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admissões para o ano lectivo de 2010/2011 - Instituto Pupilos do ...

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Caros leitores,<br />

A pouco e pouco vamos crescen<strong>do</strong>, vemos um futuro próximo muito<br />

melhor <strong>do</strong> que estávamos habitua<strong>do</strong>s a ver. Os cursos profissionais,<br />

implementa<strong>do</strong>s neste novo <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, remontam à história da nossa<br />

casa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação e são estes que vão ditar o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong> IMPE<br />

sem nunca esquecer que o seu primordial objectivo é “formar cidadãos<br />

úteis à pátria”.<br />

Esta socieda<strong>de</strong> em constante evolução não tem poupa<strong>do</strong>, críticas, mas<br />

o que importa <strong>de</strong> facto é a passagem <strong>de</strong> valores intemporais feita nesta<br />

casa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação e que torna o aluno <strong>do</strong> IMPE, o verda<strong>de</strong>iro<br />

pilão, num homem reconheci<strong>do</strong> pelo seu carácter e pelo seu rigor ético.<br />

A vida <strong>de</strong> cada um é profundamente marcada pela sua passagem pelo<br />

<strong>Instituto</strong>, quer em termos pessoais quer em termos profissionais.<br />

No 99º <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, os 150 alunos <strong>do</strong> IMPE, cheios <strong>de</strong> ambição,<br />

recordam o principal objectivo que norteia a sua efémera passagem por<br />

esta casa: estudar.<br />

Há que tirar boas notas, brilhar, <strong>para</strong> assim elevarmos cada vez mais<br />

este nosso lar, pois, nos tempos que correm e aos olhos da socieda<strong>de</strong>, o<br />

importante é o sucesso académico. Deste mo<strong>do</strong>, à formação <strong>de</strong> indivíduos<br />

íntegros, acrescentaremos o trabalho producente, fazen<strong>do</strong> com que o<br />

caminho <strong>para</strong> o sucesso esteja já <strong>de</strong>linea<strong>do</strong>.<br />

Caros alunos, a nossa missão como pilões é, sobretu<strong>do</strong>, preservar a<br />

nossa casa. Mais <strong>do</strong> que nunca, a camaradagem é necessária <strong>para</strong> que<br />

juntos ultrapassemos as dificulda<strong>de</strong>s e os obstáculos que se atravessarem<br />

no nosso caminho. E repito: “ saibamos lidar com os problemas sempre<br />

<strong>de</strong> cabeça erguida”, porque <strong>de</strong> nós <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o futuro <strong>do</strong> pilão.<br />

“Querer é Po<strong>de</strong>r”<br />

Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />

Diogo Ruivo,<br />

nº 62/06<br />

EDITORIAL<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 3


EFEMÉRIDES<br />

As celebrações por ocasião <strong>do</strong> 98º aniversário <strong>do</strong> IMPE<br />

<strong>de</strong>correram nos dias 24 e 25 <strong>de</strong> Maio.<br />

No dia 24 <strong>de</strong> Maio teve lugar o <strong>de</strong>sfile <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos no<br />

centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa. Presidiu a esta cerimónia o Ex.mo<br />

Comandante da Instrução e Doutrina, Ten – Gen. Vaz Antunes.<br />

Depois <strong>do</strong> <strong>de</strong>sfile houve a celebração da Eucaristia, <strong>de</strong> sufrágio<br />

e <strong>de</strong> Acção <strong>de</strong> Graças na<br />

Igreja <strong>de</strong> S. Domingos no<br />

Rossio. A celebração foi<br />

presidida pelo Capelão <strong>do</strong><br />

<strong>Instituto</strong> e animada pelo<br />

Grupo Coral e Instrumental<br />

<strong>do</strong> IMPE.<br />

As celebrações terminaram<br />

com um almoço convívio<br />

que reuniu alunos e ex<br />

– alunos <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

No dia 25, dia <strong>do</strong> IMPE, as cerimónias tiveram lugar na 1ª<br />

Secção e foram presididas pelo Ex.mo Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da<br />

Defesa e <strong>do</strong>s Assuntos <strong>do</strong> Mar, Dr. João Mira Gomes.<br />

Transcrevemos a homília proferida pelo Capelão <strong>do</strong> IMPE<br />

no dia 24 <strong>de</strong> Maio e o discurso <strong>do</strong> Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> no dia 25<br />

<strong>de</strong> Maio.<br />

4<br />

Comemoração <strong>do</strong> Aniversário<br />

<strong>do</strong> IMPE<br />

Homília <strong>do</strong> Dia <strong>do</strong> IMPE<br />

Celebramos hoje a Solenida<strong>de</strong> da Ascenção <strong>do</strong> Senhor.<br />

Depois <strong>de</strong> ter Ressuscita<strong>do</strong>, e ter apareci<strong>do</strong> aos seus discípulos,<br />

quarenta dias após ter ressurgi<strong>do</strong> <strong>do</strong> sepulcro, e perante os<br />

seus discípulos, Jesus subiu ao Céu, ante a estupefacção <strong>do</strong>s<br />

que o viam <strong>de</strong>saparecer entre as nuvens <strong>do</strong> Céu. É assim,<br />

e como ouvimos, que o livro <strong>do</strong>s Actos <strong>do</strong>s Apóstolos nos<br />

<strong>de</strong>screve esta se<strong>para</strong>ção entre Jesus e os seus.<br />

Gostava <strong>de</strong> meditar convosco sobre o sentimento que<br />

terá atravessa<strong>do</strong> o coração <strong>do</strong>s seus discípulos nesse dia.<br />

Talvez nos aju<strong>de</strong> tomar um texto, uma poesia, que a versão<br />

portuguesa da Liturgia das Horas nos propõe <strong>para</strong> a oração<br />

litúrgica <strong>de</strong>ste dia:<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Depois que triunfou no alto ma<strong>de</strong>iro<br />

Da morte e <strong>do</strong> inferno que venceu,<br />

O nosso bom Jesus, manso Cor<strong>de</strong>iro,<br />

Que por nós nele a vida ofereceu,<br />

Levou cativo o nosso cativeiro,<br />

Subin<strong>do</strong> <strong>para</strong> o Céu, <strong>do</strong>n<strong>de</strong> <strong>de</strong>sceu:<br />

Em pago <strong>de</strong> nos dar a liberda<strong>de</strong><br />

Demos-lhe nós a nossa sauda<strong>de</strong>.<br />

O sentimento que o autor nos propõe é peculiar à alma<br />

portuguesa. É a palavra sauda<strong>de</strong> que nos é proposta como<br />

aquela que mais se ajusta ao que o coração <strong>do</strong>s discípulos<br />

<strong>de</strong> Jesus terá senti<strong>do</strong> no momento <strong>de</strong>sta se<strong>para</strong>ção. Não só<br />

a celebração da Ascensão, como também a festivida<strong>de</strong> que<br />

trouxe aqui uma comunida<strong>de</strong> que hoje celebra os seus 98 <strong>ano</strong>s<br />

<strong>de</strong> existência, traz ao coração <strong>de</strong> muita gente aqui presente um<br />

certo sentimento <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>.<br />

O que é afinal a sauda<strong>de</strong>, essa palavra que sempre<br />

ouvimos ser intraduzível em qualquer outra língua e que traduz<br />

a alma mater lusitana. Sempre me lembro daquela história <strong>de</strong><br />

um <strong>do</strong>s meus velhos livros da instrução primária que contava<br />

a morte <strong>de</strong> um emigrante cuja sorte não permitiu voltar à sua<br />

terra. Ao sentir o momento da partida chegar, chamou um<br />

sacer<strong>do</strong>te <strong>para</strong> o ajudar no trânsito. Este ao chegar encontrou<br />

naquela casa pobre, já que a fortuna não tinha si<strong>do</strong> pródiga na<br />

vida <strong>de</strong>ste homem, apenas um objecto <strong>de</strong> luxo, um relógio que<br />

emitia suave melodia ao bater a cadência das horas. Interroga<strong>do</strong><br />

sobre o porquê <strong>de</strong>ste objecto, o homem respondia que este<br />

relógio, sua gran<strong>de</strong> e única riqueza emitia o som apelativo igual<br />

ao <strong>do</strong> sino da igreja paroquial da sua terra distante.<br />

Nunca me esqueci <strong>de</strong>sta história simples que tão bem<br />

<strong>de</strong>fine alma <strong>do</strong> homem português. João <strong>de</strong> Deus escreveu que<br />

a sauda<strong>de</strong> é:<br />

Tu és o colo<br />

On<strong>de</strong> me embalo,<br />

E acho consolo,<br />

Mimo e regalo:<br />

Mas afinal que é a sauda<strong>de</strong>, que nos po<strong>de</strong> ela trazer<br />

como mais-valia na nossa vida? A sauda<strong>de</strong> tem a ver com a<br />

construção da nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Marca<strong>do</strong>s pelo passa<strong>do</strong> que<br />

não tolhe o futuro, recorda-nos, num actualizar constante,<br />

o que somos porque sabemos <strong>de</strong> on<strong>de</strong> viemos, e, por isso,<br />

sabemos <strong>para</strong> on<strong>de</strong> vamos. Temos sauda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s nossos


Pais, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> eles por inexorável lei da vida partem,<br />

porque a sua memória que estremece o nosso coração, nos<br />

lembra fibra <strong>de</strong> que somos feitos; o mesmo se diga da nossa<br />

terra, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>la migramos, a nossa casa <strong>de</strong> infância e, neste<br />

caso a instituição na qual fomos forma<strong>do</strong>s. É bom termos<br />

sauda<strong>de</strong>s porque isso é reconhecer que alguma coisa rasgou,<br />

com estilete bem agu<strong>do</strong>, traços imperdíveis no caminho da<br />

nossa vida. Ter sauda<strong>de</strong> é trazer à mente pelo caminho <strong>do</strong><br />

coração aquilo que, <strong>de</strong> facto, marca o nosso ser <strong>para</strong> além das<br />

fachadas conjunturais que tomamos.<br />

Mas a sauda<strong>de</strong> acicata em nós o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> um ir mais<br />

além, embala<strong>do</strong> num sonho que orienta e inspira. No caminho<br />

<strong>de</strong> fé, a sauda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s discípulos sempre se traduziu num<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> trilhar caminhos que impulsionaram a ir mais além<br />

e mais acima numa progressão. Na linguagem chã e simples<br />

<strong>de</strong> criança, Jacinta pedia ao pequeno Francisco, mina<strong>do</strong> pela<br />

<strong>do</strong>ença e com morte anunciada como eminente, que <strong>de</strong>sse<br />

muitas sauda<strong>de</strong>s a Nosso Senhor e a Nossa Senhora, e isto<br />

queria dizer <strong>de</strong>ssa proximida<strong>de</strong> espiritual a quem inspirava a sua<br />

vida. A sauda<strong>de</strong> cria o <strong>de</strong>sejo,<br />

dinâmica que faz mover no<br />

senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> melhor, <strong>do</strong> mais<br />

belo, <strong>do</strong> mais nobre, A fasquia<br />

baixa que, às vezes, move<br />

as nossas vidas torna-nos<br />

sur<strong>do</strong>s ao apelo que o <strong>de</strong>sejo<br />

marca<strong>do</strong> pela sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

valores e i<strong>de</strong>ais, que pessoas<br />

e instituições marcaram a<br />

nossa vida. Não resisto a<br />

<strong>de</strong>ixar, como pergunta dirigida<br />

aos ex-alunos <strong>do</strong> IMPE, se<br />

na vossa vida i<strong>de</strong>ais nasci<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> experiências feitas, e hoje<br />

trazi<strong>do</strong>s à vossa memória pela<br />

nostalgia da sauda<strong>de</strong>, ainda<br />

continuam a ser inspira<strong>do</strong>res das vossas vidas. A sauda<strong>de</strong> é o<br />

apelo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sejo, <strong>de</strong> uma se<strong>de</strong> que nunca fica saciada <strong>de</strong><br />

se ser melhor.<br />

Sauda<strong>de</strong> é o fundamento <strong>de</strong> projectos que unem passa<strong>do</strong><br />

presente e futuro numa ligação enriquece<strong>do</strong>ra e unificante <strong>de</strong><br />

uma única vida. Sauda<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> nem <strong>de</strong>ve ser sau<strong>do</strong>sismo<br />

estéril, não é nem po<strong>de</strong> ser o recriar <strong>de</strong> um passa<strong>do</strong> sem critério,<br />

que sabemos nunca po<strong>de</strong>rá ser repeti<strong>do</strong>. Nem sequer <strong>de</strong>ve<br />

ser arremeda<strong>do</strong>, <strong>para</strong> tomar um provincianismo da minha terra<br />

<strong>para</strong> exprimir uma imitação cujo resulta<strong>do</strong> é jocoso. Sauda<strong>de</strong><br />

não po<strong>de</strong> ser sentimento que tolha o passo, mas distensão <strong>do</strong><br />

arco que permita o arremesso da flecha que procura o alvo.<br />

A celebração <strong>de</strong> hoje fala <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>, <strong>para</strong> muitos que aqui<br />

hoje vieram, as fardas <strong>do</strong>s alunos <strong>do</strong> IMPE, o porte garboso da<br />

guarda <strong>de</strong> honra, a emoção das vozes <strong>do</strong>s seus jovens que<br />

canta a força da sua juventu<strong>de</strong>, faz bater com compasso mais<br />

forte o ritmo <strong>de</strong> alguns corações, aqueci<strong>do</strong>s por memórias<br />

sau<strong>do</strong>sas. Que vamos fazer <strong>de</strong>sse manancial <strong>de</strong> força que a<br />

sauda<strong>de</strong> nos traz? Deixar que ela seja um sentimento fugaz,<br />

que passa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se secarem os olhos mareja<strong>do</strong>s.<br />

Os discípulos que viram o seu Senhor partir, não ficaram<br />

por muito tempo a olhar <strong>para</strong> o Céu, <strong>de</strong> Jerusalém partiram<br />

<strong>para</strong> o mun<strong>do</strong> inteiro a anunciar um projecto, vivo na memória<br />

sau<strong>do</strong>sa <strong>do</strong>s seus corações. E nós?<br />

A resposta é <strong>de</strong> cada um…<br />

EFEMÉRIDES<br />

Discurso <strong>do</strong> Director no Aniversário<br />

<strong>do</strong> IMPE<br />

Senhor Secretário <strong>de</strong><br />

Esta<strong>do</strong> da Defesa Nacional e<br />

Assuntos <strong>do</strong> Mar<br />

Aceitou V. Exª presidir a<br />

esta cerimónia, o que muito<br />

honra o <strong>Instituto</strong> Militar <strong>Pupilos</strong><br />

<strong>do</strong> Exército que interpreta<br />

na presença <strong>do</strong> ilustre<br />

responsável político pela<br />

Defesa Nacional o interesse<br />

e apoio governativo pela<br />

sua missão. Agra<strong>de</strong>cemos<br />

esse estímulo como ficamos<br />

reconheci<strong>do</strong>s pelo esforço<br />

que continuará a fazer <strong>para</strong><br />

<strong>do</strong>tar este <strong>Instituto</strong> <strong>do</strong>s meios<br />

necessários ao exercício das tarefas que lhe estão cometidas.<br />

Senhor General Chefe <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>do</strong> Exército<br />

Meu General Chefe<br />

Permita-me que expresse a V. Exª o nosso reconhecimento<br />

pelo interesse que, claramente, tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> por este<br />

<strong>Instituto</strong> através <strong>de</strong> um acompanhamento muito próximo sobre<br />

o novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> formação, sua inserção na socieda<strong>de</strong>, bem<br />

como na sustentação <strong>de</strong>sta já provecta Casa. Essa atitu<strong>de</strong><br />

empenhada na vida <strong>do</strong> IMPE, por parte <strong>de</strong> V. Exª, merece<br />

uma retribuição <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s nós, que será a <strong>de</strong> continuar a ter<br />

expressão na forma <strong>de</strong> afirmar a natureza e <strong>de</strong> exercer as<br />

competências que constam nos <strong>de</strong>cretos regulamentares que<br />

<strong>de</strong>ram corpo ao nosso <strong>Instituto</strong>.<br />

Senhor Ten General<br />

Comandante <strong>de</strong> Instrução<br />

e Doutrina<br />

Meu General e<br />

Comandante<br />

Sente-se o IMPE<br />

muito honra<strong>do</strong> com a<br />

vossa ilustre presença,<br />

e pela atenção e<br />

relevância que este<br />

Estabelecimento Militar<br />

<strong>de</strong> Ensino tem mereci<strong>do</strong>,<br />

por parte <strong>de</strong> V.Exa.<br />

Igualmente pela amiza<strong>de</strong><br />

e carinho <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s<br />

a esta Instituição, não<br />

só por palavras, mas<br />

sobretu<strong>do</strong> por actos. Não<br />

posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> muito<br />

especialmente agra<strong>de</strong>cer a honra conferida ao <strong>Instituto</strong> ao<br />

presidir, ontem, às cerimónias na Praça D.Pedro IV e na Igreja<br />

<strong>de</strong> S. Domingos, actos cujos ritos terão propicia<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s<br />

os presentes a vivência <strong>de</strong> inesquecíveis momentos ricos <strong>de</strong><br />

espiritualida<strong>de</strong> e prenhes <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 5


EFEMÉRIDES<br />

Senhor Maj Gen Director <strong>de</strong> Educação, caro e velho<br />

amigo.<br />

Embora uni<strong>do</strong>s por um leal e são companheirismo com<br />

mais <strong>de</strong> três décadas quero publicamente relevar a palavra<br />

amiga e permanente disponibilida<strong>de</strong> na tentativa <strong>de</strong> solucionar<br />

qualquer potencial problema com que nos pudéssemos<br />

<strong>de</strong><strong>para</strong>r.<br />

Senhor Verea<strong>do</strong>r da Câmara Municipal <strong>de</strong> Lisboa<br />

Com a vossa presença é-nos dada uma prova <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração e simpatia que não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

publicamente vos agra<strong>de</strong>cer reconhecidamente.<br />

Senhores Oficiais Generais, Antigos Directores<br />

Meus Generais<br />

Presto-vos aqui a minha homenagem e expresso a minha<br />

admiração, garantin<strong>do</strong>-vos que continuaremos nós, vossos<br />

her<strong>de</strong>iros, a tu<strong>do</strong> fazer <strong>para</strong> manter a nossa Instituição ao mais<br />

alto nível a que o vosso trabalho a guin<strong>do</strong>u.<br />

• Exmo. Senhor Director Geral <strong>do</strong> Pessoal e Recrutam Militar;<br />

• Exmo. Senhor Presi<strong>de</strong>nte da Agência Nacional <strong>para</strong> a<br />

Qualificação;<br />

• Exmos. Senhores Oficiais Generais e Almirantes;<br />

• Exmo. Senhor Director <strong>do</strong> Colégio Militar;<br />

• Exma. Senhora Directora <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Odivelas;<br />

• Exmos Senhores Comandantes e Directores <strong>de</strong> U/ E / O;<br />

• Exmos Senhores Representantes <strong>do</strong>s Conselhos<br />

Executivos <strong>do</strong> ISEL e ISCAL;<br />

• Exmos Senhores Representantes <strong>do</strong>s Conselhos Directivos<br />

6<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

das Escolas Secundárias e Colégio circunvizinhos<br />

• Exmos. Senhores Presi<strong>de</strong>ntes das Associações: <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong><br />

Exército, e <strong>de</strong> Pais e Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Educação;<br />

Ilustres Entida<strong>de</strong>s Convidadas<br />

Minhas Senhoras e meus Senhores<br />

Sem a vossa presença esta cerimónia não teria o lustre que<br />

ela lhe confere. É por nós entendida como sinal <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e<br />

consi<strong>de</strong>ração, corporizada na atenção que nos <strong>de</strong>votam e no<br />

papel que, ao longo <strong>do</strong>s <strong>ano</strong>s, o IMPE vem levan<strong>do</strong> a cabo. A<br />

to<strong>do</strong>s o nosso Muito Obriga<strong>do</strong>.<br />

Estima<strong>do</strong>s Camaradas, Docentes e Funcionários <strong>do</strong><br />

<strong>Instituto</strong> Militar <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />

Caros Alunos e Ex- Alunos<br />

Que o dia <strong>de</strong> hoje possa constituir, <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s nós, uma<br />

jornada <strong>de</strong> salutar convívio, e em que possam ser evocadas<br />

memórias e ensinamentos que, ao longo <strong>do</strong>s <strong>ano</strong>s, vêm<br />

aglutinan<strong>do</strong> as pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste secular edifício que é o IMPE.<br />

E que esse entrecruzar <strong>de</strong> gerações, renova<strong>do</strong> <strong>ano</strong> após<br />

<strong>ano</strong>, constitua o passar <strong>do</strong> testemunho e continue a contribuir<br />

<strong>para</strong> consolidar aquela “diferença” que caracteriza o espírito <strong>do</strong><br />

aluno PILÃO.<br />

Excelentíssimo Senhor Secretário Esta<strong>do</strong> da Defesa<br />

Nacional e Assuntos <strong>do</strong> Mar<br />

Meu General Chefe<br />

Meus Generais<br />

Ilustres convida<strong>do</strong>s<br />

Minhas Senhoras e Meus Senhores


Em dia <strong>de</strong> Aniversário, <strong>para</strong> além da evocação histórica é<br />

também oportuno falar sobre o balanço <strong>do</strong> presente, traduzi<strong>do</strong><br />

na actuação colectiva levada a cabo ao longo <strong>do</strong> último <strong>ano</strong>,<br />

bem como pensar no futuro.<br />

Ao comemorarmos 98 <strong>ano</strong>s temos necessariamente <strong>de</strong><br />

nos centrarmos na nossa missão institucional, ten<strong>do</strong> esta <strong>de</strong> ser<br />

bebida nas suas origens, quan<strong>do</strong> o nosso funda<strong>do</strong>r, General<br />

António Xavier Correia Barreto, responsável pela pasta da<br />

Guerra <strong>do</strong> primeiro governo da jovem Republica, referia “ ser<br />

necessário criar homens que pelo trabalho e esforço próprios<br />

se mantenham na vida com in<strong>de</strong>pendência e dignida<strong>de</strong>; é<br />

preciso formar cidadãos úteis à pátria”.<br />

Assumiu o <strong>Instituto</strong> um carácter social, já que era <strong>de</strong>stina<strong>do</strong><br />

a receber, em regime <strong>de</strong> internato, os filhos das praças,<br />

sargentos e oficiais <strong>do</strong> Exército, quan<strong>do</strong> em difícil situação<br />

socio-económica, e um carácter tutelar, na medida em que lhe<br />

foi atribuída a guarda <strong>do</strong>s órfãos da família militar.<br />

Assumiu, ainda, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação um cariz<br />

profundamente profissionalizante, ten<strong>do</strong>, <strong>para</strong> o efeito,<br />

estrutura<strong>do</strong> o respectivo ensino nesse senti<strong>do</strong>.<br />

O <strong>de</strong>curso da história foi introduzin<strong>do</strong> alterações, algumas<br />

das quais bem profundas, na sua organização e funcionamento,<br />

todas elas traduzin<strong>do</strong> a sua adaptação às evoluções da vida<br />

social, às consequentes modificações <strong>do</strong>s processos e <strong>do</strong>s<br />

méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ensino, ao percurso político <strong>do</strong> País, e, ainda,<br />

às necessida<strong>de</strong>s das Forças Armadas, aspecto este que se<br />

consi<strong>de</strong>ra ser <strong>de</strong> relevar.<br />

O <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong>sempenhou ao longo da sua longa História um<br />

papel fulcral na pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> técnicos <strong>para</strong> a socieda<strong>de</strong> civil e<br />

militar, tornan<strong>do</strong>-se uma referência no p<strong>ano</strong>rama Nacional<br />

Vista a história importa passar a referir algo sobre o<br />

presente, que aquela nos ajuda a perceber, <strong>para</strong> po<strong>de</strong>rmos<br />

<strong>de</strong>pois pensar no futuro.<br />

É um facto que to<strong>do</strong>s estamos com a causa da Educação,<br />

e assim sen<strong>do</strong>, o nosso trabalho <strong>de</strong>ve constituir uma fonte<br />

<strong>de</strong> ensinamento que os jovens possam e <strong>de</strong>sejem fruir e que<br />

mostre a nossa preocupação <strong>para</strong> com eles. Muito <strong>para</strong> além<br />

<strong>do</strong>s conhecimentos técnico-cientificos que lhes possamos<br />

ministrar será o inculcar <strong>de</strong> um sadio carácter que lhes po<strong>de</strong>rá<br />

fortalecer a confiança no seu próprio po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

Assim o apelo à generosida<strong>de</strong>, disponibilida<strong>de</strong> e senti<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> bem-fazer são parte integrante <strong>do</strong>s ensinamentos aqui<br />

ministra<strong>do</strong>s.<br />

Estamos a reorientar o mo<strong>de</strong>lo educativo - formativo<br />

<strong>para</strong> a área técnico profissional, como instrumento <strong>de</strong> apoio<br />

às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação e qualificação <strong>do</strong>s portugueses,<br />

ten<strong>do</strong> por factores potencia<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>ste sistema formativo,<br />

as Forças Armadas, as Indústrias <strong>de</strong> Defesa, a cooperação<br />

com os PALOP, o teci<strong>do</strong> empresarial <strong>de</strong> reconheci<strong>do</strong> interesse<br />

estratégico nacional, ou, ainda, outras entida<strong>de</strong>s que com o<br />

<strong>Instituto</strong> pretendam estabelecer parcerias na área <strong>do</strong> ensino.<br />

Reformulamos os conteú<strong>do</strong>s programáticos <strong>para</strong> Quatro<br />

cursos profissionais <strong>de</strong> nível 3, pois, queremos ser mais<br />

ambiciosos e, <strong>para</strong> além <strong>do</strong> que é exigi<strong>do</strong>, <strong>do</strong>tar os nossos<br />

alunos com conhecimentos que permitam efectuar os exames<br />

nacionais, se o <strong>de</strong>sejarem, em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> com os<br />

conteú<strong>do</strong>s programáticos <strong>do</strong> ensino regular.<br />

EFEMÉRIDES<br />

Também as realizações académicas se mantiveram e<br />

nalguns casos ultrapassaram, os níveis <strong>de</strong> <strong>ano</strong>s anteriores<br />

permitin<strong>do</strong>- nos salientar, entre outras:<br />

• Actuação <strong>do</strong> Grupo Coral e Instrumental, no encontro<br />

<strong>de</strong> coros <strong>do</strong>s Estabelecimentos Militares <strong>de</strong> Ensino, nas várias<br />

celebrações <strong>do</strong> IMPE e em outros locais <strong>para</strong> que foram<br />

convida<strong>do</strong>s;<br />

• Activida<strong>de</strong>s Desportivas com participações relevantes<br />

no Desporto Escolar e Fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> em diversas modalida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> o <strong>de</strong> termos obti<strong>do</strong> o primeiro lugar em An<strong>de</strong>bol e<br />

Remo nalgumas categorias;<br />

• A<strong>de</strong>rimos ao Programa Eco-Escola, programa <strong>de</strong> âmbito<br />

Internacional que preten<strong>de</strong> encorajar acções no âmbito da<br />

educação ambiental;<br />

• Participámos no programa Escola Electrão, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a<br />

sensibilizar a comunida<strong>de</strong> escolar <strong>para</strong> a recolha e valorização<br />

<strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, ten<strong>do</strong><br />

si<strong>do</strong> recolhi<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 4000Kg <strong>de</strong> material quan<strong>do</strong> a média<br />

nacional por escola foi <strong>de</strong> 3000Kg;<br />

• Estivemos presentes em Feiras <strong>de</strong> Educação - Formação,<br />

nas cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Porto , Mafra, Seixal e Lisboa.<br />

No campo <strong>do</strong>s adultos, constituin<strong>do</strong>-se como que um<br />

novo vector <strong>de</strong> afirmação <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, registamos com agra<strong>do</strong><br />

a progressão <strong>de</strong> Boas Práticas nos aspectos meto<strong>do</strong>lógico<br />

e técnico <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> Reconhecimento, Validação e<br />

Certificação <strong>de</strong> Competências <strong>para</strong> a aprendizagem ao<br />

longo da vida <strong>do</strong>s adultos que se dirigem ao Centro Novas<br />

Oportunida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Exercito que se encontra inseri<strong>do</strong> no seio<br />

<strong>de</strong>stes ancestrais muros.<br />

Teve também o IMPE no <strong>ano</strong> 2008/2009 a missão <strong>de</strong><br />

ministrar a componente tecnológica <strong>do</strong>s cursos <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> sargentos <strong>de</strong> electrónica e mecânica <strong>para</strong> o Exército.<br />

Em relação às infra-estruturas e ten<strong>do</strong> presente a<br />

longevida<strong>de</strong> das instalações bem como os escassos recursos<br />

financeiros foram feitos vários melhoramentos <strong>de</strong> que se<br />

<strong>de</strong>stacam:<br />

• A melhoria <strong>do</strong> conforto ambiental no Internato;<br />

• A beneficiação e monitorização da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água potável<br />

que permitirá economizar cerca <strong>de</strong> 20% <strong>do</strong> encargo anual;<br />

• A Colocação <strong>de</strong> Painéis Solares na Piscina que<br />

possibilitará uma redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> 50% em combustível;<br />

• A a<strong>do</strong>pção das medidas necessárias <strong>para</strong> a implantação<br />

<strong>do</strong> Pl<strong>ano</strong> tecnológico.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 7


EFEMÉRIDES<br />

Ninguém vive ou trabalha isoladamente, muito menos o<br />

fariam no IMPE. Essa a razão <strong>para</strong> reconhecer o inexcedível<br />

apoio que recebemos <strong>do</strong> escalão superior e <strong>de</strong> igual forma <strong>do</strong><br />

Coman<strong>do</strong> da Logística, especialmente da Direcção <strong>de</strong> Material<br />

e Transportes, Direcção <strong>de</strong> Aquisições e Direcção <strong>de</strong> Infraestruturas.<br />

Uma palavra muito especial <strong>para</strong> os Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

Educação e familiares <strong>do</strong>s nossos alunos na certeza que<br />

queremos, <strong>de</strong>sejamos e apreciamos a vossa colaboração e<br />

cada vez maior ligação connosco.<br />

Uma referência particular à Associação <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />

que se tem constituí<strong>do</strong> como instrumento fundamental, na<br />

divulgação, e valorização <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

Temos o nosso espaço no p<strong>ano</strong>rama da Educação<br />

Nacional, como atesta o nosso percurso, mas hoje mais <strong>do</strong> que<br />

nunca, numa socieda<strong>de</strong> em rápida mutação a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> preservar os valores da disciplina, ética, patriotismo,<br />

solidarieda<strong>de</strong> são cada vez mais prementes e não alienáveis<br />

em nenhuma circunstância.<br />

A dispensabilida<strong>de</strong> da prática <strong>de</strong>stes valores parece<br />

ser <strong>de</strong>spicien<strong>do</strong> falar, porque só análises dissimuladamente<br />

orientadas, <strong>para</strong> a sustentabilida<strong>de</strong> económica da Educação-<br />

Formação como único vector, ou a ignorância, a malignida<strong>de</strong><br />

ou estultice po<strong>de</strong>rão evocar a sua prescindibilida<strong>de</strong>.<br />

Temos justificadamente a cara lavada e um gran<strong>de</strong> orgulho<br />

e motivação por pertencermos à comunida<strong>de</strong> pilónica, como<br />

atestam a dignida<strong>de</strong>, o aprumo e a correcção, que po<strong>de</strong>is<br />

comprovar através <strong>do</strong> Batalhão <strong>de</strong> Alunos que se perfila à<br />

vossa frente.<br />

Com um espírito próprio <strong>de</strong> actuação e ritos que cimentam<br />

a sua coesão, distingue-se este <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> outra qualquer<br />

escola pública ou privada, que só tem <strong>para</strong>lelo com <strong>do</strong>is<br />

estabelecimentos congéneres: o Colégio Militar e o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

Odivelas, a quem en<strong>de</strong>reçamos uma saudação especial.<br />

Sabemos que temos obrigações quotidianas <strong>de</strong> sermos<br />

ainda melhores.<br />

Assim, projectan<strong>do</strong>-nos <strong>para</strong> o futuro queremos dar-vos a<br />

conhecer os nossos <strong>de</strong>sejos e ambições.<br />

O nosso amanhã já se iniciou com a pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> 4<br />

Cursos profissionais, <strong>do</strong>s quais ministraremos, já em Setembro,<br />

o <strong>de</strong> Técnicos <strong>de</strong> Manutenção Industrial e o <strong>de</strong> Técnicos <strong>de</strong><br />

8<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Gestão.<br />

Vamos ainda assumir como alcançável um novo <strong>para</strong>digma<br />

<strong>do</strong> ensino. Aquele que assuma a vocação <strong>para</strong> criar, estimular<br />

a formação <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res.<br />

Os alunos <strong>de</strong>vem ser incentiva<strong>do</strong>s não só a apren<strong>de</strong>r,<br />

mas sobretu<strong>do</strong> a saber fazer.<br />

Criar uma cultura <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> risco, <strong>do</strong> trabalho, <strong>do</strong><br />

mérito e da responsabilida<strong>de</strong> social.<br />

Em <strong>para</strong>lelo estaremos em contactos, e é nossa intenção<br />

estreitar o relacionamento com a comunida<strong>de</strong> empresarial e,<br />

em particular, com a Associação <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Portugal e<br />

Associação Industrial Portuguesa no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> se potenciar a<br />

empregabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s nossos alunos.<br />

A preservação e afirmação <strong>de</strong> uma longa e orgulhosa<br />

caminhada, forte e rica <strong>de</strong> quase cem <strong>ano</strong>s é merece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong><br />

notabilida<strong>de</strong>, mas isto exigiu e exigirá que o IMPE harmonize,<br />

sempre, as normas e rituais que originaram a sua existência e<br />

<strong>de</strong>terminaram a sua missão, com os conceitos <strong>de</strong>correntes da<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> conhecimento e competitivida<strong>de</strong> da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />

manten<strong>do</strong>-se assim, como uma Escola fundamental <strong>de</strong><br />

