VJ JUN 09.p65 - Visão Judaica
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O LEITOR ESCREVE<br />
Pessimismo com relação a Obama<br />
Senhores editores:<br />
Não sou fã da Caroline Glick.<br />
Acho ela um pouco parcial e com<br />
poucas nuances. Mas só posso<br />
concordar com sua análise do discurso<br />
de Obama. Foi um discurso<br />
que me deixou desolado e extremamente<br />
pessimista.<br />
OK, existe sempre entre Estados<br />
Unidos e Israel o joguinho<br />
de cena, bom menino que quer<br />
ajudar os árabes (Estados Unidos)<br />
e mau menino que agride<br />
(Israel). Sendo que o jogo de<br />
cena continua por décadas enquanto<br />
o statu quo não muda<br />
nem interessa mudar. Mas acho<br />
que Obama foi longe demais no<br />
jogo de cena, e me pergunto se<br />
é jogo de cena mesmo.<br />
Como diz Caroline Glick, o discurso<br />
dele, no que se refere a Israel,<br />
passa muito longe da verdade.<br />
Ou de uma conhecimento<br />
minimamente informado sobre o<br />
conflito. Israel aparece como sendo<br />
o culpado que deve corrigir<br />
seus erros ("ocupação" da Margem<br />
Ocidental) para acabar com<br />
os sofrimentos dos pobres palestinos,<br />
igualados aos sofrimentos<br />
dos escravos negros americanos.<br />
Nada sobre os próprios árabes não<br />
quererem um estado, nada sobre<br />
as várias ofertas de paz, nada sobre<br />
a agressão árabe. Obama endossa<br />
a narrativa falsa de um Estado<br />
de Israel criado pela Europa<br />
para judeus europeus como compensação<br />
pela Shoá. Às custas dos<br />
pobres palestinos.<br />
Esta narrativa totalmente falsa,<br />
como mostra Gerald Steinberg<br />
em um artigo recente, esquece<br />
toda a luta contra a potência colonial<br />
ocupante inglesa, esquece<br />
as lutas inter árabes dos palestinos<br />
contra egípcios, jordanianos<br />
Pesar por Fani<br />
e libaneses, esquece a presença<br />
de cidadãos árabes em Israel, e<br />
esquece os outros refugiados, judeus<br />
de países árabes, cujo expulsão,<br />
além de compensar largamente<br />
a suposta expulsão dos<br />
palestinos, faz de Israel um país<br />
habitado por árabes... judeus,<br />
deslocados de seus países de origem<br />
como tantas outras populações<br />
do antigo Império Otomano.<br />
Steinberg mostra bem como<br />
esta narrativa falsa conquistou a<br />
Europa e está conquistando os Estados<br />
Unidos. Mostra como ela<br />
serve confortavelmente aos palestinos<br />
que não precisam de um<br />
estado, basta confirmar a narrativa<br />
e viver comodamente da<br />
"ajuda americana" e européia.<br />
O terrível, que me deixa muito<br />
pessimista, é que esta narrativa<br />
acaba com a legitimidade de Israel.<br />
Além da opinião pública européia<br />
e americana, que pesa<br />
muito nas decisões dos líderes,<br />
tem a opinião acadêmica, que<br />
comprou esta narrativa, e agora<br />
até mesmo em Israel. Semana<br />
passada li sobre uma nova iniciativa<br />
de ensinar a "nabka" palestina<br />
nas escolas israelenses. E nada<br />
sobre a "nabka" dos judeus de países<br />
árabes. Que por si só já legitimaria<br />
tranquilamente a existência<br />
do Estado de Israel como Estado<br />
judeu.<br />
Hasbará, public diplomacy, iniciativas<br />
de divulgação em grande<br />
escala. Precisamos disso. É vital.<br />
Não somente para Israel como<br />
estado e seus habitantes. Mas<br />
para os judeus do mundo todo.<br />
Esta narrativa nos coloca em perigo<br />
