Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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limpam a sujeira nem o corpo; com isso me senti tranqüilo e experimentei o estado do nada. Como tinha seguido minha anterior prática, quando abandonei o meu lar para seguir o Buda nesta vida presente, atingi o estado que se encontra além do estudo. Buda então selou meu despertar me chamando de Bhadrapala, a causa de meu despertar ao maravilhoso tato , e como agora me pergunta sobre os melhores métodos de perfeição, para mim de acordo com a minha experiência a meditação sobre o tato é o método da perfeição”. Meditação sobre as coisas (dharma) Mahakasyapa que estava presente como a discípula de Buda “Luz de ouro” assim explicou: “Quando em tempos remotos apareceu o Buda Candra-surya-pradipa, tive oportunidade de seguir seus passos e de escutar o Dharma que eu pratiquei. Quando ele desencarnou, reverenciei suas relíquias, ascendi lâmpadas para perpetuar sua luz e decorei sua estátua com puro pó de ouro. Desde então em todas as minhas reencarnações, meu corpo ficou radiante com perfeita luz de ouro. Esta discípula e as demais que a acompanham, formam o meu grupo porque desenvolveram a mesma mente ao mesmo tempo. Contemplei os seis dados mutáveis dos sentidos que podem ser reduzidos a completa extinção somente atingindo o próprio Nirvana. Assim meu corpo e minha mente eram capazes de passar através dos tempos em um abrir e fechar dos olhos. Pela eliminação de todas as coisas consegui o grau de Arhat e o Buda me deu o nome de Dhuta (aquele que consegue superar as provas da vida e atingir o nirvana). Despertei ao maravilhoso Dharma dando fim à corrente de transmigração. E como agora Buda me pergunta sobre o melhor caminho de perfeição, digo que, para mim, a ciência das coisas é o melhor, segundo minha experiência pessoal”. Meditação sobre o órgão da vista. Anirudha assim falou: “Depois que fui embora de meu lar, eu dava muita importância ao sono, e o Buda me repreendeu falando que eu era como um animal. Depois desta severa reprimenda, chorei amargamente e me repreendi severamente a mim mesmo. Por causa de minha tristeza estive sete noites sem dormir e fiquei completamente cego. Então o Venerado do mundo me ensinou a me deleitar com a iluminação Vajra Samadhi que me capacitaria para perceber, não com meus olhos e sim com a minha mente, a Pura Verdade que se propaga nas dez direções, muito claramente perceptível, tão fácil como olhar minha própria mão. O Buda me selou com o grau de Arhat, e como agora ele me pergunta sobre o método de perfeição, eu falo de acordo com a minha própria experiência que é a vista, com tal que este órgão se volte à sua fonte mais pura”. Meditação sobre o órgão do cheiro. Ksudrapanthaka explicou da seguinte forma: “Eu não conhecia muito sobre o Dharma por falta de ter lido e recitado as escrituras. Quando encontrei pela primeira vez o Buda escutei falar do Dharma e abandonei meu lar. Tratei de aprender de memória uma linha de seu livro, porém em cem dias não consegui, porque tão pronto como conseguia lembrar das primeiras linhas me esquecia as últimas. Por causa de minha torpeza Buda teve compaixão por mim e me ensinou como viver num tranqüilo retiro e regularizar minha respiração. Então contemplei exaustivamente cada uma de minhas aspirações e inspirações e compreendi que sua subida, detenção, mudanças e fim duravam somente um instante. Com esta observação minha mente se acalmou e tornou-se clara, sem obstáculos, até que saí da corrente da transmigração e finalmente atingi o grau de Arhat. Fui viver com o Buda, que selou minha experiência do estado mais além do estudo, e como agora pergunta sobre o melhor meio de perfeição, para mim o respirar é o melhor meio, segundo minha experiência pessoal, reduzindo outra vez a respiração, condição de não existência”. Meditação sobre órgão do gosto. Então Gavampati falou: “A causa de um pecado de palavra que cometi num tempo remoto, aborrecendo a alguns monges, em cada reencarnação tenho renascido com uma boca que rumina constantemente como à de uma vaca. O Buda me ensinou a pura e limpa doutrina de Uma Mente que me capacitou para eliminar a conceituação e poder entrar no estado de Samadhi. Contemplei o sentido do gosto, e compreendi que não era substância objetiva nem subjetiva e pulei além da corrente 94