Quadros qualifica<strong>do</strong>s a nível Nacional.<br />

São estas, intemporalida<strong>de</strong> e indispensabilida<strong>de</strong> que<br />

nos levam também a esperar <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r e da socieda<strong>de</strong> civil o<br />

respeito e dignida<strong>de</strong> que julgamos merece<strong>do</strong>res.<br />

Aos militares, <strong>do</strong>centes e funcionários que servem nesta<br />

Instituição, quero manifestar o meu agra<strong>de</strong>cimento muito<br />

sincero e profun<strong>do</strong>, pela <strong>de</strong>dicação, empenho e profissionalismo<br />

manifesta<strong>do</strong>s à causa <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército.<br />

Para vós Alunos, que sois sujeito e objecto <strong>do</strong> acto<br />

educativo, esforcei-vos <strong>para</strong> vencer mais este <strong>ano</strong> escolar<br />

que se vai aproximan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu termo. Mantenhais bem viva<br />

a chama e a honra da briosa condição <strong>de</strong> PILÃO, e cultiveis e<br />

aju<strong>de</strong>is a cultivar a tradição e os seus valores.<br />

Senhor Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Defesa Nacional e<br />

Assuntos <strong>do</strong> Mar<br />

Renovo os agra<strong>de</strong>cimentos <strong>do</strong> IMPE pela presença <strong>de</strong><br />

V.Exª na sua cerimónia mais emblemática e reafirmo que po<strong>de</strong><br />

contar com a nossa inquestionável vonta<strong>de</strong> em continuar a<br />

servir o País, com a cultura que nos é própria, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

formar cidadãos úteis à pátria e que consigam elevar bem alto<br />

a nossa divisa: QUERER É PODER


Encerramento das Activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />

Prémio Escolar da Defesa Nacional<br />

No dia 2 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2009, pelas 11.00 h, realizaram-se<br />

no IMPE as Cerimónias <strong>de</strong> encerramento das activida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong> prémio Escolar <strong>de</strong> Defesa Nacional.<br />

Nos Claustros, numa exposição, estiveram patentes os<br />

trabalhos elabora<strong>do</strong>s pelos alunos <strong>do</strong> 9.º Ano na disciplina <strong>de</strong><br />

História, apresentan<strong>do</strong> temas <strong>do</strong> século XX: a 1ª República;<br />

a 1ª Gran<strong>de</strong> Guerra; a 2ª Républica e o Esta<strong>do</strong> Novo; a<br />

2ª Gran<strong>de</strong> Guerra; a Guerra em África também chamada<br />

Guerra Colonial; o 25 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1974 e a 3ª República; a<br />

chamada Guerra Fria; a ONU; a NATO e a União Europeia.<br />

A Exposição foi inaugurada pelos Ex.mos Senhor General<br />

Chito Rodrigues, Presi<strong>de</strong>nte da Liga <strong>do</strong>s Combatentes, e<br />

pelo Senhor Major General Alves Rosa, Director <strong>do</strong> IMPE.<br />

Em seguida, no Museu da Instituição, o aluno n.º 50, João<br />

Filipe, apresentou o seu trabalho “Humberto Delga<strong>do</strong><br />

e o Esta<strong>do</strong> Novo”, ten<strong>do</strong> proferi<strong>do</strong> algumas palavras a<br />

Professora Caimoto Duarte, o Comandante Bellém Ribeiro,<br />

os Ex.mos Senhor General Chito Rodrigues e Senhor Major<br />

General Alves Rosa que se congratularam com os trabalhos<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s pelos alunos ao longo <strong>do</strong> <strong>ano</strong> e que estão<br />

inseri<strong>do</strong>s na realização <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cidadania e<br />

Defesa, promoven<strong>do</strong> os Valores Pátrios e a Educação <strong>para</strong><br />

a Cidadania com a formação cívica <strong>do</strong>s jovens.<br />

Nota: O presente Prémio Escolar, instituí<strong>do</strong> pela<br />

revista “Defesa Nacional”, foi, em 1973, transferi<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

a administração da Liga <strong>do</strong>s Combatentes, com inteira<br />

anuência <strong>do</strong>s respectivos Departamentos Militares.<br />

A partir <strong>do</strong> <strong>ano</strong> escolar 2005/2006 o Prémio Escolar<br />

“Defesa Nacional/Liga <strong>do</strong>s Combatentes” foi constituí<strong>do</strong> com<br />

um novo regulamento melhor adapta<strong>do</strong> aos novos tempos.<br />

Pela Professora: Maria <strong>de</strong> Jesus Pessanha Caimoto.<br />

EFEMÉRIDES<br />

Recepção aos Professores da Junta<br />

<strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> São Domingos <strong>de</strong><br />

Benfica<br />

No dia 30 <strong>de</strong> Setembro, uma <strong>de</strong>legação <strong>do</strong> IMPE<br />

compareceu à sessão solene <strong>de</strong> recepção aos professores,<br />

respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à amável solicitação da Junta <strong>de</strong> Freguesia<br />

<strong>de</strong> São Domingos <strong>de</strong> Benfica. Delegação constituída pelos<br />

professores Ana Paula Rodrigues, Maria José Gonçalves, Luís<br />

Papinha, Miguel Gonçalves e Pedro André.<br />

A cerimónia teve início às 17h30, no Lar Madre Teresa<br />

<strong>de</strong> Saldanha, e teve como objectivos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as<br />

palavras <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte, «a criação <strong>de</strong> espaços <strong>para</strong> troca <strong>de</strong><br />

experiências pedagógicas, o <strong>de</strong>senvolvimento das dinâmicas<br />

interpessoais, visan<strong>do</strong> o sucesso educativo e a optimização <strong>de</strong><br />

recursos na área <strong>de</strong> influência da Junta <strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> São<br />

Domingos <strong>de</strong> Benfica».<br />

O encontro começou com um agradável e diverti<strong>do</strong><br />

momento musical pelo grupo vocal Bisnag. Seguiu-se a<br />

abertura formal da sessão pela vogal da educação, Drª Emília<br />

Barradas <strong>de</strong> Noronha, e uma alocução <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte da Junta<br />

<strong>de</strong> Freguesia, Dr. Rodrigo Gonçalves. Teve <strong>de</strong>pois lugar uma<br />

breve intervenção sobre o «Movimento da Escola Mo<strong>de</strong>rna.»<br />

Fomos também brinda<strong>do</strong>s com um intenso momento<br />

teatral pelos alunos da Escola Dona Leonor. A peça visava<br />

<strong>de</strong>nunciar a violência, a violência na socieda<strong>de</strong>, a violência<br />

nas relações interpessoais, a violência entre os sexos. A<br />

coreografia foi acompanhada por uma banda sonora criteriosa,<br />

on<strong>de</strong> pontuavam Philip Glass, Michael Nyman, Robert Fripp,<br />

Steve Reich, Björk, entre outros.<br />

Depois da peça, teve lugar uma visita ao museu Madre<br />

Teresa <strong>de</strong> Saldanha, que guarda o espólio <strong>de</strong> algumas das<br />

mais significativas peças pertencentes à Madre, bem como <strong>de</strong><br />

pinturas e <strong>de</strong>senhos da sua autoria.<br />

O encontro finalizou com um Porto <strong>de</strong> Honra traduzi<strong>do</strong><br />

num muito agradável lanche.<br />

Luís Papinha, Professor <strong>de</strong> Filosofia<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 9


EFEMÉRIDES<br />

VIAGEM DE FINALISTAS DO 9º ANO<br />

2008/2009<br />

10<br />

23 <strong>de</strong> Junho<br />

7.30 – Aeroporto <strong>de</strong> Figo Maduro<br />

O tão espera<strong>do</strong> e<br />

mereci<strong>do</strong> início <strong>de</strong> férias<br />

tinha finalmente chega<strong>do</strong>.<br />

Era este o gran<strong>de</strong> dia.<br />

O dia da partida <strong>para</strong> os<br />

Açores no C-130 da Força<br />

Aérea que nos levaria<br />

até Ponta Delgada. Um<br />

misto <strong>de</strong> alegria e emoção<br />

pairava nos rostos <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s os que partilharam<br />

tristezas e sorrisos, horas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira. Era o final<br />

<strong>do</strong> 9ºAno !!!<br />

Este <strong>ano</strong> a viagem <strong>de</strong> finalistas <strong>do</strong> 9º <strong>ano</strong> foi a S. Miguel, nos<br />

Açores. Estas ilhas são um verda<strong>de</strong>iro laboratório geológico <strong>de</strong><br />

sismologia e vulc<strong>ano</strong>logia e um lugar único com geomonumentos<br />

não existentes no Continente. Além disso, a circunstância <strong>de</strong> se<br />

localizarem em pleno oce<strong>ano</strong> Atlântico faz com que, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong><br />

vista biológico, estas ilhas sejam inconfundíveis pelas espécies<br />

vegetais e animais que se po<strong>de</strong>m observar.<br />

Assim, as professoras consi<strong>de</strong>raram que <strong>de</strong>veriam<br />

aproveitar esta oportunida<strong>de</strong> <strong>para</strong> explorar temas aborda<strong>do</strong>s<br />

pelos alunos durante o seu percurso escolar, nomeadamente,<br />

durante o 3º ciclo que agora terminaram. Desta forma, durante<br />

a viagem <strong>de</strong> finalistas os alunos visitaram a Cal<strong>de</strong>ira <strong>do</strong> Fogo<br />

e a Cal<strong>de</strong>ira Velha ten<strong>do</strong>-lhes si<strong>do</strong> explica<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong><br />

formação das cal<strong>de</strong>iras vulcânicas e a diferença entre “lagoa”<br />

e “cal<strong>de</strong>ira”. Visitaram também a Central Geotérmica da Ribeira<br />

Gran<strong>de</strong> on<strong>de</strong> é aproveita<strong>do</strong>, <strong>para</strong> produção <strong>de</strong> energia eléctrica,<br />

o calor conti<strong>do</strong> no interior da Terra. A visita foi acompanhada<br />

pelo técnico <strong>de</strong> serviço responsável pela central, que fez uma<br />

explicação completa, sintética e acessível sobre o processo <strong>de</strong><br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

aproveitamento usa<strong>do</strong> nesta central.<br />

Os alunos também visitaram as Furnas com a sua misteriosa<br />

lagoa e as inconfundíveis fumarolas que são um fenómeno <strong>de</strong><br />

vulcanismo secundário muito característico. Pu<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>sta<br />

forma ver, sentir e cheirar este fenómeno que apenas conheciam<br />

<strong>do</strong>s audiovisuais usa<strong>do</strong>s nas aulas.<br />

Não po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> visitar a centenária Fábrica <strong>de</strong><br />

Chá Gorreana, on<strong>de</strong> fomos recebi<strong>do</strong>s pelo proprietário que,<br />

com a sabe<strong>do</strong>ria <strong>do</strong>s longos <strong>ano</strong>s <strong>de</strong> trabalho e a humilda<strong>de</strong> e a<br />

simpatia típicas <strong>do</strong>s micaelenses, nos recebeu e explicou como<br />

são recolhidas e processadas as folhas <strong>do</strong>s diferentes chás que<br />

comercializam.<br />

Durante os trajectos que nos levaram aos lugares a visitar,<br />

os alunos foram alerta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o alinhamento <strong>do</strong>s cones <strong>de</strong><br />

escórias tão característicos <strong>de</strong> S. Miguel, <strong>para</strong> <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong><br />

diferentes tipos <strong>de</strong> materiais vulcânicos nas vertentes que<br />

la<strong>de</strong>avam as novas estradas da ilha e <strong>para</strong> as criptomérias,<br />

coníferas que preenchem a ilha juntamente com a floresta<br />

laurissilva e as imensas espécies <strong>de</strong> pteridófitas e briófitas.<br />

Foi ainda possível fazer a observação <strong>do</strong>s cetáceos que,<br />

felizmente, nesta época <strong>do</strong> <strong>ano</strong>, atravessam as águas ao<br />

largo da ilha. Esta activida<strong>de</strong> iniciou-se com um briefing on<strong>de</strong><br />

foram caracterizadas as diferentes espécies que po<strong>de</strong>riam vir<br />

a ser observadas e foi explica<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> observação <strong>de</strong><br />

baleias e golfinhos. Depois partimos <strong>de</strong> barco e ao fim <strong>de</strong> meia<br />

hora visualizamos roazes (Tursiops truncatus) e mais tar<strong>de</strong><br />

avistámos duas fêmeas e duas crias <strong>de</strong> cachalote (Phiseter<br />

macrocephalus).<br />

No dia anterior ao <strong>do</strong> regresso, os alunos visitaram o Centro<br />

<strong>de</strong> Vulc<strong>ano</strong>logia e Avaliação <strong>de</strong> Riscos Geológicos (CVARG),<br />

no Departamento <strong>de</strong> Geociências da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Açores.<br />

Esta visita surgiu na sequência <strong>de</strong> um convite feito pelo Prof.<br />

Doutor José Ma<strong>de</strong>ira, que este <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong> proferiu uma palestra<br />

no IMPE sobre sismologia em Portugal, e que se encontrava<br />

a trabalhar em S. Miguel. Durante esta visita, os alunos foram<br />

elucida<strong>do</strong>s sobre a forma como eram e como são actualmente<br />

regista<strong>do</strong>s e analisa<strong>do</strong>s os sismos que acontecem nos Açores.<br />

Foram também informa<strong>do</strong>s sobre o mo<strong>do</strong> como é feita a<br />

<strong>de</strong>terminação da magnitu<strong>de</strong> e a localização epicentral.


O grupo teve ainda o privilégio <strong>de</strong> visitar o Museu Militar <strong>de</strong><br />

Ponta Delgada, fican<strong>do</strong> muito agrada<strong>do</strong> por ver, entre outros,<br />

um antigo uniforme da saída <strong>do</strong> IMPE no interessante espólio<br />

<strong>de</strong>ste Museu.<br />

Os alunos, professoras e o Sr. Comandante <strong>de</strong> Companhia,<br />

Capitão Carriço, foram ainda recebi<strong>do</strong>s pelo Sr. General<br />

Cameira Martins, ex-aluno <strong>do</strong> IMPE, que com um misto <strong>de</strong><br />

alegria e emoção sau<strong>do</strong>u a comunida<strong>de</strong> pilónica, recordan<strong>do</strong><br />

com orgulho histórias <strong>do</strong>s tempos felizes em que foi aluno neste<br />

<strong>Instituto</strong>. Apesar <strong>do</strong>s <strong>ano</strong>s que se<strong>para</strong>m estas gerações <strong>de</strong><br />

“pilões”, o lema “Querer é Po<strong>de</strong>r” está e estará sempre presente<br />

no olhar e no coração <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que têm o privilégio <strong>de</strong> passar<br />

por esta gran<strong>de</strong> casa.<br />

Por ocasião da visita <strong>do</strong> Sr. General CEME à Zona Militar<br />

<strong>do</strong>s Açores tivemos ainda a honra <strong>de</strong> participar no almoço <strong>de</strong><br />

boas-vindas que teve lugar na Messe <strong>de</strong> S. Gonçalo on<strong>de</strong>, aliás,<br />

to<strong>do</strong>s fomos simpaticamente recebi<strong>do</strong>s.<br />

É <strong>de</strong> salientar a conduta, atitu<strong>de</strong> e postura irrepreensíveis <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s os alunos <strong>do</strong> 9º <strong>ano</strong> que tão bem souberam representar<br />

o <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército em todas as visitas,<br />

eventos e entida<strong>de</strong>s que tiveram a gentileza e amabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

nos receber.<br />

À Zona Militar <strong>do</strong>s Açores, na pessoa <strong>do</strong> Sr. General Cameira<br />

Martins, ao Museu Militar, à Messe <strong>de</strong> S. Gonçalo, à Força<br />

Aérea, que teve a gentileza <strong>de</strong> nos transportar, ao Centro <strong>de</strong><br />

Vulc<strong>ano</strong>logia e Avaliação <strong>de</strong> Riscos Geológicos da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s Açores, à Central Geotérmica da Ribeira Gran<strong>de</strong> e a to<strong>do</strong>s<br />

os que directa ou indirectamente contribuíram <strong>para</strong> que esta<br />

visita fosse possível, uma palavra <strong>de</strong> apreço e gratidão.<br />

Esta viagem foi certamente o <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> uma enorme<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um dia regressar a esta ilha <strong>de</strong> paisagens luxuriantes<br />

e únicas, foi a celebração da amiza<strong>de</strong>, o final <strong>de</strong> um ciclo <strong>para</strong><br />

alguns, <strong>para</strong> muitos o começo <strong>de</strong> outro...<br />

Ilda Cruz, Professora <strong>de</strong> Inglês<br />

Vera Milharadas, Professora <strong>de</strong> Ciências<br />

EFEMÉRIDES<br />

Cerimónia <strong>de</strong> Imposição <strong>de</strong> Insígnias<br />

No passa<strong>do</strong> dia 18 <strong>de</strong> Setembro teve lugar a cerimónia<br />

<strong>de</strong> imposição <strong>de</strong> insígnias aos novos alunos gradua<strong>do</strong>s. Esta<br />

cerimónia, <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> significa<strong>do</strong>, foi presidida pelo Ex.mo Senhor<br />

Major – General Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

Nesta cerimónia os novos gradua<strong>do</strong>s receberam as<br />

insígnias respectivas e, num momento <strong>de</strong> profun<strong>do</strong> alcance, o<br />

Comandante <strong>de</strong> Batalhão – Aluno recebeu <strong>do</strong> Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong><br />

e <strong>do</strong> último Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão uma espada, réplica<br />

da <strong>do</strong> Funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> IMPE, símbolo da função que passava a<br />

<strong>de</strong>sempenhar. Igualmente os aluno porta-guião e aluno portaestandarte<br />

nacional receberam respectivamente o Guião <strong>do</strong><br />

<strong>Instituto</strong>, confia<strong>do</strong> ao Corpo <strong>de</strong> Alunos e o Estandarte Nacional<br />

<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

Transcrevemos os discursos proferi<strong>do</strong>s nesta cerimónia pelo<br />

Adjunto <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos, Maj. <strong>de</strong> Inf. Paulo Alexandre Teixeira<br />

<strong>de</strong> Almeida, e pelo novo Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão, Diogo<br />

Ruivo.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 11


EFEMÉRIDES<br />

Discurso Imposição <strong>de</strong> Insígnias pelo<br />

Adjunto <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos<br />

Exmo Sr Major General Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s<br />

<strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />

Exmo Sr Presi<strong>de</strong>nte da Direcção da Associação <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong><br />

<strong>do</strong> Exército<br />

Exma Sra Presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>de</strong> Pais <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong><br />

Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />

Militares, Professores e Pessoal Civil <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong><br />

Caros Alunos e Ex-alunos<br />

Ilustres convida<strong>do</strong>s<br />

A imposição <strong>de</strong> insígnias a que acabamos <strong>de</strong> assistir não<br />

é mais que um acto simbólico <strong>do</strong> assumir das funções <strong>para</strong><br />

as quais estes alunos foram selecciona<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

seu perfil, as suas capacida<strong>de</strong>s e aptidões e acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>,<br />

em função da conduta <strong>de</strong>monstrada ao longo <strong>do</strong>s <strong>ano</strong>s em<br />

que foram permanecen<strong>do</strong> nesta Casa tão bela e tão ri<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong><br />

tradições quase seculares.<br />

Alunos Gradua<strong>do</strong>s:<br />

O <strong>de</strong>ver <strong>do</strong> Aluno Gradua<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> é honrar a atribuição<br />

que lhe foi conferida, manten<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os actos inerentes ao<br />

exercício <strong>de</strong>sta nobres funções, uma conduta irrepreensível,<br />

quer no trato com os Militares, Professores e Funcionários Civis<br />

<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> quer no relacionamento com os <strong>de</strong>mais alunos.<br />

Lembrai-vos sempre <strong>do</strong> Versículo escrito no livro da vida em<br />

Provérbios Capítulo 22 Versículo 6.<br />

“Instrui a Criança no caminho em que <strong>de</strong>ve andar e até<br />

quan<strong>do</strong> envelhecer não se <strong>de</strong>sviará <strong>de</strong>le”<br />

Saliento, ainda, a importância que os Alunos Gradua<strong>do</strong>s<br />

têm na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos. No que se<br />

refere ao funcionamento da estrutura, espero da vossa parte que<br />

continuem a manter um espírito <strong>de</strong> colaboração que se reflicta<br />

em melhorias visíveis na manutenção da disciplina, no controlo<br />

das formaturas, na conduta a a<strong>do</strong>ptar pelos alunos mais novos<br />

no interior <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> e nas condições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Internato. No âmbito <strong>do</strong> relacionamento entre os alunos, passa<br />

por vós o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um espírito <strong>de</strong> corpo salutar que<br />

permita o são convívio entre to<strong>do</strong>s os alunos <strong>do</strong> Batalhão Escolar,<br />

como garante <strong>de</strong> uma vida mais agradável no <strong>Instituto</strong>. Neste<br />

12<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

senti<strong>do</strong> e na medida em que estas são as vertentes basilares<br />

da vossa actuação, enquanto alunos gradua<strong>do</strong>s, é vosso <strong>de</strong>ver,<br />

ou melhor, vossa obrigação, incutir através <strong>do</strong> exemplo, nos<br />

alunos mais novos o código <strong>de</strong> honra <strong>do</strong> Aluno <strong>do</strong> IMPE e em<br />

que, permitam-me o uso <strong>de</strong> um pouco <strong>de</strong> Português vernáculo,<br />

o “cábula”, o “baldas” o indisciplina<strong>do</strong> não são mo<strong>de</strong>los váli<strong>do</strong>s<br />

na socieda<strong>de</strong> em que vivemos e que apenas o estudante com<br />

sucesso, empenha<strong>do</strong> e disciplina<strong>do</strong> é exemplo a seguir pelos<br />

alunos <strong>do</strong> IMPE, como perspectiva <strong>de</strong> um futuro que se augura<br />

que seja próspero.<br />

Novos Alunos<br />

A vossa integração na comunida<strong>de</strong> educativa passa por<br />

estes alunos gradua<strong>do</strong>s. Como alunos mais velhos, mais<br />

experientes e mais conhece<strong>do</strong>res da vivência diária <strong>do</strong> Pilão, é<br />

sua obrigação manter um acompanhamento permanente, estar<br />

sempre prontos a dar um conselho face a uma atitu<strong>de</strong> menos<br />

própria da vossa parte e, fundamentalmente, esten<strong>de</strong>r-vos a<br />

mão amiga nas más horas que irão surgir durante o longo <strong>ano</strong><br />

<strong>lectivo</strong> que agora se inicia. Contem com eles e face ao seu<br />

procedimento, seleccionem os bons exemplos, os quais serão<br />

mo<strong>de</strong>los a seguir no futuro.<br />

É ciente das dificulda<strong>de</strong>s que têm senti<strong>do</strong> neste perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

adaptação, que vos digo:<br />

Nada temais, pois são os vossos gradua<strong>do</strong>s que vos<br />

integrarão na vivência escolar e interna <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, são eles<br />

que vos acompanharão permanentemente nos vossos me<strong>do</strong>s,<br />

vos apoiarão nos vossos anseios e vos aconselharão quan<strong>do</strong><br />

a vossa atitu<strong>de</strong> tenha si<strong>do</strong> menos própria. Procurai-os, pois,<br />

sempre que necessitar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um conselho amigo.<br />

Alunos Lacerdas, vós sois também uma peça importante<br />

no acompanhamento <strong>do</strong>s alunos mais novos e no auxílio aos<br />

alunos gradua<strong>do</strong>s, trazen<strong>do</strong>-lhes a eles os problemas que os<br />

alunos mais novos não lhes sabem dizer. Sois vós também o<br />

elemento regula<strong>do</strong>r das sãs tradições <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

Aproveitan<strong>do</strong> a oportunida<strong>de</strong>, permitam-me salientar:<br />

Ao presi<strong>de</strong>nte da APE, uma palavra <strong>de</strong> reconhecimento pelo<br />

apoio presta<strong>do</strong> ao longo <strong>de</strong>stes <strong>ano</strong>s <strong>de</strong> existência. Contu<strong>do</strong>, o<br />

<strong>Instituto</strong> espera <strong>de</strong> vós um maior apoio e empenho, em prol <strong>do</strong>s<br />

projectos que estão em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Aos representantes da Associação <strong>de</strong> Pais, porta-voz <strong>do</strong>s<br />

Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Educação e, como primeiros responsáveis<br />

pela educação <strong>do</strong>s vossos filhos, exorto-vos, <strong>de</strong> uma forma<br />

edificante, a continuar a apoiar e consolidar a acção educativa<br />

<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

Perante a presença <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente, <strong>de</strong>ixem-me salientar<br />

que este corpo <strong>de</strong> gradua<strong>do</strong>s conta convosco e que só uma<br />

ligação harmoniosa entre Corpo <strong>de</strong> Alunos, Professores e<br />

Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Educação permitirá uma vivência institucional<br />

consequente e activa.<br />

Só através <strong>de</strong> uma articulação efectiva e uma congregação <strong>de</strong><br />

vonta<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong> educativa <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> se <strong>de</strong>senvolverá<br />

o Projecto Educativo <strong>de</strong>sta casa, tão bela e tão ri<strong>de</strong>nte, cuja<br />

missão nunca será formar elites, mas sim, transformar jovens<br />

em cidadãos úteis à Pátria, conforme estipula<strong>do</strong> pelo sau<strong>do</strong>so<br />

funda<strong>do</strong>r, Gen Xavier Correia Barreto a 25 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1911.<br />

Tenho dito<br />

Paulo Alexandre Teixeira <strong>de</strong> Almeida<br />

Maj Inf


Discurso Imposição <strong>de</strong> Insígnias pelo<br />

Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />

Exmo. Sr. Major General Director <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Militar<br />

<strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />

Exmos. Representantes da Associação <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong><br />

<strong>do</strong> Exército<br />

Exma Sra Presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>de</strong> Pais e<br />

Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Educação,<br />

Senhores Oficiais, Professores, Sargentos, Praças e<br />

Funcionários Civis <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

Ilustres Convida<strong>do</strong>s, Pais e Encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

Educação.<br />

Caros Camaradas Pilões,<br />

É com gran<strong>de</strong> orgulho e honra que me dirijo <strong>para</strong><br />

to<strong>do</strong>s vós na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />

<strong>de</strong>sta casa que <strong>de</strong> menino me fez homem com valores<br />

que mais nenhuma casa me ensinaria e é meu <strong>de</strong>ver<br />

juntamente com o restante corpo <strong>de</strong> gradua<strong>do</strong>s garantir<br />

a passagem <strong>de</strong>sses mesmos valores enaltecen<strong>do</strong> este<br />

instituto ao qual chamamos a nossa casa tão bela e tão<br />

ri<strong>de</strong>nte.<br />

Não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> dar as boas vindas aos novos<br />

alunos <strong>de</strong>sta casa, que se tornam um incentivo, <strong>para</strong><br />

to<strong>do</strong>s nós e aos quais iremos transmitir da melhor forma<br />

a nossa mensagem como alunos mais velhos, a estas<br />

novas gerações Pilónicas.<br />

A vós alunos, a camaradagem é essencial <strong>para</strong> que<br />

juntos atravessemos estas mudanças e tempos difíceis e<br />

<strong>de</strong> mudança que atravessamos.<br />

Respeitem os vossos gradua<strong>do</strong>s, olhem <strong>para</strong> eles<br />

como vossos irmãos mais velhos.<br />

A este novo Corpo <strong>de</strong> Gradua<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ixo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já a<br />

seguinte mensagem: “o que vos é posto aos ombros<br />

nunca em caso algum vos suba à cabeça, mas sim que<br />

<strong>de</strong>sça <strong>para</strong> o vosso coração <strong>para</strong> que com humilda<strong>de</strong><br />

continuem a amar esta casa!”.<br />

Cumpram o vosso <strong>de</strong>ver com dignida<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong><br />

exemplo <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s os alunos que vos estão subordina<strong>do</strong>s,<br />

EFEMÉRIDES<br />

ensinem o verda<strong>de</strong>iro significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> espírito pilónico,<br />

sejam verda<strong>de</strong>iros lí<strong>de</strong>res e conduzam os alunos sob o<br />

vosso coman<strong>do</strong> pelos caminhos mais correctos nesta<br />

socieda<strong>de</strong> em constante evolução.<br />

Não esquecen<strong>do</strong> sobretu<strong>do</strong> o verda<strong>de</strong>iro motivo pelo<br />

qual estais nesta casa, estudar.<br />

Como evoca o hino <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>: “ao estu<strong>do</strong> e ao<br />

trabalho producente <strong>de</strong>diquemos com alma e com prazer<br />

toda a nossa atenção e alegremente saibamos este<br />

<strong>Instituto</strong> enobrecer!” que seja este o nosso mote.<br />

A Luz emanada pelo “farol” que se constitui a missão<br />

<strong>para</strong> o presente <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>.<br />

Aos pais e familiares <strong>de</strong>stes alunos recém gradua<strong>do</strong>s<br />

é importante que os incentivem e apoiem a cumprir a<br />

sua missão que é sem dúvida uma mais valia <strong>para</strong> o seu<br />

futuro.<br />

Digníssimos Convida<strong>do</strong>s e Presentes, esta casa<br />

está a atravessar gran<strong>de</strong>s mudanças a nível académico<br />

com a implementação <strong>do</strong>s cursos profissionais que<br />

remontam um pouco à historia <strong>do</strong> nosso <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a sua fundação, não po<strong>de</strong>mos esquecer também o facto<br />

<strong>de</strong> sermos recentemente uma eco-escola, que a par<br />

<strong>de</strong> outras estratégias nos coloca ao nível das melhoras<br />

escolas <strong>de</strong> excelência da europa.<br />

Tenhamos gran<strong>de</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>,<br />

saibamos lidar com os problemas sempre <strong>de</strong> cabeça<br />

erguida e sempre com o lema <strong>de</strong>sta casa crava<strong>do</strong> no<br />

peito: “ Querer é Po<strong>de</strong>r!”<br />

Tenho dito!<br />

Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />

Diogo Ruivo nº 62<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 13


ENGLISH CORNER<br />

14<br />

The 3 Rs song<br />

ENGLISH CAN BE FUN AND SERIOUS TOO<br />

IMPE is now an environment-friendly school let us all sing an inspiring song while filling in the missing words.<br />

Can you guess them?<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Three it’s a magic number<br />

Yes it is, it’s a magic number<br />

Because two times three is six<br />

And three times six is eighteen<br />

And the eighteenth letter<br />

In the alphabet is (1)____________<br />

We’ve got three Rs<br />

We’re going to talk about today<br />

We’ve got to learn to<br />

Reduce, Reuse, Recycle<br />

Reduce, Reuse, Recycle<br />

Reduce, Reuse, Recycle<br />

Reduce, Reuse, Recycle<br />

If you’re going to the market to buy some juice<br />

You’ve got to bring your own bags<br />

And you learn to reduce your (2)___________<br />

And if your brother or your sister‘s<br />

Got some cool clothes<br />

You could try them on<br />

Before you buy some more of those<br />

Reuse, we’ve got to learn to (3)__________<br />

And if the first two Rs <strong>do</strong>n’t work out<br />

And if you’ve got to make some (4)_______<br />

Don’t throw it out<br />

Recycle, we’ve got to learn to (5)_________<br />

We’ve got to learn to<br />

Reduce, Reuse, Recycle<br />

Reduce, Reuse, Recycle<br />

Reduce, Reuse, Recycle<br />

Reduce, Reuse, Recycle<br />

Because three it’s a magic number<br />

Yes it is, it’s a magic number<br />

3, 3, 3<br />

3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36<br />

33, 30, 27, 24, 21, 21, 18, 15, 12, 9, 6, and<br />

3, it’s a magic number!<br />

Jack Johnson, Sing-A-longs and Lullabies<br />

Professora, Ana Ten<strong>de</strong>iro<br />

Answer key: (1) R; (2) waste; (3) reuse; (4) trash; (5)recycle


The Choices<br />

Looking back over the past <strong>de</strong>ca<strong>de</strong> and towards the future<br />

reveals a blossoming improvement of knowledge and scientific<br />

technology in our everyday life. The expected level of culture,<br />

experience and research is getting more and more <strong>de</strong>manding.<br />

To attain this goal we must <strong>de</strong>al with a lot of new situations,<br />

we must live and learn through a great variety of experiences.<br />

The more we learn, the more we will be able to enhance and<br />

promote our place in society.<br />

The choices we make <strong>de</strong>termine our future. Life is full of<br />

opportunities. As life goes on, we have many obstacles to face<br />

and choices to make. We can either choose to <strong>do</strong> the least we<br />

can or we can try to accomplish a fantastic life filled with culture<br />

and knowledge.<br />

The choices we make will take us through many paths. So be<br />

strong, <strong>do</strong> the best you can. It’s up to you to ensure a meaningful<br />

life in or<strong>de</strong>r to be the best.<br />

Professora, Helena Marques<br />

ENGLISH CORNER<br />

“All the world’s a stage...”<br />

Escola, uma pre<strong>para</strong>ção <strong>para</strong> a vida<br />

No mun<strong>do</strong> em que vivemos, a escola <strong>de</strong>ve ser entendida<br />

não só como uma pre<strong>para</strong>ção <strong>para</strong> a universida<strong>de</strong>, mas também<br />

<strong>para</strong> a vida.<br />

Na escola os alunos apren<strong>de</strong>m a participar numa activida<strong>de</strong><br />

colectiva, a saber conviver com regras. Apren<strong>de</strong>m a interessar-<br />

