VJ JUN 09.p65 - Visão Judaica

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* Markin Tuder é
arquiteto e vive
em Tel Aviv.
VISÃO JUDAICA junho de 2009 Tamuz / Av 5769
Caro Breno,
Se não tivesse visto seu nome
como signatário do artigo, não teria
dado a ele a mínima importância. Estou
farto (para não usar a expressão
popular que melhor descreve a situação)
de tentar esclarecer e elucidar
esta turba de fanáticos mal-informados
ou mal-intencionados, ou ambos,
que falam e escrevem sem conhecimento
de causa. Contanto que seja
contra Israel e contra os americanos.
Como é que você se atreve, Breno,
a mencionar e pensar que esta
versão muçulmana de Hitler possa ter
razão? Ou eu não sei mais o significado
da palavra "razão".
Minha mãe, Breno, tia do seu pai,
irmã da sua avó, faleceu em 1943
com 42 anos de idade, vítima de um
câncer. Suas últimas palavras foram
de maldição a Hitler, por ter dizimado
toda a família dela, a minha família,
a sua família. Pai, mãe, irmão, irmãs,
primos, tios. Sobraram duas irmãs
refugiadas na França. Se você,
como eu, tiver um dia a curiosidade
de pesquisar a sua família paterna,
vai encontrar álbuns cheios de rostos.
Em alguns deles você é capaz até de
encontrar alguns traços familiares.
Um nariz, os olhos, a testa, um queixo,
um sorriso. Um amontoado de faces,
rostos sem identidade. Hitler
deu-lhes um número, matou-os das
formas mais cruéis, e os cremou ou
enterrou em valas comuns. Como
pode você, Breno, falar de razão? Você
Um tiroteio ocorrido dentro do Museu
Memorial do Holocausto, em Washington,
matou dia 10/6 um guarda de
segurança do Museu do Holocausto em
Washington. O museu, que fica só a três
quadras da Casa Branca, foi isolado.
Segundo a Polícia do Distrito de Columbia,
James W. von Brunnn entrou no
museu com um rifle e atirou contra um
dos seguranças. Na sequência, o atirador
também foi baleado. As ruas em
torno do museu foram fechadas e bloqueadas
com fita amarela. Vários carros
de polícia e guardas sobre cavalo
cercaram a área.
O museu normalmente tem uma forte
segurança, com guardas posicionados
dentro e fora do prédio. Todos os
Resposta ao artigo de Breno Altman, no site
oficial do PT, ainda sobre Ahmadinejad
Markin Tuder *
vai ver rostos, muitos homens barbudos,
alguns até sorriem para você,
mas a maioria com olhar sério, sisudo.
Nem posso lhes retribuir o sorriso.
Sei que são parentes, mas são
pessoas estranhas. Não as conheço.
Algumas poucas têm o nome escrito
em iídiche. Ainda bem que sei o suficiente
para ler; mas as assinaturas
são difíceis de decifrar. Seu tio pode
ajudá-lo nesta tarefa. Hitler, predecessor
de Ahmadinejad, não permitiu que
eu conhecesse minha família, rouboua
de mim. Minha história começa no
Brasil, país maravilhoso, tolerante,
que acolheu meus pais e seus avôs, e
permitiram que vivessem uma vida digna,
e educassem seus filhos num ambiente
de liberdade e tolerância.
Mas como você foi capaz de escrever
tamanha barbaridade; será
que a mão tremeu-lhe, na hora da
escrita? "O" negador do Holocausto,
pregador do extermínio de Israel e do
povo judeu, o povo de seus avôs. Que
razão pode ter? Este é um termo que
não se coaduna com a "personalidade"
em questão. Já chegou às suas
mãos fotos ou filmes de como por ele
são tratados os oponentes? Ou de
como as mulheres "adúlteras" são
apedrejadas até a morte; ou os homossexuais?
No Irã não existem homossexuais,
ele declarou; será que
conseguiu assassinar todos, nenhum
escapou? Já viu como são tratadas as
mulheres? O PT, fiel aos seus princípios
de igualdade e fraternidade, deveria
enviar uma delegação de mulheres
para fomentar e ajudar a for-
mação de um movimento feminista lá.
Isto seria racional para quem procura
a razão. Seria uma atitude mais condigna
para um partido revolucionário,
do que muitas das atitudes assumidas
pelo PT contra Israel e contra os
judeus. Duvido que seja necessária
passagem de volta. Só "one-way".
Mas há coisas, verdade Breno, sobre
as quais é melhor calar. Como, por
exemplo, os enforcamentos públicos.
