Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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Meditação sobre o som.<br />
Kaundinya, uns <strong>do</strong>s primeiros discípulos de Buda, explicou: “Quan<strong>do</strong> depois de sua Iluminação<br />
encontramos o Tathagata nos parques de Margadava e Kukkuta, ouvi sua voz, compreendi seus<br />
ensinamentos, e despertei às quatro nobres verdades. Quan<strong>do</strong> fui interroga<strong>do</strong> por Buda, as interpretei<br />
corretamente e o Tathagata selou meu despertar me chaman<strong>do</strong> de Ajnhata (Conhecimento<br />
Transcendental). Como sua voz maravilhosa era misteriosamente onipresente, atingi a categoria de<br />
Arhat mediante o som. E como Buda pergunta agora sobre a melhor forma de chegar à perfeição, por<br />
mim mesmo se falar que é o som, segun<strong>do</strong> minha pessoal experiência”.<br />
Meditação sobre a forma.<br />
Upanisad então narrou a sua forma explican<strong>do</strong>: “Eu também encontrai o Buda pouco depois de sua<br />
Iluminação. Depois de meditar sobre a impureza, que encontrei repulsiva e de que me manteve<br />
afasta<strong>do</strong>, despertei à natureza que encontra-se debaixo das formas. Compreendi que incluso nosso<br />
ossos, que vem das impurezas, se converterão em pó e ao final voltarão ao Vazio. Assim perceben<strong>do</strong><br />
que tanto a forma como o vazio eram percebi<strong>do</strong>s como não existentes, atingi o esta<strong>do</strong> que se encontra<br />
além de to<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. O Buda selou meu conhecimento e me chamou Nisad (Caminhan<strong>do</strong> à fonte <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> fenomenal). Depois de desprender me da forma relativa, a forma maravilhosa apareceu<br />
misteriosamente e onipresente. Assim atingi o grau de Arhat mediante a meditação sobre a forma, e<br />
como agora Buda me pergunta sobre o melhor mo<strong>do</strong> de perfeição, minha pessoal experiência declara<br />
que é pela meditação pela via da forma”.<br />
Meditação sobre o olfato.<br />
Fragrância A<strong>do</strong>rnada (um Kumara, ou filho de Buda) explicou: “Quan<strong>do</strong> o Tathagata me ensinou o<br />
olhar no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fenômenos, o deixei e me retirei para pôr minha mente em descanso. Estava<br />
observan<strong>do</strong> as regras da vida quan<strong>do</strong> vi que os monges queimavam incenso de sândalo. Na quietude, a<br />
fragrância entrou pelas minhas narinas, nesse momento pensei profundamente sobre esse cheiro que<br />
não era nem madeira de sândalo nem vaco, que não era nem fumaça nem fogo, e que não tinha que vir<br />
de alguma parte, nem ir a parte alguma; através deste pensamento meu intelecto se desvaneceu e logrei<br />
o esta<strong>do</strong> mais além da corrente da transmigração. O Tathagata selou meu despertar e me chamou<br />
Fragrância A<strong>do</strong>rnada . Depois da eliminação <strong>do</strong> cheiro relativo, uma fragrância maravilhosa tornou-se<br />
misteriosamente onipresente. Assim atingi o grau de Arhat pela via <strong>do</strong> cheiro, e como Buda pergunta<br />
agora sobre o melhor meio de perfeição, declaro de acor<strong>do</strong> com a minha experiência pessoal, a<br />
meditação sobre os cheiros é o caminho”.<br />
Meditação sobre o gosto.<br />
Os <strong>do</strong>is filhos de <strong>Dharma</strong>raja (Buda, O Rei da Lei; um Bodhisatwa é um filho de Buda) chama<strong>do</strong>s<br />
Baisajya - rajá e Baisaiya-samudgata, que estavam presentes com os quinhentos deuses <strong>do</strong> céu de<br />
Brahma e assim declararam: “Desde tempos remotos temos si<strong>do</strong> hábeis médicos neste mun<strong>do</strong> e<br />
experimenta<strong>do</strong> com nossa boca ervas e plantas e toda classe de minerais e pedras encontradas neste<br />
mun<strong>do</strong>. Por esse motivo conhecemos to<strong>do</strong>s os seus sabores, sejam amargos, aze<strong>do</strong>, <strong>do</strong>ces etc. assim<br />
como também suas propriedades mutáveis e harmoniza<strong>do</strong>ras, sejam refrescantes, caloríficas,<br />
venenosas ou saudáveis. Recebemos instrução <strong>do</strong> Tathagata e compreendemos claramente que o gosto<br />
não é existente nem não existente, não era nem corpo nem mente e que não existe independente destes.<br />
Desde que conseguimos discernir a causa <strong>do</strong> gosto conseguimos nossos despertar, que foi sela<strong>do</strong> pelo<br />
Buda, o qual nos deu estes nomes. Agora estamos nas fileiras <strong>do</strong>s filhos <strong>do</strong> Rei <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong> nesta<br />
Assambleia e por causa de nossa meditação sobre o gosto temos atingi<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> de Bodhisatwas.<br />
Como Buda nos perguntou sobre os melhores méto<strong>do</strong>s de perfeição, falamos de acor<strong>do</strong> com nossa<br />
própria experiência que a meditação no gosto é o melhor meio”.<br />
Meditação sobre o tato.<br />
Bhadrapala, que estava com seus companheiros, to<strong>do</strong>s eles Bodhisatwas, explicou: “Quan<strong>do</strong> Buda com<br />
voz que inspira temor, apareceu no mun<strong>do</strong>, escutei falar <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong> e aban<strong>do</strong>nei o lar. Ao tempo de<br />
me banhar, segui as regras e entrei no banho. Subitamente despertei à esfera das águas causais que não<br />
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