos que, ao longo <strong>do</strong>s <strong>ano</strong>s, vêm<br />
aglutinan<strong>do</strong> as pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste secular edifício que é o IMPE.<br />
E que esse entrecruzar <strong>de</strong> gerações, renova<strong>do</strong> <strong>ano</strong> após<br />
<strong>ano</strong>, constitua o passar <strong>do</strong> testemunho e continue a contribuir<br />
<strong>para</strong> consolidar aquela “diferença” que caracteriza o espírito <strong>do</strong><br />
aluno PILÃO.<br />
Excelentíssimo Senhor Secretário Esta<strong>do</strong> da Defesa<br />
Nacional e Assuntos <strong>do</strong> Mar<br />
Meu General Chefe<br />
Meus Generais<br />
Ilustres convida<strong>do</strong>s<br />
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Em dia <strong>de</strong> Aniversário, <strong>para</strong> além da evocação histórica é<br />
também oportuno falar sobre o balanço <strong>do</strong> presente, traduzi<strong>do</strong><br />
na actuação colectiva levada a cabo ao longo <strong>do</strong> último <strong>ano</strong>,<br />
bem como pensar no futuro.<br />
Ao comemorarmos 98 <strong>ano</strong>s temos necessariamente <strong>de</strong><br />
nos centrarmos na nossa missão institucional, ten<strong>do</strong> esta <strong>de</strong> ser<br />
bebida nas suas origens, quan<strong>do</strong> o nosso funda<strong>do</strong>r, General<br />
António Xavier Correia Barreto, responsável pela pasta da<br />
Guerra <strong>do</strong> primeiro governo da jovem Republica, referia “ ser<br />
necessário criar homens que pelo trabalho e esforço próprios<br />
se mantenham na vida com in<strong>de</strong>pendência e dignida<strong>de</strong>; é<br />
preciso formar cidadãos úteis à pátria”.<br />
Assumiu o <strong>Instituto</strong> um carácter social, já que era <strong>de</strong>stina<strong>do</strong><br />
a receber, em regime <strong>de</strong> internato, os filhos das praças,<br />
sargentos e oficiais <strong>do</strong> Exército, quan<strong>do</strong> em difícil situação<br />
socio-económica, e um carácter tutelar, na medida em que lhe<br />
foi atribuída a guarda <strong>do</strong>s órfãos da família militar.<br />
Assumiu, ainda, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação um cariz<br />
profundamente profissionalizante, ten<strong>do</strong>, <strong>para</strong> o efeito,<br />
estrutura<strong>do</strong> o respectivo ensino nesse senti<strong>do</strong>.<br />
O <strong>de</strong>curso da história foi introduzin<strong>do</strong> alterações, algumas<br />
das quais bem profundas, na sua organização e funcionamento,<br />
todas elas traduzin<strong>do</strong> a sua adaptação às evoluções da vida<br />
social, às consequentes modificações <strong>do</strong>s processos e <strong>do</strong>s<br />
méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ensino, ao percurso político <strong>do</strong> País, e, ainda,<br />
às necessida<strong>de</strong>s das Forças Armadas, aspecto este que se<br />
consi<strong>de</strong>ra ser <strong>de</strong> relevar.<br />
O <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong>sempenhou ao longo da sua longa História um<br />
papel fulcral na pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> técnicos <strong>para</strong> a socieda<strong>de</strong> civil e<br />
militar, tornan<strong>do</strong>-se uma referência no p<strong>ano</strong>rama Nacional<br />
Vista a história importa passar a referir algo sobre o<br />
presente, que aquela nos ajuda a perceber, <strong>para</strong> po<strong>de</strong>rmos<br />
<strong>de</strong>pois pensar no futuro.<br />
É um facto que to<strong>do</strong>s estamos com a causa da Educação,<br />
e assim sen<strong>do</strong>, o nosso trabalho <strong>de</strong>ve constituir uma fonte<br />
<strong>de</strong> ensinamento que os jovens possam e <strong>de</strong>sejem fruir e que<br />
mostre a nossa preocupação <strong>para</strong> com eles. Muito <strong>para</strong> além<br />
<strong>do</strong>s conhecimentos técnico-cientificos que lhes possamos<br />
ministrar será o inculcar <strong>de</strong> um sadio carácter que lhes po<strong>de</strong>rá<br />
fortalecer a confiança no seu próprio po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Assim o apelo à generosida<strong>de</strong>, disponibilida<strong>de</strong> e senti<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> bem-fazer são parte integrante <strong>do</strong>s ensinamentos aqui<br />
ministra<strong>do</strong>s.<br />
Estamos a reorientar o mo<strong>de</strong>lo educativo - formativo<br />
<strong>para</strong> a área técnico profissional, como instrumento <strong>de</strong> apoio<br />
às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação e qualificação <strong>do</strong>s portugueses,<br />
ten<strong>do</strong> por factores potencia<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>ste sistema formativo,<br />
as Forças Armadas, as Indústrias <strong>de</strong> Defesa, a cooperação<br />
com os PALOP, o teci<strong>do</strong> empresarial <strong>de</strong> reconheci<strong>do</strong> interesse<br />
estratégico nacional, ou, ainda, outras entida<strong>de</strong>s que com o<br />
<strong>Instituto</strong> pretendam estabelecer parcerias na área <strong>do</strong> ensino.<br />
Reformulamos os conteú<strong>do</strong>s programáticos <strong>para</strong> Quatro<br />
cursos profissionais <strong>de</strong> nível 3, pois, queremos ser mais<br />
ambiciosos e, <strong>para</strong> além <strong>do</strong> que é exigi<strong>do</strong>, <strong>do</strong>tar os nossos<br />
alunos com conhecimentos que permitam efectuar os exames<br />
nacionais, se o <strong>de</strong>sejarem, em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> com os<br />
conteú<strong>do</strong>s programáticos <strong>do</strong> ensino regular.<br />
EFEMÉRIDES<br />
Também as realizações académicas se mantiveram e<br />
nalguns casos ultrapassaram, os níveis <strong>de</strong> <strong>ano</strong>s anteriores<br />
permitin<strong>do</strong>- nos salientar, entre outras:<br />
• Actuação <strong>do</strong> Grupo Coral e Instrumental, no encontro<br />
<strong>de</strong> coros <strong>do</strong>s Estabelecimentos Militares <strong>de</strong> Ensino, nas várias<br />
celebrações <strong>do</strong> IMPE e em outros locais <strong>para</strong> que foram<br />
convida<strong>do</strong>s;<br />
• Activida<strong>de</strong>s Desportivas com participações relevantes<br />
no Desporto Escolar e Fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> em diversas modalida<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> o <strong>de</strong> termos obti<strong>do</strong> o primeiro lugar em An<strong>de</strong>bol e<br />
Remo nalgumas categorias;<br />
• A<strong>de</strong>rimos ao Programa Eco-Escola, programa <strong>de</strong> âmbito<br />
Internacional que preten<strong>de</strong> encorajar acções no âmbito da<br />
educação ambiental;<br />
• Participámos no programa Escola Electrão, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a<br />
sensibilizar a comunida<strong>de</strong> escolar <strong>para</strong> a recolha e valorização<br />
<strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, ten<strong>do</strong><br />
si<strong>do</strong> recolhi<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 4000Kg <strong>de</strong> material quan<strong>do</strong> a média<br />
nacional por escola foi <strong>de</strong> 3000Kg;<br />
• Estivemos presentes em Feiras <strong>de</strong> Educação - Formação,<br />
nas cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Porto , Mafra, Seixal e Lisboa.<br />
No campo <strong>do</strong>s adultos, constituin<strong>do</strong>-se como que um<br />
novo vector <strong>de</strong> afirmação <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, registamos com agra<strong>do</strong><br />
a progressão <strong>de</strong> Boas Práticas nos aspectos meto<strong>do</strong>lógico<br />
e técnico <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> Reconhecimento, Validação e<br />
Certificação <strong>de</strong> Competências <strong>para</strong> a aprendizagem ao<br />
longo da vida <strong>do</strong>s adultos que se dirigem ao Centro Novas<br />
Oportunida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Exercito que se encontra inseri<strong>do</strong> no seio<br />
<strong>de</strong>stes ancestrais muros.<br />
Teve também o IMPE no <strong>ano</strong> 2008/2009 a missão <strong>de</strong><br />
ministrar a componente tecnológica <strong>do</strong>s cursos <strong>de</strong> formação<br />
<strong>de</strong> sargentos <strong>de</strong> electrónica e mecânica <strong>para</strong> o Exército.<br />
Em relação às infra-estruturas e ten<strong>do</strong> presente a<br />
longevida<strong>de</strong> das instalações bem como os escassos recursos<br />
financeiros foram feitos vários melhoramentos <strong>de</strong> que se<br />
<strong>de</strong>stacam:<br />
• A melhoria <strong>do</strong> conforto ambiental no Internato;<br />
• A beneficiação e monitorização da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água potável<br />
que permitirá economizar cerca <strong>de</strong> 20% <strong>do</strong> encargo anual;<br />
• A Colocação <strong>de</strong> Painéis Solares na Piscina que<br />
possibilitará uma redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> 50% em combustível;<br />
• A a<strong>do</strong>pção das medidas necessárias <strong>para</strong> a implantação<br />
<strong>do</strong> Pl<strong>ano</strong> tecnológico.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 7
EFEMÉRIDES<br />
Ninguém vive ou trabalha isoladamente, muito menos o<br />
fariam no IMPE. Essa a razão <strong>para</strong> reconhecer o inexcedível<br />
apoio que recebemos <strong>do</strong> escalão superior e <strong>de</strong> igual forma <strong>do</strong><br />
Coman<strong>do</strong> da Logística, especialmente da Direcção <strong>de</strong> Material<br />
e Transportes, Direcção <strong>de</strong> Aquisições e Direcção <strong>de</strong> Infraestruturas.<br />
Uma palavra muito especial <strong>para</strong> os Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
Educação e familiares <strong>do</strong>s nossos alunos na certeza que<br />
queremos, <strong>de</strong>sejamos e apreciamos a vossa colaboração e<br />
cada vez maior ligação connosco.<br />
Uma referência particular à Associação <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />
que se tem constituí<strong>do</strong> como instrumento fundamental, na<br />
divulgação, e valorização <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
Temos o nosso espaço no p<strong>ano</strong>rama da Educação<br />
Nacional, como atesta o nosso percurso, mas hoje mais <strong>do</strong> que<br />
nunca, numa socieda<strong>de</strong> em rápida mutação a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> preservar os valores da disciplina, ética, patriotismo,<br />
solidarieda<strong>de</strong> são cada vez mais prementes e não alienáveis<br />
em nenhuma circunstância.<br />
A dispensabilida<strong>de</strong> da prática <strong>de</strong>stes valores parece<br />
ser <strong>de</strong>spicien<strong>do</strong> falar, porque só análises dissimuladamente<br />
orientadas, <strong>para</strong> a sustentabilida<strong>de</strong> económica da Educação-<br />
Formação como único vector, ou a ignorância, a malignida<strong>de</strong><br />
ou estultice po<strong>de</strong>rão evocar a sua prescindibilida<strong>de</strong>.<br />
Temos justificadamente a cara lavada e um gran<strong>de</strong> orgulho<br />
e motivação por pertencermos à comunida<strong>de</strong> pilónica, como<br />
atestam a dignida<strong>de</strong>, o aprumo e a correcção, que po<strong>de</strong>is<br />
comprovar através <strong>do</strong> Batalhão <strong>de</strong> Alunos que se perfila à<br />
vossa frente.<br />
Com um espírito próprio <strong>de</strong> actuação e ritos que cimentam<br />
a sua coesão, distingue-se este <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> outra qualquer<br />
escola pública ou privada, que só tem <strong>para</strong>lelo com <strong>do</strong>is<br />
estabelecimentos congéneres: o Colégio Militar e o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />
Odivelas, a quem en<strong>de</strong>reçamos uma saudação especial.<br />
Sabemos que temos obrigações quotidianas <strong>de</strong> sermos<br />
ainda melhores.<br />
Assim, projectan<strong>do</strong>-nos <strong>para</strong> o futuro queremos dar-vos a<br />
conhecer os nossos <strong>de</strong>sejos e ambições.<br />
O nosso amanhã já se iniciou com a pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> 4<br />
Cursos profissionais, <strong>do</strong>s quais ministraremos, já em Setembro,<br />
o <strong>de</strong> Técnicos <strong>de</strong> Manutenção Industrial e o <strong>de</strong> Técnicos <strong>de</strong><br />
8<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Gestão.<br />
Vamos ainda assumir como alcançável um novo <strong>para</strong>digma<br />
<strong>do</strong> ensino. Aquele que assuma a vocação <strong>para</strong> criar, estimular<br />
a formação <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res.<br />
Os alunos <strong>de</strong>vem ser incentiva<strong>do</strong>s não só a apren<strong>de</strong>r,<br />
mas sobretu<strong>do</strong> a saber fazer.<br />
Criar uma cultura <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> risco, <strong>do</strong> trabalho, <strong>do</strong><br />
mérito e da responsabilida<strong>de</strong> social.<br />
Em <strong>para</strong>lelo estaremos em contactos, e é nossa intenção<br />
estreitar o relacionamento com a comunida<strong>de</strong> empresarial e,<br />
em particular, com a Associação <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Portugal e<br />
Associação Industrial Portuguesa no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> se potenciar a<br />
empregabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s nossos alunos.<br />
A preservação e afirmação <strong>de</strong> uma longa e orgulhosa<br />
caminhada, forte e rica <strong>de</strong> quase cem <strong>ano</strong>s é merece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong><br />
notabilida<strong>de</strong>, mas isto exigiu e exigirá que o IMPE harmonize,<br />
sempre, as normas e rituais que originaram a sua existência e<br />
<strong>de</strong>terminaram a sua missão, com os conceitos <strong>de</strong>correntes da<br />
socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> conhecimento e competitivida<strong>de</strong> da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />
manten<strong>do</strong>-se assim, como uma Escola fundamental <strong>de</strong><br />
Quadros qualifica<strong>do</strong>s a nível Nacional.<br />
São estas, intemporalida<strong>de</strong> e indispensabilida<strong>de</strong> que<br />
nos levam também a esperar <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r e da socieda<strong>de</strong> civil o<br />
respeito e dignida<strong>de</strong> que julgamos merece<strong>do</strong>res.<br />
Aos militares, <strong>do</strong>centes e funcionários que servem nesta<br />
Instituição, quero manifestar o meu agra<strong>de</strong>cimento muito<br />
sincero e profun<strong>do</strong>, pela <strong>de</strong>dicação, empenho e profissionalismo<br />
manifesta<strong>do</strong>s à causa <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército.<br />
Para vós Alunos, que sois sujeito e objecto <strong>do</strong> acto<br />
educativo, esforcei-vos <strong>para</strong> vencer mais este <strong>ano</strong> escolar<br />
que se vai aproximan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu termo. Mantenhais bem viva<br />
a chama e a honra da briosa condição <strong>de</strong> PILÃO, e cultiveis e<br />
aju<strong>de</strong>is a cultivar a tradição e os seus valores.<br />
Senhor Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Defesa Nacional e<br />
Assuntos <strong>do</strong> Mar<br />
Renovo os agra<strong>de</strong>cimentos <strong>do</strong> IMPE pela presença <strong>de</strong><br />
V.Exª na sua cerimónia mais emblemática e reafirmo que po<strong>de</strong><br />
contar com a nossa inquestionável vonta<strong>de</strong> em continuar a<br />
servir o País, com a cultura que nos é própria, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
formar cidadãos úteis à pátria e que consigam elevar bem alto<br />
a nossa divisa: QUERER É PODER
Encerramento das Activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />
Prémio Escolar da Defesa Nacional<br />
No dia 2 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2009, pelas 11.00 h, realizaram-se<br />
no IMPE as Cerimónias <strong>de</strong> encerramento das activida<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong> prémio Escolar <strong>de</strong> Defesa Nacional.<br />
Nos Claustros, numa exposição, estiveram patentes os<br />
trabalhos elabora<strong>do</strong>s pelos alunos <strong>do</strong> 9.º Ano na disciplina <strong>de</strong><br />
História, apresentan<strong>do</strong> temas <strong>do</strong> século XX: a 1ª República;<br />
a 1ª Gran<strong>de</strong> Guerra; a 2ª Républica e o Esta<strong>do</strong> Novo; a<br />
2ª Gran<strong>de</strong> Guerra; a Guerra em África também chamada<br />
Guerra Colonial; o 25 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1974 e a 3ª República; a<br />
chamada Guerra Fria; a ONU; a NATO e a União Europeia.<br />
A Exposição foi inaugurada pelos Ex.mos Senhor General<br />
Chito Rodrigues, Presi<strong>de</strong>nte da Liga <strong>do</strong>s Combatentes, e<br />
pelo Senhor Major General Alves Rosa, Director <strong>do</strong> IMPE.<br />
Em seguida, no Museu da Instituição, o aluno n.º 50, João<br />
Filipe, apresentou o seu trabalho “Humberto Delga<strong>do</strong><br />
e o Esta<strong>do</strong> Novo”, ten<strong>do</strong> proferi<strong>do</strong> algumas palavras a<br />
Professora Caimoto Duarte, o Comandante Bellém Ribeiro,<br />
os Ex.mos Senhor General Chito Rodrigues e Senhor Major<br />
General Alves Rosa que se congratularam com os trabalhos<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s pelos alunos ao longo <strong>do</strong> <strong>ano</strong> e que estão<br />
inseri<strong>do</strong>s na realização <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cidadania e<br />
Defesa, promoven<strong>do</strong> os Valores Pátrios e a Educação <strong>para</strong><br />
a Cidadania com a formação cívica <strong>do</strong>s jovens.<br />
Nota: O presente Prémio Escolar, instituí<strong>do</strong> pela<br />
revista “Defesa Nacional”, foi, em 1973, transferi<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />
a administração da Liga <strong>do</strong>s Combatentes, com inteira<br />
anuência <strong>do</strong>s respectivos Departamentos Militares.<br />
A partir <strong>do</strong> <strong>ano</strong> escolar 2005/2006 o Prémio Escolar<br />
“Defesa Nacional/Liga <strong>do</strong>s Combatentes” foi constituí<strong>do</strong> com<br />
um novo regulamento melhor adapta<strong>do</strong> aos novos tempos.<br />
Pela Professora: Maria <strong>de</strong> Jesus Pessanha Caimoto.<br />
EFEMÉRIDES<br />
Recepção aos Professores da Junta<br />
<strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> São Domingos <strong>de</strong><br />
Benfica<br />
No dia 30 <strong>de</strong> Setembro, uma <strong>de</strong>legação <strong>do</strong> IMPE<br />
compareceu à sessão solene <strong>de</strong> recepção aos professores,<br />
respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à amável solicitação da Junta <strong>de</strong> Freguesia<br />
<strong>de</strong> São Domingos <strong>de</strong> Benfica. Delegação constituída pelos<br />
professores Ana Paula Rodrigues, Maria José Gonçalves, Luís<br />
Papinha, Miguel Gonçalves e Pedro André.<br />
A cerimónia teve início às 17h30, no Lar Madre Teresa<br />
<strong>de</strong> Saldanha, e teve como objectivos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as<br />
palavras <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte, «a criação <strong>de</strong> espaços <strong>para</strong> troca <strong>de</strong><br />
experiências pedagógicas, o <strong>de</strong>senvolvimento das dinâmicas<br />
interpessoais, visan<strong>do</strong> o sucesso educativo e a optimização <strong>de</strong><br />
recursos na área <strong>de</strong> influência da Junta <strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> São<br />
Domingos <strong>de</strong> Benfica».<br />
O encontro começou com um agradável e diverti<strong>do</strong><br />
momento musical pelo grupo vocal Bisnag. Seguiu-se a<br />
abertura formal da sessão pela vogal da educação, Drª Emília<br />
Barradas <strong>de</strong> Noronha, e uma alocução <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte da Junta<br />
<strong>de</strong> Freguesia, Dr. Rodrigo Gonçalves. Teve <strong>de</strong>pois lugar uma<br />
breve intervenção sobre o «Movimento da Escola Mo<strong>de</strong>rna.»<br />
Fomos também brinda<strong>do</strong>s com um intenso momento<br />
teatral pelos alunos da Escola Dona Leonor. A peça visava<br />
<strong>de</strong>nunciar a violência, a violência na socieda<strong>de</strong>, a violência<br />
nas relações interpessoais, a violência entre os sexos. A<br />
coreografia foi acompanhada por uma banda sonora criteriosa,<br />
on<strong>de</strong> pontuavam Philip Glass, Michael Nyman, Robert Fripp,<br />
Steve Reich, Björk, entre outros.<br />
Depois da peça, teve lugar uma visita ao museu Madre<br />
Teresa <strong>de</strong> Saldanha, que guarda o espólio <strong>de</strong> algumas das<br />
mais significativas peças pertencentes à Madre, bem como <strong>de</strong><br />
pinturas e <strong>de</strong>senhos da sua autoria.<br />
O encontro finalizou com um Porto <strong>de</strong> Honra traduzi<strong>do</strong><br />
num muito agradável lanche.<br />
Luís Papinha, Professor <strong>de</strong> Filosofia<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 9
EFEMÉRIDES<br />
VIAGEM DE FINALISTAS DO 9º ANO<br />
2008/2009<br />
10<br />
23 <strong>de</strong> Junho<br />
7.30 – Aeroporto <strong>de</strong> Figo Maduro<br />
O tão espera<strong>do</strong> e<br />
mereci<strong>do</strong> início <strong>de</strong> férias<br />
tinha finalmente chega<strong>do</strong>.<br />
Era este o gran<strong>de</strong> dia.<br />
O dia da partida <strong>para</strong> os<br />
Açores no C-130 da Força<br />
Aérea que nos levaria<br />
até Ponta Delgada. Um<br />
misto <strong>de</strong> alegria e emoção<br />
pairava nos rostos <strong>de</strong><br />
to<strong>do</strong>s os que partilharam<br />
tristezas e sorrisos, horas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira. Era o final<br />
<strong>do</strong> 9ºAno !!!<br />
Este <strong>ano</strong> a viagem <strong>de</strong> finalistas <strong>do</strong> 9º <strong>ano</strong> foi a S. Miguel, nos<br />
Açores. Estas ilhas são um verda<strong>de</strong>iro laboratório geológico <strong>de</strong><br />
sismologia e vulc<strong>ano</strong>logia e um lugar único com geomonumentos<br />
não existentes no Continente. Além disso, a circunstância <strong>de</strong> se<br />
localizarem em pleno oce<strong>ano</strong> Atlântico faz com que, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong><br />
vista biológico, estas ilhas sejam inconfundíveis pelas espécies<br />
vegetais e animais que se po<strong>de</strong>m observar.<br />
Assim, as professoras consi<strong>de</strong>raram que <strong>de</strong>veriam<br />
aproveitar esta oportunida<strong>de</strong> <strong>para</strong> explorar temas aborda<strong>do</strong>s<br />
pelos alunos durante o seu percurso escolar, nomeadamente,<br />
durante o 3º ciclo que agora terminaram. Desta forma, durante<br />
a viagem <strong>de</strong> finalistas os alunos visitaram a Cal<strong>de</strong>ira <strong>do</strong> Fogo<br />
e a Cal<strong>de</strong>ira Velha ten<strong>do</strong>-lhes si<strong>do</strong> explica<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong><br />
formação das cal<strong>de</strong>iras vulcânicas e a diferença entre “lagoa”<br />
e “cal<strong>de</strong>ira”. Visitaram também a Central Geotérmica da Ribeira<br />
Gran<strong>de</strong> on<strong>de</strong> é aproveita<strong>do</strong>, <strong>para</strong> produção <strong>de</strong> energia eléctrica,<br />
o calor conti<strong>do</strong> no interior da Terra. A visita foi acompanhada<br />
pelo técnico <strong>de</strong> serviço responsável pela central, que fez uma<br />
explicação completa, sintética e acessível sobre o processo <strong>de</strong><br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
aproveitamento usa<strong>do</strong> nesta central.<br />
Os alunos também visitaram as Furnas com a sua misteriosa<br />
lagoa e as inconfundíveis fumarolas que são um fenómeno <strong>de</strong><br />
vulcanismo secundário muito característico. Pu<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>sta<br />
forma ver, sentir e cheirar este fenómeno que apenas conheciam<br />
<strong>do</strong>s audiovisuais usa<strong>do</strong>s nas aulas.<br />
Não po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> visitar a centenária Fábrica <strong>de</strong><br />
Chá Gorreana, on<strong>de</strong> fomos recebi<strong>do</strong>s pelo proprietário que,<br />
com a sabe<strong>do</strong>ria <strong>do</strong>s longos <strong>ano</strong>s <strong>de</strong> trabalho e a humilda<strong>de</strong> e a<br />
simpatia típicas <strong>do</strong>s micaelenses, nos recebeu e explicou como<br />
são recolhidas e processadas as folhas <strong>do</strong>s diferentes chás que<br />
comercializam.<br />
Durante os trajectos que nos levaram aos lugares a visitar,<br />
os alunos foram alerta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o alinhamento <strong>do</strong>s cones <strong>de</strong><br />
escórias tão característicos <strong>de</strong> S. Miguel, <strong>para</strong> <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong><br />
diferentes tipos <strong>de</strong> materiais vulcânicos nas vertentes que<br />
la<strong>de</strong>avam as novas estradas da ilha e <strong>para</strong> as criptomérias,<br />
coníferas que preenchem a ilha juntamente com a floresta<br />
laurissilva e as imensas espécies <strong>de</strong> pteridófitas e briófitas.<br />
Foi ainda possível fazer a observação <strong>do</strong>s cetáceos que,<br />
felizmente, nesta época <strong>do</strong> <strong>ano</strong>, atravessam as águas ao<br />
largo da ilha. Esta activida<strong>de</strong> iniciou-se com um briefing on<strong>de</strong><br />
foram caracterizadas as diferentes espécies que po<strong>de</strong>riam vir<br />
a ser observadas e foi explica<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> observação <strong>de</strong><br />
baleias e golfinhos. Depois partimos <strong>de</strong> barco e ao fim <strong>de</strong> meia<br />
hora visualizamos roazes (Tursiops truncatus) e mais tar<strong>de</strong><br />
avistámos duas fêmeas e duas crias <strong>de</strong> cachalote (Phiseter<br />
macrocephalus).<br />
No dia anterior ao <strong>do</strong> regresso, os alunos visitaram o Centro<br />
<strong>de</strong> Vulc<strong>ano</strong>logia e Avaliação <strong>de</strong> Riscos Geológicos (CVARG),<br />
no Departamento <strong>de</strong> Geociências da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Açores.<br />
Esta visita surgiu na sequência <strong>de</strong> um convite feito pelo Prof.<br />
Doutor José Ma<strong>de</strong>ira, que este <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong> proferiu uma palestra<br />
no IMPE sobre sismologia em Portugal, e que se encontrava<br />
a trabalhar em S. Miguel. Durante esta visita, os alunos foram<br />
elucida<strong>do</strong>s sobre a forma como eram e como são actualmente<br />
regista<strong>do</strong>s e analisa<strong>do</strong>s os sismos que acontecem nos Açores.<br />
Foram também informa<strong>do</strong>s sobre o mo<strong>do</strong> como é feita a<br />
<strong>de</strong>terminação da magnitu<strong>de</strong> e a localização epicentral.