De onde você conhece as condições
de vida dos palestinos em Israel,
Breno? Pois eu lhe digo francamente:
Não conhece! O mínimo que
você poderia desejar é que os árabes
de todos os países muçulmanos tivessem
as condições de vida que têm os
palestinos em Israel. Não acredita?
Venha ver. Eu o convido, você pode
ficar em minha casa. Então, visitaremos
juntos as cidades e as aldeias
árabes. Visitaremos as escolas, onde
as crianças estudam na língua árabe.
Aliás, o árabe é a segunda língua do
país, sendo que todas as placas oficiais
são obrigadas por lei a serem
escritas também em árabe. Visitaremos
as enfermarias onde a população
recebe tratamento médico e sanitário
igual ao de toda a população.
Você verá o sistema de iluminação,
água corrente, esgotos, telefones,
transportes, bombeiros. Entraremos
em algumas casas, a sua escolha, e
veremos as pessoas e os pertences.
Pessoas sadias, com todos os pertences
que uma pessoa que vive na nossa
época possui. Você poderá falar
com eles em inglês, sim, grande par-
Tiros matam guarda de segurança no
Museu do Holocausto nos EUA
visitantes são obrigados a passar por
detectores de metal na entrada, e mochilas
e bolsas são fiscalizadas. O museu
recebe cerca de 1,7 milhão de visitantes
por ano.
O atirador foi identificado como
James Von Brunn, de 88 anos, morador
do Estado de Maryland. Von Brunn
é ligado a grupos supremacistas brancos
e, segundo a imprensa americana,
tem um site no qual veicula conteúdo
racista. Ele já havia sido preso
em 1981 por ter entrado na sede do
Federal Reserve (o Banco Central dos
Estados Unidos) portando armas para
sequestrar membros da instituição.
Ele foi sentenciado a quatro anos por
tentativa de seqüestro, roubo, assal-
to e porte ilegal de armas.
O segurança atingido, identificado
como Stephen Tyrone Johns, chegou a
ser socorrido, mas morreu no hospital.
Segundo a direção do museu, Johns trabalhava
no local há seis anos e "morreu
no cumprimento de seu dever".
Pessoas entrevistadas pelas emissoras
de TV americanas que estavam
no local no momento dos disparos contam
ter ouvido gritos, visto sangue espalhado
pelo chão e vidro quebrado.
O presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, disse estar entristecido
com o incidente, informou
a Casa Branca. A Embaixada de Israel
em Washington também condenou
o ataque.
te da população fala inglês, e perguntar
o que você quiser. E eles responderão
o que quiserem, sem medo de
serem presos ou espancados ou torturados.
E nem enforcados em praça
pública. Visitaremos algumas universidades,
e você terá a oportunidade
de conversar com quantos estudantes
árabes você tiver vontade e há
muitos. Podemos tentar conversar
também com algum dos deputados
árabes democraticamente eleitos.
Não há numerus clausus, as eleições
são proporcionais, e há árabes que
votam em partidos judeus e judeus
que votam em partidos árabes. Talvez
então você saiba os verdadeiros
problemas da minoria palestina em
Israel. Mas, de que verdade e de que
gueto você está falando? Você sabe
como viveu seu bisavô no gueto de
Varsóvia, onde morreu de tifo devido
à absoluta falta de condições de
higiene. Venha, vamos procurar juntos,
um gueto em Israel, algum lugar
onde pessoas estejam confinadas,
não possam sair ou movimentar-se livremente.
Temo que fique surpreso e
decepcionado, Breno. Pois não vai encontrar
nenhum. Talvez em alguns
bairros de judeus ultra-religiosos, por
livre escolha.
Diferente é a situação nos territórios
ocupados. Lá estamos em estado
de guerra, não por nós declarada.
Enquanto os palestinos adotarem
a linha facínora do Hamas, apoiados,
sustentados e armados pelo seu
"dono da razão" de Teerã, não haverá
entendimento e não haverá paz.
Na mesma noite do ataque, o museu
abrigaria um evento que contaria
com a presença do procurador geral dos
EUA, Eric Holder.
James Brunn conforme se vê em
seu site, acredita em várias teorias
conspiratórias envolvendo judeus, negros
e outros grupos minoritários. O
prefeito de Washington, Adrian M. Fenty
declarou que as condições do atirador
são críticas.
A chefe de polícia, Cathy Lanier,
disse que o atirador caminhou até a
entrada principal do museu e de lá começou
a atirar sem aviso. Nesse momento
um guarda de segurança atirou
de volta, e um, total de cinco ou seis
balas foram disparadas.