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VJ JUN 09.p65 - Visão Judaica

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8<br />

* Daniel Benjamin<br />

Barenbein é<br />

jornalista, editorchefe<br />

do site, "De<br />

Olho na Mídia"<br />

(www.deolho<br />

namidia.org.br). É<br />

coordenador do<br />

movimento juvenil<br />

Betar de SP e<br />

exerce<br />

voluntariamente<br />

cargos de<br />

Hasbará na<br />

Organização<br />

Sionista de São<br />

Paulo, Espaço K e<br />

Aish Brasil.<br />

Possui um livro<br />

publicado na<br />

internet sobre<br />

neonazismo<br />

digital:<br />

www.varsovia.jor.br<br />

VISÃO JUDAICA junho de 2009 Tamuz / Av 5769<br />

Daniel Benjamin Barenbein *<br />

omplôs e shows neonazistas,<br />

infiltração da Al<br />

Qaeda, convites a ditadores<br />

para visitar o Brasil,<br />

apoio a indivíduos<br />

racistas em órgãos da ONU,<br />

vista grossa para massacres no mundo.<br />

Estaria a democracia brasileira<br />

com seus dias contados?<br />

Uma análise do editor-chefe do De<br />

Olho Na Mídia, Daniel Benjamin Barenbein,<br />

sobre as principais ameaças<br />

totalitaristas que rondam terras e<br />

governo da nossa nação, incluindo<br />

com exclusividade, denúncia sobre a<br />

existência de livros revisionistas do<br />

Holocausto na biblioteca online do<br />

Supremo Tribunal Federal<br />

Brasil: Brasil: De De volta volta ao ao ao passado?<br />

passado?<br />

A democracia é sempre algo muito<br />

frágil, porque o tempo todo existem<br />

inúmeros indivíduos querendo<br />

derrubá-la. Mas parece que de pouco<br />

tempo para cá, no Brasil, desde<br />

altos escalões do governo até movimentos<br />

clandestinos, a tendência<br />

tem chegado a níveis elevados demais,<br />

e perigosos.<br />

A bala que Barollo disparou contra<br />

Dayrell, e que trouxe à tona os segredos<br />

obscuros da suástica no Brasil<br />

- que pretendia dominar o sul do<br />

país e criar uma nova nação, racista<br />

e excludente, que depois seria exportada<br />

para a Europa - relembra a noite<br />

das facas longas, quando Hitler matou<br />

todas as seções da SA - sua tropa<br />

de elite - que ele desconfiava que<br />

queriam lhe aplicar um golpe. Mas<br />

isto é só a ponta do iceberg. Esta bala<br />

tinha alvo mais longínquo: os direitos<br />

humanos e a liberdade no Brasil.<br />

Gávea, Rio de Janeiro. Festa da<br />

alemã Adidas. Local: mansão, com<br />

suástica desenhada no fundo da piscina,<br />

e quadros com fotos de dirigentes<br />

nazistas na parede. A empresa<br />

pediu desculpas. Não teria sabido da<br />

existência dos adereços até a hora do<br />

evento. É o suficiente? Negligência<br />

demais, principalmente para uma<br />

empresa alemã, com tudo o que este<br />

background significa.<br />

Neuland é o nome do país que os<br />

neonazistas pretendiam implementar no<br />

Brasil. Na prova para admissão no grupo,<br />

o candidato precisava mostrar ser<br />

adepto dos ideais revisionistas e negar<br />

o Holocausto, entre outras coisas.<br />

Grupo Grupo Grupo pretendia pretendia explodir explodir<br />

explodir<br />

sinagogas sinagogas em em Porto Porto Alegre<br />

Alegre<br />

Há pouco tempo foi publicado no<br />

site do De Olho na Mídia (www.<br />

deolhonamidia.org.br), o depoimento<br />

de um cidadão gaúcho que não pode<br />

A Democracia sob ameaça<br />

por razões óbvias se identificar, e que<br />

era divulgador do revisionismo e se<br />

arrependeu. Em seu testemunho ele<br />

nos mostra a penetração que estes<br />

ideais têm em sua região e como é<br />

fácil se tornar vítima deste tipo de "ensinamento":<br />

"O começo da jornada foi quando,<br />

adolescente, encontrei em uma livraria<br />

uma cópia do livro 'Holocausto:<br />

Judeu ou Alemão?', de S. E. Castan.<br />

Como já faz tempo, não vou garantir<br />

de que me lembre com exatidão,<br />