O grupo teve ainda o privilégio <strong>de</strong> visitar o Museu Militar <strong>de</strong><br />
Ponta Delgada, fican<strong>do</strong> muito agrada<strong>do</strong> por ver, entre outros,<br />
um antigo uniforme da saída <strong>do</strong> IMPE no interessante espólio<br />
<strong>de</strong>ste Museu.<br />
Os alunos, professoras e o Sr. Comandante <strong>de</strong> Companhia,<br />
Capitão Carriço, foram ainda recebi<strong>do</strong>s pelo Sr. General<br />
Cameira Martins, ex-aluno <strong>do</strong> IMPE, que com um misto <strong>de</strong><br />
alegria e emoção sau<strong>do</strong>u a comunida<strong>de</strong> pilónica, recordan<strong>do</strong><br />
com orgulho histórias <strong>do</strong>s tempos felizes em que foi aluno neste<br />
<strong>Instituto</strong>. Apesar <strong>do</strong>s <strong>ano</strong>s que se<strong>para</strong>m estas gerações <strong>de</strong><br />
“pilões”, o lema “Querer é Po<strong>de</strong>r” está e estará sempre presente<br />
no olhar e no coração <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que têm o privilégio <strong>de</strong> passar<br />
por esta gran<strong>de</strong> casa.<br />
Por ocasião da visita <strong>do</strong> Sr. General CEME à Zona Militar<br />
<strong>do</strong>s Açores tivemos ainda a honra <strong>de</strong> participar no almoço <strong>de</strong><br />
boas-vindas que teve lugar na Messe <strong>de</strong> S. Gonçalo on<strong>de</strong>, aliás,<br />
to<strong>do</strong>s fomos simpaticamente recebi<strong>do</strong>s.<br />
É <strong>de</strong> salientar a conduta, atitu<strong>de</strong> e postura irrepreensíveis <strong>de</strong><br />
to<strong>do</strong>s os alunos <strong>do</strong> 9º <strong>ano</strong> que tão bem souberam representar<br />
o <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército em todas as visitas,<br />
eventos e entida<strong>de</strong>s que tiveram a gentileza e amabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
nos receber.<br />
À Zona Militar <strong>do</strong>s Açores, na pessoa <strong>do</strong> Sr. General Cameira<br />
Martins, ao Museu Militar, à Messe <strong>de</strong> S. Gonçalo, à Força<br />
Aérea, que teve a gentileza <strong>de</strong> nos transportar, ao Centro <strong>de</strong><br />
Vulc<strong>ano</strong>logia e Avaliação <strong>de</strong> Riscos Geológicos da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s Açores, à Central Geotérmica da Ribeira Gran<strong>de</strong> e a to<strong>do</strong>s<br />
os que directa ou indirectamente contribuíram <strong>para</strong> que esta<br />
visita fosse possível, uma palavra <strong>de</strong> apreço e gratidão.<br />
Esta viagem foi certamente o <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> uma enorme<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um dia regressar a esta ilha <strong>de</strong> paisagens luxuriantes<br />
e únicas, foi a celebração da amiza<strong>de</strong>, o final <strong>de</strong> um ciclo <strong>para</strong><br />
alguns, <strong>para</strong> muitos o começo <strong>de</strong> outro...<br />
Ilda Cruz, Professora <strong>de</strong> Inglês<br />
Vera Milharadas, Professora <strong>de</strong> Ciências<br />
EFEMÉRIDES<br />
Cerimónia <strong>de</strong> Imposição <strong>de</strong> Insígnias<br />
No passa<strong>do</strong> dia 18 <strong>de</strong> Setembro teve lugar a cerimónia<br />
<strong>de</strong> imposição <strong>de</strong> insígnias aos novos alunos gradua<strong>do</strong>s. Esta<br />
cerimónia, <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> significa<strong>do</strong>, foi presidida pelo Ex.mo Senhor<br />
Major – General Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
Nesta cerimónia os novos gradua<strong>do</strong>s receberam as<br />
insígnias respectivas e, num momento <strong>de</strong> profun<strong>do</strong> alcance, o<br />
Comandante <strong>de</strong> Batalhão – Aluno recebeu <strong>do</strong> Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong><br />
e <strong>do</strong> último Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão uma espada, réplica<br />
da <strong>do</strong> Funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> IMPE, símbolo da função que passava a<br />
<strong>de</strong>sempenhar. Igualmente os aluno porta-guião e aluno portaestandarte<br />
nacional receberam respectivamente o Guião <strong>do</strong><br />
<strong>Instituto</strong>, confia<strong>do</strong> ao Corpo <strong>de</strong> Alunos e o Estandarte Nacional<br />
<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
Transcrevemos os discursos proferi<strong>do</strong>s nesta cerimónia pelo<br />
Adjunto <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos, Maj. <strong>de</strong> Inf. Paulo Alexandre Teixeira<br />
<strong>de</strong> Almeida, e pelo novo Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão, Diogo<br />
Ruivo.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 11
EFEMÉRIDES<br />
Discurso Imposição <strong>de</strong> Insígnias pelo<br />
Adjunto <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos<br />
Exmo Sr Major General Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s<br />
<strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />
Exmo Sr Presi<strong>de</strong>nte da Direcção da Associação <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong><br />
<strong>do</strong> Exército<br />
Exma Sra Presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>de</strong> Pais <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong><br />
Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />
Militares, Professores e Pessoal Civil <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong><br />
Caros Alunos e Ex-alunos<br />
Ilustres convida<strong>do</strong>s<br />
A imposição <strong>de</strong> insígnias a que acabamos <strong>de</strong> assistir não<br />
é mais que um acto simbólico <strong>do</strong> assumir das funções <strong>para</strong><br />
as quais estes alunos foram selecciona<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />
seu perfil, as suas capacida<strong>de</strong>s e aptidões e acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>,<br />
em função da conduta <strong>de</strong>monstrada ao longo <strong>do</strong>s <strong>ano</strong>s em<br />
que foram permanecen<strong>do</strong> nesta Casa tão bela e tão ri<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong><br />
tradições quase seculares.<br />
Alunos Gradua<strong>do</strong>s:<br />
O <strong>de</strong>ver <strong>do</strong> Aluno Gradua<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> é honrar a atribuição<br />
que lhe foi conferida, manten<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os actos inerentes ao<br />
exercício <strong>de</strong>sta nobres funções, uma conduta irrepreensível,<br />
quer no trato com os Militares, Professores e Funcionários Civis<br />
<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> quer no relacionamento com os <strong>de</strong>mais alunos.<br />
Lembrai-vos sempre <strong>do</strong> Versículo escrito no livro da vida em<br />
Provérbios Capítulo 22 Versículo 6.<br />
“Instrui a Criança no caminho em que <strong>de</strong>ve andar e até<br />
quan<strong>do</strong> envelhecer não se <strong>de</strong>sviará <strong>de</strong>le”<br />
Saliento, ainda, a importância que os Alunos Gradua<strong>do</strong>s<br />
têm na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos. No que se<br />
refere ao funcionamento da estrutura, espero da vossa parte que<br />
continuem a manter um espírito <strong>de</strong> colaboração que se reflicta<br />
em melhorias visíveis na manutenção da disciplina, no controlo<br />
das formaturas, na conduta a a<strong>do</strong>ptar pelos alunos mais novos<br />
no interior <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> e nas condições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
Internato. No âmbito <strong>do</strong> relacionamento entre os alunos, passa<br />
por vós o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um espírito <strong>de</strong> corpo salutar que<br />
permita o são convívio entre to<strong>do</strong>s os alunos <strong>do</strong> Batalhão Escolar,<br />
como garante <strong>de</strong> uma vida mais agradável no <strong>Instituto</strong>. Neste<br />
12<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
senti<strong>do</strong> e na medida em que estas são as vertentes basilares<br />
da vossa actuação, enquanto alunos gradua<strong>do</strong>s, é vosso <strong>de</strong>ver,<br />
ou melhor, vossa obrigação, incutir através <strong>do</strong> exemplo, nos<br />
alunos mais novos o código <strong>de</strong> honra <strong>do</strong> Aluno <strong>do</strong> IMPE e em<br />
que, permitam-me o uso <strong>de</strong> um pouco <strong>de</strong> Português vernáculo,<br />
o “cábula”, o “baldas” o indisciplina<strong>do</strong> não são mo<strong>de</strong>los váli<strong>do</strong>s<br />
na socieda<strong>de</strong> em que vivemos e que apenas o estudante com<br />
sucesso, empenha<strong>do</strong> e disciplina<strong>do</strong> é exemplo a seguir pelos<br />
alunos <strong>do</strong> IMPE, como perspectiva <strong>de</strong> um futuro que se augura<br />
que seja próspero.<br />
Novos Alunos<br />
A vossa integração na comunida<strong>de</strong> educativa passa por<br />
estes alunos gradua<strong>do</strong>s. Como alunos mais velhos, mais<br />
experientes e mais conhece<strong>do</strong>res da vivência diária <strong>do</strong> Pilão, é<br />
sua obrigação manter um acompanhamento permanente, estar<br />
sempre prontos a dar um conselho face a uma atitu<strong>de</strong> menos<br />
própria da vossa parte e, fundamentalmente, esten<strong>de</strong>r-vos a<br />
mão amiga nas más horas que irão surgir durante o longo <strong>ano</strong><br />
<strong>lectivo</strong> que agora se inicia. Contem com eles e face ao seu<br />
procedimento, seleccionem os bons exemplos, os quais serão<br />
mo<strong>de</strong>los a seguir no futuro.<br />
É ciente das dificulda<strong>de</strong>s que têm senti<strong>do</strong> neste perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
adaptação, que vos digo:<br />
Nada temais, pois são os vossos gradua<strong>do</strong>s que vos<br />
integrarão na vivência escolar e interna <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, são eles<br />
que vos acompanharão permanentemente nos vossos me<strong>do</strong>s,<br />
vos apoiarão nos vossos anseios e vos aconselharão quan<strong>do</strong><br />
a vossa atitu<strong>de</strong> tenha si<strong>do</strong> menos própria. Procurai-os, pois,<br />
sempre que necessitar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um conselho amigo.<br />
Alunos Lacerdas, vós sois também uma peça importante<br />
no acompanhamento <strong>do</strong>s alunos mais novos e no auxílio aos<br />
alunos gradua<strong>do</strong>s, trazen<strong>do</strong>-lhes a eles os problemas que os<br />
alunos mais novos não lhes sabem dizer. Sois vós também o<br />
elemento regula<strong>do</strong>r das sãs tradições <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
Aproveitan<strong>do</strong> a oportunida<strong>de</strong>, permitam-me salientar:<br />
Ao presi<strong>de</strong>nte da APE, uma palavra <strong>de</strong> reconhecimento pelo<br />
apoio presta<strong>do</strong> ao longo <strong>de</strong>stes <strong>ano</strong>s <strong>de</strong> existência. Contu<strong>do</strong>, o<br />
<strong>Instituto</strong> espera <strong>de</strong> vós um maior apoio e empenho, em prol <strong>do</strong>s<br />
projectos que estão em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Aos representantes da Associação <strong>de</strong> Pais, porta-voz <strong>do</strong>s<br />
Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Educação e, como primeiros responsáveis<br />
pela educação <strong>do</strong>s vossos filhos, exorto-vos, <strong>de</strong> uma forma<br />
edificante, a continuar a apoiar e consolidar a acção educativa<br />
<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
Perante a presença <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente, <strong>de</strong>ixem-me salientar<br />
que este corpo <strong>de</strong> gradua<strong>do</strong>s conta convosco e que só uma<br />
ligação harmoniosa entre Corpo <strong>de</strong> Alunos, Professores e<br />
Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Educação permitirá uma vivência institucional<br />
consequente e activa.<br />
Só através <strong>de</strong> uma articulação efectiva e uma congregação <strong>de</strong><br />
vonta<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong> educativa <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> se <strong>de</strong>senvolverá<br />
o Projecto Educativo <strong>de</strong>sta casa, tão bela e tão ri<strong>de</strong>nte, cuja<br />
missão nunca será formar elites, mas sim, transformar jovens<br />
em cidadãos úteis à Pátria, conforme estipula<strong>do</strong> pelo sau<strong>do</strong>so<br />
funda<strong>do</strong>r, Gen Xavier Correia Barreto a 25 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1911.<br />
Tenho dito<br />
Paulo Alexandre Teixeira <strong>de</strong> Almeida<br />
Maj Inf
Discurso Imposição <strong>de</strong> Insígnias pelo<br />
Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />
Exmo. Sr. Major General Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Militar<br />
<strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />
Exmos. Representantes da Associação <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong><br />
<strong>do</strong> Exército<br />
Exma Sra Presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>de</strong> Pais e<br />
Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Educação,<br />
Senhores Oficiais, Professores, Sargentos, Praças e<br />
Funcionários Civis <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
Ilustres Convida<strong>do</strong>s, Pais e Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
Educação.<br />
Caros Camaradas Pilões,<br />
É com gran<strong>de</strong> orgulho e honra que me dirijo <strong>para</strong><br />
to<strong>do</strong>s vós na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />
<strong>de</strong>sta casa que <strong>de</strong> menino me fez homem com valores<br />
que mais nenhuma casa me ensinaria e é meu <strong>de</strong>ver<br />
juntamente com o restante corpo <strong>de</strong> gradua<strong>do</strong>s garantir<br />
a passagem <strong>de</strong>sses mesmos valores enaltecen<strong>do</strong> este<br />
instituto ao qual chamamos a nossa casa tão bela e tão<br />
ri<strong>de</strong>nte.<br />
Não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> dar as boas vindas aos novos<br />
alunos <strong>de</strong>sta casa, que se tornam um incentivo, <strong>para</strong><br />
to<strong>do</strong>s nós e aos quais iremos transmitir da melhor forma<br />
a nossa mensagem como alunos mais velhos, a estas<br />
novas gerações Pilónicas.<br />
A vós alunos, a camaradagem é essencial <strong>para</strong> que<br />
juntos atravessemos estas mudanças e tempos difíceis e<br />
<strong>de</strong> mudança que atravessamos.<br />
Respeitem os vossos gradua<strong>do</strong>s, olhem <strong>para</strong> eles<br />
como vossos irmãos mais velhos.<br />
A este novo Corpo <strong>de</strong> Gradua<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ixo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já a<br />
seguinte mensagem: “o que vos é posto aos ombros<br />
nunca em caso algum vos suba à cabeça, mas sim que<br />
<strong>de</strong>sça <strong>para</strong> o vosso coração <strong>para</strong> que com humilda<strong>de</strong><br />
continuem a amar esta casa!”.<br />
Cumpram o vosso <strong>de</strong>ver com dignida<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong><br />
exemplo <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s os alunos que vos estão subordina<strong>do</strong>s,<br />
EFEMÉRIDES<br />
ensinem o verda<strong>de</strong>iro significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> espírito pilónico,<br />
sejam verda<strong>de</strong>iros lí<strong>de</strong>res e conduzam os alunos sob o<br />
vosso coman<strong>do</strong> pelos caminhos mais correctos nesta<br />
socieda<strong>de</strong> em constante evolução.<br />
Não esquecen<strong>do</strong> sobretu<strong>do</strong> o verda<strong>de</strong>iro motivo pelo<br />
qual estais nesta casa, estudar.<br />
Como evoca o hino <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>: “ao estu<strong>do</strong> e ao<br />
trabalho producente <strong>de</strong>diquemos com alma e com prazer<br />
toda a nossa atenção e alegremente saibamos este<br />
<strong>Instituto</strong> enobrecer!” que seja este o nosso mote.<br />
A Luz emanada pelo “farol” que se constitui a missão<br />
<strong>para</strong> o presente <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>.<br />
Aos pais e familiares <strong>de</strong>stes alunos recém gradua<strong>do</strong>s<br />
é importante que os incentivem e apoiem a cumprir a<br />
sua missão que é sem dúvida uma mais valia <strong>para</strong> o seu<br />
futuro.<br />
Digníssimos Convida<strong>do</strong>s e Presentes, esta casa<br />
está a atravessar gran<strong>de</strong>s mudanças a nível académico<br />
com a implementação <strong>do</strong>s cursos profissionais que<br />
remontam um pouco à historia <strong>do</strong> nosso <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a sua fundação, não po<strong>de</strong>mos esquecer também o facto<br />
<strong>de</strong> sermos recentemente uma eco-escola, que a par<br />
<strong>de</strong> outras estratégias nos coloca ao nível das melhoras<br />
escolas <strong>de</strong> excelência da europa.<br />
Tenhamos gran<strong>de</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>,<br />
saibamos lidar com os problemas sempre <strong>de</strong> cabeça<br />
erguida e sempre com o lema <strong>de</strong>sta casa crava<strong>do</strong> no<br />
peito: “ Querer é Po<strong>de</strong>r!”<br />
Tenho dito!<br />
Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />
Diogo Ruivo nº 62<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 13
ENGLISH CORNER<br />
14<br />
The 3 Rs song<br />
ENGLISH CAN BE FUN AND SERIOUS TOO<br />
IMPE is now an environment-friendly school let us all sing an inspiring song while filling in the missing words.<br />
Can you guess them?<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Three it’s a magic number<br />
Yes it is, it’s a magic number<br />
Because two times three is six<br />
And three times six is eighteen<br />
And the eighteenth letter<br />
In the alphabet is (1)____________<br />
We’ve got three Rs<br />
We’re going to talk about today<br />
We’ve got to learn to<br />
Reduce, Reuse, Recycle<br />
Reduce, Reuse, Recycle<br />
Reduce, Reuse, Recycle<br />
Reduce, Reuse, Recycle<br />
If you’re going to the market to buy some juice<br />
You’ve got to bring your own bags<br />
And you learn to reduce your (2)___________<br />
And if your brother or your sister‘s<br />
Got some cool clothes<br />
You could try them on<br />
Before you buy some more of those<br />
Reuse, we’ve got to learn to (3)__________<br />
And if the first two Rs <strong>do</strong>n’t work out<br />
And if you’ve got to make some (4)_______<br />
Don’t throw it out<br />
Recycle, we’ve got to learn to (5)_________<br />
We’ve got to learn to<br />
Reduce, Reuse, Recycle<br />
Reduce, Reuse, Recycle<br />
Reduce, Reuse, Recycle<br />
Reduce, Reuse, Recycle<br />
Because three it’s a magic number<br />
Yes it is, it’s a magic number<br />
3, 3, 3<br />
3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36<br />
33, 30, 27, 24, 21, 21, 18, 15, 12, 9, 6, and<br />
3, it’s a magic number!<br />
Jack Johnson, Sing-A-longs and Lullabies<br />
Professora, Ana Ten<strong>de</strong>iro<br />
Answer key: (1) R; (2) waste; (3) reuse; (4) trash; (5)recycle
The Choices<br />
Looking back over the past <strong>de</strong>ca<strong>de</strong> and towards the future<br />
reveals a blossoming improvement of knowledge and scientific<br />
technology in our everyday life. The expected level of culture,<br />
experience and research is getting more and more <strong>de</strong>manding.<br />
To attain this goal we must <strong>de</strong>al with a lot of new situations,<br />
we must live and learn through a great variety of experiences.<br />
The more we learn, the more we will be able to enhance and<br />
promote our place in society.<br />
The choices we make <strong>de</strong>termine our future. Life is full of<br />
opportunities. As life goes on, we have many obstacles to face<br />
and choices to make. We can either choose to <strong>do</strong> the least we<br />
can or we can try to accomplish a fantastic life filled with culture<br />
and knowledge.<br />
The choices we make will take us through many paths. So be<br />
strong, <strong>do</strong> the best you can. It’s up to you to ensure a meaningful<br />
life in or<strong>de</strong>r to be the best.<br />
Professora, Helena Marques<br />
ENGLISH CORNER<br />
“All the world’s a stage...”<br />
Escola, uma pre<strong>para</strong>ção <strong>para</strong> a vida<br />
No mun<strong>do</strong> em que vivemos, a escola <strong>de</strong>ve ser entendida<br />
não só como uma pre<strong>para</strong>ção <strong>para</strong> a universida<strong>de</strong>, mas também<br />
<strong>para</strong> a vida.<br />
Na escola os alunos apren<strong>de</strong>m a participar numa activida<strong>de</strong><br />
colectiva, a saber conviver com regras. Apren<strong>de</strong>m a interessar-<br />
-se por saberes não como algo em si mesmo, mas como<br />
ferramentas <strong>para</strong> melhor compreen<strong>de</strong>r o mun<strong>do</strong> e agir sobre<br />
ele.<br />
Apren<strong>de</strong>-se a construir normas <strong>de</strong> convivência e a superar<br />
diferenças. Mais <strong>do</strong> que conteú<strong>do</strong>s, apren<strong>de</strong>m-se competências,<br />
constroem-se saberes.<br />
É exactamente o saber fazer, o conseguir fazer e o saber<br />
agir que se adquire na frequência <strong>do</strong>s cursos profissionais que<br />
agora fazem parte <strong>do</strong> currículo <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
Estes são tão ou mais importantes que os cursos<br />
tradicionais.<br />
Ambos permitem o acesso ao ensino superior, no entanto,<br />
com a frequência <strong>do</strong>s cursos profissionais, o aluno obtém<br />
um certifica<strong>do</strong> que lhe permite o ingresso nos cursos <strong>de</strong><br />
especialização tecnológica, seguin<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> o lema <strong>do</strong><br />
<strong>Instituto</strong>:”Criar cidadãos úteis à pátria”.<br />
Professora, Helena Marques<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 15
ENGLISH CORNER<br />
16<br />
“All the world’s a stage...”<br />
E to<strong>do</strong>s usamos as nossas máscaras... mas ter um verda<strong>de</strong>iro<br />
amigo é tirar a máscara nos bons e maus momentos e sermos<br />
nós mesmos.<br />
FRIENDS FOREVER<br />
We’re joined in a friendship<br />
That time cannot sever.<br />
With bonds we have built<br />
We’ll remain friends forever.<br />
We’re wel<strong>de</strong>d in spirit,<br />
Attached by our hearts.<br />
We’re fused by the feeling<br />
That friendship imparts.<br />
We’re tied by emotions,<br />
Connected by dreams.<br />
Reinforced by our hopes,<br />
Unified by extremes.<br />
No longer a function<br />
Of time or of space,<br />
Our love is a substance<br />
That life won’t replace<br />
No matter how distant<br />
We’ll always en<strong>de</strong>avor<br />
To sense the full meaning<br />
Of friendship forever.<br />
Bruce B. Wilmer<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
“All the world’s a stage...”<br />
We attend a military boarding school called <strong>Instituto</strong><br />
Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército. We are in the 7th form.<br />
Our busy day starts at 6.30 a.m. We get up, brush our<br />
teeth and wash our face. Then we dress the uniform and<br />
go to the school canteen where we have breakfast. We<br />
normally have milk, cereals and bread.<br />
The morning classes start at 8 o’clock and finish at 5<br />
to one p.m. That’s when we go to the school canteen to<br />
have lunch. We have a different dish everyday because it<br />
is important to have a balanced diet.<br />
The afternoon classes start at 2.30 p.m. and finish at<br />
a quarter to six.<br />
After classes we go back to our rooms and relax for<br />
a while. As one of us is not a boar<strong>de</strong>r stu<strong>de</strong>nt, he goes<br />
home everyday, but we only go home and visit our family<br />
on Wednesdays and at weekends.<br />
Dinner is at 7 p.m. After dinner we study, <strong>do</strong> the<br />
homework and prepare our schoolbag for the following<br />
day. This is the best part of the day. We play, talk and also<br />
help each other a lot. The ol<strong>de</strong>r stu<strong>de</strong>nts play an important<br />
role, especially when we <strong>do</strong> not have classes and are on<br />
our own. We learn a lot from them… We go to bed at<br />
about 10 p.m. We love our School- our Home. Querer é<br />
Po<strong>de</strong>r! is our school´s motto.<br />
Texto co<strong>lectivo</strong> realiza<strong>do</strong> na aula <strong>de</strong> Inglês a propósito<br />
<strong>de</strong> um <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s estuda<strong>do</strong>s “Routines”.<br />
7ºAno-Turma B
Comemoração <strong>do</strong> V Aniversário <strong>do</strong><br />
Museu da Presidência da República<br />
Obriga<strong>do</strong>, IMPE. Foi uma bela tar<strong>de</strong>.<br />
No dia 2 <strong>de</strong> Outubro, à tar<strong>de</strong>, os alunos <strong>do</strong>s 8º e 9º <strong>ano</strong>s<br />
foram ao Museu da Presidência da República participar num<br />
Paddy Paper.<br />
Fomos acompanha<strong>do</strong>s pelas nossas Professoras <strong>de</strong><br />
História, Marília Gama, Maria <strong>de</strong> Jesus Duarte, Maria Isabel<br />
Dias, e pelo Professor <strong>de</strong> Educação Física, Pedro Tomás.<br />
Chega<strong>do</strong>s a Belém, saímos das carrinhas e aguardámos à<br />
entrada <strong>do</strong> Museu. Entretanto tirámos umas fotos que serviriam<br />
<strong>para</strong> o nosso “ ilustre site”. Gostamos que a família saiba como<br />
foi a nossa visita <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e que toda a gente nos veja…<br />
À entrada <strong>do</strong> Museu fomos revista<strong>do</strong>s pelas Forças <strong>de</strong><br />
Segurança. Achámos graça.<br />
Estavam lá as alunas <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Odivelas e os alunos <strong>do</strong><br />
Estabelecimento <strong>de</strong> Ensino “Agrupamento Zarco”.<br />
Dividiram-nos em equipas previamente constituídas <strong>para</strong><br />
a activida<strong>de</strong> que ia <strong>de</strong>correr e foram explicadas as regras <strong>do</strong><br />
jogo. Após breve reunião com os capitães das equipas, os guias<br />
<strong>de</strong>ram a cada grupo um mapa e algumas indicações sobre o<br />
percurso.<br />
As equipas tinham percursos diferentes, mas passavam<br />
pelos mesmos pontos principais. Cada ponto só era ultrapassa<strong>do</strong><br />
após as equipas respon<strong>de</strong>rem a uma ou mais questões sobre o<br />
Museu, relacionadas com a História <strong>de</strong> Portugal, principalmente<br />
VISITAS DE ESTUDO<br />
com a época da República (<strong>do</strong> 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910 até aos<br />
nossos dias). Fizeram também perguntas sobre as or<strong>de</strong>ns<br />
Honoríficas Portuguesas, uma vez que o Presi<strong>de</strong>nte da<br />
República é o Grão- Mestre <strong>de</strong>ssas Or<strong>de</strong>ns e o Museu expõe<br />
uma vasta colecção <strong>de</strong> insígnias correspon<strong>de</strong>ntes.<br />
A primeira equipa a acabar ganharia o 1º Prémio.<br />
As alunas <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Odivelas ficaram em 1º lugar e<br />
nós em segun<strong>do</strong> e terceiro. Mais uma vez os alunos <strong>do</strong> IMPE<br />
estiveram à altura das circunstâncias. Mostraram uma enorme<br />
capacida<strong>de</strong> e abertura a novos <strong>de</strong>safios, ten<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> bons<br />
resulta<strong>do</strong>s.<br />
Estivemos a conversar com as meninas <strong>de</strong> Odivelas e foi<br />
uma tar<strong>de</strong> muito agradável com muita diversão e alegria entre<br />
to<strong>do</strong>s.<br />
Reparámos que as alunas iam <strong>de</strong> fato <strong>de</strong> treino e não <strong>de</strong><br />
farda. Estava bem pensa<strong>do</strong>! Ficava-lhes muito bem e era prático.<br />
Mas com farda ou fato <strong>de</strong> treino, o principal foi termos passa<strong>do</strong><br />
um tempo <strong>de</strong> forma especial e diferente! Com muito convívio.<br />
No fim, ainda gritámos uma “Jacarézada” ao IMPE e aos<br />
nossos professores.<br />
Enquanto esperávamos pelas carrinhas, estivemos a<br />
conversar com os guardas <strong>do</strong> Palácio.<br />
Divertimo-nos imenso! Foi uma boa visita <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e uma<br />
bela tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6ª feira. Obriga<strong>do</strong>.<br />
Relatório elabora<strong>do</strong> pelos alunos <strong>do</strong> 9º <strong>ano</strong>, turmas A e B,<br />
na Disciplina <strong>de</strong> História da Professora Maria <strong>de</strong> Jesus Caimoto<br />
Duarte.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 17
VISITAS DE ESTUDO<br />
18<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
O IMPE no DOCLISBOA 2009<br />
No passa<strong>do</strong> dia 19 <strong>de</strong> Outubro, pelas 14h00, os alunos <strong>do</strong>s 11º e 12º <strong>ano</strong>s <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> foram ao Doclisboa, assistir<br />
a “Rough Aunties”, <strong>de</strong> Kim Longinotto, no Pequeno Auditório da Culturgest.<br />
O <strong>do</strong>cumentário conta a história <strong>de</strong> Jackie, Mildred, Eureka, Sdudla e Thuli motores <strong>de</strong> Bobbi Bear, uma associação<br />
em Durban, África <strong>do</strong> Sul, que presta apoio a crianças abusadas sexualmente e que procura levar os seus agressores<br />
à Justiça. Cinco mulheres extraordinárias que lutam <strong>para</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r jovens e crianças esquecen<strong>do</strong> os seus próprios<br />
dramas, os seus problemas, as suas vidas pessoais em prol <strong>do</strong>s mais <strong>de</strong>sprotegi<strong>do</strong>s, transformadas pela sua missão,<br />
em po<strong>de</strong>rosas agentes <strong>de</strong> mudança no interior da sua comunida<strong>de</strong>.<br />
A visita inseriu-se no âmbito das disciplinas <strong>de</strong> EMRC, Filosofia e Inglês. Os alunos foram acompanha<strong>do</strong>s pelos<br />
professores das referidas disciplinas.<br />
Passatempo<br />
Nature; Environnement; Catastrophe; Pollution; Citoyens; Dechet; Ecogest; Toxique<br />
Trabalho realiza<strong>do</strong> pelos<br />
alunos <strong>do</strong> 9ºB
O Início <strong>do</strong> Fim<br />
Começou, no dia 1 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009, o início<br />
<strong>do</strong> fim <strong>do</strong> meu percurso nesta casa que carinhosamente<br />
trato por “Pilão”.<br />
Antes <strong>de</strong> entrar, quan<strong>do</strong> areei a minha farda pela<br />
primeira vez <strong>de</strong>pois das longas férias <strong>de</strong> verão, senti<br />
a nostalgia <strong>de</strong> saber que esta seria uma das últimas<br />
vezes que o faria, visto que o meu percurso no IMPE, se<br />
