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Presidência da República<br />
Secretaria Geral<br />
Secretaria Nacional de Juventude<br />
Coordenação Nacional do ProJovem<br />
Arco Ocupacional<br />
Educação<br />
Coleção<br />
Guia de Estudo<br />
Programa Nacional de Inclusão de Jovens<br />
2006
PROGRAMA NACIONAL DE INCLUSÃO DE JOVENS (ProJovem)<br />
Arco Ocupacional Educação: Guia de Estudo / coordenação, Laboratório<br />
Trabalho & Formação / COPPE - UFRJ / elaboração, Clélia La Laina,<br />
Mário Henrique Guedes Ladosky, Paula Francinete Costa Leite, Selma<br />
Borghi Venco... [et al.].<br />
Brasília : Ministério do Trabalho e Emprego, 2006.<br />
160p.:il. — (Coleção ProJovem – Arco Ocupacional)<br />
1. Ensino de tecnologia. 2. Reconversão do trabalho. 3. Capacitação<br />
para o trabalho. I. Ministério do Trabalho e Emprego. II . Série.<br />
Ficha Catalográfica<br />
CDD - 607<br />
T675
Comitê Gestor do ProJovem<br />
Coordenadora<br />
Iraneth Monteiro<br />
Integrantes<br />
Luiz Roberto de Souza Cury - SNJ<br />
Maria José Vieira Feres - CNProJovem<br />
Jairo Jorge da Silva - MEC<br />
Ricardo Manuel dos Santos Henriques - MEC<br />
Márcia Helena Carvalho Lopes - MDS<br />
Osvaldo Russo de Azevedo - MDS<br />
M<strong>arco</strong> Antonio Oliveira - MTE<br />
Antônio Almerico Biondi Lima - MTE<br />
Presidência da República<br />
Luiz Inácio Lula da Silva<br />
Secretaria Geral da Presidência da República<br />
Ministro Chefe - Luiz Soares Dulci<br />
Ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />
Patrus Ananias<br />
Ministro da Educação<br />
Fernando Haddad<br />
Ministro do Trabalho e Emprego<br />
Luiz Marinho<br />
Secretaria Executiva<br />
Secretária Executiva - Iraneth Monteiro<br />
Secretaria Nacional da Juventude<br />
Secretário - Luiz Roberto de Souza Cury<br />
Secretaria Nacional Adjunta<br />
Regina Célia Reyes Novaes<br />
Coordenação Nacional do Programa Nacional<br />
de Inclusão de Jovens - ProJovem<br />
Coordenadora Nacional<br />
Maria José Vieira Féres<br />
Assessoria do ProJovem<br />
Articulação com os Municípios<br />
Gilva Alves Guimarães<br />
Administração e Planejamento<br />
Maurício Dutra Garcia<br />
Gestão da Informação<br />
Rosângela Rita Guimarães Dias Vieira<br />
Gestão Orçamentária Financeira<br />
Sérgio Jamal Gotti<br />
Gestão Pedagógica<br />
Renata Maria Braga Santos<br />
Márcia Seroa Motta Brandão<br />
Supervisão e Avaliação<br />
Tereza Cristina Silva Cotta<br />
Comissão Técnica Interministerial<br />
Coordenadora<br />
Maria José Vieira Féres<br />
Integrantes<br />
Renata Maria Braga Santos -<br />
CNProJovem<br />
Aidê Cançado Almeida - MDS<br />
José Eduardo de Andrade - MDS<br />
Timothy Ireland - MEC<br />
Ivone Maria Elias Moreyra - MEC<br />
Antonio Almerico Biondi Lima - MTE<br />
Ricardo André Cifuentes Silva - MTE
ESPECIALISTAS DO PROJOVEM<br />
Juventude<br />
Regina Célia Reyes Novaes<br />
Educação Básica<br />
Vera Maria Massagão Ribeiro<br />
Ação Comunitária<br />
Renata Junqueira Ayres Villas-Bôas<br />
Coordenadora Pedagógica<br />
Maria Umbelina Caiafa Salgado<br />
Equipe Pedagógica<br />
Ana Lúcia Amaral<br />
Maria Regina Durães de Godoy Almeida<br />
Equipe do Ministério do Trabalho e Emprego<br />
Antônio Almerico Biondi Lima<br />
Misael Goyos de Oliveira<br />
Francisco de Assis Póvoas Pereira<br />
Marcelo Silva Leite<br />
Revisores de Conteúdo / Pedagogia<br />
Leila Cristina Ribeiro de Cavalcanti (COPPETEC)<br />
Marilene Xavier dos Santos (COPPETEC)<br />
Arco Ocupacional<br />
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ<br />
Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia - COPPE<br />
Programa de Engenharia de Produção - PEP<br />
Laboratório Trabalho & Formação - LT&F<br />
Coordenação dos Arcos Ocupacionais<br />
Fabio Luiz Zamberlan<br />
Sandro Rogério do Nascimento<br />
AUTORES<br />
Elaboração<br />
Clélia La Laina<br />
Mário Henrique Guedes Ladosky<br />
Paula Francinete Costa Leite<br />
Selma Borghi Venco<br />
Editor<br />
Rodrigo Gurgel<br />
Projeto Gráfico de Referência (miolo/capa)<br />
Lúcia Lopes<br />
Diagramação e editoração eletrônica<br />
Bel Jordão<br />
Ilustradores<br />
Gilmar Barbosa<br />
Luiz Carlos Fernandes<br />
Arthur Venco (releitura da obra de George Deem)<br />
Montagem Foto Capa<br />
Eduardo Ribeiro Lopes
Caros participantes do ProJovem!<br />
Chegamos ao <strong>final</strong> da primeira etapa do processo da Qualificação Profissional.<br />
Nos meses passados, vocês tomaram conhecimento e debateram aspectos do<br />
trabalho que estão presentes em quase todas as ocupações, dentro da FTG - Formação<br />
Técnica Geral. Estudaram conceitos, conteúdos e técnicas relacionadas aos<br />
temas: Mobilidade e Trabalho; Atividades Econômicas na Cidade; Organização<br />
do Trabalho, Comunicação, Tecnologia e Trabalho; Gestão e Planejamento; Organização<br />
da Produção; Outras Possibilidades de Trabalho.<br />
Enfatizamos a sua participação em muitas atividades, na escola e fora dela.<br />
Vocês não só resolveram as coisas no papel, mas também exercitaram os conhecimentos,<br />
movimentaram-se na cidade, buscaram informações, fizeram contatos e<br />
conversaram sobre o que estudaram. Teoria e prática andaram juntas. Parabéns<br />
pelos estudos que concluíram!<br />
Após terem feito essa travessia, é chegada a hora de acrescentarmos conhecimentos<br />
que os fortaleçam na formação para o mundo do trabalho. Agora tem<br />
início uma nova fase da Qualificação Profissional, em que serão tratados os temas<br />
específicos dos Arcos Ocupacionais.<br />
Cada Arco Ocupacional compõe-se de quatro ocupações. Está construído<br />
com conteúdos que possibilitarão a vocês uma iniciação profissional diversificada,<br />
abrindo espaço de atuação nessas ocupações. Esta formação não o<br />
tornará um especialista em cada uma delas, mas você conhecerá<br />
muito mais amplamente o trabalho desenvolvido no conjunto das<br />
ocupações.<br />
Por exemplo, se você escolheu Educação você poderá se<br />
iniciar em Auxiliar de Administração (escolar), Contador de<br />
Histórias, Inspetor de Alunos e Recreador. Esta variedade<br />
certamente aumentará suas possibilidades de obtenção de<br />
trabalho e emprego.<br />
Desejo a vocês bom trabalho nesta fase de seus estudos.<br />
Abraços e boa sorte a todos!<br />
Anita
SUMÁRIO<br />
SEÇÃO 1<br />
INTRODUÇÃO 8<br />
SEÇÃO 2<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR 24<br />
SEÇÃO 3<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS 64<br />
SEÇÃO 4<br />
INSPETOR DE ALUNOS 88<br />
SEÇÃO 5<br />
RECREADOR 126
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
NSPETOR ALUNOSAUXILIA<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
XILIAR ADMINISTRATIVODE HI<br />
LUNOSAUXILIAR ADMINISTR<br />
ADOR DE HISTÓRIASINTRODU<br />
NSPETOR ALUNOSAUXILIA<br />
ONTADOR DE HISTÓRIASINT<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
LUNOSAUXILIAR ADMINISTR<br />
OR ALUNOSAUXILIAR ADMI<br />
ONTADOR DE HISTÓRIASINT<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
R ADMINISTRATIVO<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
STÓRIASINTRODUÇÃO<br />
ATIVODE HISTÓRIA CON-<br />
ÇÃO RECREADOR<br />
R ADMINISTRATIVO<br />
RODUÇÃO RECREADOR<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
INTRODUÇÃO<br />
ATIVODE HISTÓRIA INSPE-<br />
INISTRATIVO<br />
RODUÇÃO RECREADOR<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
UÇÃO RECREADOR
10<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO
I. APRESENTAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Olá!<br />
Estamos iniciando mais uma etapa da sua formação. E, neste caso, ela será<br />
uma continuidade da Formação Técnica Geral, a FTG.<br />
Até este momento, vimos o programa sobre trabalho. Agora, vamos nos capacitar<br />
para uma formação mais específi ca, ou seja, veremos como são as quatro<br />
ocupações no <strong>arco</strong> de educação, no qual vocês poderão atuar. São elas: auxiliar de<br />
administração escolar, contador de histórias, inspetor de alunos e recreador.<br />
Em qual delas você acha que se sairá melhor?<br />
Vamos conhecer o que se faz em cada uma delas e, quem sabe, você poderá<br />
descobrir uma nova vocação profi ssional, algo que nunca imaginou antes.<br />
Para elaborarmos este caderno, pesquisamos muito, mas também fomos até<br />
as escolas, ouvir a opinião dos profi ssionais sobre o trabalho que desenvolvem,<br />
como os diretores compreendem essas funções, enfi m... procuramos trazer para<br />
você uma visão ampliada do signifi cado de trabalhar em uma escola.<br />
Nosso trabalho será orientado pelo diálogo. Foram programadas atividades<br />
para que você, passo a passo, possa refl etir sobre o mundo do trabalho, a escola<br />
e o que é ser um profi ssional no ambiente escolar.<br />
Bom trabalho!<br />
II. ESCOLA: O INÍCIO<br />
Você sabe como, afi nal, começou a escola?<br />
Você já ouviu falar de Sócrates? Não o ex-jogador da seleção brasileira de<br />
futebol! Mas, sim, o fi lósofo!<br />
Como você já deve ter ouvido na escola, fi losofi a é o “amor pela sabedoria”. O<br />
fi lósofo, portanto, é o “amigo da sabedoria”, aquele que não se contenta com verdades<br />
absolutas e sai em busca de um conhecimento maior.<br />
Então, foi Sócrates, o fi lósofo, em Atenas, na Grécia, que andava pelas ruas<br />
divulgando suas idéias. Quais eram suas idéias? Ele acreditava no diálogo e estimulava<br />
as pessoas a descobrirem novas verdades.<br />
E como ele acreditava que uma idéia nunca está completa, porque outras<br />
pessoas sempre irão completá-la com sua própria visão do mundo, não deixou<br />
nada escrito.<br />
INTRODUÇÃO<br />
11
12<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Foi Platão, um discípulo de Sócrates, quem começou a registrar algumas das idéias<br />
de seu mestre. E é assim que começa a ser construída a noção do que é educação. Platão<br />
pensava de uma forma bastante avançada para a época. Quer ver?<br />
Ele defendia que meninos e meninas recebessem a mesma educação. Você<br />
pode achar isso meio esquisito, pois hoje todos podem estudar, mas as mulheres só<br />
puderam freqüentar as escolas a partir do fi nal do século XIX.<br />
Mas foi Aristóteles, outro fi lósofo, quem criou a primeira escola. Ele achava<br />
que o homem só poderia ser feliz quando a organização política e a educação<br />
oferecessem condições para o desenvolvimento dos talentos de cada indivíduo.<br />
É assim que surge a escola. Mas ela vem se modifi cando – e muito – no<br />
decorrer da história.<br />
Mas nem só de fi lósofos viveu a educação.<br />
No Brasil, tivemos dois grandes educadores, reconhecidos em todo o mundo.<br />
Um deles é Anísio Teixeira. Baiano, defensor da escola pública e adepto do<br />
escolanovismo, que compreendia a educação como uma peça fundamental para<br />
a transformação da sociedade, devendo levar o aluno a refl etir constantemente<br />
sobre a realidade.<br />
Outro nordestino muito importante para a educação, não apenas brasileira, é<br />
Paulo Freire. Você já ouviu falar dele? Assim como Anísio Teixeira, Paulo Freire era<br />
contra a desigualdade. Pensava que a sociedade dividida em classes sociais resulta<br />
em privilégios para uns e “dívidas” para outros, dívidas não apenas fi nanceiras, mas<br />
principalmente sociais. Dizia que a educação, a saúde e a moradia não podiam ser<br />
diferentes entre pessoas iguais. Para ele, deve haver uma pedagogia do oprimido,<br />
nome de um de seus livros mais famosos, ou seja, uma educação do povo, para que<br />
o povo possa se conscientizar de seus direitos e conquistar sua liberdade.<br />
A educação no Brasil<br />
Você sabia que a educação no Brasil sofreu diversas mudanças no transcorrer<br />
da sua história? Quando o Brasil começou a expandir sua indústria, muitos achavam<br />
que a educação deveria, principalmente, preparar trabalhadores para esse<br />
tipo de ocupação. Mas inúmeros especialistas em educação criticaram – e ainda<br />
criticam – essa idéia, porque compreendem que a escola é um lugar para formar<br />
cidadãos e não apenas sujeitos para o trabalho.<br />
Também não podemos esquecer que nosso país viveu um longo período de<br />
sua história sob a ditadura militar. Além de todas as pessoas que desapareceram,<br />
foram torturadas ou mortas por reivindicar um país livre e melhor, não havia<br />
liberdade de expressão e, nas escolas e universidades, professores eram perseguidos<br />
apenas pelo fato de tentarem desenvolver o espírito crítico entre seus alunos.
GUIA DE ESTUDO<br />
Nesse período – entre os anos de 1970 e 1980 – o número de escolas cresceu,<br />
mas a qualidade do ensino público não acompanhou essa expansão.<br />
Na década de 1990 voltou ao debate a tese de que a escola deve viver em<br />
função do setor produtivo.<br />
ATIVIDADE 1<br />
LER NO DICIONÁRIO<br />
Agora que já leu o texto, procure no dicionário as palavras que não conhece.<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Vamos montar grupos de trabalho para discutirmos nossa compreensão do<br />
texto, seguindo o roteiro:<br />
Como surgiu a educação?<br />
O que você compreende quando falamos em “descobrir suas próprias<br />
verdades”?<br />
A educação deve ser igual para homens e mulheres? Por que, em sua opinião,<br />
as mulheres não podiam estudar?<br />
O que Aristóteles queria dizer com a frase : “O homem só será feliz se a<br />
organização política e a educação proporcionarem as condições necessárias<br />
para que ele possa desenvolver seu talento”?<br />
A escola deve formar para o trabalho?<br />
A educação pode ser considerada uma mercadoria? Um serviço? Ou um<br />
direito?<br />
Construindo um caminho<br />
Nossa idéia é construir com você um caminho sobre o desenvolvimento da escola,<br />
afi nal, você estuda nela e está se capacitando para trabalhar em uma escola.<br />
Entendemos como surge a escola, mas como compreendemos a escola?<br />
Para responder a essa pergunta, vamos fazer algumas atividades...<br />
INTRODUÇÃO<br />
13
14<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 2<br />
1ª parte<br />
A imagem abaixo é inspirada em uma pintura do artista George Deem,<br />
americano nascido em 1932, que retratou a escola em alguns de seus trabalhos.<br />
IMAGINAR<br />
Observe a imagem e comece a imaginar qual seria a escola dos seus<br />
sonhos.<br />
Releitura da obra “Escola dos pensamentos”, de George Deem, por Arthur Venco
VAMOS CONVERSAR<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Vamos discutir em um grande círculo o que imaginamos. Atente para as observações<br />
dos colegas, procurando perceber como elas são parecidas, semelhantes<br />
às suas opiniões, e como elas também são diferentes em muitos casos, ou seja,<br />
divergentes.<br />
Quais foram as principais conclusões do grupo sobre “a escola dos meus<br />
sonhos”?<br />
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Agora é sua vez!<br />
Faça uma redação cujo tema é “A escola dos meus sonhos”.<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
INTRODUÇÃO<br />
15
16<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 2<br />
2ª parte<br />
Conversamos até aqui sobre as diversas concepções de escola e você viu<br />
como são diferentes, como cada um tem um ponto de vista.<br />
Mas você, futuro profi ssional da educação, verá a escola a partir de dois<br />
lugares diferentes, distintos.<br />
Você aluno<br />
Você profi ssional da escola<br />
Em primeiro lugar, vamos discutir com os(as) colegas da classe o tema: “Eu<br />
aluno, eu profi ssional da escola”.<br />
Vocês poderão escolher livremente a forma de se expressar.<br />
Como assim?<br />
Vocês, em primeiro lugar, irão discutir nos grupos, formados por 4 ou 5<br />
pessoas, como cada um entende esse tema, ou seja: como é ser aluno(a)? E como<br />
é ser profi ssional da escola? É a mesma coisa ou é totalmente diferente?<br />
Organizem as principais idéias do grupo sobre o tema:<br />
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GUIA DE ESTUDO<br />
Agora, escolham uma forma de expressar o resultado do debate. Vocês<br />
podem fazer uma música, um rap, por exemplo. Alguém no grupo faz música ou<br />
canta? Ou podem fazer um grafi te sobre o tema, um desenho, uma poesia, um<br />
conto ou outra forma que vocês considerarem a melhor para transmitir tudo o<br />
que foi discutido no grupo.<br />
Vocês podem até organizar uma exposição e apresentação na escola sobre<br />
isso. Que tal?<br />
Vejam a música feita por Renato Russo sobre o trabalho. Ela traz alguma<br />
inspiração?<br />
Música de trabalho<br />
Letra: Renato Russo<br />
Música: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá<br />
Sem trabalho eu não sou nada<br />
Não tenho dignidade<br />
Não sinto o meu valor<br />
Não tenho identidade<br />
Mas o que eu tenho<br />
É só um emprego<br />
E um salário miserável<br />
Eu tenho o meu ofício<br />
INTRODUÇÃO<br />
17
18<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Que me cansa de verdade<br />
Tem gente que não tem nada<br />
E outros que tem mais do que precisam<br />
Tem gente que não quer saber de trabalhar<br />
E quando chega o fi m do dia<br />
Eu só penso em descansar<br />
E voltar pra casa pros teus braços<br />
Quem sabe esquecer um pouco<br />
De todo o meu cansaço<br />
Nossa vida não é boa<br />
E nem podemos reclamar<br />
Sei que existe injustiça<br />
Eu sei o que acontece<br />
Tenho medo da polícia<br />
Eu sei o que acontece<br />
Se você não segue as ordens<br />
Se você não obedece<br />
E não suporta o sofrimento<br />
Está condenado à miséria<br />
Mas isso eu não aceito<br />
Eu sei o que acontece<br />
Mas isso eu não aceito<br />
Eu sei o que acontece<br />
E quando chega o fi m do dia<br />
Eu só penso em descansar<br />
E voltar prá casa pros teus braços<br />
Quem sabe esquecer um pouco<br />
Do pouco que não temos<br />
Quem sabe esquecer um pouco<br />
De tudo que não sabemos.
ATIVIDADE 2<br />
3ª parte<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
É hora de resgatar tudo que fi zemos!<br />
O que você achou desse trabalho? Todos participaram?<br />
Precisamos fazer um levantamento sobre o trabalho de cada grupo.<br />
Vamos anotar nossas observações?<br />
1. Quais foram os aspectos comuns que surgiram em todas as apresentações?<br />
Isto é, o que todos os meus colegas pensaram e, de alguma forma, falaram<br />
em seus trabalhos?<br />
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2. Quais foram os “personagens”, os profi ssionais que trabalham na escola,<br />
que foram lembrados na exposição dos trabalhos?<br />
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INTRODUÇÃO<br />
19
20<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 2<br />
4ª parte<br />
Agora que percorremos diversas etapas sobre esse tema, chegou o momento<br />
de construirmos um “mapa” sobre as várias profi ssões existentes na escola, apontando<br />
o que cada um faz e quais são as responsabilidades envolvidas no exercício<br />
profi ssional.<br />
Por exemplo:<br />
Atividade Quem executa? Responsabilidades<br />
Preparar e vender pipocas Pipoqueiro Cuidar da higiene na preparação<br />
da pipoca, para que não haja<br />
nenhum tipo de contaminação, o<br />
que poderia causar doenças.<br />
E assim por diante...<br />
Bem, depois que você e seus colegas construíram um “mapa” das profi ssões<br />
existentes na escola, vamos pensar sobre o seguinte: como essas pessoas trabalham<br />
juntas?<br />
Vamos imaginar um dia na escola...
GUIA DE ESTUDO<br />
Por exemplo:<br />
Anita chegou mais cedo na escola. Ela terá de esperar um pouco, até o portão<br />
ser aberto pelo porteiro ou inspetor de alunos ou vigia.<br />
Entrando na sala de aula, Anita encontra tudo limpo, não é mesmo? Quem<br />
será que deixou tudo arrumado? A faxineira.<br />
Com quem o porteiro ou vigia se relaciona na escola?<br />
O inspetor de alunos precisa se relacionar com quem para cumprir sua função?<br />
A faxineira precisa se relacionar com quem para cumprir sua função?<br />
E, assim sucessivamente, percorrendo cada uma das ocupações relacionadas.<br />
Orientação para a atividade<br />
Seu(sua) professor(a) lhe dará tarjetas e pincel atômico para que você comece<br />
a escrever cada ocupação.<br />
Cole as tarjetas em um mural (pode ser a lousa) e comece a indicar com setas<br />
como cada ocupação se relaciona com as outras.<br />
Quando houver uma relação de chefi a ou de comando entre as ocupações,<br />
utilize uma linha tracejada com fl echa para relacioná-las.<br />
Quais são as conclusões que podemos tirar desse quadro?<br />
Por exemplo:<br />
O inspetor de alunos abre o portão de entrada. Se ele chegar atrasado ou<br />
faltar, vai mudar alguma coisa na escola? Sim? Não? Por quê?<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
A faxineira precisa se relacionar com todos na escola?<br />
_____________________________________________________________<br />
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_____________________________________________________________<br />
INTRODUÇÃO<br />
21
22<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Continuando nosso caminho<br />
Depois de construirmos esse quadro, qual é sua opinião sobre a pergunta:<br />
Trabalhar na escola é igual a trabalhar em um banco ou em uma loja?<br />
Vamos procurar refl etir sobre qual é o sentido do trabalho nas nossas vidas.<br />
O homem – há muito tempo – plantava, cuidava do gado e pescava para<br />
garantir a sua sobrevivência e a de sua família.<br />
Plantava o trigo para fazer o pão e, o que sobrava, aquilo que ele não iria<br />
usar, trocava com seus vizinhos por leite ou outros produtos.<br />
E hoje?<br />
Hoje, e já faz algum tempo, tudo é vendido. E o trabalho também é comprado<br />
e vendido, concorda?<br />
Vendemos nossa força de trabalho para alguém que precisa daquilo que<br />
sabemos fazer.<br />
Então, se pensamos em uma loja que vende sapatos, sabemos que o dono da<br />
loja, o comerciante, tem lucro vendendo o sapato de que precisamos.<br />
Mas, e na educação? É a mesma coisa?<br />
Se trabalhamos em uma escola pública, não há lucro, certo?<br />
E isso faz diferença?
ATIVIDADE 3<br />
VAMOS ESCREVER<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Vamos organizar as várias idéias que construímos nessa trajetória e escrever<br />
uma redação sobre o tema:<br />
Trabalhar na escola é igual a trabalhar no banco ou no escritório?<br />
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_____________________________________________________________<br />
INTRODUÇÃO<br />
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nspetor de alunosauxiliar<br />
uxiliar administrativoinspet<br />
nspetor alunosauxiliar adm<br />
ontador histórias auxiliar in<br />
xiliar administrativode de al<br />
lunosauxiliar administrativo<br />
uxiliar históriasintrodução alu<br />
nspetor alunos auxiliar co<br />
ontador de históriasintrodu<br />
uxiliar administrativocontad<br />
ontador administrativo hist<br />
nspetor de alunosintrodu<br />
lunosauxiliar administrativo<br />
osauxiliar administrativo alu<br />
ontador introdução de histó<br />
uxiliar alunos administrativ<br />
ontador históriasintrodução<br />
nspetor de alunosauxiliar<br />
ontador alunos históriasin
administrativo recreador<br />
or de alunos auxiliar<br />
inistrativo contador<br />
trodução recreador<br />
unos históriasintrodução<br />
de históriA contador de<br />
unos recreador<br />
ntador administrativo<br />
ção recreador<br />
or inspetor de alunos<br />
óriasintrodução<br />
ção auxiliar administrativo<br />
de históriA inspetor alunos<br />
contador<br />
riasintrodução recreador<br />
oinspetor de alunos<br />
recreadoradministrativo<br />
administrativo alunos<br />
trodução recreador<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
26<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO
I. INTRODUÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
O que faz o auxiliar de administração escolar?<br />
Antes de iniciarmos nossas atividades tratando sobre o dia-a-dia do auxiliar<br />
de administração escolar, seria interessante conversarmos sobre o quanto essa<br />
função é importante nas escolas.<br />
Você sabe que todo aluno espera, por exemplo, não ter problemas com sua<br />
documentação, que suas notas sejam registradas corretamente, etc., não é mesmo?<br />
Tudo isso exige que o auxiliar administrativo da escola seja responsável e permaneça<br />
atento aos detalhes, pois basta uma distração para complicar a vida dos alunos.<br />
Esse profi ssional atende também professores e pais de alunos. Imagine a<br />
mãe de um aluno que liga para a escola, a fi m de ter notícias sobre seu fi lho,<br />
que passou a noite com febre, e o auxiliar, preocupado com outras questões, se<br />
confunde e dá uma informação errada... O que aconteceria?<br />
IMAGINAR<br />
– Bom dia, aqui é a dona Wanda, mãe do Bruno Arantes, da 3ª série.<br />
Queria saber se ele está passando bem, porque ele teve febre a noite toda.<br />
– Bom dia, dona Wanda – responde o auxiliar. – Seu fi lho acabou de<br />
ser levado para o pronto-socorro...<br />
Assustada, dona Wanda desliga e sai correndo para ir ao hospital. Enquanto<br />
isso, o auxiliar lembra que Bruno está assistindo aula, e quem havia<br />
se machucado durante o intervalo era um outro Bruno, da 4ª série...<br />
Erros acontecem, é claro, mas todo cuidado é pouco quando trabalhamos<br />
em uma escola, pois lidamos com várias situações diferentes e com muitas pessoas<br />
ao mesmo tempo.<br />
ATIVIDADE 1<br />
Para começarmos a pensar no que seria nosso trabalho em uma escola, vamos<br />
fazer uma atividade trocando idéias sobre a escola, seguindo o seguinte<br />
roteiro e as orientações que o(a) professor(a) lhe dará:<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
27
28<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Lembrando a escola<br />
Como era a escola em que você estudou?<br />
Qual a importância da escola para você?<br />
Para que serve a escola?<br />
Lembre uma situação (positiva ou negativa) ocorrida na escola e que você<br />
nunca mais esqueceu.<br />
Como era a secretaria da escola?<br />
Quem atendia você?<br />
O que você lembra do atendimento na secretaria? Procure levantar os<br />
aspectos positivos e negativos dos seus contatos na secretaria da escola.<br />
Você e seus colegas certamente lembraram de inúmeras situações diferentes,<br />
não é mesmo?Vamos agora encenar uma delas!<br />
Você e seu grupo irão conversar para escolher uma dessas situações, a que<br />
mais lhes agradar, e construir uma peça de teatro sobre ela.<br />
Você sabia?<br />
Que esse é o símbolo do teatro?<br />
No teatro grego, na Antiguidade, os atores usavam máscaras para representar<br />
diversas situações: uma máscara para a comédia, outra para o drama, etc.<br />
Como elaborar e encenar uma peça de teatro?<br />
Normalmente, fi camos envergonhados quando temos de encenar alguma<br />
coisa. É normal. Esse não é o nosso dia-a-dia, mas se enfrentarmos o desafi o de<br />
nos expormos, você verá que o resultado é gratifi cante.<br />
Encenar, contudo, não é apenas gesticular e falar algumas frases. É uma<br />
produção que vai exigir, da nossa parte, um bom trabalho. Vamos ver:<br />
1º passo:<br />
Escolher uma situação vivida na escola com os colegas.<br />
Vamos conversar sobre os detalhes da situação: em que local ela se passa?<br />
Com quem? Quantas pessoas estavam envolvidas? Qual é a idade das<br />
pessoas que participaram da situação?