extremo, comparável com a<br />
narrativa nazista antes da Segunda<br />
Guerra.<br />
Geraldo Cohen - Por e-mail<br />
Amigos do <strong>VJ</strong>:<br />
A Wizo Paraná e a Wizo Brasil, se associam às manifestações de<br />
pesar pelo falecimento de Fani Lerner, nossa eterna colaboradora, que<br />
por sua dedicação destacou -se como uma mulher que fez de sua vida<br />
uma lição de amor ao próximo, Fani Lerner nos deixa sem dúvida, seu<br />
exemplo e uma grande lacuna entre nós.<br />
Clara Maria Grimberg<br />
Departamento de Divulgação da Wizo PR - Curitiba - PR<br />
Para escrever ao jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />
basta passar um fax pelo telefone:<br />
0**41 3018-8018 ou e-mail para visaojudaica@visaojudaica.com.br<br />
arack Obama e<br />
Benjamin Netanyahuconfirmaram<br />
que mantêm<br />
suas divergências<br />
sobre o<br />
Oriente Médio e o Irã, num encontro<br />
em que o presidente<br />
norte-americano pressionou o<br />
primeiro-ministro a favor de<br />
um Estado palestino.<br />
A reunião se prolongou<br />
mais do que o previsto, e Obama afirmou que<br />
"convém não só aos palestinos, mas também aos<br />
israelenses, aos EUA e à comunidade internacional<br />
conseguir uma solução de dois Estados".<br />
"Sugeri ao primeiro-ministro que tem uma<br />
oportunidade histórica para alcançar movimentos<br />
sérios neste assunto durante seu mandato.<br />
Creio que não há razão porque não possamos<br />
aproveitar esta oportunidade e este momento",<br />
declarou.<br />
O presidente americano instou Netanyahu a<br />
colocar um fim nos assentamentos na Cisjordânia,<br />
depois de lembrá-lo que é um dos compromissos<br />
israelenses dentro do Mapa da Estrada.<br />
"Os assentamentos devem cessar para que<br />
possamos avançar", reiterou Obama, recordando<br />
ainda que a Autoridade Palestina deve fazer<br />
mais para garantir a segurança.<br />
Netanyahu assegurou que está disposto a<br />
retomar de imediato as conversações de paz<br />
com os palestinos, suspensas depois da operação<br />
contra o Hamas na Faixa de Gaza.<br />
De todo modo, condicionou essas conversações<br />
a que os palestinos aceitem o direito de<br />
Israel existir como um Estado judeu, declarando<br />
que apóia o direito à autodeterminação palestina,<br />
sem mencioná-lo como um Estado.<br />
O primeiro-ministro descreveu a questão do<br />
programa nuclear iraniano como o assunto mais<br />
prioritário para Israel.<br />
O presidente americano assegurou que,<br />
mesmo que não se devam impor calendários,<br />
para o fim do ano se determinará se o processo<br />
de aproximação deu resultados. "Não estaremos<br />
conversando eternamente, e se não forem alcançados<br />
resultados, os Estados Unidos estabelecerão<br />
tomar outra série de medidas, incluída<br />
a imposição de sanções mais duras contra<br />
Teerã", explicou Obama.<br />
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs,<br />
negou que tenham surgido fricções entre os dois<br />
líderes e indicou que quando se apresenta este<br />
tipo de situação "ninguém estende a conversação".<br />
Depois de Netanyahu, Obama recebeu o presidente<br />
egípcio, Hosni Mubarak, e o presidente<br />
da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.<br />
A roda de contactos culminou em 4 de junho<br />
quando o mandatário norte-americano pronunciou<br />
um discurso ao mundo muçulmano no Cairo.<br />
Hillary Hillary Hillary também também pressiona<br />
pressiona<br />