mas creio que o que me chamou<br />

a atenção não foi o título, pois não<br />

tinha idade para compreendê-lo muito<br />

bem, mas sim o subtítulo: 'Nos<br />

Bastidores da Mentira do Século'. Lendo-o,<br />

sem base alguma, tanto pela<br />

idade imatura quanto pela ausência<br />

de conhecimento, saí evidentemente<br />

convencido da veracidade de sua<br />

tese: o Holocausto de seis milhões de<br />

judeus jamais acontecera. Sim, era<br />

verdade que o Partido Nazista era<br />

antissemita, que existiram campos de<br />

concentração e que muita gente morreu<br />

lá, mas isso não era uma política<br />

deliberada de extermínio, e havia<br />

muitas, digamos assim, 'circunstâncias<br />

atenuadoras' para a Alemanha.<br />

As testemunhas do genocídio mentiam.<br />

As confissões dos SS foram forjadas<br />

ou obtidas sob tortura. Com o<br />

interesse despertado, passei a ler<br />

grande quantidade de material sobre<br />

a II Guerra Mundial e o nazismo".<br />

Pesquisas recentes apontam que<br />

cerca de 50 mil pessoas flutuam nas<br />

comunidades antissemitas e nazistas<br />

do Orkut. Letras de músicas neonazistas<br />

abertamente eram divulgadas<br />

no site Terra até denúncia do De Olho<br />

Na Mídia, apesar dos controles e<br />

moderações que o site dizia realizar.<br />

Alguém falou em bandas neonazistas?<br />

E quem está sabendo que se<br />

apresentaria no Brasil, em turnê, a<br />

banda EndStufe? O show divulgado,<br />

entre outros que o grupo faria (pois<br />

tratou-se de uma turnê, conforme<br />

anunciado) seria realizado no festival<br />

de música de Macaé, Rio de Janeiro.<br />

Quem é a EndStufe? Leia abaixo o<br />

currículo da mesma:<br />

"O Endstufe é uma das maiores<br />

bandas neonazistas da Europa e está<br />

vindo ao Brasil para realizar uma turnê<br />

em junho.<br />

A banda é conhecida na cena fascista<br />

européia por ser um grupo organizado<br />

e também por ter se envolvido<br />

em ataques a estrangeiros, negros<br />

e judeus.<br />

O Endstufe tem estrita ligação com<br />

grupos nazistas como Combat 88 e<br />

outros, sendo que eles e seus seguidores<br />

já participaram de ataques a<br />

organizações de esquerda e imigran-<br />

tes, mas atualmente tentam esconder<br />

sua faceta neonazista por não terem<br />

mais locais para se apresentar na Alemanha,<br />

declarando-se atualmente<br />

como uma banda Oi! apolítica.<br />

O Endstufe já tocou ao lado de outras<br />

bandas nazistas como Brutal Attack,<br />

Skrewdriver, etc e também se<br />

apresentou com Ian Stuart (falecido<br />

vocalista do Skrewdriver e fundador de<br />

uma das maiores organizações neonazistas<br />

do mundo, a Blood and Honour),<br />

no Memorial Festival na Bélgica".<br />

Há poucas semanas ainda foi divulgada<br />

a apreensão de material nazista<br />

em Minas Gerais. O Globo informa:<br />

"Quatro mandados de busca e<br />

apreensão foram cumpridos na operação<br />

batizada de "Opa", três em Belo<br />

Horizonte e um e Contagem. Segundo<br />

a polícia, nos locais havia muito<br />

material impresso e arquivos de computador.<br />

Tudo foi levado para a sede<br />

da Polícia Federal em Belo Horizonte.<br />

Quatro pessoas vão responder a<br />

processo na Justiça Federal por crime<br />

de ódio e preconceito. Se forem condenados,<br />

a pena prevista é de dois a<br />

cinco anos de prisão, além de multa".<br />

O ódio está sendo inculcado no<br />

país. As bases da democracia estremecem.<br />

E qual um dos pilares que<br />

deveriam ser nossa salvaguarda? A<br />

justiça. E o que dizer, quando na biblioteca<br />

pública do Senado e do Supremo<br />

Tribunal Federal, existem à disposição<br />

livros de negacionistas do<br />

Holocausto, tais quais os de S.E. Castan,<br />

condenado por este mesmo Supremo,<br />

ou então "O Judeu Internacional"<br />

de Henry Ford?<br />

Clicando no site da biblioteca e<br />

procurando pelas palavras chaves,<br />