2º passo:<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Vamos escrever um roteiro para a cena. Mas o que é isso?<br />
Para escrever um roteiro de teatro é bom pensarmos em três elementos:<br />
um diálogo que expresse algum confl ito; e a linguagem que será usada.<br />
Por exemplo, você pode encenar uma criança que ainda fala errado ou<br />
um professor que fala “mais difícil”. Nessa última situação, você deve<br />
procurar usar palavras diferentes e o personagem pode ser, por exemplo,<br />
mais sério. O terceiro elemento é a estética, ou seja, devemos criar um<br />
personagem completo e precisamos pensar em todos os detalhes: roupas,<br />
maquiagem, a música que toca quando ele entra em cena, etc. Tudo de<br />
maneira a chamar a atenção do público. Basta usar a imaginação.<br />
E não esqueça: o teatro é feito de diálogos. Você pode ter em sua peça um<br />
narrador que conta o início da história, mas depois, quando os personagens entram<br />
em cena, eles terão de conversar.<br />
Vamos organizar o roteiro por cenas. Vamos tentar?<br />
Cena 1:<br />
Armando será o narrador da história. Ele entra em cena e conta sobre a<br />
escola: “– Havia uma escola no interior da Paraíba onde nenhum funcionário<br />
trabalhava por muito tempo. Mas por quê?”.<br />
Obs: você pode escolher uma música de fundo e tocar enquanto Armando<br />
fala.<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
29
30<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Cena 2:<br />
Entram em cena: Carlos, Fernanda e Isabel.<br />
Quem são eles? Três alunos bastante estudiosos, mas a diversão deles era<br />
inventar histórias de terror na escola. O que eles fazem na cena? Estão tramando<br />
pregar uma peça no funcionário da secretaria.<br />
E assim você e seus colegas vão construindo todas as cenas que considerarem<br />
importantes para que a história convença as pessoas...<br />
Depois de montar a seqüência das cenas, falta conferir se elas estão bem<br />
escritas. Um membro do grupo lê em voz alta, enquanto todos prestam atenção<br />
para ver se há necessidade de modifi car alguma fala.<br />
3º passo:<br />
Pensar a encenação<br />
Quem fará cada personagem? Como irá se vestir? O que a voz dele deve<br />
expressar? Alegria? Mistério? Raiva?<br />
Depois de ensaiar, decorar as falas e acertar os detalhes, é hora de entrar<br />
em cena.<br />
VAMOS ESCREVER<br />
Faça um breve relato descrevendo sua experiência ao realizar uma peça de<br />
teatro. Conte o que mais gostou de fazer e qual etapa da preparação você acha<br />
que teve facilidade para desenvolver. E a de maior difi culdade? Termine contando<br />
como o teatro fez você pensar sobre a escola.<br />
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GUIA DE ESTUDO<br />
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II. O QUE FAZ UM AUXILIAR<br />
ADMINISTRATIVO ESCOLAR?<br />
IMAGINAR<br />
Vamos imaginar como é um dia de trabalho de um auxiliar de administração<br />
escolar. O que você acha que ele faz?<br />
ATIVIDADE 2<br />
Agora vamos montar um painel sobre as atividades que o auxiliar de administração<br />
escolar desempenha no seu dia-a-dia.<br />
Cada um de vocês escreverá quantas tarjetas forem necessárias, mas fi que<br />
atento: escreva apenas uma ação por tarjeta.<br />
Para isso, seu(sua) professor(a) lhe dará pincel atômico e tarjetas. Por exemplo:<br />
Atende telefone<br />
Organiza documentos<br />
dos alunos<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
31
32<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
VAMOS ESCREVER<br />
O que você concluiu com essa atividade? Quais são as principais atribuições<br />
desse profi ssional?<br />
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_____________________________________________________________<br />
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III. AUXILIAR ADMINISTRATIVO ESCOLAR:<br />
BUROCRATA OU EDUCADOR?<br />
Afi nal, o que é essa tal de burocracia?<br />
LER NO DICIONÁRIO<br />
Procure no dicionário a palavra burocracia. Como ela está defi nida?<br />
– Como é que a gente pode saber a origem de uma palavra?<br />
– É simples. Se você ler no dicionário a defi nição da palavra até o fi nal, vai<br />
encontrar a abreviação “etim.”, que quer dizer etimologia, ou seja, o estudo<br />
da origem e da evolução das palavras.<br />
– Ah... Quer dizer então que, no caso da palavra burocracia, ela é formada<br />
por outras duas palavras?<br />
– Isso mesmo! Ela vem da palavra francesa bureaucratie, que é formada por<br />
duas palavrinhas: bureau (que também é uma palavra francesa e se pronuncia<br />
“birrô”), que quer dizer “escritório”, e krátos, uma palavra que vem do<br />
grego e quer dizer “força”, “poder”, domínio”.<br />
– Nossa! Que bacana! Quer dizer que todas as palavras têm uma origem e<br />
vieram de outras línguas?<br />
– Exatamente! Veja, por exemplo, a palavra aluno: ela vem da palavra alumnus,
GUIA DE ESTUDO<br />
de uma língua chamada latim, e quer dizer “discípulo” ou “menino”. E alumnus<br />
vem do verbo alère, também do latim, que signifi ca “desenvolver”, “nutrir”,<br />
“fortalecer”. Ou seja, aluno é aquele que se alimenta de conhecimento.<br />
– Mas que interessante! E a palavra democracia?<br />
– Vamos olhar no dicionário. Vem de uma palavra grega, démokratía, que é<br />
formada por duas palavrinhas: dêmos, que quer dizer “povo”, e kratía, que<br />
signifi ca “força” ou “poder”. Ou seja, o governo do povo.<br />
– Puxa vida! Conhecendo a etimologia das palavras, a gente pode descobrir<br />
muitas coisas novas!<br />
Você sabia?<br />
Que Dia do Auxiliar Administrativo Escolar é o mesmo que o Dia do Professor?<br />
Você deve lembrar de uma música da sua infância: Carimbador maluco,<br />
de Raul Seixas. Esse compositor irreverente compôs essa música pensando em<br />
como a burocracia, às vezes, pode atrapalhar a vida da gente:<br />
Carimbador maluco<br />
Raul Seixas<br />
5... 4... 3... 2...<br />
– Parem! Esperem aí.<br />
Onde é que vocês pensam que vão?<br />
Plunct Plact Zum<br />
Não vai a lugar nenhum!!<br />
Plunct Plact Zum<br />
Não vai a lugar nenhum!!<br />
Tem que ser selado, registrado, carimbado<br />
Avaliado, rotulado se quiser voar!<br />
Se quiser voar...<br />
Pra Lua: a taxa é alta,<br />
Pro Sol: identidade<br />
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo<br />
É preciso meu carimbo dando o sim,<br />
Sim, sim, sim.<br />
O seu Plunct Plact Zum<br />
Não vai a lugar nenhum!<br />
Plunct Plact Zum<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
33
34<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Não vai a lugar nenhum!<br />
Tem que ser selado, registrado, carimbado<br />
Avaliado, rotulado se quiser voar!<br />
Se quiser voar...<br />
Pra Lua: a taxa é alta,<br />
Pro Sol: identidade.<br />
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo<br />
É preciso meu carimbo dando o sim,<br />
Sim, sim, sim.<br />
Plunct Plact Zum<br />
Não vai a lugar nenhum!<br />
Plunct Plact Zum<br />
Não vai a lugar nenhum!<br />
Mas ora, vejam só, já estou gostando de vocês<br />
Aventura como essa eu nunca experimentei!<br />
O que eu queria mesmo era ir com vocês,<br />
Mas já que eu não posso:<br />
Boa viagem, até outra vez.<br />
Agora...<br />
O Plunct Plact Zum<br />
Pode partir sem problema algum<br />
Plunct Plact Zum<br />
Pode partir sem problema algum<br />
(Boa viagem, meninos.<br />
Boa viagem).
Você sabia?<br />
Que a burocracia já existia no Egito e na China antigos?<br />
ATIVIDADE 3<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Agora que você já sabe o que é um burocrata, participe do debate em sala,<br />
procurando responder à pergunta: o auxiliar administrativo escolar é um burocrata<br />
ou também é um educador?<br />
VAMOS ESCREVER<br />
Depois do debate, organize as principais idéias que surgiram e escreva uma<br />
redação cujo tema é a mesma pergunta do debate:<br />
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ATIVIDADE 4<br />
Realizando uma pesquisa<br />
Vamos realizar uma pesquisa, tendo como tema: o que mudou na escola<br />
com o passar dos anos?<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
35
36<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
– Que legal! Quer dizer que vou entrevistar as pessoas nas ruas?<br />
– Exato! Mas não podemos fazer uma pesquisa sem, antes, planejar<br />
todas as etapas!<br />
– Será como fi zemos no teatro? Devemos pensar em tudo antes de<br />
começarmos?<br />
– Isso mesmo. Imagine como seria entrevistar uma pessoa sem antes<br />
saber, exatamente, o que você quer descobrir com a pesquisa... Tudo fi ca<br />
mais difícil, não é mesmo? Então, vamos ver as etapas!<br />
Em primeiro lugar:<br />
Vamos pensar no tema que o(a) professor(a) propôs: as mudanças que ocorreram<br />
na escola. Diante disso, precisamos pensar na seguinte pergunta: o que eu<br />
quero descobrir com a minha pesquisa?<br />
Essa pergunta é muito importante, pois, se você não respondê-la, fi cará<br />
dando voltas e não sairá do lugar.<br />
Vamos pensar juntos:<br />
Anita quer conhecer a opinião das pessoas que tenham, mais ou menos, 50<br />
anos. Quais são as lembranças que elas têm da escola?<br />
João quer saber se há diferença de opiniões entre as pessoas de 50 anos e as<br />
de 30.<br />
Ao pensarem dessa maneira, Anita e João estabeleceram seus objetivos, ou<br />
seja, o que eles pretendem descobrir por meio da pesquisa.<br />
Agora é sua vez!<br />
Pense no objetivo da sua pesquisa: qual é a principal pergunta que você quer<br />
ver respondida?
VAMOS ESCREVER<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
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_____________________________________________________________<br />
Esse objetivo, essa pergunta para a qual desejo encontrar uma resposta, será<br />
a minha “bússola”. Ela guiará todo o planejamento da pesquisa.<br />
Bem, agora que sabemos o que desejamos pesquisar e já construímos nosso<br />
objetivo de pesquisa, precisamos imaginar o que as pessoas irão responder e,<br />
assim, elaborar o que chamamos de hipóteses.<br />
Não é difícil. Quer ver como fazemos isso todos os dias e não percebemos?<br />
IMAGINAR<br />
Estou em uma estrada escura e o carro quebra. Qual é a primeira<br />
coisa em que pensamos? “O que será que aconteceu com o carro?” Em<br />
seguida, começamos a imaginar algumas prováveis respostas: “Acho que<br />
acabou a gasolina...” ou “Será que o motor pifou?”.<br />
Estas duas idéias são o que chamamos de hipóteses.<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
37
38<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Viu como não é difícil? Sem querer, você formulou hipóteses: possíveis respostas<br />
às perguntas que surgiram diante de um problema. Para fazer uma pesquisa<br />
é a mesma coisa.<br />
Elabore agora as suas hipóteses de pesquisa, de acordo com o objetivo que<br />
você estabeleceu:<br />
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_____________________________________________________________<br />
Construindo procedimentos de pesquisa<br />
PESQUISAR<br />
Antes de ir a campo, lembre-se:<br />
Para fazermos uma pesquisa de campo (entrevistas nas ruas, nas casas, ou<br />
no trabalho das pessoas), precisamos ser educados, usar palavras gentis, tais<br />
como: “por favor” e “obrigado”; e, acima de tudo, explicar ao entrevistado<br />
o motivo da pesquisa. Procure mostrar às pessoas, com quem você vai conversar,<br />
como a participação delas é importante para o seu trabalho.<br />
Quando fomos fazer a peça de teatro, antes de tudo elaboramos um roteiro,<br />
não é mesmo?<br />
Agora, vamos precisar de um novo roteiro, formado pelas perguntas que<br />
iremos fazer às pessoas.<br />
Roteiro<br />
1. Idade:_____anos<br />
2. Sexo: masculino ( ) feminino ( )
GUIA DE ESTUDO<br />
3. Que recordações o(a) senhor(a) tem da escola em que estudou? (Caso a<br />
pessoa tenha estudado em várias escolas, peça que ele(a) lembre daquela em que<br />
estudou por mais tempo.)<br />
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_____________________________________________________________<br />
4. O que representa ou qual é o signifi cado da escola para o(a) senhor(a)?<br />
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_____________________________________________________________<br />
5. No seu tempo, como o(a) senhor(a) era atendido(a) pelos funcionários da<br />
escola?<br />
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_____________________________________________________________<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
39
40<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
6. Os funcionários atendiam e ajudavam os alunos e professores? Em caso<br />
afi rmativo, como isso ocorria? Se a resposta for negativa, por que o(a) senhor(a)<br />
acha que isso acontecia dessa forma?<br />
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_____________________________________________________________<br />
7. O(a) senhor(a) acha que a escola mudou do seu tempo até hoje? Por quê?<br />
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_____________________________________________________________<br />
8. A escola lhe traz boas ou más recordações? Cite uma boa recordação e<br />
outra ruim.<br />
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GUIA DE ESTUDO<br />
9. O(a) senhor(a) estudou até que série? Por que parou de estudar?<br />
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_____________________________________________________________<br />
Recuperando os resultados da pesquisa<br />
Antes de iniciarmos a organização de todas as informações que coletamos, é<br />
bom pararmos para fazer um balanço sobre como foi o nosso trabalho de campo.<br />
Procure responder:<br />
De uma forma geral, o que você achou dessa experiência de entrevistar<br />
pessoas?<br />
(Procure explicar porque foi legal, ou porque você não gostou, etc.)<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Quais foram as principais difi culdades que você enfrentou para fazer esse<br />
trabalho?<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
41
42<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
E quais foram as maiores facilidades para realizar as entrevistas?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Você se sentiu tímido(a) ou desinibido(a)?<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Chegou o momento de começarmos a organizar as informações que<br />
coletamos.<br />
Vamos construir uma tabela, procurando “cruzar” os dados obtidos nas entrevistas.<br />
Para tanto, sistematize suas entrevistas.<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
– Mas o que é “sistematizar” as entrevistas?<br />
– Calma! Não precisa fi car com essa cara de quem não sabe o que deve<br />
fazer… Vamos lá! Você fez as entrevistas, não é mesmo?<br />
– Sim, fi z!<br />
– E o que achou? Você gostou de ouvir as pessoas, saber a opinião delas<br />
sobre a escola?<br />
– Gostei muito! E elas responderam coisas que eu nem imaginava! Percebi<br />
que a escola muda de região para região no Brasil e como é diferente<br />
conversar com pessoas mais velhas e mais novas!<br />
– Ótimo! Você, sem saber, já começou a analisar sua pesquisa, pois percebeu<br />
que há diferenças nas opiniões, conforme o lugar do Brasil em que<br />
as pessoas moram!<br />
Agora, você precisa escrever o que as pessoas falaram para você. Isso<br />
é sistematizar. Depois de fazer isso, poderemos construir uma tabela. Vamos<br />
começar?
Escreva um relatório para cada entrevista. Por exemplo:<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Entrevistado: sr. Manoel<br />
Idade: 54 anos<br />
Escolaridade: estudou até o antigo 4ª ano primário, que hoje corresponde<br />
ao Ensino Fundamental, mas não completou o curso.<br />
Ele me contou que a escola era muito boa, mas a professora era brava e ele<br />
fi cava com tanto medo dela que não conseguia aprender nada. Essa é uma<br />
lembrança ruim que ele tem da escola, porque ele achava que era burro e<br />
não conseguia aprender. E como precisava trabalhar para ajudar a mãe, que<br />
era viúva, largou a escola e foi trabalhar de ajudante de pedreiro.<br />
Viram como não é difícil?<br />
Sistematizar ajuda a praticar a escrita e a organizar as idéias.<br />
Agora que você já fez os relatórios das entrevistas, vamos “olhar” para esses<br />
dados de outra forma, fazendo uma tabela:<br />
Construa uma tabela dessa forma:<br />
Sexo do entrevistado Idade Escolaridade Significado da escola<br />
Masculino 54 Ensino fundamental I<br />
incompleto<br />
Feminino 42 Ensino fundamental I<br />
completo<br />
Medo,<br />
frustração por não<br />
conseguir aprender.<br />
O único lugar em que eu<br />
não trabalhava.<br />
Dessa forma, você conseguirá visualizar as principais informações que necessita<br />
para concluir sua pesquisa.<br />
É hora de analisarmos as informações.<br />
Agora que tudo está organizado, você pode escrever um relatório completo,<br />
no qual analisará as respostas que conseguiu e poderá chegar a algumas conclusões.<br />
Mas para escrever de maneira que nosso texto possa ser compreendido por<br />
todos que o lerem, precisamos tomar alguns cuidados.<br />
Em primeiro lugar, não podemos escrever da mesma forma que falamos.<br />
Por quê?<br />
Porque, quando falamos, utilizamos uma linguagem mais informal. Veja<br />
este exemplo:<br />
Quando falamos com uma amiga, podemos dizer assim:<br />
– Sofi a, cê qué i comigo na vó?<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
43
44<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Claro que nossa amiga entende o que queremos dizer. Mas quando lemos a<br />
pergunta acima, ela não parece estranha? Certamente, fi caria mais fácil entender<br />
se estivesse escrito assim:<br />
– Sofi a, você quer ir comigo na casa da minha avó?<br />
E se fosse um convite para uma festa importante, como poderíamos escrevê-lo?<br />
Querida amiga Sofi a:<br />
No próximo sábado, ao meio-dia, haverá aqui em casa um almoço para<br />
comemorarmos o aniversário de minha avó.<br />
Como todos nós gostamos muito de você, queremos que esteja presente<br />
nessa festa.<br />
Contamos com sua presença!<br />
Carinhoso abraço,<br />
Bel.<br />
Sabemos que você não falará assim com seus amigos, mas lembre-se que,<br />
ao escrever um texto (um recado, um convite, uma carta ou um documento), é<br />
importante que ele possa ser facilmente compreendido.<br />
Organizando o texto<br />
Um texto é formado pelas seguintes partes:<br />
1. Introdução: no caso da pesquisa, será aqui que iremos apresentar nosso<br />
objetivo. Lembra daquela pergunta que fi zemos para nós mesmos? O que eu<br />
quero descobrir com a pesquisa?<br />
Exemplo:<br />
A pesquisa realizada teve como objetivo conhecer a opinião dos moradores<br />
do bairro Casa Amarela, na cidade de Santa Cruz, sobre a escola em que<br />
estudaram.<br />
Foram entrevistadas cinco pessoas, sendo três mulheres e dois homens…<br />
2. Desenvolvimento: nesta parte do texto, você apresenta as idéias de forma<br />
mais organizada, trazendo argumentos que ajudem o leitor a compreender o<br />
trabalho que você fez.<br />
Exemplo:
GUIA DE ESTUDO<br />
As pessoas entrevistadas mostraram opiniões bastante diferentes sobre as<br />
escolas em que estudaram.<br />
Percebemos que os homens estudaram menos que as mulheres. Eles precisavam<br />
largar antes a escola para começar a ajudar no sustento da família.<br />
As mulheres tinham mais medo da professora. Só depois que cresceram é que<br />
perceberam como o medo não deixava que elas prestassem atenção na aula...<br />
E, por fi m:<br />
3. Conclusão: é uma etapa de encerramento do texto, quando chegamos a<br />
uma ou várias conclusões. É comum, nessa fase do texto, usarmos palavras como<br />
portanto, assim, etc.<br />
Exemplo:<br />
Portanto, percebemos que, quando a escola causa medo nas crianças, isso<br />
atrapalha o ato de aprender.<br />
Redigindo o relatório<br />
Você já tem todas as dicas sobre como escrever. Vamos retomar a tabela com<br />
os resultados das entrevistas? Que tal elaborar um texto a partir das informações<br />
coletadas, fornecendo ao leitor uma idéia de como você chegou a esses resultados,<br />
ou seja, como foi o caminho percorrido?<br />
Até aqui, você entrou em contato com várias formas de leitura e compreensão<br />
de textos. E também já escreveu pequenos textos. Agora, vamos nos aprofundar<br />
um pouco mais nesse assunto que deixa muita gente de cabelo em pé: redação.<br />
Escrever não é nenhum bicho de sete cabeças! Escrever é colocar uma idéia no<br />
papel. Para isso, é preciso reunir informações, seguir um plano e não desistir.<br />
Lembre-se que escrever requer alguns cuidados. Sempre que for redigir um<br />
texto, pense nas respostas para as perguntas abaixo:<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
45
46<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Vamos fazer outro exercício para praticar a escrita<br />
Leia o texto abaixo:<br />
Tem uma piada que é assim: o cara adormeceu na Idade Média, numa fábrica<br />
de carroças. Acordou no século XX e estava numa fábrica de BMWs,<br />
cheia de linhas de montagem e de robôs. Outro dormiu num hospital, com<br />
a peste negra em volta. Acordou numa UTI moderna, muito espantado.<br />
Outro dormiu numa sala de aula. Acordou e entendeu tudo: “Olha eu aqui<br />
na sala de aula”. Pois a escola continua a ser a mesma coisa: as carteiras com<br />
meninos e meninas e a professora ali na frente. A professora ensina o dever<br />
e cobra dos alunos depois.<br />
Ziraldo. Entrevista ao Jornal do Brasil,<br />
29 dezembro de 1996.<br />
RELEITURA<br />
Reúna-se com seus colegas e conversem sobre as questões abaixo. Peçam<br />
também orientações ao(à) professor(a).<br />
1. Vocês sabem quem é o autor deste texto?<br />
2. Vocês concordam com o Ziraldo?<br />
3. Vocês sabem o querem dizer as siglas BMW e UTI?<br />
4. Como poderíamos reescrever o texto de Ziraldo?<br />
Aqui vai um exemplo de como vocês podem começar a reescrever o texto:<br />
Uma pessoa dormiu na Idade Média e acordou no século XX em uma fábrica<br />
de motores alemã, conhecida pela sigla BMW, que é a abreviatura de Baverische<br />
Motoren Werke.<br />
Reescreva o texto e, ao terminarem, troquem o texto com outro colega.<br />
Cada um comenta o texto do outro. Você teve novas idéias para reescrevê-lo?
GUIA DE ESTUDO<br />
Agora, vamos escrever um novo texto, aproveitando as idéias do primeiro e<br />
também da piada que Ziraldo contou na entrevista. Vamos valorizar nossa produção?<br />
Quem lê para a classe? Tenha orgulho daquilo que produziu!<br />
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_____________________________________________________________<br />
Retomando:<br />
1. Um texto é composto de três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.<br />
2. Na introdução, expomos em linhas gerais o tema que vamos propor ao<br />
leitor, ou falamos de que trata o texto.<br />
3. No desenvolvimento, a parte mais longa do texto, organizamos nossas<br />
idéias, reunindo as informações que temos à idéia que queremos defender.<br />
4. A conclusão é a parte fi nal, quando sintetizamos as idéias. Apresentamos<br />
os pontos mais importantes do texto e a idéia que acreditamos ter<br />
demonstrado. Geralmente, usamos expressões como: portanto, por isso,<br />
assim, dessa forma, etc.<br />
5. Coloque todas as idéias num papel, sem pensar se está bom ou ruim, ou<br />
seja, sem censura. Vá escrevendo o que vier à cabeça. Isto se chama “tempestade<br />
de idéias”. É uma forma de escrever sem bloquear ou censurar as<br />
idéias que surgem.<br />
6. Faça um rascunho colocando essas idéias, agrupando-as de acordo com as<br />
partes do texto.<br />
7. Antes de terminar o texto, leia, releia, refaça, risque, rabisque, até que o<br />
todo, o conjunto realmente tenha sentido. Ler em voz alta ajuda muito a<br />
verifi car se o que você escreveu faz sentido de verdade.<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
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48<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
IV. A COMUNICAÇÃO E A<br />
CORRESPONDÊNCIA NOS<br />
TEMPOS MODERNOS<br />
Vamos iniciar esta parte aprofundando o conhecimento sobre a comunicação<br />
por meio de textos. Leia atentamente os textos a seguir. Caso surjam dúvidas,<br />
utilize o dicionário ou peça explicações ao professor.<br />
Comunicação é troca, entendimento, compreensão; um meio de transmitir<br />
informações, idéias, sentimentos, experiências, etc. Toda comunicação<br />
pressupõe a existência de três elementos: um emissor (quem emite a mensagem),<br />
um receptor (quem recebe a mensagem) e uma mensagem (a informação<br />
a ser transmitida).<br />
A correspondência engloba todos os textos dirigidos por um emissor a um<br />
ou vários receptores selecionados, independente do suporte utilizado: carta,<br />
fax, e-mail, etc.<br />
Desvendando o mistério por trás dos textos<br />
Você já deve ter reparado como um texto é diferente de outro, não é mesmo?<br />
Se você lê um gibi, uma revista em quadrinhos, a linguagem que o autor usa é<br />
uma, muito diferente daquela que um autor de romances vai empregar, certo?<br />
É muito parecido com a linguagem que usamos em diversas situações:<br />
Quando você vai procurar um emprego, a linguagem que você usa é a mesma<br />
que utiliza com seus amigos?<br />
Não é, não é mesmo?<br />
Isso porque escrever é uma forma de nos expressarmos.<br />
Quando ouvimos um rap percebemos que é diferente de uma propaganda.<br />
Mudamos a maneira de falar ou de escrever conforme nossa intenção, conforme<br />
o que pretendemos. Vamos pensar nas perguntas abaixo e encontrar respostas<br />
para elas:<br />
Como uma bula de remédio é escrita? O que é mais importante nela: as<br />
informações que estão lá ou quem vai ler?<br />
E num bilhete para um amigo? O que ganha maior destaque: o amigo<br />
para quem escrevemos ou a mensagem que está no bilhete?<br />
E na música dos Titãs, Comida? O que é mais importante? A maneira<br />
como eles cantam e a mensagem que transmitem ou as pessoas para<br />
quem eles cantam?