-se por saberes não como algo em si mesmo, mas como<br />

ferramentas <strong>para</strong> melhor compreen<strong>de</strong>r o mun<strong>do</strong> e agir sobre<br />

ele.<br />

Apren<strong>de</strong>-se a construir normas <strong>de</strong> convivência e a superar<br />

diferenças. Mais <strong>do</strong> que conteú<strong>do</strong>s, apren<strong>de</strong>m-se competências,<br />

constroem-se saberes.<br />

É exactamente o saber fazer, o conseguir fazer e o saber<br />

agir que se adquire na frequência <strong>do</strong>s cursos profissionais que<br />

agora fazem parte <strong>do</strong> currículo <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

Estes são tão ou mais importantes que os cursos<br />

tradicionais.<br />

Ambos permitem o acesso ao ensino superior, no entanto,<br />

com a frequência <strong>do</strong>s cursos profissionais, o aluno obtém<br />

um certifica<strong>do</strong> que lhe permite o ingresso nos cursos <strong>de</strong><br />

especialização tecnológica, seguin<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> o lema <strong>do</strong><br />

<strong>Instituto</strong>:”Criar cidadãos úteis à pátria”.<br />

Professora, Helena Marques<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 15


ENGLISH CORNER<br />

16<br />

“All the world’s a stage...”<br />

E to<strong>do</strong>s usamos as nossas máscaras... mas ter um verda<strong>de</strong>iro<br />

amigo é tirar a máscara nos bons e maus momentos e sermos<br />

nós mesmos.<br />

FRIENDS FOREVER<br />

We’re joined in a friendship<br />

That time cannot sever.<br />

With bonds we have built<br />

We’ll remain friends forever.<br />

We’re wel<strong>de</strong>d in spirit,<br />

Attached by our hearts.<br />

We’re fused by the feeling<br />

That friendship imparts.<br />

We’re tied by emotions,<br />

Connected by dreams.<br />

Reinforced by our hopes,<br />

Unified by extremes.<br />

No longer a function<br />

Of time or of space,<br />

Our love is a substance<br />

That life won’t replace<br />

No matter how distant<br />

We’ll always en<strong>de</strong>avor<br />

To sense the full meaning<br />

Of friendship forever.<br />

Bruce B. Wilmer<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

“All the world’s a stage...”<br />

We attend a military boarding school called <strong>Instituto</strong><br />

Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército. We are in the 7th form.<br />

Our busy day starts at 6.30 a.m. We get up, brush our<br />

teeth and wash our face. Then we dress the uniform and<br />

go to the school canteen where we have breakfast. We<br />

normally have milk, cereals and bread.<br />

The morning classes start at 8 o’clock and finish at 5<br />

to one p.m. That’s when we go to the school canteen to<br />

have lunch. We have a different dish everyday because it<br />

is important to have a balanced diet.<br />

The afternoon classes start at 2.30 p.m. and finish at<br />

a quarter to six.<br />

After classes we go back to our rooms and relax for<br />

a while. As one of us is not a boar<strong>de</strong>r stu<strong>de</strong>nt, he goes<br />

home everyday, but we only go home and visit our family<br />

on Wednesdays and at weekends.<br />

Dinner is at 7 p.m. After dinner we study, <strong>do</strong> the<br />

homework and prepare our schoolbag for the following<br />

day. This is the best part of the day. We play, talk and also<br />

help each other a lot. The ol<strong>de</strong>r stu<strong>de</strong>nts play an important<br />

role, especially when we <strong>do</strong> not have classes and are on<br />

our own. We learn a lot from them… We go to bed at<br />

about 10 p.m. We love our School- our Home. Querer é<br />

Po<strong>de</strong>r! is our school´s motto.<br />

Texto co<strong>lectivo</strong> realiza<strong>do</strong> na aula <strong>de</strong> Inglês a propósito<br />

<strong>de</strong> um <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s estuda<strong>do</strong>s “Routines”.<br />

7ºAno-Turma B


Comemoração <strong>do</strong> V Aniversário <strong>do</strong><br />

Museu da Presidência da República<br />

Obriga<strong>do</strong>, IMPE. Foi uma bela tar<strong>de</strong>.<br />

No dia 2 <strong>de</strong> Outubro, à tar<strong>de</strong>, os alunos <strong>do</strong>s 8º e 9º <strong>ano</strong>s<br />

foram ao Museu da Presidência da República participar num<br />

Paddy Paper.<br />

Fomos acompanha<strong>do</strong>s pelas nossas Professoras <strong>de</strong><br />

História, Marília Gama, Maria <strong>de</strong> Jesus Duarte, Maria Isabel<br />

Dias, e pelo Professor <strong>de</strong> Educação Física, Pedro Tomás.<br />

Chega<strong>do</strong>s a Belém, saímos das carrinhas e aguardámos à<br />

entrada <strong>do</strong> Museu. Entretanto tirámos umas fotos que serviriam<br />

<strong>para</strong> o nosso “ ilustre site”. Gostamos que a família saiba como<br />

foi a nossa visita <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e que toda a gente nos veja…<br />

À entrada <strong>do</strong> Museu fomos revista<strong>do</strong>s pelas Forças <strong>de</strong><br />

Segurança. Achámos graça.<br />

Estavam lá as alunas <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Odivelas e os alunos <strong>do</strong><br />

Estabelecimento <strong>de</strong> Ensino “Agrupamento Zarco”.<br />

Dividiram-nos em equipas previamente constituídas <strong>para</strong><br />

a activida<strong>de</strong> que ia <strong>de</strong>correr e foram explicadas as regras <strong>do</strong><br />

jogo. Após breve reunião com os capitães das equipas, os guias<br />

<strong>de</strong>ram a cada grupo um mapa e algumas indicações sobre o<br />

percurso.<br />

As equipas tinham percursos diferentes, mas passavam<br />

pelos mesmos pontos principais. Cada ponto só era ultrapassa<strong>do</strong><br />

após as equipas respon<strong>de</strong>rem a uma ou mais questões sobre o<br />

Museu, relacionadas com a História <strong>de</strong> Portugal, principalmente<br />

VISITAS DE ESTUDO<br />

com a época da República (<strong>do</strong> 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910 até aos<br />

nossos dias). Fizeram também perguntas sobre as or<strong>de</strong>ns<br />

Honoríficas Portuguesas, uma vez que o Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República é o Grão- Mestre <strong>de</strong>ssas Or<strong>de</strong>ns e o Museu expõe<br />

uma vasta colecção <strong>de</strong> insígnias correspon<strong>de</strong>ntes.<br />

A primeira equipa a acabar ganharia o 1º Prémio.<br />

As alunas <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Odivelas ficaram em 1º lugar e<br />

nós em segun<strong>do</strong> e terceiro. Mais uma vez os alunos <strong>do</strong> IMPE<br />

estiveram à altura das circunstâncias. Mostraram uma enorme<br />

capacida<strong>de</strong> e abertura a novos <strong>de</strong>safios, ten<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> bons<br />

resulta<strong>do</strong>s.<br />

Estivemos a conversar com as meninas <strong>de</strong> Odivelas e foi<br />

uma tar<strong>de</strong> muito agradável com muita diversão e alegria entre<br />

to<strong>do</strong>s.<br />

Reparámos que as alunas iam <strong>de</strong> fato <strong>de</strong> treino e não <strong>de</strong><br />

farda. Estava bem pensa<strong>do</strong>! Ficava-lhes muito bem e era prático.<br />

Mas com farda ou fato <strong>de</strong> treino, o principal foi termos passa<strong>do</strong><br />

um tempo <strong>de</strong> forma especial e diferente! Com muito convívio.<br />

No fim, ainda gritámos uma “Jacarézada” ao IMPE e aos<br />

nossos professores.<br />

Enquanto esperávamos pelas carrinhas, estivemos a<br />

conversar com os guardas <strong>do</strong> Palácio.<br />

Divertimo-nos imenso! Foi uma boa visita <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e uma<br />

bela tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6ª feira. Obriga<strong>do</strong>.<br />

Relatório elabora<strong>do</strong> pelos alunos <strong>do</strong> 9º <strong>ano</strong>, turmas A e B,<br />

na Disciplina <strong>de</strong> História da Professora Maria <strong>de</strong> Jesus Caimoto<br />

Duarte.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 17


VISITAS DE ESTUDO<br />

18<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

O IMPE no DOCLISBOA 2009<br />

No passa<strong>do</strong> dia 19 <strong>de</strong> Outubro, pelas 14h00, os alunos <strong>do</strong>s 11º e 12º <strong>ano</strong>s <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> foram ao Doclisboa, assistir<br />

a “Rough Aunties”, <strong>de</strong> Kim Longinotto, no Pequeno Auditório da Culturgest.<br />

O <strong>do</strong>cumentário conta a história <strong>de</strong> Jackie, Mildred, Eureka, Sdudla e Thuli motores <strong>de</strong> Bobbi Bear, uma associação<br />

em Durban, África <strong>do</strong> Sul, que presta apoio a crianças abusadas sexualmente e que procura levar os seus agressores<br />

à Justiça. Cinco mulheres extraordinárias que lutam <strong>para</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r jovens e crianças esquecen<strong>do</strong> os seus próprios<br />

dramas, os seus problemas, as suas vidas pessoais em prol <strong>do</strong>s mais <strong>de</strong>sprotegi<strong>do</strong>s, transformadas pela sua missão,<br />

em po<strong>de</strong>rosas agentes <strong>de</strong> mudança no interior da sua comunida<strong>de</strong>.<br />

A visita inseriu-se no âmbito das disciplinas <strong>de</strong> EMRC, Filosofia e Inglês. Os alunos foram acompanha<strong>do</strong>s pelos<br />

professores das referidas disciplinas.<br />

Passatempo<br />

Nature; Environnement; Catastrophe; Pollution; Citoyens; Dechet; Ecogest; Toxique<br />

Trabalho realiza<strong>do</strong> pelos<br />

alunos <strong>do</strong> 9ºB


O Início <strong>do</strong> Fim<br />

Começou, no dia 1 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009, o início<br />

<strong>do</strong> fim <strong>do</strong> meu percurso nesta casa que carinhosamente<br />

trato por “Pilão”.<br />

Antes <strong>de</strong> entrar, quan<strong>do</strong> areei a minha farda pela<br />

primeira vez <strong>de</strong>pois das longas férias <strong>de</strong> verão, senti<br />

a nostalgia <strong>de</strong> saber que esta seria uma das últimas<br />

vezes que o faria, visto que o meu percurso no IMPE, se<br />

tu<strong>do</strong> correr bem, terminará este <strong>ano</strong>. Foi uma sensação<br />

estranha… Chorar <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> por vir ter com os meus<br />

amigos, <strong>de</strong> tristeza por este ser o meu último <strong>ano</strong>, <strong>de</strong><br />

contentamento por ter si<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> <strong>para</strong> gradua<strong>do</strong>…<br />

Enfim, não sei mais como <strong>de</strong>screver este sentimento.<br />

Nas duas semanas da Escola <strong>de</strong> Gradua<strong>do</strong>s, <strong>para</strong><br />

além <strong>do</strong> exercício físico, tivemos ainda palestras que serão<br />

a nossa orientação <strong>para</strong> este <strong>ano</strong>, quer <strong>para</strong> comandar<br />

uma secção, pelotão, companhia ou batalhão quer <strong>para</strong><br />

nos ajudar a <strong>de</strong>cidir o nosso futuro profissional, o que, no<br />

meu caso, já está traça<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o 7º <strong>ano</strong> quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>cidi<br />

ser militar, à semelhança <strong>de</strong> quase toda a minha família<br />

que serviu e ainda serve o meu país. Só an<strong>de</strong>i in<strong>de</strong>ciso<br />

entre o Exército e a Marinha, mas a última opção é a mais<br />

aliciante.<br />

No último dia <strong>de</strong> Escola <strong>de</strong> Gradua<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> soube<br />

que iria ser Porta – Estandarte Nacional, recuei no tempo<br />

até ao dia 16 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2007, dia em que entrei<br />

confuso, mas convicto <strong>de</strong> que aqui iria triunfar. Foi um<br />

<strong>ano</strong> difícil; brinquei, ri, chorei e sofri; aprendi conceitos<br />

que hoje não consigo esquecer, tais como abnegação<br />

(dar a vida pelo outro sem querer nada em troca), espírito<br />

<strong>de</strong> corpo, camaradagem, entre outros.<br />

O meu primeiro <strong>ano</strong> não começou bem, uma vez<br />

que tive negativa a Geometria Descritiva, motivo que<br />

me levou a trocar as Ciências e Tecnologias pelas<br />

Ciências Socioeconómicas. Apesar <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, no final <strong>do</strong><br />

<strong>ano</strong> consegui atingir o objectivo <strong>de</strong> chegar ao Quadro <strong>de</strong><br />

Honra.<br />

No meu segun<strong>do</strong> <strong>ano</strong>, já como “aluno mais velho”,<br />

tentei sempre ser exemplo <strong>para</strong> os mais novos, quer<br />

pelo meu carácter, humil<strong>de</strong> e cumpri<strong>do</strong>r, quer pelas<br />

notas escolares. Queria atingir a Medalha <strong>de</strong> Prata por<br />

Aplicação Literária, mas os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> primeiro perío<strong>do</strong><br />

impediram o alcançar <strong>de</strong>sta meta. Contu<strong>do</strong>, acabei os<br />

segun<strong>do</strong> e terceiro perío<strong>do</strong>s como aluno <strong>do</strong> Quadro <strong>de</strong><br />

Honra e <strong>do</strong> Quadro <strong>de</strong> Mérito por Aplicação Literária.<br />

Espero que este <strong>ano</strong> venha a conseguir a Medalha<br />

<strong>de</strong> Ouro por Aplicação Literária e, <strong>para</strong> além <strong>de</strong> ajudar o<br />

IMPE nas suas missões, chegar aos exames, tirar boas<br />

notas e, assim, entrar na Escola Naval <strong>para</strong> que me possa<br />

tornar oficial da Marinha <strong>de</strong> Guerra e um… “Pilão Naval”.<br />

Gonçalo Cruzeiro – 12ºB<br />

Pilão: Uma Vida!<br />

Entrei neste <strong>Instituto</strong> no 7º <strong>ano</strong>, estávamos nós em<br />

Setembro <strong>de</strong> 2004. No meu caso, entrei por alguma<br />

influência familiar, mas tive toda a liberda<strong>de</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>cidir<br />

um novo ciclo da minha vida. Quan<strong>do</strong> entrei, confesso<br />

que me senti um pouco intimida<strong>do</strong> pelos militares e pelos<br />

alunos mais velhos, porém, integrei-me rapidamente<br />

graças às nossas praxes e tradições.<br />

O tempo neste Ínstituto corre a uma velocida<strong>de</strong><br />

alucinante. Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>i por mim, estava a começar o 9º<br />

<strong>ano</strong>. Des<strong>de</strong> que entrara, assistira já a muitas <strong>de</strong>sistências<br />

<strong>de</strong> outros colegas. Para minha infelicida<strong>de</strong> já não tinha<br />

ninguém que tivesse entra<strong>do</strong> comigo no 7º <strong>ano</strong>. Mas<br />

essa infelicida<strong>de</strong> rapidamente passou, pois tinha novos<br />

camaradas que se iriam tornar nos meus melhores<br />

amigos. Com estes novos companheiros passei o meu<br />

melhor <strong>ano</strong> nos <strong>Pupilos</strong>. Diverti-me imenso e, <strong>para</strong> além<br />

disso, tive óptimo aproveitamento escolar.<br />

No 10º <strong>ano</strong> veio uma lufada <strong>de</strong> ar fresco. Entraram<br />

muitos alunos novos, nomeadamente <strong>para</strong> o meu <strong>ano</strong>.<br />

Foi bom, porque voltei a ter oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer<br />

novos camaradas e <strong>de</strong> ter outra vez um pelotão uni<strong>do</strong> pelo<br />

espírito pilónico e <strong>de</strong> entreajuda. Para mim, o pelotão <strong>do</strong><br />

meu 10º <strong>ano</strong> foi o melhor on<strong>de</strong> estive integra<strong>do</strong>. Permitiu-<br />

-me fazer um trabalho pelo qual seria premia<strong>do</strong> no 11º<br />

<strong>ano</strong> ao ser nomea<strong>do</strong> Comandante <strong>do</strong> 3º Pelotão da 1ª<br />

Companhia.<br />

Foi uma sensação inexplicável receber a carta <strong>de</strong><br />

nomeação <strong>para</strong> o Corpo <strong>de</strong> Gradua<strong>do</strong>s. A uma sensação<br />

<strong>de</strong> enorme orgulho pessoal por sermos reconheci<strong>do</strong>s<br />

pela nossa <strong>de</strong>dicação e pelo nosso trabalho segue-se um<br />

momento <strong>de</strong> enorme tensão: quan<strong>do</strong> nos <strong>de</strong><strong>para</strong>mos pela<br />

1ª vez com o nosso pelotão. É como se nos estivéssemos<br />

a rever nos alunos mais novos e, pela primeira vez, fui<br />

capaz <strong>de</strong> me pôr no lugar <strong>do</strong>s meus antigos gradua<strong>do</strong>s.<br />

Fiquei muito feliz por dar continuida<strong>de</strong> a um ciclo <strong>de</strong><br />

passagem que já se repete há 98 <strong>ano</strong>s!<br />

O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>ste <strong>ano</strong> será ser Porta – Guião,<br />

cargo que muito respeito. Nas cerimónias, levo o símbolo<br />

<strong>do</strong> Pilão e é como se carregasse to<strong>do</strong> o peso <strong>de</strong>sta<br />

casa, as suas tradições, os seus valores, a sua história<br />

e, principalmente, cada um <strong>do</strong>s seus alunos. É com esta<br />

enorme responsabilida<strong>de</strong> que começo a <strong>de</strong>spedir-me<br />

<strong>de</strong>sta minha casa.<br />

Por agora, resta-me <strong>de</strong>sfrutar ao máximo <strong>de</strong> todas<br />

as últimas “jacarezadas”; <strong>de</strong> todas as últimas cerimónias;<br />

<strong>do</strong> último 25 <strong>de</strong> Maio; <strong>do</strong> último Carnaval; <strong>do</strong>s últimos<br />

cânticos; <strong>do</strong>s últimos hinos… Quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> terminar,<br />

ficarão as sauda<strong>de</strong>s!...<br />

João Ferreira – 12ºB<br />

A NOSSA CASA<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 19


A NOSSA CASA<br />

O Amor a Esta Casa Ser Pilão<br />

Quan<strong>do</strong> a minha professora propôs o tema <strong>do</strong> amor<br />

<strong>para</strong> uma composição, pensei em escrever sobre o amor<br />

que tenho a mim-próprio ou aquele que tenho pela minha<br />

mãe, pelo meu pai, pelo meu irmão, pela família… O que<br />

me soou melhor foi escrever sobre o amor que tenho pela<br />

minha casa, o Pilão.<br />

Embora seja um aluno externo, com muita pena minha,<br />

gosto muito da minha escola. Des<strong>de</strong> o meu sexto <strong>ano</strong> que<br />

quero ser interno mas não posso por razões pessoais.<br />

Há quem diga que eu não sou um verda<strong>de</strong>iro Pilão por<br />

ser externo. Enganam-se, tenho muita honra em representar<br />

o <strong>Instituto</strong>, em vestir a farda azul e respeito to<strong>do</strong>s os seus<br />

símbolos.<br />

O meu amor pelo Pilão é muito gran<strong>de</strong> e o seu lema<br />

uma gran<strong>de</strong> orientação “Querer é Po<strong>de</strong>r!”<br />

João Fernan<strong>de</strong>s, 25/07 8ºA<br />

O Ser Gradua<strong>do</strong><br />

Pediram-me <strong>para</strong> <strong>de</strong>screver o que é ser gradua<strong>do</strong>, o que<br />

sentimos e que <strong>de</strong>veres e direitos se nos impõem. To<strong>do</strong>s<br />

concordam que não é facil, e há muitas responsabilida<strong>de</strong>s<br />

que temos <strong>de</strong> assumir, mas ser gradua<strong>do</strong> não é só comandar<br />

e dar as vozes <strong>de</strong> “firme” e “senti<strong>do</strong>”, “em frente, marche!”. É<br />

muito mais <strong>do</strong> que isso...<br />

Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>cidi vir <strong>para</strong> o <strong>Instituto</strong>, tinha noção <strong>de</strong><br />

todas os i<strong>de</strong>ais que o caracterizam, tais como ética, moral,<br />

disciplina e camaradagem. Ser gradua<strong>do</strong> é respeitar e saber<br />

fazer respeitar to<strong>do</strong>s estes valores. É intregar os novos<br />

alunos, explicar como funciona o sistema, qual o significa<strong>do</strong><br />

das patentes e o porquê <strong>de</strong> se fazer isto e aquilo. É também<br />

referenciar as tradições. Mas tu<strong>do</strong> isto custa, e é muito difícil<br />

conseguir conciliar os estu<strong>do</strong>s com o <strong>de</strong>sempenho das<br />

nossas funções. Mas esta experiência permitirá o nosso<br />

<strong>de</strong>senvolvimento moral e social.<br />

Termino este texto com as palavras proferidas pelo<br />

Comandante <strong>de</strong> Batalhão, Diogo Ruivo, aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu<br />

discurso na Cerimónia <strong>de</strong> Imposição <strong>de</strong> Insígnias: “ Alunos<br />

Gradua<strong>do</strong>s, o que vos é posto aos ombros nunca em caso<br />

algum vos suba à cabeça, mas sim que <strong>de</strong>sça <strong>para</strong> o vosso<br />

coração <strong>para</strong> que com humilda<strong>de</strong> continuem a amar esta<br />

casa!”.<br />

20<br />

Esta frase só resume tu<strong>do</strong>.<br />

Francisco Lopes 60/08<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Quan<strong>do</strong> me olho ao espelho, vejo um rapaz alto, bempareci<strong>do</strong>,<br />

em plena a<strong>do</strong>lescência. Vejo um rapaz com<br />

objectivos pelos quais luta, esforçan<strong>do</strong>-se to<strong>do</strong>s os dias<br />

<strong>para</strong> ser melhor. Sinto a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não <strong>de</strong>siludir<br />

nunca os meus pais <strong>de</strong> quem tanto me orgulho e que quero,<br />

acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, ver felizes, apesar <strong>de</strong> nada me exigirem <strong>para</strong><br />

além da dignida<strong>de</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> me olho ao espelho, ainda recor<strong>do</strong> como era<br />

pequeno quan<strong>do</strong> entrei nesta “Casa” e vesti a farda pela<br />

primeira vez. Lembro-me <strong>do</strong> quão difícil era fazer o nó da<br />

gravata, manter as botas sempre engraxadas e brilhantes,<br />

arear os botões da farda, coser um botão ou outro que numa<br />

brinca<strong>de</strong>ira mais eufórica teimara em cair. Algumas tristezas,<br />

muitas alegrias, momentos únicos...<br />

Vejo-me um futuro homem que honrará, sem dúvida,<br />

esta “Casa” que me viu crescer e que me mostrou que o<br />

senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> Dever, da Responsabilida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> Espírito <strong>de</strong><br />

Sacríficio e <strong>do</strong> Respeito são valores que <strong>de</strong>vemos guardar<br />

<strong>para</strong> a vida.<br />

Quan<strong>do</strong> me olho ao espelho, sinto que se o meu<br />

percurso tivesse si<strong>do</strong> outro talvez a imagem reflectida fosse<br />

diferente.<br />

É esta a singela homenagem que quero prestar a to<strong>do</strong>s<br />

os que têm torna<strong>do</strong> aquele menino <strong>de</strong> <strong>de</strong>z <strong>ano</strong>s num rapaz<br />

que acredita que “Querer é Po<strong>de</strong>r”.<br />

João Filipe, Aluno nº50<br />

(texto redigi<strong>do</strong> no Ano Lectivo 2008/09)<br />

Eu nunca fui um aluno excelente, muito pelo contrário,<br />

sempre tive algumas dificulda<strong>de</strong>s, sobretu<strong>do</strong> nas línguas.<br />

Sei que, quan<strong>do</strong> quero, consigo; por isso vou-me<br />

esforçar ao máximo e dar o meu melhor <strong>para</strong> obter os<br />

melhores resulta<strong>do</strong>s que alguma vez tenha ti<strong>do</strong>.<br />

Distraio-me facilmente, mas este <strong>ano</strong> vou tentar<br />

concentrar-me nos estu<strong>do</strong>s. Sei que assim conseguirei<br />

alcançar os meus objectivos – não ter negativas e passar<br />

<strong>de</strong> <strong>ano</strong> com boas notas. Tenho que acreditar no lema <strong>de</strong>sta<br />

gran<strong>de</strong> casa “Querer é Po<strong>de</strong>r”.<br />

Leonel Gama, Aluno nº 161<br />

(texto redigi<strong>do</strong> no Ano Lectivo 2008/09)


SAÚDE


A NOSSA CASA<br />

22<br />

A Minha Paixão Por Esta Casa<br />

Des<strong>de</strong> os meus cinco <strong>ano</strong>s que gostava <strong>de</strong> ser militar e<br />

dizia sempre ao meu pai “quan<strong>do</strong> crescer vou ser militar”.<br />

Os <strong>ano</strong>s passaram e quan<strong>do</strong> chegou a altura <strong>de</strong> entrar<br />

no IMPE, o meu pai inscreveu-me e só me avisou que teria<br />

que realizar as provas um mês e meio antes das mesmas.<br />

Fi-las e passei.<br />

Quan<strong>do</strong> cá entrei, era tu<strong>do</strong> estranho <strong>para</strong> mim, parecia<br />

que tinha entra<strong>do</strong> num mun<strong>do</strong> novo. À medida que o tempo<br />

foi passan<strong>do</strong>, fui-me habituan<strong>do</strong> a esta casa, e percebi que<br />

fazer parte <strong>de</strong>ste mun<strong>do</strong> iria fazer <strong>de</strong> mim um verda<strong>de</strong>iro<br />

homem. Aqui fiz verda<strong>de</strong>iros amigos, aprendi a ser<br />

camarada e principalmente a ser Pilão…<br />

Estou a crescer, vivo momentos bons e maus. Gosto<br />

<strong>de</strong>sta casa e espero só <strong>de</strong>ixá-la após concluir o 12º <strong>ano</strong>.<br />

Esta casa estará sempre no meu coração.<br />

Rachid Pachire (8ºB)<br />

801/07<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

QUEM SOU EU?<br />

Sou o Mário e estou no IMPE porque sempre gostei <strong>de</strong><br />

coisas <strong>de</strong>ste género, militares. Fui eu quem tomou a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> vir <strong>para</strong> aqui, pois os meus pais não gostaram muito da<br />

i<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à distância: Lisboa e Bragança não ficam nada<br />

perto.<br />

Eu <strong>de</strong>ixei muitos amigos lá, mas também já ganhei<br />

muitos cá.<br />

Eu fazia vários <strong>de</strong>sportos, como natação, karaté, rugby,<br />

futebol, basquete, entre outros, mas o meu preferi<strong>do</strong> era a<br />

natação, on<strong>de</strong> era fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> e ia a várias competições.<br />

Estou muito contente <strong>de</strong> estar aqui. Mesmo ten<strong>do</strong><br />

sauda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s meus pais, estou muito feliz e orgulhoso por<br />

estar no IMPE.<br />

Alves – 78/09<br />

8ºC<br />

Novo Director <strong>do</strong> Serviço Escolar<br />

O Coronel <strong>de</strong> Cavalaria, Rui Alves Tavares Ferreira nasceu em 5 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong><br />

1958, em Lisboa, é casa<strong>do</strong> e tem <strong>do</strong>is filhos.<br />

Ingressou na Aca<strong>de</strong>mia Militar em 16 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1977, ten<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong> o<br />

Curso <strong>de</strong> Cavalaria em 31 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1983<br />

Foi promovi<strong>do</strong> ao actual posto em 17 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2005<br />

Prestou serviço nas seguintes Unida<strong>de</strong>s e Órgãos:<br />

Escola Prática <strong>de</strong> Cavalaria (Santarém) <strong>de</strong> 01-09-1983 a 26-12-1984<br />

Regimento <strong>de</strong> Cavalaria Nº 3 (Estremoz) <strong>de</strong> 27-12-1984 a 03-10-1990<br />

Regimento <strong>de</strong> Cavalaria Nº 4 (Santa Margarida) <strong>de</strong> 04-10-1990 a 09-08-1992<br />

Regimento <strong>de</strong> Lanceiros Nº 2 (Lisboa) <strong>de</strong> 10-08-1992 a 04-07-1993<br />

Regimento <strong>de</strong> Cavalaria Nº 4 (Santa Margarida) <strong>de</strong> 05-07-1993 a 07-11-1993<br />

Escola <strong>de</strong> Sargentos <strong>do</strong> Exército (Caldas da Rainha) 08-11-1993 a 09-08-1995<br />

Direcção <strong>de</strong> Administração e Mobilização <strong>de</strong> Pessoal (Lisboa) <strong>de</strong> 10-08-1995 a 01-08-1999<br />

Regimento <strong>de</strong> Lanceiros Nº 2 (Lisboa) <strong>de</strong> 02-08-1999 a 04-07-2002<br />

Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>do</strong> Exército <strong>de</strong> 29-07-2002 a 08-01-2006<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>do</strong> Exército (Lisboa) 09-01-2006 a 13-09-2009<br />

Da sua folha <strong>de</strong> serviços constam <strong>do</strong>ze louvores, <strong>do</strong>s quais, oito em Coman<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tropas<br />

Possui as seguintes con<strong>de</strong>corações:<br />

Medalha <strong>de</strong> Comportamento Exemplar/Prata (28-04-1994)<br />

Medalha <strong>de</strong> Mérito Militar/2ª Classe (26-04-2002)<br />

Medalha <strong>de</strong> Mérito Militar/1ª Classe (21-11-2006)<br />

Medalha <strong>de</strong> Comportamento Exemplar/Ouro (18-07-2008)<br />

Des<strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 <strong>de</strong>sempenha o cargo <strong>de</strong> Chefe <strong>do</strong> Serviço Escolar <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong><br />

Exército.