transmigratória desprendendo-me ao mesmo tempo do interior de meu corpo, de minha mente, e do universo exterior, e fui libertado dos três mundos da existência (mundo da forma, mundo do desejo, mundo além da forma). Era como um pássaro que escapava da gaiola evitando assim as impurezas e contaminações. Com o meu olho do Dharma agora puro e limpo atingi o grau de Arhat e o próprio Buda selou minha chegada ao estado além de todo estudo. Como pergunta agora sobre o melhor meio de perfeição, falo que é fazer retroceder o gosto até seu conhecedor, segundo minha experiência pessoal”. Meditação sobre o Corpo. Pilindavatsa falou assim: “Quando segui o Buda muitas vezes escutei falar de que o Mundano não pode dar nem alegria nem felicidade. Um dia fui a cidade a mendigar alimento e enquanto estava meditando sobre seu ensinamento, pisei sem perceber numa espinha envenenada que perfurando meu pé me fez sentir dores no corpo todo. Refleti sobre meu corpo que conhecia e sentia esta grande dor e ainda que existia este sofrimento; dirigi minha concentração a minha pura e limpa mente à qual nenhuma dor afetava; E pensei: como pode este corpo meu ter duas maneiras de sentir? E depois de uma breve concentração mental neste ponto, de repente meu corpo e minha mente pareceram inexistentes, e três semanas depois consegui o estado mais além da corrente da transmigração e atingi o estado de Arhat. Buda selou em pessoa este estado que me levou mais além de todo estúdio, e agora como ele pergunta pelo melhor meio de perfeição, eu declaro que a pura consciência que barra a conceitualização de corpo é a melhor forma, de acordo com a minha experiência”. Meditação sobre o Intelecto (manas). Subhuti declarou o seguinte: “Como minha mente estava livre de obstáculos desde tempos remotos, posso agora lembrar minhas previas reencarnações, tão inumeráveis como a areia do rio Ganges. Quando ainda era um feto no útero de minha mãe, despertei já à condição da tranqüila vacuidade, que depois se foi estendendo às dez direções e me deu as possibilidades de ensinar aos seres vivos a maneira de despertar e de perceber sua natureza absoluta. Graças ao Buda, comprovei a absoluta vacuidade da consciência nascida de si própria e com a perfeição de minha natureza imaterial atingi o grau de Arhat, entrando subitamente na Preciosa Luz Brilhante do Tathagata, que era tão imensa como o espaço e o oceano, em onde eu parcialmente, logrei o conhecimento de Buda. Este Buda selou meu logro do estado do mais além de todo estudo, e como Buda pergunta agora pelo melhor método de perfeição, segundo minha experiência falo que consiste em perceber a irrealidade de todos os fenômenos, junto com a eliminação de até esta mesma irrealidade, a fim de reduzir a nada todas as coisas. Meditação sobre a percepção pela visão. Então Sariputra falou da seguinte forma: “Em tempos remotos a percepção pela visão de minha mente era já pura e límpida, e em reencarnações sucessivas tão numerosas como as areias do Ganges, olhei sem obstrução o interior de todas as coisas no plano terreno e no plano supramundano. Um dia encontrei no caminho os dois irmãos Kasyapa que estavam predicando a doutrina da causalidade (as quatro nobre verdades) e depois de escutá-los minha mente despertou a verdade e deste modo se fez extensa, sem limites. Então deixei meu lar para seguir o Buda e adquiri a perfeita perfeição da visão conseguindo a intrepidez, logrando o grau de Arhat, e a qualificação de “Filho maior de Buda”, ”Nascido pela boca de Buda e por transformação do Dharma” e como agora Buda pergunta sobre o melhor método de sabedoria, declaro que de acordo com minha experiência pessoal, o melhor é realizar o conhecimento mais iluminado, por meio da radiante percepção da vista da mente”. Meditação sobre a percepção pelo ouvido. Então Samantabhadra Bodhisatwa declarou: “Eu era filho do Rei do Dharma quando estive anteriormente com os tathagatas que eram inumeráveis como a areia do rio Ganges. Todos os Budas das dez direções que ensinam seus discípulos a plantar raízes de Bodhisatwas, lhes incitam a praticar os fatos de Samantabadra, chamados assim segundo meu nome. Honorável personagem deste Mundo, 95
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limpam a sujeira nem o corpo; com isso me senti tranqüilo e experimentei o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> nada. Como<br />
tinha segui<strong>do</strong> minha anterior prática, quan<strong>do</strong> aban<strong>do</strong>nei o meu lar para seguir o Buda nesta vida<br />
presente, atingi o esta<strong>do</strong> que se encontra além <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Buda então selou meu despertar me<br />
chaman<strong>do</strong> de Bhadrapala, a causa de meu despertar ao maravilhoso tato , e como agora me pergunta<br />
sobre os melhores méto<strong>do</strong>s de perfeição, para mim de acor<strong>do</strong> com a minha experiência a meditação<br />
sobre o tato é o méto<strong>do</strong> da perfeição”.<br />
Meditação sobre as coisas (dharma)<br />