Comida<br />
Titãs<br />
(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto)<br />
Bebida é água<br />
Comida é pasto<br />
Você tem sede de quê?<br />
Você tem fome de quê?<br />
A gente não quer só comida<br />
A gente comida, diversão e arte<br />
A gente não quer só comida<br />
A gente quer saída para qualquer parte (hum)<br />
A gente não quer só comida<br />
A gente quer bebida, diversão, balé<br />
A gente não quer só comida<br />
A gente quer a vida como a vida quer (comer é bom)<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
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50<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Bebida é água<br />
Comida é pasto<br />
Você tem sede de quê?<br />
Você tem fome de quê?<br />
A gente não quer só comer<br />
A gente quer comer e quer fazer amor<br />
A gente não quer só comer<br />
A gente quer prazer pra aliviar a dor<br />
A gente não quer só dinheiro<br />
A gente quer dinheiro e felicidade<br />
A gente não quer só dinheiro<br />
A gente quer inteiro e não pela metade<br />
Bebida é água<br />
Comida é pasto<br />
Você tem sede de quê?<br />
Você tem fome de quê?<br />
A gente não quer só comida<br />
A gente comida, diversão e arte<br />
A gente não quer só comida<br />
A gente quer saída para qualquer parte<br />
A gente não quer só comida<br />
A gente quer bebida, diversão, balé<br />
A gente não quer só comida<br />
A gente quer a vida como a vida quer<br />
A gente não quer só comer<br />
A gente quer comer e quer fazer amor<br />
A gente não quer só comer<br />
A gente quer prazer pra aliviar a dor<br />
A gente não quer só dinheiro<br />
A gente quer dinheiro e felicidade<br />
A gente não quer só dinheiro<br />
A gente quer inteiro e não pela metade<br />
Desejo,<br />
Necessidade e vontade<br />
Necessidade e desejo<br />
Necessidade e vontade<br />
Necessidade e desejo<br />
Necessidade e vontade<br />
Necessidade e desejo<br />
Necessidade.
GUIA DE ESTUDO<br />
Quando encontramos um amigo na rua e falamos “Está tudo bem com<br />
você? Mas que calor, hein? Será que vai chover?”, qual a característica<br />
central dessa maneira de se comunicar?<br />
E quando lemos um outdoor na rua ou ouvimos uma propaganda no<br />
rádio? O que tem mais força: o que estamos vendo ou ouvindo, ou quem<br />
bolou a propaganda?<br />
ATIVIDADE 5<br />
VAMOS ESCREVER<br />
No texto que você acabou de ler, há algumas dicas de como reconhecer os<br />
diferentes tipos de textos.<br />
Com a ajuda do(a) professor(a), redija diferentes textos, conforme a indicação<br />
abaixo:<br />
a) Um texto informativo e técnico, que ensine como se usa um computador.<br />
b) Uma carta para um amigo que você não encontra há vários anos, convidando-o<br />
para a sua formatura na escola.<br />
c) Um diálogo entre você e uma pessoa conhecida, em uma ligação telefônica.<br />
d) Um texto no qual você conta ao seu fi lho o que sentiu quando se apaixonou<br />
pela primeira vez.<br />
Depois de escrever, reúna-se com os colegas em grupos de 4 a 5 pessoas e escolham<br />
o melhor texto para ser dramatizado, colocando em prática o que vocês<br />
já sabem sobre encenação de peças de teatro.<br />
Redigindo documentos<br />
Vamos relembrar quais são as atribuições do auxiliar administrativo escolar.<br />
Num esforço de memória, faça uma lista dessas atribuições e compare-as com as<br />
que se encontram em uma das unidades anteriores do Guia de Estudo.<br />
Quantas e quais conseguiu recordar? Provavelmente, essas que você listou<br />
são as mais marcantes ou signifi cativas para você.<br />
Contudo, mesmo que as atribuições relativas à elaboração de documentos<br />
não tenham sido as mais lembradas, é preciso preparar-se para executá-las de<br />
maneira efi ciente, pois trata-se de um aspecto fundamental da ocupação de auxiliar<br />
administrativo escolar.<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
51
52<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Vamos, portanto, falar sobre a correspondência ofi cial.<br />
Leia atentamente o texto a seguir e comente com os colegas suas impressões,<br />
procurando verifi car o que cada um já sabia ou o que foi surpresa. E não se esqueça<br />
de usar o dicionário, caso a dúvida se refi ra a uma palavra desconhecida.<br />
Os textos para correspondência ofi cial<br />
Cada organização – empresa, escola, hospital, etc. – tem suas regras e normas<br />
próprias quando o assunto é comunicação, isso porque a forma de nos comunicarmos<br />
revela nossa imagem, quem somos.<br />
Vamos ver como essas diferentes instituições tratam a correspondência:<br />
Dicas<br />
1. uso de papel timbrado;<br />
2. iniciais do departamento e o número da carta;<br />
3. localidade e data: São Paulo, 14 de setembro de 2006;<br />
4. destinatário;<br />
5. uso dos pronomes de tratamento;<br />
6. texto;<br />
7. encerramento do texto.<br />
Use letra minúscula no nome do mês e coloque ponto fi nal após o ano.<br />
O primeiro dia do mês em ordinal, os demais em cardinal. Exemplo: São<br />
Paulo, 1° de abril de 2006; Manaus, 2 de maio de 2007.<br />
Escreva valores por extenso, entre parênteses. Exemplo: R$ 1.700,00 (mil<br />
e setecentos reais). Não se escreve “hum”, “treis”, “deis”, “cincoenta”, pois<br />
não existem estas palavras em nossa língua, embora seja indiferente usar<br />
“catorze” ou “quatorze”.<br />
Faça a concordância certa: “anexo o contrato”, “anexos os arquivos”,<br />
“anexas as duplicatas”.<br />
“Att.” signifi ca “para atenção de” e “A/C” signifi ca “aos cuidados de”.<br />
Todos os modos de tratamento exigem a concordância na 3ª pessoa.<br />
Exemplo: Excelentíssimo Senhor Prefeito, vimos à sua presença para solicitar-lhe<br />
que...
Aqui estão alguns exemplos de correspondência:<br />
CARTA<br />
GD – 04/06 (iniciais do departamento)<br />
Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2007. (local e data)<br />
FORNECEDORA COMA BEM (destinatário)<br />
Att. Diretoria Administrativa<br />
Prezados Senhores,<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Informamos-lhes que não recebemos o suprimento da merenda conforme<br />
pedido 24/06 a ser entregue no mês passado.<br />
Solicitamos providências para a regularização da pendência.<br />
Atenciosamente,<br />
Suely Aparecida Peixoto da Fonseca,<br />
Assistente de Diretoria<br />
OFÍCIO<br />
O ofício é o documento enviado de um órgão público a outro. O assunto<br />
pode ser variado: um convite, cumprimentos, decisões, determinações, solicitações,<br />
etc.<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
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54<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Exemplo:<br />
Ofício n.03/SEC<br />
Rio de Janeiro, 25 de março de 2008.<br />
Excelentíssimo Senhor Vereador:<br />
Temos a honra de dirigirmo-nos à V.Ex.ª para enviar-lhe o<br />
convite da cerimônia de inauguração de nossa escola, Colégio Estadual<br />
Profa. Clementina de Jesus, à Rua dos Girassóis, 2005, Japiarra, a realizar-se<br />
no dia 1º de maio de 2005, às 10 horas.<br />
Aproveitamos o ensejo para também demonstrar nossa gratidão<br />
pela atenção dispensada por V. Ex.ª ao setor escolar, o que permitiu<br />
o atendimento de 800 alunos de nossa comunidade.<br />
Nesta oportunidade, apresentamos à V.Ex.ª os protestos da<br />
nossa alta estima e consideração.<br />
À Sua Excelência<br />
Senhor Vereador Mário José de Sá<br />
Câmara Municipal<br />
18.110 – Rio de Janeiro – RJ<br />
ATA<br />
Respeitosamente,<br />
Rosa Helena Martins de Albuquerque<br />
Diretora de Escola<br />
Ata é o registro sucinto e objetivo das ocorrências e deliberações tomadas<br />
em uma reunião, de forma a manter uma memória dos fatos.<br />
Elas são redigidas em livro próprio (o livro de atas) e devem conter as seguintes<br />
partes:<br />
1. termo de abertura – consta na primeira página, indica a fi nalidade do<br />
livro e o número de páginas que contém. Deve ser assinado e datado por<br />
pessoa autorizada, a qual numera e rubrica as páginas.<br />
2. termo de encerramento, que segue sempre padrões estabelecidos.
Alguns cuidados devem ser tomados na redação das atas:<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
1. O texto deve ser feito em um só parágrafo, sem espaços em branco, para<br />
evitar alterações fraudulentas no documento;<br />
2. Não pode ser rasurado. Caso haja alteração a ser feita ou algum tipo de<br />
erro, o texto deve ser corrigido utilizando-se a expressão “digo” da seguinte<br />
forma, por exemplo: “Aos doze dias, digo, oito dias do mês de dezembro<br />
de 2004 estiveram aqui reunidos os membros do Conselho de Escola...”.<br />
3. Caso note-se algum erro depois da ata estar escrita, ainda é possível fazer<br />
uma retifi cação, escrevendo ao fi nal do texto: “Em tempo: onde se lê<br />
Fernando, leia-se Antonio Fernando”.<br />
EXEMPLO DE ATA:<br />
Aos catorze dias do mês de setembro de dois mil e três, às quinze horas,<br />
na sala da diretoria, terceiro andar, realizou-se a quinta reunião ordinária<br />
da Associação de Pais e Mestres do Colégio Dom Paulo Bezerra, presidida<br />
pelo senhor Luiz Pedro do Prado e secretariada por mim, Júlia<br />
da Fonseca, para tratar da seguinte ordem do dia, conforme convite n°<br />
03/03, expedido a todos os pais com data de 1º de setembro do corrente<br />
ano: 1) pintura do prédio; 2) reforço da merenda escolar; 3) contratação<br />
de guarda noturno. Estiveram presentes 25 pais, conforme consta da<br />
lista de presença. O senhor presidente solicitou a leitura da ata anterior.<br />
Após a leitura, como não houve emendas ou ressalvas, foi aprovada pela<br />
maioria. Dando início à ordem do dia, postos os assuntos em discussão, o<br />
senhor Jacinto Gomes dispôs-se a fazer a pesquisa de mão-de-obra e apresentar<br />
três orçamentos para deliberação da diretoria, sendo que os demais<br />
assuntos tiveram aprovação de todos, exceto do senhor Pedro Ferreira,<br />
que se manifestou contrário à contratação de guarda noturno. Nada mais<br />
havendo a tratar, o senhor presidente encerrou a reunião, agradecendo a<br />
presença de todos. E para constar, eu, Júlia da Fonseca, lavrei a presente<br />
ata que, depois de lida e aprovada, será assinada por mim, pelo senhor<br />
presidente e por todos os presentes.<br />
REQUERIMENTO<br />
Requerimento, também chamado de petição, é a solicitação ou reivindicação<br />
de algo que se pleiteia junto à determinada autoridade. Deve ser redigido em<br />
papel ofício e pode ser feito à mão ou no computador, preferencialmente em um<br />
único parágrafo, nele devendo constar:<br />
1. Identidade do requerente (nome, estado civil, nacionalidade, n° do CPF<br />
e do RG, profi ssão e residência);<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
55
56<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
2. Os motivos, a fundamentação legal e a citação de documentos anexos, se<br />
houver;<br />
3. Fecho ou conclusão.<br />
MODELO DE REQUERIMENTO<br />
Ilmo. Sr. Diretor de Divisão :<br />
Benedito Góis de Cintra, casado, brasileiro, residente na Rua da Fiandeiras,<br />
45, nesta cidade, portador do RG......., CPF......, vem requerer<br />
de V. Sª. a contagem de tempo para efeito de aposentadoria, uma vez<br />
que completou os 35 anos de efetivo exercício da profi ssão, como provam<br />
os documentos anexos.<br />
Nesses termos, pede deferimento.<br />
Recife, 15 de outubro de 2003.<br />
DECLARAÇÃO<br />
É um documento semelhante ao atestado. No entanto, a declaração não é<br />
fornecida por órgãos públicos.<br />
MODELO DE DECLARAÇÃO<br />
Escola Princesa Isabel<br />
Declaramos que o sr. José Nobre presta serviços como autônomo em<br />
nossa escola há cinco anos, recebendo por seus trabalhos o valor de R$<br />
100,00 por semana.<br />
Pelotas, 10 de janeiro de 2006.<br />
Zulmira Campos<br />
Chefe de Seção de Pessoal
GUIA DE ESTUDO<br />
Como você pode observar, a correspondência ofi cial tem regras próprias.<br />
Em outras palavras: segue um padrão que varia muito pouco. Podemos concluir,<br />
então, que, neste tipo de texto, a introdução e a conclusão seguem um padrão<br />
estabelecido e que apenas o desenvolvimento muda.<br />
Quanto à forma de se dirigir às pessoas, ela muda conforme o cargo ocupado<br />
por quem vai receber a correspondência. As diferentes formas de se dirigir às<br />
autoridades recebem o nome de pronomes de tratamento. A seguir, você encontra<br />
os principais pronomes, suas abreviaturas e com quem eles devem ser usados:<br />
AUTORIDADES CIVIS<br />
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para<br />
Vossa Excelência V. Ex.a<br />
Presidente da República, Senadores<br />
da República, Ministro de Estado,<br />
Governadores, Deputados Federais e<br />
Estaduais, Prefeitos, Embaixadores,<br />
Vereadores, Cônsules, Chefes das<br />
Casas Civis e Casas Militares<br />
Vossa Magnifi cência V. M. Reitores de Universidade<br />
Vossa Senhoria V. S.ª<br />
AUTORIDADES JUDICIÁRIAS<br />
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para<br />
Diretores de Autarquias Federais,<br />
Estaduais e Municipais<br />
Vossa Excelência V. Ex.a<br />
Desembargador da Justiça, curador,<br />
promotor<br />
Meritíssimo Juiz M. Juiz Juízes de Direito<br />
AUTORIDADES MILITARES<br />
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para<br />
Vossa Excelência V. Ex.a Ofi ciais generais (até coronéis)<br />
Vossa Senhoria V. S.a Outras patentes militares<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
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58<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS<br />
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para<br />
Vossa Santidade V. S. Papa<br />
Vossa Eminência<br />
Reverendíssima<br />
V. Em.ª Revm.ª Cardeais, arcebispos e bispos<br />
Vossa Reverendíssima V. Revmª<br />
OUTROS TÍTULOS<br />
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para<br />
Abades, superiores de conventos,<br />
outras autoridades eclesiásticas e<br />
sacerdotes em geral<br />
Vossa Senhoria V. S.ª<br />
Funcionários graduados e pessoas de<br />
cerimônia<br />
Doutor Dr. Doutor<br />
Comendador Com. Comendador<br />
Professor Prof. Professor<br />
ATIVIDADE 6<br />
VAMOS ESCREVER<br />
Para esta atividade, cada grupo deve escolher um modelo de correspondência,<br />
criar uma situação determinada e escolher uma autoridade a quem enviar<br />
o modelo escolhido. Depois, troquem os resultados entre os grupos e façam<br />
comentários.<br />
Por exemplo:<br />
Sr. Prefeito,<br />
Gostaríamos de solicitar à Vossa Excelência permissão para os alunos<br />
da Escola Estadual Santos Dumont grafi tarem os muros da Praça 14 Bis,<br />
em comemoração ao centenário do primeiro vôo...
Atendimento ao público<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Você com certeza já fi cou muito irritado ao ser mal atendido quando solicitou<br />
uma informação, telefonou ao serviço de atendimento de alguma empresa,<br />
enfi m, quando precisou de ajuda, recorreu a alguém e não recebeu o tratamento<br />
esperado. Vamos, então, verifi car como esse tipo de situação pode ser evitado.<br />
Comece perguntando a você mesmo:<br />
Qual seria a altura ideal da minha voz, como eu deveria me dirigir às<br />
pessoas?<br />
Estou sabendo o que dizer e sendo claro quando forneço uma informação?<br />
Estou conseguindo fazer a outra pessoa me compreender?<br />
Se consideramos que o auxiliar de administração escolar é também um educador,<br />
é necessário que ele saiba se relacionar com pais, alunos e fornecedores,<br />
mas também com os outros funcionários da escola, não apenas por serem seus<br />
colegas de trabalho, mas porque depende dele o fl uxo de várias informações e a<br />
qualidade de grande número de atividades desenvolvidas na escola. Nesse sentido,<br />
deve tomar um cuidado especial com a linguagem, procurando se comunicar<br />
de maneira clara, sem deixar margens a qualquer dúvida.<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
59
60<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Dicas<br />
Demonstrar respeito e atenção à palavra do outro, seja para concordar<br />
ou discordar.<br />
Levar em consideração os argumentos do outro.<br />
Ter clareza de idéias.<br />
Observar os gestos, a expressão facial, a postura corporal, a entonação de<br />
voz do interlocutor e também a sua.<br />
ATIVIDADE 7<br />
Reúnam-se em grupos e representem simulações de atendimento a solicitações<br />
de alunos, professores, pais, diretor ou funcionários.<br />
Antes da apresentação:<br />
Preparem o palco, o cenário, o local da platéia, etc.<br />
Escrevam as falas ou roteiro da apresentação e ensaiem.<br />
Após a apresentação, ouçam com atenção os comentários dos colegas e do<br />
professor.<br />
Controlando o estoque da merenda escolar<br />
Quando você compra um alimento, sua primeira preocupação é ver a data<br />
de vencimento, não é mesmo? E quando se trata de um produto natural, como<br />
carnes, frutas ou verduras, nosso primeiro gesto é verifi car a cor, apalpar para<br />
sentir a consistência e muitas vezes cheirar. Nossos sentidos nos avisam se algum<br />
produto estiver estragado.<br />
Logo em nossas primeiras aulas, quando você pesquisou sobre as diferentes<br />
ocupações que acontecem na escola, certamente pôde perceber que o auxiliar<br />
administrativo escolar se encarrega do controle da entrada e saída dos alimentos<br />
que servem à produção da merenda, assim como da verifi cação das datas de validade<br />
dos produtos.<br />
Sem dúvida, trata-se de um trabalho essencial para a vida da escola. Não só por<br />
envolver a saúde de todos os que se alimentam com a merenda, mas pelo fato de que,<br />
em muitos casos, pode ser a única alimentação do estudante durante todo o dia.<br />
ATIVIDADE 8<br />
Converse com seu(sua) colega e elaborem juntos uma lista de controle para<br />
o recebimento da merenda. Pense em todos os itens que deveriam ser observados<br />
quando um lote de merenda chega à escola. Quais informações devem estar<br />
contidas em uma tabela?
GUIA DE ESTUDO<br />
Vamos construí-la no computador? Veja o exemplo abaixo e pense se ele<br />
pode ser melhorado:<br />
Item Fornecedor<br />
Carne<br />
Frigorífi co<br />
Santos<br />
Data do<br />
pedido<br />
Data da<br />
entrega<br />
18/10/04 20/10/04<br />
Condições Providências<br />
Carne<br />
escura e<br />
com mau<br />
cheiro<br />
Recursos e equipamentos de trabalho<br />
Devolvi e liguei<br />
imediatamente ao seu<br />
Manuel, que vai retirar e<br />
entregar outro lote às 14<br />
horas hoje, dia 20/10/04<br />
Computador<br />
É capaz de gravar informações,<br />
organizar planilhas de cálculos,<br />
digitar cartas, etc.<br />
Hoje é uma ferramenta essencial<br />
de trabalho em praticamente todos<br />
os setores da economia, e saber<br />
utilizá-lo é condição para a procura<br />
de muitos empregos.<br />
CPU<br />
Unidade Central de Processamento<br />
– e não é chamada de UCP no<br />
Brasil, porque “emprestamos” do<br />
inglês essa sigla.<br />
Monitor de vídeo<br />
Também conhecido em alguns<br />
países como “tela”, possui a função<br />
da tela do cinema ou da televisão,<br />
pois é por meio do monitor<br />
que conseguimos visualizar o<br />
trabalho que estamos fazendo no<br />
computador.<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
61
62<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Teclado<br />
É nele que iremos digitar as letras<br />
e números em nosso texto ou<br />
planilha. Há um “chip” dentro do<br />
computador que irá “compreender”<br />
que teclamos na letra “A” e enviar<br />
essa informação para a tela.<br />
Ele possui uma parte de teclas<br />
alfabéticas, outra numérica e,<br />
ainda, outras de edição, ou seja,<br />
uma tecla que “apaga” aquilo<br />
que você escreveu errado, outra<br />
que permite passar para a página<br />
seguinte ou anterior, etc.<br />
Mouse<br />
Mais uma palavra emprestada do<br />
inglês, que quer dizer rato. Ele<br />
parece mesmo com um rato, não é?<br />
O movimento do mouse é<br />
percebido na tela do monitor,<br />
normalmente uma fl echa que irá<br />
te levar para as funções que deseja<br />
realizar. Com ele você poderá<br />
movimentar até determinado<br />
botão, pode clicar para abrir um<br />
arquivo, etc.<br />
Impressora<br />
É outro periférico. É por meio<br />
dela que podemos imprimir<br />
nosso trabalho: textos, planilhas,<br />
imagens, gráfi cos e até fotografi as.<br />
Máquina de calcular<br />
A máquina de calcular é ainda<br />
bastante utilizada nos escritórios,<br />
estabelecimentos comerciais e<br />
até em bancos. Ela passou a ser<br />
menos empregada, porque o<br />
computador hoje faz todas as suas<br />
funções, mas imagine que você<br />
poderá trabalhar em uma escola<br />
que não tenha computador ou<br />
que ele está sendo utilizado por<br />
outra pessoa, então você poderá<br />
recorrer a esse aparelho. Ela realiza<br />
as quatro operações, porcentagens<br />
e, dependendo do modelo, faz<br />
cálculos bem complicados.
GUIA DE ESTUDO<br />
Fax<br />
Por que esse aparelho se chama fax?<br />
Fax vem da palavra latina<br />
fac-símile: fac signifi ca facere,<br />
ou seja, “fazer”; e símile quer<br />
dizer “semelhante”.<br />
Quer dizer que, com esse aparelho,<br />
podemos transmitir documentos<br />
para outro aparelho, não<br />
importando se ele está no Brasil ou<br />
em qualquer lugar do mundo.<br />
Clipe<br />
Você sabia que essa pecinha foi<br />
inventada em 1899, na Noruega?<br />
Durante a II Guerra Mundial, os<br />
noruegueses eram proibidos de<br />
usar broches ou bottons com as<br />
iniciais do rei e passaram a usar um<br />
clipe na lapela, como um símbolo<br />
de resistência contra a ocupação<br />
nazista.<br />
Papel sulfite<br />
Papel sulfi te tamanho A4 ou Carta?<br />
O papel tipo sulfi te é muito usado<br />
na impressão de documentos,<br />
cartas e relatórios. Mas, cuidado!<br />
Ele tem tamanhos diferentes, que<br />
podem desconfi gurar todo o seu<br />
trabalho!<br />
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR<br />
63
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
NSPETOR ALUNOSAUXILIA<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
XILIAR ADMINISTRATIVODE HI<br />
LUNOSAUXILIAR ADMINISTR<br />
ADOR DE HISTÓRIASINTRODU<br />
NSPETOR ALUNOSAUXILIA<br />
ONTADOR DE HISTÓRIASINT<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
LUNOSAUXILIAR ADMINISTR<br />
OR ALUNOSAUXILIAR ADMI<br />
ONTADOR DE HISTÓRIASINT<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
R ADMINISTRATIVO<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
STÓRIASINTRODUÇÃO<br />
ATIVODE HISTÓRIA CON-<br />
ÇÃO RECREADOR<br />
R ADMINISTRATIVO<br />
RODUÇÃO RECREADOR<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
ATIVODE HISTÓRIA INSPE-<br />
INISTRATIVO<br />
RODUÇÃO RECREADOR<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS
66<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO
I. INTRODUÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Caro(a) aluno(a), vamos conversar agora sobre a ocupação de contador de<br />
histórias.<br />
Quem não gosta de uma boa história? Todas as pessoas gostam de histórias:<br />
crianças, adultos, idosos... Se não fosse assim, as novelas não fariam tanto sucesso<br />
na televisão, não é mesmo? Quem também nunca parou para ouvir repentistas<br />
em praça pública? Perceba, então, que há vários tipos de história, para vários<br />
públicos.<br />
ATIVIDADE 9<br />
Mas vamos falar de você: quais histórias você se lembra de quando era criança?<br />
Quem as contava? Qual era sua história preferida? Conte-a para seus colegas,<br />
do seu jeito, da maneira como você se lembra dela...<br />
VAMOS ESCREVER<br />
Agora que você ouviu algumas histórias, escreva quais as sensações que elas<br />
provocaram em você:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
67
68<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
II. A IMPORTÂNCIA DA NARRAÇÃO<br />
DE HISTÓRIAS<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Já vimos que todas as pessoas gostam de uma boa história, qualquer que seja<br />
a idade. Mas, afi nal, qual a importância das histórias?<br />
Podemos identifi car três dimensões da importância da narração de histórias:<br />
a socialização da cultura; a formação de valores morais e sociais; e os aspectos<br />
referentes ao desenvolvimento psicológico das crianças.<br />
1. A história como elemento de socialização da cultura<br />
Seja em tribos africanas, em aldeias indígenas, ou em outras sociedades,<br />
como a da Grécia antiga, a narração de histórias têm a função de manter a tradição,<br />
repassada de geração a geração pelos mais velhos.<br />
Em torno de fogueiras ou em outros ambientes acolhedores, são narrados<br />
os mitos ou lendas que contam, dentro da cultura daquele povo, a origem do<br />
mundo, da natureza, dos deuses, etc.<br />
As histórias cumprem a importância de ajudar a “responder” dilemas da<br />
existência: como surgiu o mundo? Como se formou a vida na Terra? E assim por<br />
diante.<br />
2. A história como elemento de formação de valores<br />
morais e sociais<br />
Explicar a origem do mundo, o surgimento da vida na Terra e centenas de<br />
outras preocupações que os seres humanos sempre tiveram – e continuam a ter<br />
– ajuda não só a compreender tudo que está à nossa volta, mas também a formar<br />
os valores que permitem a vida em sociedade.<br />
Por exemplo, em todas as histórias, o “Bem” sempre vence o “Mal”, não é<br />
mesmo? “Bem” e “Mal” estão colocados nas histórias por meio dos personagens<br />
e de suas atitudes. Mas o que é o “bem” e o que é o “mal”? As noções de “bem” e<br />
de “mal” são dadas pelos valores que existem na sociedade como um todo e que<br />
a criança vai reconhecendo e apreendendo através das histórias. Por isso, muitas<br />
vezes ouvimos a pergunta: “Qual é a moral da história?”. Ou seja, quais são os<br />
valores que a história está querendo passar?
