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VJ JUN 09.p65 - Visão Judaica

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VISÃO JUDAICA junho de 2009 Tamuz / Av 5769<br />

Discurso de Obama no Cairo:<br />

novo começo entre EUA e mundo islâmico<br />

Os laços entre Israel e os EUA<br />

são inquebrantáveis;<br />

Da mesma maneira que não se<br />

pode negar o direito de Israel existir,<br />

tampouco se pode aos palestinos;<br />

Os palestinos devem abandonar<br />

a violência; a resistência por<br />

violência e mortes é errada<br />

presidente dos Estados<br />

Unidos, Barack<br />

Obama, sugeriu em<br />

discurso dia 4/6 no Cairo<br />

"um novo começo"<br />

entre os Estados Unidos e<br />

os muçulmanos de todo o mundo, e<br />

afirmou que "o ciclo de suspeitas e<br />

discórdia precisa terminar".<br />

Ele afirmou que os Estados Unidos<br />

"não estão nem nunca estarão"<br />

em guerra contra o Islã, mas advertiu<br />

que seu país fará de tudo para enfrentar<br />

extremistas que representem<br />

uma ameaça à segurança do país.<br />

Ao fim de seu discurso na Universidade<br />

do Cairo, na capital egípcia, o<br />

presidente americano foi ovacionado<br />

pela platéia. O evento já era esperado<br />

como o ponto alto de seu giro pelo<br />

Oriente Médio, que tem o objetivo de<br />

tentar reduzir as tensões entre seu<br />

país e os países árabes ou islâmicos.<br />

"Venho aqui para buscar um novo<br />

começo entre os Estados Unidos e os<br />

muçulmanos em todo o mundo; um<br />

começo baseado em interesses e respeito<br />

mútuos; um começo baseado na<br />

verdade de que os Estados Unidos e<br />

o Islã não são únicos; e de que não<br />

precisam competir entre si. Pelo contrário,<br />

eles se sobrepõem e dividem<br />

princípios comuns - princípios de Justiça<br />

e progresso, tolerância e dignidade<br />

de todos os seres humanos",<br />

afirmou Obama em seu discurso.<br />

Obama disse que as tensões que<br />

marcam as atuais relações entre os<br />

Estados Unidos e os muçulmanos em<br />

todo o mundo "estão enraizadas em<br />

forças históricas que vão além de<br />

qualquer debate político atual" e que<br />

são exploradas por uma minoria de<br />

muçulmanos extremistas.<br />

Objetivo: Objetivo: reduzir reduzir tensões<br />

tensões<br />

"Enquanto nossas relações forem<br />

definidas por nossas diferenças, vamos<br />

fortalecer aqueles que semeiam<br />

o ódio no lugar da paz e que promovem<br />

o conflito no lugar da cooperação<br />

que poderia ajudar todos os nossos<br />

povos alcançarem a Justiça e a<br />

prosperidade. Este ciclo de suspeitas<br />

e discórdia precisa acabar", afirmou.<br />

O presidente tocou em áreas sensíveis<br />

para o Oriente Médio. Na questão<br />

entre israelenses e palestinos, por<br />

exemplo, adotou palavras duras para<br />

ambos os lados.<br />

Obama disse que os laços entre<br />

Israel e os EUA são "inquebráveis" e<br />

que os palestinos "devem abandonar<br />

a violência". "A resistência por violência<br />

e mortes é errada", afirmou.<br />

Por outro lado, Obama disse que "a<br />

situação para o povo palestino é intolerável".<br />

"Os israelenses devem reconhecer<br />

que da mesma maneira que não<br />

se pode negar a Israel o direito de existir,<br />

tampouco se pode aos palestinos".<br />

Na questão dos assentamentos israelenses<br />

da Cisjordânia, Obama disse que<br />

"não pode haver progresso em direção à<br />

paz sem interromper essa construção".<br />

Ele também se pronunciou sobre<br />

a questão nuclear iraniana. Defendeu<br />

o direito do Irã à energia nuclear para<br />

fins pacíficos. "Nenhuma nação pode<br />

sozinha indicar e escolher que nações<br />

podem deter capacidade nuclear", disse.<br />

Mas advertiu que não deve haver<br />

uma corrida nuclear no Oriente Médio.<br />

Antes do discurso, o mais importante<br />

líder religioso do Irã, aiatolá Ali Khamenei,<br />

disse que os Estados Unidos são<br />

"profundamente odiados" na região.<br />

Sobre democracia, Barack Obama afirmou<br />

que "a América não pressupõe saber<br />

o que é melhor para todo mundo". "Nenhum<br />