A NOSSA CASA<br />

TOMADA DE POSSE COMANDANTE CORPO DE ALUNOS<br />

O TCOR. <strong>de</strong> Infantaria, Jorge Luís Leão da Costa<br />

Campos, nasceu em Angola em 1960, é casa<strong>do</strong> e tem <strong>do</strong>is<br />

filhos.<br />

Foi incorpora<strong>do</strong> na Escola Prática <strong>de</strong> Infantaria em<br />

Março <strong>de</strong> 1g981, no C.G.M./C.O.M., ten<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong><br />

funções naquela Escola, como Aspirante e Alferes Milici<strong>ano</strong><br />

até 1983, data em que ingressou na Aca<strong>de</strong>mia Militar, on<strong>de</strong><br />

conclluiu o Curso <strong>de</strong> Infantaria em 1988/89.<br />

Esteve coloca<strong>do</strong> nas seguintes unida<strong>de</strong>s:<br />

- Escola Prática <strong>de</strong> Infantaria <strong>de</strong> 19898 a 2003<br />

- Regimento <strong>de</strong> Infantaria Nº 19 (Chaves) em<br />

2003/2004<br />

- Coman<strong>do</strong> da Instrução e Doutrina <strong>de</strong> 2004 a 2006<br />

- Joint Analysis and Lessons Learned Center (JALLC/<br />

NATO), <strong>de</strong> 2006 a 2009<br />

- Em 10 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2009, apresentou-se no<br />

IMPE como Comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos.<br />

Possui os seguintes Cursos:<br />

Novo Comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos<br />

- Curso c<strong>de</strong> Missil TOW (Sta. Margarida)<br />

- Curso <strong>de</strong> Missil MILAN (EPI)<br />

- Curso <strong>de</strong> Planeamento e Avaliação da Instrução (EPI)<br />

- Curso <strong>de</strong> Méto<strong>do</strong>s c<strong>de</strong> Instrução (Reino Uni<strong>do</strong>)<br />

- Evaluation and Validation Course (Reino Uni<strong>do</strong>)<br />

- Curso <strong>de</strong> Anállise <strong>de</strong> Formação e Avalilação (Base<br />

Naval da Formação <strong>do</strong> Alfeite)<br />

- Curso <strong>de</strong> Counter Improvised Explosive Devices<br />

(CIED), <strong>para</strong> Battalion Staff (Alemanha)<br />

- Curso <strong>de</strong> Analista (JALLC, Lisboa)<br />

- Interoperability and Standardization Course<br />

(Universida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> Varsóvia, Polónia)<br />

Decorreu no dia 11Nov09 a cerimónia <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse<br />

<strong>do</strong> novo Comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos <strong>do</strong> IMPE.<br />

As forças em <strong>para</strong>da, sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Comandante<br />

<strong>de</strong> Batalhão Escolar, aluno nº 62 Diogo Ruivo, prestaram<br />

continência ao novo comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos,<br />

TCOR INF Jorge Luís Leão da Costa Campos.<br />

O Guião, à guarda <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos, foi entregue ao<br />

novo comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos TCOR Campos.<br />

A passagem <strong>do</strong> Guião, símbolo <strong>de</strong> maior valor no<br />

Corpo <strong>de</strong> Alunos, representa a transferência das “ilustres<br />

tradições <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>” <strong>para</strong> o novo comandante <strong>do</strong> Corpo<br />

<strong>de</strong> Alunos e o assumir, por parte <strong>de</strong>ste, da mui nobre e<br />

difícil missão que lhe está atribuída: “Enquadrar os alunos<br />

forman<strong>do</strong>-os moral, social e militarmente, incutin<strong>do</strong>-lhes<br />

fortes sentimentos patrióticos e verda<strong>de</strong>iro entusiasmo pela<br />

prática das virtu<strong>de</strong>s, <strong>do</strong>s <strong>de</strong>veres morais, cívicos e militares,<br />

bem como das tradições <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>”.<br />

As principais funções <strong>de</strong>sempenhadas durante a sua<br />

carreira foram:<br />

- Comandante <strong>de</strong> Pelotão <strong>de</strong> Instrução (EPI)<br />

- Comandante <strong>do</strong> PelAcar <strong>do</strong> BEOp (EPI)<br />

- Comandante <strong>de</strong> Companhia <strong>de</strong> Instrução (EPI)<br />

- Comandante <strong>do</strong> Batalhão Escolar (EPI)<br />

- Instrutor <strong>de</strong> Misseis TOW e MILAN (EPI)<br />

- Chefe da Secção <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Técnicos (EPI)<br />

- Chefe da Secção <strong>de</strong> Pessoal (EPI)<br />

- Monitor da Comunida<strong>de</strong> Europeia (Bósnia<br />

Herzegovina)<br />

- 2º Comandante <strong>do</strong> Agrupamento FOXTROT/BLI<br />

(Timor Leste)<br />

- Assessor na Cooperação TécnicoMilitar (Angola)<br />

- Analista <strong>do</strong> JALLC/NATO no Afeganistão<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 23


PÁGINA DO CNO<br />

Mais Uma Conquista<br />

Terminei no passa<strong>do</strong> dia 29 <strong>de</strong> Junho com a sessão<br />

<strong>de</strong> Júri o processo <strong>de</strong> Certificação <strong>do</strong> 12º Ano pelo RVCC,<br />

no CNO <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército.<br />

Tive conhecimento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> RVCC no meu<br />

local <strong>de</strong> trabalho. Após uma entrevista individual e o<br />

pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma história <strong>de</strong> vida, fiquei a<br />

saber o que po<strong>de</strong>ria fazer. Fiquei logo entusiasmada, com<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir mais além, e <strong>de</strong>cidi fazer o 12º <strong>ano</strong>, porque<br />

acho que o saber não ocupa lugar e po<strong>de</strong>-me ajudar,<br />

tanto no momento actual da minha vida como em futuros<br />

projectos, porque “apren<strong>de</strong>r compensa”.<br />

Ao fim <strong>de</strong> muitos <strong>ano</strong>s e <strong>de</strong> tantas experiências,<br />

umas boas outras menos boas, <strong>de</strong>cidi completar a<br />

minha formação académica, porque ao longo da vida<br />

fui apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> uma porta se fecha abre-se<br />

logo uma janela, basta estarmos atentos e aproveitar as<br />

oportunida<strong>de</strong>s que a vida nos dá.<br />

Iniciei este projecto com a convicção <strong>de</strong> que seria<br />

bem sucedida e o meu objectivo sempre foi chegar ao<br />

fim, consciente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> que não teria pela frente<br />

uma tarefa facilitada. Deparei-me ao longo <strong>do</strong> processo<br />

com algumas dificulda<strong>de</strong>s que me fizeram vacilar e<br />

cheguei a pensar em <strong>de</strong>sistir, não por falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><br />

<strong>para</strong> realizar o trabalho, mas, sobretu<strong>do</strong>, por dificulda<strong>de</strong>s<br />

em conciliar a vida familiar e profissional com as tarefas<br />

inerentes às funções <strong>de</strong> mãe, esposa e <strong>do</strong>na <strong>de</strong> casa.<br />

Des<strong>de</strong> o início que perspectivei este processo<br />

como uma oportunida<strong>de</strong> única, o que me <strong>de</strong>terminou<br />

a ultrapassar to<strong>do</strong>s esses obstáculos. De certa forma,<br />

vi aqui a oportunida<strong>de</strong> <strong>para</strong> sarar uma mágoa que me<br />

acompanhava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos <strong>de</strong> estudante. O facto <strong>de</strong><br />

não ter completa<strong>do</strong> o 12º <strong>ano</strong> impediu-me <strong>de</strong> seguir uma<br />

vida académica que tanto ambicionava.<br />

Este processo impõe uma meto<strong>do</strong>logia presencial e<br />

à distância, exigin<strong>do</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a conclusão<br />

das inúmeras activida<strong>de</strong>s propostas, disponibilida<strong>de</strong> que,<br />

como já antes referi, se encontra fortemente condicionada,<br />

não só pelas exigências profissionais, mas também pelas<br />

familiares, próprias <strong>de</strong> quem tem filhos ainda com ida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> brincar.<br />

Foram muitas as horas <strong>de</strong> que tive <strong>de</strong> <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>r <strong>para</strong><br />

a conclusão <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os temas propostos no processo<br />

<strong>de</strong> RVCC, uma vez que havia sempre alguma coisa <strong>para</strong><br />

fazer em casa. Quan<strong>do</strong>, por vezes, me predispunha<br />

a fazer algum trabalho, algo inopina<strong>do</strong> surgia como,<br />

por exemplo, a minha filha, que me dizia com alguma<br />

frequência “MÃE, QUANDO É QUE BRINCAS COMIGO?”<br />

ou “AGORA NUNCA TENS TEMPO PARA MIM, JÁ NÃO<br />

ME DÁS MIMINHOS COMO ANTES” ou ainda “PODES<br />

AJUDAR-ME NOS TRABALHOS DE CASA”?, etc.<br />

24 Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Mas mesmo assim, o balanço que faço é positivo.<br />

Os temas trata<strong>do</strong>s no referencial obrigaram-me a uma<br />

reflexão sobre a minha vida e sobre mim própria, dan<strong>do</strong><br />

importância a certos pormenores que até aqui quase me<br />

passavam <strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong>s.<br />

O RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação<br />

<strong>de</strong> Competências) <strong>de</strong>u-me uma nova oportunida<strong>de</strong>, já<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> adulta, <strong>de</strong> validar e certificar as competências<br />

que adquiri ao longo da minha vida. Competências<br />

pessoais e profissionais que estavam esquecidas e que<br />

eu julguei já não me servirem <strong>para</strong> nada, mas que foram<br />

valorizadas graças a este sistema.<br />

A narrativa <strong>de</strong> vida foi interessante, uma vez que me<br />

fez reviver um pouco o passa<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> algumas coisas<br />

das quais eu já não me lembrava. Foi muito positivo, pois<br />

acho que nunca tinha recorda<strong>do</strong> as coisas <strong>de</strong>sta maneira.<br />

Foi bom relembrar to<strong>do</strong> o meu passa<strong>do</strong> e tu<strong>do</strong> o que já<br />

tinha feito no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> valorizar todas as experiências<br />

que tinha ti<strong>do</strong> e <strong>de</strong> me aperceber <strong>de</strong> que algumas <strong>de</strong>las<br />

tinham si<strong>do</strong> o suporte <strong>do</strong>s conhecimentos que hoje<br />

tenho e que fui adquirin<strong>do</strong>. Também surgiram algumas<br />

recordações daquelas que muitas vezes queremos<br />

esquecer, o que me provocou alguma <strong>de</strong>sestabilização,<br />

particularmente a nível emocional. Mas as experiências<br />

positivas acabam por colocar as más em segun<strong>do</strong> lugar.<br />

Este processo fez-me recuar ao meu passa<strong>do</strong>. Fui<br />

lembrar-me <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> escola, <strong>do</strong>s amigos, da minha<br />

família, <strong>do</strong>s colegas <strong>de</strong> trabalho, da minha auto-formação,<br />

como pessoa responsável que sou, entre outras coisas.<br />

Consi<strong>de</strong>ro este processo como uma viagem ao passa<strong>do</strong>.<br />

Uma das maiores dificulda<strong>de</strong>s que encontrei foi fazer<br />

a ligação entre a minha história <strong>de</strong> vida e os trabalhos a<br />

realizar <strong>para</strong> evi<strong>de</strong>nciar as competências. Tal contribuiu<br />

em muito <strong>para</strong> uma reflexão <strong>de</strong> vida e permitiu-me<br />

encontrar quer o la<strong>do</strong> mais positivo quer o menos positivo<br />

<strong>do</strong> meu percurso.<br />

Outra dificulda<strong>de</strong> que tive, mas que consegui superar<br />

com um certo esforço, foi o facto <strong>de</strong> já ter <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

estudar há alguns <strong>ano</strong>s. Com <strong>de</strong>dicação, ultrapassei<br />

esta barreira e é uma prova nítida, na minha maneira <strong>de</strong><br />

ver, que só não consegue obter o que quer quem não se<br />

esforça. Pertencen<strong>do</strong> a esta casa há 13 <strong>ano</strong>s, não podia<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> seguir o seu lema: “QUERER É PODER”.<br />

Na minha opinião, o facto <strong>de</strong> iniciarmos a nossa<br />

história <strong>de</strong> vida sem termos a mínima noção <strong>de</strong> quais<br />

os temas que teremos <strong>de</strong> tratar dificulta o trabalho final,<br />

porém, ao elaborar a história da minha vida, iam-me<br />

sempre surgin<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ias. Nem tu<strong>do</strong> são pontos negativos,<br />

pois gostei muito <strong>de</strong> reflectir sobre o <strong>de</strong>ver e os benefícios<br />

da reciclagem, porque é uma área que me preocupa<br />

muito, na medida em que temos que nos preocupar com<br />

o futuro <strong>do</strong> ambiente e também <strong>de</strong>ixar um “Mun<strong>do</strong> São”<br />

como herança <strong>para</strong> os nossos filhos.


Gostava <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r continuar a estudar mais, ir mais<br />

longe, quem sabe tirar o curso superior que eu sempre<br />

i<strong>de</strong>alizei, não agora que a minha filha ainda é muito<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mim, mas quan<strong>do</strong> ela for mais crescida.<br />

Com o 12º <strong>ano</strong> feito, já é meio caminho anda<strong>do</strong>.<br />

Tenho consciência <strong>de</strong> que fiz um bom trabalho e<br />

compreen<strong>do</strong> agora as exigências que nos impuseram,<br />

elevan<strong>do</strong>, assim, a bitola da qualida<strong>de</strong>. Este é um<br />

processo novo, com novos méto<strong>do</strong>s, por isso só daqui a<br />

alguns <strong>ano</strong>s se conseguirá fazer um balanço positivo ou<br />

negativo <strong>de</strong>ste sistema.<br />

Uma palavra <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento ao meu mari<strong>do</strong>, pois<br />

eu muitas vezes passava horas <strong>de</strong>dicadas a isto e ele<br />

sempre teve uma palavra <strong>de</strong> incentivo e apoio. Um beijo<br />

à minha filha, a quem eu tirei tempo e <strong>de</strong>dicação.<br />

Não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> referir ainda to<strong>do</strong> o trabalho<br />

realiza<strong>do</strong> pela maravilhosa equipa <strong>de</strong> profissionais que<br />

me acompanhou e que me aju<strong>do</strong>u neste processo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o início até ao fim. O meu muito obriga<strong>do</strong> a todas elas<br />

por me terem ajuda<strong>do</strong> a chegar até aqui, pois sem elas,<br />

provavelmente, eu teria <strong>de</strong>sisti<strong>do</strong>. Foi graças à força que<br />

me <strong>de</strong>ram e ao empenho <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s estes profissionais<br />

que eu não aban<strong>do</strong>nei este barco. Fizeram-me andar <strong>de</strong><br />

cabeça bem levantada e acreditar que sou capaz <strong>de</strong> ir<br />

mais longe. É a elas que eu <strong>de</strong>dico esta minha vitória,<br />

visto que, sem o seu profissionalismo, eu não estaria hoje<br />

aqui a escrever este artigo.<br />

A to<strong>do</strong>s: bem hajam! Votos sinceros <strong>de</strong> futuras vitórias<br />

a to<strong>do</strong>s os níveis.<br />

Rosa Sofia<br />

“O Homem Que Venceu na vida é<br />

aquele que acreditou em si”.<br />

O futuro é incerto, mas a vida ensina que, viven<strong>do</strong><br />

o dia-a-dia, moldamos o futuro. A<strong>do</strong>ro a minha vida,<br />

todavia, vivo o presente tentan<strong>do</strong> pre<strong>para</strong>r o futuro, visto<br />

ser incerto e a acomodação a esta incerteza ter um risco<br />

<strong>de</strong>masia<strong>do</strong> alto.<br />

Tracei objectivos, muitos <strong>de</strong>les realiza<strong>do</strong>s e concluí<strong>do</strong>s<br />

com êxito, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>dicação e a muita força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>.<br />

Algumas das horas da minha vida foram passadas a<br />

escrever acerca da mesma, <strong>para</strong> conseguir chegar a bom<br />

porto e assim reconstruir o itinerário <strong>de</strong> adulto ao nível<br />

pessoal, profissional e social.<br />

PÁGINA DO CNO<br />

Chegou o fim <strong>de</strong> mais uma concretização: a certificação<br />

<strong>do</strong> 12º <strong>ano</strong>. Foi um processo complexo e exigente que se<br />

iniciou em Novembro <strong>de</strong> 2008, com a minha inscrição no<br />

CNO <strong>do</strong> nosso <strong>Instituto</strong>. Foi um processo <strong>de</strong> moldagem,<br />

inspiração e, ao mesmo tempo, pareceu-me que fui ao<br />

sótão abrir o baú das recordações <strong>para</strong> as expor por<br />

escrito no Portfolio.<br />

Por vezes, não aproveitamos os momentos <strong>de</strong><br />

estudante, vivemos com a cabeça na lua, sem projectos<br />

feitos nem caminhos construí<strong>do</strong>s. Mas como nunca é<br />

tar<strong>de</strong> <strong>para</strong> apren<strong>de</strong>r, só temos que tirar as mãos <strong>do</strong>s<br />

bolsos e voltar a percorrer os caminhos perdi<strong>do</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> se começa um processo <strong>de</strong> Reconhecimento,<br />

Validação e Certificação <strong>de</strong> Competências <strong>de</strong> nível<br />

Secundário, a elaboração <strong>do</strong> Portfolio Reflexivo <strong>de</strong><br />

Aprendizagens parece um “bicho-<strong>de</strong>-sete-cabeças”.<br />

Este género <strong>de</strong> <strong>do</strong>ssier pessoal <strong>de</strong> competências, que<br />

consiste na compilação e arquivo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>cumentos<br />

que comprovam as aprendizagens que afirmamos ter<br />

efectua<strong>do</strong> ao longo da nossa vida, visa i<strong>de</strong>ntificar as<br />

aprendizagens realizadas em diferentes situações:<br />

profissionais, pessoais e sociais. Penso que favorece a<br />

auto-<strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong>s saberes e competências obti<strong>do</strong>s<br />

através da experiência, nem sempre valoriza<strong>do</strong>s, e <strong>do</strong>s<br />

quais nem sempre temos consciência.<br />

Quan<strong>do</strong> chegamos ao fim <strong>de</strong>ste magnífico trabalho,<br />

vivemos memórias, muitas <strong>de</strong>las esquecidas, expomos<br />

as nossas capacida<strong>de</strong>s, os nossos conhecimentos e tu<strong>do</strong><br />

fica como uma enciclopédia das artes <strong>do</strong> nosso saber.<br />

Quem me conhece, sabe que uma das mensagens<br />

que sempre transmiti aos camaradas foi não <strong>para</strong>r <strong>de</strong><br />

estudar, apostar na formação profissional, <strong>para</strong> um dia<br />

o futuro ter mais oportunida<strong>de</strong>s. Hoje, ao escrever estas<br />

palavras, só tenho <strong>de</strong> continuar a referir o mesmo.<br />

Paran<strong>do</strong>, não se conseguem alcançar objectivos, não se<br />

conseguem atingir metas nem construir caminhos.<br />

Não parem <strong>de</strong> apostar em vós, continuem e aproveitem<br />

as boas oportunida<strong>de</strong>s que são dadas e valorizem muito<br />

a vida e os vossos conhecimentos.<br />

Ricar<strong>do</strong> Estêvão<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 25


ESCRITOS<br />

26<br />

REDUÇÃO NO CONSUMO DE ENERGIA ELÉCTRICA<br />

Fruto das medidas <strong>de</strong> eficiência energética que têm vin<strong>do</strong> a ser implementadas no <strong>Instituto</strong>, o<br />

consumo <strong>de</strong> energia eléctrica na 1ª Secção tem vin<strong>do</strong> a reduzir pelo 8º mês consecutivo.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s apura<strong>do</strong>s até ao momento traduzem uma poupança energética na or<strong>de</strong>m<br />

<strong>do</strong>s 12 117 Kwh.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r


Ensino Profissional – Que Futuro?<br />

O Ensino Profissional começou a dar os primeiros<br />

passos em Portugal há 20 <strong>ano</strong>s atrás.<br />

Um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> suficientemente longo<br />

<strong>para</strong> permitir uma avaliação <strong>do</strong>s seus sucessos e <strong>do</strong>s<br />

seus constrangimentos e tentar <strong>de</strong>scortinar qual será o<br />

futuro <strong>de</strong>ste subsistema <strong>de</strong> ensino.<br />

Actualmente uma das principais críticas apontadas à<br />

escola é a sua incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pre<strong>para</strong>r os jovens <strong>para</strong><br />

a vida activa. Crítica essa bastante justificada, ten<strong>do</strong> em<br />

conta que são milhares os alunos que to<strong>do</strong>s os <strong>ano</strong>s<br />

terminam a escolarida<strong>de</strong> sem que tenham adquiri<strong>do</strong> as<br />

competências necessárias <strong>para</strong> enfrentar o merca<strong>do</strong>,<br />

pois apresentam-se no mesmo sem qualificações válidas<br />

<strong>para</strong> as suas exigências.<br />

A fraca oferta <strong>de</strong> emprego qualifica<strong>do</strong>, os baixos<br />

índices <strong>de</strong> remuneração, a falta <strong>de</strong> reconhecimento<br />

das habilitações por parte das empresas são algumas<br />

das razões que, porventura, mais contribuirão <strong>para</strong> o<br />

<strong>de</strong>sinteresse pela formação.<br />

Nos últimos <strong>ano</strong>s, o Ministério da Educação<br />

tem tenta<strong>do</strong> encontrar um mo<strong>de</strong>lo credível <strong>para</strong> a<br />

reestruturação <strong>do</strong> ensino secundário. Em 1983, iniciou<br />

com a experiência <strong>de</strong> formação técnico-profissional neste<br />

âmbito crian<strong>do</strong> um pl<strong>ano</strong> curricular muito semelhante ao<br />

<strong>do</strong> ensino regular. Pretendia-se, assim, <strong>do</strong>tar o país <strong>de</strong><br />

mão-<strong>de</strong>-obra qualificada.<br />

Contu<strong>do</strong>, a afectação <strong>de</strong> recursos não correspon<strong>de</strong>u<br />

à ambição <strong>do</strong> projecto e as escolas <strong>de</strong>bateram-se<br />

com alguns problemas graves, nomeadamente a<br />

falta <strong>de</strong> equipamentos e <strong>de</strong> especialistas qualifica<strong>do</strong>s<br />

em <strong>de</strong>terminadas áreas tecnológicas. Mas outros<br />

constrangimentos transpareceram, como por exemplo as<br />

“limitações” no escasso envolvimento <strong>do</strong>s professores,<br />

alunos, pais, empresários e até autarcas, crian<strong>do</strong> assim<br />

um <strong>de</strong>sajustamento entre a oferta e a procura <strong>de</strong> cursos<br />

– com exce<strong>de</strong>ntes permanentes na oferta, ausência <strong>de</strong><br />

financiamento significativo, currículos uniformes, rígi<strong>do</strong>s<br />

e principalmente <strong>de</strong>sajusta<strong>do</strong>s às realida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> trabalho.<br />

No entanto, entre 1986 e 1989, a procura foi<br />

aumentan<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong>-se atingi<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> 23 mil<br />

jovens. É nesta altura, que se volta a dar interesse a esta<br />

tipologia <strong>de</strong> ensino e surgem novas regulamentações,<br />

<strong>de</strong> forma a criar as infra-estruturas necessárias <strong>para</strong><br />

uma correcta operacionalização <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong>. Uma<br />

das inovações introduzidas foi a criação <strong>de</strong> protocolos,<br />

entre os diferentes promotores, crian<strong>do</strong> assim uma co-<br />

-responsabilização aquan<strong>do</strong> a criação da escola e na<br />

posterior inserção <strong>do</strong>s alunos no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />

Uma segunda novida<strong>de</strong> verificou-se ao nível da<br />

<strong>de</strong>legação <strong>de</strong> autonomia pedagógica, administrativa<br />

e financeira. Esta autonomia permitiu que cada<br />

escola pu<strong>de</strong>sse construir o seu currículo, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> os<br />

saberes e as competências que melhor se ajustavam<br />

ao perfil profissional <strong>do</strong>s cursos e às necessida<strong>de</strong>s da<br />

comunida<strong>de</strong> local.<br />

Apesar <strong>de</strong> balizada por uma matriz disciplinar<br />

aprovada pelo Ministério da Educação, que cobria uma<br />

parte <strong>de</strong> formação sociocultural e outra <strong>de</strong> formação<br />

científica, esta autonomia conferiu a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> implementar uma organização e uma estrutura<br />

mais flexíveis, nomeadamente a nível das disciplinas<br />

técnicas.<br />

O ensino profissional tem sofri<strong>do</strong> um enorme<br />

crescimento. Há <strong>de</strong>z <strong>ano</strong>s atrás eram apenas 27 mil os<br />

alunos que o frequentavam, actualmente esse número<br />

passou <strong>para</strong> os 91 mil. Apesar <strong>de</strong> este total ser optimista,<br />

fica muito aquém das expectativas, se com<strong>para</strong>rmos<br />

com as frequências <strong>do</strong> ensino profissional na Europa.<br />

No nosso sistema educativo apenas 30% <strong>do</strong>s cerca<br />

<strong>de</strong> 300 mil alunos que frequentam o ensino secundário<br />

optam por esta via profissionalizante, fican<strong>do</strong> bastante<br />

abaixo das percentagens <strong>de</strong> 70 e 80 por cento<br />

europeias.<br />

Os cursos profissionais são uma oferta formativa <strong>de</strong><br />

dupla certificação, <strong>de</strong>stinada a jovens e cujo objectivo<br />

principal é a inserção no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, embora<br />

permitam o prosseguimento <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s no ensino<br />

superior. Além <strong>de</strong> conferirem um nível secundário <strong>de</strong><br />

educação, as aprendizagens realizadas nestes cursos<br />

valorizam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências pessoais<br />

e técnicas necessárias <strong>para</strong> o exercício <strong>de</strong> uma<br />

profissão.<br />

Para os que conseguem singrar neste tipo <strong>de</strong> ensino,<br />

que se pauta com algumas taxas <strong>de</strong> sucesso elevadas,<br />

os mesmos têm consegui<strong>do</strong>, na maioria das áreas, obter<br />

uma rápida integração no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />

A Professora<br />

Maria José Gonçalves<br />

ESCRITOS<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 27


IN MEMORIAM<br />

28<br />

Passaste…<br />

Passaste nas nossas vidas. Olhar certeiro, baton vermelho, presença animada, espírito<br />

justo.<br />

To<strong>do</strong>s passamos na vida uns <strong>do</strong>s outros, uns por mais tempo, outros por menos…<br />

As minhas memórias <strong>de</strong> ti são breves. Imagens animadas, frases divertidas, olhar<br />

atento, presença reconfortante, palavra amiga, camaradagem leal. Mas fica uma grata<br />

recordação <strong>do</strong>s teus gestos, <strong>do</strong> teu companheirismo, da tua <strong>de</strong>dicação aos alunos, da<br />

tua atenção…<br />

Passaste…por nós, nas nossas vidas, na vida <strong>do</strong> Pilão…<br />

Partiste e ficou a tua presença nas memórias <strong>de</strong> cada um, nos lugares percorri<strong>do</strong>s, nas<br />

conversas inacabadas, nas tarefas partilhadas, nos trabalhos <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s …<br />

Passaste por cada um… e seguiste …<br />

A paz que conforta e inva<strong>de</strong> ao recordar-te é garante da paz que encontraste, após a<br />

luta violenta e breve, o combate inespera<strong>do</strong> contra a morte.<br />

Partiste, mas acreditamos que “és” e que estás … <strong>do</strong>utro mo<strong>do</strong>, certamente mais<br />

completo e feliz, on<strong>de</strong> chegaste.<br />

Em memória <strong>de</strong> uma querida Professora<br />

Recor<strong>do</strong> a Professora Ana Castro com muito carinho e sauda<strong>de</strong>.<br />

Ainda recor<strong>do</strong> o dia em que a conheci. Estávamos a 14 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2006 e a professora Ana era a<br />

Directora <strong>de</strong> Turma <strong>do</strong> 6ºA, a minha turma.<br />

Esta professora era como se fosse a nossa “mãe” no <strong>Instituto</strong>: fazia tu<strong>do</strong> por nós, com imenso carinho,<br />

com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação.<br />

No <strong>ano</strong> seguinte, tu<strong>do</strong> foi diferente, pelo menos <strong>para</strong> mim: a professora já não era a nossa D.T. e já não<br />

podíamos conversar como dantes.<br />

Passou um <strong>ano</strong>, <strong>de</strong> novo tive a Professora Ana como D.T. Foi um <strong>ano</strong> muito difícil, tanto <strong>para</strong> mim,<br />

enquanto chefe <strong>de</strong> turma, como <strong>para</strong> a professora…Mas também foi o <strong>ano</strong> em que criei uma profunda<br />

amiza<strong>de</strong> com esta professora: dava-me apoio e força em to<strong>do</strong>s os momentos adversos, preocupava-se<br />

comigo e com to<strong>do</strong>s os meus colegas.<br />

No fim <strong>do</strong> <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, vi a Professora Ana muito <strong>do</strong>ente, mas ela continuava a dizer que não era nada<br />

assim <strong>de</strong> tão grave.<br />

Admiro-a muito por ter ti<strong>do</strong> tanta coragem e por continuar a sorrir <strong>para</strong> os seus alunos apesar <strong>do</strong>s muitos<br />

problemas.<br />

A Professora nunca será esquecida neste <strong>Instituto</strong> a que muitos chamam “casa”… esta casa que também<br />

foi da Professora Ana Cristina <strong>de</strong> Castro.<br />

Pedro Lopes, nº 74/06 - 8ºC<br />

A professora Ana Cristina Castro era uma pessoa muito amiga, conselheira e muito a<strong>do</strong>rada pelos seus<br />

alunos.<br />

Quan<strong>do</strong> entrei <strong>para</strong> os <strong>Pupilos</strong>, no meu 5º<strong>ano</strong>, tive o meu primeiro contacto com esta querida professora<br />

<strong>de</strong> quem tanto gosto e, a partir <strong>de</strong>ssa altura, passei a saber que tinha uma gran<strong>de</strong> amiga em quem podia<br />

confiar.<br />

Com esta professora, muitas vezes, eu <strong>de</strong>sabafei sobre a minha vida pessoal.<br />

Esta nossa amiga marcou-nos muito <strong>de</strong> uma forma carinhosa, mas também <strong>de</strong> uma forma sábia, pois foi<br />

uma das poucas pessoas que nos transmitiu boa educação.<br />

Quan<strong>do</strong> era necessário, a professora estava lá <strong>para</strong> nos corrigir: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> regras, educação, compreensão,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> longas horas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.<br />

Deixa sauda<strong>de</strong>s, não só aos seus alunos, como também à casa à qual tanto <strong>de</strong>u ao longo <strong>de</strong> uma<br />

década.<br />

Esta pequena gran<strong>de</strong> professora não era a melhor em tu<strong>do</strong>, mas em tu<strong>do</strong> dava o seu melhor.<br />

Apesar <strong>de</strong> nos ter <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> tão tristemente, <strong>de</strong>ixou-me contente pela forma como, ao longo da sua vida<br />

pilónica, enobreceu o nome <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, aplican<strong>do</strong> na sua vivência a divisa “Querer é Po<strong>de</strong>r”.<br />

João Rodrigues, nº7/05 - 9ºA<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r


A professora Ana Castro era uma pessoa espectacular, sempre bem disposta, alegre e bastante divertida.<br />

Quero agra<strong>de</strong>cer-lhe por tu<strong>do</strong> o que me <strong>de</strong>u em momentos difíceis, quan<strong>do</strong> foi minha Directora <strong>de</strong> Turma.<br />

Será uma pessoa que ficará na memória <strong>de</strong> muitos alunos.<br />

Um simples <strong>de</strong>sabafo<br />

Eu, aluno <strong>de</strong>sta casa como tantos outros, reconheço que muitas pessoas me marcaram ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong><br />

este meu percurso “pilónico”; que me fizeram melhorar não só como aluno, mas também e, principalmente,<br />

como pessoa. São estas pessoas que tomo como referência na minha vida.<br />

Muitas <strong>de</strong>ssas pessoas já saíram, outra continua cá. Esta, <strong>de</strong> quem vos falo em especial, já “partiu” e espera<br />

lá por nós.<br />

O meu coração enche-se <strong>de</strong> melancolia quan<strong>do</strong> digo o seu nome, mas, sem esforço, resplen<strong>de</strong> num sorriso,<br />

pois era assim que ela levava a sua vida. Por mais difícil que fosse, tinha sempre o seu sorriso amigo <strong>para</strong><br />

nos oferecer.<br />

Lembro eu, com ternura, tu<strong>do</strong> o que me <strong>de</strong>dicou. Acho agora que a palavra obriga<strong>do</strong> é <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> pequena<br />

<strong>para</strong> representar tu<strong>do</strong> aquilo que <strong>de</strong>sejo dizer-lhe. Sei que em mim continuará sempre a sua memória, triste<br />

por já não a po<strong>de</strong>r ouvir ou ver, essa “gran<strong>de</strong> amiga”, mas felicíssimo por ter vivi<strong>do</strong> <strong>de</strong> perto, muito tempo,<br />

com uma pessoa tão especial como a Professora Ana Castro.<br />

Esta é uma brevíssima homenagem que lhe presto, não num tom <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida, mas sim num “até já”.<br />

João Filipe 50/04 - 1º A TMI<br />

Amiga<br />

Pedro Vieira, nº 49/05 - 9ºA<br />

Nos meus <strong>ano</strong>s <strong>de</strong> Pilão, a professora Ana foi a minha professora <strong>de</strong> Educação Visual e Tecnológica.<br />

Nessa altura, esta professora era a única que mandava reca<strong>do</strong>s <strong>para</strong> casa por eu me esquecer <strong>do</strong>s óculos.<br />

No momento, eu não entendi porquê. Agora apercebo-me que, se eu nunca tivesse leva<strong>do</strong> os óculos a<br />

partir <strong>do</strong>s tais reca<strong>do</strong>s, eu nunca teria corrigi<strong>do</strong> a minha visão e, hoje, precisaria <strong>de</strong> usar os óculos 24 horas<br />

por dia, o que felizmente não acontece.<br />

Esta peripécia serve <strong>para</strong> mostrar que a professora Ana ajudava muito, directa ou indirectamente, os seus<br />

alunos e foi uma “peça” importantíssima na vida pilónica.<br />

Aqui <strong>de</strong>ixo os meus agra<strong>de</strong>cimentos à professora e um sentimento <strong>de</strong> mágoa pela sua partida.<br />

João Alves, nº5/05 - 9ºA<br />

Caiu o p<strong>ano</strong>, só o p<strong>ano</strong>. Ficaste enfim contigo só, <strong>de</strong>sse la<strong>do</strong>.<br />

Ainda nos ouves a chamar por ti, a pedir bis, a aplaudir a actuação, a acreditar ainda num <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro voltar ao<br />

palco <strong>para</strong> agra<strong>de</strong>cer as palmas, numa pequena vénia, com um último sorriso.<br />

Aí, <strong>de</strong> pé atrás <strong>do</strong> p<strong>ano</strong> ainda não abriste os olhos, <strong>para</strong> reteres a última visão das nossas caras, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

beijos que te atirámos como se fossem flores, foi muito bom!<br />

…Mas agora chega, já não voltas, <strong>de</strong>ste muito <strong>de</strong> ti, é hora <strong>de</strong> pegar nas malas e sair pela porta <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>.<br />

Respiras agora com serenida<strong>de</strong> e no teu peito bate agora… contentamento.<br />

Que haverá lá fora? Só in<strong>do</strong> ver! E vais.<br />

Ana, Cristina, Aninhas, Kiki. Por vários nomes te chamamos, mas tens um nome maior, comum a to<strong>do</strong>s eles:<br />

Amiga, Amiga, Amiga.<br />

A Amiza<strong>de</strong> sempre foi a tua religião, a religião maior <strong>de</strong> todas, a mais universal, que não pára <strong>de</strong> crescer assim<br />

haven<strong>do</strong> pessoas como tu, Amiga. E é essa Amiza<strong>de</strong> que nos faz sentir lá no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>, no nosso próprio<br />

silêncio, que não estamos sós, que afinal nem vale a pena <strong>de</strong>spedirmo-nos. Os Amigos nunca se se<strong>para</strong>m.<br />

Po<strong>de</strong>mos chorar, chorar faz bem! Chorar com todas as nossas forças, <strong>de</strong>sabafar da nossa tristeza <strong>de</strong> te<br />

querer ter aqui, <strong>de</strong>ste la<strong>do</strong> <strong>para</strong> sempre, só <strong>para</strong> nós, mas então vais aparecer da maneira especial que a<br />

Amiza<strong>de</strong> tem <strong>para</strong> se fazer sentir e vamos sempre ouvir a tua voz baixinho dizer… chorar sim, mas a sorrir.<br />

Até sempre, Amiga, viva a Amiza<strong>de</strong>!<br />

Jorge Galvão<br />

IN MEMORIAM<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 29


ESCRITOS<br />

30<br />

O Êxito Começa com a Vonta<strong>de</strong><br />

Se pensas que estás venci<strong>do</strong>, estás.<br />

Se pensas que não te atreves, não o farás.<br />

Se pensas que gostarias <strong>de</strong> ganhar,<br />

mas não po<strong>de</strong>s, não o conseguirás<br />

Porque no mun<strong>do</strong> encontrarás<br />

que o êxito começa com a vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem.<br />