3. O aspecto psicológico das histórias<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
A importância das histórias ouvidas na infância é primordial para a vida<br />
adulta. Através delas, as crianças elaboram seus conceitos e desenvolvem seus<br />
confl itos mais íntimos. A fantasia dos contos dá asas à imaginação e proporciona<br />
a descoberta de meios para se defender na vida real. E grande parte das experiências<br />
vividas na infância permanece no inconsciente do indivíduo para sempre.<br />
Não só nos lembramos das histórias ouvidas, como também das sensações<br />
obtidas a partir delas. Sensações como tranqüilidade, bem-estar, alegria, medo e<br />
muitas outras. Essas sensações continuarão retornando durante toda a vida, sempre<br />
que nos depararmos com situações semelhantes às encontradas nas histórias.<br />
A participação do contador de histórias deve permitir à criança que ela se<br />
transponha para o mundo do faz-de-conta. Nessas experiências, as crianças não se<br />
preocupam com a moral, com o que é errado, com o que não pode – não há barreiras<br />
para a imaginação. As crianças viajam no mundo imaginário, criando uma<br />
realidade só delas, fantástica, na qual misturam verdade e fi cção. E essa viagem ao<br />
mundo da fantasia é importante não só para as crianças, mas para todos nós.<br />
Nesse universo, as crianças se envolvem com a história e com os personagens.<br />
A identifi cação que as crianças têm com os personagens não é casual, mas está intimamente<br />
relacionada com as características da personalidade de cada criança.<br />
Vemos, portanto, que as histórias infantis trazem às crianças um universo<br />
mágico, de fantasia. E é a partir desse universo que elas começam a aprender a<br />
lidar, por exemplo, com seus medos, desafi os, incertezas, etc. Enfi m, elas aprendem<br />
a trabalhar com os olhos da mente e da imaginação.<br />
A narração de histórias ajuda-as a enfrentar confl itos e frustrações por meio<br />
da imaginação, e a desenvolver a sensibilidade e a inteligência, habilidades que,<br />
sabemos, a maioria dos programas infantis de televisão, que veiculam apenas<br />
violência e erotismo, não desenvolve.<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
69
70<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Os tipos de histórias<br />
Vimos que a narração de histórias tem pelo menos três dimensões importantes:<br />
o ensinamento de valores; a socialização da cultura; e a contribuição para<br />
a formação psicológica das crianças.<br />
Mas, além disso, há também os diversos tipos de história:<br />
Histórias infanto-juvenis<br />
Histórias clássicas<br />
Histórias educativas<br />
Histórias inventadas<br />
Mitologia afro-brasileira<br />
Contos folclóricos brasileiros<br />
Contos de fada<br />
Poesias<br />
Fábulas<br />
Lendas e mitos de todos os povos<br />
Crônicas<br />
Cordel<br />
ATIVIDADE 10<br />
O que você achou do texto acima? Você reconhece, nas histórias que já ouviu,<br />
algum dos elementos que caracterizam a importância da narração de histórias?<br />
VAMOS ESCREVER<br />
Debata em grupo três histórias das quais você e seus colegas lembram, refl etindo<br />
sobre as características de cada uma delas. Depois, anote abaixo o resultado<br />
dessa discussão e compare com o que foi apresentado pelos demais colegas:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________
GUIA DE ESTUDO<br />
III. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PARA<br />
A NARRAÇÃO DE HISTÓRIAS<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Vamos, a partir de agora, tratar mais especifi camente da organização do<br />
trabalho para desenvolver a atividade de narração de histórias.<br />
Você se lembra dos conceitos envolvidos na organização do trabalho? É importante<br />
que você recorra novamente ao livro da FTG - Unidade Formativa III<br />
– Juventude e Comunicação –, compreendendo como eles se aplicam também na<br />
narração de histórias.<br />
Como escolher uma boa história para contar?<br />
A escolha de uma boa história para contar faz parte da atividade de preparação<br />
do trabalho do contador de histórias.<br />
Você se lembra das aulas da FTG acerca da preparação para o trabalho?<br />
Vamos recapitular:<br />
“Em qualquer trabalho existe um momento de preparação, antes da realização<br />
de uma atividade. Essa preparação leva em conta o que se quer produzir, suas<br />
formas de alcançar os resultados e os meios para essa produção, como materiais,<br />
ferramentas e informações necessárias para iniciar o trabalho.”<br />
Veja, a seguir, algumas recomendações importantes para esta etapa do desenvolvimento<br />
da atividade:<br />
Para saber mais:<br />
Considerações importantes para a escolha da história<br />
A primeira coisa em que temos de pensar é na qualidade do texto. Você<br />
acha que as crianças podem se encantar com historinhas muito curtas,<br />
de frases simplifi cadas, infantilizadas, moralizantes, daquelas que<br />
o educador mal começou a ler e, quando vê, o conto já acabou, sem<br />
que nada de muito importante aconteça? Livros desse tipo existem aos<br />
montes, pois são muitos os adultos que pensam que as crianças não<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
71
72<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
são inteligentes o sufi ciente para ouvir uma longa e bela história. Ao<br />
escolher bons livros, devemos estar atentos à imaginação das crianças e<br />
respeitar a inteligência delas.<br />
Nessa escolha também podemos considerar um certo cuidado ético: que<br />
valores queremos transmitir com determinadas histórias? Por exemplo:<br />
como os personagens femininos aparecem? São sempre secundários,<br />
obedientes aos homens, ou também aparecem como heroínas, destacando-se<br />
pela inteligência, além da beleza? E os personagens negros?<br />
São sempre subalternos ou também são destaques centrais da trama?<br />
É importante criar oportunidades para que todas as crianças possam,<br />
por meio das histórias, se espelhar e se identifi car, positivamente, com<br />
tais personagens. Vá à biblioteca, pesquise o acervo de livros infantis e<br />
procure esses personagens, tão desconhecidos das crianças.Você certamente<br />
vai se surpreender.<br />
Cuidar da formação ética nesse contexto não signifi ca, no entanto, usar<br />
a história para dar lição de moral. A leitura deve valer por si, pelo poder<br />
mágico que as palavras carregam, e quem decide o que se aprende com<br />
isso é sempre a criança: deixe que ela mesma tire suas conclusões, lógicas<br />
ou fantásticas, porque, mais importante do que aprender uma lição<br />
é aprender a ser leitor.<br />
Extraído do Caderno Orientação da Prática Educativa – módulo 3, Curso ADI Magistério,<br />
Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de São Paulo, julho de 2003.<br />
ATIVIDADE 11<br />
IMAGINAR<br />
Vamos exercitar a preparação de atividades de narração de histórias. Considere<br />
as situações abaixo e refl ita com seu grupo sobre quais histórias<br />
vocês escolheriam para contar ao público.
GUIA DE ESTUDO<br />
Situação do grupo 1:<br />
Você foi contratado(a) para trabalhar em uma feira de livros infantis. Lá<br />
estarão crianças entre 4 e 8 anos de idade, de todas as escolas públicas da cidade.<br />
Qual história você escolheria?<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Situação do grupo 2:<br />
A professora de uma sala com crianças de 7 anos está trabalhando o tema do<br />
respeito à natureza e você foi chamado para contar uma história. Qual história<br />
você contaria?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Situação do grupo 3:<br />
Você foi contratado(a) para trabalhar em uma festa de aniversário de uma<br />
menininha de 4 anos. Lá estarão adultos e crianças com idade variada, até 10<br />
anos. Que história você vai contar?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
73
74<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 12<br />
PESQUISAR<br />
Esta atividade é para ser feita individualmente.<br />
Vá a uma biblioteca e veja que outras histórias existem e quais poderiam ser<br />
utilizadas nas situações descritas acima.<br />
Aproveite essa oportunidade para você montar uma bibliografi a de referência.<br />
Se necessário, peça ajuda à(ao) bibliotecária(o). Dessa forma, toda vez que<br />
você tiver de escolher uma história para contar, já terá uma fonte para consultar.<br />
Você nem imagina o quanto isso lhe será útil quando tiver de organizar uma<br />
atividade de narração de histórias!<br />
Para montar uma bibliografi a de referência, faça um levantamento de acordo<br />
com seu interesse. Pode ser:<br />
Por faixa de idade: até 2 anos; de 2 a 3 anos; de 3 a 4 anos; de 4 a 6 anos;<br />
de 7 a 9 anos; acima de 10 anos.<br />
Por temas/assuntos: por exemplo, livros que tratam de relacionamento<br />
familiar; afetividade/medo; meio ambiente, ecologia, etc.<br />
Por tipos de história: lendas indígenas brasileiras, histórias da mitologia<br />
grega, clássicos dos contos de fada, etc.<br />
E assim por diante.<br />
Em seguida, para qualquer uma das formas acima de classifi cação dos livros<br />
que você tenha escolhido, faça uma lista dos livros encontrados por você, obedecendo<br />
esta ordem:<br />
Sobrenome do autor, nome do autor. Nome completo do livro, colocar se faz<br />
parte de alguma coleção, cidade em que foi publicado o livro: editora e ano<br />
da publicação.<br />
Por exemplo:<br />
LARREULA, Enric. A infância da Bruxa Onilda, coleção Novas Histórias<br />
da Bruxa Onilda, São Paulo: Scipione, 2002.<br />
Leve sua bibliografi a de referência e mostre-a aos seus colegas. Veja como<br />
cada um fez sua própria bibliografi a. Veja quais livros eles colocaram na lista e<br />
troque informações com seus colegas, complementando sua lista de livros.
Para saber mais:<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
<br />
Uma reflexão sobre a narração de histórias e o projeto<br />
pedagógico da escola<br />
A narração de histórias está relacionada a toda uma proposta pedagógica.<br />
Ela não deve ser vista como algo para matar o tempo entre uma atividade<br />
e outra, mas como um eixo fundamental dentro da educação básica.<br />
Nesse sentido, a narração de histórias deve estar interligada a outras<br />
áreas. Você pode envolver outras disciplinas. Por exemplo, ao contar<br />
lendas africanas, você poderá trabalhar a cultura afro, a geometria (pois<br />
as máscaras africanas são semelhantes a muitas formas geométricas),<br />
diferentes aspectos das ciências e também do meio ambiente.<br />
Um exemplo disso é a história de Ossanha. Ossanha é uma deusa africana<br />
(um orixá) responsável pelas folhas, e na cultura africana as folhas<br />
têm a mesma importância que o sangue tem para o nosso corpo. No<br />
candomblé, fala-se que a folha é o sangue. Ossanha é responsável por<br />
preservar essas folhas, e para isso ela tem que ter a água, o sol, o ar. Vê<br />
como é possível, a partir daí, trabalhar com ciências? Ao trabalhar a história<br />
de Ossanha com a turma, você pode usar sementes. Você prepara<br />
o ambiente e também as crianças, a fi m de que estejam predispostas a<br />
receber as novas informações, conta a história e depois inicia um debate,<br />
conversa com elas a respeito. O que elas conseguiram entender<br />
daquilo? Que impressão tiraram? A seguir, você pode incentivá-las a<br />
sonhar, a soltar a imaginação...<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
75
76<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
A narração de histórias deve ter um momento próprio e rotineiro. Ela<br />
não deve ser feita esporadicamente, mas de forma contínua, permanente.<br />
Deve ser parte do trabalho na escola com as crianças – e não um<br />
acessório. Você pode identifi car no grupo diferentes problemas: ansiedade,<br />
agressividade, afetividade, etc. Percebendo essas necessidades, é<br />
possível se desenvolver todo um projeto, no qual contar uma história<br />
é parte de um plano maior, composto de outras atividades. A partir de<br />
uma história como a de Ossanha, você pode fazer um terrário, uma<br />
horta, pode envolver a criança em inúmeras atividades. Tudo depende<br />
do foco que você vai dar para a história. A seguir, você pode, inclusive,<br />
estruturar uma seqüência de histórias (já que tem de ser uma prática<br />
rotineira), a fi m de acompanhar todo o percurso pedagógico.<br />
ATIVIDADE 13<br />
Agora que você e seu grupo escolheram uma história, preparem-se para contá-la.<br />
Como planejar a narração de uma história? Há diversas decisões que você<br />
deve tomar, levando em conta o resultado que deseja alcançar. Você pode apresentar<br />
a história de diferentes formas:<br />
Narração oral, sem auxílio de livros e imagens;<br />
Narração oral, com auxílio de imagens, fantasias, fantoches e “dedoches”;<br />
Fitas de vídeo, CDs com músicas que acompanhem a narração feita a<br />
partir de um livro com imagens.<br />
Essas diferentes formas implicam em algumas decisões:<br />
Ler ou contar a história sem a leitura.<br />
Mostrar a ilustração antes, durante ou depois da leitura da história, caso<br />
tenha sido feita a opção pela leitura.<br />
Usar fantoches, dedoches, fantasias ou algum outro recurso teatral, caso<br />
tenha sido feita a opção por contar a história.<br />
Usar acompanhamento musical, seja um violão ou algum CD.<br />
Provocar ou não a participação do público durante a narração da história.<br />
Em outras palavras: o público será ouvinte ou poderá interferir na narração<br />
da história. Não há a obrigatoriedade de você pedir a participação<br />
da platéia. Mas, de acordo com a reação do público, você pode usar esse<br />
recurso. Contudo, para propor, você tem de estar preparado antes. É um<br />
recurso a mais.<br />
Tendo em vista o público e o objetivo que se pretende alcançar, considere a<br />
história escolhida pelo grupo na Atividade 3 e tome as decisões de como pretende<br />
contar uma história.
Evento/público-alvo História que vai ser<br />
contada<br />
(resultado da Atividade 3)<br />
Crianças de 4 a 8 anos das<br />
escolas públicas em uma<br />
feira de livros infantis.<br />
Crianças de 7 anos com<br />
tema relacionado à<br />
natureza.<br />
Crianças de 4 a 10 anos<br />
e adultos em festa de<br />
aniversário.<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Decisões tomadas no planejamento<br />
da narração<br />
da história<br />
Das decisões que você tomar sobre os recursos que pretende utilizar, vai<br />
haver desdobramentos sobre os materiais necessários para o desenvolvimento da<br />
narração da história. Por exemplo, caso queira um fundo musical para contar sua<br />
história, terá de se preocupar com o tipo de música que vai tocar, em qual CD<br />
ela se encontra, deverá conseguir um aparelho para tocar o CD, etc.<br />
ATIVIDADE 14<br />
Considerando a história que você escolheu na Atividade 3 e as decisões de<br />
como pretende contá-la, tomadas na Atividade 5, preencha no quadro abaixo os<br />
materiais necessários para cada um dos recursos que você vai utilizar:<br />
Recursos para a<br />
narração da história<br />
Fantoches<br />
Dedoches<br />
Fantasia<br />
Música<br />
Iluminação<br />
Há outros recursos?<br />
Quais?<br />
Materiais necessários<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
77
78<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 15<br />
Vamos construir um teatro de sombras.<br />
Teatro de sombras é um cenário que permite ao contador uma forma diferente<br />
de contar histórias e que vai cativar as crianças.<br />
Os passos para a construção do teatro de sombras são os seguintes:<br />
1. Escolha uma história.<br />
2. Confeccione os personagens, utilizando materiais como papel cartão,<br />
cartolina, etc. Use sua criatividade. Use sempre um suporte do tipo “pirulito”<br />
para você segurar na apresentação, não interferindo na sombra<br />
do personagem.<br />
3. O cenário poderá ser feito com lençol – ou Tecido Não Tecido (TNT)<br />
– e abajur ou velas.<br />
4. Para apresentar ao público, procure um canto da sala e estique o lençol/<br />
TNT de forma que você possa prendê-lo em duas paredes (fazendo um<br />
triângulo)<br />
5. Acenda um abajur/velas atrás do lençol/TNT.<br />
6. Apague a luz da sala.<br />
7. Se posicione atrás do lençol/TNT, segurando os personagens pelo suporte.<br />
8. Conte a história, colocando os personagens sempre ao lado de seu corpo<br />
na seqüência da história. Evite fi car à frente do foco da luz, pois isso<br />
prejudicará a sombra dos personagens.<br />
9. Procure interpretar os personagens. fazendo as vozes de acordo com a<br />
personalidade de cada um.<br />
10. Você pode usar uma pessoa como narrador e outra para manusear e<br />
fazer as falas dos personagens.<br />
Agora que você já sabe todos os passos para fazer um teatro de sombras, que<br />
tal escolher uma história e exercitar essa técnica da narração em sua sala de aula?
ATIVIDADE 16<br />
VAMOS ESCREVER<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Como foi a preparação e a apresentação de sua história? Faça um pequeno<br />
relato da experiência de seu grupo para toda a sala. Registre abaixo o resultado<br />
da discussão com seus colegas:<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Vamos passar à próxima etapa do desenvolvimento da narração de histórias.<br />
Até este momento, você já sabe qual história vai contar e já separou os materiais<br />
necessários. Agora, você deve ensaiar como vai apresentar a história.<br />
Como você já fez duas leituras/apresentações até o momento, nas Atividades<br />
3 e 8, talvez já esteja desenvolvendo algumas técnicas próprias.<br />
A seguir, seguem algumas outras orientações, que também ajudarão você a<br />
se preparar para a narração de uma história.<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
79
80<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
IV. PARA SE CONTAR BEM UMA HISTÓRIA<br />
O enredo da história não é nada se o contador não lhe der vida.<br />
É necessário que toda a criatividade do contador de histórias afl ore nesse<br />
momento, para que a criança “mergulhe” em um mundo realmente mágico. De<br />
outra maneira, sua história não passará de apenas mais uma narrativa.<br />
Assim, você deve se esforçar para:<br />
1. Usar da emoção: o contador precisa gostar da história.<br />
2. Ter conhecimento do texto: de preferência, decorá-lo. Se fi zer uma adaptação<br />
do texto original, dever dizer isso ao público.<br />
Reconhecer que o texto tem introdução, desenvolvimento, clímax e um<br />
desfecho. Deve-se reconhecer esses momentos e fazer sua platéia fi car<br />
apreensiva pelo desenrolar da história.<br />
Não devemos explicar uma história depois de contá-la. Portanto, é fundamental<br />
que a escolha da história esteja adequada à faixa etária do público<br />
que você quer atingir.<br />
Apresentar a história da forma mais bonita possível e conquistar o público.<br />
Use os recursos que sua imaginação permitir: sucata, criar cenários, etc.<br />
3. Adequação do ambiente à história. Você pode criar um cenário. Por exemplo:<br />
utilizar um biombo, luz baixa no ambiente, colocar tapetes, almofadas, etc.<br />
4. Corpo<br />
Ilustrativo – acompanha a palavra<br />
Gestos – expressão de espanto, alegria, medo, choro, etc.<br />
5. Voz<br />
Utilizar vozes diferentes para os personagens. Por exemplo: fazer a voz da<br />
vovozinha, da chapeuzinho vermelho, do lobo mau e do caçador.<br />
6. Cantar<br />
Música que tem na história (por exemplo, a música dos sete anões).<br />
Emitir sons (assobiar, estalar os dedos, bater na porta, amassar papel celofane,<br />
etc.).<br />
Observação: preparar antes os materiais que irá usar seqüencialmente,<br />
pois se você se confundir, também confundirá o público.
GUIA DE ESTUDO<br />
7. O olhar<br />
É o cordão umbilical da história, que liga sua platéia a você e mantém essa<br />
ligação enquanto a história é contada. É importante olhar para todos durante a<br />
narrativa. Em especial para o público infantil.<br />
8. Espontaneidade e naturalidade<br />
É necessário se preparar e ensaiar para transmitir ao público. Solte-se! Ensaie<br />
em frente a um espelho.<br />
9. Ritmo<br />
A história é uma sucessão de ritmos: lento, acelerado, etc.<br />
10. Clima<br />
Terror, suspense, ação, romance, etc. Tem que fi car muito claro para a platéia<br />
quando, no enredo, o momento é de tensão, quando é de alegria, quando é<br />
de tristeza, etc.<br />
11. Memória<br />
Usar a imaginação e a interpretação para que o conto fi que o mais próximo<br />
do real, enfatizando a narrativa de modo que o público visualize, por meio da<br />
memória, cheiros, gostos, paisagens, afetos.<br />
Memorizar o texto. Você tem que fazer várias leituras e ensaios antes. Não<br />
deixe as coisas para última hora!<br />
12. Credibilidade<br />
É necessário que o contador de histórias acredite na fantasia do que está<br />
contando. Deve transmitir a idéia de que, se a história não aconteceu com ele,<br />
com certeza ele foi uma testemunha ocular.<br />
13. Pausa e silêncio<br />
Saber usar as pausas, para dar tempo de a platéia imaginar e construir a<br />
história junto com você.<br />
14. Elemento estético<br />
Pode-se contar a história com o texto na mão, mas mesmo assim é necessário<br />
ensaiar e enriquecer a narrativa.<br />
15. Diversidade<br />
Não é recomendado contar a mesma história sempre do mesmo jeito.<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
81
82<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Alguns lembretes para ler e contar histórias<br />
Para se contar histórias não é necessário realizar sempre um megaevento,<br />
por exemplo, vestindo-se com fantasias ou utilizando fantoches. Com qualquer<br />
objeto conseguimos contar belas histórias e representar personagens,<br />
utilizando-nos de gestos, expressões e diferentes entonações. É importante<br />
ler e contar histórias de diferentes maneiras, com diferentes tipos de livros,<br />
para que as crianças tenham várias referências e recursos para construir e<br />
adentrar o mundo da linguagem e da leitura (poemas, cantigas, livros em<br />
texto, somente texto, só com objetos, só com fantoches, com fantasias, só<br />
com fi guras, parlendas, trava-línguas, etc.). Ao ler uma história é importante<br />
ler o nome do autor e do ilustrador, ler o título e até mesmo a dedicatória;<br />
pode-se apresentar a ilustração da capa e pedir para que as crianças<br />
imaginem do que trata a história, ou ler o título e pedir o mesmo. Pode-se<br />
também mostrar primeiro as ilustrações, antes da leitura, perguntando-lhes<br />
se querem saber a história que aquelas fi guras estão mostrando.<br />
Alto e bom som<br />
Se você quiser ser um contador de histórias, deve se preocupar com algo<br />
mais que a organização, o planejamento, a programação e o controle do trabalho.<br />
Deve se preocupar também com o modo de falar, afi nal, você estará se apresentando<br />
a um público. Portanto, além dos ensaios para a narração de histórias,<br />
você deve treinar para melhorar a pronúncia (ou dicção) das palavras.<br />
As palavras devem ser pronunciadas corretamente. Há sempre algumas palavras<br />
que apresentam maiores difi culdades de pronúncia, de acordo com a norma<br />
formal da língua portuguesa, como, por exemplo, as que se encontram na<br />
tabela abaixo:<br />
Correto Incorreto<br />
Problema - pro-ble-ma Pobrema; poblema, etc.<br />
Salsicha - sal-si-cha Salchicha<br />
Fígado - fí-ga-do Filgo, fi go (é correto falar “fi go”, mas só quando está se<br />
referindo à fruta que tem esse nome)<br />
Cozinhar - co-zi-nhar conzinhar<br />
Iogurte - io-gur-te Iogute<br />
Toda vez que você estiver em dúvida sobre a forma correta de se pronunciar<br />
uma palavra, vá até o dicionário, um instrumento útil para quem trabalha com<br />
palavras. Outra dica: procure evitar gírias no ambiente de trabalho e tome cuida-
GUIA DE ESTUDO<br />
do com eventuais erros de concordância. Por exemplo, dentro da norma formal<br />
de nossa língua é correto falar “nós vamos”; e incorreto falar “nós vai” ou “a gente<br />
vamos”. Mas se aceita falar “a gente vai”.<br />
Os exercícios de dicção servem para você “soltar sua língua” e abrir bem a<br />
boca para falar, emitindo melhor os sons.<br />
ATIVIDADE 17<br />
Como exercício para melhorar sua dicção coloque uma bala em sua boca e<br />
leia a lista de palavras e frases abaixo em voz alta, devagar, abrindo bem a boca<br />
para falar, como se estivesse separando as sílabas.<br />
Ba – ta A – trás<br />
VOGAL A<br />
Lar – gar Ma – ca – bra<br />
Ca – sa Ca – jás Far – tar Jan – ga – da<br />
Da – ta Ra – paz Va – ral Gra – va – tá<br />
Fa – da Ca – paz Ra - mal Ma – na - cá<br />
A a-bra-ca-da-bra da ga-ga ma-ca-bra na ca-ba-la.<br />
A ma-dras-ta fa-la-va da sa-ca-da da ca-sa da pra-ça.<br />
A fa-da da ma-ta can-ta-va ba-la-das na cla-ra cas-ca-ta.<br />
E – le Den – te<br />
VOGAL E<br />
Re – fém Re – bel – de<br />
Se – de Gen – te Ne -ném Fer – ve<br />
Ver – de Men – te Ce – les – te Ger – me<br />
Ne – ve Be – lém Re – ce – be Per – de<br />
Cé-le-bre sem-pre re-ve-ren-te pe-re-nes mer-cês ce-les-tes.<br />
Mer-ce-des te-me ser-pen-te re-pe-len-te.<br />
Bi – bi Mi – rim<br />
VOGAL I<br />
In – sis – tir Pir– lim – pim – pim<br />
Ci – ci Ti – pi – ti Ci – vil Ji – qui – ri – bi<br />
Din – dim Di – vi – dir Mis – sil Í – ris<br />
Quin – dim Im – pri - mir Pi – ri – qui - ti Ì – bis<br />
Lin-da me-ni-ni-nha ca-ri-nha de jas-mim dor-min-do as-sim no capim<br />
do jar-dim.<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
83
84<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
VOGAL O<br />
Om – bro Jo – go Vo – vó Gos – to – so<br />
Con – to O – lhos Xo – dó Do – lo – ro – so<br />
Lon – go Vo – tos So – no – ro Cô – mo – do<br />
Fo – go Por – tos Bom – bor – do Fós – fo – ro<br />
O tom mo-nó-to-no do mo-nó-lo-go pro-vo-cou gos-to-so so-no.<br />
O os-so do tor-so do mo-los-so mor-to no lo-do do po-ço.<br />
Luz Bum – bum<br />
VOGAL U<br />
Fur – to Lu – lu<br />
Cruz Su – co Cur – to Cus – cus<br />
Mu – tum Vul – to Sur – do Chu – chus<br />
Zun – zum Cul – to Du – du Um – bus<br />
O glu-glu dos u-ru-bus no fur-run-dum do um-run-du.<br />
No mu-tu-hu-tu pu-lu-lam u-ru-tus, su-ru-cu-cus, su-cu-ru-jus e<br />
cu-cu-ru-cus.<br />
ATIVIDADE 18<br />
Escolha uma criança ou grupo de crianças e desenvolva uma atividade completa<br />
de narração de história. Pode ser alguém de sua família (irmãos, primos,<br />
sobrinhos, etc.) ou a criançada de sua vizinhança, ou em alguma atividade que<br />
precise de um contador de histórias.<br />
O importante é você pensar todas as etapas que tratamos neste guia do aluno.<br />
Desde os objetivos a serem alcançados, a história que vai contar de acordo com a<br />
faixa etária das crianças, até a organização dos recursos necessários e o ensaio.<br />
Boa sorte!<br />
ATIVIDADE 19<br />
É muito importante que, depois de qualquer atividade, você faça uma avaliação.<br />
Isso lhe permitirá aprendizados e evitará que não se repitam eventuais<br />
problemas ocorridos.<br />
Veja o roteiro abaixo e prepare um pequeno relatório sobre o desenvolvimento<br />
de sua narração da história. Conte sua experiência aos colegas, escutando<br />
também o que eles têm a lhe dizer, de acordo com as perguntas que devem nortear<br />
seu registro.