tu<strong>do</strong> correr bem, terminará este <strong>ano</strong>. Foi uma sensação<br />
estranha… Chorar <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> por vir ter com os meus<br />
amigos, <strong>de</strong> tristeza por este ser o meu último <strong>ano</strong>, <strong>de</strong><br />
contentamento por ter si<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> <strong>para</strong> gradua<strong>do</strong>…<br />
Enfim, não sei mais como <strong>de</strong>screver este sentimento.<br />
Nas duas semanas da Escola <strong>de</strong> Gradua<strong>do</strong>s, <strong>para</strong><br />
além <strong>do</strong> exercício físico, tivemos ainda palestras que serão<br />
a nossa orientação <strong>para</strong> este <strong>ano</strong>, quer <strong>para</strong> comandar<br />
uma secção, pelotão, companhia ou batalhão quer <strong>para</strong><br />
nos ajudar a <strong>de</strong>cidir o nosso futuro profissional, o que, no<br />
meu caso, já está traça<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o 7º <strong>ano</strong> quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>cidi<br />
ser militar, à semelhança <strong>de</strong> quase toda a minha família<br />
que serviu e ainda serve o meu país. Só an<strong>de</strong>i in<strong>de</strong>ciso<br />
entre o Exército e a Marinha, mas a última opção é a mais<br />
aliciante.<br />
No último dia <strong>de</strong> Escola <strong>de</strong> Gradua<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> soube<br />
que iria ser Porta – Estandarte Nacional, recuei no tempo<br />
até ao dia 16 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2007, dia em que entrei<br />
confuso, mas convicto <strong>de</strong> que aqui iria triunfar. Foi um<br />
<strong>ano</strong> difícil; brinquei, ri, chorei e sofri; aprendi conceitos<br />
que hoje não consigo esquecer, tais como abnegação<br />
(dar a vida pelo outro sem querer nada em troca), espírito<br />
<strong>de</strong> corpo, camaradagem, entre outros.<br />
O meu primeiro <strong>ano</strong> não começou bem, uma vez<br />
que tive negativa a Geometria Descritiva, motivo que<br />
me levou a trocar as Ciências e Tecnologias pelas<br />
Ciências Socioeconómicas. Apesar <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, no final <strong>do</strong><br />
<strong>ano</strong> consegui atingir o objectivo <strong>de</strong> chegar ao Quadro <strong>de</strong><br />
Honra.<br />
No meu segun<strong>do</strong> <strong>ano</strong>, já como “aluno mais velho”,<br />
tentei sempre ser exemplo <strong>para</strong> os mais novos, quer<br />
pelo meu carácter, humil<strong>de</strong> e cumpri<strong>do</strong>r, quer pelas<br />
notas escolares. Queria atingir a Medalha <strong>de</strong> Prata por<br />
Aplicação Literária, mas os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> primeiro perío<strong>do</strong><br />
impediram o alcançar <strong>de</strong>sta meta. Contu<strong>do</strong>, acabei os<br />
segun<strong>do</strong> e terceiro perío<strong>do</strong>s como aluno <strong>do</strong> Quadro <strong>de</strong><br />
Honra e <strong>do</strong> Quadro <strong>de</strong> Mérito por Aplicação Literária.<br />
Espero que este <strong>ano</strong> venha a conseguir a Medalha<br />
<strong>de</strong> Ouro por Aplicação Literária e, <strong>para</strong> além <strong>de</strong> ajudar o<br />
IMPE nas suas missões, chegar aos exames, tirar boas<br />
notas e, assim, entrar na Escola Naval <strong>para</strong> que me possa<br />
tornar oficial da Marinha <strong>de</strong> Guerra e um… “Pilão Naval”.<br />
Gonçalo Cruzeiro – 12ºB<br />
Pilão: Uma Vida!<br />
Entrei neste <strong>Instituto</strong> no 7º <strong>ano</strong>, estávamos nós em<br />
Setembro <strong>de</strong> 2004. No meu caso, entrei por alguma<br />
influência familiar, mas tive toda a liberda<strong>de</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>cidir<br />
um novo ciclo da minha vida. Quan<strong>do</strong> entrei, confesso<br />
que me senti um pouco intimida<strong>do</strong> pelos militares e pelos<br />
alunos mais velhos, porém, integrei-me rapidamente<br />
graças às nossas praxes e tradições.<br />
O tempo neste Ínstituto corre a uma velocida<strong>de</strong><br />
alucinante. Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>i por mim, estava a começar o 9º<br />
<strong>ano</strong>. Des<strong>de</strong> que entrara, assistira já a muitas <strong>de</strong>sistências<br />
<strong>de</strong> outros colegas. Para minha infelicida<strong>de</strong> já não tinha<br />
ninguém que tivesse entra<strong>do</strong> comigo no 7º <strong>ano</strong>. Mas<br />
essa infelicida<strong>de</strong> rapidamente passou, pois tinha novos<br />
camaradas que se iriam tornar nos meus melhores<br />
amigos. Com estes novos companheiros passei o meu<br />
melhor <strong>ano</strong> nos <strong>Pupilos</strong>. Diverti-me imenso e, <strong>para</strong> além<br />
disso, tive óptimo aproveitamento escolar.<br />
No 10º <strong>ano</strong> veio uma lufada <strong>de</strong> ar fresco. Entraram<br />
muitos alunos novos, nomeadamente <strong>para</strong> o meu <strong>ano</strong>.<br />
Foi bom, porque voltei a ter oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer<br />
novos camaradas e <strong>de</strong> ter outra vez um pelotão uni<strong>do</strong> pelo<br />
espírito pilónico e <strong>de</strong> entreajuda. Para mim, o pelotão <strong>do</strong><br />
meu 10º <strong>ano</strong> foi o melhor on<strong>de</strong> estive integra<strong>do</strong>. Permitiu-<br />
-me fazer um trabalho pelo qual seria premia<strong>do</strong> no 11º<br />
<strong>ano</strong> ao ser nomea<strong>do</strong> Comandante <strong>do</strong> 3º Pelotão da 1ª<br />
Companhia.<br />
Foi uma sensação inexplicável receber a carta <strong>de</strong><br />
nomeação <strong>para</strong> o Corpo <strong>de</strong> Gradua<strong>do</strong>s. A uma sensação<br />
<strong>de</strong> enorme orgulho pessoal por sermos reconheci<strong>do</strong>s<br />
pela nossa <strong>de</strong>dicação e pelo nosso trabalho segue-se um<br />
momento <strong>de</strong> enorme tensão: quan<strong>do</strong> nos <strong>de</strong><strong>para</strong>mos pela<br />
1ª vez com o nosso pelotão. É como se nos estivéssemos<br />
a rever nos alunos mais novos e, pela primeira vez, fui<br />
capaz <strong>de</strong> me pôr no lugar <strong>do</strong>s meus antigos gradua<strong>do</strong>s.<br />
Fiquei muito feliz por dar continuida<strong>de</strong> a um ciclo <strong>de</strong><br />
passagem que já se repete há 98 <strong>ano</strong>s!<br />
O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>ste <strong>ano</strong> será ser Porta – Guião,<br />
cargo que muito respeito. Nas cerimónias, levo o símbolo<br />
<strong>do</strong> Pilão e é como se carregasse to<strong>do</strong> o peso <strong>de</strong>sta<br />
casa, as suas tradições, os seus valores, a sua história<br />
e, principalmente, cada um <strong>do</strong>s seus alunos. É com esta<br />
enorme responsabilida<strong>de</strong> que começo a <strong>de</strong>spedir-me<br />
<strong>de</strong>sta minha casa.<br />
Por agora, resta-me <strong>de</strong>sfrutar ao máximo <strong>de</strong> todas<br />
as últimas “jacarezadas”; <strong>de</strong> todas as últimas cerimónias;<br />
<strong>do</strong> último 25 <strong>de</strong> Maio; <strong>do</strong> último Carnaval; <strong>do</strong>s últimos<br />
cânticos; <strong>do</strong>s últimos hinos… Quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> terminar,<br />
ficarão as sauda<strong>de</strong>s!...<br />
João Ferreira – 12ºB<br />
A NOSSA CASA<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 19
A NOSSA CASA<br />
O Amor a Esta Casa Ser Pilão<br />
Quan<strong>do</strong> a minha professora propôs o tema <strong>do</strong> amor<br />
<strong>para</strong> uma composição, pensei em escrever sobre o amor<br />
que tenho a mim-próprio ou aquele que tenho pela minha<br />
mãe, pelo meu pai, pelo meu irmão, pela família… O que<br />
me soou melhor foi escrever sobre o amor que tenho pela<br />
minha casa, o Pilão.<br />
Embora seja um aluno externo, com muita pena minha,<br />
gosto muito da minha escola. Des<strong>de</strong> o meu sexto <strong>ano</strong> que<br />
quero ser interno mas não posso por razões pessoais.<br />
Há quem diga que eu não sou um verda<strong>de</strong>iro Pilão por<br />
ser externo. Enganam-se, tenho muita honra em representar<br />
o <strong>Instituto</strong>, em vestir a farda azul e respeito to<strong>do</strong>s os seus<br />
símbolos.<br />
O meu amor pelo Pilão é muito gran<strong>de</strong> e o seu lema<br />
uma gran<strong>de</strong> orientação “Querer é Po<strong>de</strong>r!”<br />
João Fernan<strong>de</strong>s, 25/07 8ºA<br />
O Ser Gradua<strong>do</strong><br />
Pediram-me <strong>para</strong> <strong>de</strong>screver o que é ser gradua<strong>do</strong>, o que<br />
sentimos e que <strong>de</strong>veres e direitos se nos impõem. To<strong>do</strong>s<br />
concordam que não é facil, e há muitas responsabilida<strong>de</strong>s<br />
que temos <strong>de</strong> assumir, mas ser gradua<strong>do</strong> não é só comandar<br />
e dar as vozes <strong>de</strong> “firme” e “senti<strong>do</strong>”, “em frente, marche!”. É<br />
muito mais <strong>do</strong> que isso...<br />
Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>cidi vir <strong>para</strong> o <strong>Instituto</strong>, tinha noção <strong>de</strong><br />
todas os i<strong>de</strong>ais que o caracterizam, tais como ética, moral,<br />
disciplina e camaradagem. Ser gradua<strong>do</strong> é respeitar e saber<br />
fazer respeitar to<strong>do</strong>s estes valores. É intregar os novos<br />
alunos, explicar como funciona o sistema, qual o significa<strong>do</strong><br />
das patentes e o porquê <strong>de</strong> se fazer isto e aquilo. É também<br />
referenciar as tradições. Mas tu<strong>do</strong> isto custa, e é muito difícil<br />
conseguir conciliar os estu<strong>do</strong>s com o <strong>de</strong>sempenho das<br />
nossas funções. Mas esta experiência permitirá o nosso<br />
<strong>de</strong>senvolvimento moral e social.<br />
Termino este texto com as palavras proferidas pelo<br />
Comandante <strong>de</strong> Batalhão, Diogo Ruivo, aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu<br />
discurso na Cerimónia <strong>de</strong> Imposição <strong>de</strong> Insígnias: “ Alunos<br />
Gradua<strong>do</strong>s, o que vos é posto aos ombros nunca em caso<br />
algum vos suba à cabeça, mas sim que <strong>de</strong>sça <strong>para</strong> o vosso<br />
coração <strong>para</strong> que com humilda<strong>de</strong> continuem a amar esta<br />
casa!”.<br />
20<br />
Esta frase só resume tu<strong>do</strong>.<br />
Francisco Lopes 60/08<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Quan<strong>do</strong> me olho ao espelho, vejo um rapaz alto, bempareci<strong>do</strong>,<br />
em plena a<strong>do</strong>lescência. Vejo um rapaz com<br />
objectivos pelos quais luta, esforçan<strong>do</strong>-se to<strong>do</strong>s os dias<br />
<strong>para</strong> ser melhor. Sinto a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não <strong>de</strong>siludir<br />
nunca os meus pais <strong>de</strong> quem tanto me orgulho e que quero,<br />
acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, ver felizes, apesar <strong>de</strong> nada me exigirem <strong>para</strong><br />
além da dignida<strong>de</strong>.<br />
Quan<strong>do</strong> me olho ao espelho, ainda recor<strong>do</strong> como era<br />
pequeno quan<strong>do</strong> entrei nesta “Casa” e vesti a farda pela<br />
primeira vez. Lembro-me <strong>do</strong> quão difícil era fazer o nó da<br />
gravata, manter as botas sempre engraxadas e brilhantes,<br />
arear os botões da farda, coser um botão ou outro que numa<br />
brinca<strong>de</strong>ira mais eufórica teimara em cair. Algumas tristezas,<br />
muitas alegrias, momentos únicos...<br />
Vejo-me um futuro homem que honrará, sem dúvida,<br />
esta “Casa” que me viu crescer e que me mostrou que o<br />
senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> Dever, da Responsabilida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> Espírito <strong>de</strong><br />
Sacríficio e <strong>do</strong> Respeito são valores que <strong>de</strong>vemos guardar<br />
<strong>para</strong> a vida.<br />
Quan<strong>do</strong> me olho ao espelho, sinto que se o meu<br />
percurso tivesse si<strong>do</strong> outro talvez a imagem reflectida fosse<br />
diferente.<br />
É esta a singela homenagem que quero prestar a to<strong>do</strong>s<br />
os que têm torna<strong>do</strong> aquele menino <strong>de</strong> <strong>de</strong>z <strong>ano</strong>s num rapaz<br />
que acredita que “Querer é Po<strong>de</strong>r”.<br />
João Filipe, Aluno nº50<br />
(texto redigi<strong>do</strong> no Ano Lectivo 2008/09)<br />
Eu nunca fui um aluno excelente, muito pelo contrário,<br />
sempre tive algumas dificulda<strong>de</strong>s, sobretu<strong>do</strong> nas línguas.<br />
Sei que, quan<strong>do</strong> quero, consigo; por isso vou-me<br />
esforçar ao máximo e dar o meu melhor <strong>para</strong> obter os<br />
melhores resulta<strong>do</strong>s que alguma vez tenha ti<strong>do</strong>.<br />
Distraio-me facilmente, mas este <strong>ano</strong> vou tentar<br />
concentrar-me nos estu<strong>do</strong>s. Sei que assim conseguirei<br />
alcançar os meus objectivos – não ter negativas e passar<br />
<strong>de</strong> <strong>ano</strong> com boas notas. Tenho que acreditar no lema <strong>de</strong>sta<br />
gran<strong>de</strong> casa “Querer é Po<strong>de</strong>r”.<br />
Leonel Gama, Aluno nº 161<br />
(texto redigi<strong>do</strong> no Ano Lectivo 2008/09)
SAÚDE
A NOSSA CASA<br />
22<br />
A Minha Paixão Por Esta Casa<br />
Des<strong>de</strong> os meus cinco <strong>ano</strong>s que gostava <strong>de</strong> ser militar e<br />
dizia sempre ao meu pai “quan<strong>do</strong> crescer vou ser militar”.<br />
Os <strong>ano</strong>s passaram e quan<strong>do</strong> chegou a altura <strong>de</strong> entrar<br />
no IMPE, o meu pai inscreveu-me e só me avisou que teria<br />
que realizar as provas um mês e meio antes das mesmas.<br />
Fi-las e passei.<br />
Quan<strong>do</strong> cá entrei, era tu<strong>do</strong> estranho <strong>para</strong> mim, parecia<br />
que tinha entra<strong>do</strong> num mun<strong>do</strong> novo. À medida que o tempo<br />
foi passan<strong>do</strong>, fui-me habituan<strong>do</strong> a esta casa, e percebi que<br />
fazer parte <strong>de</strong>ste mun<strong>do</strong> iria fazer <strong>de</strong> mim um verda<strong>de</strong>iro<br />
homem. Aqui fiz verda<strong>de</strong>iros amigos, aprendi a ser<br />
camarada e principalmente a ser Pilão…<br />
Estou a crescer, vivo momentos bons e maus. Gosto<br />
<strong>de</strong>sta casa e espero só <strong>de</strong>ixá-la após concluir o 12º <strong>ano</strong>.<br />
Esta casa estará sempre no meu coração.<br />
Rachid Pachire (8ºB)<br />
801/07<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
QUEM SOU EU?<br />
Sou o Mário e estou no IMPE porque sempre gostei <strong>de</strong><br />
coisas <strong>de</strong>ste género, militares. Fui eu quem tomou a <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> vir <strong>para</strong> aqui, pois os meus pais não gostaram muito da<br />
i<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à distância: Lisboa e Bragança não ficam nada<br />
perto.<br />
Eu <strong>de</strong>ixei muitos amigos lá, mas também já ganhei<br />
muitos cá.<br />
Eu fazia vários <strong>de</strong>sportos, como natação, karaté, rugby,<br />
futebol, basquete, entre outros, mas o meu preferi<strong>do</strong> era a<br />
natação, on<strong>de</strong> era fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> e ia a várias competições.<br />
Estou muito contente <strong>de</strong> estar aqui. Mesmo ten<strong>do</strong><br />
sauda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s meus pais, estou muito feliz e orgulhoso por<br />
estar no IMPE.<br />
Alves – 78/09<br />
8ºC<br />
Novo Director <strong>do</strong> Serviço Escolar<br />
O Coronel <strong>de</strong> Cavalaria, Rui Alves Tavares Ferreira nasceu em 5 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong><br />
1958, em Lisboa, é casa<strong>do</strong> e tem <strong>do</strong>is filhos.<br />
Ingressou na Aca<strong>de</strong>mia Militar em 16 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1977, ten<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong> o<br />
Curso <strong>de</strong> Cavalaria em 31 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1983<br />
Foi promovi<strong>do</strong> ao actual posto em 17 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2005<br />
Prestou serviço nas seguintes Unida<strong>de</strong>s e Órgãos:<br />
Escola Prática <strong>de</strong> Cavalaria (Santarém) <strong>de</strong> 01-09-1983 a 26-12-1984<br />
Regimento <strong>de</strong> Cavalaria Nº 3 (Estremoz) <strong>de</strong> 27-12-1984 a 03-10-1990<br />
Regimento <strong>de</strong> Cavalaria Nº 4 (Santa Margarida) <strong>de</strong> 04-10-1990 a 09-08-1992<br />
Regimento <strong>de</strong> Lanceiros Nº 2 (Lisboa) <strong>de</strong> 10-08-1992 a 04-07-1993<br />
Regimento <strong>de</strong> Cavalaria Nº 4 (Santa Margarida) <strong>de</strong> 05-07-1993 a 07-11-1993<br />
Escola <strong>de</strong> Sargentos <strong>do</strong> Exército (Caldas da Rainha) 08-11-1993 a 09-08-1995<br />
Direcção <strong>de</strong> Administração e Mobilização <strong>de</strong> Pessoal (Lisboa) <strong>de</strong> 10-08-1995 a 01-08-1999<br />
Regimento <strong>de</strong> Lanceiros Nº 2 (Lisboa) <strong>de</strong> 02-08-1999 a 04-07-2002<br />
Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>do</strong> Exército <strong>de</strong> 29-07-2002 a 08-01-2006<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>do</strong> Exército (Lisboa) 09-01-2006 a 13-09-2009<br />
Da sua folha <strong>de</strong> serviços constam <strong>do</strong>ze louvores, <strong>do</strong>s quais, oito em Coman<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tropas<br />
Possui as seguintes con<strong>de</strong>corações:<br />
Medalha <strong>de</strong> Comportamento Exemplar/Prata (28-04-1994)<br />
Medalha <strong>de</strong> Mérito Militar/2ª Classe (26-04-2002)<br />
Medalha <strong>de</strong> Mérito Militar/1ª Classe (21-11-2006)<br />
Medalha <strong>de</strong> Comportamento Exemplar/Ouro (18-07-2008)<br />
Des<strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 <strong>de</strong>sempenha o cargo <strong>de</strong> Chefe <strong>do</strong> Serviço Escolar <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong><br />
Exército.
A NOSSA CASA<br />
TOMADA DE POSSE COMANDANTE CORPO DE ALUNOS<br />
O TCOR. <strong>de</strong> Infantaria, Jorge Luís Leão da Costa<br />
Campos, nasceu em Angola em 1960, é casa<strong>do</strong> e tem <strong>do</strong>is<br />
filhos.<br />
Foi incorpora<strong>do</strong> na Escola Prática <strong>de</strong> Infantaria em<br />
Março <strong>de</strong> 1g981, no C.G.M./C.O.M., ten<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong><br />
funções naquela Escola, como Aspirante e Alferes Milici<strong>ano</strong><br />
até 1983, data em que ingressou na Aca<strong>de</strong>mia Militar, on<strong>de</strong><br />
conclluiu o Curso <strong>de</strong> Infantaria em 1988/89.<br />
Esteve coloca<strong>do</strong> nas seguintes unida<strong>de</strong>s:<br />
- Escola Prática <strong>de</strong> Infantaria <strong>de</strong> 19898 a 2003<br />
- Regimento <strong>de</strong> Infantaria Nº 19 (Chaves) em<br />
2003/2004<br />
- Coman<strong>do</strong> da Instrução e Doutrina <strong>de</strong> 2004 a 2006<br />
- Joint Analysis and Lessons Learned Center (JALLC/<br />
NATO), <strong>de</strong> 2006 a 2009<br />
- Em 10 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2009, apresentou-se no<br />
IMPE como Comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos.<br />
Possui os seguintes Cursos:<br />
Novo Comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos<br />
- Curso c<strong>de</strong> Missil TOW (Sta. Margarida)<br />
- Curso <strong>de</strong> Missil MILAN (EPI)<br />
- Curso <strong>de</strong> Planeamento e Avaliação da Instrução (EPI)<br />
- Curso <strong>de</strong> Méto<strong>do</strong>s c<strong>de</strong> Instrução (Reino Uni<strong>do</strong>)<br />
- Evaluation and Validation Course (Reino Uni<strong>do</strong>)<br />
- Curso <strong>de</strong> Anállise <strong>de</strong> Formação e Avalilação (Base<br />
Naval da Formação <strong>do</strong> Alfeite)<br />
- Curso <strong>de</strong> Counter Improvised Explosive Devices<br />
(CIED), <strong>para</strong> Battalion Staff (Alemanha)<br />
- Curso <strong>de</strong> Analista (JALLC, Lisboa)<br />
- Interoperability and Standardization Course<br />
(Universida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> Varsóvia, Polónia)<br />
Decorreu no dia 11Nov09 a cerimónia <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse<br />
<strong>do</strong> novo Comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos <strong>do</strong> IMPE.<br />
As forças em <strong>para</strong>da, sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Comandante<br />
<strong>de</strong> Batalhão Escolar, aluno nº 62 Diogo Ruivo, prestaram<br />
continência ao novo comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos,<br />
TCOR INF Jorge Luís Leão da Costa Campos.<br />
O Guião, à guarda <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos, foi entregue ao<br />
novo comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos TCOR Campos.<br />
A passagem <strong>do</strong> Guião, símbolo <strong>de</strong> maior valor no<br />
Corpo <strong>de</strong> Alunos, representa a transferência das “ilustres<br />
tradições <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>” <strong>para</strong> o novo comandante <strong>do</strong> Corpo<br />
<strong>de</strong> Alunos e o assumir, por parte <strong>de</strong>ste, da mui nobre e<br />
difícil missão que lhe está atribuída: “Enquadrar os alunos<br />
forman<strong>do</strong>-os moral, social e militarmente, incutin<strong>do</strong>-lhes<br />
fortes sentimentos patrióticos e verda<strong>de</strong>iro entusiasmo pela<br />
prática das virtu<strong>de</strong>s, <strong>do</strong>s <strong>de</strong>veres morais, cívicos e militares,<br />
bem como das tradições <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>”.<br />
As principais funções <strong>de</strong>sempenhadas durante a sua<br />
carreira foram:<br />
- Comandante <strong>de</strong> Pelotão <strong>de</strong> Instrução (EPI)<br />
- Comandante <strong>do</strong> PelAcar <strong>do</strong> BEOp (EPI)<br />
- Comandante <strong>de</strong> Companhia <strong>de</strong> Instrução (EPI)<br />
- Comandante <strong>do</strong> Batalhão Escolar (EPI)<br />
- Instrutor <strong>de</strong> Misseis TOW e MILAN (EPI)<br />
- Chefe da Secção <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Técnicos (EPI)<br />
- Chefe da Secção <strong>de</strong> Pessoal (EPI)<br />
- Monitor da Comunida<strong>de</strong> Europeia (Bósnia<br />
Herzegovina)<br />
- 2º Comandante <strong>do</strong> Agrupamento FOXTROT/BLI<br />
(Timor Leste)<br />
- Assessor na Cooperação TécnicoMilitar (Angola)<br />
- Analista <strong>do</strong> JALLC/NATO no Afeganistão<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 23
PÁGINA DO CNO<br />
Mais Uma Conquista<br />
Terminei no passa<strong>do</strong> dia 29 <strong>de</strong> Junho com a sessão<br />
<strong>de</strong> Júri o processo <strong>de</strong> Certificação <strong>do</strong> 12º Ano pelo RVCC,<br />
no CNO <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército.<br />
Tive conhecimento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> RVCC no meu<br />
local <strong>de</strong> trabalho. Após uma entrevista individual e o<br />
pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma história <strong>de</strong> vida, fiquei a<br />
saber o que po<strong>de</strong>ria fazer. Fiquei logo entusiasmada, com<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir mais além, e <strong>de</strong>cidi fazer o 12º <strong>ano</strong>, porque<br />
acho que o saber não ocupa lugar e po<strong>de</strong>-me ajudar,<br />
tanto no momento actual da minha vida como em futuros<br />
projectos, porque “apren<strong>de</strong>r compensa”.<br />
Ao fim <strong>de</strong> muitos <strong>ano</strong>s e <strong>de</strong> tantas experiências,<br />
umas boas outras menos boas, <strong>de</strong>cidi completar a<br />
minha formação académica, porque ao longo da vida<br />
fui apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> uma porta se fecha abre-se<br />
logo uma janela, basta estarmos atentos e aproveitar as<br />
oportunida<strong>de</strong>s que a vida nos dá.<br />
Iniciei este projecto com a convicção <strong>de</strong> que seria<br />
bem sucedida e o meu objectivo sempre foi chegar ao<br />
fim, consciente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> que não teria pela frente<br />
uma tarefa facilitada. Deparei-me ao longo <strong>do</strong> processo<br />
com algumas dificulda<strong>de</strong>s que me fizeram vacilar e<br />
cheguei a pensar em <strong>de</strong>sistir, não por falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><br />
<strong>para</strong> realizar o trabalho, mas, sobretu<strong>do</strong>, por dificulda<strong>de</strong>s<br />
em conciliar a vida familiar e profissional com as tarefas<br />
inerentes às funções <strong>de</strong> mãe, esposa e <strong>do</strong>na <strong>de</strong> casa.<br />
Des<strong>de</strong> o início que perspectivei este processo<br />
como uma oportunida<strong>de</strong> única, o que me <strong>de</strong>terminou<br />
a ultrapassar to<strong>do</strong>s esses obstáculos. De certa forma,<br />
vi aqui a oportunida<strong>de</strong> <strong>para</strong> sarar uma mágoa que me<br />
acompanhava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos <strong>de</strong> estudante. O facto <strong>de</strong><br />
não ter completa<strong>do</strong> o 12º <strong>ano</strong> impediu-me <strong>de</strong> seguir uma<br />
vida académica que tanto ambicionava.<br />
Este processo impõe uma meto<strong>do</strong>logia presencial e<br />
à distância, exigin<strong>do</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a conclusão<br />
das inúmeras activida<strong>de</strong>s propostas, disponibilida<strong>de</strong> que,<br />
como já antes referi, se encontra fortemente condicionada,<br />
não só pelas exigências profissionais, mas também pelas<br />
familiares, próprias <strong>de</strong> quem tem filhos ainda com ida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> brincar.<br />
Foram muitas as horas <strong>de</strong> que tive <strong>de</strong> <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>r <strong>para</strong><br />
a conclusão <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os temas propostos no processo<br />
<strong>de</strong> RVCC, uma vez que havia sempre alguma coisa <strong>para</strong><br />
fazer em casa. Quan<strong>do</strong>, por vezes, me predispunha<br />
a fazer algum trabalho, algo inopina<strong>do</strong> surgia como,<br />
por exemplo, a minha filha, que me dizia com alguma<br />
frequência “MÃE, QUANDO É QUE BRINCAS COMIGO?”<br />
ou “AGORA NUNCA TENS TEMPO PARA MIM, JÁ NÃO<br />
ME DÁS MIMINHOS COMO ANTES” ou ainda “PODES<br />
AJUDAR-ME NOS TRABALHOS DE CASA”?, etc.<br />
24 Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Mas mesmo assim, o balanço que faço é positivo.<br />
Os temas trata<strong>do</strong>s no referencial obrigaram-me a uma<br />
reflexão sobre a minha vida e sobre mim própria, dan<strong>do</strong><br />
importância a certos pormenores que até aqui quase me<br />
passavam <strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong>s.<br />
O RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação<br />
<strong>de</strong> Competências) <strong>de</strong>u-me uma nova oportunida<strong>de</strong>, já<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> adulta, <strong>de</strong> validar e certificar as competências<br />
que adquiri ao longo da minha vida. Competências<br />
pessoais e profissionais que estavam esquecidas e que<br />
eu julguei já não me servirem <strong>para</strong> nada, mas que foram<br />
valorizadas graças a este sistema.<br />
A narrativa <strong>de</strong> vida foi interessante, uma vez que me<br />
fez reviver um pouco o passa<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> algumas coisas<br />
das quais eu já não me lembrava. Foi muito positivo, pois<br />
acho que nunca tinha recorda<strong>do</strong> as coisas <strong>de</strong>sta maneira.<br />
Foi bom relembrar to<strong>do</strong> o meu passa<strong>do</strong> e tu<strong>do</strong> o que já<br />
tinha feito no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> valorizar todas as experiências<br />
que tinha ti<strong>do</strong> e <strong>de</strong> me aperceber <strong>de</strong> que algumas <strong>de</strong>las<br />
tinham si<strong>do</strong> o suporte <strong>do</strong>s conhecimentos que hoje<br />
tenho e que fui adquirin<strong>do</strong>. Também surgiram algumas<br />
recordações daquelas que muitas vezes queremos<br />
esquecer, o que me provocou alguma <strong>de</strong>sestabilização,<br />
particularmente a nível emocional. Mas as experiências<br />
positivas acabam por colocar as más em segun<strong>do</strong> lugar.<br />
Este processo fez-me recuar ao meu passa<strong>do</strong>. Fui<br />
lembrar-me <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> escola, <strong>do</strong>s amigos, da minha<br />
família, <strong>do</strong>s colegas <strong>de</strong> trabalho, da minha auto-formação,<br />
como pessoa responsável que sou, entre outras coisas.<br />
Consi<strong>de</strong>ro este processo como uma viagem ao passa<strong>do</strong>.<br />
Uma das maiores dificulda<strong>de</strong>s que encontrei foi fazer<br />
a ligação entre a minha história <strong>de</strong> vida e os trabalhos a<br />
realizar <strong>para</strong> evi<strong>de</strong>nciar as competências. Tal contribuiu<br />
em muito <strong>para</strong> uma reflexão <strong>de</strong> vida e permitiu-me<br />
encontrar quer o la<strong>do</strong> mais positivo quer o menos positivo<br />
<strong>do</strong> meu percurso.<br />
Outra dificulda<strong>de</strong> que tive, mas que consegui superar<br />
com um certo esforço, foi o facto <strong>de</strong> já ter <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
estudar há alguns <strong>ano</strong>s. Com <strong>de</strong>dicação, ultrapassei<br />
esta barreira e é uma prova nítida, na minha maneira <strong>de</strong><br />
ver, que só não consegue obter o que quer quem não se<br />
esforça. Pertencen<strong>do</strong> a esta casa há 13 <strong>ano</strong>s, não podia<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> seguir o seu lema: “QUERER É PODER”.<br />
Na minha opinião, o facto <strong>de</strong> iniciarmos a nossa<br />
história <strong>de</strong> vida sem termos a mínima noção <strong>de</strong> quais<br />
os temas que teremos <strong>de</strong> tratar dificulta o trabalho final,<br />
porém, ao elaborar a história da minha vida, iam-me<br />
sempre surgin<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ias. Nem tu<strong>do</strong> são pontos negativos,<br />
pois gostei muito <strong>de</strong> reflectir sobre o <strong>de</strong>ver e os benefícios<br />
da reciclagem, porque é uma área que me preocupa<br />
muito, na medida em que temos que nos preocupar com<br />
o futuro <strong>do</strong> ambiente e também <strong>de</strong>ixar um “Mun<strong>do</strong> São”<br />
como herança <strong>para</strong> os nossos filhos.