Mahakasyapa que estava presente como a discípula de Buda “Luz de ouro” assim explicou: “Quan<strong>do</strong><br />
em tempos remotos apareceu o Buda Candra-surya-pradipa, tive oportunidade de seguir seus passos e<br />
de escutar o <strong>Dharma</strong> que eu pratiquei. Quan<strong>do</strong> ele desencarnou, reverenciei suas relíquias, ascendi<br />
lâmpadas para perpetuar sua luz e decorei sua estátua com puro pó de ouro. Desde então em todas as<br />
minhas reencarnações, meu corpo ficou radiante com perfeita luz de ouro. Esta discípula e as demais<br />
que a acompanham, formam o meu grupo porque desenvolveram a mesma mente ao mesmo tempo.<br />
Contemplei os seis da<strong>do</strong>s mutáveis <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s que podem ser reduzi<strong>do</strong>s a completa extinção somente<br />
atingin<strong>do</strong> o próprio Nirvana. Assim meu corpo e minha mente eram capazes de passar através <strong>do</strong>s<br />
tempos em um abrir e fechar <strong>do</strong>s olhos. Pela eliminação de todas as coisas consegui o grau de Arhat e<br />
o Buda me deu o nome de Dhuta (aquele que consegue superar as provas da vida e atingir o nirvana).<br />
Despertei ao maravilhoso <strong>Dharma</strong> dan<strong>do</strong> fim à corrente de transmigração. E como agora Buda me<br />
pergunta sobre o melhor caminho de perfeição, digo que, para mim, a ciência das coisas é o melhor,<br />
segun<strong>do</strong> minha experiência pessoal”.<br />
Meditação sobre o órgão da vista.<br />
Anirudha assim falou: “Depois que fui embora de meu lar, eu dava muita importância ao sono, e o<br />
Buda me repreendeu falan<strong>do</strong> que eu era como um animal. Depois desta severa reprimenda, chorei<br />
amargamente e me repreendi severamente a mim mesmo. Por causa de minha tristeza estive sete noites<br />
sem <strong>do</strong>rmir e fiquei completamente cego. Então o Venera<strong>do</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> me ensinou a me deleitar com a<br />
iluminação Vajra Samadhi que me capacitaria para perceber, não com meus olhos e sim com a minha<br />
mente, a Pura Verdade que se propaga nas dez direções, muito claramente perceptível, tão fácil como<br />
olhar minha própria mão. O Buda me selou com o grau de Arhat, e como agora ele me pergunta sobre<br />
o méto<strong>do</strong> de perfeição, eu falo de acor<strong>do</strong> com a minha própria experiência que é a vista, com tal que<br />
este órgão se volte à sua fonte mais pura”.<br />
Meditação sobre o órgão <strong>do</strong> cheiro.<br />
Ksudrapanthaka explicou da seguinte forma: “Eu não conhecia muito sobre o <strong>Dharma</strong> por falta de ter<br />
li<strong>do</strong> e recita<strong>do</strong> as escrituras. Quan<strong>do</strong> encontrei pela primeira vez o Buda escutei falar <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong> e<br />
aban<strong>do</strong>nei meu lar. Tratei de aprender de memória uma linha de seu livro, porém em cem dias não<br />
consegui, porque tão pronto como conseguia lembrar das primeiras linhas me esquecia as últimas. Por<br />
causa de minha torpeza Buda teve compaixão por mim e me ensinou como viver num tranqüilo retiro e<br />
regularizar minha respiração. Então contemplei exaustivamente cada uma de minhas aspirações e<br />
inspirações e compreendi que sua subida, detenção, mudanças e fim duravam somente um instante.<br />
Com esta observação minha mente se acalmou e tornou-se clara, sem obstáculos, até que saí da<br />
corrente da transmigração e finalmente atingi o grau de Arhat. Fui viver com o Buda, que selou minha<br />
experiência <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> mais além <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, e como agora pergunta sobre o melhor meio de perfeição,<br />
para mim o respirar é o melhor meio, segun<strong>do</strong> minha experiência pessoal, reduzin<strong>do</strong> outra vez a<br />
respiração, condição de não existência”.<br />
Meditação sobre órgão <strong>do</strong> gosto.<br />
Então Gavampati falou: “A causa de um peca<strong>do</strong> de palavra que cometi num tempo remoto,<br />
aborrecen<strong>do</strong> a alguns monges, em cada reencarnação tenho renasci<strong>do</strong> com uma boca que rumina<br />
constantemente como à de uma vaca. O Buda me ensinou a pura e limpa <strong>do</strong>utrina de Uma Mente que<br />
me capacitou para eliminar a conceituação e poder entrar no esta<strong>do</strong> de Samadhi. Contemplei o senti<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> gosto, e compreendi que não era substância objetiva nem subjetiva e pulei além da corrente<br />
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