GUIA DE ESTUDO<br />
Que história você contou?<br />
Por que você escolheu essa história?<br />
Como você se preparou?<br />
Como contou a história?<br />
Como as crianças reagiram? Com olhares? Com gestos? Com palavras?<br />
Descreva como foi: você ofereceu livros para as crianças manusearem? O<br />
que aconteceu? Como foi sua intervenção?<br />
Será que as crianças gostaram da sua história? O que o faz pensar assim?<br />
Em que você pode melhorar para a próxima vez que for contar essa história?<br />
O que faria diferente?<br />
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CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
85
86<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 20<br />
“Mar de histórias é a expressão que se usava em sânscrito para se referir ao<br />
universo das narrativas. Ao transitar por essas rotas imaginárias, é sempre<br />
bom ter em mente a metáfora do mar. Ou seja, é preciso ter um caminho,<br />
manter o leme fi rme, mas é também necessária a consciência de que<br />
se navega em águas que ora podem ser muito tranqüilas, ora podem se<br />
transformar em verdadeiros maremotos.<br />
Esta é a aventura literária da qual fazem parte o mestre e seus alunos: é<br />
preciso coragem para trafegar por mundos imaginários; porém, as viagens<br />
serão sempre cheias de descobertas.”<br />
PRIETO, Heloísa. Quer ouvir uma história? Lendas e mitos no mundo da<br />
criança. São Paulo: Angra, 1999<br />
Estamos chegando ao fi nal do capítulo dedicado à ocupação de contador de<br />
histórias.<br />
Podemos dizer que, a essa altura, você sabe um pouco mais sobre a importância<br />
de se contar histórias para crianças, mas, sem dúvida, esse assunto não se<br />
esgota em poucas aulas. Portanto, seu processo de preparação como contador de<br />
histórias teve apenas um pontapé inicial, que precisará ser completado em sua<br />
trajetória, daqui em diante.
GUIA DE ESTUDO<br />
A essa altura você já deve ter compreendido que a narração de histórias<br />
exige uma qualifi cação da pessoa que pretende desenvolvê-la. Refl ita sobre quais<br />
seriam essas qualifi cações e anote-as abaixo.<br />
Aproveite também para fazer uma auto-avaliação sobre qual(is) dessa(s)<br />
qualifi cações você precisa adquirir (ou melhorar) para o desenvolvimento de<br />
suas habilidades de narrador de histórias.<br />
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_____________________________________________________________<br />
Esperamos que você tenha se maravilhado por esse universo das histórias.<br />
Agora, vá em frente!<br />
Boa sorte!<br />
CONTADOR DE HISTÓRIAS<br />
87
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
NSPETOR ALUNOSAUXILIA<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
XILIAR ADMINISTRATIVODE HI<br />
LUNOSAUXILIAR ADMINISTR<br />
ADOR DE HISTÓRIASINTRODU<br />
NSPETOR ALUNOSAUXILIA<br />
ONTADOR DE HISTÓRIASINT<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
LUNOSAUXILIAR ADMINISTR<br />
OR ALUNOSAUXILIAR ADMI<br />
ONTADOR DE HISTÓRIASINT<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
R ADMINISTRATIVO<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
STÓRIASINTRODUÇÃO<br />
ATIVODE HISTÓRIA CON-<br />
ÇÃO RECREADOR<br />
R ADMINISTRATIVO<br />
RODUÇÃO RECREADOR<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
ATIVODE HISTÓRIA INSPE-<br />
INISTRATIVO<br />
RODUÇÃO RECREADOR<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
INSPETOR DE ALUNOS
90<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO
I. INTRODUÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Caros(as) estudantes do PROJOVEM,<br />
Vamos iniciar mais uma etapa de sua formação, conhecendo agora o que<br />
faz um inspetor de alunos, também conhecido em alguns lugares como bedel ou<br />
agente de organização escolar.<br />
Como vimos, compreendemos que todas as ocupações na escola têm uma<br />
função educativa.<br />
O inspetor de alunos lida diretamente com os alunos. É uma pessoa próxima<br />
às crianças e adolescentes, que o encaram como amigo, uma pessoa com<br />
quem se sentem à vontade para conversar, trocar idéias.<br />
Seu trabalho parece fácil, mas, apesar de agradável, é de muita responsabilidade!<br />
Você já fez uma pesquisa sobre as várias profi ssões e ocupações que existem<br />
na escola e, certamente, lembrou do inspetor de alunos. Ele tem um papel importante<br />
para que a escola funcione perfeitamente. Afi nal, na escola trabalhamos<br />
com crianças e adolescentes, que, muitas vezes, dependem de um adulto para<br />
ajudá-los nas diferentes situações.<br />
Vamos descobrir como podemos ser um bom inspetor de alunos?<br />
II. COMO É UM DIA NA VIDA<br />
PROFISSIONAL DO INSPETOR DE ALUNOS?<br />
O Ministério do Trabalho e Emprego fez uma reunião de dois dias inteiros<br />
com inspetores de alunos de vários estados do Brasil, de vários tipos de escolas<br />
– públicas e particulares –, para que eles contassem o que fazem, quais são suas<br />
responsabilidades e quais os equipamentos que precisam usar.<br />
Desse encontro foi decidido que a ocupação seria resumida dessa forma:<br />
Cuidam da segurança do aluno nas dependências e proximidades da escola;<br />
inspecionam o comportamento dos alunos no ambiente escolar. Orientam alunos<br />
sobre regras e procedimentos, regimento escolar, cumprimento de horários;<br />
ouvem reclamações e analisam fatos. Prestam apoio às atividades acadêmicas;<br />
controlam as atividades livres dos alunos, orientando entrada e saída dos alunos,<br />
fi scalizando espaços de recreação, defi nindo limites nas atividades livres. Organizam<br />
o ambiente escolar e providenciam manutenção predial.<br />
A Classifi cação Brasileira de Ocupações (CBO), feita pelo Ministério do<br />
Trabalho e Emprego, descreve todas as atividades que esse profi ssional faz, mas<br />
vamos tentar descobrir como é esse trabalho.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
91
92<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
IMAGINAR<br />
ATIVIDADE 21 – A IMAGEM QUE FAZEMOS DO INSPETOR<br />
DE ALUNOS<br />
Lembram do(a) inspetor(a) de alunos que trabalhava nas escolas em que<br />
vocês estudaram? Vamos recuperar essas lembranças em grupo.<br />
O(a) professor(a) dividirá a turma em grupos formados por 4 a 6 alunos(as)<br />
para realizarem duas atividades:<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Primeiro, discuta com os(as) colegas do grupo as lembranças que vocês<br />
guardam desse profi ssional. Veja o roteiro:<br />
Qual é a lembrança que você tem do inspetor de alunos?<br />
Qual o sentimento que guarda desse profi ssional?<br />
Qual a atitude dele que você mais admirava? E a que você menos apreciava?<br />
Como o inspetor de alunos deve, na sua opinião, se relacionar com os<br />
estudantes?<br />
E qual o papel que ele deve desempenhar na escola?<br />
Agora que vocês relembraram a escola em que estudaram e como se relacionavam<br />
com esse profi ssional, vamos passar para a segunda parte da atividade:<br />
A partir do debate que fi zeram, o grupo constrói duas imagens do inspetor<br />
de alunos: uma descrevendo como vocês consideram que deve ser<br />
esse profi ssional; e, em seguida, outra: como vocês acham que ele não<br />
deve ser.<br />
Vocês – o grupo – decidem a forma de representar esse profi ssional: um desenho,<br />
uma carta, um quadro, uma música, uma dramatização, um cartaz, etc.<br />
É importante que o grupo escolha um representante, que irá apresentar para<br />
a turma o resultado do debate.
VAMOS ESCREVER<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Resuma abaixo as principais conclusões do debate:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
PESQUISAR<br />
ATIVIDADE 22 – PESQUISANDO A OCUPAÇÃO<br />
Você já teve a oportunidade de realizar outras pesquisas durante este curso.<br />
O que achou dessa forma de aprender? A pesquisa é um meio importante para<br />
construirmos o conhecimento.<br />
Partindo dessa idéia, vamos realizar uma nova pesquisa, a fi m de ouvirmos<br />
as pessoas que trabalham nessa ocupação. O tema da pesquisa será: Como é o dia<br />
de trabalho do(a) inspetor(a) de alunos?<br />
Vamos organizar a pesquisa. Você já está familiarizado com esses procedimentos,<br />
pois já realizou essa atividade antes.<br />
Primeiro passo:<br />
É importante fazer um levantamento das escolas que poderemos visitar.<br />
Você pode escolher uma no bairro em que mora ou perto do trabalho.<br />
Cada aluno(a) faz uma entrevista. Depois, elas serão comparadas.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
93
94<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Segundo passo:<br />
O que desejamos saber desse profi ssional?<br />
Segue abaixo uma sugestão de roteiro para a entrevista. Converse com os(as)<br />
colegas e com o(a) professor(a): alguma questão deve ser acrescentada ao roteiro?<br />
Fique atento(a) para, ao realizar a entrevista, não sugerir nenhuma resposta ao<br />
profi ssional, afi nal queremos saber a opinião dele, certo? Outro detalhe importante<br />
é perceber como alguma informação que você julgar importante pode ser<br />
melhor explorada. Sempre que achar necessário, pergunte: como assim? O(a)<br />
senhor(a) poderia, por favor, explicar melhor tal situação?<br />
Há quanto tempo o(a) sr.(a) é inspetor(a) de alunos?<br />
Por que escolheu essa profi ssão?<br />
Conte, por favor, como é o seu dia de trabalho. A que horas chega na<br />
escola, quais são as primeiras providências que toma?<br />
Como o(a) sr.(a) se relaciona com os alunos?<br />
Quais os principais problemas que enfrenta no dia-a-dia da escola?<br />
VAMOS ESCREVER<br />
Recuperando a entrevista<br />
Quais os momentos que, em sua opinião, foram mais marcantes na entrevista?<br />
Procure escrever, em tópicos, o que achou mais interessante na entrevista:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Conte com suas palavras como é o dia de trabalho do inspetor de alunos:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________
Como é o relacionamento desse(a) profi ssional com os alunos?<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Quais os principais desafi os que esse(a) profi ssional enfrenta no seu trabalho?<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
ATIVIDADE 23 – FAZENDO UM BALANÇO DAS PESQUISAS<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Como dissemos anteriormente, essa não foi a primeira vez que você fez uma<br />
entrevista.<br />
Vamos debater, abrindo um círculo na sala, formando um “grupão” com<br />
toda a turma:<br />
Como foi a entrevista dessa vez?<br />
Você percebeu alguma mudança na forma como conduziu a entrevista?<br />
Dessa vez foi mais fácil ou mais difícil? Por quê?<br />
Como foi o vocabulário que você empregou com o entrevistado?<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
95
96<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Registre as principais conclusões do grupo:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
ATIVIDADE 24 – ORGANIZANDO AS INFORMAÇÕES<br />
Agora que você debateu com seus colegas e escreveu as principais informações<br />
que coletou na entrevista, vamos reunir as informações das entrevistas de<br />
cada componente do seu grupo. A intenção é começar a relacionar informações.<br />
Os homens que atuam nessa ocupação pensam diferente das mulheres? A idade<br />
altera a forma de trabalho? Trabalhar em escola pública é diferente de trabalhar<br />
em escola particular?<br />
Vamos construir um quadro para facilitar a nossa análise.<br />
Quadro das entrevistas<br />
A primeira linha preenchida é um exemplo. Complete as demais com as<br />
informações do grupo:<br />
Sexo Idade Escolaridade Escola Atividades<br />
diárias<br />
Feminino 26 Ensino médio Privada Receber e<br />
entregar os alunos<br />
aos pais;<br />
promover<br />
brincadeiras<br />
com as crianças<br />
pequenas e<br />
jogos com os<br />
adolescentes;<br />
fazer vistoria nos<br />
banheiros, etc.<br />
Principais<br />
problemas<br />
Violência<br />
entre os<br />
alunos
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 25 – ANALISANDO AS INFORMAÇÕES<br />
VAMOS ESCREVER<br />
Passamos por várias etapas da pesquisa. Agora é o momento de você redigir<br />
um texto seu, contando as descobertas que fez e acrescentando a elas o que seus<br />
colegas descobriram, além da discussão em classe.<br />
Algumas questões podem facilitar a construção do seu texto. Faça um plano<br />
de trabalho:<br />
Qual a pergunta que quero responder no meu texto?<br />
Quais os argumentos que vou utilizar para procurar responder a essa<br />
pergunta?<br />
O que aprendi no curso e me ajuda a compreender essa ocupação?<br />
Título:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
97
98<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
III. RELACIONANDO-SE COM OS ALUNOS<br />
Como você deve ter percebido, o aluno é a razão, o elemento principal no<br />
trabalho do inspetor de alunos. Concorda?<br />
Um inspetor de alunos pode trabalhar em uma escola pública ou particular,<br />
com crianças, adolescentes e, muitas vezes, adultos.<br />
Precisamos, portanto, compreender essas fases do crescimento e as características<br />
do comportamento de cada faixa etária. Vamos tentar dividi-las para<br />
facilitar nosso diálogo:<br />
Primeiro, os recém-nascidos e o lactente.<br />
LER NO DICIONÁRIO<br />
Segundo o Dicionário Houaiss, lactente é “o ser que ainda mama ou criança<br />
até o fi m da primeira dentição (24 meses)”.<br />
A primeira infância: vai dos 2 aos 7 anos. Esta fase é a conhecida pelos<br />
adultos como a dos “porquês”. A criança sempre quer saber mais e, muitas vezes,<br />
os adultos têm difi culdades em responder a todas as questões. Nessa fase não<br />
consegue admitir, ainda, as regras dos jogos, por exemplo.<br />
A infância: período que vai dos 7 aos 12 anos. Nessa fase, a criança consegue<br />
concluir um raciocínio e passa a respeitar as regras dos jogos.<br />
ATIVIDADE 26 – REFLETINDO SOBRE AS FASES<br />
DO CRESCIMENTO<br />
Vamos buscar na memória algum fato ou situação que aconteceu quando<br />
éramos criança, ou alguma observação que fazemos sobre as crianças que convivem<br />
conosco. Registre suas recordações e impressões no caderno.
Complete a história que iniciamos:<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Um dia, quando eu tinha 10 anos, estava brincando de pega-pega com meus<br />
amigos e começamos a brigar porque...<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Só paramos a briga quando...<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Quando vou a uma festa de aniversário de crianças, observo que elas...<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Elas só sossegam um pouco quando...<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
99
100<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ças:<br />
Continue seu registro com alguma outra situação interessante sobre as crian-<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Vamos trabalhar agora em duplas. Leia para seu colega o que você escreveu<br />
e ouça os registros que ele fez. Anotem suas conclusões para relatar aos demais<br />
colegas.<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Depois de conversar com seu colega, você pode concluir suas observações,<br />
anotando quais características das crianças são mais marcantes e como um profi<br />
ssional da educação deve atuar com essa faixa etária:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Vamos completar nosso exercício. Vocês devem ter observado que existem<br />
alguns aspectos das crianças que são muito diferentes nos adolescentes e adultos.<br />
Já se perguntaram por quê?<br />
Reúnam-se em grupos e tentem responder. O professor pode ajudá-los a<br />
entender por que isso acontece.<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Agora, vamos continuar conhecendo um pouco mais sobre as crianças, pois<br />
isso nos ajudará quando estivermos trabalhando na escola, principalmente na<br />
hora do intervalo, e também no transcorrer de nossas vidas.
GUIA DE ESTUDO<br />
Uma criança em idade escolar encontra na escola seu espaço social, isto é, a<br />
escola é o lugar em que entra em contato com um número bem maior de crianças<br />
e adultos diferentes dos que ela estava acostumada a conviver em casa, na rua,<br />
nas festas em família, etc.<br />
É normal, quando a criança entra na escola, sentir um desconforto muito<br />
grande, pois ela se sente estranha no meio de estranhos.<br />
Na sala de aula, ela vai se acostumando, aos poucos, a conviver com os demais,<br />
a respeitar determinadas regras, a pensar de outra maneira, a estudar de<br />
uma forma organizada. Devagar, ela vai se adaptando.<br />
Porém, quando sai para o intervalo é a hora em que ela põe para fora toda a<br />
energia acumulada e reprimida na sala de aula, quando ela encontra espaço para<br />
brincar com alegria e liberdade.<br />
O que faz o(a) inspetor(a) de alunos nessa hora em que grupos de crianças,<br />
de idades diferentes, se reúnem e brincam, gritam, brigam, correm, caem, etc.,<br />
todos ao mesmo tempo?<br />
Já vimos que uma das funções do inspetor é zelar pela segurança dos alunos.<br />
Parece um grande desafi o, não é verdade? Vamos ver como enfrentar as difi<br />
culdades de forma tranqüila.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
101
102<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Vocês já imaginaram o que seria nossa vida em comunidade sem regras e leis<br />
de convivência? Seria uma bagunça total!<br />
Os estudiosos do desenvolvimento infantil – psicólogos, psicopedagogos,<br />
sociólogos e educadores – pesquisaram muito e publicaram vários estudos sobre<br />
o desenvolvimento físico, psicológico e social das crianças. E chegaram a algumas<br />
conclusões: verifi caram que a noção de disciplina em grupo pode ser desenvolvida<br />
nas crianças por meio do brincar dirigido, isto é, brincadeiras com regras.<br />
O respeito às regras deve ser estabelecido e cumprido pelo grupo, e as crianças<br />
as respeitam quando entendem o que é uma regra. Vamos dar um exemplo de<br />
como conseguir um acordo ou um compromisso das crianças.<br />
Brincadeira de estátua<br />
O coordenador da brincadeira dá a ordem:<br />
– Correndo!<br />
As crianças devem sair correndo até ouvirem o coordenador dizer:<br />
– Estátua!<br />
As crianças devem parar imediatamente como estão. Quem se mexer, perde<br />
e deve sair do jogo.<br />
Ao combinar as regras do jogo, o coordenador esclarece a diferença entre o<br />
que será um valor e o que será uma regra. Explica que, numa regra, o grupo<br />
todo concorda em dar um sentido a certo princípio. O sentido é um valor<br />
que pode mudar, e o princípio é uma verdade, e não muda. Temos nesta<br />
brincadeira, portanto, algumas regras:<br />
Não vale se mexer (valor), porque estátua não se mexe (princípio);<br />
Não vale falar, porque estátua não fala;<br />
Não vale empurrar o amigo, porque pode machucá-lo.<br />
Quem não cumprir as regras, sai da brincadeira (multa).<br />
Dessa forma, a criança aceita a ordem ou a regra estabelecida, porque entende<br />
que há uma razão para aceitá-la.<br />
ATIVIDADE 27 – O SENTIDO DAS REGRAS NA SOCIEDADE<br />
EM QUE VIVEMOS<br />
Disciplina x indisciplina: de quem é a responsabilidade?<br />
Disciplina é uma palavra originada de discípulo, isto é, aquele que segue.<br />
Uma das principais questões debatidas atualmente na educação é a indisciplina<br />
dos alunos, a falta de respeito pelos colegas, pelos profi ssionais da educação.
GUIA DE ESTUDO<br />
Mas o que compreendemos por disciplina? De quem é a responsabilidade<br />
por ela estar presente, ou não, na sociedade?<br />
Um educador chamado Celso Vasconcellos chegou à conclusão, depois de<br />
ter estudado muito a sala de aula e a escola, que a responsabilidade é de toda a<br />
sociedade, e que não é possível responsabilizar apenas uma parte da história. Ou<br />
seja: ele quer dizer que não podemos culpar apenas a família, ou apenas a escola,<br />
mas toda a sociedade tem uma parcela na construção do que chamamos de valores,<br />
como, por exemplo, o respeito, a solidariedade entre as pessoas.<br />
Celso Vasconcellos se pergunta: mas como podemos esperar atitudes de respeito<br />
mútuo, por parte das crianças e dos adolescentes, se a sociedade hoje é<br />
baseada na competitividade e no consumo?<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Em pequenos grupos, vamos discutir com os colegas sobre alguma experiência<br />
que você viveu quando era criança, na qual a turma não obedeceu a alguma<br />
regra. Anote o seu relato.<br />
As regras não eram atendidas pelas crianças porque...<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Comparem essa experiência com outra, na qual as regras foram obedecidas.<br />
As crianças atendiam às regras porque...<br />
Tente responder por que e quando isso acontecia, tendo por base o exemplo<br />
da brincadeira da estátua:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
As regras eram obedecidas quando...<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Você e seu grupo irão, agora, escolher uma brincadeira ou um jogo conhecido<br />
que gostariam de propor às crianças no recreio da escola.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
103
104<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Vamos planejar a brincadeira. Como vocês fariam para dirigir a brincadeira?<br />
Brincadeira:<br />
Para crianças com idade entre:<br />
Objetivo da brincadeira:<br />
Como organizar a brincadeira?<br />
Quais são as regras que elas devem seguir?<br />
Apresentação do trabalho do grupo<br />
Vamos encenar a brincadeira que vocês criaram?<br />
Discutam no grupo como seria, na prática, a brincadeira. Imaginem como<br />
seria a reação das crianças, qual seria o comportamento delas?<br />
Etapa 1 - Planejando a encenação<br />
Qual será o roteiro da cena?<br />
Procure pensar na idade das crianças que estarão na cena, em que lugar da<br />
escola ela ocorre e se é uma brincadeira para meninos e meninas ou para apenas<br />
um sexo.<br />
Em seguida, pense no comportamento das crianças. E também nas atitudes<br />
do inspetor de alunos para organizar e conduzir a brincadeira.<br />
Cada pessoa do grupo assume um papel na história.<br />
Roteiro:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Etapa 2 - Organizando a cena<br />
Como os personagens irão agir?<br />
Como vocês irão caracterizá-los, ou seja, as meninas pentearão o cabelo<br />
diferente? Os meninos usarão boné com a aba virada para trás? Falarão como<br />
crianças ou como adultos?
Personagens e caracterização:<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Etapa 3 - Refl etindo sobre o trabalho<br />
Você preparou com seu grupo uma brincadeira para crianças. E também viu<br />
a apresentação dos demais colegas. O que você achou das atitudes que o inspetor<br />
de alunos tomou nas apresentações? Com quais você concorda e com quais<br />
discorda?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Vimos como é trabalhar com crianças. Cada uma delas tem reações diferentes<br />
nas mais variadas situações.<br />
IMAGINAR<br />
Agora, vamos ver esse diálogo:<br />
– Ai... ai..., que tédio!!! Acho que já, já, vou fi car roxinha de raiva!<br />
– Que foi, Anita? Porque essa carinha tão desanimada?<br />
– Ninguém me entende mesmo!!! Estou cansada de levar bronca em<br />
casa, minha mãe acabou de me fazer arrumar OUTRA VEZ o meu quarto!<br />
Nem sei por que, pra mim não tá nada ruim do jeito que eu deixo.<br />
– Calma, Anita, esses desentendimentos um dia vão acabar. Você também<br />
vai fi car adulta e então vai sentir saudade dos conselhos de sua mãe.<br />
– De novo esse papo?! Quando eu era criança me diziam: “Não chore,<br />
quando casar sara!”. Agora me dizem: “Calma, isso passa, é só uma fase! Sabe<br />
como é, adolescência...!”. E eu aqui, sem entender nada. Pior ainda: eu não<br />
ME entendo mais.<br />
– Pois é, isso é mais comum do que você pode imaginar. Tente observar<br />
seus amigos. Será que eles não têm as mesmas queixas?<br />
– É verdade! Só eles me compreendem mesmo...<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
105
106<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Você com certeza já ouviu a expressão “aborrescente”, usada quando, no<br />
limite da paciência, algumas pessoas se referem aos adolescentes. Concordemos<br />
ou não com isso, a verdade é que esses jovens encontram-se numa complicada<br />
fase da vida.<br />
Vamos, então, procurar entender um pouco mais sobre este assunto, porque<br />
você vai lidar com isso no seu trabalho na escola, e não vai querer criar um clima<br />
ruim no relacionamento e nem se estressar, não é verdade?<br />
Você sabe o que é a adolescência? Vamos discutir sobre este assunto. Para<br />
isso vamos nos dividir em três grupos.<br />
Leiam os textos abaixo e respondam às questões. Se precisar, usem o dicionário.