"Castan", "Holocausto", "Hitler" o leitor<br />

verá as surpresas desagradáveis<br />

que estas reservam.<br />

Vivemos tempos confusos. Sombrios.<br />

Em que não se sabe exatamente<br />

o que guia o Ministério das Relações<br />

Exteriores do Brasil (talvez inclusive<br />

planos obscuros pessoais de<br />

Celso Amorim: não seria a primeira<br />

vez que um ser humano colocaria sua<br />

carreira acima do bem-estar da Nação),<br />

que ao abrir o tapete para os<br />

ditadores mais atrozes, responsáveis<br />

pelos piores crimes existentes hoje<br />

na humanidade e fiéis seguidores da<br />

tendência hitleriana, acaba por não<br />

fazer muito diferente do que estes<br />

grupos clandestinos: promulgar o nazismo<br />

e a intolerância.<br />

Tempos empos empos sombrios sombrios sombrios a a a vista? vista?<br />

vista?<br />

Não foi só a visita de Mahmoud<br />

Ahmadinejad, presidente do Irã, cancelada<br />

por iniciativa do iraniano que<br />

incomoda. Sim, ele é um perseguidor<br />

de judeus, revisionista do Holocaus-<br />

to, assassino de Bahais, mulheres,<br />

homossexuais e crianças, além de<br />

muçulmanos que ousam discordar<br />

dele. Ameaça Israel de ser varrida do<br />

mapa. Diferente de Hitler? Se alguém<br />

disser que muda alguma coisa pelo<br />

fato dele ser muçulmano, eu diria que<br />

seria para pior. Afinal, apelar para<br />

D-us e o fanatismo é muito mais grave.<br />

Os seguidores de Hitler iriam até<br />

um certo ponto pelo Fuhrer. Ir "servir<br />

a D-us" faz com que pessoas se alucinem<br />

e se entreguem muito mais.<br />

Só o convite para um verme deste<br />

porte já deveria gerar asco. Mas não é<br />

só isso. É a aproximação com regimes<br />

déspotas como a Cuba de Fidel, a Venezuela<br />

de Hugo Chávez, e a Bolívia<br />

de Evo Morales. É cortejar o mundo<br />

árabe, indo contra um brasileiro e indicando<br />

um antissemita e membro de<br />

mais um regime ditatorial com nosso<br />

voto para a direção geral da Unesco<br />

Para por ai? Que nada! O Brasil legitimou<br />

o genocídio que ocorre no Sudão<br />

ao votar contra sanções ao governo<br />

desse país que já matou 400 mil<br />

pessoas e provocou o êxodo de quase<br />

3 milhões. Quem cala, consente. O<br />

Brasil esta sendo cúmplice de genocídios<br />

agora? É este o exemplo da democracia<br />

e tolerância tupiniquim?<br />

Acabou? Vocês que pensam!<br />

Quando achávamos que estávamos<br />

envergonhados o suficiente, nossa<br />

chancelaria promove seu mais novo<br />

evento: A visita da mais recente de<br />

uma personalidade ao Brasil, o presidente<br />

do Uzbequistão Islam Karimov.<br />

Quem é a figura? Cito o currículo que<br />

traz todo o desgosto que um ser humano<br />

pode sentir por figuras asquerosas<br />

deste naipe:<br />

"Islam Karimov, segundo o ex-embaixador<br />

britânico Craig Murray, fervia<br />

em água até a morte seus inimigos<br />

políticos. Literalmente. O governo<br />

uzbeque talvez seja o mais fechado<br />

do mundo. Conseguir um visto de<br />

entrada no país, para um jornalista, é<br />

praticamente impossível. Outro amigo,<br />

Burt Herman, que até há um ano<br />

era o diretor da sucursal nas Coréias<br />

da AP, foi um dos raros repórteres a<br />

entrar no Uzbequistão. Em 2005, Karimov<br />

ordenou que o exército abrisse<br />

fogo contra manifestantes, incluindo<br />

mulheres e crianças. Lá estava a passeata,<br />

então todos os corpos no chão.<br />

Herman tentou levantar quantos morreram.<br />

Ele acredita que foram mais<br />

de mil, mas não tem como provar.<br />

Nenhum dos direitos fundamentais<br />

de uma democracia existem no<br />

Uzbequistão. Tortura e prisões sem<br />

mandado judicial são a norma. Segundo<br />

a Human Rights Watch, a prática<br />

habitual na lida com prisioneiros<br />

inclui choques elétricos, abuso

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