sistema de governo pode ou deve<br />

ser imposto sobre uma nação por outra".<br />

Ele também falou dos direitos das<br />

mulheres: "Nossas filhas podem contribuir<br />

para a sociedade tanto quanto<br />

nossos filhos".<br />

Ciclo Ciclo de de discórdia<br />

discórdia<br />

Segundo Obama, sua convicção<br />

de que os Estados Unidos e o mundo<br />

islâmico podem viver em harmonia<br />

advém de sua experiência pessoal,<br />

como descendente de uma família<br />

queniana que incluía gerações de<br />

muçulmanos, e do fato de ter passado<br />

parte da infância na Indonésia, o<br />

maior país islâmico do mundo.<br />

Citando um trecho do Corão, o livro<br />

sagrado dos muçulmanos, o presidente<br />

americano declarou reconhecer<br />

que não é possível haver uma<br />

mudança nas relações do dia para a<br />

noite, mas prometeu fazer esforços<br />

para o diálogo e o respeito mútuo.<br />

O presidente americano - que já<br />

havia se reunido pela manhã com o<br />

presidente egípcio, Hosni Mubarak -<br />

comentou que durante sua passagem<br />

pela Turquia deixou claro que "os Estados<br />

Unidos não estão - nem nunca<br />

estarão - em guerra contra o Islã".<br />

Mas que o país confrontará sem<br />

descanso "os extremistas que representam<br />

uma ameaça grave à nossa<br />

própria segurança".<br />

Obama afirmou ver como parte de<br />

suas responsabilidades como presidente<br />

dos Estados Unidos "a luta contra estereótipos<br />

negativos do Islã em qualquer<br />

Obama em Buchenwald, ao lado de Merkel e Wiesel<br />

lugar onde eles apareçam", mas advertiu<br />

de que "os mesmos princípios devem<br />

ser aplicados para as percepções dos<br />

muçulmanos sobre os Estados Unidos".<br />

Reação Reação de de Israel<br />

Israel<br />

O Governo de Israel expressa sua<br />

esperança de que este importante<br />

discurso no Cairo leve a um novo período<br />

de reconciliação entre o mundo<br />

árabe e muçulmano e Israel.<br />

Compartilhamos a esperança do<br />

presidente Obama de que o esforço<br />

americano anuncie uma nova era que<br />

trará um fim ao conflito e levará ao<br />

reconhecimento árabe de Israel como<br />

o lar do povo judeu, vivendo em paz e<br />

segurança no Oriente Médio.<br />

Israel está comprometido com a<br />

paz e fará todos os esforços para expandir<br />

o círculo da paz enquanto protege<br />

seus interesses, especialmente<br />

sua segurança nacional.<br />

Conselho Conselho Conselho para para para Ahmadinejad<br />

Ahmadinejad<br />

Em entrevista à rede de notícias<br />

americana NBC News, o presidente dos<br />

EUA, Barack Obama, disse que o presidente<br />

iraniano, Mahmoud Ahmadinejad,<br />

deveria visitar o antigo campo de<br />

concentração nazista de Buchenwald,<br />

no leste da Alemanha. Um dia antes,<br />

Ahmadinejad voltou a chamar o Holocausto<br />

de "grande enganação".<br />

Obama, que esteve na Alemanha,<br />

em seu girou europeu, foi até o antigo<br />

campo de extermínio de Buchenwald,<br />

onde cerca de 250 mil prisioneiros judeus<br />

foram massacrados entre 1937 e<br />

1945. Acompanhado do Prêmio Nobel<br />

de Literatura Elie Wiesel, sobrevivente<br />

do campo, o presidente participou de<br />

uma cerimônia em homenagem às vítimas<br />

do nazismo. Obama foi questionado<br />

sobre o que o líder iraniano teria a<br />

aprender numa visita ao local:<br />

"Ele deveria fazer sua própria visita",<br />

disse Obama. "Não tenho paciência<br />

com pessoas que negam a<br />

História. E a história do Holocausto<br />

não é algo especulativo".<br />

Acompanhado da chanceler alemã<br />

Angela Merkel, Obama lembrou ainda<br />

que seu tio-avô foi um dos soldados que<br />

ajudou a libertar o campo de Buchenwald.<br />

Da Alemanha, Obama seguiu<br />

para a França, onde participou com outros<br />

líderes da cerimônia pelos 64 anos<br />

do fim da Segunda Guerra Mundial.<br />

19<br />

O presidente Barack<br />

Obama abraça o<br />

sobrevivente e<br />

prêmio Nobel da<br />

Paz Elie Wiesel na<br />

visita que fizeram<br />

ao campo de<br />

Buchenwald

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