Texto 1<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Adolescência é o período da vida que sucede à infância, estendendo-se, aproximadamente,<br />
dos 12 aos 20 anos. Começa com a puberdade e se caracteriza<br />
por uma série de mudanças corporais e psicológicas. É o período em que o ser<br />
humano começa a se desprender da família para procurar seus próprios caminhos.<br />
Emocionalmente, os adolescentes são instáveis, pois ainda estão muito<br />
próximos da infância, e, portanto, choram com facilidade. E, claro, entram<br />
em confl ito com a autoridade. Com relação aos pais e adultos em geral, é a<br />
hora de estabelecer espaços de diálogo, a fi m de que os adolescentes sintam-se<br />
valorizados e possam entender o comportamento adulto.<br />
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “considera-se<br />
criança [...] a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela<br />
entre 12 e 18 anos de idade” . A Organização Mundial da Saúde (OMS),<br />
considera que a adolescência começa aos 10 anos e estende-se até por volta<br />
dos 20 anos.<br />
Texto 2<br />
A adolescência é um momento de transformações. Nessa fase, o ser humano<br />
desenvolve o pensamento abstrato, que lhe permite avaliar as possibilidades<br />
a partir de hipóteses, de possíveis respostas.<br />
A autonomia que o adolescente ganha se mistura com uma sensação de solidão,<br />
pois seus atos começam a ser apenas de sua própria responsabilidade. Ele<br />
usa artifícios para escapar dos confl itos e busca o grupo para se afi rmar.<br />
O grupo representa seu universo, a possibilidade de ser aceito e de determinar<br />
os valores que caracterizam sua identidade. A contradição está no fato<br />
de ser aceito pelo grupo signifi ca ter de seguir uma série de regras, nas quais<br />
ele não necessariamente acredita.<br />
Texto adaptado de Francisco B. Assunção Jr. A sexualidade como consumo. Revista da<br />
Folha, 22.jun.1997, p.48<br />
ATIVIDADE 28 – DEBATENDO A ADOLESCÊNCIA<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Agora, em seu grupo, discutam os textos e respondam às questões abaixo.<br />
Tomem nota de suas conclusões.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
107
108<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Você concorda com as idéias dos textos? Em caso afi rmativo, por quê? Se<br />
não, justifi que.<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Puberdade é uma palavra que vem do latim, pubis,, e signifi ca “pêlo”, “penugem”.<br />
Você acha que esta é uma mudança corporal, psicológica ou social? Por quê?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Identifi que nos textos as expressões que se referem às mudanças psicológicas.<br />
Qual é a sua compreensão sobre elas? Pense em alguma situação em que isso<br />
tenha ocorrido com você, com seus irmãos ou irmãs, amigos, etc.<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Completando o exercício, debatam em grupo a questão abaixo e anotem as<br />
conclusões, tomando por base a experiência de vocês e a leitura dos textos.<br />
Em grupos, os adolescentes têm um comportamento diferente daquele que<br />
têm quando estão sozinhos. Isso é verdade? Se é, por que você acha que isso<br />
acontece?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________
IV. DIVERSIDADE NA SOCIEDADE<br />
E NA ESCOLA<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
A escola é um lugar que reúne diferenças. Nela há diversas etnias, diferentes<br />
opções sexuais, portadores de defi ciências e toda a variedade possível de ser<br />
encontrada na espécie humana. Os profi ssionais que trabalham na escola devem<br />
tratar todos da mesma forma.<br />
IMAGINAR<br />
Você já ouviu falar na lenda<br />
de Narciso?<br />
A lenda grega de Narciso conta que ele era um jovem muito<br />
bonito, fi lho do deus-rio Cefi so e da ninfa (ninfa na mitologia<br />
grega é compreendida como espíritos naturais femininos) Liríope.<br />
Quando Narciso nasceu, um adivinho chamado Tirésias<br />
disse que o menino teria vida longa, mas nunca poderia ver sua<br />
própria imagem. Um dia, no entanto, Narciso resolveu ver seu<br />
rosto nas águas de um rio e, imagine, apaixonou-se pela própria<br />
imagem. E não conseguia parar de olhá-la! Acabou fi cando à<br />
beira do rio, olhando para seu próprio refl exo, fascinado. E lá<br />
fi cou até morrer.<br />
Por causa dessa lenda, chama-se de narcisista uma pessoa que<br />
tem interesse exagerado por si mesma, que se adora acima de<br />
tudo.<br />
Mas por que iremos trabalhar com a lenda de Narciso?<br />
Nossa resposta baseia-se em um trecho da canção de Caetano Veloso: “(...) é<br />
que Narciso acha feio o que não é espelho”. Se acharmos “feio” o que é diferente<br />
de nós, criaremos uma sociedade repleta de barreiras. Concorda?<br />
Você conhece a música? Caetano a compôs como uma forma de homenagear<br />
a cidade de São Paulo, pois São Paulo era diferente de sua cidade de origem,<br />
na Bahia.<br />
Vamos conhecê-la?<br />
Narciso, pintura atribuída a Caravaggio<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
109
110<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Sampa<br />
Caetano Veloso<br />
Alguma coisa acontece no meu coração<br />
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João<br />
é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi<br />
da dura poesia concreta de tuas esquinas<br />
da deselegância discreta de tuas meninas<br />
Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução<br />
Alguma coisa acontece no meu coração<br />
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João<br />
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto<br />
chamei de mau gosto o que vi<br />
de mau gosto, mau gosto<br />
é que Narciso acha feio o que não é espelho<br />
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho<br />
nada do que não era antes quando não somos mutantes<br />
E foste um difícil começo<br />
afasto o que não conheço<br />
e quem vem de outro sonho feliz de cidade<br />
aprende de pressa a chamar-te de realidade<br />
porque és o avesso do avesso do avesso do avesso<br />
Do povo oprimido nas fi las, nas vilas, favelas<br />
da força da grana que ergue e destrói coisas belas<br />
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas<br />
eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços<br />
tuas ofi cinas de fl orestas, teus deuses da chuva<br />
Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba<br />
mais possível novo quilombo de Zumbi<br />
e os novos baianos passeiam na tua garoa<br />
e novos baianos te podem curtir numa boa.
LER NO DICIONÁRIO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Quais foram as palavras que você não compreendeu na letra da música?<br />
Vejamos algumas que não usamos no dia-a-dia:<br />
Quilombo: refúgio dos escravos negros que fugiam.<br />
Zumbi: líder do maior quilombo que já houve na história do Brasil.<br />
Quais são as outras palavras que você não conhece?<br />
Escreva-as e procure seu signifi cado no dicionário:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Para tratarmos das diferenças existentes na sociedade, e que você, como<br />
profi ssional da escola, irá se deparar diariamente, vamos, em primeiro lugar,<br />
procurar esclarecer alguns aspectos:<br />
O que compreendemos por racismo?<br />
Vamos ver como essa palavra é defi nida no dicionário?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
111
112<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Você sabia?<br />
Que nos Estados Unidos, na década de 1940, o bebedouro era separado para<br />
pessoas brancas e negras? E que esse tipo de separação também se repetia nos<br />
pontos de ônibus, no interior do ônibus e em diferentes lugares públicos?<br />
No Brasil, a Constituição Federal determina que todos são iguais perante a<br />
lei e atos discriminatórios se constituem em crime inafi ançável e imprescritível.<br />
Ou seja, para esses crimes não é possível pagar fi ança para que o culpado<br />
seja solto.<br />
ATIVIDADE 29 – DIVERSIDADE NA ESCOLA<br />
Depois de ler a lenda de Narciso, percebemos o quanto é importante respeitarmos<br />
o outro, independente de sua etnia, idade, crença religiosa, orientação<br />
sexual, etc.<br />
Vamos, agora, fazer um exercício para aprofundarmos algumas situações<br />
que tratem desse tema, formando grupos de 4 a 6 pessoas na sala.<br />
O(a) professor(a) auxiliará a turma na distribuição dos temas.<br />
Situação 1 - Tema: diversidade<br />
A sociedade brasileira foi fundada por diversos povos. Eles trouxeram sua<br />
própria cultura para o Brasil e foram, pouco a pouco, construindo uma sociedade<br />
com muitas diferenças sociais e econômicas.<br />
Situação para o Grupo 1:<br />
Era comum na Escola Municipal Santos Dumont um grupo de alunos desprezar<br />
outros e fazer gozações, destacando características pessoais. Pensavam<br />
que, assim, seriam considerados os “líderes” da escola. Chamavam, por exemplo,<br />
Isabel, uma menina de 8 anos, de “picolé de fumaça” apenas pelo fato de ela ser<br />
negra. E também faziam piadas no recreio:<br />
– Por que negro quando morre não pode virar anjo?<br />
– Pra não ser confundido com urubu!<br />
Roteiro de questões para o grupo:<br />
Quais são os tipos de discriminação que encontramos em sociedade?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________
GUIA DE ESTUDO<br />
Como as pessoas com quem vocês convivem compreendem os preconceitos<br />
em relação aos negros, aos defi cientes e aos homossexuais?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Qual deve ser a postura do inspetor de alunos em relação ao preconceito?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Finalize a história da Escola Santos Dumont, relatando a atuação do<br />
inspetor de alunos em relação às brincadeiras:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Situação 2 – Drogas<br />
Quando alguém fala de drogas, normalmente associamos a expressão à cocaína,<br />
maconha, crack, etc. Não podemos esquecer que outras drogas são aceitas<br />
socialmente, ou seja, aceitamos, de modo geral, que as pessoas tomem bebidas<br />
alcoólicas ou fumem cigarros com freqüência, em casa, com os amigos, etc.<br />
No entanto, uma pesquisa indicou que 11% dos brasileiros são dependentes<br />
do álcool e 9% do cigarro.<br />
Vamos à situação para o Grupo 2:<br />
Em uma escola particular com cerca de 600 alunos no Ensino Médio, o<br />
intervalo das aulas era sempre tranqüilo, sem brigas, e o inspetor tinha uma boa<br />
relação com os alunos. Ele desconfi ava, no entanto, que alguns alunos estavam<br />
usando drogas e passou a observá-los mais de perto.<br />
Acabou surpreendendo-os fumando maconha no pátio.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
113
114<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Roteiro de discussão<br />
Qual é a compreensão do grupo sobre drogas?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Elas devem ou podem ser usadas?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Qual é a opinião do grupo sobre a atitude dos alunos ?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Como vocês terminariam essa história? Como o inspetor de alunos deveria<br />
se comportar?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Situação 3 – Inclusão<br />
O que é inclusão? Debate-se bastante, atualmente, sobre como seria melhor<br />
educar crianças e adolescentes portadores de defi ciências sem estabelecer diferenças<br />
de tratamento. Ou seja, eles devem participar de uma sala de aula comum e<br />
não de uma especial, como era feito – e ainda é – em algumas escolas.
GUIA DE ESTUDO<br />
Segundo os pesquisadores, este tipo de inclusão benefi cia todos: a criança ou<br />
o adolescente portador de defi ciência não se sente diferenciado e os demais aprendem<br />
a conviver com os limites e com os problemas de saúde desses colegas.<br />
Vamos à situação para o Grupo 3:<br />
A Escola Estadual Monteiro Lobato mudou sua forma de encarar os alunos<br />
portadores de defi ciências físicas e/ou mentais, e passou a incluí-los nas salas de<br />
aula normais.<br />
A equipe da escola sabe que os profi ssionais da escola não estão totalmente<br />
capacitados para lidar com os mais variados tipos de defi ciências e síndromes.<br />
Mas acha importante eles se relacionarem com toda a escola. Uma dessas alunas<br />
especiais chama-se Beatriz. Ela é portadora de síndrome de Down (uma forma<br />
de retardo mental, cujos portadores costumam ter um desenvolvimento físico e<br />
mental mais lento em relação às demais crianças). A preocupação da equipe era<br />
se Beatriz, com 10 anos, poderia passar todo o recreio sozinha.<br />
Roteiro de discussão<br />
Como os alunos do grupo compreendem as defi ciências físicas e mentais?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
O que acham da opção da escola, de oferecer educação igual para todos,<br />
sejam ou não portadores de defi ciências?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Quais são os desafi os colocados para o inspetor de alunos no trato com<br />
alunos portadores de defi ciência?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
115
116<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Finalizem a história de Beatriz, enfatizando a atuação do inspetor. O que<br />
ele pode fazer para auxiliar Beatriz na escola?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Situação 4 – Violência<br />
Alguns pesquisadores insistem que devemos diferenciar agressividade, agressão<br />
e violência.<br />
A agressividade se manifesta em situações, por exemplo, em que a pessoa<br />
sofre uma forte “frustração”.<br />
A agressão é sempre uma brutalidade física ou verbal.<br />
E a violência retrata alguma situação de dominação, do uso da força ou de<br />
outras formas de poder.
GUIA DE ESTUDO<br />
Situação para o Grupo 4:<br />
É normal tanta violência no mundo e tambémna escola? Era essa a pergunta<br />
que Geraldo, o inspetor de alunos, se fazia diariamente. Percebia as crianças e<br />
adolescentes da escola agindo com intolerância umas com as outras. Partiam<br />
para a agressão física em qualquer situação, humilhavam os colegas, enfi m...<br />
tudo o que via era ausência de amizade, de solidariedade, de companheirismo.<br />
Geraldo passou a imaginar como seria a vida dessas crianças e jovens. E o<br />
que os estaria levando a agirem dessa forma...<br />
Como serão, no futuro, as crianças que não cultivaram grandes amigos na<br />
infância?<br />
Roteiro de discussão<br />
O que, na opinião do grupo, leva à violência nas escolas?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
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Como a escola pode contribuir para transformar o próprio ambiente escolar<br />
?<br />
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_____________________________________________________________<br />
Qual deve ser o papel do inspetor de alunos em situações de violência?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
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Termine a história, relatando o que Geraldo imagina para o presente e o<br />
futuro dessas crianças e adolescentes. E como ele, enquanto inspetor de alunos,<br />
pode ajudá-las.<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
117
118<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 30 – ALTERNATIVAS DE ATUAÇÃO<br />
Falamos bastante sobre respeito e solidariedade, ressaltando a importância<br />
do diálogo. Vamos pensar, agora, em planejar atividades que auxiliem o inspetor<br />
de alunos no dia-a-dia da escola.<br />
Planejando atividades lúdicas, esportivas e culturais<br />
Você já ouviu falar de atividades sócio-educativas? É uma forma de aperfeiçoar<br />
a convivência entre crianças e adolescentes e, também, uma maneira diferente,<br />
leve, de construir laços de amizade e companheirismo entre os alunos.<br />
Vamos ver o quadro abaixo e pensar em alternativas para trabalharmos com<br />
os alunos.<br />
Os especialistas indicam que devemos trabalhar da seguinte maneira:<br />
Crianças ou adolescentes violentos: artes em geral, procurando aumentar<br />
sua sensibilidade e conter os ataques físicos. Atividades possíveis: desenho;<br />
formação de um coral; jogar vôlei – e não futebol –, porque o vôlei<br />
estabelece um limite, fazendo com que o contato ocorra apenas com os<br />
outros elementos do próprio time.<br />
Crianças ou adolescentes agressivos: trabalhos que eles façam com as<br />
mãos, com massa de modelar, com argila, etc.<br />
Crianças ou adolescentes ansiosos: todo esporte é bem-vindo, pois haverá<br />
um gasto de energia necessário para redução da ansiedade. Trabalhar com<br />
música e dança também é uma boa alternativa.<br />
Crianças ou adolescentes depressivos: o teatro é uma boa alternativa de<br />
trabalho, pois possibilita interpretar vários papéis e mexe com as emoções.<br />
O artesanato também é indicado, para que a criança sinta-se produtiva,<br />
vendo o produto fi nal de alguma coisa que ela mesma fez.<br />
ATIVIDADE 31 – TRABALHANDO COM DIFERENTES<br />
COMPORTAMENTOS<br />
IMAGINAR<br />
Reunidos em grupo de 4 a 6 pessoas, vamos nos imaginar trabalhando na<br />
escola e com crianças com alguns dos comportamentos que falamos acima.
GUIA DE ESTUDO<br />
Etapa 1<br />
O grupo imagina uma criança ou adolescente com características, por exemplo,<br />
violentas.<br />
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_____________________________________________________________<br />
Etapa 2<br />
O grupo organiza uma atividade para procurar contornar esse comportamento.<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Etapa 3<br />
O grupo discute se essa atividade irá realmente ajudar essa criança a ser<br />
menos violenta.<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
V. A COMUNICAÇÃO NO COTIDIANO DO<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
Já vimos as principais características de crianças e adolescentes, e os cuidados<br />
que devemos tomar para nos entendermos, interagindo de maneira produtiva<br />
com eles.<br />
Neste item, você vai estudar como deve se comunicar. Uma comunicação<br />
bem feita, um bom diálogo facilita o relacionamento com alunos, pais e outros<br />
funcionários da escola.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
119
120<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
LER NO DICIONÁRIO<br />
Vamos ver o que signifi ca a palavra comunicação.<br />
No Dicionário Houaiss ela é defi nida assim: ato ou efeito de comunicar(-se);<br />
ação de transmitir uma mensagem e, eventualmente, receber outra mensagem<br />
como resposta; processo que envolve a transmissão e a recepção de mensagens<br />
entre uma fonte emissora e um destinatário receptor, no qual as informações,<br />
transmitidas por intermédio de recursos físicos (fala, audição, visão, etc.) ou de<br />
aparelhos e dispositivos técnicos, são codifi cadas na fonte e decodifi cadas no<br />
destino com o uso de sistemas convencionados de signos ou símbolos sonoros,<br />
escritos, iconográfi cos, gestuais, etc.<br />
Troque idéias com o(a) professor(a) sobre essa defi nição e volte ao capítulo<br />
da ocupação Auxiliar de administração escolar. Lá, na Parte IV, você encontrará<br />
o texto, que já lemos, sobre a comunicação nos tempos modernos. Vale a pena<br />
reler e comparar com a defi nição do dicionário.<br />
Pense também na diferença que há entre emitir e transmitir: emitir quer<br />
dizer “expressar”, “pronunciar”; transmitir signifi ca “enviar de uma pessoa para<br />
outra”. São palavras muito diferentes, não é mesmo?
ATIVIDADE 32 – ENCENANDO SITUAÇÕES<br />
DE COMUNICAÇÃO<br />
Vamos seguir um roteiro para organizar a encenação.<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
1. Qual vai ser a cena, ou a situação que queremos encenar? Por exemplo:<br />
Um(a) aluno(a) entre 9 a 10 anos, no recreio, durante uma correria, sofre<br />
uma queda. Os colegas fi cam apreensivos, assustados, sem saber que fazer. O<br />
inspetor acode o aluno e inicia um discurso totalmente inapropriado, utilizando<br />
palavras e expressões difíceis de serem entendidas, como se estivesse dando uma<br />
bronca em todo mundo. O aluno machucado, então, fi ca com raiva e se afasta<br />
chorando, mas sendo consolado pelos colegas do grupo. O que vocês acham?<br />
Não se esqueçam! Este é apenas um exemplo!<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
2. Qual vai ser o local onde se passará a cena? Durante o recreio? No pátio?<br />
Durante uma festividade? No dia da reunião de pais e mestres?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
3. Que situação vamos encenar? (Lembre-se: deve envolver a comunicação<br />
entre o inspetor e outros personagens.)<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
121
122<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
4. Quem vai representar o(a) inspetor(a)? Quem e quantos serão os outros<br />
personagens? Como eles devem se caracterizar?<br />
____________________________________________________________<br />
____________________________________________________________<br />
____________________________________________________________<br />
____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Agora, preparem-se para a apresentação e para os aplausos!<br />
VI. RECUPERANDO AS ATIVIDADES<br />
DO INSPETOR DE ALUNOS<br />
Você e seus colegas construíram um painel no início desse bloco, está<br />
lembrado(a)?<br />
Em que medida nossa opinião sobre o inspetor de alunos foi alterada (ou<br />
não) durante os estudos e as atividades que realizamos?<br />
Vamos retomar aquela primeira atividade em grupo, na qual tratamos sobre<br />
a imagem do inspetor de alunos.<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Etapa 1 – Refl etindo sobre a ocupação<br />
Roteiro para debate<br />
Fizemos uma imagem do inspetor de alunos no início deste percurso<br />
formativo. O grupo alterou sua opinião?
GUIA DE ESTUDO<br />
Quais são as características mais importantes que um inspetor de alunos<br />
deve ter?<br />
Imaginem vocês trabalhando como inspetor de alunos. Como seria?<br />
Etapa 2 – Construindo uma nova imagem do inspetor de alunos<br />
Agora que já discutiram sobre o papel do inspetor, vamos fazer uma releitura,<br />
ou seja, olhar para a imagem que construímos no início desta formação e pensar:<br />
A imagem que tínhamos do inspetor de alunos continua sendo a mesma ?<br />
O que mudaríamos nela?<br />
Vamos construir uma nova imagem?<br />
Vocês realizaram várias atividades, sempre pensando nos diferentes aspectos do<br />
dia-a-dia de um inspetor de alunos. Inclusive, entrevistaram vários inspetores, a fi m<br />
de conhecer melhor esse trabalho. Vamos relembrar os resultados das entrevistas?<br />
Agora, depois de reler as entrevistas, lembra-se do que falamos no início do<br />
capítulo, sobre como a CBO (Classifi cação Brasileira de Ocupações) defi ne a<br />
ocupação de inspetor de alunos? Pois bem. A seguir, colocamos todos os itens<br />
listados pela CBO.<br />
Vamos ver o que eles dizem:<br />
1. Cuidar da segurança dos alunos, que compreende:<br />
a. Conduzir alunos na travessia das ruas;<br />
b. Auxiliar alunos com defi ciência;<br />
c. Identifi car pessoas estranhas no entorno da escola;<br />
d. Controlar entrada e saída dos alunos.<br />
Observação:<br />
A CBO aponta que o inspetor de alunos deve prestar primeiros socorros<br />
na escola. Porém, os profi ssionais que entrevistamos para escrever este<br />
capítulo disseram que já há alguns anos é proibido prestar primeiros socorros<br />
ou medicar os alunos com aspirinas e outros remédios.<br />
2. Inspecionar o comportamento dos alunos no ambiente escolar:<br />
a. Ficar atento ao porte de objetos perigosos;<br />
b. Discutir com a direção problemas de agressividade dos alunos;<br />
c. Organizar atividades culturais, recreativas e esportivas.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
123
124<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
3. Orientar alunos:<br />
a. Explicar regras;<br />
b. Orientar sobre o cumprimento dos horários;<br />
c. Auxiliar na busca por achados e perdidos.<br />
4. Prestar apoio às atividades acadêmicas:<br />
a. Substituir o professor que se ausenta da sala por alguns instantes;<br />
b. Acompanhar os alunos em estudos do meio, em excursões, etc.<br />
5. Controlar as atividades livres dos alunos:<br />
a. Orientar entrada e saída dos alunos, evitando tumultos;<br />
b. Acompanhar grupos isolados no interior da escola;<br />
c. Defi nir limites nas atividades livres;<br />
d. Encaminhar alunos às atividades livres.<br />
6. Organizar o ambiente escolar:<br />
a. Organizar, caso a escola adote, a carteira de identidade escolar;<br />
b. Tocar o sinal que indica início e término das aulas e intervalos;<br />
c. Impedir a saída dos alunos fora dos horários estabelecidos.<br />
Você acha que está preparado para desempenhar essa função?<br />
Escreva suas conclusões na forma de uma redação com o título “Eu, inspetor(a)<br />
de alunos”:<br />
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_____________________________________________________________<br />
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GUIA DE ESTUDO<br />
VII. EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PARA<br />
O DESEMPENHO DA OCUPAÇÃO<br />
Equipamentos Descrição<br />
Rádio comunicador, de uso interno no estabelecimento, com<br />
alcance limitado. É empregado, em algumas escolas, para<br />
localizar pessoas, solicitar orientações da diretoria, etc.<br />
Também usado em partidas esportivas, auxilia na organização<br />
de jogos e/ou para chamar a atenção dos alunos.<br />
É importante que o inspetor de alunos se diferencie do vestuário<br />
dos estudantes, destacando-se nos pátios e em passeios externos<br />
ou excursões. Pode usar avental branco, também denominado<br />
guarda-pó ou o uniforme para funcionários.<br />
INSPETOR DE ALUNOS<br />
125
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
NSPETOR ALUNOSAUXILIA<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
XILIAR ADMINISTRATIVODE HI<br />
LUNOSAUXILIAR ADMINISTR<br />
ADOR DE HISTÓRIASINTRODU<br />
NSPETOR ALUNOSAUXILIA<br />
ONTADOR DE HISTÓRIASINT<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
LUNOSAUXILIAR ADMINISTR<br />
OR ALUNOSAUXILIAR ADMI<br />
ONTADOR DE HISTÓRIASINT<br />
UXILIAR ADMINISTRATIVOINS<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD<br />
NSPETOR DE ALUNOSAUX<br />
ONTADOR HISTÓRIASINTROD
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
R ADMINISTRATIVO<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
STÓRIASINTRODUÇÃO<br />
ATIVODE HISTÓRIA CON-<br />
ÇÃO RECREADOR<br />
R ADMINISTRATIVO<br />
RODUÇÃO RECREADOR<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
RECREADOR<br />
ATIVODE HISTÓRIA INSPE-<br />
INISTRATIVO<br />
RODUÇÃO RECREADOR<br />
PETOR DE ALUNOS<br />
UÇÃO RECREADOR<br />
ILIAR ADMINISTRATIVO<br />
UÇÃO RECREADOR
128<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO
GUIA DE ESTUDO<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Estamos dando início à formação em mais uma das ocupações que pertencem<br />
ao nosso <strong>arco</strong> ocupacional: recreador.<br />
Esperamos que você aproveite essa oportunidade para conhecer a atividade<br />
de um recreador e que isso possa estimulá-lo(a) a trilhar esse caminho.<br />
Bom trabalho! Bom estudo!<br />
I. VOCÊ SABE O QUE FAZ UM RECREADOR?<br />
O Ministério do Trabalho, em seu Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO),<br />
defi ne assim a ocupação de recreador:<br />
Promovem atividades recreativas diversifi cadas, visando ao entretenimento, à<br />
integração social e ao desenvolvimento pessoal dos clientes. Para tanto, elaboram<br />
projetos e executam atividades recreativas; promovem atividades lúdicas, estimulantes<br />
à participação; atendem clientes, criam atividades recreativas e coordenam<br />
setores de recreação; administram equipamentos e materiais para recreação.<br />
O que você achou dessa defi nição da ocupação de recreador? Dá para saber<br />
quais são as atividades desenvolvidas por um recreador?<br />
Para compreender melhor o que vem a ser a ocupação de recreador, propomos<br />
que você faça uma pesquisa. Você lembra como se faz uma pesquisa? Se necessário,<br />
volte ao Capítulo 2 deste livro, na ocupação de auxiliar administrativo<br />
escolar, pois lá explicamos os detalhes de um método de pesquisa.<br />
ATIVIDADE 33<br />
PESQUISAR<br />
Vamos organizar a pesquisa. Já temos o nosso objetivo: saber o que faz um<br />
recreador. Agora, resta construir um roteiro de questões e as hipóteses. Para auxiliá-lo(a),<br />
discuta com os colegas e o(a) professor(a) as questões abaixo:<br />
Qual(is) pergunta(s) devemos fazer para conhecer melhor o trabalho de um<br />
recreador?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
RECREADOR<br />
129
130<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Agora vamos às hipóteses. O que você imagina que um(a) recreador(a) faz?<br />
Anote abaixo:<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Também vamos fazer essa pesquisa e, nas próximas aulas, voltaremos a este<br />
ponto, a fi m de trocar idéias com você. Enquanto isso, vamos discutir sobre o<br />
trabalho de recreador a partir do que já sabemos, ou seja, a defi nição do CBO.<br />
LER NO DICIONÁRIO<br />
Você sabe o signifi cado das palavras “entretenimento” e “lúdico”? Há outras<br />
palavras que você desconhece? Vejamos as defi nições que o Dicionário Aurélio traz:<br />
Entretenimento: aquilo que entretém, divertimento, distração.<br />
Entreter: proporcionar entretenimento a; divertir com distração ou recreação;<br />
divertir-se, recrear-se; preencher o próprio tempo; ocupar-se.<br />
Lúdico: referente a, ou que tem caráter de jogos, brinquedos e divertimentos.<br />
Essas palavras, portanto, estão relacionadas ao mundo dos jogos e das brincadeiras.<br />
Você sabia?<br />
A palavra “brincadeira” vem de “brinco”, que em latim chama-se vincúlum,<br />
ou seja, “laço”, que, por sua vez, vem de vincio, que quer dizer “ligar”, “juntar”,<br />
“unir”. Em português, unimos “brinco” com o sufi xo “-eira” – cujo signifi<br />
cado relaciona-se às expressões “o que produz” ou “trata de” –, o que deu<br />
“brincadeira”: um vocábulo que, no fundo, quer dizer “ato de estar junto” ou<br />
“de criar vínculos”.<br />
Você gosta de estar junto com outras pessoas para se divertir, compartilhar<br />
momentos de alegria?... É isso que vamos tratar neste capítulo.