Tu<strong>do</strong> está em esta<strong>do</strong> mental.<br />

Porque muitas corridas se per<strong>de</strong>ram<br />

antes <strong>de</strong> se terem corri<strong>do</strong>,<br />

e muitos cobar<strong>de</strong>s fracassaram,<br />

antes <strong>de</strong> ter o seu trabalho começa<strong>do</strong>.<br />

Pensa em gran<strong>de</strong> e os teus feitos crescerão.<br />

Pensa em pequeno e ficarás atrás.<br />

Pensa que po<strong>de</strong>s e po<strong>de</strong>rás.<br />

Tu<strong>do</strong> está em esta<strong>do</strong> mental.<br />

Se pensas que estás em vantagem, estás.<br />

Tens que pensar bem <strong>para</strong> subires.<br />

Tens que estar seguro <strong>de</strong> ti mesmo.<br />

antes <strong>de</strong> tentar ganhar um prémio.<br />

A batalha da vida nem sempre a ganha<br />

o homem mais forte, ou o mais ligeiro,<br />

porque tar<strong>de</strong> ou ce<strong>do</strong>, o homem que ganha,<br />

é aquele que crê po<strong>de</strong>r fazê-lo.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Rudyard Kipling<br />

O aluno <strong>do</strong> IMPE possui força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, traça os<br />

seus objectivos, tem auto-estima, sabe que muito <strong>do</strong><br />

seu sucesso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> essencialmente <strong>de</strong>le, contu<strong>do</strong>,<br />

por vezes, sente-se <strong>de</strong>smotiva<strong>do</strong> porque tem dificulda<strong>de</strong><br />

em reconhecer as causas <strong>do</strong> seu insucesso.<br />

Nessas alturas é importante <strong>para</strong>r um pouco,<br />

reflectir e inventariar as situações. Nem sempre é<br />

fácil, por vezes, torna-se necessário recorrer à ajuda<br />

<strong>de</strong> outros, nomeadamente a professores, profissionais<br />

especializa<strong>do</strong>s, pais e amigos, <strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificar os seus<br />

pontos fracos.<br />

Tomar consciência das principais dificulda<strong>de</strong>s que<br />

impe<strong>de</strong>m cada um <strong>de</strong> alcançar resulta<strong>do</strong>s satisfatórios<br />

é essencial <strong>para</strong> os superar.<br />

Para te manteres constantemente motiva<strong>do</strong> é<br />

importante que dês, a ti próprio, pequenas recompensas<br />

à medida que fores atingin<strong>do</strong> os objectivos a que te<br />

propões. Sê positivo que, passo a passo, chegarás on<strong>de</strong><br />

preten<strong>de</strong>s.<br />

Neste novo <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, acredita que “Querer é<br />

po<strong>de</strong>r” mas ESTUDA!<br />

Ana Ten<strong>de</strong>iro<br />

Professora, <strong>de</strong> Inglês<br />

A Evolução Histórico-Filosófica da<br />

Igualda<strong>de</strong> na Cultura Oci<strong>de</strong>ntal<br />

Categorias humanas inferiores, sem direitos<br />

<strong>de</strong> nenhuma espécie, encontram-se na história da<br />

humanida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos mais primitivos, com<br />

<strong>de</strong>staque <strong>para</strong> a servitu<strong>de</strong>, que chegou entre nós até<br />

épocas bem recentes.<br />

O princípio da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os seres hum<strong>ano</strong>s,<br />

tanto no tocante à condição civil, isto é, ao tratamento<br />

das relações <strong>de</strong> uns com os outros, como no tocante<br />

à condição política, ou seja, à participação directa ou<br />

indirecta no governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, é ti<strong>do</strong> após uma longa<br />

evolução como um <strong>do</strong>s pilares da civilização mo<strong>de</strong>rna.<br />

Des<strong>de</strong> tempos imemoriais que o conceito da<br />

igualda<strong>de</strong> se fundamenta nos valores da pessoa humana<br />

integralmente consi<strong>de</strong>rada, tanto como pessoa como<br />

membro da socieda<strong>de</strong>. Por isso, a palavra “aequalis”<br />

era aplicada na literatura latina às qualida<strong>de</strong>s pessoais<br />

(aequalis, virtu<strong>de</strong>). Pelo facto <strong>de</strong> se ser homem <strong>de</strong>via<br />

correspon<strong>de</strong>r a to<strong>do</strong>s um tratamento respeitoso, expresso<br />

no relevo da sua “dignitas” que a ninguém se podia<br />

negar, nem faltar ao “cuique suum” representa<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

os tempos mais longínquos por uma balança na mão.<br />

Desta forma a igualda<strong>de</strong> quer significar equilíbrio, ou<br />

melhor, uma manifestação e condição <strong>de</strong> equilíbrio social<br />

que <strong>de</strong>ve existir entre to<strong>do</strong>s os seres racionais, Assim,<br />

discriminar significa tratar diferentemente aquilo que é<br />

igual, residin<strong>do</strong>, pois, a arbitrarieda<strong>de</strong> numa diferença<br />

injustificada <strong>de</strong> tratamento.<br />

A igualda<strong>de</strong>, segun<strong>do</strong> alguns autores, resulta da<br />

organização humana. Ela é um meio <strong>de</strong> se igualizar as<br />

diferenças através das instituições. É o caso da polis que<br />

torna os homens iguais por meio <strong>de</strong> leis. A pluralida<strong>de</strong><br />

humana tem uma característica ontológica dupla:<br />

igualda<strong>de</strong> e diferença. Se os homens não fossem iguais<br />

não po<strong>de</strong>riam enten<strong>de</strong>r-se. Por outro la<strong>do</strong>, se não fossem<br />

diferentes não precisavam da palavra, nem da acção <strong>para</strong><br />

se fazerem enten<strong>de</strong>r.<br />

Mas o conceito <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> tem comporta<strong>do</strong> ao<br />

longo <strong>do</strong>s tempos muitas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interpretação e<br />

<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> em parte a mentalida<strong>de</strong>s e tradições,<br />

a estruturas e interesses sócio-económicos diversos em<br />

jogo, ou a razões i<strong>de</strong>ológicas ou religiosas Daí o relativo<br />

atraso na aceitação <strong>de</strong> uma igualda<strong>de</strong> que seja universal<br />

e efectiva.<br />

Na Grécia, logo após a sua fundação, os eupátridas<br />

membros das classes nobres, governaram as cida<strong>de</strong>s<br />

oligarquicamente <strong>do</strong> século VIII a.C. até às reformas <strong>de</strong><br />

Sólon (594 a.C.). Com Clistenes (e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Péricles)<br />

introduziram-se substanciais alterações no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Sólon, a principal das quais foi a divisão da Ática em<br />

circunscrições, on<strong>de</strong> as classes se agrupavam sem


preconceitos <strong>de</strong> nascimento ou <strong>de</strong> riqueza. To<strong>do</strong>s eram<br />

cidadãos e a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s perante a lei alicerçou<br />

um conjunto <strong>de</strong> reformas <strong>de</strong> clara inspiração <strong>de</strong>mocrática.<br />

Clistenes, é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o funda<strong>do</strong>r da <strong>de</strong>mocracia<br />

ateniense, instituin<strong>do</strong> mesmo o ostracismo <strong>para</strong> lutar<br />

contra a tirania.<br />

E embora não se conheçam fontes sofistas (século<br />

V a.C.) sobre a igualda<strong>de</strong>, porque não consi<strong>de</strong>rar as<br />

máximas <strong>do</strong>s seus filósofos “O homem é a medida <strong>de</strong><br />

todas as coisas” e “a escravatura resulta <strong>de</strong> convenção e<br />

não da natureza”, como formas, aliás, bem <strong>de</strong>ntro da sua<br />

linha, <strong>de</strong> abordar sofisticamente o problema?. De resto, o<br />

sofista Alcidamante, na primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século IV a.C.,<br />

proclamou também que a divinda<strong>de</strong> tinha cria<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os homens livres e que a natureza não fazia escravos.<br />

A sofística, voltan<strong>do</strong> assim a atenção <strong>do</strong>s pensa<strong>do</strong>res<br />

<strong>para</strong> o próprio homem, <strong>para</strong> o sujeito que pensa e quer,<br />

realizou uma tarefa necessária e transcen<strong>de</strong>nte na vida<br />

política <strong>de</strong> Atenas.<br />

No mun<strong>do</strong> antigo que prece<strong>de</strong>u Alexandre Magno<br />

um egoísmo feroz <strong>do</strong>minava os hábitos <strong>do</strong> homem.<br />

Conquistar significava então <strong>de</strong>struir e escravizar. Assim,<br />

os assírios <strong>de</strong>struíram a civilização babilónica e os<br />

Me<strong>do</strong>s e Persas <strong>de</strong>struíram a civilização egípcia e muitas<br />

outras. Mas Alexandre não os iria tomar como exemplo<br />

e disso dá testemunho no <strong>ano</strong> <strong>de</strong> 324 a.C. numa gran<strong>de</strong><br />

cerimónia, durante a qual por or<strong>de</strong>m sua foram celebra<strong>do</strong>s<br />

casamentos em massa entre mulheres autóctones e<br />

macedónios, sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> um fun<strong>do</strong> comum <strong>para</strong><br />

a educação <strong>do</strong>s filhos. Conquistar não significava <strong>para</strong><br />

Alexandre submeter, mas unir. Não se sabe se Aristóteles,<br />

seu mestre, teve nisso alguma influência. Unir significava<br />

criar uma realida<strong>de</strong> nova. Realida<strong>de</strong> que iria eliminar, pelo<br />

menos na intenção, os egoísmos nacionalistas <strong>de</strong> toda a<br />

história prece<strong>de</strong>nte. Em resumo, Alexandre foi um profeta<br />

da igualda<strong>de</strong> entre os povos. E embora os seus projectos<br />

tivessem fica<strong>do</strong> trunca<strong>do</strong>s por uma morte prematura<br />

<strong>de</strong>ixou uma herança in<strong>de</strong>strutível: o helenismo, fenómeno<br />

<strong>de</strong> extraordinária síntese cultural entre a civilização grega<br />

e a civilização me<strong>do</strong>-oriental.<br />

Platão e Aristóteles, por seu turno, contribuíram <strong>para</strong><br />

uma maior igualda<strong>de</strong> entre os cidadãos gregos, vin<strong>do</strong> a<br />

consi<strong>de</strong>rar a oligarquia, enquanto governo <strong>de</strong> poucos,<br />

uma forma <strong>de</strong>generada da aristocracia, pois esta era<br />

<strong>para</strong> eles o governo <strong>do</strong>s melhores em proveito <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s,<br />

e aquela exercer-se-ia claramente em proveito exclusivo<br />

das classes dirigentes.<br />

Na época helenística a noção <strong>de</strong> um direito natural<br />

(direito que era superior à vonta<strong>de</strong> contingente <strong>do</strong><br />

legisla<strong>do</strong>r, e cuja escola remonta à mais afastada<br />

Antiguida<strong>de</strong>) vai influenciar Aristóteles, que no entanto<br />

aprofunda o elemento racional, sustentan<strong>do</strong> que a própria<br />

natureza obe<strong>de</strong>ce a uma or<strong>de</strong>m racional e que existe<br />

uma razão universal que está em cada homem, on<strong>de</strong> se<br />

fundamentam a lei e a justiça naturais, justiça esta que<br />

postula uma certa igualda<strong>de</strong> entre os homens que as<br />

ESCRITOS<br />

leis positivas ao precisarem as relações sociais <strong>de</strong>verão<br />

respeitar. Estas leis <strong>de</strong>verão, pois, ter como finalida<strong>de</strong><br />

o bem comum, ser aceites por to<strong>do</strong>s e respeitadas<br />

obrigatoriamente também por to<strong>do</strong>s.<br />

Nesta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias sobre o direito natural,<br />

Antígono, personagem <strong>de</strong> uma tragédia <strong>de</strong> Sófocles,<br />

dizia a Creon: “Eu não acredito que teus <strong>de</strong>cretos tenham<br />

força bastante (…) sobre as leis que não são escritas<br />

e não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>rrogadas, e que existem em to<strong>do</strong>s<br />

os tempos, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ninguém dizer quan<strong>do</strong> tiveram<br />

início”.<br />

Aristóteles foi o filósofo que mais longe levou a análise<br />

<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> da justiça, a qual, segun<strong>do</strong> ele, continuan<strong>do</strong><br />

Pitágoras, não era mais <strong>do</strong> que a igualda<strong>de</strong>. Entre as<br />

diversas virtu<strong>de</strong>s, Aristóteles consi<strong>de</strong>rava, porém, uma <strong>de</strong><br />

natureza mais intelectual que todas as outras, chamada<br />

justiça, e que constituía o conteú<strong>do</strong> das leis.<br />

O direito natural influenciou também os cínicos e os<br />

estóicos, in<strong>do</strong> estes últimos exercer <strong>de</strong>pois uma po<strong>de</strong>rosa<br />

influência no direito rom<strong>ano</strong>.<br />

Na antiga Roma, só os patrícios eram cidadãos,<br />

à face <strong>de</strong> um direito reconheci<strong>do</strong> às famílias nobres,<br />

a quem assistiam to<strong>do</strong>s os privilégios civis, políticos<br />

e religiosos. A longa luta que se estabeleceu põe uma<br />

nova i<strong>de</strong>ologia social, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada pelos plebeus<br />

(que ameaçaram aban<strong>do</strong>nar Roma e fundar uma nova<br />

cida<strong>de</strong> no Monte Sagra<strong>do</strong>) e que terminou cerca <strong>de</strong> 300<br />

a.C. com o estabelecimento da igualda<strong>de</strong> civil, política e<br />

religiosa entre as duas classes. Os plebeus obtêm assim<br />

o reconhecimento <strong>do</strong>s seus representantes <strong>de</strong> classe (os<br />

tribunos) e a criação da Assembleia da Plebe.<br />

A eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma lei <strong>de</strong> concessão da cidadania<br />

romana a to<strong>do</strong>s os povos itálicos falha em 121 a.C., e<br />

Caio, seu proponente, faz-se matar por um escravo. E em<br />

91 a.C., mais uma vez a lei <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> cidadania<br />

aos alia<strong>do</strong>s itálicos é rejeitada e Druso, seu autor, é<br />

assassina<strong>do</strong>. Durante os <strong>ano</strong>s 90-89 a.C., a península<br />

ibérica é agitada por revoltas <strong>do</strong>s povos itálicos, que, após<br />

encarniçada luta, conseguem a igualda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s direitos<br />

pela Lex Plautia Papira. No <strong>ano</strong> 73 a.C. estala em Capula<br />

uma revolta <strong>de</strong> escravos, só <strong>do</strong>is <strong>ano</strong>s <strong>de</strong>pois venci<strong>do</strong>s<br />

por Licínio Crasso. Júlio César também se consagrou à<br />

<strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> povo (que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> resto por seu her<strong>de</strong>iro)<br />

contra os privilégios da romanida<strong>de</strong> e é também vítima,<br />

por isso, <strong>de</strong> uma conjura por parte da velha romanida<strong>de</strong><br />

ofendida.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, Séneca, cultor <strong>do</strong> estoicismo e analista<br />

penetrante <strong>do</strong> coração hum<strong>ano</strong>, falava já com acentos<br />

que pareciam prever um mun<strong>do</strong> novo, e muitos homens<br />

começaram a sentir no espírito direitos capazes <strong>de</strong><br />

se sobrepor ao po<strong>de</strong>r absoluto <strong>do</strong>s Césares, tu<strong>do</strong> isto<br />

através <strong>de</strong> uma receita muito simples: a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que<br />

to<strong>do</strong>s os homens são iguais e irmãos, concepção que<br />

seria expandida pelo Cristianismo que veio dar expressão<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 31


ESCRITOS<br />

à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s os homens são filhos <strong>de</strong> Deus e cada<br />

homem é feito também à Sua imagem. Porém, enquanto<br />

Aristóteles fundamentava a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> jurídica nas<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s da natureza, ao contrário Séneca afirmava<br />

a igualda<strong>de</strong> jurídica apoian<strong>do</strong>-se na igualda<strong>de</strong> natural.<br />

Mas o mun<strong>do</strong> helénico e rom<strong>ano</strong> <strong>de</strong>finira-se, em geral,<br />

em favor da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> quase essencial entre os<br />

homens, ao dividi-los em bárbaros por um la<strong>do</strong> e gregos<br />

e rom<strong>ano</strong>s por outro.<br />

Nos princípios <strong>do</strong> século III, entre os gregos, Clemente<br />

Alexandrino afirmava em favor da igualda<strong>de</strong> que “se<br />

<strong>de</strong>vem tratar os cria<strong>do</strong>s como nós mesmo, porque são<br />

homens como nós” (Paedagogus 11,12, MG8, 6-71).<br />

Outro homem que se <strong>de</strong>staca em toda a Antiguida<strong>de</strong> pela<br />

sua <strong>do</strong>utrina igualitária é o teólogo S. Gregório <strong>de</strong> Nissa.<br />

(Continua)<br />

32<br />

Paula Costa, Professora <strong>de</strong> Filosofia<br />

Os Juros no IMPE<br />

“Investir em conhecimentos ren<strong>de</strong> sempre melhores<br />

juros” (Benjamin Franklin). Foi na perspectiva <strong>do</strong><br />

investimento profissional e pessoal que me candidatei<br />

a uma vaga no <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />

(IMPE), da qual tinha toma<strong>do</strong> conhecimento através <strong>de</strong><br />

uma colega, Dr.ª Teresa Santos, <strong>do</strong> mesmo grupo <strong>de</strong><br />

recrutamento (Matemática).<br />

Não foi por acaso que tomei esta <strong>de</strong>cisão, uma vez<br />

que no <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong> transacto aceitei um convite <strong>para</strong><br />

partilhar a leccionação <strong>de</strong> quatro aulas à turma B <strong>do</strong><br />

7.º <strong>ano</strong>. Nesta minha primeira experiência no IMPE,<br />

recorremos às novas tecnologias, nomeadamente ao<br />

software <strong>de</strong> geometria, The Geometer’s Sketchpad*,<br />

passan<strong>do</strong> a dinâmica das aulas pelo uso <strong>do</strong> quadro<br />

interactivo. A interacção com a turma foi fácil, revelan<strong>do</strong>-<br />

-se os alunos atentos e colocan<strong>do</strong> questões pertinentes.<br />

Para além da sala <strong>de</strong> aula, o acolhimento pelos colegas<br />

foi agradável, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> estes interesse na troca <strong>de</strong><br />

experiências e abertura a futuras situações <strong>de</strong> partilha<br />

<strong>de</strong> aulas.<br />

Não é assim <strong>de</strong> estranhar que, toman<strong>do</strong> conhecimento<br />

da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong>sta instituição, não<br />

tenha hesita<strong>do</strong> em candidatar-me ao lugar disponível – e<br />

da<strong>do</strong> o conhecimento e experiência adquiri<strong>do</strong>s aquan<strong>do</strong><br />

da participação no projecto <strong>de</strong> Geometria Dinâmica,<br />

tenho a certeza <strong>de</strong> vir a obter os melhores juros <strong>de</strong>ste<br />

investimento.<br />

Isilda Nunes<br />

Docente <strong>do</strong> grupo<br />

<strong>de</strong> recrutamento 500<br />

(Matemática)<br />

* Programa <strong>de</strong><br />

geometria dinâmica.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Projecto <strong>de</strong> Geometria Dinâmica<br />

No passa<strong>do</strong> <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, o meu primeiro <strong>ano</strong> no IMPE,<br />

pensei, aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> tratamento <strong>do</strong> tema “semelhança <strong>de</strong><br />

figuras”, em <strong>de</strong>senvolver com os alunos da turma B <strong>do</strong><br />

7.º <strong>ano</strong> um projecto <strong>de</strong> Geometria utilizan<strong>do</strong> um software<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e recorren<strong>do</strong> às novas tecnologias (sala <strong>de</strong><br />

informática e quadro interactivo). Assim, <strong>para</strong> colaborar<br />

neste trabalho, convi<strong>de</strong>i duas <strong>do</strong>centes da Escola<br />

Secundária com 3º Ciclo Seomara da Costa Primo (as<br />

professoras Catarina Venâncio e Isilda Nunes). Conheço<br />

a Professora Isilda Nunes há alguns <strong>ano</strong>s e, a convite<br />

<strong>de</strong>sta, já tinha <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> um projecto análogo na sua<br />

escola, on<strong>de</strong> conheci também a Professora Catarina<br />

Venâncio. Em ambos os projectos, o programa <strong>de</strong><br />

geometria dinâmica “The Geometer’s Sketschpad (GSP)<br />

foi a ferramenta usada e explorada.<br />

Para implementar estas aulas, pedimos a<br />

colaboração <strong>do</strong> Professor António Gonçalves que<br />

ace<strong>de</strong>u em pôr à minha disposição quatro aulas <strong>de</strong><br />

Estu<strong>do</strong> Acompanha<strong>do</strong>.<br />

Durante três aulas foram dadas aos alunos noções<br />

básicas <strong>de</strong> GSP. Na quarta aula foi, finalmente, realizada<br />

a ficha com a tarefa proposta.<br />

De uma maneira geral, as aulas foram consi<strong>de</strong>radas<br />

pelos alunos como interessantes e estimulantes,<br />

facilitan<strong>do</strong> a aprendizagem <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s que,<br />

lecciona<strong>do</strong>s apenas com os recursos “clássicos” <strong>de</strong> uma<br />

sala <strong>de</strong> aula, levariam mais tempo a serem adquiri<strong>do</strong>s e<br />

consolida<strong>do</strong>s.<br />

As professoras convidadas gostaram da experiência.<br />

No balanço final consi<strong>de</strong>raram que a mesma “permitiu,<br />

não só um gran<strong>de</strong> enriquecimento a nível <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias como<br />

também a com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> práticas pedagógicas”.<br />

Teresa Santos, Professora <strong>de</strong> Matemátia


Invadi<strong>do</strong>s e Invasores<br />

Temos vin<strong>do</strong> a testemunhar, ao longo <strong>do</strong>s tempos,<br />

um imenso processo <strong>de</strong> uniformização e <strong>de</strong> difusão <strong>de</strong><br />

uma cultura global. Mas paremos <strong>para</strong> pensar. Será isto<br />

bom sinal?<br />

Nos últimos <strong>ano</strong>s, tem vin<strong>do</strong> a ser notório que to<strong>do</strong>s<br />

usamos roupas <strong>de</strong> marcas que não são fabricadas em<br />

Portugal; incluímos nos nossos hábitos alimentares<br />

pratos <strong>de</strong> gastronomias estrangeiras; vemos filmes em<br />

inglês e cantamos em espanhol!<br />

Tu<strong>do</strong> isto nos leva a pensar e a questionar on<strong>de</strong><br />

anda a nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> anda a nossa cultura?<br />

Estamos a ser “invadi<strong>do</strong>s” por to<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

“marcas mundiais” e por padrões <strong>de</strong> consumo cada vez<br />

mais homogéneos.<br />

Portugal tem, <strong>de</strong> alguma forma, <strong>de</strong> criar uma “barreira”<br />

<strong>de</strong> protecção à sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural e o “Actimel” não<br />

chega! É necessário Educar <strong>para</strong> Valorizar. A educação<br />

e o gosto pelo que é português têm que chegar aos<br />

mais novos. Como é óbvio, não me refiro apenas à<br />

obrigação da leitura da obra <strong>de</strong> Camões, Os Lusíadas,<br />

ou <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s romances <strong>de</strong> Saramago, mas também<br />

aos jogos tradicionais, à sopa ou à música portuguesa…<br />

Enfim, preservar um pouco aquilo que é nosso, que é<br />

português.<br />

O Mun<strong>do</strong> entrou no portal da uniformização, mas<br />

os miú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> hoje são a força da nossa resistência à<br />

invasão das culturas estrangeiras que nos tomam muito<br />

por culpa da evolução <strong>do</strong>s transportes e, sobretu<strong>do</strong>, das<br />

TIC, que diariamente fazem chegar até nós música em<br />

inglês e séries televisivas americanas.<br />

Mas alto aí, somos só nós os invadi<strong>do</strong>s? Claro<br />

que não. Nós, portugueses, também somos invasores.<br />

Quem é que na China não conhece o Figo ou o Cristi<strong>ano</strong><br />

Ronal<strong>do</strong>? Quem é que não conhece a Amália Rodrigues<br />

nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América? Quem é que, em<br />

Espanha, nunca ouviu falar <strong>do</strong> Algarve, nunca comeu<br />

um Pastel <strong>de</strong> Belém?<br />

Pois é, somos um país que também é “invasor” e<br />

que está a expandir a sua cultura <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XV.<br />

Para quem não sabe, a Globalização é um fenómeno<br />

muito antigo, que se iniciou no século XV com os<br />

Descobrimentos Portugueses.<br />

Importa então pensar: será que a “Cultura Global”<br />

e todas estas “invasões” são boas? O universalismo<br />

das culturas e <strong>do</strong>s valores, embora esteja em plena<br />

expansão, é, também, objecto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> contestação.<br />

A generalização <strong>de</strong> uma “cultura <strong>de</strong> massas” que impõe<br />

o global ao local está, muitas vezes, a <strong>de</strong>struir as<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s nacionais e locais.<br />

ESCRITOS<br />

Inegável é, sem dúvida, que a globalização tem as<br />

suas vantagens e os seus inconvenientes. No entanto,<br />

só cada um <strong>de</strong> nós como “invadi<strong>do</strong>s e invasores” po<strong>de</strong><br />

avaliar os seus impactos, pois recebemos e usamos a<br />

informação <strong>de</strong> forma diferente!<br />

Já alguém disse que somos “To<strong>do</strong>s diferentes, to<strong>do</strong>s<br />

iguais” ou terá si<strong>do</strong> “To<strong>do</strong>s iguais, to<strong>do</strong>s diferentes”?<br />

Aluno 54, Jorge Dias, 12º B<br />

Exercício <strong>de</strong> Escrita Criativa<br />

Estudámos o auto-retrato no <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong> passa<strong>do</strong>,<br />

no terceiro perío<strong>do</strong>, inseri<strong>do</strong> nos textos <strong>de</strong> carácter<br />

autobiográfico, na disciplina <strong>de</strong> Português – 10º <strong>ano</strong>.<br />

Foram aborda<strong>do</strong>s poemas <strong>de</strong> Bocage e <strong>de</strong> Alexandre<br />

O’Neill on<strong>de</strong> os próprios se caracterizam escreven<strong>do</strong><br />

“Magro, <strong>de</strong> olhos azuis, carão moreno…” e “O’Neill<br />

(Alexandre), moreno português, / cabelo asa <strong>de</strong> corvo;<br />

da angústia da cara…”.<br />

A este propósito, em contexto <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula, foi<br />

pedi<strong>do</strong> aos alunos que <strong>de</strong> forma sincera, criativa e<br />

anónima, fizessem o seu auto-retrato partin<strong>do</strong> <strong>do</strong>s textos<br />

supracita<strong>do</strong>s. Queremos partilhar convosco o resulta<strong>do</strong>,<br />

pedin<strong>do</strong> que tentem adivinhar <strong>de</strong> quem se trata. Boa<br />

sorte!<br />

1- Magro e <strong>de</strong> média estatura<br />

Olhos algo esver<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s<br />

De cabelos, agora, acastanha<strong>do</strong>s<br />

Em tempos como a luz <strong>do</strong> sol pura.<br />

Luz esta que reflecte nos seus ombros<br />

E lhe conce<strong>de</strong> muitas responsabilida<strong>de</strong>s.<br />

Pessoa <strong>de</strong> muitas amiza<strong>de</strong>s<br />

Que <strong>de</strong>testa estragos e escombros.<br />

2- Pilão português, <strong>de</strong> naturalida<strong>de</strong> portuguesa<br />

Rapaz <strong>do</strong> norte, <strong>de</strong> altura mediana<br />

Olhos castanhos, preto o cabelo.<br />

A<strong>do</strong>ro calor, principalmente no Verão<br />

Sair à noite e <strong>de</strong> meninas!<br />

Com ar heróico e nada temeroso<br />

Cheio <strong>de</strong> talentos mas não revela<strong>do</strong>s.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 33


ESCRITOS<br />

34<br />

3- Vin<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> nome estranho<br />

Que, embora pouco, ainda tem seu encanto.<br />

Gor<strong>do</strong> e feliz em ser assim<br />

Eis algumas qualida<strong>de</strong>s que vejo em mim.<br />

Sou simples e mo<strong>de</strong>sto,<br />

Embora jogue futebol com o pé esquer<strong>do</strong><br />

A escrever sou <strong>de</strong>stro.<br />

Sou diverti<strong>do</strong> até fartar<br />

E agora an<strong>do</strong> a fazer dieta<br />

Para não voltar a engordar.<br />

De to<strong>do</strong>s os jogos quero ser vence<strong>do</strong>r<br />

Embora por vezes não consiga,<br />

Não sou mau per<strong>de</strong><strong>do</strong>r.<br />

4- Alto nem por isso,<br />

Leve talvez um pouco,<br />

Belo <strong>de</strong> certeza,<br />

Irritante mas com gosto.<br />

Cala<strong>do</strong> eu não sou,<br />

Amável consigo ser<br />

Sou tal e qual o meu avô.<br />

Teimoso não me conheço,<br />

Risonho não pareço,<br />

Elegante talvez <strong>de</strong> mais.<br />

Não posso<br />

Ser perfeito<br />

Esperto e tu<strong>do</strong> mais!<br />

5- Com uns gran<strong>de</strong>s olhos escuros<br />

De cabelo curto acastanha<strong>do</strong><br />

Lembram-me os abismos profun<strong>do</strong>s<br />

E as suas memórias <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />

As minhas mãos são fortes<br />

Como um roche<strong>do</strong> imponente<br />

No mar bem assente<br />

Que impressiona toda a gente.<br />

As minhas faces acentuadas são<br />

De cor igual à <strong>do</strong> coração<br />

Contrasta com as minhas mãos.<br />

A coragem é gran<strong>de</strong>,<br />

Assim como a teimosia,<br />

Alguém como eu nunca antes havia…<br />

6- Magro, bem alta torre<br />

De olhos castanhos chocolate.<br />

Dois remoinhos no cabelo preto<br />

Narigueta, um monte saí<strong>do</strong> da figura.<br />

É filho <strong>de</strong> Portugal.<br />

Muito orgulho e paixão<br />

Tem pela sua pátria querida.<br />

Militar será <strong>para</strong> sempre.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Procura ser amigo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s.<br />

Tem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si,<br />

Algum tempo perdi<strong>do</strong> e confuso.<br />

No coração ele o tem,<br />

No futuro lá ficará.<br />

Será Pilão até morrer!<br />

7- Podia arranjar muitos adjectivos <strong>para</strong> me<br />

caracterizar<br />

Mas talvez não mereça!<br />

Apenas uma coisa me <strong>de</strong>ixa a pensar –<br />

É o trabalho ou algo que se pareça.<br />

Faço da audição<br />

Meu senti<strong>do</strong> primário,<br />

Meus olhos são escuridão,<br />

Minha pele não o contrário.<br />

Poucos são os amigos,<br />

e muitos os conheci<strong>do</strong>s.<br />

Quem não me conheça,<br />

Que me julgue…<br />

Da vida faço aventura,<br />

Do <strong>de</strong>scanso travessura.<br />

8- Média estatura, moreno lusit<strong>ano</strong>.<br />

Suposto cabelo liso, curto por obrigação,<br />

Olhos acastanha<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s nuns olhos <strong>de</strong><br />

Lobo Solitário,<br />

Nariz como tantos outros mas mesmo assim<br />

inigualável.<br />

Rosto marca<strong>do</strong> por muitos altos e baixos que<br />

Nunca <strong>de</strong>monstra a sua verda<strong>de</strong>ira faceta.<br />

Há mais em mim <strong>do</strong> que salta à vista pois<br />

Gosto <strong>de</strong> ver e <strong>de</strong> observar antes <strong>de</strong> falar!<br />

Nunca realmente feliz, nunca realmente triste,<br />

Há quem em mim veja um puro dilema,<br />

Mas poucos sabem que morrer por quem amo não é<br />

problema.<br />

Serei bom? Serei mau? Jamais alguém irá saber,<br />

Pois em assuntos <strong>de</strong> Pura Ética,<br />

São muitas as perguntas, <strong>para</strong> tão poucas<br />

respostas.<br />

9- Quem sou eu?<br />

Um Pilão<br />

E com muito gosto.<br />

Faço continência ao capitão<br />

Com aspecto moreno e robusto.<br />

Sou moreno,<br />

Um rapaz com ternura.<br />

Não sen<strong>do</strong> eu pequeno,<br />

De cabeça livre e escura.