Gostava <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r continuar a estudar mais, ir mais<br />
longe, quem sabe tirar o curso superior que eu sempre<br />
i<strong>de</strong>alizei, não agora que a minha filha ainda é muito<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mim, mas quan<strong>do</strong> ela for mais crescida.<br />
Com o 12º <strong>ano</strong> feito, já é meio caminho anda<strong>do</strong>.<br />
Tenho consciência <strong>de</strong> que fiz um bom trabalho e<br />
compreen<strong>do</strong> agora as exigências que nos impuseram,<br />
elevan<strong>do</strong>, assim, a bitola da qualida<strong>de</strong>. Este é um<br />
processo novo, com novos méto<strong>do</strong>s, por isso só daqui a<br />
alguns <strong>ano</strong>s se conseguirá fazer um balanço positivo ou<br />
negativo <strong>de</strong>ste sistema.<br />
Uma palavra <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento ao meu mari<strong>do</strong>, pois<br />
eu muitas vezes passava horas <strong>de</strong>dicadas a isto e ele<br />
sempre teve uma palavra <strong>de</strong> incentivo e apoio. Um beijo<br />
à minha filha, a quem eu tirei tempo e <strong>de</strong>dicação.<br />
Não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> referir ainda to<strong>do</strong> o trabalho<br />
realiza<strong>do</strong> pela maravilhosa equipa <strong>de</strong> profissionais que<br />
me acompanhou e que me aju<strong>do</strong>u neste processo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início até ao fim. O meu muito obriga<strong>do</strong> a todas elas<br />
por me terem ajuda<strong>do</strong> a chegar até aqui, pois sem elas,<br />
provavelmente, eu teria <strong>de</strong>sisti<strong>do</strong>. Foi graças à força que<br />
me <strong>de</strong>ram e ao empenho <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s estes profissionais<br />
que eu não aban<strong>do</strong>nei este barco. Fizeram-me andar <strong>de</strong><br />
cabeça bem levantada e acreditar que sou capaz <strong>de</strong> ir<br />
mais longe. É a elas que eu <strong>de</strong>dico esta minha vitória,<br />
visto que, sem o seu profissionalismo, eu não estaria hoje<br />
aqui a escrever este artigo.<br />
A to<strong>do</strong>s: bem hajam! Votos sinceros <strong>de</strong> futuras vitórias<br />
a to<strong>do</strong>s os níveis.<br />
Rosa Sofia<br />
“O Homem Que Venceu na vida é<br />
aquele que acreditou em si”.<br />
O futuro é incerto, mas a vida ensina que, viven<strong>do</strong><br />
o dia-a-dia, moldamos o futuro. A<strong>do</strong>ro a minha vida,<br />
todavia, vivo o presente tentan<strong>do</strong> pre<strong>para</strong>r o futuro, visto<br />
ser incerto e a acomodação a esta incerteza ter um risco<br />
<strong>de</strong>masia<strong>do</strong> alto.<br />
Tracei objectivos, muitos <strong>de</strong>les realiza<strong>do</strong>s e concluí<strong>do</strong>s<br />
com êxito, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>dicação e a muita força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>.<br />
Algumas das horas da minha vida foram passadas a<br />
escrever acerca da mesma, <strong>para</strong> conseguir chegar a bom<br />
porto e assim reconstruir o itinerário <strong>de</strong> adulto ao nível<br />
pessoal, profissional e social.<br />
PÁGINA DO CNO<br />
Chegou o fim <strong>de</strong> mais uma concretização: a certificação<br />
<strong>do</strong> 12º <strong>ano</strong>. Foi um processo complexo e exigente que se<br />
iniciou em Novembro <strong>de</strong> 2008, com a minha inscrição no<br />
CNO <strong>do</strong> nosso <strong>Instituto</strong>. Foi um processo <strong>de</strong> moldagem,<br />
inspiração e, ao mesmo tempo, pareceu-me que fui ao<br />
sótão abrir o baú das recordações <strong>para</strong> as expor por<br />
escrito no Portfolio.<br />
Por vezes, não aproveitamos os momentos <strong>de</strong><br />
estudante, vivemos com a cabeça na lua, sem projectos<br />
feitos nem caminhos construí<strong>do</strong>s. Mas como nunca é<br />
tar<strong>de</strong> <strong>para</strong> apren<strong>de</strong>r, só temos que tirar as mãos <strong>do</strong>s<br />
bolsos e voltar a percorrer os caminhos perdi<strong>do</strong>s.<br />
Quan<strong>do</strong> se começa um processo <strong>de</strong> Reconhecimento,<br />
Validação e Certificação <strong>de</strong> Competências <strong>de</strong> nível<br />
Secundário, a elaboração <strong>do</strong> Portfolio Reflexivo <strong>de</strong><br />
Aprendizagens parece um “bicho-<strong>de</strong>-sete-cabeças”.<br />
Este género <strong>de</strong> <strong>do</strong>ssier pessoal <strong>de</strong> competências, que<br />
consiste na compilação e arquivo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>cumentos<br />
que comprovam as aprendizagens que afirmamos ter<br />
efectua<strong>do</strong> ao longo da nossa vida, visa i<strong>de</strong>ntificar as<br />
aprendizagens realizadas em diferentes situações:<br />
profissionais, pessoais e sociais. Penso que favorece a<br />
auto-<strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong>s saberes e competências obti<strong>do</strong>s<br />
através da experiência, nem sempre valoriza<strong>do</strong>s, e <strong>do</strong>s<br />
quais nem sempre temos consciência.<br />
Quan<strong>do</strong> chegamos ao fim <strong>de</strong>ste magnífico trabalho,<br />
vivemos memórias, muitas <strong>de</strong>las esquecidas, expomos<br />
as nossas capacida<strong>de</strong>s, os nossos conhecimentos e tu<strong>do</strong><br />
fica como uma enciclopédia das artes <strong>do</strong> nosso saber.<br />
Quem me conhece, sabe que uma das mensagens<br />
que sempre transmiti aos camaradas foi não <strong>para</strong>r <strong>de</strong><br />
estudar, apostar na formação profissional, <strong>para</strong> um dia<br />
o futuro ter mais oportunida<strong>de</strong>s. Hoje, ao escrever estas<br />
palavras, só tenho <strong>de</strong> continuar a referir o mesmo.<br />
Paran<strong>do</strong>, não se conseguem alcançar objectivos, não se<br />
conseguem atingir metas nem construir caminhos.<br />
Não parem <strong>de</strong> apostar em vós, continuem e aproveitem<br />
as boas oportunida<strong>de</strong>s que são dadas e valorizem muito<br />
a vida e os vossos conhecimentos.<br />
Ricar<strong>do</strong> Estêvão<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 25
ESCRITOS<br />
26<br />
REDUÇÃO NO CONSUMO DE ENERGIA ELÉCTRICA<br />
Fruto das medidas <strong>de</strong> eficiência energética que têm vin<strong>do</strong> a ser implementadas no <strong>Instituto</strong>, o<br />
consumo <strong>de</strong> energia eléctrica na 1ª Secção tem vin<strong>do</strong> a reduzir pelo 8º mês consecutivo.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s apura<strong>do</strong>s até ao momento traduzem uma poupança energética na or<strong>de</strong>m<br />
<strong>do</strong>s 12 117 Kwh.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r
Ensino Profissional – Que Futuro?<br />
O Ensino Profissional começou a dar os primeiros<br />
passos em Portugal há 20 <strong>ano</strong>s atrás.<br />
Um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> suficientemente longo<br />
<strong>para</strong> permitir uma avaliação <strong>do</strong>s seus sucessos e <strong>do</strong>s<br />
seus constrangimentos e tentar <strong>de</strong>scortinar qual será o<br />
futuro <strong>de</strong>ste subsistema <strong>de</strong> ensino.<br />
Actualmente uma das principais críticas apontadas à<br />
escola é a sua incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pre<strong>para</strong>r os jovens <strong>para</strong><br />
a vida activa. Crítica essa bastante justificada, ten<strong>do</strong> em<br />
conta que são milhares os alunos que to<strong>do</strong>s os <strong>ano</strong>s<br />
terminam a escolarida<strong>de</strong> sem que tenham adquiri<strong>do</strong> as<br />
competências necessárias <strong>para</strong> enfrentar o merca<strong>do</strong>,<br />
pois apresentam-se no mesmo sem qualificações válidas<br />
<strong>para</strong> as suas exigências.<br />
A fraca oferta <strong>de</strong> emprego qualifica<strong>do</strong>, os baixos<br />
índices <strong>de</strong> remuneração, a falta <strong>de</strong> reconhecimento<br />
das habilitações por parte das empresas são algumas<br />
das razões que, porventura, mais contribuirão <strong>para</strong> o<br />
<strong>de</strong>sinteresse pela formação.<br />
Nos últimos <strong>ano</strong>s, o Ministério da Educação<br />
tem tenta<strong>do</strong> encontrar um mo<strong>de</strong>lo credível <strong>para</strong> a<br />
reestruturação <strong>do</strong> ensino secundário. Em 1983, iniciou<br />
com a experiência <strong>de</strong> formação técnico-profissional neste<br />
âmbito crian<strong>do</strong> um pl<strong>ano</strong> curricular muito semelhante ao<br />
<strong>do</strong> ensino regular. Pretendia-se, assim, <strong>do</strong>tar o país <strong>de</strong><br />
mão-<strong>de</strong>-obra qualificada.<br />
Contu<strong>do</strong>, a afectação <strong>de</strong> recursos não correspon<strong>de</strong>u<br />
à ambição <strong>do</strong> projecto e as escolas <strong>de</strong>bateram-se<br />
com alguns problemas graves, nomeadamente a<br />
falta <strong>de</strong> equipamentos e <strong>de</strong> especialistas qualifica<strong>do</strong>s<br />
em <strong>de</strong>terminadas áreas tecnológicas. Mas outros<br />
constrangimentos transpareceram, como por exemplo as<br />
“limitações” no escasso envolvimento <strong>do</strong>s professores,<br />
alunos, pais, empresários e até autarcas, crian<strong>do</strong> assim<br />
um <strong>de</strong>sajustamento entre a oferta e a procura <strong>de</strong> cursos<br />
– com exce<strong>de</strong>ntes permanentes na oferta, ausência <strong>de</strong><br />
financiamento significativo, currículos uniformes, rígi<strong>do</strong>s<br />
e principalmente <strong>de</strong>sajusta<strong>do</strong>s às realida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> trabalho.<br />
No entanto, entre 1986 e 1989, a procura foi<br />
aumentan<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong>-se atingi<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> 23 mil<br />
jovens. É nesta altura, que se volta a dar interesse a esta<br />
tipologia <strong>de</strong> ensino e surgem novas regulamentações,<br />
<strong>de</strong> forma a criar as infra-estruturas necessárias <strong>para</strong><br />
uma correcta operacionalização <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong>. Uma<br />
das inovações introduzidas foi a criação <strong>de</strong> protocolos,<br />
entre os diferentes promotores, crian<strong>do</strong> assim uma co-<br />
-responsabilização aquan<strong>do</strong> a criação da escola e na<br />
posterior inserção <strong>do</strong>s alunos no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />
Uma segunda novida<strong>de</strong> verificou-se ao nível da<br />
<strong>de</strong>legação <strong>de</strong> autonomia pedagógica, administrativa<br />
e financeira. Esta autonomia permitiu que cada<br />
escola pu<strong>de</strong>sse construir o seu currículo, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> os<br />
saberes e as competências que melhor se ajustavam<br />
ao perfil profissional <strong>do</strong>s cursos e às necessida<strong>de</strong>s da<br />
comunida<strong>de</strong> local.<br />
Apesar <strong>de</strong> balizada por uma matriz disciplinar<br />
aprovada pelo Ministério da Educação, que cobria uma<br />
parte <strong>de</strong> formação sociocultural e outra <strong>de</strong> formação<br />
científica, esta autonomia conferiu a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> implementar uma organização e uma estrutura<br />
mais flexíveis, nomeadamente a nível das disciplinas<br />
técnicas.<br />
O ensino profissional tem sofri<strong>do</strong> um enorme<br />
crescimento. Há <strong>de</strong>z <strong>ano</strong>s atrás eram apenas 27 mil os<br />
alunos que o frequentavam, actualmente esse número<br />
passou <strong>para</strong> os 91 mil. Apesar <strong>de</strong> este total ser optimista,<br />
fica muito aquém das expectativas, se com<strong>para</strong>rmos<br />
com as frequências <strong>do</strong> ensino profissional na Europa.<br />
No nosso sistema educativo apenas 30% <strong>do</strong>s cerca<br />
<strong>de</strong> 300 mil alunos que frequentam o ensino secundário<br />
optam por esta via profissionalizante, fican<strong>do</strong> bastante<br />
abaixo das percentagens <strong>de</strong> 70 e 80 por cento<br />
europeias.<br />
Os cursos profissionais são uma oferta formativa <strong>de</strong><br />
dupla certificação, <strong>de</strong>stinada a jovens e cujo objectivo<br />
principal é a inserção no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, embora<br />
permitam o prosseguimento <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s no ensino<br />
superior. Além <strong>de</strong> conferirem um nível secundário <strong>de</strong><br />
educação, as aprendizagens realizadas nestes cursos<br />
valorizam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências pessoais<br />
e técnicas necessárias <strong>para</strong> o exercício <strong>de</strong> uma<br />
profissão.<br />
Para os que conseguem singrar neste tipo <strong>de</strong> ensino,<br />
que se pauta com algumas taxas <strong>de</strong> sucesso elevadas,<br />
os mesmos têm consegui<strong>do</strong>, na maioria das áreas, obter<br />
uma rápida integração no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />
A Professora<br />
Maria José Gonçalves<br />
ESCRITOS<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 27
IN MEMORIAM<br />
28<br />
Passaste…<br />
Passaste nas nossas vidas. Olhar certeiro, baton vermelho, presença animada, espírito<br />
justo.<br />
To<strong>do</strong>s passamos na vida uns <strong>do</strong>s outros, uns por mais tempo, outros por menos…<br />
As minhas memórias <strong>de</strong> ti são breves. Imagens animadas, frases divertidas, olhar<br />
atento, presença reconfortante, palavra amiga, camaradagem leal. Mas fica uma grata<br />
recordação <strong>do</strong>s teus gestos, <strong>do</strong> teu companheirismo, da tua <strong>de</strong>dicação aos alunos, da<br />
tua atenção…<br />
Passaste…por nós, nas nossas vidas, na vida <strong>do</strong> Pilão…<br />
Partiste e ficou a tua presença nas memórias <strong>de</strong> cada um, nos lugares percorri<strong>do</strong>s, nas<br />
conversas inacabadas, nas tarefas partilhadas, nos trabalhos <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s …<br />
Passaste por cada um… e seguiste …<br />
A paz que conforta e inva<strong>de</strong> ao recordar-te é garante da paz que encontraste, após a<br />
luta violenta e breve, o combate inespera<strong>do</strong> contra a morte.<br />
Partiste, mas acreditamos que “és” e que estás … <strong>do</strong>utro mo<strong>do</strong>, certamente mais<br />
completo e feliz, on<strong>de</strong> chegaste.<br />
Em memória <strong>de</strong> uma querida Professora<br />
Recor<strong>do</strong> a Professora Ana Castro com muito carinho e sauda<strong>de</strong>.<br />
Ainda recor<strong>do</strong> o dia em que a conheci. Estávamos a 14 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2006 e a professora Ana era a<br />
Directora <strong>de</strong> Turma <strong>do</strong> 6ºA, a minha turma.<br />
Esta professora era como se fosse a nossa “mãe” no <strong>Instituto</strong>: fazia tu<strong>do</strong> por nós, com imenso carinho,<br />
com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação.<br />
No <strong>ano</strong> seguinte, tu<strong>do</strong> foi diferente, pelo menos <strong>para</strong> mim: a professora já não era a nossa D.T. e já não<br />
podíamos conversar como dantes.<br />
Passou um <strong>ano</strong>, <strong>de</strong> novo tive a Professora Ana como D.T. Foi um <strong>ano</strong> muito difícil, tanto <strong>para</strong> mim,<br />
enquanto chefe <strong>de</strong> turma, como <strong>para</strong> a professora…Mas também foi o <strong>ano</strong> em que criei uma profunda<br />
amiza<strong>de</strong> com esta professora: dava-me apoio e força em to<strong>do</strong>s os momentos adversos, preocupava-se<br />
comigo e com to<strong>do</strong>s os meus colegas.<br />
No fim <strong>do</strong> <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, vi a Professora Ana muito <strong>do</strong>ente, mas ela continuava a dizer que não era nada<br />
assim <strong>de</strong> tão grave.<br />
Admiro-a muito por ter ti<strong>do</strong> tanta coragem e por continuar a sorrir <strong>para</strong> os seus alunos apesar <strong>do</strong>s muitos<br />
problemas.<br />
A Professora nunca será esquecida neste <strong>Instituto</strong> a que muitos chamam “casa”… esta casa que também<br />
foi da Professora Ana Cristina <strong>de</strong> Castro.<br />
Pedro Lopes, nº 74/06 - 8ºC<br />
A professora Ana Cristina Castro era uma pessoa muito amiga, conselheira e muito a<strong>do</strong>rada pelos seus<br />
alunos.<br />
Quan<strong>do</strong> entrei <strong>para</strong> os <strong>Pupilos</strong>, no meu 5º<strong>ano</strong>, tive o meu primeiro contacto com esta querida professora<br />
<strong>de</strong> quem tanto gosto e, a partir <strong>de</strong>ssa altura, passei a saber que tinha uma gran<strong>de</strong> amiga em quem podia<br />
confiar.<br />
Com esta professora, muitas vezes, eu <strong>de</strong>sabafei sobre a minha vida pessoal.<br />
Esta nossa amiga marcou-nos muito <strong>de</strong> uma forma carinhosa, mas também <strong>de</strong> uma forma sábia, pois foi<br />
uma das poucas pessoas que nos transmitiu boa educação.<br />
Quan<strong>do</strong> era necessário, a professora estava lá <strong>para</strong> nos corrigir: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> regras, educação, compreensão,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> longas horas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.<br />
Deixa sauda<strong>de</strong>s, não só aos seus alunos, como também à casa à qual tanto <strong>de</strong>u ao longo <strong>de</strong> uma<br />
década.<br />
Esta pequena gran<strong>de</strong> professora não era a melhor em tu<strong>do</strong>, mas em tu<strong>do</strong> dava o seu melhor.<br />
Apesar <strong>de</strong> nos ter <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> tão tristemente, <strong>de</strong>ixou-me contente pela forma como, ao longo da sua vida<br />
pilónica, enobreceu o nome <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, aplican<strong>do</strong> na sua vivência a divisa “Querer é Po<strong>de</strong>r”.<br />
João Rodrigues, nº7/05 - 9ºA<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r
A professora Ana Castro era uma pessoa espectacular, sempre bem disposta, alegre e bastante divertida.<br />
Quero agra<strong>de</strong>cer-lhe por tu<strong>do</strong> o que me <strong>de</strong>u em momentos difíceis, quan<strong>do</strong> foi minha Directora <strong>de</strong> Turma.<br />
Será uma pessoa que ficará na memória <strong>de</strong> muitos alunos.<br />
Um simples <strong>de</strong>sabafo<br />
Eu, aluno <strong>de</strong>sta casa como tantos outros, reconheço que muitas pessoas me marcaram ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong><br />
este meu percurso “pilónico”; que me fizeram melhorar não só como aluno, mas também e, principalmente,<br />
como pessoa. São estas pessoas que tomo como referência na minha vida.<br />
Muitas <strong>de</strong>ssas pessoas já saíram, outra continua cá. Esta, <strong>de</strong> quem vos falo em especial, já “partiu” e espera<br />
lá por nós.<br />
O meu coração enche-se <strong>de</strong> melancolia quan<strong>do</strong> digo o seu nome, mas, sem esforço, resplen<strong>de</strong> num sorriso,<br />
pois era assim que ela levava a sua vida. Por mais difícil que fosse, tinha sempre o seu sorriso amigo <strong>para</strong><br />
nos oferecer.<br />
Lembro eu, com ternura, tu<strong>do</strong> o que me <strong>de</strong>dicou. Acho agora que a palavra obriga<strong>do</strong> é <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> pequena<br />
<strong>para</strong> representar tu<strong>do</strong> aquilo que <strong>de</strong>sejo dizer-lhe. Sei que em mim continuará sempre a sua memória, triste<br />
por já não a po<strong>de</strong>r ouvir ou ver, essa “gran<strong>de</strong> amiga”, mas felicíssimo por ter vivi<strong>do</strong> <strong>de</strong> perto, muito tempo,<br />
com uma pessoa tão especial como a Professora Ana Castro.<br />
Esta é uma brevíssima homenagem que lhe presto, não num tom <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida, mas sim num “até já”.<br />
João Filipe 50/04 - 1º A TMI<br />
Amiga<br />
Pedro Vieira, nº 49/05 - 9ºA<br />
Nos meus <strong>ano</strong>s <strong>de</strong> Pilão, a professora Ana foi a minha professora <strong>de</strong> Educação Visual e Tecnológica.<br />
Nessa altura, esta professora era a única que mandava reca<strong>do</strong>s <strong>para</strong> casa por eu me esquecer <strong>do</strong>s óculos.<br />
No momento, eu não entendi porquê. Agora apercebo-me que, se eu nunca tivesse leva<strong>do</strong> os óculos a<br />
partir <strong>do</strong>s tais reca<strong>do</strong>s, eu nunca teria corrigi<strong>do</strong> a minha visão e, hoje, precisaria <strong>de</strong> usar os óculos 24 horas<br />
por dia, o que felizmente não acontece.<br />
Esta peripécia serve <strong>para</strong> mostrar que a professora Ana ajudava muito, directa ou indirectamente, os seus<br />
alunos e foi uma “peça” importantíssima na vida pilónica.<br />
Aqui <strong>de</strong>ixo os meus agra<strong>de</strong>cimentos à professora e um sentimento <strong>de</strong> mágoa pela sua partida.<br />
João Alves, nº5/05 - 9ºA<br />
Caiu o p<strong>ano</strong>, só o p<strong>ano</strong>. Ficaste enfim contigo só, <strong>de</strong>sse la<strong>do</strong>.<br />
Ainda nos ouves a chamar por ti, a pedir bis, a aplaudir a actuação, a acreditar ainda num <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro voltar ao<br />
palco <strong>para</strong> agra<strong>de</strong>cer as palmas, numa pequena vénia, com um último sorriso.<br />
Aí, <strong>de</strong> pé atrás <strong>do</strong> p<strong>ano</strong> ainda não abriste os olhos, <strong>para</strong> reteres a última visão das nossas caras, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
beijos que te atirámos como se fossem flores, foi muito bom!<br />
…Mas agora chega, já não voltas, <strong>de</strong>ste muito <strong>de</strong> ti, é hora <strong>de</strong> pegar nas malas e sair pela porta <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>.<br />
Respiras agora com serenida<strong>de</strong> e no teu peito bate agora… contentamento.<br />
Que haverá lá fora? Só in<strong>do</strong> ver! E vais.<br />
Ana, Cristina, Aninhas, Kiki. Por vários nomes te chamamos, mas tens um nome maior, comum a to<strong>do</strong>s eles:<br />
Amiga, Amiga, Amiga.<br />
A Amiza<strong>de</strong> sempre foi a tua religião, a religião maior <strong>de</strong> todas, a mais universal, que não pára <strong>de</strong> crescer assim<br />
haven<strong>do</strong> pessoas como tu, Amiga. E é essa Amiza<strong>de</strong> que nos faz sentir lá no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>, no nosso próprio<br />
silêncio, que não estamos sós, que afinal nem vale a pena <strong>de</strong>spedirmo-nos. Os Amigos nunca se se<strong>para</strong>m.<br />
Po<strong>de</strong>mos chorar, chorar faz bem! Chorar com todas as nossas forças, <strong>de</strong>sabafar da nossa tristeza <strong>de</strong> te<br />
querer ter aqui, <strong>de</strong>ste la<strong>do</strong> <strong>para</strong> sempre, só <strong>para</strong> nós, mas então vais aparecer da maneira especial que a<br />
Amiza<strong>de</strong> tem <strong>para</strong> se fazer sentir e vamos sempre ouvir a tua voz baixinho dizer… chorar sim, mas a sorrir.<br />
Até sempre, Amiga, viva a Amiza<strong>de</strong>!<br />
Jorge Galvão<br />
IN MEMORIAM<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 29
ESCRITOS<br />
30<br />
O Êxito Começa com a Vonta<strong>de</strong><br />
Se pensas que estás venci<strong>do</strong>, estás.<br />
Se pensas que não te atreves, não o farás.<br />
Se pensas que gostarias <strong>de</strong> ganhar,<br />
mas não po<strong>de</strong>s, não o conseguirás<br />
Porque no mun<strong>do</strong> encontrarás<br />
que o êxito começa com a vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem.<br />
Tu<strong>do</strong> está em esta<strong>do</strong> mental.<br />
Porque muitas corridas se per<strong>de</strong>ram<br />
antes <strong>de</strong> se terem corri<strong>do</strong>,<br />
e muitos cobar<strong>de</strong>s fracassaram,<br />
antes <strong>de</strong> ter o seu trabalho começa<strong>do</strong>.<br />
Pensa em gran<strong>de</strong> e os teus feitos crescerão.<br />
Pensa em pequeno e ficarás atrás.<br />
Pensa que po<strong>de</strong>s e po<strong>de</strong>rás.<br />
Tu<strong>do</strong> está em esta<strong>do</strong> mental.<br />
Se pensas que estás em vantagem, estás.<br />
Tens que pensar bem <strong>para</strong> subires.<br />
Tens que estar seguro <strong>de</strong> ti mesmo.<br />
antes <strong>de</strong> tentar ganhar um prémio.<br />
A batalha da vida nem sempre a ganha<br />
o homem mais forte, ou o mais ligeiro,<br />
porque tar<strong>de</strong> ou ce<strong>do</strong>, o homem que ganha,<br />
é aquele que crê po<strong>de</strong>r fazê-lo.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Rudyard Kipling<br />
O aluno <strong>do</strong> IMPE possui força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, traça os<br />
seus objectivos, tem auto-estima, sabe que muito <strong>do</strong><br />
seu sucesso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> essencialmente <strong>de</strong>le, contu<strong>do</strong>,<br />
por vezes, sente-se <strong>de</strong>smotiva<strong>do</strong> porque tem dificulda<strong>de</strong><br />
em reconhecer as causas <strong>do</strong> seu insucesso.<br />
Nessas alturas é importante <strong>para</strong>r um pouco,<br />
reflectir e inventariar as situações. Nem sempre é<br />
fácil, por vezes, torna-se necessário recorrer à ajuda<br />
<strong>de</strong> outros, nomeadamente a professores, profissionais<br />
especializa<strong>do</strong>s, pais e amigos, <strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificar os seus<br />
pontos fracos.<br />
Tomar consciência das principais dificulda<strong>de</strong>s que<br />
impe<strong>de</strong>m cada um <strong>de</strong> alcançar resulta<strong>do</strong>s satisfatórios<br />
é essencial <strong>para</strong> os superar.<br />
Para te manteres constantemente motiva<strong>do</strong> é<br />
importante que dês, a ti próprio, pequenas recompensas<br />
à medida que fores atingin<strong>do</strong> os objectivos a que te<br />
propões. Sê positivo que, passo a passo, chegarás on<strong>de</strong><br />
preten<strong>de</strong>s.<br />
Neste novo <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, acredita que “Querer é<br />
po<strong>de</strong>r” mas ESTUDA!<br />
Ana Ten<strong>de</strong>iro<br />
Professora, <strong>de</strong> Inglês<br />
A Evolução Histórico-Filosófica da<br />
Igualda<strong>de</strong> na Cultura Oci<strong>de</strong>ntal<br />
Categorias humanas inferiores, sem direitos<br />
<strong>de</strong> nenhuma espécie, encontram-se na história da<br />
humanida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos mais primitivos, com<br />
<strong>de</strong>staque <strong>para</strong> a servitu<strong>de</strong>, que chegou entre nós até<br />
épocas bem recentes.<br />
O princípio da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os seres hum<strong>ano</strong>s,<br />
tanto no tocante à condição civil, isto é, ao tratamento<br />
das relações <strong>de</strong> uns com os outros, como no tocante<br />
à condição política, ou seja, à participação directa ou<br />
indirecta no governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, é ti<strong>do</strong> após uma longa<br />
evolução como um <strong>do</strong>s pilares da civilização mo<strong>de</strong>rna.<br />
Des<strong>de</strong> tempos imemoriais que o conceito da<br />
igualda<strong>de</strong> se fundamenta nos valores da pessoa humana<br />
integralmente consi<strong>de</strong>rada, tanto como pessoa como<br />
membro da socieda<strong>de</strong>. Por isso, a palavra “aequalis”<br />
