correcção do teste 1 if 11 - Escola Secundária de Alberto Sampaio
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ESCOLA SECUNDÁRIA DE ALBERTO SAMPAIO<br />
Introdução à Filosofia <strong>11</strong>.º Ano — Teste N.º 1 - 2004/2005<br />
CORRECÇÃO<br />
A B C D E F G H I J K L M N O<br />
F V F F V F F F F F F F F V V<br />
2. As frases apresentadas em A. B. e D. exprimem proposições, pois são frases<br />
<strong>de</strong>clarativas que exprimem pensamentos que têm valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, ainda que, no<br />
caso da frase D, não saibamos, neste momento, se ela é verda<strong>de</strong>ira ou falsa (mas<br />
sabemos que ela ou é verda<strong>de</strong>ira ou é falsa). A frase apresentada em C exprime<br />
um <strong>de</strong>sejo e as frases que exprimem <strong>de</strong>sejos não exprimem proposições, porque<br />
não exprimem pensamentos que possam ter valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
Se a frase «Se não tiveres positiva a Filosofia, não vais à festa.» for interpretada<br />
com uma ameaça, então não exprime uma proposição, pois não tem valor <strong>de</strong><br />
verda<strong>de</strong>.<br />
3. Uma frase <strong>de</strong>clarativa é uma entida<strong>de</strong> linguística, é uma sequência <strong>de</strong> palavras,<br />
com senti<strong>do</strong> gramatical, que po<strong>de</strong>mos usar para fazer uma asserção. Uma<br />
proposição é uma entida<strong>de</strong> abstracta, é o pensamento literalmente expresso por<br />
uma frase <strong>de</strong>clarativa. Apesar <strong>de</strong> só as frases <strong>de</strong>clarativas po<strong>de</strong>rem exprimir<br />
proposições, frases <strong>de</strong>clarativas e proposições não se i<strong>de</strong>nt<strong>if</strong>icam. Por um la<strong>do</strong>,<br />
po<strong>de</strong>mos ter frases <strong>de</strong>clarativas que não exprimem qualquer proposição. Por<br />
exemplo: «As i<strong>de</strong>ias quentes apaixonam-se mais nos meses <strong>de</strong> Inverno.» (frase<br />
absurda). Por outro la<strong>do</strong>, a mesma proposição po<strong>de</strong> ser expressa por d<strong>if</strong>erentes<br />
frases. Por exemplo, as frases <strong>de</strong>clarativas «O professor repreen<strong>de</strong>u o aluno.» e<br />
«O aluno foi repreendi<strong>do</strong> pelo professor.» exprimem a mesma proposição.<br />
Também po<strong>de</strong> acontecer que a mesma frase exprima mais <strong>do</strong> que uma<br />
proposição. Por exemplo, «A Maria viu o João <strong>de</strong> binóculos» (frase ambígua).<br />
4. Um argumento sóli<strong>do</strong> não po<strong>de</strong> ter conclusão falsa, pois, por <strong>de</strong>finição, é váli<strong>do</strong> e<br />
tem premissas verda<strong>de</strong>iras; ora, a valida<strong>de</strong> exclui a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter<br />
premissas verda<strong>de</strong>iras e conclusão falsa. Por exemplo, os <strong>do</strong>is argumentos<br />
seguintes têm premissas verda<strong>de</strong>iras e são váli<strong>do</strong>s, pelo que é impossível que a<br />
conclusão seja falsa:<br />
To<strong>do</strong>s os minhotos são portugueses.<br />
To<strong>do</strong>s os bracarenses são minhotos.<br />
Logo, to<strong>do</strong>s os bracarenses são portugueses.<br />
Platão e Sócrates eram gregos.<br />
Logo, Platão era grego.<br />
5. Um argumento é <strong>de</strong>dutivamente váli<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> é impossível que as suas premissas<br />
sejam verda<strong>de</strong>iras e a conclusão falsa. Para um argumento ser <strong>de</strong>dutivamente<br />
váli<strong>do</strong>, não basta que as premissas e a conclusão sejam verda<strong>de</strong>iras. É preciso que<br />
seja impossível que sen<strong>do</strong> as premissas verda<strong>de</strong>iras, a conclusão seja falsa.<br />
Por exemplo, o seguinte argumento tem premissas e conclusão verda<strong>de</strong>iras, mas<br />
não é váli<strong>do</strong>:<br />
A. Padrão – Novembro/2004 1/2
ESCOLA SECUNDÁRIA DE ALBERTO SAMPAIO<br />
Introdução à Filosofia <strong>11</strong>.º Ano — Teste N.º 1 - 2004/2005<br />
CORRECÇÃO<br />
Alguns treina<strong>do</strong>res <strong>de</strong> futebol ganham mais <strong>de</strong> 100000 euros por mês.<br />
O Mourinho é treina<strong>do</strong>r <strong>de</strong> futebol.<br />
Logo, o Mourinho ganha mais <strong>de</strong> 100000 euros por mês.<br />
Já no seguinte argumento é impossível que a conclusão seja falsa, pois é váli<strong>do</strong> e<br />
tem premissa verda<strong>de</strong>ira:<br />
Platão e Sócrates eram gregos.<br />
Logo, Platão era grego.<br />
6. As sequências apresentadas em A. e em D. po<strong>de</strong>m ser representadas por variáveis<br />
proposicionais, pois exprimem proposições e as variáveis proposicionais<br />
representam lugares vazios que só po<strong>de</strong>m ser ocupa<strong>do</strong>s por proposições. As<br />
sequências apresentadas em B. e C. não po<strong>de</strong>m ser representadas por variáveis<br />
proposicionais, porque não exprimem proposições. Em B. temos uma frase que<br />
exprime um <strong>de</strong>sejo e em C. temos uma frase interrogativa; portanto, não<br />
exprimem pensamentos que possam ter valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
7. Se representarmos as proposições <strong>do</strong> argumento com as seguintes variáveis<br />
proposicionais:<br />
P: O universo foi cria<strong>do</strong> por Deus.<br />
Q: O universo existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre.<br />
R: A teoria <strong>do</strong> Big-Bang está correcta.<br />
Então, o argumento tem a seguinte forma lógica:<br />
P ou Q<br />
Q ou R<br />
Logo, P ou R<br />
8. Se representarmos as proposições <strong>do</strong> argumento com as seguintes variáveis<br />
proposicionais:<br />
P: Vou ao futebol.<br />
Q: Vou ao cinema.<br />
R: Gasto dinheiro.<br />
Então, o argumento po<strong>de</strong> ser apresenta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong>:<br />
Vou ao futebol ou ao cinema.<br />
Se vou ao futebol, gasto dinheiro.<br />
Se vou ao cinema, gasto dinheiro.<br />
Logo, gasto dinheiro.<br />
A. Padrão – Novembro/2004 2/2