No segundo dia da visita do primeiro-ministro<br />
israelense, Benjamin Netanyahu, aos Estados<br />
Unidos, a secretária de Estado americana,<br />
Hillary Clinton, disse ter pedido ao premiê que<br />
congele a colonização israelense em territórios<br />
VISÃO JUDAICA junho de 2009 Tamuz / Av 5769<br />
Netanyahu e Obama<br />
Diferenças sobre o Irã e o Estado palestino<br />
Barack Obama fala com o primeiroministro<br />
de Israel, Netanyahu (E) no Salão<br />
Oval da Casa Branca, em Washington, dia<br />
18 de maio de 2009<br />
21<br />
palestinos ocupados.<br />
— O presidente Obama<br />
foi muito claro em sua declaração<br />
de que deseja ver fim<br />
da colonização —lembrou a<br />
jornalistas. — Fui anfitriã de<br />
um jantar para o premiê Netanyahu<br />
(...) no Departamento<br />
de Estado, e reiteramos<br />
que essa é a posição e a política<br />
do governo dos EUA.<br />
Os palestinos merecem um<br />
Estado viável.<br />
Hillary é a terceira alta autoridade americana<br />
a insistir ao novo governo israelense sobre<br />
a necessidade de acabar com os assentamentos<br />
de colonos, depois de Obama e do vicepresidente<br />
Joe Biden, que levantou o tema durante<br />
uma reunião com um poderoso lobby judeu<br />
conservador.<br />
Legisladores americanos se reuniram com<br />
Netanyahu, a quem disseram compartilhar preocupações<br />
pelo programa iraniano. Eles mostraram-se<br />
solidários com Israel e ofereceram apoio<br />
à paz no Oriente Médio. Netanyahu disse à presidente<br />
democrata da Câmara, Nacy Pelosi, e<br />
ao líder da minoria republicana, John Boehner,<br />
que considerava o Congresso um "grande amigo<br />
de Israel".<br />
Reunião Reunião com com Abbas<br />
Abbas<br />
Poucos dias depois, o presidente dos Estados<br />
Unidos Barack Obama reuniu-se em Washington<br />
com o presidente palestino, Mahmoud<br />
Abbas. E disse estar confiante em progressos<br />
no processo de paz no Oriente Médio e que<br />
Israel aceitará a solução de dois Estados. "A<br />
criação de um Estado palestino independente<br />
interessa a Israel do ponto de vista de segurança.<br />
Tenho confiança de que podemos avançar<br />
se todos os lados cumprirem suas obrigações",<br />
disse Obama.<br />
O presidente americano afirmou que não<br />
pretende "estabelecer prazos artificiais" para a<br />
resolução do conflito, mas ressaltou que não vai<br />
esperar até o final de seu mandato para pressionar<br />
por um acordo entre palestinos e israelenses.<br />
E voltou a pedir para que Israel suspenda<br />
os assentamentos judaicos na Cisjordânia.<br />
Obama disse ter sido "muito claro" com o<br />
premiê israelense, Benjamin Netanyahu sobre<br />
a necessidade de "parar com os assentamentos".<br />
Mas Israel afirmou que o país continuará<br />
a permitir as construções nos assentamentos<br />
da Cisjordânia e que o futuro destes<br />
deveriam ser definidos nas negociações de<br />
paz com os palestinos.<br />
Obama disse que os palestinos devem fazer<br />
mais para fortalecer a segurança em seu território<br />
e reduzir o "incitamento" contra Israel<br />
que, segundo ele, está presente em algumas escolas<br />
e mesquitas.<br />
Nota da Redação: Essa declaração de Obama causou<br />
espanto não só em Israel, mas entre as comunidades<br />
judaicas do mundo todo, incluindo a dos Estados<br />
Unidos. Reduzir o incitamento? O certo não seria eliminar<br />
o incitamento? E em algumas escolas e mesquitas?<br />
É sabido que isso ocorre em quase todas elas.