era aplicada na literatura latina às qualida<strong>de</strong>s pessoais<br />
(aequalis, virtu<strong>de</strong>). Pelo facto <strong>de</strong> se ser homem <strong>de</strong>via<br />
correspon<strong>de</strong>r a to<strong>do</strong>s um tratamento respeitoso, expresso<br />
no relevo da sua “dignitas” que a ninguém se podia<br />
negar, nem faltar ao “cuique suum” representa<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
os tempos mais longínquos por uma balança na mão.<br />
Desta forma a igualda<strong>de</strong> quer significar equilíbrio, ou<br />
melhor, uma manifestação e condição <strong>de</strong> equilíbrio social<br />
que <strong>de</strong>ve existir entre to<strong>do</strong>s os seres racionais, Assim,<br />
discriminar significa tratar diferentemente aquilo que é<br />
igual, residin<strong>do</strong>, pois, a arbitrarieda<strong>de</strong> numa diferença<br />
injustificada <strong>de</strong> tratamento.<br />
A igualda<strong>de</strong>, segun<strong>do</strong> alguns autores, resulta da<br />
organização humana. Ela é um meio <strong>de</strong> se igualizar as<br />
diferenças através das instituições. É o caso da polis que<br />
torna os homens iguais por meio <strong>de</strong> leis. A pluralida<strong>de</strong><br />
humana tem uma característica ontológica dupla:<br />
igualda<strong>de</strong> e diferença. Se os homens não fossem iguais<br />
não po<strong>de</strong>riam enten<strong>de</strong>r-se. Por outro la<strong>do</strong>, se não fossem<br />
diferentes não precisavam da palavra, nem da acção <strong>para</strong><br />
se fazerem enten<strong>de</strong>r.<br />
Mas o conceito <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> tem comporta<strong>do</strong> ao<br />
longo <strong>do</strong>s tempos muitas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interpretação e<br />
<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> em parte a mentalida<strong>de</strong>s e tradições,<br />
a estruturas e interesses sócio-económicos diversos em<br />
jogo, ou a razões i<strong>de</strong>ológicas ou religiosas Daí o relativo<br />
atraso na aceitação <strong>de</strong> uma igualda<strong>de</strong> que seja universal<br />
e efectiva.<br />
Na Grécia, logo após a sua fundação, os eupátridas<br />
membros das classes nobres, governaram as cida<strong>de</strong>s<br />
oligarquicamente <strong>do</strong> século VIII a.C. até às reformas <strong>de</strong><br />
Sólon (594 a.C.). Com Clistenes (e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Péricles)<br />
introduziram-se substanciais alterações no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
Sólon, a principal das quais foi a divisão da Ática em<br />
circunscrições, on<strong>de</strong> as classes se agrupavam sem
preconceitos <strong>de</strong> nascimento ou <strong>de</strong> riqueza. To<strong>do</strong>s eram<br />
cidadãos e a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s perante a lei alicerçou<br />
um conjunto <strong>de</strong> reformas <strong>de</strong> clara inspiração <strong>de</strong>mocrática.<br />
Clistenes, é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o funda<strong>do</strong>r da <strong>de</strong>mocracia<br />
ateniense, instituin<strong>do</strong> mesmo o ostracismo <strong>para</strong> lutar<br />
contra a tirania.<br />
E embora não se conheçam fontes sofistas (século<br />
V a.C.) sobre a igualda<strong>de</strong>, porque não consi<strong>de</strong>rar as<br />
máximas <strong>do</strong>s seus filósofos “O homem é a medida <strong>de</strong><br />
todas as coisas” e “a escravatura resulta <strong>de</strong> convenção e<br />
não da natureza”, como formas, aliás, bem <strong>de</strong>ntro da sua<br />
linha, <strong>de</strong> abordar sofisticamente o problema?. De resto, o<br />
sofista Alcidamante, na primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século IV a.C.,<br />
proclamou também que a divinda<strong>de</strong> tinha cria<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />
os homens livres e que a natureza não fazia escravos.<br />
A sofística, voltan<strong>do</strong> assim a atenção <strong>do</strong>s pensa<strong>do</strong>res<br />
<strong>para</strong> o próprio homem, <strong>para</strong> o sujeito que pensa e quer,<br />
realizou uma tarefa necessária e transcen<strong>de</strong>nte na vida<br />
política <strong>de</strong> Atenas.<br />
No mun<strong>do</strong> antigo que prece<strong>de</strong>u Alexandre Magno<br />
um egoísmo feroz <strong>do</strong>minava os hábitos <strong>do</strong> homem.<br />
Conquistar significava então <strong>de</strong>struir e escravizar. Assim,<br />
os assírios <strong>de</strong>struíram a civilização babilónica e os<br />
Me<strong>do</strong>s e Persas <strong>de</strong>struíram a civilização egípcia e muitas<br />
outras. Mas Alexandre não os iria tomar como exemplo<br />
e disso dá testemunho no <strong>ano</strong> <strong>de</strong> 324 a.C. numa gran<strong>de</strong><br />
cerimónia, durante a qual por or<strong>de</strong>m sua foram celebra<strong>do</strong>s<br />
casamentos em massa entre mulheres autóctones e<br />
macedónios, sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> um fun<strong>do</strong> comum <strong>para</strong><br />
a educação <strong>do</strong>s filhos. Conquistar não significava <strong>para</strong><br />
Alexandre submeter, mas unir. Não se sabe se Aristóteles,<br />
seu mestre, teve nisso alguma influência. Unir significava<br />
criar uma realida<strong>de</strong> nova. Realida<strong>de</strong> que iria eliminar, pelo<br />
menos na intenção, os egoísmos nacionalistas <strong>de</strong> toda a<br />
história prece<strong>de</strong>nte. Em resumo, Alexandre foi um profeta<br />
da igualda<strong>de</strong> entre os povos. E embora os seus projectos<br />
tivessem fica<strong>do</strong> trunca<strong>do</strong>s por uma morte prematura<br />
<strong>de</strong>ixou uma herança in<strong>de</strong>strutível: o helenismo, fenómeno<br />
<strong>de</strong> extraordinária síntese cultural entre a civilização grega<br />
e a civilização me<strong>do</strong>-oriental.<br />
Platão e Aristóteles, por seu turno, contribuíram <strong>para</strong><br />
uma maior igualda<strong>de</strong> entre os cidadãos gregos, vin<strong>do</strong> a<br />
consi<strong>de</strong>rar a oligarquia, enquanto governo <strong>de</strong> poucos,<br />
uma forma <strong>de</strong>generada da aristocracia, pois esta era<br />
<strong>para</strong> eles o governo <strong>do</strong>s melhores em proveito <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s,<br />
e aquela exercer-se-ia claramente em proveito exclusivo<br />
das classes dirigentes.<br />
Na época helenística a noção <strong>de</strong> um direito natural<br />
(direito que era superior à vonta<strong>de</strong> contingente <strong>do</strong><br />
legisla<strong>do</strong>r, e cuja escola remonta à mais afastada<br />
Antiguida<strong>de</strong>) vai influenciar Aristóteles, que no entanto<br />
aprofunda o elemento racional, sustentan<strong>do</strong> que a própria<br />
natureza obe<strong>de</strong>ce a uma or<strong>de</strong>m racional e que existe<br />
uma razão universal que está em cada homem, on<strong>de</strong> se<br />
fundamentam a lei e a justiça naturais, justiça esta que<br />
postula uma certa igualda<strong>de</strong> entre os homens que as<br />
ESCRITOS<br />
leis positivas ao precisarem as relações sociais <strong>de</strong>verão<br />
respeitar. Estas leis <strong>de</strong>verão, pois, ter como finalida<strong>de</strong><br />
o bem comum, ser aceites por to<strong>do</strong>s e respeitadas<br />
obrigatoriamente também por to<strong>do</strong>s.<br />
Nesta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias sobre o direito natural,<br />
Antígono, personagem <strong>de</strong> uma tragédia <strong>de</strong> Sófocles,<br />
dizia a Creon: “Eu não acredito que teus <strong>de</strong>cretos tenham<br />
força bastante (…) sobre as leis que não são escritas<br />
e não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>rrogadas, e que existem em to<strong>do</strong>s<br />
os tempos, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ninguém dizer quan<strong>do</strong> tiveram<br />
início”.<br />
Aristóteles foi o filósofo que mais longe levou a análise<br />
<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> da justiça, a qual, segun<strong>do</strong> ele, continuan<strong>do</strong><br />
Pitágoras, não era mais <strong>do</strong> que a igualda<strong>de</strong>. Entre as<br />
diversas virtu<strong>de</strong>s, Aristóteles consi<strong>de</strong>rava, porém, uma <strong>de</strong><br />
natureza mais intelectual que todas as outras, chamada<br />
justiça, e que constituía o conteú<strong>do</strong> das leis.<br />
O direito natural influenciou também os cínicos e os<br />
estóicos, in<strong>do</strong> estes últimos exercer <strong>de</strong>pois uma po<strong>de</strong>rosa<br />
influência no direito rom<strong>ano</strong>.<br />
Na antiga Roma, só os patrícios eram cidadãos,<br />
à face <strong>de</strong> um direito reconheci<strong>do</strong> às famílias nobres,<br />
a quem assistiam to<strong>do</strong>s os privilégios civis, políticos<br />
e religiosos. A longa luta que se estabeleceu põe uma<br />
nova i<strong>de</strong>ologia social, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada pelos plebeus<br />
(que ameaçaram aban<strong>do</strong>nar Roma e fundar uma nova<br />
cida<strong>de</strong> no Monte Sagra<strong>do</strong>) e que terminou cerca <strong>de</strong> 300<br />
a.C. com o estabelecimento da igualda<strong>de</strong> civil, política e<br />
religiosa entre as duas classes. Os plebeus obtêm assim<br />
o reconhecimento <strong>do</strong>s seus representantes <strong>de</strong> classe (os<br />
tribunos) e a criação da Assembleia da Plebe.<br />
A eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma lei <strong>de</strong> concessão da cidadania<br />
romana a to<strong>do</strong>s os povos itálicos falha em 121 a.C., e<br />
Caio, seu proponente, faz-se matar por um escravo. E em<br />
91 a.C., mais uma vez a lei <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> cidadania<br />
aos alia<strong>do</strong>s itálicos é rejeitada e Druso, seu autor, é<br />
assassina<strong>do</strong>. Durante os <strong>ano</strong>s 90-89 a.C., a península<br />
ibérica é agitada por revoltas <strong>do</strong>s povos itálicos, que, após<br />
encarniçada luta, conseguem a igualda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s direitos<br />
pela Lex Plautia Papira. No <strong>ano</strong> 73 a.C. estala em Capula<br />
uma revolta <strong>de</strong> escravos, só <strong>do</strong>is <strong>ano</strong>s <strong>de</strong>pois venci<strong>do</strong>s<br />
por Licínio Crasso. Júlio César também se consagrou à<br />
<strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> povo (que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> resto por seu her<strong>de</strong>iro)<br />
contra os privilégios da romanida<strong>de</strong> e é também vítima,<br />
por isso, <strong>de</strong> uma conjura por parte da velha romanida<strong>de</strong><br />
ofendida.<br />
Mais tar<strong>de</strong>, Séneca, cultor <strong>do</strong> estoicismo e analista<br />
penetrante <strong>do</strong> coração hum<strong>ano</strong>, falava já com acentos<br />
que pareciam prever um mun<strong>do</strong> novo, e muitos homens<br />
começaram a sentir no espírito direitos capazes <strong>de</strong><br />
se sobrepor ao po<strong>de</strong>r absoluto <strong>do</strong>s Césares, tu<strong>do</strong> isto<br />
através <strong>de</strong> uma receita muito simples: a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que<br />
to<strong>do</strong>s os homens são iguais e irmãos, concepção que<br />
seria expandida pelo Cristianismo que veio dar expressão<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 31
ESCRITOS<br />
à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s os homens são filhos <strong>de</strong> Deus e cada<br />
homem é feito também à Sua imagem. Porém, enquanto<br />
Aristóteles fundamentava a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> jurídica nas<br />
<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s da natureza, ao contrário Séneca afirmava<br />
a igualda<strong>de</strong> jurídica apoian<strong>do</strong>-se na igualda<strong>de</strong> natural.<br />
Mas o mun<strong>do</strong> helénico e rom<strong>ano</strong> <strong>de</strong>finira-se, em geral,<br />
em favor da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> quase essencial entre os<br />
homens, ao dividi-los em bárbaros por um la<strong>do</strong> e gregos<br />
e rom<strong>ano</strong>s por outro.<br />
Nos princípios <strong>do</strong> século III, entre os gregos, Clemente<br />
Alexandrino afirmava em favor da igualda<strong>de</strong> que “se<br />
<strong>de</strong>vem tratar os cria<strong>do</strong>s como nós mesmo, porque são<br />
homens como nós” (Paedagogus 11,12, MG8, 6-71).<br />
Outro homem que se <strong>de</strong>staca em toda a Antiguida<strong>de</strong> pela<br />
sua <strong>do</strong>utrina igualitária é o teólogo S. Gregório <strong>de</strong> Nissa.<br />
(Continua)<br />
32<br />
Paula Costa, Professora <strong>de</strong> Filosofia<br />
Os Juros no IMPE<br />
“Investir em conhecimentos ren<strong>de</strong> sempre melhores<br />
juros” (Benjamin Franklin). Foi na perspectiva <strong>do</strong><br />
investimento profissional e pessoal que me candidatei<br />
a uma vaga no <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />
(IMPE), da qual tinha toma<strong>do</strong> conhecimento através <strong>de</strong><br />
uma colega, Dr.ª Teresa Santos, <strong>do</strong> mesmo grupo <strong>de</strong><br />
recrutamento (Matemática).<br />
Não foi por acaso que tomei esta <strong>de</strong>cisão, uma vez<br />
que no <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong> transacto aceitei um convite <strong>para</strong><br />
partilhar a leccionação <strong>de</strong> quatro aulas à turma B <strong>do</strong><br />
7.º <strong>ano</strong>. Nesta minha primeira experiência no IMPE,<br />
recorremos às novas tecnologias, nomeadamente ao<br />
software <strong>de</strong> geometria, The Geometer’s Sketchpad*,<br />
passan<strong>do</strong> a dinâmica das aulas pelo uso <strong>do</strong> quadro<br />
interactivo. A interacção com a turma foi fácil, revelan<strong>do</strong>-<br />
-se os alunos atentos e colocan<strong>do</strong> questões pertinentes.<br />
Para além da sala <strong>de</strong> aula, o acolhimento pelos colegas<br />
foi agradável, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> estes interesse na troca <strong>de</strong><br />
experiências e abertura a futuras situações <strong>de</strong> partilha<br />
<strong>de</strong> aulas.<br />
Não é assim <strong>de</strong> estranhar que, toman<strong>do</strong> conhecimento<br />
da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong>sta instituição, não<br />
tenha hesita<strong>do</strong> em candidatar-me ao lugar disponível – e<br />
da<strong>do</strong> o conhecimento e experiência adquiri<strong>do</strong>s aquan<strong>do</strong><br />
da participação no projecto <strong>de</strong> Geometria Dinâmica,<br />
tenho a certeza <strong>de</strong> vir a obter os melhores juros <strong>de</strong>ste<br />
investimento.<br />
Isilda Nunes<br />
Docente <strong>do</strong> grupo<br />
<strong>de</strong> recrutamento 500<br />
(Matemática)<br />
* Programa <strong>de</strong><br />
geometria dinâmica.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Projecto <strong>de</strong> Geometria Dinâmica<br />
No passa<strong>do</strong> <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, o meu primeiro <strong>ano</strong> no IMPE,<br />
pensei, aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> tratamento <strong>do</strong> tema “semelhança <strong>de</strong><br />
figuras”, em <strong>de</strong>senvolver com os alunos da turma B <strong>do</strong><br />
7.º <strong>ano</strong> um projecto <strong>de</strong> Geometria utilizan<strong>do</strong> um software<br />
a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e recorren<strong>do</strong> às novas tecnologias (sala <strong>de</strong><br />
informática e quadro interactivo). Assim, <strong>para</strong> colaborar<br />
neste trabalho, convi<strong>de</strong>i duas <strong>do</strong>centes da Escola<br />
Secundária com 3º Ciclo Seomara da Costa Primo (as<br />
professoras Catarina Venâncio e Isilda Nunes). Conheço<br />
a Professora Isilda Nunes há alguns <strong>ano</strong>s e, a convite<br />
<strong>de</strong>sta, já tinha <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> um projecto análogo na sua<br />
escola, on<strong>de</strong> conheci também a Professora Catarina<br />
Venâncio. Em ambos os projectos, o programa <strong>de</strong><br />
geometria dinâmica “The Geometer’s Sketschpad (GSP)<br />
foi a ferramenta usada e explorada.<br />
Para implementar estas aulas, pedimos a<br />
colaboração <strong>do</strong> Professor António Gonçalves que<br />
ace<strong>de</strong>u em pôr à minha disposição quatro aulas <strong>de</strong><br />
Estu<strong>do</strong> Acompanha<strong>do</strong>.<br />
Durante três aulas foram dadas aos alunos noções<br />
básicas <strong>de</strong> GSP. Na quarta aula foi, finalmente, realizada<br />
a ficha com a tarefa proposta.<br />
De uma maneira geral, as aulas foram consi<strong>de</strong>radas<br />
pelos alunos como interessantes e estimulantes,<br />
facilitan<strong>do</strong> a aprendizagem <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s que,<br />
lecciona<strong>do</strong>s apenas com os recursos “clássicos” <strong>de</strong> uma<br />
sala <strong>de</strong> aula, levariam mais tempo a serem adquiri<strong>do</strong>s e<br />
consolida<strong>do</strong>s.<br />
As professoras convidadas gostaram da experiência.<br />
No balanço final consi<strong>de</strong>raram que a mesma “permitiu,<br />
não só um gran<strong>de</strong> enriquecimento a nível <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias como<br />
também a com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> práticas pedagógicas”.<br />
Teresa Santos, Professora <strong>de</strong> Matemátia
Invadi<strong>do</strong>s e Invasores<br />
Temos vin<strong>do</strong> a testemunhar, ao longo <strong>do</strong>s tempos,<br />
um imenso processo <strong>de</strong> uniformização e <strong>de</strong> difusão <strong>de</strong><br />
uma cultura global. Mas paremos <strong>para</strong> pensar. Será isto<br />
bom sinal?<br />
Nos últimos <strong>ano</strong>s, tem vin<strong>do</strong> a ser notório que to<strong>do</strong>s<br />
usamos roupas <strong>de</strong> marcas que não são fabricadas em<br />
Portugal; incluímos nos nossos hábitos alimentares<br />
pratos <strong>de</strong> gastronomias estrangeiras; vemos filmes em<br />
inglês e cantamos em espanhol!<br />
Tu<strong>do</strong> isto nos leva a pensar e a questionar on<strong>de</strong><br />
anda a nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> anda a nossa cultura?<br />
Estamos a ser “invadi<strong>do</strong>s” por to<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />
“marcas mundiais” e por padrões <strong>de</strong> consumo cada vez<br />
mais homogéneos.<br />
Portugal tem, <strong>de</strong> alguma forma, <strong>de</strong> criar uma “barreira”<br />
<strong>de</strong> protecção à sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural e o “Actimel” não<br />
chega! É necessário Educar <strong>para</strong> Valorizar. A educação<br />
e o gosto pelo que é português têm que chegar aos<br />
mais novos. Como é óbvio, não me refiro apenas à<br />
obrigação da leitura da obra <strong>de</strong> Camões, Os Lusíadas,<br />
ou <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s romances <strong>de</strong> Saramago, mas também<br />
aos jogos tradicionais, à sopa ou à música portuguesa…<br />
Enfim, preservar um pouco aquilo que é nosso, que é<br />
português.<br />
O Mun<strong>do</strong> entrou no portal da uniformização, mas<br />
os miú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> hoje são a força da nossa resistência à<br />
invasão das culturas estrangeiras que nos tomam muito<br />
por culpa da evolução <strong>do</strong>s transportes e, sobretu<strong>do</strong>, das<br />
TIC, que diariamente fazem chegar até nós música em<br />
inglês e séries televisivas americanas.<br />
Mas alto aí, somos só nós os invadi<strong>do</strong>s? Claro<br />
que não. Nós, portugueses, também somos invasores.<br />
Quem é que na China não conhece o Figo ou o Cristi<strong>ano</strong><br />
Ronal<strong>do</strong>? Quem é que não conhece a Amália Rodrigues<br />
nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América? Quem é que, em<br />
Espanha, nunca ouviu falar <strong>do</strong> Algarve, nunca comeu<br />
um Pastel <strong>de</strong> Belém?<br />
Pois é, somos um país que também é “invasor” e<br />
que está a expandir a sua cultura <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XV.<br />
Para quem não sabe, a Globalização é um fenómeno<br />
muito antigo, que se iniciou no século XV com os<br />
Descobrimentos Portugueses.<br />
Importa então pensar: será que a “Cultura Global”<br />
e todas estas “invasões” são boas? O universalismo<br />
das culturas e <strong>do</strong>s valores, embora esteja em plena<br />
expansão, é, também, objecto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> contestação.<br />
A generalização <strong>de</strong> uma “cultura <strong>de</strong> massas” que impõe<br />
o global ao local está, muitas vezes, a <strong>de</strong>struir as<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s nacionais e locais.<br />
ESCRITOS<br />
Inegável é, sem dúvida, que a globalização tem as<br />
suas vantagens e os seus inconvenientes. No entanto,<br />
só cada um <strong>de</strong> nós como “invadi<strong>do</strong>s e invasores” po<strong>de</strong><br />
avaliar os seus impactos, pois recebemos e usamos a<br />
informação <strong>de</strong> forma diferente!<br />
Já alguém disse que somos “To<strong>do</strong>s diferentes, to<strong>do</strong>s<br />
iguais” ou terá si<strong>do</strong> “To<strong>do</strong>s iguais, to<strong>do</strong>s diferentes”?<br />
Aluno 54, Jorge Dias, 12º B<br />
Exercício <strong>de</strong> Escrita Criativa<br />
Estudámos o auto-retrato no <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong> passa<strong>do</strong>,<br />
no terceiro perío<strong>do</strong>, inseri<strong>do</strong> nos textos <strong>de</strong> carácter<br />
autobiográfico, na disciplina <strong>de</strong> Português – 10º <strong>ano</strong>.<br />
Foram aborda<strong>do</strong>s poemas <strong>de</strong> Bocage e <strong>de</strong> Alexandre<br />
O’Neill on<strong>de</strong> os próprios se caracterizam escreven<strong>do</strong><br />
“Magro, <strong>de</strong> olhos azuis, carão moreno…” e “O’Neill<br />
(Alexandre), moreno português, / cabelo asa <strong>de</strong> corvo;<br />
da angústia da cara…”.<br />
A este propósito, em contexto <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula, foi<br />
pedi<strong>do</strong> aos alunos que <strong>de</strong> forma sincera, criativa e<br />
anónima, fizessem o seu auto-retrato partin<strong>do</strong> <strong>do</strong>s textos<br />
supracita<strong>do</strong>s. Queremos partilhar convosco o resulta<strong>do</strong>,<br />
pedin<strong>do</strong> que tentem adivinhar <strong>de</strong> quem se trata. Boa<br />
sorte!<br />
1- Magro e <strong>de</strong> média estatura<br />
Olhos algo esver<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s<br />
De cabelos, agora, acastanha<strong>do</strong>s<br />
Em tempos como a luz <strong>do</strong> sol pura.<br />
Luz esta que reflecte nos seus ombros<br />
E lhe conce<strong>de</strong> muitas responsabilida<strong>de</strong>s.<br />
Pessoa <strong>de</strong> muitas amiza<strong>de</strong>s<br />
Que <strong>de</strong>testa estragos e escombros.<br />
2- Pilão português, <strong>de</strong> naturalida<strong>de</strong> portuguesa<br />
Rapaz <strong>do</strong> norte, <strong>de</strong> altura mediana<br />
Olhos castanhos, preto o cabelo.<br />
A<strong>do</strong>ro calor, principalmente no Verão<br />
Sair à noite e <strong>de</strong> meninas!<br />
Com ar heróico e nada temeroso<br />
Cheio <strong>de</strong> talentos mas não revela<strong>do</strong>s.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 33
ESCRITOS<br />
34<br />
3- Vin<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> nome estranho<br />
Que, embora pouco, ainda tem seu encanto.<br />
Gor<strong>do</strong> e feliz em ser assim<br />
Eis algumas qualida<strong>de</strong>s que vejo em mim.<br />
Sou simples e mo<strong>de</strong>sto,<br />
Embora jogue futebol com o pé esquer<strong>do</strong><br />
A escrever sou <strong>de</strong>stro.<br />
Sou diverti<strong>do</strong> até fartar<br />
E agora an<strong>do</strong> a fazer dieta<br />
Para não voltar a engordar.<br />
De to<strong>do</strong>s os jogos quero ser vence<strong>do</strong>r<br />
Embora por vezes não consiga,<br />
Não sou mau per<strong>de</strong><strong>do</strong>r.<br />
4- Alto nem por isso,<br />
Leve talvez um pouco,<br />
Belo <strong>de</strong> certeza,<br />
Irritante mas com gosto.<br />
Cala<strong>do</strong> eu não sou,<br />
Amável consigo ser<br />
Sou tal e qual o meu avô.<br />
Teimoso não me conheço,<br />
Risonho não pareço,<br />
Elegante talvez <strong>de</strong> mais.<br />
Não posso<br />
Ser perfeito<br />
Esperto e tu<strong>do</strong> mais!<br />
5- Com uns gran<strong>de</strong>s olhos escuros<br />
De cabelo curto acastanha<strong>do</strong><br />
Lembram-me os abismos profun<strong>do</strong>s<br />
E as suas memórias <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />
As minhas mãos são fortes<br />
Como um roche<strong>do</strong> imponente<br />
No mar bem assente<br />
Que impressiona toda a gente.<br />
As minhas faces acentuadas são<br />
De cor igual à <strong>do</strong> coração<br />
Contrasta com as minhas mãos.<br />
A coragem é gran<strong>de</strong>,<br />
Assim como a teimosia,<br />
Alguém como eu nunca antes havia…<br />
6- Magro, bem alta torre<br />
De olhos castanhos chocolate.<br />
Dois remoinhos no cabelo preto<br />
Narigueta, um monte saí<strong>do</strong> da figura.<br />
É filho <strong>de</strong> Portugal.<br />
Muito orgulho e paixão<br />
Tem pela sua pátria querida.<br />
Militar será <strong>para</strong> sempre.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Procura ser amigo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s.<br />
Tem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si,<br />
Algum tempo perdi<strong>do</strong> e confuso.<br />
No coração ele o tem,<br />
No futuro lá ficará.<br />
Será Pilão até morrer!<br />
7- Podia arranjar muitos adjectivos <strong>para</strong> me<br />
caracterizar<br />
Mas talvez não mereça!<br />
Apenas uma coisa me <strong>de</strong>ixa a pensar –<br />
É o trabalho ou algo que se pareça.<br />
Faço da audição<br />
Meu senti<strong>do</strong> primário,<br />
Meus olhos são escuridão,<br />
Minha pele não o contrário.<br />
Poucos são os amigos,<br />
e muitos os conheci<strong>do</strong>s.<br />
Quem não me conheça,<br />
Que me julgue…<br />
Da vida faço aventura,<br />
Do <strong>de</strong>scanso travessura.<br />
8- Média estatura, moreno lusit<strong>ano</strong>.<br />
Suposto cabelo liso, curto por obrigação,<br />
Olhos acastanha<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s nuns olhos <strong>de</strong><br />
Lobo Solitário,<br />
Nariz como tantos outros mas mesmo assim<br />
inigualável.<br />
Rosto marca<strong>do</strong> por muitos altos e baixos que<br />
Nunca <strong>de</strong>monstra a sua verda<strong>de</strong>ira faceta.<br />
Há mais em mim <strong>do</strong> que salta à vista pois<br />
Gosto <strong>de</strong> ver e <strong>de</strong> observar antes <strong>de</strong> falar!<br />
Nunca realmente feliz, nunca realmente triste,<br />
Há quem em mim veja um puro dilema,<br />
Mas poucos sabem que morrer por quem amo não é<br />
problema.<br />
Serei bom? Serei mau? Jamais alguém irá saber,<br />
Pois em assuntos <strong>de</strong> Pura Ética,<br />
São muitas as perguntas, <strong>para</strong> tão poucas<br />
respostas.<br />
9- Quem sou eu?<br />
Um Pilão<br />
E com muito gosto.<br />
Faço continência ao capitão<br />
Com aspecto moreno e robusto.<br />
Sou moreno,<br />
Um rapaz com ternura.<br />
Não sen<strong>do</strong> eu pequeno,<br />
De cabeça livre e escura.