Para fazer este texto<br />

Muito trabalho me custou<br />

Foi a professora que pediu.<br />

Que dizer? A turma ela obrigou!<br />

10- Algo que sou, é ser ambicioso.<br />

Ajuda não a nego.<br />

Fiel é mais um <strong>do</strong>s meus <strong>do</strong>tes<br />

Algo que também sou é ser repreensivo.<br />

Faço algo!! Não sei muito bem o que é!?<br />

Ah, já sei !! Creio em Jesus Cristo.<br />

Morada é a <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> urbana.<br />

Ao amor… sorte tenho nele.<br />

Quan<strong>do</strong> lisonjea<strong>do</strong> sou, fico muito honra<strong>do</strong>.<br />

O que gosto <strong>de</strong> fazer é sonhar e amar.<br />

11- Sou magro, moreno e meão,<br />

Tenho cabelos castanhos<br />

E estu<strong>do</strong> no Pilão!<br />

No Pilão estu<strong>do</strong><br />

Para um bom futuro ter.<br />

No Pilão apren<strong>do</strong><br />

Para um dia saber ser!<br />

Felicida<strong>de</strong> e honestida<strong>de</strong><br />

Fazem parte <strong>de</strong> mim.<br />

Digo sempre a verda<strong>de</strong><br />

E luto por ela até ao fim.<br />

Para acabar<br />

Vou apenas dizer,<br />

Que costumo sempre me esforçar<br />

Em tu<strong>do</strong> o que tento fazer.<br />

12- De menino bem constituí<strong>do</strong>,<br />

Passei a a<strong>do</strong>lescente elegante.<br />

Não me lembro como era em criança<br />

Mas agora, digo-vos, sou um bom falante.<br />

Vai<strong>do</strong>so com o meu cabelo,<br />

Não com nariz abatata<strong>do</strong>,<br />

Já me chamaram patu<strong>do</strong><br />

A REVISTA<br />

“QUERER É PODER”<br />

TEM A PERIODICIDADE DE 3 NÚMEROS POR ANO<br />

ACEITAM-SE ASSINATURAS (4€)<br />

OU DONATIVOS<br />

Mas sinto-me bem com o calça<strong>do</strong>.<br />

Com mãos gran<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>lgadas,<br />

Tinha jeito <strong>para</strong> ser cirurgião,<br />

Médico ou <strong>de</strong>ntista,<br />

Mas antes, valoroso capitão.<br />

Com muita garra e astúcia,<br />

Sei obe<strong>de</strong>cer <strong>para</strong> um dia<br />

Po<strong>de</strong>r mandar e abraçar,<br />

Uma gloriosa carreira militar.<br />

13- Forte, nem muito baixo<br />

Nem muito alto.<br />

Nunca machista mas sempre macho.<br />

Nem muito bonito<br />

Nem muito feio.<br />

Entre beleza e feiura, estou no meio.<br />

Embora às vezes me sinta esquisito.<br />

Nome: _______________________________________________<br />

Contacto: __________________ E -mail: ____________________<br />

Quantia: ___________________ NIB: 0781 0112 01120011700 60<br />

ESCRITOS<br />

Outrora perdi<strong>do</strong> nessa estranha pista<br />

Que se chama Vida.<br />

On<strong>de</strong> o ódio <strong>do</strong>mina a alma e ela fica perdida.<br />

Vivo agora consoante uma crença he<strong>do</strong>nista.<br />

Sentin<strong>do</strong> a vida com muita vivacida<strong>de</strong><br />

Nesse mun<strong>do</strong> injusto<br />

Ro<strong>de</strong>a<strong>do</strong> <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>.<br />

Sou o meu pior e o meu melhor amigo<br />

Temo-me mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>.<br />

Sou o meu maior perigo!<br />

Os alunos <strong>do</strong>s 10º A e B<br />

Este cupão po<strong>de</strong> ser fotocopia<strong>do</strong><br />

Enviar <strong>para</strong> <strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército - Secção <strong>de</strong> Logística<br />

Estrada <strong>de</strong> Benfica 374, 1549-016 Lisboa<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 35


ESCRITOS<br />

36<br />

O Ritmo <strong>do</strong> Silêncio<br />

Tente encontrar o silêncio…<br />

Viu! Não conseguiu.<br />

Tenho-me <strong>de</strong>bati<strong>do</strong> com o mesmo problema há<br />

já algum tempo. Em qualquer momento e lugar, algo<br />

está constantemente a soar. E começo a achar que é<br />

impossível isso não acontecer.<br />

Por mais profun<strong>do</strong> que seja o silêncio, o nosso ritmo<br />

cardíaco está sempre a marcar o compasso da melodia<br />

que trespassa o nosso tímp<strong>ano</strong>. A própria escrita <strong>de</strong>sta<br />

crónica envolve uma completa orquestra <strong>de</strong> sons e ritmos<br />

coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s, que englobam o bater das teclas <strong>do</strong> tecla<strong>do</strong>,<br />

vários suspiros, movimentos <strong>do</strong>s membros e da ca<strong>de</strong>ira<br />

da secretária e até um piscar <strong>de</strong> olhos.<br />

A isto tu<strong>do</strong> que consigo ouvir <strong>de</strong>signei <strong>de</strong> música. Sim,<br />

música! Óbvio, incomparável àqueles <strong>de</strong>cibéis quase<br />

imperceptíveis saí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pequenos aparelhos e às vezes<br />

até <strong>de</strong> colunas gigantes, mas a música é muito mais<br />

que isso. Acho que po<strong>de</strong>mos chamar música à mínima<br />

vibração que captamos e interpretamos <strong>de</strong> maneiras<br />

diferentes, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>.<br />

Para mim a música ou talvez até lhe chame somente<br />

som é um passatempo. Às vezes abafo a solidão com<br />

um simples ritmo marca<strong>do</strong> pela cadência <strong>do</strong> meu passo,<br />

com um tími<strong>do</strong> estalar <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong>s ou até mesmo com<br />

uma palmada no peito. É incrível como o ser hum<strong>ano</strong> se<br />

entretém com simples zuni<strong>do</strong>s…<br />

E agora? Já sabe o que é o silêncio?<br />

Posso dizer-lhe que nem um sur<strong>do</strong> o consegue<br />

saber.<br />

Silêncio é a ausência <strong>de</strong> ritmo e tu<strong>do</strong> o que vive tem<br />

cadência…<br />

Trabalho Livre <strong>do</strong> aluno Bruno Prata <strong>do</strong> 11ºA<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Um Amigo<br />

Um amigo é uma pessoa com quem po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>sabafar quan<strong>do</strong> precisamos e em quem po<strong>de</strong>mos<br />

confiar e, especialmente, brincar. É alguém que te ajuda<br />

e te protege; é alguém especial.<br />

Um amigo, <strong>para</strong> mim, é alguém que conhece os teus<br />

segre<strong>do</strong>s, que é justo e verda<strong>de</strong>iro contigo; é uma pessoa<br />

que nunca atraiçoa e te ajuda nos tempos mais críticos; é<br />

uma pessoa que, se for por ti, dá tu<strong>do</strong> por ti.<br />

Eu tenho um lema: um por to<strong>do</strong>s e to<strong>do</strong>s por um.<br />

Pedro Gorjão, nº19, 5ºA<br />

A amiza<strong>de</strong> <strong>para</strong> mim é uma coisa bonita, linda, graciosa<br />

e não se troca a amiza<strong>de</strong> por nada <strong>de</strong>ste mun<strong>do</strong>.<br />

A amiza<strong>de</strong> é termos um amigo no nosso coração,<br />

estarmos juntos e alegres.<br />

Eu tenho um amigo que está sempre comigo e<br />

quan<strong>do</strong> entro no IMPE fico cheio <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse meu<br />

amigo. Às vezes choro com sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>le, não aguento<br />

um minuto sem esse meu amigo, mas tenho <strong>de</strong> superar<br />

tu<strong>do</strong> isso. Sinto por ele um amor profun<strong>do</strong>. Tenho muitos<br />

amigos, mas este é muito especial. Vou revelar o meu<br />

amigo a quem eu amo profundamente: o meu amigo é a<br />

minha mãe.<br />

Diogo Marques, nº185, 5ºA


Perdi<strong>do</strong>s Entre Fronteiras<br />

A pequena reflexão que se segue resulta da leitura<br />

da obra Fronteiras Perdidas <strong>do</strong> escritor angol<strong>ano</strong> José<br />

Eduar<strong>do</strong> Agualusa. Num mun<strong>do</strong> que se caracteriza,<br />

cada vez mais, pela ausência <strong>de</strong> fronteiras: geográficas,<br />

políticas, económicas…, qual será realmente o nosso<br />

lugar?<br />

Partimos solitários, caminheiros viajantes sem horas<br />

e sem tempo, no trilho <strong>de</strong> um narra<strong>do</strong>r que nos leva a<br />

percorrer os caminhos <strong>do</strong> real e <strong>do</strong> onírico. Entre Luanda<br />

e o Recife, Lisboa e Berlim, o espaço vai atropelan<strong>do</strong><br />

o tempo, teiman<strong>do</strong> em dizer-nos que já não existem<br />

fronteiras. A viagem impõe-se itinerantemente e o leitor<br />

não encontra lugar <strong>de</strong> morança, apenas <strong>de</strong> repouso<br />

momentâneo e fugaz.<br />

São inúmeras as não existentes fronteiras com as<br />

quais nos <strong>de</strong><strong>para</strong>mos. Instantaneamente, <strong>de</strong>ixamos<br />

Angola <strong>para</strong> nos encontrarmos em Lisboa, senta<strong>do</strong>s no<br />

banco <strong>de</strong> trás <strong>de</strong> um táxi on<strong>de</strong> há dias se tinha instala<strong>do</strong><br />

o messias. É o jornalista o novo conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> histórias.<br />

Reais ou Imaginárias?<br />

A obra principia com a lição <strong>do</strong> Lagarto. A primeira das<br />

travessias <strong>de</strong>corre em Angola, cenário <strong>de</strong> guerras e <strong>de</strong><br />

lutas. O primeiro encontro é trava<strong>do</strong> com o Velho e com<br />

os seus Lagartos, mesmo ali, à beira da estrada, ponto<br />

<strong>de</strong> partida. Exalan<strong>do</strong> a sabe<strong>do</strong>ria, o Velho, e a razão, o<br />

Lagarto, surgem no caminho <strong>do</strong>s viajantes com o intuito <strong>de</strong><br />

os alertarem. O riso insistente, irónico e consequentemente<br />

aterroriza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> réptil <strong>de</strong>sarmam a personagem que o<br />

não enten<strong>de</strong> e o mata. A ofensa que constitui ar<strong>de</strong> como<br />

sal em ferida por sarar. O riso sarcástico é <strong>de</strong> alguém que<br />

conhece e <strong>de</strong>nuncia aos próprios homens a mediocrida<strong>de</strong><br />

humana que os caracteriza e que ignorantemente não<br />

aceitam.<br />

No segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pequenos textos, Os Mistérios <strong>do</strong><br />

Mun<strong>do</strong>, o avião é o espaço on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senrola outra<br />

viagem. O ar é o <strong>do</strong>mínio das i<strong>de</strong>ias, <strong>do</strong> pensamento e <strong>do</strong><br />

espírito. A levitação permite a libertação <strong>do</strong> ser hum<strong>ano</strong><br />

<strong>do</strong> Eu terreno. O acesso ao celestial é espiritualmente<br />

purifica<strong>do</strong>r. É neste contexto que se encontram, la<strong>do</strong><br />

a la<strong>do</strong>, cruzan<strong>do</strong> os céus, um feiticeiro e o narra<strong>do</strong>r-<br />

-personagem. A metamorfose sofrida, no interior <strong>do</strong> avião,<br />

pelo feiticeiro, é, quanto a nós, símbolo da transformação<br />

interior que o aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong>s limites terrenos permite e<br />

pressupõe. Visto ser <strong>de</strong>tentor <strong>do</strong>s seus po<strong>de</strong>res sombrios,<br />

o feiticeiro tem naturalmente uma atitu<strong>de</strong> positiva perante<br />

o inconsciente e, estan<strong>do</strong> num contexto privilegia<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

a sua libertação, dá-lhe asas e <strong>de</strong>ixa-o solto por uns<br />

instantes. A razão <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os passageiros ainda não se<br />

tinha <strong>de</strong>sliga<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cordões terrestres, daí a <strong>de</strong>núncia e<br />

o não entendimento da transformação daquele em cobra.<br />

Incrédulo, o conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> histórias não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> registar<br />

mais esta. Trata-se obviamente <strong>de</strong> mais uma travessia.<br />

ESCRITOS<br />

Noutro <strong>do</strong>s pequenos episódios ofereci<strong>do</strong>s, o<br />

narra<strong>do</strong>r-personagem sonha que viaja num comboio<br />

através <strong>de</strong> um túnel. Toman<strong>do</strong> ambos, comboio e túnel,<br />

simbolicamente, verificamos que, <strong>de</strong> facto, se trata <strong>de</strong><br />

um caminho em direcção ao transcen<strong>de</strong>nte. A travessia<br />

obscura e <strong>do</strong>lorosa, inquieta e angustiante nada mais é<br />

que uma tomada <strong>de</strong> consciência e <strong>de</strong> evolução psíquica<br />

que conduz à nova vida. Sen<strong>do</strong> um sonho, filho <strong>do</strong> cansaço<br />

e da noite, <strong>de</strong>spoleta<strong>do</strong> pela vida real, arriscamo-nos a<br />

dizer que se trata <strong>de</strong> uma continuação da viagem feita<br />

fora <strong>do</strong> Eu. É <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Eu que se mascara no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

se adaptar à linguagem <strong>do</strong> inconsciente, transforman<strong>do</strong>-<br />

-se em fórmula e sabe<strong>do</strong>ria orienta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> mais uma<br />

etapa da vida.<br />

Diremos, então, que os símbolos semea<strong>do</strong>s no texto<br />

fazem repicar os sinos da nossa capela interior, ou seja,<br />

obrigam-nos a olhar <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro e a viajar no espaço<br />

infinito <strong>do</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> que encerramos em nós. O táxi,<br />

o avião, o vapor, o comboio e o próprio ascensor que<br />

nos levaria a Havana são os novos meios <strong>de</strong> transporte<br />

que utilizam o repórter e as personagens. Símbolos da<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> estar associa<strong>do</strong>s ao tema<br />

base <strong>de</strong> toda a composição: a viagem. Se, por um la<strong>do</strong>,<br />

ela é exterior e geograficamente <strong>de</strong>limitável, por outro, é<br />

interior e <strong>de</strong> difícil análise, uma vez que parte <strong>do</strong> consciente<br />

em direcção ao inconsciente. É aí que lhe per<strong>de</strong>mos o<br />

rasto fiel. Ficamos apenas com algumas marcas <strong>do</strong> seu<br />

percurso, que tentamos reconstituir. Mas nem sempre se<br />

parte <strong>do</strong> consciente, <strong>do</strong> real, <strong>do</strong> diálogo concreto. Vezes<br />

há em que o narra<strong>do</strong>r já se lança <strong>do</strong> seu próprio interior.<br />

O sonho é <strong>de</strong> tal um exemplo.<br />

Se continuarmos a acompanhar o jornalista,<br />

constatamos que as experiências adquiridas durante os<br />

dias <strong>de</strong> viagem se acumulam e são filtradas pela mente<br />

<strong>do</strong> narra<strong>do</strong>r. O imaginário coli<strong>de</strong> constantemente com o<br />

real sem pedir licença <strong>para</strong> invadir os seus territórios.<br />

Nem mesmo aquele cuja voz nós ouvimos saberá<br />

quais os limites a impor a tal invasão. Será mesmo<br />

pertinente <strong>de</strong>limitá-los? Tratar-se-á realmente <strong>de</strong> uma<br />

invasão? Ou apenas <strong>de</strong> uma dificulda<strong>de</strong> enorme em<br />

tentar manter distantes <strong>do</strong>is pólos que continuamente se<br />

interpenetram?<br />

Embora a obra nos surja como que raian<strong>do</strong> o fantástico,<br />

não arriscaremos tal <strong>de</strong>signação, uma vez que nunca nos<br />

libertamos totalmente <strong>do</strong> real. Sempre que o <strong>de</strong>ixamos<br />

momentaneamente é <strong>para</strong> a ele voltarmos <strong>de</strong> imediato.<br />

O Pássaro Branco, mensageiro <strong>do</strong>s céus, Saci Pererê,<br />

recepcionista <strong>de</strong> hotel <strong>de</strong> praia, não permanecem figuras<br />

<strong>do</strong> imaginário. O jornalista está lá <strong>para</strong> as puxar <strong>para</strong> a<br />

realida<strong>de</strong>; <strong>para</strong> nos fazer o relato das suas histórias. Não<br />

são importantes nem a verda<strong>de</strong> nem a verosimilhança. As<br />

narrativas surgem sem nunca nos quererem dizer se são<br />

reais ou fictícias.<br />

Ten<strong>do</strong> como cenário o quotidi<strong>ano</strong>, torna - se difícil<br />

<strong>para</strong> o leitor per<strong>de</strong>r as referências que propositadamente<br />

intercalam o mágico <strong>do</strong>s pequenos contos. Como aquelas<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 37


ESCRITOS<br />

Barbies e os carrinhos eléctricos que brilhavam na montra<br />

<strong>de</strong> uma loja durante a quadra natalícia, enquanto uma<br />

“senhora muito bonita” <strong>de</strong>scia <strong>do</strong> céu <strong>para</strong> dizer ao velho<br />

albino:” Tu és o Pai Natal.” Há sempre um fio perfeitamente<br />

estica<strong>do</strong> <strong>para</strong> que não caia nenhum <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> p<strong>ano</strong>.<br />

Talvez estejamos antes perante um pequeno <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong><br />

alegorias, que se suce<strong>de</strong>m em retalhos <strong>de</strong> texto sem se<br />

tornarem concretas e <strong>de</strong>finidas. São apenas sugestões.<br />

O subtítulo da obra, “Contos Para Viajar”, remete-nos<br />

igualmente, como tem vin<strong>do</strong> a ser <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>, <strong>para</strong> o<br />

universo <strong>do</strong> peregrino. As viagens são multidimensionais,<br />

pois aquele que as faz movimenta-se no exterior e no<br />

interior <strong>do</strong> Eu. Não são violadas apenas as linhas políticas<br />

e geográficas, mas sim e também as psicológicas e<br />

afectivas. O real e o sonho misturam-se e os relatos<br />

suce<strong>de</strong>m-se como uma montagem <strong>de</strong> curtas-metragens.<br />

O narra<strong>do</strong>r auto, homo e heterodiegético assume-se<br />

elemento unifica<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s pequenos episódios. Reduzi<strong>do</strong>s<br />

e concisos, estes têm o sabor da reflexão e a necessária<br />

abertura que nos <strong>de</strong>ixa adivinhar o túnel <strong>de</strong> passagem até<br />

ao conhecimento. A sabe<strong>do</strong>ria alcançada não chega a ser<br />

plastificada como se <strong>de</strong> uma lei se tratasse. É formulada<br />

pelo narra<strong>do</strong>r e <strong>de</strong>ixada à <strong>de</strong>riva no oce<strong>ano</strong>. Cabe ao<br />

leitor encontrá-la e <strong>de</strong>scodificá-la.<br />

Outra das tónicas que suporta a composição é a da<br />

origem, pertença.<br />

38<br />

“Não há mais lugar <strong>de</strong> origem<br />

A origem é existir<br />

Não me diga <strong>de</strong> on<strong>de</strong> eu sou,<br />

Eu sou, não sou, eu estou aqui.”<br />

Do negro vinil chegam até nós estes versos, canta<strong>do</strong>s<br />

baixinho por Rosana e Zélia, um duo <strong>de</strong> brasileiras<br />

radicadas em Frankfurt. Consi<strong>de</strong>ramos que os mesmos<br />

nos obrigam a pon<strong>de</strong>rar e a equacionar o verda<strong>de</strong>iro valor<br />

<strong>do</strong> Ser e <strong>do</strong> Estar; o novo lugar <strong>do</strong> homem no mun<strong>do</strong>.<br />

Não serão estas fronteiras perdidas também resulta<strong>do</strong> da<br />

vitória <strong>do</strong> Estar em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong> Ser? Ou simplesmente<br />

<strong>de</strong>veremos sobrepor a ambos a velha questão da<br />

Existência. Ser homem equivale a Estar e a Existir. On<strong>de</strong>?<br />

Já não interessa. As barreiras esbatem-se, a linguagem<br />

adquire um carácter globalizante, as fronteiras, essas,<br />

per<strong>de</strong>ram-se, obrigan<strong>do</strong>-nos a concluir que a nossa origem<br />

é existir e que moramos em qualquer lugar. Pertencemo-<br />

-nos em última instância, porque existimos.<br />

Quebra<strong>do</strong>s os limites geográficos, viajamos no<br />

espaço e no tempo, <strong>para</strong> que finalmente a viagem seja a<br />

<strong>do</strong> nosso existir.<br />

Vanda Magarreiro, Professora <strong>de</strong> Português<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

O IMPE na Evocação <strong>de</strong><br />

D. Nuno Álvares Pereira<br />

No dia 20 <strong>de</strong> Outubro, a Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Marinha<br />

promoveu uma sessão evocativa da figura <strong>de</strong> D. Nuno<br />

Álvares Pereira com a conferência “S. Nuno <strong>de</strong> Santa<br />

Maria: o Herói e o Santo”.<br />

Foram ora<strong>do</strong>res o Senhor Tenente General Alexandre<br />

<strong>de</strong> Sousa Pinto, Presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> História<br />

Militar, e o Senhor D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das<br />

Forças Armadas e <strong>de</strong> Segurança.<br />

A Delegação <strong>do</strong> IMPE, constituída pelas <strong>do</strong>centes<br />

<strong>de</strong> História, Marília Carvalhais Gama e Maria <strong>de</strong> Jesus<br />

Caimoto Duarte, e por <strong>do</strong>is alunos <strong>do</strong> 9º Ano, foi saudada<br />

pelo Senhor Almirante Vieira Matias, Presi<strong>de</strong>nte da<br />

Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Marinha, bem como pelos conferencistas<br />

com palavras <strong>de</strong> apreço e <strong>de</strong> incentivo.<br />

Os ora<strong>do</strong>res falaram <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>stável <strong>do</strong> Reino, junto<br />

d’El-Rei D. João I.<br />

D. Nuno consagrou a vida à <strong>de</strong>fesa da Pátria e ao<br />

serviço <strong>de</strong> Deus. Assegurou a in<strong>de</strong>pendência nacional<br />

num <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s mais críticos da nossa História logo<br />

após a morte <strong>de</strong> D. Fernan<strong>do</strong> com o grave problema <strong>de</strong><br />

sucessão ao trono <strong>de</strong> Portugal.<br />

D. Nuno foi o gran<strong>de</strong> vence<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Atoleiros e <strong>de</strong><br />

Aljubarrota contra os Castelh<strong>ano</strong>s.<br />

Foi um Chefe Militar muito à frente <strong>do</strong> seu tempo,<br />

principalmente na forma como estudava o terreno e o seu<br />

adversário. Já nessa altura tinha fama <strong>de</strong> Santo.<br />

Obtida e consolidada a paz, pediu <strong>para</strong> ser admiti<strong>do</strong><br />

como membro da Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> Carmo. Professou como<br />

simples irmão. Passou então a ser Frei Nuno <strong>de</strong> Santa<br />

Maria.<br />

Foi beatifica<strong>do</strong> em 1918 pelo Papa Bento XV e em<br />

Abril <strong>de</strong> 2009 foi a c<strong>ano</strong>nização <strong>do</strong> Beato Nuno pelo<br />

actual Papa Bento XVI.<br />

Herói e Santo, foi um <strong>do</strong>s maiores portugueses <strong>de</strong><br />

sempre.<br />

Professora, Mª Jesus Caimoto Duarte


Não Imigre. Circule!<br />

O que vos apresento tem a intenção <strong>de</strong> procurar<br />

sistematizar o tema da imigração, numa escola como a<br />

nossa que, cada vez mais, se abre à cooperação com<br />

os alunos oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s PALOP, e que conta no Batalhão<br />

Escolar com alunos <strong>de</strong> diferentes origens geográficas e<br />

socioculturais.<br />

O tema da emigração/imigração é, simultaneamente,<br />

melindroso <strong>para</strong> nos exigir uma reflexão atenta e liberta<br />

<strong>de</strong> preconceito e suficientemente actual <strong>para</strong> nos obrigar<br />

a compreen<strong>de</strong>r a razão da sua recorrente inclusão na<br />

agenda política <strong>de</strong> uma nação que já foi e ainda é <strong>de</strong><br />

emigrantes em busca <strong>de</strong> melhores oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Como estratégia <strong>de</strong> abordagem ao tema propomos<br />

uma macro divisão Norte/Sul, em que os movimentos <strong>de</strong><br />

pessoas constituem 3% da população mundial e revelam<br />

uma força <strong>de</strong> atracção irresistível <strong>do</strong> Norte sobre o Sul<br />

com consequências <strong>para</strong> ambos.<br />

Como forma <strong>de</strong> abordagem menos académica mas<br />

<strong>de</strong>sejavelmente mais eficaz, <strong>de</strong>cidimos sublinhar alguns<br />

<strong>do</strong>s conceitos que se nos apresentaram como <strong>de</strong>cisivos.<br />

Factos novos; reacções perigosas<br />

A análise actual sobre imigração tem como referência<br />

o que se passou e iniciou no 11 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2001,<br />

acontecimento que criou no Oci<strong>de</strong>nte um sentimento <strong>de</strong><br />

insegurança generaliza<strong>do</strong> e gerou um tipo <strong>de</strong> resposta<br />

violenta e proteccionista, sobretu<strong>do</strong> face à imigração<br />

muçulmana, que na Europa tem como <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> eleição<br />

a França, a Alemanha e a Inglaterra, levan<strong>do</strong> os países <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stino a erguer barreiras cada vez maiores à circulação<br />

<strong>do</strong> imigrante.<br />

Em Outubro <strong>de</strong> 2003, ainda podíamos sentir os ecos<br />

<strong>de</strong>sses acontecimentos.<br />

DN – dia 3 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2003 – Socieda<strong>de</strong> – Carlos<br />

Ferro:<br />

“Cartão à prova <strong>de</strong> falsificação <strong>para</strong> imigrantes;<br />

Combate ao terrorismo leva União Europeia a uniformizar<br />

autorizações <strong>de</strong> resistência; «Chip» vai permitir da<strong>do</strong>s<br />

biométricos.<br />

ESCRITOS<br />

Os cidadãos estrangeiros com autorização <strong>de</strong><br />

residência em Portugal, cerca <strong>de</strong> 210 mil, vão ter um<br />

<strong>do</strong>cumento à prova <strong>de</strong> falsificação ou contrafacção<br />

on<strong>de</strong>, a médio prazo, po<strong>de</strong>m ser introduzi<strong>do</strong>s num chip<br />

sem contracto, da<strong>do</strong>s biométricos, como a cor da íris e a<br />

impressão digital.<br />

Este cartão vai ter as dimensões <strong>do</strong> <strong>de</strong> multibanco,<br />

será uniforme na EU e representa uma das faces <strong>do</strong><br />

combate ao terrorismo. Pois, como referiu ao DN Manuel<br />

Palos, director-geral adjunto <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Estrangeiros<br />

e Fronteiras, «nestes tempos há muita apetência <strong>de</strong><br />

cidadãos não autoriza<strong>do</strong>s em títulos <strong>de</strong> residência». (…)<br />

Missão. A <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos falsos ou<br />

falsifica<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s pelas re<strong>de</strong>s terroristas é um <strong>do</strong>s<br />

maiores «combates» que a União Europeia enfrenta. O<br />

Conselho <strong>de</strong> Segurança aprovou mesmo uma resolução,<br />

a 1373, on<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifica as Filipinas, o Paquistão e a<br />

In<strong>do</strong>nésia como os países mas problemáticos a esse<br />

nível. ”<br />

DN – dia 7 <strong>de</strong> Outubro 2003 – em colaboração<br />

com o gabinete em Portugal <strong>do</strong> Parlamento Europeu, a<br />

propósito <strong>do</strong> projecto <strong>de</strong> Constituição Europeia saí<strong>do</strong> da<br />

Convenção Europeia.<br />

“União Europeia, um espaço <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

segurança e <strong>de</strong> justiça”.<br />

• Os <strong>de</strong>safios – O projecto <strong>de</strong> Constituição oferece<br />

à União Europeia os meios apropria<strong>do</strong>s <strong>para</strong> alcançar<br />

soluções à altura <strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios que a União enfrentará<br />

(como assegurar a livre circulação das pessoas, como<br />

lutar contra o terrorismo e os crimes graves, como gerir<br />

os fluxos migratórios). (…) A união po<strong>de</strong>rá gerir <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> integra<strong>do</strong> as suas fronteiras (por exemplo, com a<br />

constituição <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> que possa ajudar e apoiar<br />

as autorida<strong>de</strong>s fronteiriças nacionais nas suas tarefas <strong>de</strong><br />

controlo e vigilância <strong>de</strong> fronteira).<br />

• O direito <strong>de</strong> asilo – A União <strong>de</strong>verá <strong>do</strong>tar-<br />

-se <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira política comum em matéria <strong>de</strong><br />

asilo asseguran<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os que necessitam <strong>de</strong><br />

protecção internacional sejam efectivamente protegi<strong>do</strong>s.<br />

Actualmente, prevêem-se apenas regras mínimas, mas<br />

o projecto <strong>de</strong> constituição prevê já o estabelecimento <strong>de</strong><br />

um sistema comum europeu <strong>de</strong> asilo que introduz um<br />

estatuto uniforme <strong>para</strong> os refugia<strong>do</strong>s e procedimentos<br />

comuns.<br />

• Política <strong>de</strong> imigração – A União também irá<br />

criar uma política comum <strong>de</strong> imigração. Trata-se <strong>de</strong><br />

gerir eficazmente os fluxos migratórios, assegurar um<br />

tratamento justo <strong>do</strong>s imigrantes em situação regular <strong>de</strong><br />

residência e <strong>de</strong> prevenir e lutar contra a imigração ilegal e<br />

o tráfico <strong>de</strong> seres hum<strong>ano</strong>s.”<br />

Apesar <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os ecos e reacções que vamos<br />

testemunhan<strong>do</strong>, verificamos que uma política<br />

proteccionista dificilmente consegue estancar ou controlar<br />

eficazmente o fluxo e o movimento global <strong>de</strong> pessoas.<br />

Por exemplo, integração <strong>de</strong> 10 novos países no chama<strong>do</strong><br />

espaço europeu impõe a previsão <strong>de</strong> que, nos primeiros<br />

<strong>ano</strong>s, venham <strong>para</strong> os países ditos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s 335 mil<br />

novos imigrantes por <strong>ano</strong>.<br />

A Europa vai ganhan<strong>do</strong> consciência <strong>de</strong> que a<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 39


ESCRITOS<br />

globalização <strong>do</strong> comércio e <strong>do</strong> movimento <strong>de</strong> capitais<br />

não se po<strong>de</strong> se<strong>para</strong>r <strong>do</strong> movimento das pessoas.<br />

Oferta e procura minarão sempre qualquer tentativa<br />

proteccionista, e enquanto a oferta no chama<strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> for tão atractiva <strong>para</strong> a gran<strong>de</strong> massa <strong>do</strong><br />

Terceiro Mun<strong>do</strong> haverá sempre quem arrisque penetrar<br />

as barreiras, mesmo que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contentor fura<strong>do</strong><br />

por berbequim.<br />

Tu<strong>do</strong> isso faz mover as pessoas <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro das<br />

nossas fronteiras nacionais e europeias; se já não vêm<br />

por convite, como nas décadas <strong>de</strong> 50/60, vêm porque:<br />

• Os ganhos económicos são brutais;<br />

• Porque vivem em esta<strong>do</strong>s que se apresentam em<br />

falência – Somália;<br />

• Porque têm uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> amigos que os po<strong>de</strong><br />

receber;<br />

• Porque a diferença entre as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

uma vida num país <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, mesmo que na pirâmi<strong>de</strong><br />

social o lugar <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> ao imigrante seja o mais baixo<br />

e as consequências da estagnação e <strong>de</strong>finhamento que<br />

<strong>de</strong>correm da sua permanência no país <strong>de</strong> origem (ex:<br />

emigração <strong>de</strong> Leste <strong>para</strong> Portugal – médico – servente) é<br />

tão gran<strong>de</strong>, que os riscos a correr se tornam irrelevantes. É<br />

daqui que resulta o conceito <strong>de</strong> Miséria Dourada. Mesmo<br />

que sob o risco <strong>de</strong> não ter habitação condigna, sistema<br />

<strong>de</strong> segurança social, etc., o emigrante tem melhores<br />

condições <strong>de</strong> higiene, alimentação, segurança, no novo<br />

país, <strong>do</strong> que no país <strong>de</strong> origem.<br />

Se tomarmos mais especificamente a Europa como<br />

objecto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, já que EUA/Canadá/Austrália/Nova<br />

Zelândia são casos diversos, verificamos que a disposição<br />

<strong>do</strong> imigrante <strong>para</strong> o risco, <strong>para</strong> violar as regras, tem cria<strong>do</strong><br />

animosida<strong>de</strong> nos países <strong>de</strong> acolhimento. Apesar disso a<br />

Europa precisa <strong>de</strong> imigrantes <strong>para</strong> manter váli<strong>do</strong>s os seus<br />

sistemas <strong>de</strong> Segurança Social.<br />

Este é mais um <strong>do</strong>s actuais dilemas que po<strong>de</strong><br />

condicionar <strong>de</strong>cisões erradas.<br />

O espaço europeu mantém princípios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

comum como a igualda<strong>de</strong> entre os homens e mulheres,<br />

a universalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> voto, etc. Ora quan<strong>do</strong> a França<br />

(1/2 milhão <strong>de</strong> ilegais) e à Alemanha (1 milhão ilegais)<br />

chegam milhares <strong>de</strong> muçulm<strong>ano</strong>s, politicamente criam-se<br />

dificulda<strong>de</strong>s, e as <strong>de</strong>mocracias europeias não encontram<br />

respostas fáceis:<br />

• As mulheres não são consi<strong>de</strong>radas iguais por<br />

to<strong>do</strong>s aqueles que chegam;<br />

40<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

• A homossexualida<strong>de</strong> é atacada;<br />

• Existem <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong> apelo à violência<br />

no discurso <strong>de</strong> alguns Imãs.<br />

Relembremos a este propósito a notícia <strong>de</strong> uma<br />

criança muçulmana, recentemente expulsa <strong>de</strong> uma escola<br />

pública em França por se recusar a <strong>de</strong>stapar a cara e<br />

a <strong>de</strong>scobrir a cabeça, o que contrariava o Regulamento<br />

Interno da escola.<br />

Neste caso a França, afirman<strong>do</strong>-se como um Esta<strong>do</strong><br />

laico, vê-se confrontada com preceitos <strong>de</strong> uma religião que<br />

