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um ano relevante para a indústria química - Sindiquim

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ao Bureau dês Etudes de L’industrie Chimique,<br />

do Instituto Francês do Petróleo.<br />

Mesmo assim, ainda não entusiasmava o<br />

suficiente, nem dentro do Estado.<br />

Maier Avruch pediu apoio ao então<br />

deputado estadual e presidente do diretório<br />

estadual do Movimento Democrático<br />

Brasileiro (MDB), Pedro Simon,<br />

líder da oposição no Rio Grande do<br />

Sul. Foi quando o projeto saiu do aspecto<br />

técnico e passou <strong>para</strong> o caráter<br />

político.<br />

Através de forte discurso de Simon<br />

na Assembleia Legislativa, <strong>um</strong>a grande<br />

mobilização se formou em torno da<br />

possibilidade da implantação do Polo,<br />

incluindo os dois partidos da época,<br />

MDB e Arena, além de várias correntes<br />

sindicais e de empresários, com o aval<br />

da opinião pública e cobertura total da<br />

Imprensa.<br />

O tema ganhou destaque e foi montado<br />

<strong>um</strong> doc<strong>um</strong>ento completo em defesa<br />

do Polo gaúcho. O objetivo era colocá-lo<br />

nas mãos do presidente Ernesto<br />

Geisel. Em junho de 1975, Geisel se<br />

encontraria com o presidente uruguaio<br />

na fronteira entre os dois países. Era o<br />

momento esperado.<br />

Uma comitiva com 14 integrantes foi<br />

até Santana do Livramento em três monomotores,<br />

com a presença do governador<br />

Synval Guazzelli, de Pedro Simon<br />

e até do Cardeal Dom Vicente Scherer,<br />

entre outras pessoas diretamente envolvidas<br />

no assunto.<br />

O grupo foi recebido por Ernesto Geisel<br />

e conseguiu entregar o doc<strong>um</strong>ento<br />

pessoalmente, algo incom<strong>um</strong> de acontecer.<br />

Impassível, o presidente ouviu o<br />

discurso inflamado de Simon. Ao final,<br />

disse que iria decidir com base em parecer<br />

dos órgãos técnicos do governo, que<br />

já vinham estudando a questão, e a decisão<br />

sairia em 45 dias. Deixou claro que<br />

era presidente de todos os brasileiros.<br />

Em seu livro, Percy Louzada de Abreu<br />

recorda que Geisel era cheio de pruridos,<br />

tinha <strong>um</strong>a honestidade elevada ao extremo.<br />

Não admitia deixar transparecer<br />

que qualquer deliberação fosse tomada<br />

por <strong>um</strong>a questão meramente regional.<br />

Mais adiante, doc<strong>um</strong>entos ainda<br />

mais consistentes em defesa do Polo<br />

foram entregues ao presidente da República<br />

diretamente em Brasília, unindo os<br />

poderes Executivo e Legislativo, empresários,<br />

a <strong>indústria</strong>, o comércio, setores<br />

da agricultura e pecuária, sindicatos e<br />

entidades de classe do Estado.<br />

Em 27 de agosto de 1975, em reunião<br />

que durou pouco mais de duas<br />

horas, o CDE tomou a decisão: o 3º<br />

Polo Petroquímico brasileiro seria implantado<br />

no Rio Grande do Sul. O próprio<br />

presidente Geisel deu a notícia por<br />

telefone ao governador Guazzelli, logo<br />

após o encontro.<br />

“A escolha do lugar pode ter sido<br />

política, porque no regime militar a importância<br />

estratégica do Estado pesava<br />

muito; pode ter sido sentimental e autocrática,<br />

porque o presidente do Brasil<br />

era gaúcho, ou pode ter sido técnica,<br />

porque a Refinaria Alberto Pasqualini<br />

(Refap) iria dispor de matéria prima <strong>para</strong><br />

abastecer a central de nafta. Mas não se<br />

pode deixar inteiramente de lado a visão<br />

do governo local, que se adiantou aos<br />

demais estados e chegou ao CDE com<br />

<strong>um</strong> estudo abalizado que justificaria a<br />

construção de <strong>um</strong> polo petroquímico no<br />

Rio Grande do Sul, não obstante as desvantagens,”<br />

revela o engenheiro Abreu<br />

em sua obra.<br />

Mesmo que a implantação do 3º<br />

Polo Petroquímico em Triunfo tenha<br />

decorrido de <strong>um</strong>a decisão do CDE, <strong>para</strong><br />

promover a desconcentração industrial<br />

e atenuação dos desníveis regionais,<br />

Ernesto Geisel foi considerado o pai do<br />

Polo do Rio Grande do Sul, na opinião<br />

do engenheiro.<br />

O único segmento organizado que se<br />

manteve contrário foi o movimento ambientalista.<br />

Em 1979, designado <strong>para</strong> ser<br />

o responsável pela questão ambiental<br />

do Polo, o engenheiro químico Eduardo<br />

McMannis Torres acabou se tornando o<br />

porta-voz do complexo e participou de<br />

discussões e debates memoráveis com o<br />

grupo antagônico. Anos depois, Torres<br />

O anúncio<br />

solene da<br />

localização<br />

do Polo foi<br />

feito pelo<br />

governador<br />

Guazzelli<br />

em 75 (à<br />

esquerda) e a<br />

inauguração<br />

da Copesul<br />

ocorreu em<br />

1983 (direita)<br />

As obras tiveram ritmo acelerado, incluindo <strong>um</strong><br />

Sistema Integrado de Tratamento de Efluentes<br />

Líquidos (acima).

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