Para fazer este texto<br />
Muito trabalho me custou<br />
Foi a professora que pediu.<br />
Que dizer? A turma ela obrigou!<br />
10- Algo que sou, é ser ambicioso.<br />
Ajuda não a nego.<br />
Fiel é mais um <strong>do</strong>s meus <strong>do</strong>tes<br />
Algo que também sou é ser repreensivo.<br />
Faço algo!! Não sei muito bem o que é!?<br />
Ah, já sei !! Creio em Jesus Cristo.<br />
Morada é a <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> urbana.<br />
Ao amor… sorte tenho nele.<br />
Quan<strong>do</strong> lisonjea<strong>do</strong> sou, fico muito honra<strong>do</strong>.<br />
O que gosto <strong>de</strong> fazer é sonhar e amar.<br />
11- Sou magro, moreno e meão,<br />
Tenho cabelos castanhos<br />
E estu<strong>do</strong> no Pilão!<br />
No Pilão estu<strong>do</strong><br />
Para um bom futuro ter.<br />
No Pilão apren<strong>do</strong><br />
Para um dia saber ser!<br />
Felicida<strong>de</strong> e honestida<strong>de</strong><br />
Fazem parte <strong>de</strong> mim.<br />
Digo sempre a verda<strong>de</strong><br />
E luto por ela até ao fim.<br />
Para acabar<br />
Vou apenas dizer,<br />
Que costumo sempre me esforçar<br />
Em tu<strong>do</strong> o que tento fazer.<br />
12- De menino bem constituí<strong>do</strong>,<br />
Passei a a<strong>do</strong>lescente elegante.<br />
Não me lembro como era em criança<br />
Mas agora, digo-vos, sou um bom falante.<br />
Vai<strong>do</strong>so com o meu cabelo,<br />
Não com nariz abatata<strong>do</strong>,<br />
Já me chamaram patu<strong>do</strong><br />
A REVISTA<br />
“QUERER É PODER”<br />
TEM A PERIODICIDADE DE 3 NÚMEROS POR ANO<br />
ACEITAM-SE ASSINATURAS (4€)<br />
OU DONATIVOS<br />
Mas sinto-me bem com o calça<strong>do</strong>.<br />
Com mãos gran<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>lgadas,<br />
Tinha jeito <strong>para</strong> ser cirurgião,<br />
Médico ou <strong>de</strong>ntista,<br />
Mas antes, valoroso capitão.<br />
Com muita garra e astúcia,<br />
Sei obe<strong>de</strong>cer <strong>para</strong> um dia<br />
Po<strong>de</strong>r mandar e abraçar,<br />
Uma gloriosa carreira militar.<br />
13- Forte, nem muito baixo<br />
Nem muito alto.<br />
Nunca machista mas sempre macho.<br />
Nem muito bonito<br />
Nem muito feio.<br />
Entre beleza e feiura, estou no meio.<br />
Embora às vezes me sinta esquisito.<br />
Nome: _______________________________________________<br />
Contacto: __________________ E -mail: ____________________<br />
Quantia: ___________________ NIB: 0781 0112 01120011700 60<br />
ESCRITOS<br />
Outrora perdi<strong>do</strong> nessa estranha pista<br />
Que se chama Vida.<br />
On<strong>de</strong> o ódio <strong>do</strong>mina a alma e ela fica perdida.<br />
Vivo agora consoante uma crença he<strong>do</strong>nista.<br />
Sentin<strong>do</strong> a vida com muita vivacida<strong>de</strong><br />
Nesse mun<strong>do</strong> injusto<br />
Ro<strong>de</strong>a<strong>do</strong> <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>.<br />
Sou o meu pior e o meu melhor amigo<br />
Temo-me mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>.<br />
Sou o meu maior perigo!<br />
Os alunos <strong>do</strong>s 10º A e B<br />
Este cupão po<strong>de</strong> ser fotocopia<strong>do</strong><br />
Enviar <strong>para</strong> <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército - Secção <strong>de</strong> Logística<br />
Estrada <strong>de</strong> Benfica 374, 1549-016 Lisboa<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 35
ESCRITOS<br />
36<br />
O Ritmo <strong>do</strong> Silêncio<br />
Tente encontrar o silêncio…<br />
Viu! Não conseguiu.<br />
Tenho-me <strong>de</strong>bati<strong>do</strong> com o mesmo problema há<br />
já algum tempo. Em qualquer momento e lugar, algo<br />
está constantemente a soar. E começo a achar que é<br />
impossível isso não acontecer.<br />
Por mais profun<strong>do</strong> que seja o silêncio, o nosso ritmo<br />
cardíaco está sempre a marcar o compasso da melodia<br />
que trespassa o nosso tímp<strong>ano</strong>. A própria escrita <strong>de</strong>sta<br />
crónica envolve uma completa orquestra <strong>de</strong> sons e ritmos<br />
coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s, que englobam o bater das teclas <strong>do</strong> tecla<strong>do</strong>,<br />
vários suspiros, movimentos <strong>do</strong>s membros e da ca<strong>de</strong>ira<br />
da secretária e até um piscar <strong>de</strong> olhos.<br />
A isto tu<strong>do</strong> que consigo ouvir <strong>de</strong>signei <strong>de</strong> música. Sim,<br />
música! Óbvio, incomparável àqueles <strong>de</strong>cibéis quase<br />
imperceptíveis saí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pequenos aparelhos e às vezes<br />
até <strong>de</strong> colunas gigantes, mas a música é muito mais<br />
que isso. Acho que po<strong>de</strong>mos chamar música à mínima<br />
vibração que captamos e interpretamos <strong>de</strong> maneiras<br />
diferentes, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>.<br />
Para mim a música ou talvez até lhe chame somente<br />
som é um passatempo. Às vezes abafo a solidão com<br />
um simples ritmo marca<strong>do</strong> pela cadência <strong>do</strong> meu passo,<br />
com um tími<strong>do</strong> estalar <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong>s ou até mesmo com<br />
uma palmada no peito. É incrível como o ser hum<strong>ano</strong> se<br />
entretém com simples zuni<strong>do</strong>s…<br />
E agora? Já sabe o que é o silêncio?<br />
Posso dizer-lhe que nem um sur<strong>do</strong> o consegue<br />
saber.<br />
Silêncio é a ausência <strong>de</strong> ritmo e tu<strong>do</strong> o que vive tem<br />
cadência…<br />
Trabalho Livre <strong>do</strong> aluno Bruno Prata <strong>do</strong> 11ºA<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Um Amigo<br />
Um amigo é uma pessoa com quem po<strong>de</strong>mos<br />
<strong>de</strong>sabafar quan<strong>do</strong> precisamos e em quem po<strong>de</strong>mos<br />
confiar e, especialmente, brincar. É alguém que te ajuda<br />
e te protege; é alguém especial.<br />
Um amigo, <strong>para</strong> mim, é alguém que conhece os teus<br />
segre<strong>do</strong>s, que é justo e verda<strong>de</strong>iro contigo; é uma pessoa<br />
que nunca atraiçoa e te ajuda nos tempos mais críticos; é<br />
uma pessoa que, se for por ti, dá tu<strong>do</strong> por ti.<br />
Eu tenho um lema: um por to<strong>do</strong>s e to<strong>do</strong>s por um.<br />
Pedro Gorjão, nº19, 5ºA<br />
A amiza<strong>de</strong> <strong>para</strong> mim é uma coisa bonita, linda, graciosa<br />
e não se troca a amiza<strong>de</strong> por nada <strong>de</strong>ste mun<strong>do</strong>.<br />
A amiza<strong>de</strong> é termos um amigo no nosso coração,<br />
estarmos juntos e alegres.<br />
Eu tenho um amigo que está sempre comigo e<br />
quan<strong>do</strong> entro no IMPE fico cheio <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse meu<br />
amigo. Às vezes choro com sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>le, não aguento<br />
um minuto sem esse meu amigo, mas tenho <strong>de</strong> superar<br />
tu<strong>do</strong> isso. Sinto por ele um amor profun<strong>do</strong>. Tenho muitos<br />
amigos, mas este é muito especial. Vou revelar o meu<br />
amigo a quem eu amo profundamente: o meu amigo é a<br />
minha mãe.<br />
Diogo Marques, nº185, 5ºA
Perdi<strong>do</strong>s Entre Fronteiras<br />
A pequena reflexão que se segue resulta da leitura<br />
da obra Fronteiras Perdidas <strong>do</strong> escritor angol<strong>ano</strong> José<br />
Eduar<strong>do</strong> Agualusa. Num mun<strong>do</strong> que se caracteriza,<br />
cada vez mais, pela ausência <strong>de</strong> fronteiras: geográficas,<br />
políticas, económicas…, qual será realmente o nosso<br />
lugar?<br />
Partimos solitários, caminheiros viajantes sem horas<br />
e sem tempo, no trilho <strong>de</strong> um narra<strong>do</strong>r que nos leva a<br />
percorrer os caminhos <strong>do</strong> real e <strong>do</strong> onírico. Entre Luanda<br />
e o Recife, Lisboa e Berlim, o espaço vai atropelan<strong>do</strong><br />
o tempo, teiman<strong>do</strong> em dizer-nos que já não existem<br />
fronteiras. A viagem impõe-se itinerantemente e o leitor<br />
não encontra lugar <strong>de</strong> morança, apenas <strong>de</strong> repouso<br />
momentâneo e fugaz.<br />
São inúmeras as não existentes fronteiras com as<br />
quais nos <strong>de</strong><strong>para</strong>mos. Instantaneamente, <strong>de</strong>ixamos<br />
Angola <strong>para</strong> nos encontrarmos em Lisboa, senta<strong>do</strong>s no<br />
banco <strong>de</strong> trás <strong>de</strong> um táxi on<strong>de</strong> há dias se tinha instala<strong>do</strong><br />
o messias. É o jornalista o novo conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> histórias.<br />
Reais ou Imaginárias?<br />
A obra principia com a lição <strong>do</strong> Lagarto. A primeira das<br />
travessias <strong>de</strong>corre em Angola, cenário <strong>de</strong> guerras e <strong>de</strong><br />
lutas. O primeiro encontro é trava<strong>do</strong> com o Velho e com<br />
os seus Lagartos, mesmo ali, à beira da estrada, ponto<br />
<strong>de</strong> partida. Exalan<strong>do</strong> a sabe<strong>do</strong>ria, o Velho, e a razão, o<br />
Lagarto, surgem no caminho <strong>do</strong>s viajantes com o intuito <strong>de</strong><br />
os alertarem. O riso insistente, irónico e consequentemente<br />
aterroriza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> réptil <strong>de</strong>sarmam a personagem que o<br />
não enten<strong>de</strong> e o mata. A ofensa que constitui ar<strong>de</strong> como<br />
sal em ferida por sarar. O riso sarcástico é <strong>de</strong> alguém que<br />
conhece e <strong>de</strong>nuncia aos próprios homens a mediocrida<strong>de</strong><br />
humana que os caracteriza e que ignorantemente não<br />
aceitam.<br />
No segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pequenos textos, Os Mistérios <strong>do</strong><br />
Mun<strong>do</strong>, o avião é o espaço on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senrola outra<br />
viagem. O ar é o <strong>do</strong>mínio das i<strong>de</strong>ias, <strong>do</strong> pensamento e <strong>do</strong><br />
espírito. A levitação permite a libertação <strong>do</strong> ser hum<strong>ano</strong><br />
<strong>do</strong> Eu terreno. O acesso ao celestial é espiritualmente<br />
purifica<strong>do</strong>r. É neste contexto que se encontram, la<strong>do</strong><br />
a la<strong>do</strong>, cruzan<strong>do</strong> os céus, um feiticeiro e o narra<strong>do</strong>r-<br />
-personagem. A metamorfose sofrida, no interior <strong>do</strong> avião,<br />
pelo feiticeiro, é, quanto a nós, símbolo da transformação<br />
interior que o aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong>s limites terrenos permite e<br />
pressupõe. Visto ser <strong>de</strong>tentor <strong>do</strong>s seus po<strong>de</strong>res sombrios,<br />
o feiticeiro tem naturalmente uma atitu<strong>de</strong> positiva perante<br />
o inconsciente e, estan<strong>do</strong> num contexto privilegia<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />
a sua libertação, dá-lhe asas e <strong>de</strong>ixa-o solto por uns<br />
instantes. A razão <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os passageiros ainda não se<br />
tinha <strong>de</strong>sliga<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cordões terrestres, daí a <strong>de</strong>núncia e<br />
o não entendimento da transformação daquele em cobra.<br />
Incrédulo, o conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> histórias não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> registar<br />
mais esta. Trata-se obviamente <strong>de</strong> mais uma travessia.<br />
ESCRITOS<br />
Noutro <strong>do</strong>s pequenos episódios ofereci<strong>do</strong>s, o<br />
narra<strong>do</strong>r-personagem sonha que viaja num comboio<br />
através <strong>de</strong> um túnel. Toman<strong>do</strong> ambos, comboio e túnel,<br />
simbolicamente, verificamos que, <strong>de</strong> facto, se trata <strong>de</strong><br />
um caminho em direcção ao transcen<strong>de</strong>nte. A travessia<br />
obscura e <strong>do</strong>lorosa, inquieta e angustiante nada mais é<br />
que uma tomada <strong>de</strong> consciência e <strong>de</strong> evolução psíquica<br />
que conduz à nova vida. Sen<strong>do</strong> um sonho, filho <strong>do</strong> cansaço<br />
e da noite, <strong>de</strong>spoleta<strong>do</strong> pela vida real, arriscamo-nos a<br />
dizer que se trata <strong>de</strong> uma continuação da viagem feita<br />
fora <strong>do</strong> Eu. É <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Eu que se mascara no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
se adaptar à linguagem <strong>do</strong> inconsciente, transforman<strong>do</strong>-<br />
-se em fórmula e sabe<strong>do</strong>ria orienta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> mais uma<br />
etapa da vida.<br />
Diremos, então, que os símbolos semea<strong>do</strong>s no texto<br />
fazem repicar os sinos da nossa capela interior, ou seja,<br />
obrigam-nos a olhar <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro e a viajar no espaço<br />
infinito <strong>do</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> que encerramos em nós. O táxi,<br />
o avião, o vapor, o comboio e o próprio ascensor que<br />
nos levaria a Havana são os novos meios <strong>de</strong> transporte<br />
que utilizam o repórter e as personagens. Símbolos da<br />
mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> estar associa<strong>do</strong>s ao tema<br />
base <strong>de</strong> toda a composição: a viagem. Se, por um la<strong>do</strong>,<br />
ela é exterior e geograficamente <strong>de</strong>limitável, por outro, é<br />
interior e <strong>de</strong> difícil análise, uma vez que parte <strong>do</strong> consciente<br />
em direcção ao inconsciente. É aí que lhe per<strong>de</strong>mos o<br />
rasto fiel. Ficamos apenas com algumas marcas <strong>do</strong> seu<br />
percurso, que tentamos reconstituir. Mas nem sempre se<br />
parte <strong>do</strong> consciente, <strong>do</strong> real, <strong>do</strong> diálogo concreto. Vezes<br />
há em que o narra<strong>do</strong>r já se lança <strong>do</strong> seu próprio interior.<br />
O sonho é <strong>de</strong> tal um exemplo.<br />
Se continuarmos a acompanhar o jornalista,<br />
constatamos que as experiências adquiridas durante os<br />
dias <strong>de</strong> viagem se acumulam e são filtradas pela mente<br />
<strong>do</strong> narra<strong>do</strong>r. O imaginário coli<strong>de</strong> constantemente com o<br />
real sem pedir licença <strong>para</strong> invadir os seus territórios.<br />
Nem mesmo aquele cuja voz nós ouvimos saberá<br />
quais os limites a impor a tal invasão. Será mesmo<br />
pertinente <strong>de</strong>limitá-los? Tratar-se-á realmente <strong>de</strong> uma<br />
invasão? Ou apenas <strong>de</strong> uma dificulda<strong>de</strong> enorme em<br />
tentar manter distantes <strong>do</strong>is pólos que continuamente se<br />
interpenetram?<br />
Embora a obra nos surja como que raian<strong>do</strong> o fantástico,<br />
não arriscaremos tal <strong>de</strong>signação, uma vez que nunca nos<br />
libertamos totalmente <strong>do</strong> real. Sempre que o <strong>de</strong>ixamos<br />
momentaneamente é <strong>para</strong> a ele voltarmos <strong>de</strong> imediato.<br />
O Pássaro Branco, mensageiro <strong>do</strong>s céus, Saci Pererê,<br />
recepcionista <strong>de</strong> hotel <strong>de</strong> praia, não permanecem figuras<br />
<strong>do</strong> imaginário. O jornalista está lá <strong>para</strong> as puxar <strong>para</strong> a<br />
realida<strong>de</strong>; <strong>para</strong> nos fazer o relato das suas histórias. Não<br />
são importantes nem a verda<strong>de</strong> nem a verosimilhança. As<br />
narrativas surgem sem nunca nos quererem dizer se são<br />
reais ou fictícias.<br />
Ten<strong>do</strong> como cenário o quotidi<strong>ano</strong>, torna - se difícil<br />
<strong>para</strong> o leitor per<strong>de</strong>r as referências que propositadamente<br />
intercalam o mágico <strong>do</strong>s pequenos contos. Como aquelas<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 37
ESCRITOS<br />
Barbies e os carrinhos eléctricos que brilhavam na montra<br />
<strong>de</strong> uma loja durante a quadra natalícia, enquanto uma<br />
“senhora muito bonita” <strong>de</strong>scia <strong>do</strong> céu <strong>para</strong> dizer ao velho<br />
albino:” Tu és o Pai Natal.” Há sempre um fio perfeitamente<br />
estica<strong>do</strong> <strong>para</strong> que não caia nenhum <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> p<strong>ano</strong>.<br />
Talvez estejamos antes perante um pequeno <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong><br />
alegorias, que se suce<strong>de</strong>m em retalhos <strong>de</strong> texto sem se<br />
tornarem concretas e <strong>de</strong>finidas. São apenas sugestões.<br />
O subtítulo da obra, “Contos Para Viajar”, remete-nos<br />
igualmente, como tem vin<strong>do</strong> a ser <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>, <strong>para</strong> o<br />
universo <strong>do</strong> peregrino. As viagens são multidimensionais,<br />
pois aquele que as faz movimenta-se no exterior e no<br />
interior <strong>do</strong> Eu. Não são violadas apenas as linhas políticas<br />
e geográficas, mas sim e também as psicológicas e<br />
afectivas. O real e o sonho misturam-se e os relatos<br />
suce<strong>de</strong>m-se como uma montagem <strong>de</strong> curtas-metragens.<br />
O narra<strong>do</strong>r auto, homo e heterodiegético assume-se<br />
elemento unifica<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s pequenos episódios. Reduzi<strong>do</strong>s<br />
e concisos, estes têm o sabor da reflexão e a necessária<br />
abertura que nos <strong>de</strong>ixa adivinhar o túnel <strong>de</strong> passagem até<br />
ao conhecimento. A sabe<strong>do</strong>ria alcançada não chega a ser<br />
plastificada como se <strong>de</strong> uma lei se tratasse. É formulada<br />
pelo narra<strong>do</strong>r e <strong>de</strong>ixada à <strong>de</strong>riva no oce<strong>ano</strong>. Cabe ao<br />
leitor encontrá-la e <strong>de</strong>scodificá-la.<br />
Outra das tónicas que suporta a composição é a da<br />
origem, pertença.<br />
38<br />
“Não há mais lugar <strong>de</strong> origem<br />
A origem é existir<br />
Não me diga <strong>de</strong> on<strong>de</strong> eu sou,<br />
Eu sou, não sou, eu estou aqui.”<br />
Do negro vinil chegam até nós estes versos, canta<strong>do</strong>s<br />
baixinho por Rosana e Zélia, um duo <strong>de</strong> brasileiras<br />
radicadas em Frankfurt. Consi<strong>de</strong>ramos que os mesmos<br />
nos obrigam a pon<strong>de</strong>rar e a equacionar o verda<strong>de</strong>iro valor<br />
<strong>do</strong> Ser e <strong>do</strong> Estar; o novo lugar <strong>do</strong> homem no mun<strong>do</strong>.<br />
Não serão estas fronteiras perdidas também resulta<strong>do</strong> da<br />
vitória <strong>do</strong> Estar em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong> Ser? Ou simplesmente<br />
<strong>de</strong>veremos sobrepor a ambos a velha questão da<br />
Existência. Ser homem equivale a Estar e a Existir. On<strong>de</strong>?<br />
Já não interessa. As barreiras esbatem-se, a linguagem<br />
adquire um carácter globalizante, as fronteiras, essas,<br />
per<strong>de</strong>ram-se, obrigan<strong>do</strong>-nos a concluir que a nossa origem<br />
é existir e que moramos em qualquer lugar. Pertencemo-<br />
-nos em última instância, porque existimos.<br />
Quebra<strong>do</strong>s os limites geográficos, viajamos no<br />
espaço e no tempo, <strong>para</strong> que finalmente a viagem seja a<br />
<strong>do</strong> nosso existir.<br />
Vanda Magarreiro, Professora <strong>de</strong> Português<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
O IMPE na Evocação <strong>de</strong><br />
D. Nuno Álvares Pereira<br />
No dia 20 <strong>de</strong> Outubro, a Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Marinha<br />
promoveu uma sessão evocativa da figura <strong>de</strong> D. Nuno<br />
Álvares Pereira com a conferência “S. Nuno <strong>de</strong> Santa<br />
Maria: o Herói e o Santo”.<br />
Foram ora<strong>do</strong>res o Senhor Tenente General Alexandre<br />
<strong>de</strong> Sousa Pinto, Presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> História<br />
Militar, e o Senhor D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das<br />
Forças Armadas e <strong>de</strong> Segurança.<br />
A Delegação <strong>do</strong> IMPE, constituída pelas <strong>do</strong>centes<br />
<strong>de</strong> História, Marília Carvalhais Gama e Maria <strong>de</strong> Jesus<br />
Caimoto Duarte, e por <strong>do</strong>is alunos <strong>do</strong> 9º Ano, foi saudada<br />
pelo Senhor Almirante Vieira Matias, Presi<strong>de</strong>nte da<br />
Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Marinha, bem como pelos conferencistas<br />
com palavras <strong>de</strong> apreço e <strong>de</strong> incentivo.<br />
Os ora<strong>do</strong>res falaram <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>stável <strong>do</strong> Reino, junto<br />
d’El-Rei D. João I.<br />
D. Nuno consagrou a vida à <strong>de</strong>fesa da Pátria e ao<br />
serviço <strong>de</strong> Deus. Assegurou a in<strong>de</strong>pendência nacional<br />
num <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s mais críticos da nossa História logo<br />
após a morte <strong>de</strong> D. Fernan<strong>do</strong> com o grave problema <strong>de</strong><br />
sucessão ao trono <strong>de</strong> Portugal.<br />
D. Nuno foi o gran<strong>de</strong> vence<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Atoleiros e <strong>de</strong><br />
Aljubarrota contra os Castelh<strong>ano</strong>s.<br />
Foi um Chefe Militar muito à frente <strong>do</strong> seu tempo,<br />
principalmente na forma como estudava o terreno e o seu<br />
adversário. Já nessa altura tinha fama <strong>de</strong> Santo.<br />
Obtida e consolidada a paz, pediu <strong>para</strong> ser admiti<strong>do</strong><br />
como membro da Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> Carmo. Professou como<br />
simples irmão. Passou então a ser Frei Nuno <strong>de</strong> Santa<br />
Maria.<br />
Foi beatifica<strong>do</strong> em 1918 pelo Papa Bento XV e em<br />
Abril <strong>de</strong> 2009 foi a c<strong>ano</strong>nização <strong>do</strong> Beato Nuno pelo<br />
actual Papa Bento XVI.<br />
Herói e Santo, foi um <strong>do</strong>s maiores portugueses <strong>de</strong><br />
sempre.<br />
Professora, Mª Jesus Caimoto Duarte
Não Imigre. Circule!<br />
O que vos apresento tem a intenção <strong>de</strong> procurar<br />
sistematizar o tema da imigração, numa escola como a<br />
nossa que, cada vez mais, se abre à cooperação com<br />
os alunos oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s PALOP, e que conta no Batalhão<br />
Escolar com alunos <strong>de</strong> diferentes origens geográficas e<br />
socioculturais.<br />
O tema da emigração/imigração é, simultaneamente,<br />
melindroso <strong>para</strong> nos exigir uma reflexão atenta e liberta<br />
<strong>de</strong> preconceito e suficientemente actual <strong>para</strong> nos obrigar<br />
a compreen<strong>de</strong>r a razão da sua recorrente inclusão na<br />
agenda política <strong>de</strong> uma nação que já foi e ainda é <strong>de</strong><br />
emigrantes em busca <strong>de</strong> melhores oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Como estratégia <strong>de</strong> abordagem ao tema propomos<br />
uma macro divisão Norte/Sul, em que os movimentos <strong>de</strong><br />
pessoas constituem 3% da população mundial e revelam<br />
uma força <strong>de</strong> atracção irresistível <strong>do</strong> Norte sobre o Sul<br />
com consequências <strong>para</strong> ambos.<br />
Como forma <strong>de</strong> abordagem menos académica mas<br />
<strong>de</strong>sejavelmente mais eficaz, <strong>de</strong>cidimos sublinhar alguns<br />
<strong>do</strong>s conceitos que se nos apresentaram como <strong>de</strong>cisivos.<br />
Factos novos; reacções perigosas<br />
A análise actual sobre imigração tem como referência<br />
o que se passou e iniciou no 11 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2001,<br />
acontecimento que criou no Oci<strong>de</strong>nte um sentimento <strong>de</strong><br />
insegurança generaliza<strong>do</strong> e gerou um tipo <strong>de</strong> resposta<br />
violenta e proteccionista, sobretu<strong>do</strong> face à imigração<br />
muçulmana, que na Europa tem como <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> eleição<br />
a França, a Alemanha e a Inglaterra, levan<strong>do</strong> os países <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>stino a erguer barreiras cada vez maiores à circulação<br />
<strong>do</strong> imigrante.<br />
Em Outubro <strong>de</strong> 2003, ainda podíamos sentir os ecos<br />
<strong>de</strong>sses acontecimentos.<br />
DN – dia 3 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2003 – Socieda<strong>de</strong> – Carlos<br />
Ferro:<br />
“Cartão à prova <strong>de</strong> falsificação <strong>para</strong> imigrantes;<br />
Combate ao terrorismo leva União Europeia a uniformizar<br />
autorizações <strong>de</strong> resistência; «Chip» vai permitir da<strong>do</strong>s<br />
biométricos.<br />
ESCRITOS<br />
Os cidadãos estrangeiros com autorização <strong>de</strong><br />
residência em Portugal, cerca <strong>de</strong> 210 mil, vão ter um<br />
<strong>do</strong>cumento à prova <strong>de</strong> falsificação ou contrafacção<br />
on<strong>de</strong>, a médio prazo, po<strong>de</strong>m ser introduzi<strong>do</strong>s num chip<br />
sem contracto, da<strong>do</strong>s biométricos, como a cor da íris e a<br />
impressão digital.<br />
Este cartão vai ter as dimensões <strong>do</strong> <strong>de</strong> multibanco,<br />
será uniforme na EU e representa uma das faces <strong>do</strong><br />
combate ao terrorismo. Pois, como referiu ao DN Manuel<br />
Palos, director-geral adjunto <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Estrangeiros<br />
e Fronteiras, «nestes tempos há muita apetência <strong>de</strong><br />
cidadãos não autoriza<strong>do</strong>s em títulos <strong>de</strong> residência». (…)<br />
Missão. A <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos falsos ou<br />
falsifica<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s pelas re<strong>de</strong>s terroristas é um <strong>do</strong>s<br />
maiores «combates» que a União Europeia enfrenta. O<br />
Conselho <strong>de</strong> Segurança aprovou mesmo uma resolução,<br />
a 1373, on<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifica as Filipinas, o Paquistão e a<br />
In<strong>do</strong>nésia como os países mas problemáticos a esse<br />
nível. ”<br />
DN – dia 7 <strong>de</strong> Outubro 2003 – em colaboração<br />
com o gabinete em Portugal <strong>do</strong> Parlamento Europeu, a<br />
propósito <strong>do</strong> projecto <strong>de</strong> Constituição Europeia saí<strong>do</strong> da<br />
Convenção Europeia.<br />
“União Europeia, um espaço <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />
segurança e <strong>de</strong> justiça”.<br />
• Os <strong>de</strong>safios – O projecto <strong>de</strong> Constituição oferece<br />
à União Europeia os meios apropria<strong>do</strong>s <strong>para</strong> alcançar<br />
soluções à altura <strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios que a União enfrentará<br />
(como assegurar a livre circulação das pessoas, como<br />
lutar contra o terrorismo e os crimes graves, como gerir<br />
os fluxos migratórios). (…) A união po<strong>de</strong>rá gerir <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> integra<strong>do</strong> as suas fronteiras (por exemplo, com a<br />
constituição <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> que possa ajudar e apoiar<br />
as autorida<strong>de</strong>s fronteiriças nacionais nas suas tarefas <strong>de</strong><br />
controlo e vigilância <strong>de</strong> fronteira).<br />
• O direito <strong>de</strong> asilo – A União <strong>de</strong>verá <strong>do</strong>tar-<br />
-se <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira política comum em matéria <strong>de</strong><br />
asilo asseguran<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os que necessitam <strong>de</strong><br />
protecção internacional sejam efectivamente protegi<strong>do</strong>s.<br />
Actualmente, prevêem-se apenas regras mínimas, mas<br />
o projecto <strong>de</strong> constituição prevê já o estabelecimento <strong>de</strong><br />
um sistema comum europeu <strong>de</strong> asilo que introduz um<br />
estatuto uniforme <strong>para</strong> os refugia<strong>do</strong>s e procedimentos<br />
comuns.<br />
• Política <strong>de</strong> imigração – A União também irá<br />
criar uma política comum <strong>de</strong> imigração. Trata-se <strong>de</strong><br />
gerir eficazmente os fluxos migratórios, assegurar um<br />
tratamento justo <strong>do</strong>s imigrantes em situação regular <strong>de</strong><br />
residência e <strong>de</strong> prevenir e lutar contra a imigração ilegal e<br />
o tráfico <strong>de</strong> seres hum<strong>ano</strong>s.”<br />
Apesar <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os ecos e reacções que vamos<br />
testemunhan<strong>do</strong>, verificamos que uma política<br />
proteccionista dificilmente consegue estancar ou controlar<br />
eficazmente o fluxo e o movimento global <strong>de</strong> pessoas.<br />
Por exemplo, integração <strong>de</strong> 10 novos países no chama<strong>do</strong><br />
espaço europeu impõe a previsão <strong>de</strong> que, nos primeiros<br />
<strong>ano</strong>s, venham <strong>para</strong> os países ditos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s 335 mil<br />
novos imigrantes por <strong>ano</strong>.<br />
A Europa vai ganhan<strong>do</strong> consciência <strong>de</strong> que a<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 39
ESCRITOS<br />
globalização <strong>do</strong> comércio e <strong>do</strong> movimento <strong>de</strong> capitais<br />
não se po<strong>de</strong> se<strong>para</strong>r <strong>do</strong> movimento das pessoas.<br />
Oferta e procura minarão sempre qualquer tentativa<br />
proteccionista, e enquanto a oferta no chama<strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> for tão atractiva <strong>para</strong> a gran<strong>de</strong> massa <strong>do</strong><br />
Terceiro Mun<strong>do</strong> haverá sempre quem arrisque penetrar<br />
as barreiras, mesmo que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contentor fura<strong>do</strong><br />
por berbequim.<br />
Tu<strong>do</strong> isso faz mover as pessoas <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro das<br />
nossas fronteiras nacionais e europeias; se já não vêm<br />
por convite, como nas décadas <strong>de</strong> 50/60, vêm porque:<br />
• Os ganhos económicos são brutais;<br />
• Porque vivem em esta<strong>do</strong>s que se apresentam em<br />
falência – Somália;<br />
• Porque têm uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> amigos que os po<strong>de</strong><br />
receber;<br />
• Porque a diferença entre as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
uma vida num país <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, mesmo que na pirâmi<strong>de</strong><br />
social o lugar <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> ao imigrante seja o mais baixo<br />
e as consequências da estagnação e <strong>de</strong>finhamento que<br />
<strong>de</strong>correm da sua permanência no país <strong>de</strong> origem (ex:<br />
emigração <strong>de</strong> Leste <strong>para</strong> Portugal – médico – servente) é<br />
tão gran<strong>de</strong>, que os riscos a correr se tornam irrelevantes. É<br />
daqui que resulta o conceito <strong>de</strong> Miséria Dourada. Mesmo<br />
que sob o risco <strong>de</strong> não ter habitação condigna, sistema<br />
<strong>de</strong> segurança social, etc., o emigrante tem melhores<br />
condições <strong>de</strong> higiene, alimentação, segurança, no novo<br />
país, <strong>do</strong> que no país <strong>de</strong> origem.<br />
Se tomarmos mais especificamente a Europa como<br />
objecto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, já que EUA/Canadá/Austrália/Nova<br />
Zelândia são casos diversos, verificamos que a disposição<br />
<strong>do</strong> imigrante <strong>para</strong> o risco, <strong>para</strong> violar as regras, tem cria<strong>do</strong><br />
animosida<strong>de</strong> nos países <strong>de</strong> acolhimento. Apesar disso a<br />
Europa precisa <strong>de</strong> imigrantes <strong>para</strong> manter váli<strong>do</strong>s os seus<br />
sistemas <strong>de</strong> Segurança Social.<br />
Este é mais um <strong>do</strong>s actuais dilemas que po<strong>de</strong><br />
condicionar <strong>de</strong>cisões erradas.<br />
O espaço europeu mantém princípios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
comum como a igualda<strong>de</strong> entre os homens e mulheres,<br />
a universalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> voto, etc. Ora quan<strong>do</strong> a França<br />
(1/2 milhão <strong>de</strong> ilegais) e à Alemanha (1 milhão ilegais)<br />