é importada; que lhe chega <strong>de</strong> fora, acompanhan<strong>do</strong> um<br />

fenómeno que o Esta<strong>do</strong> sente não conseguir controlar.<br />

Noutro ponto, ou em contraponto, relembramos o<br />

argumento <strong>do</strong> político <strong>de</strong> extrema direita Holandês Piet<br />

Fortuym recentemente assassina<strong>do</strong>.<br />

«Como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão se a<br />

expressão é o incitamento à violência?»<br />

A montante <strong>de</strong>stes problemas levantam-se ainda<br />

outras questões <strong>de</strong>cisivas sobre as quais importa<br />

reflectir:<br />

• Como controlar o fluxo? Levantan<strong>do</strong> barreiras à<br />

circulação?<br />

• Como integrar os que já cá estão?<br />

Relativamente à primeira questão <strong>de</strong> como controlar o<br />

fluxo, as respostas são diversas e procuraremos abordá-


-las gradualmente, no entanto, as estratégias <strong>de</strong> alguns<br />

países são merece<strong>do</strong>ras, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, da nossa atenção.<br />

Mais <strong>do</strong> que simplesmente travar, alguns esta<strong>do</strong>s<br />

preten<strong>de</strong>m seleccionar o que claramente exige formas <strong>de</strong><br />

controlo.<br />

The Economist, Novembro <strong>de</strong> 2008, suplemento,<br />

“The Longest Journey”.<br />

Por exemplo, a Alemanha e o Canadá com a intenção<br />

<strong>de</strong> «atrair cérebros» oferecem garantias <strong>de</strong> emprego e<br />

estabilida<strong>de</strong> a 20.000 imigrantes licencia<strong>do</strong>s. No entanto,<br />

apenas 12.000 se candidataram. A verda<strong>de</strong> é que os EUA<br />

pagam mais.<br />

Sobre este mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> atracção que os ricos exercem<br />

sobre os pobres “chaman<strong>do</strong>” os seus membros mais<br />

qualifica<strong>do</strong>s e também sobre as consequências que<br />

daí resultam, <strong>para</strong> ambos, as conclusões <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

apresenta<strong>do</strong> pelo jornal inglês são surpreen<strong>de</strong>ntes e<br />

como que contradizem o preconceito ou <strong>para</strong>digma que<br />

temos face ao imigrante e aos seus efeitos:<br />

No país <strong>de</strong> origem:<br />

• Quem sai é geralmente o mais bem pre<strong>para</strong><strong>do</strong> e<br />

o mais activo. Ex. Índia – quem sai representa 0,01% mas<br />

ganha o equivalente a 10% <strong>do</strong>s or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s <strong>do</strong> país;<br />

• Dá-se uma baixa na captação <strong>de</strong> impostos;<br />

• Em alguns casos ganha com volume <strong>de</strong> remessas<br />

<strong>do</strong>s imigrantes. Ex: a Albânia on<strong>de</strong> as remessas equivalem<br />

a 75% das exportações;<br />

• Alguns países em vias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

per<strong>de</strong>ram, com o fenómeno da emigração, 30% da sua<br />

força <strong>de</strong> trabalho mais qualificada;<br />

DN – dia 3 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2006 – Francisco Sarsfield<br />

Cabral.<br />

Pobres e Ricos<br />

“O Conselho Económico e Social <strong>de</strong> França consi<strong>de</strong>ra<br />

necessário receber, no país, mais <strong>de</strong>z mil imigrantes por<br />

<strong>ano</strong> <strong>do</strong>s que as que já lá entram, e não são poucos (perto<br />

<strong>de</strong> 100 mil imigrantes legais por <strong>ano</strong>, fora os outros).<br />

A França precisa <strong>de</strong> mais trabalha<strong>do</strong>res estrangeiros<br />

<strong>para</strong> as tarefas que os franceses se recusam a fazer,<br />

<strong>de</strong>smentin<strong>do</strong> uma vez mais o mito <strong>de</strong> que os imigrantes<br />

vêm tirar os empregos aos nacionais. Os imigrantes, diz o<br />

CES francês, são também indispensáveis <strong>para</strong> garantir o<br />

futuro das pensões <strong>de</strong> reforma e das prestações sociais.<br />

É que a baixa natalida<strong>de</strong> leva a que cada vez menos<br />

trabalha<strong>do</strong>res no activo <strong>de</strong>scontem <strong>para</strong> as reformas e<br />

<strong>para</strong> a segurança social <strong>do</strong>s outros – que ainda por cima<br />

(e felizmente), vivem hoje até mais tar<strong>de</strong>.<br />

Mas o CES francês adianta um outro da<strong>do</strong> inquietante.<br />

A França precisa, igualmente, <strong>de</strong> aumentar a imigração<br />

<strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res qualifica<strong>do</strong>s. Necessita, por exemplo,<br />

<strong>de</strong> mais médicos e <strong>de</strong> mais enfermeiros nos hospitais –<br />

venham, então, os médicos e os enfermeiros estrangeiros.<br />

Em França, um quarto <strong>do</strong>s médicos das urgências e um<br />

terço <strong>do</strong>s cirurgiões são, já hoje, <strong>de</strong> origem estrangeira.<br />

Algo que em Portugal começamos a conhecer. Em geral,<br />

ESCRITOS<br />

a França não está a formar um número suficiente <strong>de</strong><br />

pessoas com altas qualificações. Daí o imperativo <strong>de</strong><br />

recorrer a estrangeiros.<br />

Ora o reverso <strong>de</strong>sta atracção <strong>de</strong> pessoal qualifica<strong>do</strong><br />

pelos países ricos é altamente prejudicial <strong>para</strong> os<br />

países pobres. Já não basta que boa parte das poucas<br />

poupanças que nestes se geram tome o caminho <strong>do</strong>s<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Acresce que os países pobres ficam<br />

sem muitos <strong>do</strong>s escassos diploma<strong>do</strong>s, a quem pagaram<br />

formação. São os pobres a ajudar os ricos, con<strong>de</strong>nan<strong>do</strong>-<br />

-se ao sub<strong>de</strong>senvolvimento. Até quan<strong>do</strong>?”<br />

Assim se verifica que, são <strong>de</strong> facto os ricos a ajudar<br />

os pobres:<br />

• Dada a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação, quem entra tem<br />

me<strong>do</strong> <strong>de</strong> voltar a sair. As remessas ten<strong>de</strong>m a diminuir<br />

com o tempo <strong>de</strong> permanência <strong>do</strong> imigrante no país <strong>de</strong><br />

acolhimento o que empobrece o país <strong>de</strong> origem;<br />

• Quan<strong>do</strong> saem muitos trabalha<strong>do</strong>res<br />

especializa<strong>do</strong>s os que ficam ten<strong>de</strong>m a ganhar mais, pois<br />

a lei da oferta – procura funciona a seu favor;<br />

• O país <strong>de</strong> origem investiu na formação <strong>do</strong><br />

emigrante e não recebe qualquer retorno.<br />

No país <strong>de</strong> acolhimento:<br />

• Ganham-se novos elementos activos (cérebros);<br />

Por exemplo, da Índia <strong>para</strong> os EUA emigraram, nos<br />

últimos 2 <strong>ano</strong>s, 1 milhão <strong>de</strong> Indi<strong>ano</strong>s, sen<strong>do</strong> que mais <strong>de</strong><br />

¾ são bacharéis ou têm mais habilitações;<br />

• Novas forças produtivas integram o teci<strong>do</strong><br />

económico Norte-americ<strong>ano</strong>;<br />

Por exemplo, 30% das novas companhias em Silicon<br />

Valley são chinesas ou Indianas;<br />

• Numa primeira fase a produtivida<strong>de</strong> aumenta<br />

sempre. Salários mais baixos <strong>para</strong> funções idênticas<br />

acresci<strong>do</strong> <strong>do</strong> facto <strong>de</strong> que o país <strong>de</strong> acolhimento não<br />

gastou nada com a sua formação;<br />

• Ganha algum equilíbrio no Sistema <strong>de</strong> Segurança<br />

Social.<br />

É aqui que o estu<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> pelo jornal Inglês<br />

The Economist introduz e analisa um conceito estratégico<br />

que nos parece <strong>de</strong>cisivo:<br />

“Não imigre, circule”<br />

As virtu<strong>de</strong>s da livre circulação são, segun<strong>do</strong> o<br />

estu<strong>do</strong>, diversas e muitas <strong>de</strong>las po<strong>de</strong>m mesmo ser <strong>de</strong><br />

alguma maneira, compreendidas como realida<strong>de</strong>s já<br />

experimentadas por alguns esta<strong>do</strong>s.<br />

• É o caso da chamada diáspora Irlan<strong>de</strong>sa, em<br />

que a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> imigrante ter dupla nacionalida<strong>de</strong><br />

se revelou <strong>de</strong> importância <strong>de</strong>cisiva política, (esforços <strong>de</strong><br />

paz) e economicamente, (prosperida<strong>de</strong> económica) no<br />

país <strong>de</strong> origem.<br />

• Quem regressa traz consigo novas competências/<br />

i<strong>de</strong>ias pelo que é <strong>de</strong>cisivo manter os laços com quem<br />

saiu;<br />

• Quem regressa ganha, em média, mais 15% <strong>do</strong><br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 41


ESCRITOS<br />

que quem fica, no <strong>de</strong>sempenho da mesma função;<br />

• Há ainda os exemplos <strong>de</strong> Silicon Valley e <strong>de</strong><br />

Xangai on<strong>de</strong> a circulação <strong>de</strong> imigração <strong>de</strong>u origem à<br />

criação <strong>de</strong> novas linhas e re<strong>de</strong>s comerciais, com evi<strong>de</strong>ntes<br />

consequências positivas em termos <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento económico.<br />

Dificulda<strong>de</strong>s e Problemas a Resolver, pelo país <strong>de</strong><br />

origem e pelo país <strong>de</strong> acolhimento.<br />

• «Não se po<strong>de</strong>rá ter um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> livre circulação<br />

que seja um esta<strong>do</strong> Previdência» - uma vez que quem<br />

contribui não o faz sempre no mesmo esta<strong>do</strong>; segue<br />

novos caminhos – Circula;<br />

• No entanto os «escleroza<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

previdência europeus» atraem algum tipo <strong>de</strong> imigração<br />

específica – menos pre<strong>para</strong>da e mais <strong>de</strong>sfavorecida<br />

- mais ainda <strong>do</strong> que o sistema norte-americ<strong>ano</strong>, e não<br />

apenas porque este pague melhor;<br />

• A atracção exerce-se em gran<strong>de</strong> medida sobre<br />

as camadas mais <strong>de</strong>sfavorecidas (nos EUA temos a<br />

imigração <strong>do</strong>s extremos. Tu<strong>do</strong> ou nada; certa percentagem<br />

tem licenciatura e outra menos que o 9º <strong>ano</strong>)<br />

• Do «nada» surgem novas dificulda<strong>de</strong>s. A<br />

tendência, em parte <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às barreiras que se levantam<br />

à plena integração, é <strong>para</strong> que a falta <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

passe <strong>de</strong> geração em geração, e é precisamente essa<br />

franja que apresenta maior taxa <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong>;<br />

• Vai-se perpetuan<strong>do</strong> a exclusão – fenómeno que<br />

sentimos já em Portugal – e a pobreza. (ex. o maior<br />

número <strong>de</strong> entradas nos países <strong>de</strong> acolhimento é <strong>de</strong><br />

familiares <strong>do</strong>s que já lá estão. «Os não especializa<strong>do</strong>s<br />

agrupam-se»);<br />

• As camadas menos favorecidas <strong>do</strong>s países<br />

<strong>de</strong> acolhimento exigem protecção e caem por vezes<br />

na armadilha <strong>de</strong> discursos xenófobos, securitários ou<br />

simplesmente proteccionistas;<br />

• As barreiras levantadas pelos esta<strong>do</strong>s partem<br />

<strong>do</strong> princípio <strong>de</strong> que o fenómeno está fora <strong>de</strong> controlo,<br />

e os esta<strong>do</strong>s europeus, ao contrário <strong>do</strong>s EUA, não se<br />

revêem como esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> imigração. (Ex. a Grécia no seu<br />

Census 2001 <strong>de</strong>tectou que <strong>do</strong> aumento da sua população<br />

em 1 milhão <strong>de</strong> habitantes, apenas 40.000 se <strong>de</strong>viam a<br />

nascimentos, isto no espaço <strong>de</strong> uma década);<br />

• As barreiras levantadas levam ao efeito perverso<br />

<strong>de</strong> que, quem está <strong>de</strong>ntro já não sai;<br />

• Nos EUA após o 11 <strong>de</strong> Setembro o número <strong>de</strong><br />

pessoas que ace<strong>de</strong>ram à figura <strong>do</strong> asilo <strong>de</strong>sceu <strong>para</strong><br />

meta<strong>de</strong>, e durante seis meses não po<strong>de</strong>m trabalhar nem<br />

ter direito a qualquer Segurança Social.<br />

• A Europa está a enveredar pelo mesmo caminho<br />

e começamos a ouvir alguns discursos semelhantes.<br />

• Uma consequência é o aumento da ilegalida<strong>de</strong>,<br />

pois as barreiras são inevitavelmente furadas. Ora a<br />

ilegalida<strong>de</strong> acarreta um submun<strong>do</strong> <strong>de</strong> “non-persons” que<br />

se excluem da socieda<strong>de</strong>;<br />

42<br />

Por Exemplo, os imigrantes ilegais:<br />

• Não po<strong>de</strong>m fazer um seguro <strong>para</strong> o carro;<br />

• Não contribuem <strong>para</strong> o Sistema <strong>de</strong> Segurança<br />

Social;<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

• Milhões <strong>de</strong> pessoas sem <strong>do</strong>cumentos são<br />

certamente uma preocupação no que diz respeito à<br />

segurança e à falta <strong>de</strong> controlo o que certamente dará<br />

cobertura a atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reacção securitária.<br />

As soluções<br />

Qualquer solução terá forçosamente <strong>de</strong> ser global e<br />

integrada em processos ainda em aberto e provavelmente<br />

não perfeitamente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s. Mesmo convirá reter que:<br />

• As Amnistias <strong>de</strong> que já tivemos breves exemplos,<br />

da<strong>do</strong>s também pelos nossos próprios serviços <strong>de</strong> imigração<br />

nacionais, (os EUA em 1986 legalizaram 30 milhões <strong>de</strong><br />

imigrantes) não são uma panaceia. Servem sobretu<strong>do</strong><br />

como atractivo a uma nova vaga <strong>de</strong> emigrantes;<br />

• O compromisso – tão típico <strong>do</strong> bom senso anglo-<br />

-saxónico – será um caminho melhor. Procurar uma<br />

legalização que assuma a forma <strong>de</strong> integração no sistema<br />

e nos vários sectores <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> – Finanças, Segurança<br />

Social, etc.<br />

Legalizar, dar emprego, integrar o que não significa <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> algum, ficar <strong>para</strong> sempre. Lembremos a palavra-<br />

-chave: «Circule!»;<br />

Precisamente vivemos uma época ou era <strong>de</strong> facilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso à informação<br />

e, a esse propósito, dizem-nos os E.U.A., país que já foi<br />

Colónia e que se apresenta como Nação <strong>de</strong> imigrantes:<br />

“A escola é on<strong>de</strong> o «melting-pot» tem sucesso ou<br />

falha”.<br />

Do seu sucesso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> um maior empenho em


integrar a nova socieda<strong>de</strong> contribuin<strong>do</strong> com os seus novos<br />

valores e mitigan<strong>do</strong> a tensão, <strong>para</strong> a sua evolução.<br />

Vejamos vários exemplos:<br />

• O <strong>de</strong>sconhecimento da língua é um factor óbvio<br />

<strong>de</strong> segregação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senraizamento; por exemplo, em<br />

Inglaterra o <strong>do</strong>mínio da língua por parte <strong>do</strong> imigrante<br />

resulta, em média, num acréscimo <strong>de</strong> 17%/hora no seu<br />

rendimento;<br />

• Na Alemanha até 1980 os Turcos mandavam os<br />

filhos estudar na Turquia o que contribuiu <strong>para</strong> a criação<br />

<strong>de</strong> diversos problemas <strong>de</strong> exclusão e choques culturais;<br />

• Em Nova York há um cada vez maior número <strong>de</strong><br />

pequenas comunida<strong>de</strong>s nacionais que não se dissolvem<br />

crian<strong>do</strong> um efeito novo <strong>de</strong> mosaico ou <strong>de</strong> “balkanização”.<br />

Mesmo assim, e a apesar <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> o que ficou dito, a<br />

imigração como fenómeno global é uma fonte <strong>de</strong> riqueza<br />

e assim <strong>de</strong>verá ser encarada. Segun<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> “The<br />

Economist”, se os países ricos abrissem as portas a<br />

mais 3% relativamente aos números actuais, a economia<br />

global aumentaria em 150 biliões/<strong>ano</strong> o que representaria<br />

ganhos maiores <strong>do</strong> que qualquer liberalização possível<br />

<strong>do</strong>s preços;<br />

DN – dia 23 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2005, João César das<br />

Neves.<br />

A chave da produtivida<strong>de</strong><br />

“A discussão sobre a produtivida<strong>de</strong>, que o Governo<br />

lançou em boa hora, é capaz <strong>de</strong> trazer algumas surpresas.<br />

A iniciativa é muito <strong>de</strong> louvar, tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma dimensão<br />

essencial <strong>do</strong> futuro, sempre oculta por muitos problemas.<br />

Mas <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s factores mais importantes <strong>para</strong> a nossa<br />

produtivida<strong>de</strong> estão entre os mais critica<strong>do</strong>s pela classe<br />

política, a informalida<strong>de</strong> e a imigração. (…)<br />

Ao longo <strong>de</strong> séculos os nossos compatriotas souberam<br />

ESCRITOS<br />

procurar noutras zonas as melhores oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> progresso. E hoje, quan<strong>do</strong> o pequeno Portugal já é<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> e os portugueses aspiram a empregos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, são os imigrantes que vêm colmatar as<br />

falhas que essa evolução criou. As mesmas que nós<br />

aproveitámos noutros locais noutros tempos. (…)<br />

A nossa elite nunca compreen<strong>de</strong>u isto. Os piores<br />

obstáculos à produtivida<strong>de</strong> vêm <strong>do</strong>s excessos <strong>de</strong><br />

regulamentação, burocracia e fiscalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>masia<strong>do</strong><br />

pesa<strong>do</strong>s e injustos <strong>para</strong> uma economia ágil. (…)<br />

No que toca à imigração, a elite insiste em complicar<br />

a entrada <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res estrangeiros com regras<br />

tontas, enquanto repete a falácia populista <strong>de</strong> atribuir o<br />

<strong>de</strong>semprego aos imigrantes. (…)<br />

A chave da nossa produtivida<strong>de</strong> está um potenciar<br />

as vantagens, colmatar as insuficiências e… combater a<br />

elite”.<br />

Gostaria <strong>de</strong> terminar com duas ou três i<strong>de</strong>ias positivas<br />

sobre este assunto; sobre o futuro, e sobre o nosso país.<br />

No último relatório das Nações Unidas (2007/2008),<br />

Relatório <strong>do</strong> Desenvolvimento Hum<strong>ano</strong>; Ultrapassar<br />

Barreiras: Mobilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento, Portugal, país<br />

que conhece a imigração como ninguém, está coloca<strong>do</strong><br />

em primeiro lugar pelas medidas a<strong>do</strong>ptadas com vista à<br />

integração <strong>do</strong>s imigrantes. As iniciativas <strong>de</strong> Portugal na<br />

integração <strong>de</strong> imigrantes “estão na vanguarda da Europa<br />

e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”. Somos o país com melhor classificação<br />

na atribuição <strong>de</strong> direitos e serviços aos estrangeiros<br />

resi<strong>de</strong>ntes nomeadamente no que diz respeito ao acesso<br />

aos sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> ensino.<br />

Cá no Pilão, também nos parece motivo <strong>de</strong> orgulho<br />

o mo<strong>do</strong> como o Batalhão Escolar tem, ao longo <strong>de</strong>stes<br />

últimos <strong>ano</strong>s, integra<strong>do</strong> plenamente, vários alunos que<br />

aqui chegam <strong>para</strong> estudar.<br />

Naturalmente que nos sobram questões e dificulda<strong>de</strong>s,<br />

mas conhecer o problema e <strong>de</strong>smistificar um pouco os<br />

seus contornos, certamente que ajudará a resolver.<br />

Miguel Viegas Gonçalves<br />

Professor, <strong>de</strong> Filosofia<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 43


Voz da Ciência<br />

44<br />

Pedro Nunes e o Nónio<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Em alguns instrumentos <strong>de</strong><br />

medição utiliza<strong>do</strong>s em mecânica<br />

verificamos a existência <strong>do</strong><br />

nónio.<br />

(Paquímetro com nónio - escala<br />

inferior)<br />

Este não é mais que uma pequena escala <strong>de</strong>stinada<br />

a avaliar com precisão fracções da menor divisão da<br />

escala principal, seja ela rectilínea (caso <strong>do</strong> Paquímetro)<br />

ou circular (Suta Universal).<br />

O nónio (<strong>de</strong> Nonius, forma latinizada da palavra Nunes)<br />

foi inventa<strong>do</strong> pelo matemático português Pedro Nunes,<br />

um <strong>do</strong>s maiores vultos científicos <strong>do</strong> seu tempo, ten<strong>do</strong><br />

contribuí<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisivamente <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

navegação, essencial <strong>para</strong> as Descobertas portuguesas.<br />

Nasci<strong>do</strong> em 1502, em Alcácer <strong>do</strong> Sal, Pedro Nunes<br />

frequentou a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salamanca on<strong>de</strong> estu<strong>do</strong>u<br />

Matemática e Astronomia, mas é em Lisboa que, em<br />

1525, se <strong>do</strong>utorou em Medicina. Em Novembro <strong>de</strong> 1529 é<br />

nomea<strong>do</strong> cosmógrafo <strong>do</strong> Reino por D. João III e em 1530<br />

era professor na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, on<strong>de</strong> leccionou<br />

Matemática e Metafísica.<br />

Em 1531, o Rei D. João III convi<strong>do</strong>u-o <strong>para</strong> professor<br />

<strong>do</strong>s seus irmãos mais novos, os infantes D. Luís e<br />

D. Henrique (<strong>de</strong>pois car<strong>de</strong>al e rei). Em 1537, com a<br />

transferência da Universida<strong>de</strong> <strong>para</strong> Coimbra, continua<br />

a leccionar nesta cida<strong>de</strong> e em 1547 era promovi<strong>do</strong> a<br />

cosmógrafo-mor, cargo que o obrigava a <strong>de</strong>slocar-se<br />

frequentemente à corte em Lisboa. Aposenta-se aos 62<br />

<strong>ano</strong>s e passa a viver na capital, vin<strong>do</strong> a falecer em 1577<br />

ou 1578.<br />

O nónio é inventa<strong>do</strong> pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

astronómicos, assim como <strong>para</strong> o traça<strong>do</strong> da loxodrómica.<br />

Esta é a curva que um navio <strong>de</strong>screve na sua rota e que<br />

corta os meridi<strong>ano</strong>s sob o mesmo ângulo e não coinci<strong>de</strong><br />

com a curva ortodrómica, que se <strong>de</strong>senvolve num arco <strong>de</strong><br />

círculo máximo.<br />

O aparelho inicialmente era um pouco complica<strong>do</strong> e<br />

foi torna<strong>do</strong> prático em 1583 pelo Padre Jesuíta Cristóvão<br />

Clávio (1537-1612), portanto, já <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong> Pedro<br />

Nunes. É possível que, durante a sua estadia em Coimbra,<br />

Cristóvão Clávio tenha assisti<strong>do</strong> às aulas <strong>de</strong> Pedro Nunes,<br />

sen<strong>do</strong> assim influencia<strong>do</strong> pelo seu trabalho.<br />

Somente em 1631 o francês Pierre Vernier<br />

aperfeiçoou o invento <strong>do</strong> nosso matemático, não sen<strong>do</strong><br />

tal aperfeiçoamento mais <strong>do</strong> que uma fase na evolução<br />

<strong>de</strong> um processo que se iniciou com Pedro Nunes. Assim,<br />

<strong>de</strong>vemos repudiar a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> “vernier” dada pelos<br />

franceses ao aparelho, pois ele é glória <strong>de</strong> um português<br />

notável e pertence-nos pela priorida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>scoberta.<br />

Carlos Carvalho – Engº Mecânico<br />

Um Pouco da Física <strong>do</strong> Século XX<br />

Figura 1 - Raios cósmicos <strong>de</strong> altas energias que<br />

atingem átomos na atmosfera produzem chuveiros <strong>de</strong><br />

partículas que atingem a superfície da Terra.<br />

Para além <strong>de</strong> algumas partículas já vossas<br />

conhecidas, como o electrão e o fotão, existem na<br />

Terra outras partículas misteriosas igualmente estáveis,<br />

como os neutrinos. Existem ainda partículas que vivem<br />

apenas por curtos instantes, instáveis e fugidias, que se<br />

transformam muito rapidamente noutras partículas que,<br />

por sua vez, se transformam em outras…<br />

Des<strong>de</strong> sempre o Homem se questionou sobre a<br />

natureza da matéria e acerca das leis que governam o<br />

Universo:<br />

• Em 400 A.C., Demócrito afirma que todas as<br />

coisas são formadas por pequenos grãos indivisíveis e<br />

pelo vazio;<br />

• Em 1895, Thomson <strong>de</strong>scobre o electrão;<br />

• Em 1914, Ernest Rutherford <strong>de</strong>scobre o protão;<br />

• Em 1932, James Chadwick <strong>de</strong>scobre o neutrão.<br />

Nessa altura, os físicos diriam que todas as coisas são<br />

formadas por protões, neutrões, electrões e pelo vazio.<br />

Que pensam os físicos <strong>de</strong> hoje?


Hoje conhecem-se várias centenas <strong>de</strong> partículas,<br />

elementares ou não. Visitemos as famílias das partículas<br />

elementares.<br />

A CADA UM DOS FERMIÕES É NECESSÁRIO<br />

ACRESCENTAR A SUA ANTIPARTÍCULA.<br />

Em 1928, Dirac havia previsto a existência <strong>de</strong> uma<br />

antipartícula <strong>para</strong> o electrão, partícula que veio a ser<br />

<strong>de</strong>scoberta por An<strong>de</strong>rson, em 1932, na radiação cósmica,<br />

o positrão.<br />

Toda a antipartícula é exactamente igual à partícula<br />

correspon<strong>de</strong>nte, com excepção <strong>do</strong> sinal <strong>de</strong> carga.<br />

Os fermiões fundamentais são as verda<strong>de</strong>iras<br />

partículas <strong>de</strong> matéria. Os bosões são os agentes <strong>de</strong><br />

ligação, ou seja, são as partículas que mediatizam<br />

as quatro interacções fundamentais: a gravitação, a<br />

interacção electromagnética (que explica a coesão da<br />

matéria à nossa escala), a interacção fraca (que gere<br />

certos processos radioactivos) e a interacção forte (que<br />

liga os constituintes <strong>do</strong>s núcleos).<br />

Já tinham pensa<strong>do</strong> por que motivo os núcleos<br />

<strong>do</strong>s átomos se mantêm intactos apesar da repulsão<br />

coloumbiana?<br />

Como os protões e os neutrões são forma<strong>do</strong>s por<br />

quarks, hoje po<strong>de</strong>mos afirmar que o nosso mun<strong>do</strong> é feito<br />

<strong>de</strong> quarks, electrões e vazio.<br />

Voz da Ciência<br />

Figura 2 - Representação da constituição <strong>do</strong> átomo.<br />

Os físicos, <strong>para</strong> estudarem o interior da matéria,<br />

o infinitamente pequeno, necessitam <strong>de</strong> gigantescos<br />

microscópios que são os acelera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> partículas,<br />

inventa<strong>do</strong>s na década <strong>de</strong> 1920, on<strong>de</strong> aceleram partículas<br />

estáveis, como os protões, através da aplicação <strong>de</strong> forças<br />

eléctricas e magnéticas. A seguir, provocam colisões, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> a observarem a criação <strong>de</strong> muões, <strong>de</strong> piões, <strong>de</strong><br />

partículas charmosas, entre muitas outras.<br />

Estas partículas criadas em acelera<strong>do</strong>res<br />

existem naturalmente no cosmos?…<br />

No início <strong>do</strong> século foi observa<strong>do</strong> um fenómeno<br />

estranho: o ar, que se acreditava ser um isola<strong>do</strong>r perfeito,<br />

conduzia apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilmente a corrente eléctrica. O<br />

físico Victor Hess, por meio das suas ascensões <strong>de</strong> balão,<br />

mostrou que o ar era melhor condutor a gran<strong>de</strong>s altitu<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong> que ao nível das águas <strong>do</strong> mar, o que confirmou a<br />

hipótese <strong>de</strong> que as partículas que atravessavam a<br />

atmosfera, tornan<strong>do</strong>--a condutora, viriam <strong>do</strong> espaço.<br />

A este fenómeno foi atribuí<strong>do</strong>, em 1926, o nome <strong>de</strong><br />

“Radiação Cósmica”.<br />

Trata-se <strong>de</strong> partículas que provêm <strong>do</strong> Sol, da<br />

nossa galáxia e provavelmente <strong>de</strong> origens ainda mais<br />

longínquas <strong>do</strong> cosmos. São essencialmente protões,<br />

anima<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, que ao interactuarem<br />

com a atmosfera dão origem a um chuveiro <strong>de</strong> partículas,<br />

como piões, muões, neutrinos…<br />

Em 1930, no estu<strong>do</strong> da radiação cósmica, foram<br />

observadas partículas instáveis muito penetrantes, em<br />

tu<strong>do</strong> semelhantes aos electrões, excepto na massa. Estas<br />

partículas são hoje <strong>de</strong>signadas por muões (μ).<br />

Sen<strong>do</strong> o muão instável, o que acontecerá quan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>cai (quan<strong>do</strong> “morre”)?<br />

Quan<strong>do</strong> o muão <strong>de</strong>cai, surgem novas<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 45


Voz da Ciência<br />

partículas: <strong>do</strong>is neutrinos - o neutrino <strong>do</strong> muão e o<br />

antineutrino <strong>do</strong> electrão - e um electrão.<br />

Vamos procurar saber um pouco mais sobre estas<br />

partículas…<br />

O electrão conhecem vocês bem. É uma partícula<br />

elementar estável com carga eléctrica -1, que se move<br />

em torno <strong>do</strong> núcleo atómico e <strong>de</strong>termina as proprieda<strong>de</strong>s<br />

químicas <strong>do</strong>s elementos.<br />

46<br />

E on<strong>de</strong> encontramos os neutrinos?<br />

Em cada segun<strong>do</strong>, somos atravessa<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>zenas<br />

<strong>de</strong> milhar <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong>stas partículas! Trata-se das<br />

partículas mais numerosas <strong>do</strong> cosmos: os neutrinos! Eles<br />

interagem tão fracamente com a matéria que conseguem<br />

atravessar a Terra. São quase intocáveis!<br />

O neutrino, assim como o antineutrino, é uma espécie<br />

<strong>de</strong> partícula fantasma, difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar e extremamente<br />

misteriosa. A palavra Neutrino <strong>de</strong>riva <strong>do</strong> itali<strong>ano</strong> que<br />

significa “pequeno e neutro”. A existência <strong>do</strong>s neutrinos<br />

foi prevista em 1932, por Pauli, a fim <strong>de</strong> salvar o princípio<br />

da conservação da energia que os fenómenos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sintegração β pareciam não respeitar. Pauli imaginou<br />

uma partícula invisível que se escapava no processo,<br />

levan<strong>do</strong> consigo a energia restante. Esta partícula seria o<br />

neutrino que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua admirável discrição, só viria a<br />

ser observa<strong>do</strong> directamente em 1953.<br />

Devem estar a colocar a seguinte questão: <strong>para</strong> quê<br />

estudar Física das Partículas? Que respostas nos permite<br />

obter?<br />

De entre várias respostas possíveis, posso dizer--vos<br />

que nos permite visitar o universo <strong>de</strong> há 1010 <strong>ano</strong>s atrás!<br />

A física das partículas permite aos astrofísicos esboçar os<br />

três primeiros minutos da história <strong>do</strong> Universo, intervalo<br />

<strong>de</strong> tempo no qual existiam apenas partículas elementares,<br />

que se foram agregan<strong>do</strong> à medida que a temperatura foi<br />

baixan<strong>do</strong>, forman<strong>do</strong> os primeiros núcleos <strong>de</strong> hidrogénio<br />

e hélio, que após cerca <strong>de</strong> 300000 <strong>ano</strong>s foram dan<strong>do</strong><br />

origem aos primeiros átomos…Visitan<strong>do</strong> o infinitamente<br />

pequeno encontramos respostas <strong>para</strong> o infinitamente<br />

gran<strong>de</strong> e longínquo.<br />

Uma aplicação <strong>de</strong> indiscutível utilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sta área da física vê-se na medicina. Existem centenas<br />

<strong>de</strong> acelera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> partículas espalha<strong>do</strong>s pelo mun<strong>do</strong> ao<br />

serviço da medicina, <strong>para</strong> a imagiologia e a terapia.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Figura 3 – Imagem obtida por um<br />

exame PET, extraída <strong>de</strong><br />

A figura 3 mostra-nos uma imagem obtida Tomografia<br />

<strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Positrões (PET - Positron Emission<br />

Tomography), exame que permite <strong>de</strong>tectar alterações em<br />

teci<strong>do</strong>s e órgãos. Um radiofármaco que emite positrões<br />

(as antipartículas <strong>do</strong>s electrões) é administra<strong>do</strong> ao<br />