II. A INFÂNCIA E AS BRINCADEIRAS<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Grandes pintores, de diversas épocas, retrataram brincadeiras de crianças.<br />
Um deles foi Cândido Portinari (1903–1962), também chamado, pelos amigos,<br />
de Candinho. Seu professor fará uma atividade no laboratório de informática,<br />
onde você poderá navegar na página http://www.portinari.org.br. Nesse sítio, admire<br />
com atenção as belas obras de Portinari. E observe: como o artista retratou<br />
as crianças e as brincadeiras? De que elas estão brincando? Em que período esses<br />
quadros foram pintados? Leia abaixo algumas das recordações de Candinho sobre<br />
sua infância, pois elas ajudam a compreender como ele escolhia os assuntos<br />
que pintava.<br />
Futebol<br />
“Nossos brinquedos eram variados, conforme o mês e conforme a hora. Para<br />
o dia, era o futebol.”<br />
Nuvens da fantasia<br />
“Nossa imaginação esvoaçava como pipas pelo fi rmamento. Fantasias forjadas,<br />
olhando as nuvens brancas, mais brancas que a neve.”<br />
Pássaros de papel<br />
“Agosto era o mês do vento, o mês de soltar papagaio e balão. A linha de<br />
costura desaparecia no céu.”<br />
Plantando bananeira<br />
“Durante o recreio, ela vinha à janela; era motivo de nossas exibições: dávamos<br />
cambalhotas, plantávamos bananeira.”<br />
O palhaço, o que é?<br />
“Por esse tempo vinha o circo, com o palhaço Tôni, equilibrista e acrobata.<br />
Aqui também, nos sonhos a gente se transportava para outras regiões.”<br />
O mundo de todos<br />
“Nosso quintal se estendia por todos os lados, podíamos brincar. O mundo<br />
era um lugar onde todos podiam se alegrar com o espetáculo das fl ores e dos<br />
ventos.”<br />
Um padre camarada<br />
“Veio como vigário o padre Josué, muito bom e amigo da criançada. Logo<br />
organizou uma escola efi ciente e transformou a praça em campo de esporte, com<br />
gangorra, balanço, barra, argola.”<br />
RECREADOR<br />
131
132<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Para saber mais sobre Portinari<br />
<br />
Cândido Portinari, conhecido pelos amigos como Candinho, nasceu<br />
no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café, em Brodósqui,<br />
no interior do Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de<br />
origem humilde, recebeu apenas a instrução primária e desde criança<br />
manifestou sua vocação artística.<br />
Aos quinze anos de idade partiu para o Rio de Janeiro, em busca de um<br />
aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola<br />
Nacional de Belas-Artes.<br />
Companheiro de poetas, escritores, jornalistas e diplomatas, Portinari<br />
participou de uma notável mudança na arte e na cultura do Brasil.<br />
Ao longo dos anos de 1940 e 1950, Portinari foi convidado para pintar<br />
quadros e murais em vários países, realizando exposições mundo afora<br />
e recebendo inúmeros prêmios.<br />
Faleceu no dia 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação pelas tintas<br />
que utilizava.<br />
Para conhecer mais sobre este artista brasileiro, procure a página na<br />
Internet: http://www.portinari.org.br<br />
ATIVIDADE 34<br />
Antes de navegar pelo sítio de Portinari na Internet, imagine como o artista<br />
deve ter retratado as brincadeiras relacionadas com as frases sobre sua infância.<br />
Há alguma delas que faz você recordar de sua própria infância?<br />
Agora, experimente retratar alguma brincadeira ou jogo de seu tempo de<br />
menino(a). Lembre-se do que você mais gostava. Solte a imaginação e utilize a<br />
criatividade! Escreva também uma frase sobre sua infância, relacionada ao desenho.<br />
Capriche, pois seu(sua) professor(a) organizará uma exposição.<br />
Ficou bonito seu desenho? Pois então entregue-o ao(à) seu(sua) professor(a),<br />
e circule pela sala, observando os desenhos de seus colegas, procurando identifi -<br />
car as brincadeiras e as emoções que você experimentava quando criança.
GUIA DE ESTUDO<br />
Seu(sua) professor(a) fará uma discussão sobre as obras expostas, para que<br />
cada um fale um pouco sobre a brincadeira retratada. Anote os jogos e brincadeiras<br />
que todos vocês desenharam:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
História de jogos e brincadeiras<br />
Há uma história dos jogos e brincadeiras, você sabia?<br />
Você, ao brincar quando criança ou jovem, faz parte dessa história, contribui<br />
para ela. As brincadeiras e os jogos mudam de geração a geração. Quantas<br />
brincadeiras, comuns no tempo de nossos avós ou pais, hoje estão esquecidas! E<br />
nós? Quais brincadeiras eram comuns em nossa infância e hoje ninguém se lembra?<br />
Preste atenção aos quadros de Portinari: quais daquelas brincadeiras você<br />
desconhece? E quais as crianças de hoje esqueceram? Anote os jogos e brincadeiras<br />
que saíram de moda:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Esconde-esconde<br />
Jogo muito comum em todo o Brasil, no esconde-esconde (ou pique-esconde)<br />
uma criança tenta achar as outras, que estão escondidas. Ocorre da seguinte forma:<br />
1. A escolha de quem vai procurar e quem vai se esconder: esta etapa se<br />
realiza por meio de um tipo de sorteio chamado “zerinho-ou-um”, que, gradativamente,<br />
livra todos os participantes de serem os responsáveis por buscar as<br />
crianças escondidas. Os dois últimos participantes decidem no par-ou-ímpar<br />
quem irá procurar os demais.<br />
2. A procura das crianças acontece da seguinte forma: quem vai procurar<br />
fecha os olhos, mantendo o rosto direcionado para uma parede, tronco de árvore<br />
ou local similar, e depois inicia uma contagem numérica (que pode variar de<br />
tamanho), enquanto os demais se escondem, em grupo ou individualmente.<br />
3. Finalizada a contagem, começa a procura. Enquanto um procura, os outros<br />
tentam despistá-lo ou permanecem em silêncio, sempre com o objetivo de<br />
aproveitar um momento de desatenção do “procurador”, no qual devem correr<br />
RECREADOR<br />
133
134<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
até o local em que a contagem foi feita e bater com a mão três vezes ali, a fi m de<br />
se “salvar”, dizendo, ao mesmo tempo, a frase “um, dois, três, salve eu!”. Todos<br />
tentam não serem encontrados, mas aquele que procura, ao ver um dos que estão<br />
escondidos, corre ao local da contagem, bate três vezes e diz: “Um, dois, três,<br />
visto (o nome de quem foi descoberto)”.<br />
Ao fi nal, quando todos se salvaram ou foram encontrados, o primeiro a ser<br />
descoberto será o próximo a fazer a contagem e procurar os colegas.<br />
Uma das inúmeras variantes que existem para essa brincadeira permite que<br />
o último participante a se dirigir ao local de contagem, ao bater três vezes, salve<br />
a todos e encerre o jogo, dizendo: “Um, dois, três, salve todos”. Assim, todos<br />
estarão salvos e quem procurava os demais terá de reiniciar a brincadeira encarregado<br />
novamente da busca.<br />
Crianças ontem, hoje e sempre<br />
Por meio da história dos jogos, das brincadeiras e dos brinquedos, percebemos<br />
o quanto as crianças mudam. Ser criança hoje é muito diferente de ser<br />
criança há quinze, trinta, cinqüenta, cem anos.
GUIA DE ESTUDO<br />
Veja a análise de alguns especialistas sobre educação durante uma teleconferência<br />
para professores de educação infantil:<br />
“O olhar sobre a infância está relacionado ao tipo de vida do adulto no presente.<br />
É a sua experiência atual que vai determinar a visão sobre seu passado (passado idealizado).<br />
A infância é um período interessante, gostoso, como são outros períodos da<br />
vida. É na infância que os sonhos, as utopias têm início, mas elas podem continuar<br />
em outras fases da vida.” (Profª Gisela Wajskop, do Instituto Singularidades.)<br />
“A gente busca na infância tudo de bom que a gente acha que não tem hoje. A<br />
infância também é um período difícil, em que as crianças têm que aprender tudo,<br />
lidar com a cultura. Tem muitas coisas que elas desconhecem. Daí o monte de<br />
porquês. As crianças têm muitas angústias com esse desconhecimento e é por meio<br />
das brincadeiras que elas lidam com isso. A brincadeira serve como uma mediação<br />
para o conhecimento.” (Zélia Cavalcante, consultora da ONG Midiativa.)<br />
“Pensar a infl uência da tecnologia sobre a infância de ontem e de hoje dá a<br />
idéia de que há uma criança ideal, uma criança primeira, que é pura, que é bela,<br />
não faz maldade. A idéia é que alguém estragou essa criança, que a sociedade<br />
estragou essa criança. A ponto de hoje falarmos que o videogame, a televisão,<br />
são coisas do mal. O que temos que entender é que cada criança é fruto do seu<br />
tempo. Nós também assistimos TV, somos loucos por um celular que toca musiquinha...”<br />
(Profª Gisela Wajskop, do Instituto Singularidades.)<br />
“Para Nietzsche, um fi lósofo alemão, a criança é um ser selvagem, que a cultura<br />
possibilita viver entre nós, em sociedade. Nascemos sem cultura ou fora da<br />
cultura, e a brincadeira é um dos elementos que ajudam a fazer a transição desse<br />
momento, ou seja, contribuem para a aculturação.” (Zélia Cavalcante, consultora<br />
da ONG Midiativa.)<br />
Friedrich Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 - Weimar, 25 de Agosto<br />
de 1900) foi um importante fi lósofo alemão do século XIX.<br />
“Toda brincadeira educa. Quando as crianças brincam de polícia-e-ladrão, elas<br />
estão pensando a respeito do bem, do mal, sobre quem deve ser punido ou não... Isso<br />
é educativo. Brincar de escola faz as crianças pensarem sobre a escola. O problema é<br />
que a gente pensa que o que educa é aquilo que ensina a contar, a organizar, a escrever<br />
letrinha, etc. No entanto, pensar nas coisas do mundo é que é educativo. Vamos<br />
aprender a olhar como elas brincam; o que elas conversam enquanto brincam; com<br />
quem elas brincam. E depois a gente vê se é educativo, se pode ou não pode; se traz<br />
mais material, se organiza o espaço... Pouco importa do que a gente brinca. O importante<br />
é poder brincar.” (Profª Gisela Wajskop, do Instituto Singularidades.)<br />
RECREADOR<br />
135
136<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 35<br />
Após a leitura desses especialistas, qual a sua opinião sobre a infância do<br />
passado e do presente? Você concorda com eles? Por quê?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
III. BRINCADEIRA E EDUCAÇÃO<br />
Você percebeu que há uma relação entre brincadeira e educação. Quantas<br />
vezes adultos brigaram (e ainda brigam) por esse motivo com crianças!<br />
– Menino, pára com essa brincadeira e vai já pro seu quarto estudar!<br />
– Essa menina não quer nada com os estudos; fi ca o dia inteiro com essa<br />
boneca na mão, pra cima e pra baixo!<br />
Como eles se enganam! Não sabem que, brincando, as crianças estão aprendendo<br />
um monte de coisas.<br />
Veja o que diz Zélia Cavalcante, consultora da ONG Midiativa:<br />
“A gente aprende a brincar e não deixamos de aprender no decorrer da vida.<br />
A gente deixa de ser criança, mas não deixa de aprender por meio das brincadeiras.<br />
Primeiro, na infância, tem as brincadeiras de boneca, de carrinho... Depois,<br />
na adolescência tem brincadeiras imaginárias, em que a gente imagina ser alguma<br />
coisa. Tem um mundo interior muito grande. E depois tem as brincadeiras<br />
de adulto, os jogos. Acho que a gente aprende a brincar e, quanto mais oportunidade<br />
de brincar, mais a gente aprende; quanto mais oportunidade de sonhar,<br />
mais a gente sonha. As brincadeiras, para o adulto, são como as estrelas durante<br />
o dia. Elas estão lá, mas nós não as vemos.”<br />
Para saber mais:<br />
<br />
A relação entre jogos, brincadeiras e processos de educação tem uma<br />
referência fundamental no método criado por Maria Montessori.
GUIA DE ESTUDO<br />
A pedagogia de Montessori insere-se no movimento chamado de “Escolas<br />
Novas”, uma oposição aos métodos tradicionais, que não respeitavam<br />
as necessidades e os mecanismos evolutivos do desenvolvimento<br />
da criança. Montessori criou novas técnicas para os jardins de infância<br />
e para as primeiras séries do ensino formal.<br />
Foi com ela que surgiram novidades tão básicas como mesas e cadeiras<br />
menores para as salas de Educação Infantil e a utilização de brinquedos<br />
educativos.<br />
Ainda que suas posições fossem avançadíssimas para sua época, algumas<br />
das concepções de Montessori foram criticadas por educadores,<br />
que apontavam o risco de promover um trabalho excessivamente diretivo<br />
e isolado do contexto cultural das crianças.<br />
E, de fato, ao consultarmos seus textos, podemos constatar que, na<br />
concepção de Montessori, cada brinquedo educativo tem uma função<br />
muito clara (por exemplo, ensinar a amarrar os sapatos, mostrar as formas<br />
geométricas, etc.), e ela chega a afi rmar que até os gestos da criança<br />
devem ser guiados pelos educadores, caso não se conformem à função<br />
de cada objeto. Atualmente, a importância dos brinquedos e de brincar<br />
é vista de uma maneira diferente, e sabe-se também da importância dos<br />
jogos em que os brinquedos podem ser aproveitados de maneira mais<br />
livre pelas crianças, integrando-se aos seus processos de imaginação.<br />
Hoje em dia, na maioria dos casos, escolas que se autodenominam<br />
montessorianas equilibram seu currículo com atividades lúdicas mais<br />
abertas que as preconizadas pela grande educadora italiana em seu trabalho<br />
pioneiro e ainda interessante para nós.<br />
Sítios consultados:<br />
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_montessori<br />
http://www.educacional.com.br/pais/glossario_pedagogico/montessori.asp<br />
http://www.centrorefeducacional.pro.br/montesso.html<br />
ATIVIDADE 36<br />
Agora refl ita e preencha os espaços abaixo.<br />
O que uma criança aprende quando:<br />
Brinca de casinha com bonecas:<br />
_____________________________________________________________<br />
RECREADOR<br />
137
138<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Brinca de bola (futebol, vôlei, basquete):<br />
_____________________________________________________________<br />
Brinca de jogo-da-velha:<br />
_____________________________________________________________<br />
Brinca de esconde-esconde:<br />
_____________________________________________________________<br />
O aprendizado de crianças e jovens com jogos e brincadeiras são os mais diversos:<br />
aprendem regras de convivência, a cultivar espírito de equipe e solidariedade, a<br />
ganhar e a perder (uma bela lição de vida, não?), etc. Os jogos também despertam<br />
a atenção e a concentração, alimentam a imaginação, e ainda podem ensinar matemática,<br />
história, geografi a, além de alfabetizar e exercitar o raciocínio lógico.<br />
Brincadeira e projeto político-pedagógico nas escolas<br />
Como estamos nos qualifi cando para trabalhar com as ocupações do <strong>arco</strong> da<br />
educação, vamos refl etir como jogos e brincadeiras devem se articular ao projeto<br />
político-pedagógico das escolas e com outras áreas de conhecimento.<br />
Para isso, vamos voltar ao Capítulo 3 deste livro, quando tratávamos da<br />
ocupação do contador de histórias. Lembra de quando falamos da história de<br />
Ossanha e das relações que podemos estabelecer, a partir dela, com conhecimentos<br />
em geometria, meio ambiente, cultura afro-brasileira, etc.? Dentro do<br />
mesmo exemplo, quais jogos e brincadeiras poderiam ser realizados?<br />
ATIVIDADE 37<br />
Agora tente você. Complete o quadro abaixo, sugerindo em quais das situações<br />
podem ser desenvolvidos os jogos e brincadeiras defi nidos na primeira<br />
coluna, conforme o exemplo da primeira linha.<br />
Jogo / brincadeira Situação Justificativa<br />
Fazer pipa Estudo de<br />
geometria<br />
Dominó<br />
Cabo-de-guerra<br />
Xadrez<br />
Através da construção de pipa, a criança<br />
pode perceber fi guras geométricas:<br />
triângulos, polígonos, etc.
Para saber mais:<br />
<br />
A origem do xadrez<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
A maioria dos historiadores é de opinião que o xadrez nasceu na Índia,<br />
no século VI. O jogo chamava-se Chaturanga, originado de “quatro”<br />
(chatur) e “membros” (anga). Esse nome refere-se às quatro unidades<br />
do exército hindu: os elefantes, a cavalaria, os carros e a infantaria,<br />
equivalentes, respectivamente, aos bispos, aos cavalos, às torres e aos<br />
peões do xadrez atual.<br />
Segundo a lenda, o inventor do xadrez foi um sábio brâmane, que teria<br />
criado o jogo com o intuito de dar uma lição de humildade ao rei que<br />
tiranizava o povo. O monarca, feliz e satisfeito com a engenhosidade do<br />
sábio, prometeu que lhe daria o que pedisse. Este lhe pediu a quantidade<br />
de trigo que resultasse em pôr um grão na primeira casa do tabuleiro,<br />
dois na segunda, quatro na terceira, oito na quarta e assim sucessivamente.<br />
O soberano, pensando que isso implicaria uns poucos quilos<br />
de trigo, aceitou. Mas, feitos os cálculos, o resultado o surpreendeu:<br />
não havia trigo sufi ciente em toda a Índia para recompensar o sábio.<br />
Necessitaria da impressionante cifra de 18.446.744.073.709.551.615<br />
grãos. Para produzir essa quantidade de trigo, seria necessário semear<br />
77 vezes todos os continentes da Terra.<br />
O xadrez é um jogo recomendado para crianças em idade escolar, pois<br />
desenvolve a memória, a imaginação e a capacidade de concentração.<br />
Além disso, graças ao seu valor pedagógico, favorece o raciocínio lógico,<br />
desenvolve a vontade e habilita o jogador à melhor análise e tomada<br />
de decisão.<br />
(Extraído de López Manzano, Antonio e Segura Vila, Joan. Iniciação ao xadrez, 6 a<br />
ed., Porto Alegre: Artmed, 2002.)<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Para refl etir<br />
Existe brincadeira de menino e brincadeira de menina? O que vocês<br />
acham?<br />
RECREADOR<br />
139
140<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
As pessoas que concordam que há, sim, diferença entre brincadeira de meninas<br />
e de meninos, pensam dessa forma porque, muito provavelmente, consideram<br />
que ser menino e ser menina tem atributos diferenciados. Pensam nos<br />
papéis que são construídos socialmente para homens e mulheres, e que devem<br />
ser aprendidos desde criancinha.<br />
Ora, todos reconhecemos que há diferenças biológicas entre homens e mulheres!<br />
Mulheres têm a capacidade de conceber e dar à luz crianças; homens não!<br />
Contudo, essas diferenças biológicas não podem ser convertidas em diferenças de<br />
papéis na sociedade. Não é natural que o homem seja sempre forte, valente e corajoso;<br />
e que as mulheres sejam frágeis, dóceis e sensíveis. Encontramos muitos<br />
homens sensíveis e muitas mulheres valentes! E isso não pode ser confundido<br />
com a orientação sexual, como se homens sensíveis e mulheres valentes fossem,<br />
necessariamente, homossexuais.<br />
O problema é que quando preestabelecemos papéis para homens e mulheres,<br />
cristalizamos as diferenças biológicas, que realmente existem, em práticas,<br />
atitudes e comportamentos, predeterminando o que só homens e o que só<br />
mulheres podem fazer. Por exemplo: “lugar de mulher é na cozinha e cuidando<br />
dos fi lhos em casa”; “homens nasceram para liderar, para comandar”; etc. Essas<br />
maneiras de pensar transformam diferenças biológicas em papéis previamente<br />
estabelecidos. Ou seja, quem não se comporta assim, passa a ser discriminado,<br />
isto é, recebe um tratamento pior ou injusto apenas por se comportar de maneira<br />
diferente da maioria.<br />
Se nós quisermos reverter as situações de discriminação sofridas por homens<br />
e mulheres em nossa sociedade, temos de começar a fazê-lo desde a infância, não<br />
diferenciando brincadeiras para meninas e para meninos.<br />
IV. BRINCADEIRA E CULTURA<br />
As brincadeiras e os jogos também expressam a cultura de um povo, de uma<br />
região. Veja abaixo algumas curiosidades sobre jogos e brincadeiras nas diferentes<br />
regiões do país (texto extraído da página http://www.escolaoficinaludica.com.<br />
br/brincadeiras/index.htm. Para saber mais, consulte-a.).<br />
Infl uência portuguesa<br />
Os colonizadores portugueses trouxeram seus contos, lendas, histórias, jogos,<br />
festas e valores. A pipa foi introduzida pelos portugueses no século XVI. Vem do<br />
Japão e da China. Os diversos nomes encontrados pelo Brasil: estrela, raia, arraia,<br />
papagaio, bacalhau, gaivotão, curica, pipa, cafi la, pandorga e quadrado. Outras<br />
brincadeiras introduzidas pelos portugueses: mula-sem-cabeça, cuca ou papão,<br />
cantigas, amarelinha, jogo do saquinho, pião, jogo de botão, bolinha de gude.
Infl uência africana<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
O Brasil teve grande infl uência dos negros africanos na vida econômica,<br />
social e cultural. Eles trabalharam na lavoura e nas minas. Supõe-se que os primeiros<br />
negros africanos chegaram em 1538. Desde essa data até 1888, foram<br />
tratados como escravos.<br />
A mãe preta transmitia para seus fi lhos as histórias, lendas, contos, mitos,<br />
deuses e animais encantados, diferentes de acordo com a sua região de origem<br />
na África.<br />
Nas famílias da época da escravidão, eram as criadas negras que criavam e<br />
amamentavam os fi lhos dos senhores: a ama negra dava de mamar ao menino<br />
branco, embalava o berço com suas cantigas de ninar e ensinava as primeiras<br />
palavras. Na maioria dos casos, essas crianças cresciam brincando com os fi lhos<br />
dos escravos: montavam em carneiros como se fossem cavalos, nadavam nos rios<br />
e represas, matavam passarinhos, empinavam papagaio e jogavam pião.<br />
Infl uência indígena<br />
Os índios tiveram grande infl uência na culinária brasileira, no uso de<br />
remédios caseiros e utensílios de cozinha.<br />
RECREADOR<br />
141
142<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
As mães faziam brinquedos de barro cozido para seus fi lhos, no formato<br />
de pessoas e animais. Em Roraima, as indiazinhas chamavam as bonecas de<br />
“tupama”, que signifi ca “santo”. Atualmente, imperam as bonecas de pano.<br />
No interior, surgiram fi guras de macacos, besouros, tartarugas, lagartixas.<br />
Predominavam brincadeiras junto à natureza, nos rios, em bandos. A vida<br />
das crianças misturava-se com a dos bichos: cantavam imitando vozes de<br />
animais, dançavam imitando o movimento deles.<br />
As crianças indígenas não são castigadas ou reprimidas. Seu primeiro<br />
brinquedo é o chocalho de cascas de frutas ou unhas de veado. Ao engatinharem,<br />
brincam com pedrinhas, com um inseto amarrado por um fi o,<br />
com pedaços de madeira, cavam a areia, montam a cavalo em seus irmãos<br />
mais velhos, rodam pião feito de “totuma”, fruto redondo e oco, atravessado<br />
em ângulo reto por um palito de madeira, duro e vermelho, fi xado<br />
com um pouco de cera negra. Brincam de matraca feita com um disco de<br />
“totuma”, com concavidades na borda e uma no centro, por onde passa um<br />
fi o unido nas extremidades.<br />
ATIVIDADE 38<br />
O mundo dos jogos e das brincadeiras nos leva a conhecer os hábitos de<br />
outros lugares. Faça uma pesquisa para saber quais brincadeiras são típicas das<br />
diferentes regiões do Brasil, procurando principalmente aquelas que você não<br />
conhece. Você pode recorrer a alguma página na internet ou conversar com alguma<br />
pessoa que tenha morado em outros estados.<br />
Resultado da pesquisa<br />
Estado:<br />
_____________________________________________________________<br />
Nome do jogo ou brincadeira:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Descrição da brincadeira:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________
Estado:<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
_____________________________________________________________<br />
Nome do jogo ou brincadeira:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Descrição da brincadeira:<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Em seguida, troque esta experiência com seus colegas, a fi m de ampliar ainda<br />
mais o repertório de jogos e brincadeiras que você poderá utilizar em suas atividades.<br />
Você fará o maior sucesso com as crianças ensinando-lhes novas brincadeiras!<br />
V. ATUAÇÃO DE UM RECREADOR<br />
Vejamos quais as possibilidades de atuação de um recreador.<br />
ATIVIDADE 39<br />
Vamos retomar a pesquisa sobre a ocupação de recreador, com a qual abrimos<br />
este capítulo. O que você descobriu em sua pesquisa? Suas descobertas estão<br />
de acordo com a expectativa que você tinha inicialmente, antes da pesquisa?<br />
Converse com seus colegas e professores sobre o resultado da pesquisa.<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Em nossa investigação, entrevistamos recreadores e descobrimos que esses<br />
profi ssionais podem realizar as seguintes atividades: animação e recreação.<br />
Veja o que disse nosso entrevistado: “Dependendo do evento, você pode<br />
ser animador, pode fazer o palhaço, a fi m de animar a festa, mas também pode<br />
RECREADOR<br />
143
144<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ser recreador, atuando, geralmente, em hotéis. Há situações em que você, trabalhando<br />
com recreador, é o responsável, em um hotel, por toda a programação de<br />
atividades para as crianças”.<br />
Preste atenção nas histórias de duas crianças para descobrir um pouco mais<br />
sobre as atividades de animador e recreador:<br />
A festa de aniversário de Vinícius<br />
Vinícius já vai fazer 7 anos, mas ele ainda se lembra muito bem de seu<br />
último aniversário. É que seus pais haviam lhe prometido que iria ter<br />
muitas brincadeiras para ele e seus amigos. No dia da festa apareceu o<br />
palhaço Azedinho. Que legal! Ele fez competição com bexiga, brincou<br />
de cabra-cega, de gato e rato, de dança das cadeiras, fez brincadeiras<br />
de roda e até uma gincana. Mas o mais bacana foi na hora de cantar o<br />
parabéns! Todo mundo cantou legal. Também, pudera! O palhaço Azedinho<br />
puxou a música de um jeito bem diferente. Vinícius fi cou feliz.<br />
Nunca mais vai se esquecer sua festa de 6 anos.<br />
As férias de Gabriel<br />
Gabriel tem 9 anos. Nas últimas férias ele fez um programa completamente<br />
diferente: passou quinze dias em uma colônia de férias. O lugar<br />
era lindo! Tinha piscina, trilhas, um rio e muitas, muitas árvores! Quando<br />
voltou, Gabriel estava maravilhado. Disse que todo dia acordava cedinho.<br />
Antes de começar a diversão do dia, ele e as outras crianças tinham<br />
que arrumar a cama, escovar os dentes, tomar o café e lavar a caneca e o<br />
prato que usaram. Depois era só diversão. Cada dia uma coisa nova: caminhada<br />
na trilha; atravessar o rio com uma corda; corrida de saco; futebol<br />
com uma perna só; esconde-esconde na mata; vôlei dentro da piscina,<br />
fogueiras e baladas à noite. Foi o máximo! Gabriel fez muitos amigos e<br />
está ansioso para encontrá-los novamente nas próximas férias.<br />
ATIVIDADE 40<br />
Identifi que, a partir das histórias de Vinícius e Gabriel, o que faz um animador<br />
e um recreador. Você acha que a mesma pessoa pode ser tanto animador<br />
como recreador? Por quê? Discuta com seus colegas e com o(a) professor(a).<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________
GUIA DE ESTUDO<br />
Quando você estudou os conteúdos da FTG, viu que a realização de um<br />
trabalho exige alguma qualifi cação para aquela atividade.<br />
A partir das situações de trabalho acima, discuta qual você acha que deve<br />
ser a qualifi cação requerida para as atividades de um animador/recreador. Anote<br />
abaixo o resultado da discussão.<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Na pesquisa que realizamos, descobrimos que o recreador/animador tem<br />
suas atividades muito próximas a outras áreas profi ssionais.<br />
Veja, por exemplo, o que fala um profi ssional que está nesse trabalho há tempos:<br />
“O teatro, para a atividade do recreador, é muito importante. Mas não o teatro<br />
clássico, o teatro de Shakespeare, ou de Brecht, mas mais um teatro da comédia<br />
popular brasileira... o circo teatro. Como aqueles esquetes de palhaço: ‘– Como<br />
vai? Como vai? Como vai? Eu vou bem, muito bem, muito bem, bem, bem!’ São<br />
piadas clássicas de palhaço e que funcionam até hoje. Todos se divertem se divertem<br />
muito”.<br />
Para saber mais:<br />
<br />
O Projeto de Comédia Popular Brasileira foi iniciado em 1993 pelo<br />
dramaturgo Luís Alberto de Abreu e pelo diretor teatral Ednaldo Freire<br />
com o objetivo de resgatar uma vertente esquecida na cena brasileira e<br />
investigar temas, formas e expressões simbólicas presentes na Cultura<br />
Popular tendo em vista a consolidação de uma comédia popular contemporânea.<br />
Para aprofundar mais, consulte a página http://www.fraternal-cia.com/<br />
Por outro lado, encontramos também profi ssionais que afi rmaram que a<br />
atividade de recreador se aproxima muito da educação física. Veja o que diz o<br />
estatuto do Conselho Federal de Educação Física, na Resolução n o . 046/2002,<br />
que “dispõe sobre a Intervenção do Profi ssional de Educação Física e respectivas<br />
competências e defi ne os seus campos de atuação profi ssional”:<br />
RECREADOR<br />
145
146<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Art. 1 o - O profi ssional de Educação Física é especialista em atividades<br />
físicas, nas suas diversas manifestações – ginásticas, exercícios físicos,<br />
desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas,<br />
expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação,<br />
ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios<br />
à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais, sendo da<br />
sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da<br />
educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento<br />
de níveis adequados de desempenho e condicionamento fi siocorporal<br />
dos seus benefi ciários, visando à consecução do bem-estar e da<br />
qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento,<br />
da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da<br />
compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda, para consecução<br />
da autonomia, da auto-estima, da cooperação, da solidariedade,<br />
da integração, da cidadania, das relações sociais e a preservação do meio<br />
ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade<br />
técnica e ética no atendimento individual e coletivo.<br />
(Para ver o texto da resolução na íntegra, consulte a página http://www.<br />
confef.org.br/extra/resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=82.)<br />
Portanto, se você quiser desenvolver atividades de recreador/animador, está<br />
vendo que há um caminho a percorrer em sua formação profi ssional. Vá em frente!<br />
Uma melhor preparação para sua atuação profi ssional depende só de você!<br />
Organização do trabalho<br />
Vamos explorar um pouco mais as histórias de Vinícius e Gabriel.<br />
Se você fosse o animador, recreador ou monitor das atividades relatadas nas<br />
duas histórias, como você se organizaria para realizá-las? Se necessário, recorra<br />
aos livros da FTG para lembrar-se de alguns conceitos: planejamento, programação<br />
e controle do desenvolvimento da atividade. Seu professor(a) pode ajudar.