chegam milhares <strong>de</strong> muçulm<strong>ano</strong>s, politicamente criam-se<br />
dificulda<strong>de</strong>s, e as <strong>de</strong>mocracias europeias não encontram<br />
respostas fáceis:<br />
• As mulheres não são consi<strong>de</strong>radas iguais por<br />
to<strong>do</strong>s aqueles que chegam;<br />
40<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
• A homossexualida<strong>de</strong> é atacada;<br />
• Existem <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong> apelo à violência<br />
no discurso <strong>de</strong> alguns Imãs.<br />
Relembremos a este propósito a notícia <strong>de</strong> uma<br />
criança muçulmana, recentemente expulsa <strong>de</strong> uma escola<br />
pública em França por se recusar a <strong>de</strong>stapar a cara e<br />
a <strong>de</strong>scobrir a cabeça, o que contrariava o Regulamento<br />
Interno da escola.<br />
Neste caso a França, afirman<strong>do</strong>-se como um Esta<strong>do</strong><br />
laico, vê-se confrontada com preceitos <strong>de</strong> uma religião que<br />
é importada; que lhe chega <strong>de</strong> fora, acompanhan<strong>do</strong> um<br />
fenómeno que o Esta<strong>do</strong> sente não conseguir controlar.<br />
Noutro ponto, ou em contraponto, relembramos o<br />
argumento <strong>do</strong> político <strong>de</strong> extrema direita Holandês Piet<br />
Fortuym recentemente assassina<strong>do</strong>.<br />
«Como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão se a<br />
expressão é o incitamento à violência?»<br />
A montante <strong>de</strong>stes problemas levantam-se ainda<br />
outras questões <strong>de</strong>cisivas sobre as quais importa<br />
reflectir:<br />
• Como controlar o fluxo? Levantan<strong>do</strong> barreiras à<br />
circulação?<br />
• Como integrar os que já cá estão?<br />
Relativamente à primeira questão <strong>de</strong> como controlar o<br />
fluxo, as respostas são diversas e procuraremos abordá-
-las gradualmente, no entanto, as estratégias <strong>de</strong> alguns<br />
países são merece<strong>do</strong>ras, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, da nossa atenção.<br />
Mais <strong>do</strong> que simplesmente travar, alguns esta<strong>do</strong>s<br />
preten<strong>de</strong>m seleccionar o que claramente exige formas <strong>de</strong><br />
controlo.<br />
The Economist, Novembro <strong>de</strong> 2008, suplemento,<br />
“The Longest Journey”.<br />
Por exemplo, a Alemanha e o Canadá com a intenção<br />
<strong>de</strong> «atrair cérebros» oferecem garantias <strong>de</strong> emprego e<br />
estabilida<strong>de</strong> a 20.000 imigrantes licencia<strong>do</strong>s. No entanto,<br />
apenas 12.000 se candidataram. A verda<strong>de</strong> é que os EUA<br />
pagam mais.<br />
Sobre este mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> atracção que os ricos exercem<br />
sobre os pobres “chaman<strong>do</strong>” os seus membros mais<br />
qualifica<strong>do</strong>s e também sobre as consequências que<br />
daí resultam, <strong>para</strong> ambos, as conclusões <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />
apresenta<strong>do</strong> pelo jornal inglês são surpreen<strong>de</strong>ntes e<br />
como que contradizem o preconceito ou <strong>para</strong>digma que<br />
temos face ao imigrante e aos seus efeitos:<br />
No país <strong>de</strong> origem:<br />
• Quem sai é geralmente o mais bem pre<strong>para</strong><strong>do</strong> e<br />
o mais activo. Ex. Índia – quem sai representa 0,01% mas<br />
ganha o equivalente a 10% <strong>do</strong>s or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s <strong>do</strong> país;<br />
• Dá-se uma baixa na captação <strong>de</strong> impostos;<br />
• Em alguns casos ganha com volume <strong>de</strong> remessas<br />
<strong>do</strong>s imigrantes. Ex: a Albânia on<strong>de</strong> as remessas equivalem<br />
a 75% das exportações;<br />
• Alguns países em vias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
per<strong>de</strong>ram, com o fenómeno da emigração, 30% da sua<br />
força <strong>de</strong> trabalho mais qualificada;<br />
DN – dia 3 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2006 – Francisco Sarsfield<br />
Cabral.<br />
Pobres e Ricos<br />
“O Conselho Económico e Social <strong>de</strong> França consi<strong>de</strong>ra<br />
necessário receber, no país, mais <strong>de</strong>z mil imigrantes por<br />
<strong>ano</strong> <strong>do</strong>s que as que já lá entram, e não são poucos (perto<br />
<strong>de</strong> 100 mil imigrantes legais por <strong>ano</strong>, fora os outros).<br />
A França precisa <strong>de</strong> mais trabalha<strong>do</strong>res estrangeiros<br />
<strong>para</strong> as tarefas que os franceses se recusam a fazer,<br />
<strong>de</strong>smentin<strong>do</strong> uma vez mais o mito <strong>de</strong> que os imigrantes<br />
vêm tirar os empregos aos nacionais. Os imigrantes, diz o<br />
CES francês, são também indispensáveis <strong>para</strong> garantir o<br />
futuro das pensões <strong>de</strong> reforma e das prestações sociais.<br />
É que a baixa natalida<strong>de</strong> leva a que cada vez menos<br />
trabalha<strong>do</strong>res no activo <strong>de</strong>scontem <strong>para</strong> as reformas e<br />
<strong>para</strong> a segurança social <strong>do</strong>s outros – que ainda por cima<br />
(e felizmente), vivem hoje até mais tar<strong>de</strong>.<br />
Mas o CES francês adianta um outro da<strong>do</strong> inquietante.<br />
A França precisa, igualmente, <strong>de</strong> aumentar a imigração<br />
<strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res qualifica<strong>do</strong>s. Necessita, por exemplo,<br />
<strong>de</strong> mais médicos e <strong>de</strong> mais enfermeiros nos hospitais –<br />
venham, então, os médicos e os enfermeiros estrangeiros.<br />
Em França, um quarto <strong>do</strong>s médicos das urgências e um<br />
terço <strong>do</strong>s cirurgiões são, já hoje, <strong>de</strong> origem estrangeira.<br />
Algo que em Portugal começamos a conhecer. Em geral,<br />
ESCRITOS<br />
a França não está a formar um número suficiente <strong>de</strong><br />
pessoas com altas qualificações. Daí o imperativo <strong>de</strong><br />
recorrer a estrangeiros.<br />
Ora o reverso <strong>de</strong>sta atracção <strong>de</strong> pessoal qualifica<strong>do</strong><br />
pelos países ricos é altamente prejudicial <strong>para</strong> os<br />
países pobres. Já não basta que boa parte das poucas<br />
poupanças que nestes se geram tome o caminho <strong>do</strong>s<br />
Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Acresce que os países pobres ficam<br />
sem muitos <strong>do</strong>s escassos diploma<strong>do</strong>s, a quem pagaram<br />
formação. São os pobres a ajudar os ricos, con<strong>de</strong>nan<strong>do</strong>-<br />
-se ao sub<strong>de</strong>senvolvimento. Até quan<strong>do</strong>?”<br />
Assim se verifica que, são <strong>de</strong> facto os ricos a ajudar<br />
os pobres:<br />
• Dada a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação, quem entra tem<br />
me<strong>do</strong> <strong>de</strong> voltar a sair. As remessas ten<strong>de</strong>m a diminuir<br />
com o tempo <strong>de</strong> permanência <strong>do</strong> imigrante no país <strong>de</strong><br />
acolhimento o que empobrece o país <strong>de</strong> origem;<br />
• Quan<strong>do</strong> saem muitos trabalha<strong>do</strong>res<br />
especializa<strong>do</strong>s os que ficam ten<strong>de</strong>m a ganhar mais, pois<br />
a lei da oferta – procura funciona a seu favor;<br />
• O país <strong>de</strong> origem investiu na formação <strong>do</strong><br />
emigrante e não recebe qualquer retorno.<br />
No país <strong>de</strong> acolhimento:<br />
• Ganham-se novos elementos activos (cérebros);<br />
Por exemplo, da Índia <strong>para</strong> os EUA emigraram, nos<br />
últimos 2 <strong>ano</strong>s, 1 milhão <strong>de</strong> Indi<strong>ano</strong>s, sen<strong>do</strong> que mais <strong>de</strong><br />
¾ são bacharéis ou têm mais habilitações;<br />
• Novas forças produtivas integram o teci<strong>do</strong><br />
económico Norte-americ<strong>ano</strong>;<br />
Por exemplo, 30% das novas companhias em Silicon<br />
Valley são chinesas ou Indianas;<br />
• Numa primeira fase a produtivida<strong>de</strong> aumenta<br />
sempre. Salários mais baixos <strong>para</strong> funções idênticas<br />
acresci<strong>do</strong> <strong>do</strong> facto <strong>de</strong> que o país <strong>de</strong> acolhimento não<br />
gastou nada com a sua formação;<br />
• Ganha algum equilíbrio no Sistema <strong>de</strong> Segurança<br />
Social.<br />
É aqui que o estu<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> pelo jornal Inglês<br />
The Economist introduz e analisa um conceito estratégico<br />
que nos parece <strong>de</strong>cisivo:<br />
“Não imigre, circule”<br />
As virtu<strong>de</strong>s da livre circulação são, segun<strong>do</strong> o<br />
estu<strong>do</strong>, diversas e muitas <strong>de</strong>las po<strong>de</strong>m mesmo ser <strong>de</strong><br />
alguma maneira, compreendidas como realida<strong>de</strong>s já<br />
experimentadas por alguns esta<strong>do</strong>s.<br />
• É o caso da chamada diáspora Irlan<strong>de</strong>sa, em<br />
que a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> imigrante ter dupla nacionalida<strong>de</strong><br />
se revelou <strong>de</strong> importância <strong>de</strong>cisiva política, (esforços <strong>de</strong><br />
paz) e economicamente, (prosperida<strong>de</strong> económica) no<br />
país <strong>de</strong> origem.<br />
• Quem regressa traz consigo novas competências/<br />
i<strong>de</strong>ias pelo que é <strong>de</strong>cisivo manter os laços com quem<br />
saiu;<br />
• Quem regressa ganha, em média, mais 15% <strong>do</strong><br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 41
ESCRITOS<br />
que quem fica, no <strong>de</strong>sempenho da mesma função;<br />
• Há ainda os exemplos <strong>de</strong> Silicon Valley e <strong>de</strong><br />
Xangai on<strong>de</strong> a circulação <strong>de</strong> imigração <strong>de</strong>u origem à<br />
criação <strong>de</strong> novas linhas e re<strong>de</strong>s comerciais, com evi<strong>de</strong>ntes<br />
consequências positivas em termos <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento económico.<br />
Dificulda<strong>de</strong>s e Problemas a Resolver, pelo país <strong>de</strong><br />
origem e pelo país <strong>de</strong> acolhimento.<br />
• «Não se po<strong>de</strong>rá ter um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> livre circulação<br />
que seja um esta<strong>do</strong> Previdência» - uma vez que quem<br />
contribui não o faz sempre no mesmo esta<strong>do</strong>; segue<br />
novos caminhos – Circula;<br />
• No entanto os «escleroza<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
previdência europeus» atraem algum tipo <strong>de</strong> imigração<br />
específica – menos pre<strong>para</strong>da e mais <strong>de</strong>sfavorecida<br />
- mais ainda <strong>do</strong> que o sistema norte-americ<strong>ano</strong>, e não<br />
apenas porque este pague melhor;<br />
• A atracção exerce-se em gran<strong>de</strong> medida sobre<br />
as camadas mais <strong>de</strong>sfavorecidas (nos EUA temos a<br />
imigração <strong>do</strong>s extremos. Tu<strong>do</strong> ou nada; certa percentagem<br />
tem licenciatura e outra menos que o 9º <strong>ano</strong>)<br />
• Do «nada» surgem novas dificulda<strong>de</strong>s. A<br />
tendência, em parte <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às barreiras que se levantam<br />
à plena integração, é <strong>para</strong> que a falta <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />
passe <strong>de</strong> geração em geração, e é precisamente essa<br />
franja que apresenta maior taxa <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong>;<br />
• Vai-se perpetuan<strong>do</strong> a exclusão – fenómeno que<br />
sentimos já em Portugal – e a pobreza. (ex. o maior<br />
número <strong>de</strong> entradas nos países <strong>de</strong> acolhimento é <strong>de</strong><br />
familiares <strong>do</strong>s que já lá estão. «Os não especializa<strong>do</strong>s<br />
agrupam-se»);<br />
• As camadas menos favorecidas <strong>do</strong>s países<br />
<strong>de</strong> acolhimento exigem protecção e caem por vezes<br />
na armadilha <strong>de</strong> discursos xenófobos, securitários ou<br />
simplesmente proteccionistas;<br />
• As barreiras levantadas pelos esta<strong>do</strong>s partem<br />
<strong>do</strong> princípio <strong>de</strong> que o fenómeno está fora <strong>de</strong> controlo,<br />
e os esta<strong>do</strong>s europeus, ao contrário <strong>do</strong>s EUA, não se<br />
revêem como esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> imigração. (Ex. a Grécia no seu<br />
Census 2001 <strong>de</strong>tectou que <strong>do</strong> aumento da sua população<br />
em 1 milhão <strong>de</strong> habitantes, apenas 40.000 se <strong>de</strong>viam a<br />
nascimentos, isto no espaço <strong>de</strong> uma década);<br />
• As barreiras levantadas levam ao efeito perverso<br />
<strong>de</strong> que, quem está <strong>de</strong>ntro já não sai;<br />
• Nos EUA após o 11 <strong>de</strong> Setembro o número <strong>de</strong><br />
pessoas que ace<strong>de</strong>ram à figura <strong>do</strong> asilo <strong>de</strong>sceu <strong>para</strong><br />
meta<strong>de</strong>, e durante seis meses não po<strong>de</strong>m trabalhar nem<br />
ter direito a qualquer Segurança Social.<br />
• A Europa está a enveredar pelo mesmo caminho<br />
e começamos a ouvir alguns discursos semelhantes.<br />
• Uma consequência é o aumento da ilegalida<strong>de</strong>,<br />
pois as barreiras são inevitavelmente furadas. Ora a<br />
ilegalida<strong>de</strong> acarreta um submun<strong>do</strong> <strong>de</strong> “non-persons” que<br />
se excluem da socieda<strong>de</strong>;<br />
42<br />
Por Exemplo, os imigrantes ilegais:<br />
• Não po<strong>de</strong>m fazer um seguro <strong>para</strong> o carro;<br />
• Não contribuem <strong>para</strong> o Sistema <strong>de</strong> Segurança<br />
Social;<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
• Milhões <strong>de</strong> pessoas sem <strong>do</strong>cumentos são<br />
certamente uma preocupação no que diz respeito à<br />
segurança e à falta <strong>de</strong> controlo o que certamente dará<br />
cobertura a atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reacção securitária.<br />
As soluções<br />
Qualquer solução terá forçosamente <strong>de</strong> ser global e<br />
integrada em processos ainda em aberto e provavelmente<br />
não perfeitamente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s. Mesmo convirá reter que:<br />
• As Amnistias <strong>de</strong> que já tivemos breves exemplos,<br />
da<strong>do</strong>s também pelos nossos próprios serviços <strong>de</strong> imigração<br />
nacionais, (os EUA em 1986 legalizaram 30 milhões <strong>de</strong><br />
imigrantes) não são uma panaceia. Servem sobretu<strong>do</strong><br />
como atractivo a uma nova vaga <strong>de</strong> emigrantes;<br />
• O compromisso – tão típico <strong>do</strong> bom senso anglo-<br />
-saxónico – será um caminho melhor. Procurar uma<br />
legalização que assuma a forma <strong>de</strong> integração no sistema<br />
e nos vários sectores <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> – Finanças, Segurança<br />
Social, etc.<br />
Legalizar, dar emprego, integrar o que não significa <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> algum, ficar <strong>para</strong> sempre. Lembremos a palavra-<br />
-chave: «Circule!»;<br />
Precisamente vivemos uma época ou era <strong>de</strong> facilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso à informação<br />
e, a esse propósito, dizem-nos os E.U.A., país que já foi<br />
Colónia e que se apresenta como Nação <strong>de</strong> imigrantes:<br />
“A escola é on<strong>de</strong> o «melting-pot» tem sucesso ou<br />
falha”.<br />
Do seu sucesso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> um maior empenho em
integrar a nova socieda<strong>de</strong> contribuin<strong>do</strong> com os seus novos<br />
valores e mitigan<strong>do</strong> a tensão, <strong>para</strong> a sua evolução.<br />
Vejamos vários exemplos:<br />
• O <strong>de</strong>sconhecimento da língua é um factor óbvio<br />
<strong>de</strong> segregação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senraizamento; por exemplo, em<br />
Inglaterra o <strong>do</strong>mínio da língua por parte <strong>do</strong> imigrante<br />
resulta, em média, num acréscimo <strong>de</strong> 17%/hora no seu<br />
rendimento;<br />
• Na Alemanha até 1980 os Turcos mandavam os<br />
filhos estudar na Turquia o que contribuiu <strong>para</strong> a criação<br />
<strong>de</strong> diversos problemas <strong>de</strong> exclusão e choques culturais;<br />
• Em Nova York há um cada vez maior número <strong>de</strong><br />
pequenas comunida<strong>de</strong>s nacionais que não se dissolvem<br />
crian<strong>do</strong> um efeito novo <strong>de</strong> mosaico ou <strong>de</strong> “balkanização”.<br />
Mesmo assim, e a apesar <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> o que ficou dito, a<br />
imigração como fenómeno global é uma fonte <strong>de</strong> riqueza<br />
e assim <strong>de</strong>verá ser encarada. Segun<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> “The<br />
Economist”, se os países ricos abrissem as portas a<br />
mais 3% relativamente aos números actuais, a economia<br />
global aumentaria em 150 biliões/<strong>ano</strong> o que representaria<br />
ganhos maiores <strong>do</strong> que qualquer liberalização possível<br />
<strong>do</strong>s preços;<br />
DN – dia 23 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2005, João César das<br />
Neves.<br />
A chave da produtivida<strong>de</strong><br />
“A discussão sobre a produtivida<strong>de</strong>, que o Governo<br />
lançou em boa hora, é capaz <strong>de</strong> trazer algumas surpresas.<br />
A iniciativa é muito <strong>de</strong> louvar, tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma dimensão<br />
essencial <strong>do</strong> futuro, sempre oculta por muitos problemas.<br />
Mas <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s factores mais importantes <strong>para</strong> a nossa<br />
produtivida<strong>de</strong> estão entre os mais critica<strong>do</strong>s pela classe<br />
política, a informalida<strong>de</strong> e a imigração. (…)<br />
Ao longo <strong>de</strong> séculos os nossos compatriotas souberam<br />
ESCRITOS<br />
procurar noutras zonas as melhores oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> progresso. E hoje, quan<strong>do</strong> o pequeno Portugal já é<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> e os portugueses aspiram a empregos<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, são os imigrantes que vêm colmatar as<br />
falhas que essa evolução criou. As mesmas que nós<br />
aproveitámos noutros locais noutros tempos. (…)<br />
A nossa elite nunca compreen<strong>de</strong>u isto. Os piores<br />
obstáculos à produtivida<strong>de</strong> vêm <strong>do</strong>s excessos <strong>de</strong><br />
regulamentação, burocracia e fiscalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>masia<strong>do</strong><br />
pesa<strong>do</strong>s e injustos <strong>para</strong> uma economia ágil. (…)<br />
No que toca à imigração, a elite insiste em complicar<br />
a entrada <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res estrangeiros com regras<br />
tontas, enquanto repete a falácia populista <strong>de</strong> atribuir o<br />
<strong>de</strong>semprego aos imigrantes. (…)<br />
A chave da nossa produtivida<strong>de</strong> está um potenciar<br />
as vantagens, colmatar as insuficiências e… combater a<br />
elite”.<br />
Gostaria <strong>de</strong> terminar com duas ou três i<strong>de</strong>ias positivas<br />
sobre este assunto; sobre o futuro, e sobre o nosso país.<br />
No último relatório das Nações Unidas (2007/2008),<br />
Relatório <strong>do</strong> Desenvolvimento Hum<strong>ano</strong>; Ultrapassar<br />
Barreiras: Mobilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento, Portugal, país<br />
que conhece a imigração como ninguém, está coloca<strong>do</strong><br />
em primeiro lugar pelas medidas a<strong>do</strong>ptadas com vista à<br />
integração <strong>do</strong>s imigrantes. As iniciativas <strong>de</strong> Portugal na<br />
integração <strong>de</strong> imigrantes “estão na vanguarda da Europa<br />
e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”. Somos o país com melhor classificação<br />
na atribuição <strong>de</strong> direitos e serviços aos estrangeiros<br />
resi<strong>de</strong>ntes nomeadamente no que diz respeito ao acesso<br />
aos sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> ensino.<br />
Cá no Pilão, também nos parece motivo <strong>de</strong> orgulho<br />
o mo<strong>do</strong> como o Batalhão Escolar tem, ao longo <strong>de</strong>stes<br />
últimos <strong>ano</strong>s, integra<strong>do</strong> plenamente, vários alunos que<br />
aqui chegam <strong>para</strong> estudar.<br />
Naturalmente que nos sobram questões e dificulda<strong>de</strong>s,<br />
mas conhecer o problema e <strong>de</strong>smistificar um pouco os<br />
seus contornos, certamente que ajudará a resolver.<br />
Miguel Viegas Gonçalves<br />
Professor, <strong>de</strong> Filosofia<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 43
Voz da Ciência<br />
44<br />
Pedro Nunes e o Nónio<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Em alguns instrumentos <strong>de</strong><br />
medição utiliza<strong>do</strong>s em mecânica<br />
verificamos a existência <strong>do</strong><br />
nónio.<br />
(Paquímetro com nónio - escala<br />
inferior)<br />
Este não é mais que uma pequena escala <strong>de</strong>stinada<br />
a avaliar com precisão fracções da menor divisão da<br />
escala principal, seja ela rectilínea (caso <strong>do</strong> Paquímetro)<br />
ou circular (Suta Universal).<br />
O nónio (<strong>de</strong> Nonius, forma latinizada da palavra Nunes)<br />
foi inventa<strong>do</strong> pelo matemático português Pedro Nunes,<br />
um <strong>do</strong>s maiores vultos científicos <strong>do</strong> seu tempo, ten<strong>do</strong><br />
contribuí<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisivamente <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
navegação, essencial <strong>para</strong> as Descobertas portuguesas.<br />
Nasci<strong>do</strong> em 1502, em Alcácer <strong>do</strong> Sal, Pedro Nunes<br />
frequentou a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salamanca on<strong>de</strong> estu<strong>do</strong>u<br />
Matemática e Astronomia, mas é em Lisboa que, em<br />
1525, se <strong>do</strong>utorou em Medicina. Em Novembro <strong>de</strong> 1529 é<br />
nomea<strong>do</strong> cosmógrafo <strong>do</strong> Reino por D. João III e em 1530<br />
era professor na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, on<strong>de</strong> leccionou<br />
Matemática e Metafísica.<br />
Em 1531, o Rei D. João III convi<strong>do</strong>u-o <strong>para</strong> professor<br />
<strong>do</strong>s seus irmãos mais novos, os infantes D. Luís e<br />
D. Henrique (<strong>de</strong>pois car<strong>de</strong>al e rei). Em 1537, com a<br />
transferência da Universida<strong>de</strong> <strong>para</strong> Coimbra, continua<br />
a leccionar nesta cida<strong>de</strong> e em 1547 era promovi<strong>do</strong> a<br />
cosmógrafo-mor, cargo que o obrigava a <strong>de</strong>slocar-se<br />
frequentemente à corte em Lisboa. Aposenta-se aos 62<br />
<strong>ano</strong>s e passa a viver na capital, vin<strong>do</strong> a falecer em 1577<br />
ou 1578.<br />
O nónio é inventa<strong>do</strong> pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />
astronómicos, assim como <strong>para</strong> o traça<strong>do</strong> da loxodrómica.<br />
Esta é a curva que um navio <strong>de</strong>screve na sua rota e que<br />
corta os meridi<strong>ano</strong>s sob o mesmo ângulo e não coinci<strong>de</strong><br />
com a curva ortodrómica, que se <strong>de</strong>senvolve num arco <strong>de</strong><br />
círculo máximo.<br />
O aparelho inicialmente era um pouco complica<strong>do</strong> e<br />
foi torna<strong>do</strong> prático em 1583 pelo Padre Jesuíta Cristóvão<br />
Clávio (1537-1612), portanto, já <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong> Pedro<br />
Nunes. É possível que, durante a sua estadia em Coimbra,<br />
Cristóvão Clávio tenha assisti<strong>do</strong> às aulas <strong>de</strong> Pedro Nunes,<br />
sen<strong>do</strong> assim influencia<strong>do</strong> pelo seu trabalho.<br />
Somente em 1631 o francês Pierre Vernier<br />
aperfeiçoou o invento <strong>do</strong> nosso matemático, não sen<strong>do</strong><br />
tal aperfeiçoamento mais <strong>do</strong> que uma fase na evolução<br />
<strong>de</strong> um processo que se iniciou com Pedro Nunes. Assim,<br />
<strong>de</strong>vemos repudiar a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> “vernier” dada pelos<br />
franceses ao aparelho, pois ele é glória <strong>de</strong> um português<br />
notável e pertence-nos pela priorida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>scoberta.<br />
Carlos Carvalho – Engº Mecânico<br />
Um Pouco da Física <strong>do</strong> Século XX<br />
Figura 1 - Raios cósmicos <strong>de</strong> altas energias que<br />
atingem átomos na atmosfera produzem chuveiros <strong>de</strong><br />
partículas que atingem a superfície da Terra.<br />
Para além <strong>de</strong> algumas partículas já vossas<br />
conhecidas, como o electrão e o fotão, existem na<br />
Terra outras partículas misteriosas igualmente estáveis,<br />
como os neutrinos. Existem ainda partículas que vivem<br />
apenas por curtos instantes, instáveis e fugidias, que se<br />
transformam muito rapidamente noutras partículas que,<br />
por sua vez, se transformam em outras…<br />
Des<strong>de</strong> sempre o Homem se questionou sobre a<br />
natureza da matéria e acerca das leis que governam o<br />
Universo:<br />
• Em 400 A.C., Demócrito afirma que todas as<br />
coisas são formadas por pequenos grãos indivisíveis e<br />
pelo vazio;<br />
• Em 1895, Thomson <strong>de</strong>scobre o electrão;<br />
• Em 1914, Ernest Rutherford <strong>de</strong>scobre o protão;<br />
• Em 1932, James Chadwick <strong>de</strong>scobre o neutrão.<br />
Nessa altura, os físicos diriam que todas as coisas são<br />
formadas por protões, neutrões, electrões e pelo vazio.<br />
Que pensam os físicos <strong>de</strong> hoje?
Hoje conhecem-se várias centenas <strong>de</strong> partículas,<br />
elementares ou não. Visitemos as famílias das partículas<br />
elementares.<br />
A CADA UM DOS FERMIÕES É NECESSÁRIO<br />
ACRESCENTAR A SUA ANTIPARTÍCULA.<br />
Em 1928, Dirac havia previsto a existência <strong>de</strong> uma<br />
antipartícula <strong>para</strong> o electrão, partícula que veio a ser<br />
<strong>de</strong>scoberta por An<strong>de</strong>rson, em 1932, na radiação cósmica,<br />
o positrão.<br />
Toda a antipartícula é exactamente igual à partícula<br />
correspon<strong>de</strong>nte, com excepção <strong>do</strong> sinal <strong>de</strong> carga.<br />
Os fermiões fundamentais são as verda<strong>de</strong>iras<br />
partículas <strong>de</strong> matéria. Os bosões são os agentes <strong>de</strong><br />
ligação, ou seja, são as partículas que mediatizam<br />
as quatro interacções fundamentais: a gravitação, a<br />
interacção electromagnética (que explica a coesão da<br />
matéria à nossa escala), a interacção fraca (que gere<br />
certos processos radioactivos) e a interacção forte (que<br />
liga os constituintes <strong>do</strong>s núcleos).<br />
Já tinham pensa<strong>do</strong> por que motivo os núcleos<br />
<strong>do</strong>s átomos se mantêm intactos apesar da repulsão<br />
coloumbiana?<br />
Como os protões e os neutrões são forma<strong>do</strong>s por<br />
quarks, hoje po<strong>de</strong>mos afirmar que o nosso mun<strong>do</strong> é feito<br />
<strong>de</strong> quarks, electrões e vazio.<br />
Voz da Ciência<br />
Figura 2 - Representação da constituição <strong>do</strong> átomo.<br />
Os físicos, <strong>para</strong> estudarem o interior da matéria,<br />
o infinitamente pequeno, necessitam <strong>de</strong> gigantescos<br />
microscópios que são os acelera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> partículas,<br />
inventa<strong>do</strong>s na década <strong>de</strong> 1920, on<strong>de</strong> aceleram partículas<br />
estáveis, como os protões, através da aplicação <strong>de</strong> forças<br />
eléctricas e magnéticas. A seguir, provocam colisões, <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> a observarem a criação <strong>de</strong> muões, <strong>de</strong> piões, <strong>de</strong><br />
partículas charmosas, entre muitas outras.<br />
Estas partículas criadas em acelera<strong>do</strong>res<br />
existem naturalmente no cosmos?…<br />
No início <strong>do</strong> século foi observa<strong>do</strong> um fenómeno<br />
estranho: o ar, que se acreditava ser um isola<strong>do</strong>r perfeito,<br />
conduzia apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilmente a corrente eléctrica. O<br />
físico Victor Hess, por meio das suas ascensões <strong>de</strong> balão,<br />
mostrou que o ar era melhor condutor a gran<strong>de</strong>s altitu<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong> que ao nível das águas <strong>do</strong> mar, o que confirmou a<br />
hipótese <strong>de</strong> que as partículas que atravessavam a<br />
atmosfera, tornan<strong>do</strong>--a condutora, viriam <strong>do</strong> espaço.<br />
A este fenómeno foi atribuí<strong>do</strong>, em 1926, o nome <strong>de</strong><br />
“Radiação Cósmica”.<br />
Trata-se <strong>de</strong> partículas que provêm <strong>do</strong> Sol, da<br />
nossa galáxia e provavelmente <strong>de</strong> origens ainda mais<br />
longínquas <strong>do</strong> cosmos. São essencialmente protões,<br />
anima<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, que ao interactuarem<br />
com a atmosfera dão origem a um chuveiro <strong>de</strong> partículas,<br />
como piões, muões, neutrinos…<br />
Em 1930, no estu<strong>do</strong> da radiação cósmica, foram<br />
observadas partículas instáveis muito penetrantes, em<br />
tu<strong>do</strong> semelhantes aos electrões, excepto na massa. Estas<br />
partículas são hoje <strong>de</strong>signadas por muões (μ).<br />
Sen<strong>do</strong> o muão instável, o que acontecerá quan<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>cai (quan<strong>do</strong> “morre”)?<br />
Quan<strong>do</strong> o muão <strong>de</strong>cai, surgem novas<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 45
Voz da Ciência<br />
partículas: <strong>do</strong>is neutrinos - o neutrino <strong>do</strong> muão e o<br />
antineutrino <strong>do</strong> electrão - e um electrão.<br />
Vamos procurar saber um pouco mais sobre estas<br />
partículas…<br />
O electrão conhecem vocês bem. É uma partícula<br />
elementar estável com carga eléctrica -1, que se move<br />
em torno <strong>do</strong> núcleo atómico e <strong>de</strong>termina as proprieda<strong>de</strong>s<br />
químicas <strong>do</strong>s elementos.<br />
46<br />
E on<strong>de</strong> encontramos os neutrinos?<br />
Em cada segun<strong>do</strong>, somos atravessa<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>zenas<br />
<strong>de</strong> milhar <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong>stas partículas! Trata-se das<br />
partículas mais numerosas <strong>do</strong> cosmos: os neutrinos! Eles<br />
interagem tão fracamente com a matéria que conseguem<br />
atravessar a Terra. São quase intocáveis!<br />
O neutrino, assim como o antineutrino, é uma espécie<br />
<strong>de</strong> partícula fantasma, difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar e extremamente<br />
misteriosa. A palavra Neutrino <strong>de</strong>riva <strong>do</strong> itali<strong>ano</strong> que<br />
significa “pequeno e neutro”. A existência <strong>do</strong>s neutrinos<br />
foi prevista em 1932, por Pauli, a fim <strong>de</strong> salvar o princípio<br />
da conservação da energia que os fenómenos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sintegração β pareciam não respeitar. Pauli imaginou<br />
uma partícula invisível que se escapava no processo,<br />
levan<strong>do</strong> consigo a energia restante. Esta partícula seria o<br />
neutrino que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua admirável discrição, só viria a<br />
ser observa<strong>do</strong> directamente em 1953.<br />
Devem estar a colocar a seguinte questão: <strong>para</strong> quê<br />
estudar Física das Partículas? Que respostas nos permite<br />
obter?<br />
De entre várias respostas possíveis, posso dizer--vos<br />
que nos permite visitar o universo <strong>de</strong> há 1010 <strong>ano</strong>s atrás!<br />
A física das partículas permite aos astrofísicos esboçar os<br />
três primeiros minutos da história <strong>do</strong> Universo, intervalo<br />
<strong>de</strong> tempo no qual existiam apenas partículas elementares,<br />
que se foram agregan<strong>do</strong> à medida que a temperatura foi<br />
baixan<strong>do</strong>, forman<strong>do</strong> os primeiros núcleos <strong>de</strong> hidrogénio<br />