<strong>do</strong>ente e, quan<strong>do</strong> se dá a emissão <strong>de</strong> positrões, estes<br />

são rapidamente aniquila<strong>do</strong>s com electrões no corpo<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>ente. Este processo liberta raios gama que são<br />

<strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s, permitin<strong>do</strong> formar as imagens tridimensionais<br />

<strong>do</strong> exame e, consequentemente, avaliar o funcionamento<br />

<strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s e órgãos, com base na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

radiofármaco metaboliza<strong>do</strong>.<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/<br />

Positron_emission_tomography<br />

Alguns sites sobre Física <strong>de</strong> partículas:<br />

http://particle adventure.org<br />

www.cern.ch<br />

www.lip.pt<br />

Ângela Costa, (prof. Física e Química)


A Matemática e a Música<br />

“A música é um exercício inconsciente <strong>de</strong> cálculos.”<br />

Leibniz (1646-1716)<br />

A música é, indiscutivelmente, das artes a mais<br />

popular. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é<br />

que por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> um simples fa<strong>do</strong> ou <strong>de</strong> uma complexa<br />

sinfonia existem relações matemáticas muito simples que<br />

ajudam a formar, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> talento hum<strong>ano</strong>, o edifício<br />

sonoro da nossa música.<br />

A escrita <strong>de</strong> partituras é a primeira área on<strong>de</strong> a<br />

Matemática revela, <strong>de</strong> forma evi<strong>de</strong>nte, a sua influência na<br />

Música. Na linguagem musical aparecem-nos os termos<br />

andamento (quaternário, ternário,...), ritmo, notas breves,<br />

semibreves,... Compor música, <strong>de</strong> forma a preencher<br />

uma <strong>de</strong>terminada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo com n notas,<br />

é equivalente ao procedimento utiliza<strong>do</strong> na redução<br />

ao mesmo <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r – as diferentes durações das<br />

notas <strong>de</strong>vem encaixar numa certa medida <strong>de</strong> um da<strong>do</strong><br />

compasso. Mesmo assim, o compositor vai criar música<br />

que se alia <strong>de</strong> forma maravilhosa e perfeita na estrutura<br />

rígida <strong>de</strong> uma partitura escrita.<br />

Mas a afinida<strong>de</strong> entre a Matemática e a Música não se<br />

limita a esta relação óbvia com as partituras musicais. A<br />

música está relacionada com razões, curvas exponenciais,<br />

funções periódicas, ciências da computação...<br />

A experiência <strong>do</strong> monocórdio e a música na escola<br />

pitagórica<br />

Os primeiros sinais <strong>de</strong> casamento entre a Matemática<br />

e a Música surgem no século VI a.C. quan<strong>do</strong> Pitágoras,<br />

através <strong>de</strong> experiências com sons <strong>do</strong> monocórdio,<br />

efectua uma das suas mais belas <strong>de</strong>scobertas.<br />

Possivelmente inventa<strong>do</strong> por Pitágoras, o monocórdio<br />

é um instrumento composto por uma única corda<br />

estendida entre <strong>do</strong>is cavaletes fixos sobre uma mesa<br />

possuin<strong>do</strong>, ainda, um cavalete móvel. Pitágoras buscava<br />

Voz da Ciência<br />

relações <strong>de</strong> comprimentos – razões <strong>de</strong> números inteiros<br />

– que produzissem <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s intervalos sonoros. Deu<br />

continuida<strong>de</strong> ao seu trabalho investigan<strong>do</strong> a relação entre<br />

o comprimento <strong>de</strong> uma corda vibrante e o tom musical<br />

produzi<strong>do</strong> por ela. Verificou que, pressionan<strong>do</strong> um ponto<br />

situa<strong>do</strong> a 3/4 <strong>do</strong> comprimento da corda em relação à sua<br />

extremida<strong>de</strong> – o que equivale a reduzi-la a 3/4 <strong>do</strong> seu<br />

tamanho original – e tocan<strong>do</strong>-a a seguir, se ouvia uma<br />

quarta acima <strong>do</strong> tom emiti<strong>do</strong> pela corda inteira. Exercida<br />

a pressão a 2/3 <strong>do</strong> tamanho original da corda, ouvia-se<br />

uma quinta acima e a 1/2 obtinha-se a oitava <strong>do</strong> som<br />

original. A partir <strong>de</strong>sta experiência, os intervalos passam<br />

a <strong>de</strong>nominar-se consonâncias pitagóricas. Pitágoras<br />

estabeleceu relações entre a Matemática e a música<br />

associan<strong>do</strong>, respectivamente, aos intervalos musicais<br />

referentes às consonâncias perfeitas – oitava, quinta<br />

e quarta – as relações simples 1/2, 2/3 e 3/4. Estas<br />

correspon<strong>de</strong>m às fracções <strong>de</strong> uma corda que fornecem<br />

as notas mais agudas <strong>do</strong>s intervalos referi<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> se<br />

produz a nota mais grave pela corda inteira. Atribui-se o<br />

<strong>de</strong>scobrimento <strong>do</strong>s intervalos consonantes a Pitágoras,<br />

embora provavelmente estes já fossem conheci<strong>do</strong>s muito<br />

antes em distintas culturas antigas.<br />

Influenciada pela cultura oriental, a <strong>do</strong>utrina pitagórica<br />

sustentava que “Tu<strong>do</strong> é número e harmonia”. Assim, os<br />

pitagóricos acreditavam que to<strong>do</strong> o conhecimento se<br />

reduziria a relações numéricas, posicionan<strong>do</strong>-as como<br />

fundamento da ciência natural.<br />

Kepler e a música <strong>do</strong>s planetas<br />

Matemático, astrónomo e filósofo nasci<strong>do</strong> em Weil,<br />

Johannes Kepler (1571-1630) apresentou fortes subsídios<br />

<strong>para</strong> a ciência musical. Em 1601, Kepler assumiu um<br />

posto <strong>de</strong> trabalho na organização <strong>de</strong> calendários e<br />

predição <strong>de</strong> eclipses como matemático e astrónomo<br />

da corte <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r Ru<strong>do</strong>lfo II, em Praga, até 1612,<br />

estabelecen<strong>do</strong>-se mais tar<strong>de</strong> em Linz, on<strong>de</strong> concluiu e<br />

publicou o seu Harmonices Mundi, em 1619.<br />

Kepler julgou insatisfatória a experiência <strong>de</strong> Pitágoras<br />

com o monocórdio <strong>para</strong> o estabelecimento <strong>de</strong> intervalos<br />

consonantes. Assim, Kepler dividiu a corda em até oito<br />

partes. O cientista alemão verificou empiricamente a<br />

existência <strong>de</strong> oito consonâncias: uníssono (1/1), oitava<br />

(2/1), quinta (2/3), quarta (4/3), terça maior (5/4), terça<br />

menor (6/5), sexta maior (5/3) e sexta menor (8/5).<br />

Defendia a existência, conhecida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os antigos,<br />

<strong>de</strong> escalas musicais peculiares a cada planeta, que<br />

soavam como se estes cantassem simples melodias,<br />

relacionan<strong>do</strong> <strong>para</strong> isso velocida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s planetas às<br />

frequências emitidas. Consi<strong>de</strong>rava os movimentos <strong>do</strong>s<br />

planetas uma música que traduzia a perfeição divina.<br />

De acor<strong>do</strong> com a Segunda Lei <strong>de</strong> Kepler – Leis das<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 47


Voz da Ciência<br />

Áreas – <strong>para</strong> movimentos <strong>do</strong>s planetas, esses varrem<br />

radialmente áreas iguais em tempos iguais, o que implica<br />

máxima velocida<strong>de</strong> no periélio – posição mais próxima <strong>do</strong><br />

Sol – e mínima no afélio – ponto diametralmente oposto.<br />

A fim <strong>de</strong> respeitar a Segunda Lei, Kepler tentou explicar a<br />

variação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um planeta por uma metáfora<br />

musical. Admitin<strong>do</strong> que movimentos rápi<strong>do</strong>s e lentos se<br />

associavam respectivamente às notas agudas e graves<br />

em sua construção imaginativa, o astrónomo alemão<br />

consi<strong>de</strong>rou que a razão das velocida<strong>de</strong>s extremas<br />

<strong>de</strong>terminaria um intervalo musical representante <strong>do</strong><br />

planeta referi<strong>do</strong>. Por exemplo, as velocida<strong>de</strong>s angulares<br />

no periélio e afélio <strong>de</strong> Saturno são respectivamente 135<br />

e 106 arcos <strong>de</strong> segun<strong>do</strong> por dia, o que significa uma<br />

relação <strong>de</strong> 135/106; ora 135/108 = 5/4 correspon<strong>de</strong>nte<br />

ao intervalo <strong>de</strong> terça maior. A menos <strong>de</strong> diferenças<br />

<strong>de</strong>sprezíveis <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista musical, <strong>de</strong>svelam-se os<br />

intervalos representantes <strong>de</strong> outros planetas obten<strong>do</strong>-se:<br />

48<br />

Saturno 4/5 (terça maior)<br />

Júpiter 5/6 (terça menor)<br />

Marte 2/3 (quinta)<br />

Terra 15/16 (semitom)<br />

Vénus 24/25 (diese)<br />

Mercúrio 5/12 (terça menor composta)<br />

Transcreven<strong>do</strong> a lei das áreas com uma roupagem<br />

musical, tem-se que cada planeta correspondia, assim,<br />

a um tema musical bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> transcrito por Kepler.<br />

Afirma que cada planeta, cada astro possuía uma alma<br />

que lhe comunicava o movimento, traduzin<strong>do</strong> num canto<br />

real, um hino à glória <strong>do</strong> Deus cria<strong>do</strong>r.<br />

A Matemática na Música<br />

Quan<strong>do</strong> ouvimos os sons emiti<strong>do</strong>s pelos instrumentos<br />

<strong>de</strong> cordas, tais como o violino, a guitarra, o pi<strong>ano</strong>, etc.,<br />

não passará inadverti<strong>do</strong> que resultam da vibração das<br />

cordas <strong>do</strong> próprio instrumento.<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

A altura da nota musical <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> tanto <strong>do</strong> comprimento<br />

da corda que a emite, como da tensão a que a mesma<br />

está sujeita.<br />

Como se referiu anteriormente, Pitágoras <strong>de</strong>scobriu<br />

utilizan<strong>do</strong> um monocórdio que: ”se uma corda e a sua<br />

tensão permanecem inalteradas, mas varia o seu<br />

comprimento, o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> vibração é proporcional ao<br />

seu comprimento”.<br />

Suponha-se que um fabricante <strong>de</strong> pi<strong>ano</strong>s utiliza,<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Pitágoras, cordas <strong>de</strong> idêntica estrutura,<br />

mas <strong>de</strong> diferentes comprimentos, <strong>para</strong> alcançar a gama<br />

<strong>de</strong> frequências que tem este instrumento. Num pi<strong>ano</strong><br />

mo<strong>de</strong>rno, com notas <strong>de</strong> frequência compreendidas entre<br />

27 e 4096 Hz, a corda com maior comprimento resultaria<br />

150 vezes mais longa que a <strong>de</strong> menor comprimento.<br />

Obviamente, isto teria impedi<strong>do</strong> a construção <strong>do</strong><br />

pi<strong>ano</strong> <strong>do</strong> exemplo, se não fosse pelas duas leis <strong>do</strong><br />

matemático francês Mersenne. A primeira diz: ”Para<br />

cordas diferentes com um mesmo comprimento e igual<br />

tensão, o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> vibração é proporcional à raiz<br />

quadrada <strong>do</strong> peso da corda”. O maior peso alcança-se,<br />

geralmente, enrolan<strong>do</strong> um arame mais fino em espiral,<br />

<strong>de</strong> forma a evitar o excessivo comprimento das cordas<br />

<strong>de</strong>stinadas aos sons graves.<br />

A segunda lei expressa: “Quan<strong>do</strong> uma corda e o seu<br />

comprimento permanecem inaltera<strong>do</strong>s mas se varia a<br />

tensão, a frequência da vibração é proporcional à raiz<br />

quadrada da tensão”. Ao seguir esta lei, evita-se que as<br />

cordas <strong>do</strong>s agu<strong>do</strong>s tenham <strong>de</strong> ser muito curtas, com o<br />

aumento da tensão.<br />

Ao incluir-se as armações <strong>de</strong> aço nos mo<strong>de</strong>rnos<br />

pi<strong>ano</strong>s, foi possível aplicar tensões nos arames até valores<br />

que, antigamente, eram inconcebíveis, pois alcançariam<br />

as 30 toneladas.


A forma <strong>do</strong> pi<strong>ano</strong> <strong>de</strong> cauda<br />

Na realida<strong>de</strong>, muitos instrumentos têm formas<br />

e estruturas relacionadas com vários conceitos<br />

matemáticos. As funções e as curvas exponenciais<br />

fazem parte <strong>de</strong>sses conceitos. Uma curva exponencial<br />

é <strong>de</strong>scrita por uma equação da forma y = k x<br />

, on<strong>de</strong><br />

k > 0. Um exemplo é y = 0,5 x<br />

, cujo gráfico se<br />

apresenta.<br />

Os instrumentos musicais, € forma<strong>do</strong>s por cordas ou<br />

por colunas <strong>de</strong> € ar, reflectem a curva exponencial na<br />

sua estrutura.<br />

O estu<strong>do</strong> da natureza <strong>do</strong>s sons musicais atingiu<br />

o seu apogeu com o trabalho <strong>de</strong> Joseph Fourier,<br />

um matemático <strong>do</strong> século XIX. Ele <strong>de</strong>monstrou que<br />

to<strong>do</strong>s os sons musicais – instrumentais ou vocais –<br />

podiam ser mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong>s por expressões matemáticas,<br />

traduzidas pelas somas <strong>de</strong> funções periódicas simples<br />

<strong>de</strong> senos. To<strong>do</strong>s os sons têm três características –<br />

altura, intensida<strong>de</strong> e timbre – que os diferenciam entre<br />

si.<br />

A <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> Fourier possibilita que as<br />

três proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s sons sejam representadas<br />

graficamente <strong>de</strong> forma distinta. A altura está<br />

relacionada com a frequência da curva, a intensida<strong>de</strong><br />

com a amplitu<strong>de</strong> e o timbre com a forma da função<br />

periódica.<br />

Sem a compreensão da Matemática na música,<br />

não teriam si<strong>do</strong> possíveis a evolução na utilização <strong>de</strong><br />

computa<strong>do</strong>res na composição musical e a concepção<br />

<strong>de</strong> instrumentos. As <strong>de</strong>scobertas matemáticas,<br />

nomeadamente das funções periódicas, foram<br />

6<br />

4<br />

2<br />

y<br />

-2 -1 1 2<br />

x<br />

Voz da Ciência<br />

fundamentais <strong>para</strong> conceber a mais mo<strong>de</strong>rna geração<br />

<strong>de</strong> instrumentos musicais, bem como <strong>para</strong> a concepção<br />

<strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res activa<strong>do</strong>s pela voz. Muitos fabricantes<br />

<strong>de</strong> instrumentos com<strong>para</strong>m os gráficos periódicos <strong>do</strong>s<br />

sons <strong>do</strong>s seus produtos com os gráficos i<strong>de</strong>ais <strong>para</strong><br />

esses instrumentos, aproximan<strong>do</strong>--os o mais possível.<br />

É <strong>de</strong>sta forma que a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> da reprodução musical<br />

electrónica está directamente ligada com os gráficos<br />

periódicos. Os músicos e os matemáticos continuarão<br />

a <strong>de</strong>sempenhar papéis igualmente váli<strong>do</strong>s na produção<br />

e na reprodução musical.<br />

Uma forma <strong>de</strong> arte nunca será objectiva e precisa<br />

a ponto <strong>de</strong> sobre ela haver unanimida<strong>de</strong>, mas as<br />

simetrias e belezas observadas nas leis que governam<br />

a combinação das estruturas matemáticas usadas na<br />

<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> sons guardam estreita relação com a área<br />

da Música, conhecida como Harmonia. Dessa maneira,<br />

a Matemática é capaz <strong>de</strong> mostrar e <strong>de</strong>screver, a partir<br />

<strong>de</strong> uma abordagem objectiva, as possibilida<strong>de</strong>s das<br />

infinitas combinações <strong>de</strong> sons.<br />

É a perfeição <strong>de</strong>ssas leis que permite olhar a<br />

Música sob outra perspectiva, unin<strong>do</strong> os mun<strong>do</strong>s<br />

maravilhosos da Arte e da Ciência.<br />

Manuel Segismun<strong>do</strong>, Professor <strong>de</strong> Matemática<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 49


DESPORTO<br />

ACCs DESPORTIVAS ANO 2009/<strong>2010</strong><br />

ANDEBOL<br />

O grupo <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol <strong>de</strong>ste <strong>ano</strong> tentará repetir os<br />

êxitos <strong>do</strong> <strong>ano</strong> anterior. No entanto, temos mais um extra,<br />

pois fomos convida<strong>do</strong>s pelo Desporto Escolar a participar<br />

no apuramento <strong>para</strong> o mundial <strong>de</strong> Escolas, no escalão<br />

<strong>de</strong> juvenis, que se realizará em Portugal, conjuntamente<br />

com o Mundial <strong>de</strong> seniores da modalida<strong>de</strong>.<br />

Como projecto <strong>de</strong> “Escola”, nunca esqueceremos<br />

que com níveis negativos na avaliação não po<strong>de</strong>remos<br />

participar na competição, por isso, alunos, toca a<br />

estudar.<br />

Este <strong>ano</strong>, e se continuar este grupo <strong>de</strong> trabalho,<br />

participaremos no Desporto Escolar nos escalões <strong>de</strong><br />

Inicia<strong>do</strong>s (13-14 <strong>ano</strong>s); juvenis (15-16 <strong>ano</strong>s) e juniores<br />

(17-18 <strong>ano</strong>s). Está em aberto a participação nos escalões<br />

<strong>de</strong> inicia<strong>do</strong>s e juvenis no Campeonato Fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> Regional<br />

da Associação <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol <strong>de</strong> Lisboa.<br />

NATAÇÃO<br />

A ACC <strong>de</strong> Natação terá como principal objectivo<br />

ensinar os alunos a nadar. Este <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong>, os alunos<br />

com melhor nível técnico irão representar o IMPE em<br />

diversas competições.<br />

50 Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

REMO<br />

O Remo é uma das modalida<strong>de</strong>s com mais tradição<br />

<strong>do</strong> IMPE. Este <strong>ano</strong> irá ter representações ao nível <strong>do</strong><br />

Remo – In<strong>do</strong>or e nas embarcações tipo Yolle.<br />

A equipa <strong>de</strong>ste <strong>ano</strong> é formada por alunos <strong>de</strong> vários <strong>ano</strong>s<br />

<strong>lectivo</strong>s, o que faz com que seja bastante heterogénea,<br />

haven<strong>do</strong> atletas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o escalão <strong>de</strong> benjamins até<br />

juniores.<br />

O objectivo <strong>de</strong>ste <strong>ano</strong> <strong>de</strong>sportivo passa pela<br />

presença nas várias finais das provas <strong>de</strong> Remo-In<strong>do</strong>or,<br />

bem como pela presença nas regatas em embarcações<br />

tipo Yolle. Está prevista a realização <strong>de</strong> <strong>do</strong>is estágios em<br />

embarcações tipo Shell em águas planas. De referir ainda<br />

que o torneio interno <strong>de</strong> Remo-In<strong>do</strong>or irá realizar-se no 2º<br />

perío<strong>do</strong>.<br />

DESPORTOS COMBATE<br />

A equipa <strong>de</strong> Desportos Combate vai ter ao longo<br />

<strong>do</strong> corrente <strong>ano</strong> <strong>lectivo</strong> uma calendarização composta<br />

por:<br />

• Seis estágios externos;<br />

• Seis estágios internos;


• Seminários <strong>de</strong> graduação;<br />

• Dois torneios internos;<br />

• Participação em eventos <strong>de</strong> carácter<br />

<strong>de</strong>monstrativo, nomeadamente saraus e momentos<br />

promocionais <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

FUTSAL<br />

A equipa <strong>de</strong> Futsal Júnior (17-18 <strong>ano</strong>s) irá este <strong>ano</strong><br />

tentar superar o 3º lugar obti<strong>do</strong> no <strong>ano</strong> transacto. Para<br />

tal já tem agenda<strong>do</strong> um jogo <strong>de</strong> treino com a Escola<br />

Secundária Maria Amália Vaz <strong>de</strong> Carvalho que é a actual<br />

equipa campeã <strong>de</strong> Lisboa-Cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Desporto Escolar.<br />

“ VALSA NO IMPE”<br />

Des<strong>de</strong> o dia 7 <strong>de</strong> Outubro que os novos alunos <strong>do</strong><br />

<strong>Instituto</strong> estão a valsar!<br />

Esta activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corre às 4ª feiras, das 16:15 às<br />

17:45. Tem como finalida<strong>de</strong> a aprendizagem da Valsa,<br />

<strong>para</strong> que, no dia <strong>do</strong> Baile <strong>de</strong> Recepção aos Novos Alunos,<br />

estes tenham à vonta<strong>de</strong> e confiança em dançar com o<br />

seu par.<br />

DESPORTO<br />

Os alunos têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> interesse e empenho<br />

nesta activida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>correrá até dia 18 <strong>de</strong> Novembro,<br />

uma vez que o baile é dia 21 <strong>de</strong> Novembro.<br />

TORNEIO INTERNO DE ANDEBOL<br />

Nos passa<strong>do</strong>s dias 20 e 29 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong>correu o<br />

Torneio Interno <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol <strong>para</strong> o Ensino Básico e <strong>para</strong><br />

o Ensino Secundário, respectivamente, com as seguintes<br />

classificações:<br />

2ºCiclo:<br />

1º Lugar: 6ºA (equipa II)<br />

2º Lugar: 6ºA (equipa I)<br />

3º Lugar: 5ºA (equipa I)<br />

3º Ciclo:<br />

1º Lugar: 9ºA<br />

2º Lugar: 8ºB<br />

3º Lugar: 9ºB<br />

Ensino Secundário<br />

1º Lugar: 11º B<br />

2º Lugar: 12º A<br />

3º Lugar: 12º B<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r 51


NOTAS SOLTAS<br />

52 Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Casa Amada – Hino da Barretuna<br />

Acordas a sonhar<br />

Monsanto no olhar<br />

Tens toda a Lisboa<br />

Para te contemplar<br />

És criança, és homem, pilão<br />

Revives a tradição<br />

Com orgulho e emoção<br />

Aman<strong>do</strong>, choran<strong>do</strong>, crescen<strong>do</strong>, sorrin<strong>do</strong><br />

Saben<strong>do</strong> guardar essa paixão<br />

Pilão, que Casa tão amada<br />

Tua história contada<br />

É bela <strong>de</strong> se ouvir<br />

Pilão, nunca mais vou esquecer<br />

Teu lema até morrer<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Rosada a tua cor<br />

Azul o teu vestir<br />

Tens olhos <strong>de</strong> criança<br />

Vives sempre sorrir<br />

Foste pai, avô, irmão<br />

Filho da nova nação<br />

General teu Capitão<br />

Aman<strong>do</strong>, choran<strong>do</strong>, crescen<strong>do</strong>, sorrin<strong>do</strong><br />

Saben<strong>do</strong> guardar essa paixão


O CAIM DE SARAMAGO<br />

Os temas religiosos, <strong>de</strong> forma regular, voltam às páginas <strong>do</strong>s jornais e da televisão. Neste mês<br />

que passou o tema Bíblia voltou a aparecer com frequência, primeiro porque saiu uma nova<br />

tradução da Bíblia, <strong>para</strong> a qual trabalharam em conjunto várias igrejas cristãs, num português<br />

mais próximo <strong>do</strong> nosso quotidi<strong>ano</strong>, e, sobretu<strong>do</strong> por causa da aparição <strong>de</strong> um novo livro <strong>do</strong><br />

Nobel da literatura, José Saramago, com o seu novo livro Caim.<br />

Comprei o livro no dia em que este chegou às livrarias e li-o nos dias a seguir. Porque o li,<br />

porque costumo ser leitor assíduo <strong>de</strong> Saramago a quem reconheço uma capacida<strong>de</strong> única <strong>de</strong><br />

criação <strong>de</strong> cenários sugestivos e que nos fazem reflectir sobre a vida e a socieda<strong>de</strong> e, que vivemos,<br />

creio que posso, com alguma fundamentação, dar a minha opinião sobre este livro.<br />

O texto começa com a evocação <strong>de</strong> uma figura bíblica que aparece no Capítulo 4 <strong>do</strong>s Génesis,<br />

o primeiro livro que aparece nas versões das nossas Bíblias: Caim. Evoca o drama conti<strong>do</strong><br />

nesta passagem: um irmão que mata outro <strong>para</strong> <strong>de</strong>pois o fazer figura central noutras passagens<br />

relatadas pela Bíblia on<strong>de</strong> encontramos outras figuras como: Noé, Abraão, Moisés, Josué<br />

e Job. To<strong>do</strong>s estes relatos <strong>para</strong> quem estuda a Escritura não estão aparenta<strong>do</strong>s nem na sua<br />

estrutura, nem no seu objecto com esse outro relato on<strong>de</strong> figura Caim. Esta mistura aleatória<br />

<strong>de</strong> figuras já por si é um boca<strong>do</strong> confusa e, <strong>do</strong> meu ponto <strong>de</strong> vista, pouco razoável.<br />

Claro que a história tem um fio condutor, mostrar um <strong>de</strong>us caprichoso, mesquinho, interferin<strong>do</strong><br />

arbitrariamente na vida das pessoas, normalmente provocan<strong>do</strong> consequências infelizes na vida<br />

daquelas figuras com quem se relaciona. Estan<strong>do</strong> em completo <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong> com esta visão <strong>de</strong><br />

Deus, particularmente <strong>do</strong> Deus que se revela na Bíblia, só posso conce<strong>de</strong>r que assim pense<br />

quem utilize uma visão <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> simplista e maximamente fanática <strong>de</strong> quem toma o texto<br />

sem o ler como um texto que cria imagens, que precisam <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scodificadas, o que é tanto<br />

mais estranho quan<strong>do</strong> isto é escrito por alguém que tem como mérito na criação <strong>de</strong> imagens<br />

com profundida<strong>de</strong> na reflexão sobre a vida <strong>do</strong> homem. Mas por muito que me custe admito que<br />

alguém que se afirma ateu possa ter esta imagem <strong>de</strong> Deus que apoia numa leitura literalista e<br />

simplista da Bíblia. Talvez que os crentes tenham alguma culpa, pela forma como se comportam<br />

e como agem, em fazer passar esta imagem distorcida <strong>de</strong> Deus.<br />

Mas há uma coisa com que não posso concordar: é que <strong>para</strong> se expor uma compreensão <strong>de</strong><br />

Deus, com a qual não concor<strong>do</strong>, mas respeitan<strong>do</strong> a pessoa que a tem, se tenha <strong>de</strong> utilizar tanta<br />

grosseria, que não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> chocar os crentes, tanta aci<strong>de</strong>z, tanta intolerância como<br />

aquela que resulta das páginas <strong>do</strong> livro e <strong>do</strong>s comentários que o autor tem feito a propósito <strong>do</strong><br />

livro. Isso sim <strong>de</strong>ixa-me uma triste impressão <strong>do</strong> objectivo <strong>de</strong> quem escreve.<br />

Maj SAR Rui Lopes<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

53


INSTITUTO MILITAR DOS PUPILOS DO EXÉRCITO<br />

ADMISSÕES PARA O ANO LECTIVO DE <strong>2010</strong>/<strong>2011</strong><br />

Calendário<br />

• Abertura <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> inscrições - 4 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> <strong>2010</strong><br />

• Março a 19 <strong>de</strong> Março – Primeira Chamada<br />

• Junho/Julho - Segunda Chamada<br />

• Agosto - Recursos<br />

INFORMAÇÕES:<br />

<strong>Instituto</strong> Militar <strong>do</strong>s <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />

Estrada <strong>de</strong> Benfica, 374<br />

1549 - 016 Lisboa<br />

Ensinos Básico e Secundário<br />

Externato Misto e Internato<br />

Ensino Básico:<br />

• 2º e 3º Ciclo<br />

Ensino Secundário:<br />

Cursos Profissionais<br />

(Oferta formativa <strong>2010</strong>-<strong>2011</strong>)<br />

• Técnico <strong>de</strong> Gestão<br />

• Técnico <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Ambiente<br />

• Técnico <strong>de</strong> Energias Renováveis<br />

(Energia Solar e Energia Eólica)<br />

• Técnico <strong>de</strong> Manutenção Industrial<br />

(Mecatrónica e Electromecânica)<br />

Telefone: 217713832 / 918211197<br />

Tel. Militar: 413532<br />

E-mail: impe.candidaturas@mail.exercito.pt<br />

www.pupilos.eu


EFEMÉRIDES<br />

QUERER É PODER<br />

REVISTA DOS ALUNOS DO INSTITUTO MILITAR DOS PUPILOS DO EXÉRCITO<br />

ANO XXV - N.º 56<br />

NOVEMBRO DE 2009<br />

PUBLICAÇÃO TRIANUAL<br />

PROPRIEDADE<br />

<strong>Instituto</strong> Militar <strong>Pupilos</strong> <strong>do</strong> Exército<br />

Estrada <strong>de</strong> Benfica, 374<br />

1549-016 LISBOA<br />

Tel: 217713871<br />

Fax: 217785289<br />

revistaimpe@gmail.com<br />

DIRECTOR<br />

Diogo Ruivo<br />

Aluno 62/06- 12.º Ano<br />

(Aluno Cmdt <strong>de</strong> Batalhão)<br />

REDACÇÃO<br />

Equipa <strong>de</strong> Professores<br />

COORDENAÇÃO<br />

Maj SAR Rui Lopes<br />

Dr. Pedro André<br />

Drª Vanda Magarreiro<br />

MAQUETAGEM E PAGINAÇÃO<br />

Security Print - Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Industria<br />

Gráfica, Lda.<br />

MONTAGEM, IMPRESSÃO<br />

ACABAMENTO<br />

Security Print - Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Industria<br />

Gráfica, Lda.<br />

Rua Horta <strong>de</strong> Bacelos, Lt B Cave<br />

2690-390<br />

Santa Iria <strong>de</strong> Azóia<br />

Telefone: 219540380<br />

Fax: 219540389<br />

TIRAGEM<br />

500 exemplares<br />

Depósito Legal 134200/99<br />

56<br />

Querer é Po<strong>de</strong>r<br />

Sumário<br />

Editorial 3<br />

Efeméri<strong>de</strong>s<br />

Comemoração <strong>do</strong> Aniversário <strong>do</strong> IMPE 4<br />

Homília <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> IMPE 4<br />

Discurso <strong>do</strong> Director no Aniversário <strong>do</strong> IMPE 5<br />

Encerramento das Activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Prémio Escolar da Defesa Nacional 9<br />

Recepção aos Professores da Junta <strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> S. Domingos <strong>de</strong> Benfica 9<br />

Viagem <strong>de</strong> Finalistas <strong>do</strong> 9º <strong>ano</strong> 2008/2009 10<br />

Cerimónia <strong>de</strong> Imposição <strong>de</strong> Insígnias 11<br />

Discurso Imposição <strong>de</strong> Insígnias pelo Adjunto <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Alunos 12<br />

Discurso Imposição <strong>de</strong> Insígnias pelo Aluno Comandante <strong>de</strong> Batalhão<br />

English Corner<br />

13<br />

The 3 Rs song 14<br />

The Choices 15<br />

“All the world’s a stage...”<br />

Visitas <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong><br />

15<br />

Comemoração <strong>do</strong> V Aniversário <strong>do</strong> Museu da Presidência da República 17<br />

O IMPE no DOC LISBOA 2009 18<br />

Passatempo<br />

A Nossa Casa<br />

18<br />

O Ínicio <strong>do</strong> Fim 19<br />

Pilão: Uma Vida! 19<br />

O Amor a esta Casa 20<br />

O Ser Gradua<strong>do</strong> 20<br />

Ser Pilão 20<br />

A Minha Paixão 22<br />

Quem Sou Eu? 22<br />

Novo Director <strong>do</strong> Serviço Escolar 22<br />

Tomada <strong>de</strong> Posse Comandante Corpo <strong>de</strong> Aunos 23<br />

Novo Comandante <strong>do</strong> Corpo <strong>de</strong> Aunos 23<br />

Página <strong>do</strong> CNO<br />

Mais uma Conquista 24<br />

O Homem que Venceu na Vida é aquele que acreditou em si 25<br />

In Memoriam<br />

Escritos<br />

28<br />

Redução no Consumo <strong>de</strong> Energia Eléctrica 26<br />

Ensino Profissional - Que Futuro? 27<br />

O Êxito Começa com a Vonta<strong>de</strong> 30<br />

A Evolução Histórico Filosófica da Igualda<strong>de</strong> na Cultura Oci<strong>de</strong>ntal 30<br />

Os Juros no IMPE 32<br />

Projecto <strong>de</strong> Geometria Dinâmica 32<br />

Invadi<strong>do</strong>s e Invasores 33<br />

Exercícios <strong>de</strong> Escrita Criativa 33<br />

O Ritmo <strong>do</strong> Silêncio 36<br />

Um Amigo 36<br />

Perdi<strong>do</strong>s Entre Fronteiras 37<br />

O IMPE na Evocação <strong>de</strong> D. Nuno Álvares Pereira 38<br />

Não Emigre. Circule!<br />

Voz da Ciência<br />

39<br />

Pedro Nunes e o Nónio 44<br />

Um pouco <strong>de</strong> Física no Séc. XX 44<br />

A Matemática e a Música<br />

Desporto<br />

47<br />

ACCs Desportivas <strong>ano</strong> 2009/<strong>2010</strong> 50<br />

Notas Soltas 52<br />

Admissões Contra-Capa

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