Ao Encontro de Uma Nova Era - Racionalismo Cristão

Ao Encontro de Uma Nova Era - Racionalismo Cristão Ao Encontro de Uma Nova Era - Racionalismo Cristão

racionalismocristao.org
from racionalismocristao.org More from this publisher
18.04.2013 Views

levou-os a pensar que era Deus quem enviava os seres à via terrena com esta ou aquela vocação, com este ou aquele destino, fato que os induziu a acreditar que o determinismo fosse rota determinada ou imposta por Deus, inexoravelmente. Só a ausência de ilustração espiritualista os poderia conduzir a tal conclusão. A idéia errônea de pensar que na vida impera o destino, a sina, o fatalismo, leva os seres a não se esforçarem por mudar o curso dos acontecimentos, julgando ser inútil o esforço desenvolvido nesse sentido. Se não houver repressão à consumação de atos condenáveis, confundindo 'predisposição com fatalismo ou destino, os débitos morais do indivíduo se avolumam, consideravelmente. Qualquer situação ilusória, falsa, inverídica, é perniciosa e deve ser eliminada, sem tardança. Caso contrário, a vida de sofrimentos se prolonga, com a multiplicação de reencarnações reparadoras. Cumpre, pois, abrir os olhos, encarar serenamente a realidade dos fatos, alimentar o desejo são de harmonizar-se com a Verdade, por muito que contrarie os arraigados preceitos sem fundamento nela. 138

37. Humanidade e Humanismo Há um falso sentido da caridade originário da compaixão que fere a sensibilidade da vida. O indivíduo que se situa em condições de ficar na dependência de esmola para viver, desceu a um baixo grau da existência terrena e, moralmente, não passa de um farrapo humano. Conhecido filantropo americano, como observador profundo da filosofia da vida, entendia que dar esmola a alguém, constituía um ato de certo modo aviltante. Um esmoler é um elemento pernicioso à sociedade, um marginal, um ser desclassificado, sem alusão pejorativa. Diante desse conceito, dar, pura e simplesmente, esmola, é contribuir para maior degradação moral do mendigo, é ajudar a acomodá-lo na sua miserabilidade, é dar-lhe força para continuar a pedir, e talvez a convicção de que a prática da mendicância seja um expediente profissional de manutenção normal. Assim, sustentar o indivíduo, parasitariamente, não é praticar o bem; logo, não é ato de caridade, pois esta não se compreende dissociada da ação benfeitora. O mendigo é uma chaga no seio da coletividade. Um povo que se vê contaminado pela exibição vexatória, humilhante e desoladora, de trapos humanos, tem de reconhecer a sua inferioridade, no campo espiritual. O mendigo, quase sempre por indolência e comodismo, busca, através do seu estado de miséria, impressionar, comover e disso tirar partido. Teria de ser segregado para a devida recuperação, pois é um ser desajustado e negativo. A solidariedade humana, encarada como virtude, é construtiva, e como tal deve ser superiorizada na sua conceituação. Ela é benevolência, é ação sigilosa no sentido do bem, e para a elevação do ser humano. Auxiliá-lo a desvencilhar-se das peias que, momentaneamente, o impedem de seguir o seu verdadeiro rumo, é humanismo, ao passo que dar esmolas a esmo é martirizar o mendigo, até torná-lo insensível ao sentimento do brio. Há gente muito pobre que tem vergonha de pedir esmolas. Em se tratando, pois, de um ato que produz vergonha, nenhuma razão há para estimular-se alguém a praticá-lo. Jesus não distribuía esmolas e, no entanto, só fazia o bem. Não lhe faltariam meios de conseguir moedas, se as quisesse distribuir. Homens de trabalho rude, foram seus discípulos. A pesca fornecia-lhes sustento farto. A ajuda que distribuiu aos homens, foi para que pudessem trabalhar 139

levou-os a pensar que era Deus quem enviava os seres à via terrena com<br />

esta ou aquela vocação, com este ou aquele <strong>de</strong>stino, fato que os induziu a<br />

acreditar que o <strong>de</strong>terminismo fosse rota <strong>de</strong>terminada ou imposta por Deus,<br />

inexoravelmente. Só a ausência <strong>de</strong> ilustração espiritualista os po<strong>de</strong>ria<br />

conduzir a tal conclusão.<br />

A idéia errônea <strong>de</strong> pensar que na vida impera o <strong>de</strong>stino, a sina, o<br />

fatalismo, leva os seres a não se esforçarem por mudar o curso dos<br />

acontecimentos, julgando ser inútil o esforço <strong>de</strong>senvolvido nesse sentido.<br />

Se não houver repressão à consumação <strong>de</strong> atos con<strong>de</strong>náveis, confundindo<br />

'predisposição com fatalismo ou <strong>de</strong>stino, os débitos morais do indivíduo se<br />

avolumam, consi<strong>de</strong>ravelmente.<br />

Qualquer situação ilusória, falsa, inverídica, é perniciosa e <strong>de</strong>ve ser<br />

eliminada, sem tardança. Caso contrário, a vida <strong>de</strong> sofrimentos se<br />

prolonga, com a multiplicação <strong>de</strong> reencarnações reparadoras. Cumpre,<br />

pois, abrir os olhos, encarar serenamente a realida<strong>de</strong> dos fatos, alimentar o<br />

<strong>de</strong>sejo são <strong>de</strong> harmonizar-se com a Verda<strong>de</strong>, por muito que contrarie os<br />

arraigados preceitos sem fundamento nela.<br />

138

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!