e hélio, que após cerca <strong>de</strong> 300000 <strong>ano</strong>s foram dan<strong>do</strong><br />
origem aos primeiros átomos…Visitan<strong>do</strong> o infinitamente<br />
pequeno encontramos respostas <strong>para</strong> o infinitamente<br />
gran<strong>de</strong> e longínquo.<br />
Uma aplicação <strong>de</strong> indiscutível utilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>sta área da física vê-se na medicina. Existem centenas<br />
<strong>de</strong> acelera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> partículas espalha<strong>do</strong>s pelo mun<strong>do</strong> ao<br />
serviço da medicina, <strong>para</strong> a imagiologia e a terapia.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Figura 3 – Imagem obtida por um<br />
exame PET, extraída <strong>de</strong><br />
A figura 3 mostra-nos uma imagem obtida Tomografia<br />
<strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Positrões (PET - Positron Emission<br />
Tomography), exame que permite <strong>de</strong>tectar alterações em<br />
teci<strong>do</strong>s e órgãos. Um radiofármaco que emite positrões<br />
(as antipartículas <strong>do</strong>s electrões) é administra<strong>do</strong> ao<br />
<strong>do</strong>ente e, quan<strong>do</strong> se dá a emissão <strong>de</strong> positrões, estes<br />
são rapidamente aniquila<strong>do</strong>s com electrões no corpo<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong>ente. Este processo liberta raios gama que são<br />
<strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s, permitin<strong>do</strong> formar as imagens tridimensionais<br />
<strong>do</strong> exame e, consequentemente, avaliar o funcionamento<br />
<strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s e órgãos, com base na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
radiofármaco metaboliza<strong>do</strong>.<br />
http://en.wikipedia.org/wiki/<br />
Positron_emission_tomography<br />
Alguns sites sobre Física <strong>de</strong> partículas:<br />
http://particle adventure.org<br />
www.cern.ch<br />
www.lip.pt<br />
Ângela Costa, (prof. Física e Química)
A Matemática e a Música<br />
“A música é um exercício inconsciente <strong>de</strong> cálculos.”<br />
Leibniz (1646-1716)<br />
A música é, indiscutivelmente, das artes a mais<br />
popular. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é<br />
que por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> um simples fa<strong>do</strong> ou <strong>de</strong> uma complexa<br />
sinfonia existem relações matemáticas muito simples que<br />
ajudam a formar, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> talento hum<strong>ano</strong>, o edifício<br />
sonoro da nossa música.<br />
A escrita <strong>de</strong> partituras é a primeira área on<strong>de</strong> a<br />
Matemática revela, <strong>de</strong> forma evi<strong>de</strong>nte, a sua influência na<br />
Música. Na linguagem musical aparecem-nos os termos<br />
andamento (quaternário, ternário,...), ritmo, notas breves,<br />
semibreves,... Compor música, <strong>de</strong> forma a preencher<br />
uma <strong>de</strong>terminada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo com n notas,<br />
é equivalente ao procedimento utiliza<strong>do</strong> na redução<br />
ao mesmo <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r – as diferentes durações das<br />
notas <strong>de</strong>vem encaixar numa certa medida <strong>de</strong> um da<strong>do</strong><br />
compasso. Mesmo assim, o compositor vai criar música<br />
que se alia <strong>de</strong> forma maravilhosa e perfeita na estrutura<br />
rígida <strong>de</strong> uma partitura escrita.<br />
Mas a afinida<strong>de</strong> entre a Matemática e a Música não se<br />
limita a esta relação óbvia com as partituras musicais. A<br />
música está relacionada com razões, curvas exponenciais,<br />
funções periódicas, ciências da computação...<br />
A experiência <strong>do</strong> monocórdio e a música na escola<br />
pitagórica<br />
Os primeiros sinais <strong>de</strong> casamento entre a Matemática<br />
e a Música surgem no século VI a.C. quan<strong>do</strong> Pitágoras,<br />
através <strong>de</strong> experiências com sons <strong>do</strong> monocórdio,<br />
efectua uma das suas mais belas <strong>de</strong>scobertas.<br />
Possivelmente inventa<strong>do</strong> por Pitágoras, o monocórdio<br />
é um instrumento composto por uma única corda<br />
estendida entre <strong>do</strong>is cavaletes fixos sobre uma mesa<br />
possuin<strong>do</strong>, ainda, um cavalete móvel. Pitágoras buscava<br />
Voz da Ciência<br />
relações <strong>de</strong> comprimentos – razões <strong>de</strong> números inteiros<br />
– que produzissem <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s intervalos sonoros. Deu<br />
continuida<strong>de</strong> ao seu trabalho investigan<strong>do</strong> a relação entre<br />
o comprimento <strong>de</strong> uma corda vibrante e o tom musical<br />
produzi<strong>do</strong> por ela. Verificou que, pressionan<strong>do</strong> um ponto<br />
situa<strong>do</strong> a 3/4 <strong>do</strong> comprimento da corda em relação à sua<br />
extremida<strong>de</strong> – o que equivale a reduzi-la a 3/4 <strong>do</strong> seu<br />
tamanho original – e tocan<strong>do</strong>-a a seguir, se ouvia uma<br />
quarta acima <strong>do</strong> tom emiti<strong>do</strong> pela corda inteira. Exercida<br />
a pressão a 2/3 <strong>do</strong> tamanho original da corda, ouvia-se<br />
uma quinta acima e a 1/2 obtinha-se a oitava <strong>do</strong> som<br />
original. A partir <strong>de</strong>sta experiência, os intervalos passam<br />
a <strong>de</strong>nominar-se consonâncias pitagóricas. Pitágoras<br />
estabeleceu relações entre a Matemática e a música<br />
associan<strong>do</strong>, respectivamente, aos intervalos musicais<br />
referentes às consonâncias perfeitas – oitava, quinta<br />
e quarta – as relações simples 1/2, 2/3 e 3/4. Estas<br />
correspon<strong>de</strong>m às fracções <strong>de</strong> uma corda que fornecem<br />
as notas mais agudas <strong>do</strong>s intervalos referi<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> se<br />
produz a nota mais grave pela corda inteira. Atribui-se o<br />
<strong>de</strong>scobrimento <strong>do</strong>s intervalos consonantes a Pitágoras,<br />
embora provavelmente estes já fossem conheci<strong>do</strong>s muito<br />
antes em distintas culturas antigas.<br />
Influenciada pela cultura oriental, a <strong>do</strong>utrina pitagórica<br />
sustentava que “Tu<strong>do</strong> é número e harmonia”. Assim, os<br />
pitagóricos acreditavam que to<strong>do</strong> o conhecimento se<br />
reduziria a relações numéricas, posicionan<strong>do</strong>-as como<br />
fundamento da ciência natural.<br />
Kepler e a música <strong>do</strong>s planetas<br />
Matemático, astrónomo e filósofo nasci<strong>do</strong> em Weil,<br />
Johannes Kepler (1571-1630) apresentou fortes subsídios<br />
<strong>para</strong> a ciência musical. Em 1601, Kepler assumiu um<br />
posto <strong>de</strong> trabalho na organização <strong>de</strong> calendários e<br />
predição <strong>de</strong> eclipses como matemático e astrónomo<br />
da corte <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r Ru<strong>do</strong>lfo II, em Praga, até 1612,<br />
estabelecen<strong>do</strong>-se mais tar<strong>de</strong> em Linz, on<strong>de</strong> concluiu e<br />
publicou o seu Harmonices Mundi, em 1619.<br />
Kepler julgou insatisfatória a experiência <strong>de</strong> Pitágoras<br />
com o monocórdio <strong>para</strong> o estabelecimento <strong>de</strong> intervalos<br />
consonantes. Assim, Kepler dividiu a corda em até oito<br />
partes. O cientista alemão verificou empiricamente a<br />
existência <strong>de</strong> oito consonâncias: uníssono (1/1), oitava<br />
(2/1), quinta (2/3), quarta (4/3), terça maior (5/4), terça<br />
menor (6/5), sexta maior (5/3) e sexta menor (8/5).<br />
Defendia a existência, conhecida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os antigos,<br />
<strong>de</strong> escalas musicais peculiares a cada planeta, que<br />
soavam como se estes cantassem simples melodias,<br />
relacionan<strong>do</strong> <strong>para</strong> isso velocida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s planetas às<br />
frequências emitidas. Consi<strong>de</strong>rava os movimentos <strong>do</strong>s<br />
planetas uma música que traduzia a perfeição divina.<br />
De acor<strong>do</strong> com a Segunda Lei <strong>de</strong> Kepler – Leis das<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 47
Voz da Ciência<br />
Áreas – <strong>para</strong> movimentos <strong>do</strong>s planetas, esses varrem<br />
radialmente áreas iguais em tempos iguais, o que implica<br />
máxima velocida<strong>de</strong> no periélio – posição mais próxima <strong>do</strong><br />
Sol – e mínima no afélio – ponto diametralmente oposto.<br />
A fim <strong>de</strong> respeitar a Segunda Lei, Kepler tentou explicar a<br />
variação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um planeta por uma metáfora<br />
musical. Admitin<strong>do</strong> que movimentos rápi<strong>do</strong>s e lentos se<br />
associavam respectivamente às notas agudas e graves<br />
em sua construção imaginativa, o astrónomo alemão<br />
consi<strong>de</strong>rou que a razão das velocida<strong>de</strong>s extremas<br />
<strong>de</strong>terminaria um intervalo musical representante <strong>do</strong><br />
planeta referi<strong>do</strong>. Por exemplo, as velocida<strong>de</strong>s angulares<br />
no periélio e afélio <strong>de</strong> Saturno são respectivamente 135<br />
e 106 arcos <strong>de</strong> segun<strong>do</strong> por dia, o que significa uma<br />
relação <strong>de</strong> 135/106; ora 135/108 = 5/4 correspon<strong>de</strong>nte<br />
ao intervalo <strong>de</strong> terça maior. A menos <strong>de</strong> diferenças<br />
<strong>de</strong>sprezíveis <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista musical, <strong>de</strong>svelam-se os<br />
intervalos representantes <strong>de</strong> outros planetas obten<strong>do</strong>-se:<br />
48<br />
Saturno 4/5 (terça maior)<br />
Júpiter 5/6 (terça menor)<br />
Marte 2/3 (quinta)<br />
Terra 15/16 (semitom)<br />
Vénus 24/25 (diese)<br />
Mercúrio 5/12 (terça menor composta)<br />
Transcreven<strong>do</strong> a lei das áreas com uma roupagem<br />
musical, tem-se que cada planeta correspondia, assim,<br />
a um tema musical bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> transcrito por Kepler.<br />
Afirma que cada planeta, cada astro possuía uma alma<br />
que lhe comunicava o movimento, traduzin<strong>do</strong> num canto<br />
real, um hino à glória <strong>do</strong> Deus cria<strong>do</strong>r.<br />
A Matemática na Música<br />
Quan<strong>do</strong> ouvimos os sons emiti<strong>do</strong>s pelos instrumentos<br />
<strong>de</strong> cordas, tais como o violino, a guitarra, o pi<strong>ano</strong>, etc.,<br />
não passará inadverti<strong>do</strong> que resultam da vibração das<br />
cordas <strong>do</strong> próprio instrumento.<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
A altura da nota musical <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> tanto <strong>do</strong> comprimento<br />
da corda que a emite, como da tensão a que a mesma<br />
está sujeita.<br />
Como se referiu anteriormente, Pitágoras <strong>de</strong>scobriu<br />
utilizan<strong>do</strong> um monocórdio que: ”se uma corda e a sua<br />
tensão permanecem inalteradas, mas varia o seu<br />
comprimento, o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> vibração é proporcional ao<br />
seu comprimento”.<br />
Suponha-se que um fabricante <strong>de</strong> pi<strong>ano</strong>s utiliza,<br />
<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Pitágoras, cordas <strong>de</strong> idêntica estrutura,<br />
mas <strong>de</strong> diferentes comprimentos, <strong>para</strong> alcançar a gama<br />
<strong>de</strong> frequências que tem este instrumento. Num pi<strong>ano</strong><br />
mo<strong>de</strong>rno, com notas <strong>de</strong> frequência compreendidas entre<br />
27 e 4096 Hz, a corda com maior comprimento resultaria<br />
150 vezes mais longa que a <strong>de</strong> menor comprimento.<br />
Obviamente, isto teria impedi<strong>do</strong> a construção <strong>do</strong><br />
pi<strong>ano</strong> <strong>do</strong> exemplo, se não fosse pelas duas leis <strong>do</strong><br />
matemático francês Mersenne. A primeira diz: ”Para<br />
cordas diferentes com um mesmo comprimento e igual<br />
tensão, o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> vibração é proporcional à raiz<br />
quadrada <strong>do</strong> peso da corda”. O maior peso alcança-se,<br />
geralmente, enrolan<strong>do</strong> um arame mais fino em espiral,<br />
<strong>de</strong> forma a evitar o excessivo comprimento das cordas<br />
<strong>de</strong>stinadas aos sons graves.<br />
A segunda lei expressa: “Quan<strong>do</strong> uma corda e o seu<br />
comprimento permanecem inaltera<strong>do</strong>s mas se varia a<br />
tensão, a frequência da vibração é proporcional à raiz<br />
quadrada da tensão”. Ao seguir esta lei, evita-se que as<br />
cordas <strong>do</strong>s agu<strong>do</strong>s tenham <strong>de</strong> ser muito curtas, com o<br />
aumento da tensão.<br />
Ao incluir-se as armações <strong>de</strong> aço nos mo<strong>de</strong>rnos<br />
pi<strong>ano</strong>s, foi possível aplicar tensões nos arames até valores<br />
que, antigamente, eram inconcebíveis, pois alcançariam<br />
as 30 toneladas.
A forma <strong>do</strong> pi<strong>ano</strong> <strong>de</strong> cauda<br />
Na realida<strong>de</strong>, muitos instrumentos têm formas<br />
e estruturas relacionadas com vários conceitos<br />
matemáticos. As funções e as curvas exponenciais<br />
fazem parte <strong>de</strong>sses conceitos. Uma curva exponencial<br />
é <strong>de</strong>scrita por uma equação da forma y = k x<br />
, on<strong>de</strong><br />
k > 0. Um exemplo é y = 0,5 x<br />
, cujo gráfico se<br />
apresenta.<br />
Os instrumentos musicais, € forma<strong>do</strong>s por cordas ou<br />
por colunas <strong>de</strong> € ar, reflectem a curva exponencial na<br />
sua estrutura.<br />
O estu<strong>do</strong> da natureza <strong>do</strong>s sons musicais atingiu<br />
o seu apogeu com o trabalho <strong>de</strong> Joseph Fourier,<br />
um matemático <strong>do</strong> século XIX. Ele <strong>de</strong>monstrou que<br />
to<strong>do</strong>s os sons musicais – instrumentais ou vocais –<br />
podiam ser mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong>s por expressões matemáticas,<br />
traduzidas pelas somas <strong>de</strong> funções periódicas simples<br />
<strong>de</strong> senos. To<strong>do</strong>s os sons têm três características –<br />
altura, intensida<strong>de</strong> e timbre – que os diferenciam entre<br />
si.<br />
A <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> Fourier possibilita que as<br />
três proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s sons sejam representadas<br />
graficamente <strong>de</strong> forma distinta. A altura está<br />
relacionada com a frequência da curva, a intensida<strong>de</strong><br />
com a amplitu<strong>de</strong> e o timbre com a forma da função<br />
periódica.<br />
Sem a compreensão da Matemática na música,<br />
não teriam si<strong>do</strong> possíveis a evolução na utilização <strong>de</strong><br />
computa<strong>do</strong>res na composição musical e a concepção<br />
<strong>de</strong> instrumentos. As <strong>de</strong>scobertas matemáticas,<br />
nomeadamente das funções periódicas, foram<br />
6<br />
4<br />
2<br />
y<br />
-2 -1 1 2<br />
x<br />
Voz da Ciência<br />
fundamentais <strong>para</strong> conceber a mais mo<strong>de</strong>rna geração<br />
<strong>de</strong> instrumentos musicais, bem como <strong>para</strong> a concepção<br />
<strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res activa<strong>do</strong>s pela voz. Muitos fabricantes<br />
<strong>de</strong> instrumentos com<strong>para</strong>m os gráficos periódicos <strong>do</strong>s<br />
sons <strong>do</strong>s seus produtos com os gráficos i<strong>de</strong>ais <strong>para</strong><br />
esses instrumentos, aproximan<strong>do</strong>--os o mais possível.<br />
É <strong>de</strong>sta forma que a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> da reprodução musical<br />
electrónica está directamente ligada com os gráficos<br />
periódicos. Os músicos e os matemáticos continuarão<br />
a <strong>de</strong>sempenhar papéis igualmente váli<strong>do</strong>s na produção<br />
e na reprodução musical.<br />
Uma forma <strong>de</strong> arte nunca será objectiva e precisa<br />
a ponto <strong>de</strong> sobre ela haver unanimida<strong>de</strong>, mas as<br />
simetrias e belezas observadas nas leis que governam<br />
a combinação das estruturas matemáticas usadas na<br />
<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> sons guardam estreita relação com a área<br />
da Música, conhecida como Harmonia. Dessa maneira,<br />
a Matemática é capaz <strong>de</strong> mostrar e <strong>de</strong>screver, a partir<br />
<strong>de</strong> uma abordagem objectiva, as possibilida<strong>de</strong>s das<br />
infinitas combinações <strong>de</strong> sons.<br />
É a perfeição <strong>de</strong>ssas leis que permite olhar a<br />
Música sob outra perspectiva, unin<strong>do</strong> os mun<strong>do</strong>s<br />
maravilhosos da Arte e da Ciência.<br />
Manuel Segismun<strong>do</strong>, Professor <strong>de</strong> Matemática<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 49
DESPORTO<br />
ACCs DESPORTIVAS ANO 2009/<strong>2010</strong><br />
ANDEBOL<br />
O grupo <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol <strong>de</strong>ste <strong>ano</strong> tentará repetir os<br />
êxitos <strong>do</strong> <strong>ano</strong> anterior. No entanto, temos mais um extra,<br />
pois fomos convida<strong>do</strong>s pelo Desporto Escolar a participar<br />
no apuramento <strong>para</strong> o mundial <strong>de</strong> Escolas, no escalão<br />
<strong>de</strong> juvenis, que se realizará em Portugal, conjuntamente<br />
com o Mundial <strong>de</strong> seniores da modalida<strong>de</strong>.<br />
Como projecto <strong>de</strong> “Escola”, nunca esqueceremos<br />
que com níveis negativos na avaliação não po<strong>de</strong>remos<br />
participar na competição, por isso, alunos, toca a<br />
estudar.<br />
Este <strong>ano</strong>, e se continuar este grupo <strong>de</strong> trabalho,<br />
participaremos no Desporto Escolar nos escalões <strong>de</strong><br />
Inicia<strong>do</strong>s (13-14 <strong>ano</strong>s); juvenis (15-16 <strong>ano</strong>s) e juniores<br />
(17-18 <strong>ano</strong>s). Está em aberto a participação nos escalões<br />
<strong>de</strong> inicia<strong>do</strong>s e juvenis no Campeonato Fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> Regional<br />
da Associação <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol <strong>de</strong> Lisboa.<br />
NATAÇÃO<br />
A ACC <strong>de</strong> Natação terá como principal objectivo<br />
ensinar os alunos a nadar. Este <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, os alunos<br />
com melhor nível técnico irão representar o IMPE em<br />
diversas competições.<br />
50 Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
REMO<br />
O Remo é uma das modalida<strong>de</strong>s com mais tradição<br />
<strong>do</strong> IMPE. Este <strong>ano</strong> irá ter representações ao nível <strong>do</strong><br />
Remo – In<strong>do</strong>or e nas embarcações tipo Yolle.<br />
A equipa <strong>de</strong>ste <strong>ano</strong> é formada por alunos <strong>de</strong> vários <strong>ano</strong>s<br />
<strong>lectivo</strong>s, o que faz com que seja bastante heterogénea,<br />
haven<strong>do</strong> atletas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o escalão <strong>de</strong> benjamins até<br />
juniores.<br />
O objectivo <strong>de</strong>ste <strong>ano</strong> <strong>de</strong>sportivo passa pela<br />
presença nas várias finais das provas <strong>de</strong> Remo-In<strong>do</strong>or,<br />
bem como pela presença nas regatas em embarcações<br />
tipo Yolle. Está prevista a realização <strong>de</strong> <strong>do</strong>is estágios em<br />
embarcações tipo Shell em águas planas. De referir ainda<br />
que o torneio interno <strong>de</strong> Remo-In<strong>do</strong>or irá realizar-se no 2º<br />
perío<strong>do</strong>.<br />
DESPORTOS COMBATE<br />
A equipa <strong>de</strong> Desportos Combate vai ter ao longo<br />
<strong>do</strong> corrente <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong> uma calendarização composta<br />
por:<br />
• Seis estágios externos;<br />
• Seis estágios internos;
• Seminários <strong>de</strong> graduação;<br />
• Dois torneios internos;<br />
• Participação em eventos <strong>de</strong> carácter<br />
<strong>de</strong>monstrativo, nomeadamente saraus e momentos<br />
promocionais <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
FUTSAL<br />
A equipa <strong>de</strong> Futsal Júnior (17-18 <strong>ano</strong>s) irá este <strong>ano</strong><br />
tentar superar o 3º lugar obti<strong>do</strong> no <strong>ano</strong> transacto. Para<br />
tal já tem agenda<strong>do</strong> um jogo <strong>de</strong> treino com a Escola<br />
Secundária Maria Amália Vaz <strong>de</strong> Carvalho que é a actual<br />
equipa campeã <strong>de</strong> Lisboa-Cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Desporto Escolar.<br />
“ VALSA NO IMPE”<br />
Des<strong>de</strong> o dia 7 <strong>de</strong> Outubro que os novos alunos <strong>do</strong><br />
<strong>Instituto</strong> estão a valsar!<br />
Esta activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corre às 4ª feiras, das 16:15 às<br />
17:45. Tem como finalida<strong>de</strong> a aprendizagem da Valsa,<br />
<strong>para</strong> que, no dia <strong>do</strong> Baile <strong>de</strong> Recepção aos Novos Alunos,<br />
estes tenham à vonta<strong>de</strong> e confiança em dançar com o<br />
seu par.<br />
DESPORTO<br />
Os alunos têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> interesse e empenho<br />
nesta activida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>correrá até dia 18 <strong>de</strong> Novembro,<br />
uma vez que o baile é dia 21 <strong>de</strong> Novembro.<br />
TORNEIO INTERNO DE ANDEBOL<br />
Nos passa<strong>do</strong>s dias 20 e 29 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong>correu o<br />
Torneio Interno <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol <strong>para</strong> o Ensino Básico e <strong>para</strong><br />
o Ensino Secundário, respectivamente, com as seguintes<br />
classificações:<br />
2ºCiclo:<br />
1º Lugar: 6ºA (equipa II)<br />
2º Lugar: 6ºA (equipa I)<br />
3º Lugar: 5ºA (equipa I)<br />
3º Ciclo:<br />
1º Lugar: 9ºA<br />
2º Lugar: 8ºB<br />
3º Lugar: 9ºB<br />
Ensino Secundário<br />
1º Lugar: 11º B<br />
2º Lugar: 12º A<br />
3º Lugar: 12º B<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r 51
NOTAS SOLTAS<br />
52 Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Casa Amada – Hino da Barretuna<br />
Acordas a sonhar<br />
Monsanto no olhar<br />
Tens toda a Lisboa<br />
Para te contemplar<br />
És criança, és homem, pilão<br />
Revives a tradição<br />
Com orgulho e emoção<br />
Aman<strong>do</strong>, choran<strong>do</strong>, crescen<strong>do</strong>, sorrin<strong>do</strong><br />
Saben<strong>do</strong> guardar essa paixão<br />
Pilão, que Casa tão amada<br />
Tua história contada<br />
É bela <strong>de</strong> se ouvir<br />
Pilão, nunca mais vou esquecer<br />
Teu lema até morrer<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Rosada a tua cor<br />
Azul o teu vestir<br />
Tens olhos <strong>de</strong> criança<br />
Vives sempre sorrir<br />
Foste pai, avô, irmão<br />
Filho da nova nação<br />
General teu Capitão<br />
Aman<strong>do</strong>, choran<strong>do</strong>, crescen<strong>do</strong>, sorrin<strong>do</strong><br />
Saben<strong>do</strong> guardar essa paixão
O CAIM DE SARAMAGO<br />
Os temas religiosos, <strong>de</strong> forma regular, voltam às páginas <strong>do</strong>s jornais e da televisão. Neste mês<br />
que passou o tema Bíblia voltou a aparecer com frequência, primeiro porque saiu uma nova<br />
tradução da Bíblia, <strong>para</strong> a qual trabalharam em conjunto várias igrejas cristãs, num português<br />
mais próximo <strong>do</strong> nosso quotidi<strong>ano</strong>, e, sobretu<strong>do</strong> por causa da aparição <strong>de</strong> um novo livro <strong>do</strong><br />
Nobel da literatura, José Saramago, com o seu novo livro Caim.<br />
Comprei o livro no dia em que este chegou às livrarias e li-o nos dias a seguir. Porque o li,<br />
porque costumo ser leitor assíduo <strong>de</strong> Saramago a quem reconheço uma capacida<strong>de</strong> única <strong>de</strong><br />
criação <strong>de</strong> cenários sugestivos e que nos fazem reflectir sobre a vida e a socieda<strong>de</strong> e, que vivemos,<br />
creio que posso, com alguma fundamentação, dar a minha opinião sobre este livro.<br />
O texto começa com a evocação <strong>de</strong> uma figura bíblica que aparece no Capítulo 4 <strong>do</strong>s Génesis,<br />
o primeiro livro que aparece nas versões das nossas Bíblias: Caim. Evoca o drama conti<strong>do</strong><br />
nesta passagem: um irmão que mata outro <strong>para</strong> <strong>de</strong>pois o fazer figura central noutras passagens<br />
relatadas pela Bíblia on<strong>de</strong> encontramos outras figuras como: Noé, Abraão, Moisés, Josué<br />
e Job. To<strong>do</strong>s estes relatos <strong>para</strong> quem estuda a Escritura não estão aparenta<strong>do</strong>s nem na sua<br />
estrutura, nem no seu objecto com esse outro relato on<strong>de</strong> figura Caim. Esta mistura aleatória<br />
<strong>de</strong> figuras já por si é um boca<strong>do</strong> confusa e, <strong>do</strong> meu ponto <strong>de</strong> vista, pouco razoável.<br />
Claro que a história tem um fio condutor, mostrar um <strong>de</strong>us caprichoso, mesquinho, interferin<strong>do</strong><br />
arbitrariamente na vida das pessoas, normalmente provocan<strong>do</strong> consequências infelizes na vida<br />
daquelas figuras com quem se relaciona. Estan<strong>do</strong> em completo <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong> com esta visão <strong>de</strong><br />
Deus, particularmente <strong>do</strong> Deus que se revela na Bíblia, só posso conce<strong>de</strong>r que assim pense<br />
quem utilize uma visão <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> simplista e maximamente fanática <strong>de</strong> quem toma o texto<br />
sem o ler como um texto que cria imagens, que precisam <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scodificadas, o que é tanto<br />
mais estranho quan<strong>do</strong> isto é escrito por alguém que tem como mérito na criação <strong>de</strong> imagens<br />
com profundida<strong>de</strong> na reflexão sobre a vida <strong>do</strong> homem. Mas por muito que me custe admito que<br />
alguém que se afirma ateu possa ter esta imagem <strong>de</strong> Deus que apoia numa leitura literalista e<br />
simplista da Bíblia. Talvez que os crentes tenham alguma culpa, pela forma como se comportam<br />
e como agem, em fazer passar esta imagem distorcida <strong>de</strong> Deus.<br />
Mas há uma coisa com que não posso concordar: é que <strong>para</strong> se expor uma compreensão <strong>de</strong><br />
Deus, com a qual não concor<strong>do</strong>, mas respeitan<strong>do</strong> a pessoa que a tem, se tenha <strong>de</strong> utilizar tanta<br />
grosseria, que não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> chocar os crentes, tanta aci<strong>de</strong>z, tanta intolerância como<br />
aquela que resulta das páginas <strong>do</strong> livro e <strong>do</strong>s comentários que o autor tem feito a propósito <strong>do</strong><br />
livro. Isso sim <strong>de</strong>ixa-me uma triste impressão <strong>do</strong> objectivo <strong>de</strong> quem escreve.<br />
Maj SAR Rui Lopes<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
53
INSTITUTO MILITAR DOS PUPILOS DO EXÉRCITO<br />
ADMISSÕES PARA O ANO LECTIVO DE <strong>2010</strong>/<strong>2011</strong><br />
Calendário<br />
• Abertura <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> inscrições - 4 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> <strong>2010</strong><br />
• Março a 19 <strong>de</strong> Março – Primeira Chamada<br />
• Junho/Julho - Segunda Chamada<br />
• Agosto - Recursos<br />
INFORMAÇÕES:<br />
<strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />
Estrada <strong>de</strong> Benfica, 374<br />
1549 - 016 Lisboa<br />
Ensinos Básico e Secundário<br />
Externato Misto e Internato<br />
Ensino Básico:<br />
• 2º e 3º Ciclo<br />
Ensino Secundário:<br />
Cursos Profissionais<br />
(Oferta formativa <strong>2010</strong>-<strong>2011</strong>)<br />
• Técnico <strong>de</strong> Gestão<br />
• Técnico <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Ambiente<br />
• Técnico <strong>de</strong> Energias Renováveis<br />
(Energia Solar e Energia Eólica)<br />
• Técnico <strong>de</strong> Manutenção Industrial<br />
(Mecatrónica e Electromecânica)<br />
Telefone: 217713832 / 918211197<br />
Tel. Militar: 413532<br />
E-mail: impe.candidaturas@mail.exercito.pt<br />
www.pupilos.eu
EFEMÉRIDES<br />
QUERER É PODER<br />
REVISTA DOS ALUNOS DO INSTITUTO MILITAR DOS PUPILOS DO EXÉRCITO<br />
ANO XXV - N.º 56<br />
NOVEMBRO DE 2009<br />
PUBLICAÇÃO TRIANUAL<br />
PROPRIEDADE<br />
<strong>Instituto</strong> Militar <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />
Estrada <strong>de</strong> Benfica, 374<br />
1549-016 LISBOA<br />
Tel: 217713871<br />
Fax: 217785289<br />
revistaimpe@gmail.com<br />
DIRECTOR<br />
Diogo Ruivo<br />
Aluno 62/06- 12.º Ano<br />
(Aluno Cmdt <strong>de</strong> Batalhão)<br />
REDACÇÃO<br />
Equipa <strong>de</strong> Professores<br />
COORDENAÇÃO<br />
Maj SAR Rui Lopes<br />
Dr. Pedro André<br />
Drª Vanda Magarreiro<br />
MAQUETAGEM E PAGINAÇÃO<br />
Security Print - Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Industria<br />
Gráfica, Lda.<br />
MONTAGEM, IMPRESSÃO<br />
ACABAMENTO<br />
Security Print - Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Industria<br />
Gráfica, Lda.<br />
Rua Horta <strong>de</strong> Bacelos, Lt B Cave<br />
2690-390<br />
Santa Iria <strong>de</strong> Azóia<br />
Telefone: 219540380<br />
Fax: 219540389<br />
TIRAGEM<br />
500 exemplares<br />
Depósito Legal 134200/99<br />
56<br />
Querer é Po<strong>de</strong>r<br />
Sumário<br />
Editorial 3<br />
Efeméri<strong>de</strong>s<br />
Comemoração <strong>do</strong> Aniversário <strong>do</strong> IMPE 4<br />
Homília <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> IMPE 4<br />
Discurso <strong>do</strong> Director no Aniversário <strong>do</strong> IMPE 5<br />
Encerramento das Activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Prémio Escolar da Defesa Nacional 9<br />
Recepção aos Professores da Junta <strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> S. Domingos <strong>de</strong> Benfica 9<br />
Viagem <strong>de</strong> Finalistas <strong>do</strong> 9º <strong>ano</strong> 2008/2009 10<br />
Cerimónia <strong>de</strong> Imposição <strong>de</strong> Insígnias 11<br />
Discurso Imposição <strong>de</strong> Insígnias pelo Adjunto <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos 12<br />
Discurso Imposição <strong>de</strong> Insígnias pelo Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />
English Corner<br />
13<br />
The 3 Rs song 14<br />
The Choices 15<br />
“All the world’s a stage...”<br />
Visitas <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong><br />
15<br />
Comemoração <strong>do</strong> V Aniversário <strong>do</strong> Museu da Presidência da República 17<br />
O IMPE no DOC LISBOA 2009 18<br />
Passatempo<br />
A Nossa Casa<br />
18<br />
O Ínicio <strong>do</strong> Fim 19<br />
Pilão: Uma Vida! 19<br />
O Amor a esta Casa 20<br />
O Ser Gradua<strong>do</strong> 20<br />
Ser Pilão 20<br />
A Minha Paixão 22<br />
Quem Sou Eu? 22<br />
Novo Director <strong>do</strong> Serviço Escolar 22<br />
Tomada <strong>de</strong> Posse Comandante Corpo <strong>de</strong> Aunos 23<br />
Novo Comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Aunos 23<br />
Página <strong>do</strong> CNO<br />
Mais uma Conquista 24<br />
O Homem que Venceu na Vida é aquele que acreditou em si 25<br />
In Memoriam<br />
Escritos<br />
28<br />
Redução no Consumo <strong>de</strong> Energia Eléctrica 26<br />
Ensino Profissional - Que Futuro? 27<br />
O Êxito Começa com a Vonta<strong>de</strong> 30<br />
A Evolução Histórico Filosófica da Igualda<strong>de</strong> na Cultura Oci<strong>de</strong>ntal 30<br />
Os Juros no IMPE 32<br />
Projecto <strong>de</strong> Geometria Dinâmica 32<br />
Invadi<strong>do</strong>s e Invasores 33<br />
Exercícios <strong>de</strong> Escrita Criativa 33<br />
O Ritmo <strong>do</strong> Silêncio 36<br />
Um Amigo 36<br />
Perdi<strong>do</strong>s Entre Fronteiras 37<br />
O IMPE na Evocação <strong>de</strong> D. Nuno Álvares Pereira 38<br />
Não Emigre. Circule!<br />
Voz da Ciência<br />
39<br />
Pedro Nunes e o Nónio 44<br />
Um pouco <strong>de</strong> Física no Séc. XX 44<br />
A Matemática e a Música<br />
Desporto<br />
47<br />
ACCs Desportivas <strong>ano</strong> 2009/<strong>2010</strong> 50<br />
Notas Soltas 52<br />
Admissões Contra-Capa