ATIVIDADE 41<br />
VAMOS ESCREVER<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Quais elementos de planejamento estiveram presentes na preparação que o<br />
palhaço Azedinho fez para a festa do Vinícius?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Quais as diferenças entre o planejamento de uma animação de aniversário<br />
infantil e o trabalho de recreador em uma colônia de férias?<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Debata em grupo com seus colegas e apresente o resultado da discussão para<br />
todos os alunos da sala por meio de um cartaz.<br />
Veja no quadro abaixo a diversidade de áreas em que um recreador pode atuar!<br />
Áreas em que um recreador pode atuar:<br />
Atividades em hotéis durante períodos de férias e feriados.<br />
Festas de empresas em que é permitido aos(às) funcionários(as) levar a<br />
família.<br />
Eventos: congressos, conferências, seminários, etc. onde haja necessidade<br />
de fazer atividades com crianças, para que seus pais possam participar do<br />
evento despreocupados.<br />
Desenvolvendo atividades especiais, como Natal, Dia das Crianças, etc.<br />
em shopping centers ou outros locais.<br />
Programação cultural ou de lazer promovida por órgãos públicos ou sob<br />
licença destes, em praças, parques, etc.<br />
Escolas e creches.<br />
Hospitais.<br />
Asilos ou casas de repouso.<br />
Tendo em vista toda essa diversidade de áreas, teremos de, para cada um dos tipos<br />
de atividade, considerar diferentes aspectos no momento do planejamento, tais como:<br />
RECREADOR<br />
147
148<br />
EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Duração da atividade: uma coisa é a festa que dura duas horas; outra, um<br />
fi nal de semana; e outra, ainda, uma programação de férias. Você concorda?<br />
Público-alvo da atividade: você deve planejar de forma diferenciada se for<br />
um grupo “fechado”, ou seja, onde todos se conhecem (p. ex.: a excursão de uma<br />
escola) ou se participam de um mesmo grupo crianças que não se conhecem<br />
(p. ex.: fi lhos de participantes de um congresso), ou, ainda, se é uma atividade<br />
“aberta”, na qual misturam-se crianças que não se conhecem nem fazem parte de<br />
um mesmo grupo de afi nidade (p. ex.: recreação em um shopping center).<br />
Idade do grupo: evidentemente, você deve levar em conta a faixa etária do público<br />
com o qual irá trabalhar. Será somente para crianças – de quais idades? –, ou<br />
será para jovens, adultos ou idosos? Lembrando que o grupo poderá ser mesclado,<br />
como em uma festa, em que há crianças de várias faixas etárias, além de adultos.<br />
Perfi l do público: no grupo haverá meninos e meninas? Alguma delas é portadora<br />
de necessidades especiais (tem algum problema auditivo, mental, de visão<br />
ou utiliza cadeira de rodas, etc.)? Há crianças brancas e negras? Preste muita<br />
atenção nos jogos e brincadeiras que vai propor, para não correr o risco de, mesmo<br />
sem querer, discriminar alguma das crianças.<br />
Local de realização: a atividade será realizada em um ambiente fechado, como<br />
um salão de festas? Qual o tamanho do salão? Ou a atividade será realizada em<br />
um ambiente aberto, como um hotel-fazenda ou um sítio? Há trilhas? Piscina?<br />
Para cada local de realização da recreação ou da animação você deverá fazer um<br />
planejamento diferente.<br />
Conheça esse trabalho<br />
Dentro da diversidade de atuação de um recreador/animador, chamamos<br />
atenção para o trabalho do grupo Risomundi, que reúne profi ssionais<br />
que estudam a linguagem do palhaço, mesclando teatro, criação e pesquisa<br />
contínua na atividade de propiciar alegria em hospitais.<br />
Veja o relato do diário de uma das palhaças do grupo: “Um dia, eu e minha<br />
amiga Zureta entramos no hospital e logo ouvimos o choro muito<br />
alto de um bebê. Fomos primeiro para aquele quarto. Era uma menina<br />
tão pequenina e parecia que sentia muita dor. Resolvemos cantar bem de<br />
leve e escolhemos uma música bem bonita. Foi incrível! Ela foi parando<br />
de chorar e abriu aqueles olhinhos negros... olhou pra mim e eu entendi...<br />
ela conversou comigo, eu sei! Mas o que ela me contou é segredo!”.<br />
Veja mais na página http://www.doutoresdoriso.com.br/home/quemsomos.asp
VAMOS ESCREVER<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Considerando toda essa diversidade, pense em outros itens que devem ser<br />
considerados no planejamento de atividades de um(a) recreador(a):<br />
_____________________________________________________________<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Programação do trabalho de recreador<br />
ATIVIDADE 42<br />
Veja algumas das brincadeiras da festa do Vinícius e organize em uma tabela<br />
de que forma o palhaço Azedinho programou as atividades:<br />
Programação da festa do Vinícius<br />
Brincadeira Descrição da brincadeira<br />
(se necessário, pesquise na Internet)<br />
Itens a serem controlados na<br />
execução dos jogos e brincadeiras<br />
Leia e discuta o texto abaixo sobre o desenvolvimento das crianças e jovens.<br />
Ele irá ajudá-lo(a) a refl etir sobre a programação de atividades de recreação, pois<br />
você poderá compreender quais jogos e brincadeiras são mais apropriados às<br />
diversas faixas etárias com as quais irá trabalhar.<br />
RECREADOR<br />
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EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
VI. O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA<br />
TEORIA DE JEAN PIAGET<br />
Desde muito cedo Jean Piaget demonstrou sua capacidade de observação.<br />
Aos onze anos percebeu um melro albino em uma praça de sua cidade. A observação<br />
deste pássaro gerou seu primeiro trabalho científi co. Formado em biologia,<br />
interessou-se por pesquisar sobre o desenvolvimento do conhecimento nos<br />
seres humanos. A teoria de Jean Piaget, portanto, tenta nos explicar como se<br />
desenvolve a inteligência nos seres humanos.<br />
Convém esclarecer que as teorias de Piaget têm comprovação em bases científi<br />
cas. Ou seja, ele não somente descreveu o processo de desenvolvimento da<br />
inteligência, mas, experimentalmente, comprovou suas teses.<br />
Resumir a teoria de Jean Piaget não é uma tarefa fácil, pois sua obra tem<br />
mais páginas que uma enciclopédia. Desde que se interessou por desvendar o desenvolvimento<br />
da inteligência humana, Piaget trabalhou compulsivamente em<br />
seu objetivo, até às vésperas de sua morte, em 1980, aos 84 anos.<br />
Para ele, o desenvolvimento da inteligência inicia-se no período intra-uterino<br />
e vai até os 15 ou 16 anos. Piaget diz que nosso corpo evolui também após o<br />
nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção da inteligência<br />
dá-se, portanto em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas<br />
umas às outras. A isto Piaget chamou de “construtivismo seqüencial”.<br />
A seguir, os períodos em que se dá o desenvolvimento motor, verbal e mental.
Para saber mais:<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
<br />
Período Sensório-Motor (do nascimento aos 2 anos,<br />
aproximadamente):<br />
A inteligência trabalha através das percepções e das ações, por meio dos<br />
deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência eminentemente prática.<br />
Sua linguagem vai da repetição de sílabas à palavra-frase (a criança fala<br />
“água” para dizer que quer beber água). Sua conduta social é de isolamento<br />
e indiferenciação (o mundo é ele).<br />
Período Simbólico (dos 2 anos aos 4 anos,<br />
aproximadamente):<br />
Surge a capacidade de falar, desenhar, imitar, dramatizar, etc. A criança<br />
consegue criar imagens mentais de um objeto quando não o tem diante<br />
dos olhos. É o período da fantasia, do faz de conta. Com a capacidade de<br />
formar imagens mentais, pode transformar o objeto numa satisfação de seu<br />
prazer (transforma uma caixa de fósforo em um carrinho, por exemplo).<br />
É também o período em que a criança “dá alma” aos objetos (“o carro do<br />
papai foi dormir na garagem”). Quando juntas, todas falam ao mesmo<br />
tempo, sem que respondam às argumentações dos outros. Duas crianças<br />
“conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro<br />
está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do<br />
coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados. Há<br />
também outras características: dar nomes às coisas das quais não sabe o<br />
nome, teimosia, egocentrismo (tudo é “meu”), etc.<br />
Período Intuitivo (dos 4 anos aos 7 anos,<br />
aproximadamente):<br />
Neste período já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade<br />
dos porquês”, pois a criança pergunta o tempo todo. Ela distingue a<br />
fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem acreditar nela. Seu<br />
pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz<br />
de organizar coleções e conjuntos, mas sem incluir conjuntos menores em<br />
conjuntos maiores (rosas no conjunto de fl ores, por exemplo). Não mantém<br />
uma conversação longa, mas é capaz de adaptar sua resposta às palavras<br />
do companheiro.<br />
RECREADOR<br />
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EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Período Operatório Concreto (dos 7 anos aos 11 anos,<br />
aproximadamente):<br />
É o período em que a criança passa a entender “número”, “substância”,<br />
“volume” e “peso”. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (ordem<br />
de grandeza), incluindo conjuntos, organizando o mundo de forma<br />
lógica. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos<br />
maiores, chefi ando e admitindo a chefi a. Já pode compreender regras e estabelecer<br />
compromissos. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem<br />
socializada), sem que, no entanto, consiga discutir diferentes pontos<br />
de vista para chegar a uma conclusão comum.<br />
Período Operatório Abstrato (dos 11 anos em diante):<br />
É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento<br />
que Piaget chama de lógico-matemático. A criança está apta para<br />
calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses<br />
orientados para o futuro. É, fi nalmente, a “abertura para todos os possíveis”.<br />
Em termos de linguagem, a discussão de diferentes pontos de vista é<br />
possível, a fi m de se chegar a uma conclusão. Sua organização social ocorre<br />
em grupo, podendo estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.<br />
(Este texto, escrito por José Luiz de Paiva Bello, foi adaptado para este<br />
capítulo.<br />
Caso você deseje ler o texto original, basta procurar esta página na Internet:<br />
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per09.htm.)<br />
A importância de se defi nir os períodos de desenvolvimento da inteligência<br />
reside no fato de que, em cada um desses períodos, o indivíduo adquire novos<br />
conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação<br />
da realidade. A compreensão desse processo é fundamental para que o recreador<br />
possa compreender com quem ele está trabalhando.<br />
ATIVIDADE 43<br />
Agora que você conhece um pouco sobre a teoria do desenvolvimento de<br />
Piaget, considere as situações abaixo e, depois de seu professor dividir a sala em<br />
grupos, discuta com seus colegas a programação de uma atividade de recreação<br />
para a situação dada.
PESQUISAR<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Utilize o laboratório de informática para fazer a pesquisa de jogos e brincadeiras<br />
na Internet ou vá a alguma biblioteca para realizar esse levantamento.<br />
Grupo 1 – Animação de uma festa de aniversário de uma menina de 7 anos.<br />
Grupo 2 – Final de semana em um hotel na praia com crianças de 7 a 10 anos.<br />
Grupo 3 – Programação especial de Dia das Crianças em uma escola.<br />
Grupo 4 – Confraternização de Natal em um hospital pediátrico.<br />
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_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Agora que você já pensou na programação para o desenvolvimento de jogos<br />
e brincadeiras, vamos ver se elas darão certo na prática.<br />
ATIVIDADE 44<br />
Escolha uma criança ou grupo de crianças e desenvolva uma atividade completa<br />
de recreação. Pode ser alguém de sua família (irmãos, primos, sobrinhos, etc.) ou a<br />
criançada de sua vizinhança, ou alguma atividade que precise de um recreador.<br />
O importante é você pensar sobre todas as etapas de que tratamos neste<br />
capítulo: dos objetivos a serem alcançados, passando pela atividade que você vai<br />
desenvolver – jogo ou brincadeira, de acordo com a faixa etária das crianças –,<br />
até chegar à organização dos recursos necessários e à execução.<br />
Boa sorte!<br />
ATIVIDADE 45<br />
É muito importante que, depois de qualquer atividade, você faça uma avaliação.<br />
Isso lhe permitirá consolidar seu aprendizado e evitará que não se repitam<br />
eventuais problemas ocorridos. Veja o roteiro abaixo e prepare um pequeno relatório<br />
sobre o desenvolvimento de sua atividade de recreação. Conte sua experiência<br />
aos colegas, escutando também o que eles têm a dizer.<br />
RECREADOR<br />
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EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Que jogos ou brincadeiras você escolheu?<br />
Por que você os escolheu?<br />
Como você se preparou?<br />
Como as crianças reagiram?<br />
Será que as crianças gostaram? O que o faz pensar assim?<br />
Em que você pode melhorar para uma próxima vez? O que você faria<br />
diferente?<br />
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VII. RECREAÇÃO E NARRAÇÃO<br />
DE HISTÓRIAS<br />
Caro(a) aluno(a), você deve ter percebido como as ocupações de recreador<br />
e contador de histórias são próximas. Ao qualifi car-se para qualquer uma delas,<br />
você automaticamente dá grandes passos na direção da outra. Vamos ver?<br />
ATIVIDADE 46<br />
Veja novamente as situações colocadas no capítulo do contador de histórias,<br />
complete o quadro abaixo e escolha quais jogos ou brincadeiras desenvolver, de<br />
forma complementar à história, considerando o tipo de evento e o público.<br />
Evento / público<br />
(situações colocadas<br />
no Capítulo 3)<br />
Crianças de 4 a 8 anos das<br />
escolas públicas em uma feira<br />
de livros infantis<br />
Crianças de 7 anos com tema<br />
relacionado à natureza<br />
Crianças de 4 a 10 anos<br />
e adultos em festa de<br />
aniversário<br />
História escolhida para<br />
contar (ver Capítulo 3,<br />
resultado da Atividade 3)<br />
Jogo ou brincadeira<br />
que você realizaria<br />
no evento<br />
Agora, voltemos mais uma vez à festa de aniversário de Vinícius e às férias<br />
de Gabriel. Complete o quadro abaixo com histórias que você contaria nessas<br />
situações.
GUIA DE ESTUDO<br />
Evento/público Jogos/brincadeiras Histórias que você<br />
contaria no evento<br />
Aniversário de 6 anos<br />
do Vinícius<br />
Férias do Gabriel na colônia<br />
de férias<br />
Acabamos de ver como, no planejamento de uma atividade de narração<br />
de histórias, é possível desenvolvermos também, enquanto recreadores, jogos e<br />
brincadeiras. E vice-versa. Isso só é possível porque há uma base de conhecimento<br />
comum que permite essa articulação entre recreação e narração de histórias.<br />
Mas qual seria essa base comum? É o conhecimento que ambos devem ter sobre<br />
as etapas do desenvolvimento da criança, de Piaget, pois tanto as propostas de<br />
histórias como as de jogos e brincadeiras, devem ser apropriadas à faixa etária das<br />
crianças com quem você vai trabalhar.<br />
Outros pontos comuns podem ser encontrados nas circunstâncias e nos<br />
locais em que o contador de histórias e o recreador trabalharão: escolas, creches,<br />
hospitais, feiras culturais, festas de aniversário, eventos em shoppings, hospitais,<br />
etc. Portanto, para um mesmo evento, procure planejar e programar sua atividade,<br />
articulando as ocupações de contador de histórias e de recreador. Assim, você<br />
verá como sua atividade vai fi car bem mais interessante – e como isso valorizará<br />
você em termos profi ssionais.<br />
VAMOS CONVERSAR<br />
Conversa com quem já está nessa estrada<br />
Parte das pessoas que já exercem o ofício de recreador ou de animador<br />
disse que uma boa maneira de aprender ou se aperfeiçoar é observando<br />
como outros fazem. Portanto, de hoje em diante, fi que atento(a) quando<br />
for a alguma festa ou evento que tenha esses profi ssionais trabalhando.<br />
RECREADOR<br />
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EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
Em entrevistas com recreadores, nos foi colocado que nem sempre o convite<br />
para trabalhar ocorre com uma antecedência que permita realizar<br />
todas as etapas que estamos sugerindo neste livro: planejamento, programação,<br />
etc. Portanto, esteja preparado para eventualidades! Tem que ter<br />
na manga alguma coisa. Geralmente, as empresas já avisam: “O esquema<br />
lá é esse e esse. Você vai fazer tal e tal coisa”. Então, você deve deixar<br />
sempre preparado um estojo com as maquiagens organizadas, deixar as<br />
roupas mais ou menos prontas, tomar cuidado para ver se o fi gurino não<br />
está furado, rasgado ou sujo, etc.
GUIA DE ESTUDO<br />
Na mesma linha, tenha uma mala pronta com os utensílios que você<br />
mais usa em suas atividades: corda, bexiga, bolas, lenços, etc.<br />
Mais um recado: “Tem que ter um roteiro básico, mas fi car aberto para as<br />
diversidades. Teve uma festa em que a mãe pediu para eu fi car tirando foto<br />
com cada criança que chegava. Eu fi quei a maior parte do tempo fazendo<br />
isso e nem me ocupei das brincadeiras. Às vezes, a mãe negocia também e<br />
você tem que estar aberto à necessidade de interagir com o cliente”.<br />
Alguns recreadores nos falaram que costumam ter alguns cuidados: “Eu<br />
tinha sempre o cuidado de não chegar ao evento descaracterizado. Eu<br />
chego como palhaço e saio como palhaço. Ninguém me vê antes de estar<br />
maquiado nem depois. Outros recreadores não têm esse cuidado. Mas<br />
acho importante, para não quebrar a fantasia da criança. Colocar uma<br />
meia que cubra os pêlos da perna, coisas assim... Usar adereços que não<br />
atrapalhem a fantasia. Acho legal preservar isso. Se tenho de manter alguma<br />
conversa, por exemplo, para receber o pagamento pela animação,<br />
peço que seja um momento reservado, num lugar fechado, para não atrapalhar<br />
a magia da minha relação com as crianças. E entrou numa festa,<br />
é palhaço o tempo todo! Não dá pra disfarçar. Não dá pra dizer “agora<br />
eu estou comendo” ou tirar a peruca por qualquer razão, etc. Tem que<br />
assumir uma nova personalidade durante aquelas horas de trabalho”.<br />
“Numa festa infantil, às vezes o animador sofre a concorrência de coisas mais<br />
interessantes: o balão pula-pula, a piscina de bolinha, etc. Então, tirar as crianças<br />
daqueles brinquedos por uma hora, uma hora e meia, não pode ser uma<br />
punição. O palhaço tem de ser tão interessante quanto o brinquedo. Por isso,<br />
às vezes é necessário desenvolver uma atividade que não ocupe muito tempo.<br />
No começo, quando eu era inexperiente, achava que tinha de preencher todo<br />
o tempo do aniversário com as brincadeiras, e depois não entendia porque as<br />
crianças não queriam mais brincar. Passo a passo, fui entendendo que numa<br />
festa as crianças querem fazer várias coisas: brincar, comer, se divertir de maneiras<br />
diferentes. Nenhuma criança quer fi car o tempo todo com o palhaço.”<br />
“Para a criança, a novidade tem um limite. Ela enjoa do brinquedo. Do<br />
mesmo jeito, ela se enjoa do palhaço. Aí tem um truque! Embora a animação<br />
seja direcionada às crianças, a grande sacada era fazer com que os<br />
adultos se divertissem. Porque os adultos são as pessoas que estão contratando.<br />
Aí, nessa hora que as crianças começam a fi car cansadas, você<br />
direciona a animação pros adultos, faz com os adultos uma brincadeira,<br />
faz uma dança das cadeiras, por exemplo, ou a brincadeira de trocar o<br />
chapéu. E eles aceitam superbem! Se divertem, às vezes, mais até do que<br />
as crianças. E esses adultos que se divertem vão te contratar, mais tarde,<br />
para outras festas. Acaba sendo um tipo de marketing.”<br />
RECREADOR<br />
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EDUCAÇÃO<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
ATIVIDADE 47<br />
VAMOS ESCREVER<br />
O que você achou da conversa com quem já está desenvolvendo atividades<br />
de recreador? São toques muito importantes, não acha? Discuta com seus colegas<br />
e com o(a) professor(a) essa dicas e anote abaixo o resultado do debate:<br />
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____________________________________________________________<br />
____________________________________________________________<br />
Recado fi nal<br />
Deixamos a palavra fi nal deste capítulo para um recreador que já atua. Veja<br />
o que ele nos fala:<br />
“Você não pode encarar a atividade de recreador só como um bico. A maioria<br />
das pessoas nunca tem o sonho de, quando crescer, virar um recreador. São<br />
as circunstâncias que levam a pessoa a essa escolha. Mas não veja apenas por esse<br />
ângulo. Veja com qualidade, porque isso vai fazer você se diferenciar dos outros.<br />
Assim, ao fi nal de uma festa, as pessoas vão te elogiar, seja pra empresa que te<br />
contratou, seja pra você mesmo, e vão te indicar para outras pessoas. Com isso,<br />
você consegue estabelecer um preço um pouco melhor no mercado, você consegue<br />
estabelecer melhores condições de trabalho.<br />
O toque principal é encarar seu trabalho com muita seriedade e tomando<br />
cuidado com os detalhes: o fi gurino, o tipo de abordagem que você faz, evitar<br />
brincadeiras discriminatórias e violência, etc. Muitas vezes as crianças reagem<br />
de forma violenta, pois querem, por exemplo, puxar o cabelo do palhaço, mas<br />
você não pode ser severo, perder a paciência, etc. Tem de saber lidar com todos<br />
os tipos de imprevisto.”<br />
Esperamos que, a partir de agora, você se sinta apto(a) para o trabalho com<br />
recreação. E que este material sirva como uma referência para você continuar se<br />
desenvolvendo, mesmo depois do fi nal do curso no Projovem.<br />
Boa sorte!
Dicas na internet para você conhecer várias<br />
brincadeiras e canções infantis<br />
http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/brincadeira.htm<br />
http://sitededicas.uol.com.br/brincar.htm<br />
http://www.cdof.com.br/recrea3.htm<br />
http://www2.fe.usp.br/estrutura/index_labrimp.htm<br />
http://www.edukbr.com.br/artemanhas/cancoes_jogos.htm#topo<br />
http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2003/jbdd/teimp.htm<br />
http://www.escolaoficinaludica.com.br/brincadeiras/index.htm<br />
http://www.palavracantada.com.br/<strong>final</strong>/index.aspx<br />
http://www.doutoresdoriso.com.br/home/<br />
GUIA DE ESTUDO<br />
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