18.04.2013 Views

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Essas são as três características da teoria da causalidade universal, ou princípio da causalidade.<br />

A filosofia Yogachara enumera oito consciências.<br />

As seis primeiras cognições ou consciências (vijnana) são:<br />

1- A consciência visual,<br />

2- A consciência auditiva,<br />

3- A consciência olfativa,<br />

4- A consciência gustativa,<br />

5- A consciência tátil<br />

6- A consciência mental (mano-vijnana).<br />

As consciências visual, auditiva, olfativa, gustativa e tátil não são conceituais e estão voltadas para o<br />

exterior. A consciência mental é conceitual e incluem os pensamentos, sentimentos, impressões e<br />

imagens, sen<strong>do</strong> a mera apreensão que pode ligar o exterior com o interior, ten<strong>do</strong> como objeto uma<br />

imagem mental <strong>do</strong>s objetos percebi<strong>do</strong>s pelos senti<strong>do</strong>s. Esta cognição mental da ocorrência sutil de<br />

pensamento é voltada tanto para o exterior quanto para o interior.<br />

7- A consciência ideacional, aflita, perturbada ou egocêntrica (manas), a raiz da ilusão de uma<br />

auto-identidade, a origem <strong>do</strong> falso "eu" ou "ego", a fonte <strong>do</strong> dualismo entre "sujeito" e<br />

"objeto", "eu" e "outro", "gostar" e "não gostar". Ela forma as cognições que aceitam ou<br />

rejeitam os objetos <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s, fixan<strong>do</strong> a idéia de uma auto-identidade sobre a<br />

8- Oitava consciência (alaya-vijnana), a consciência depósito — e fazen<strong>do</strong> surgira as<br />

consciências perturbadas pelo desejo, pela raiva e pela delusão. Esta consciência perturbada é<br />

voltada para o interior e é muitas vezes comparada ao inconsciente da psicologia ocidental e ao<br />

subconsciente contínuo da vida apresenta<strong>do</strong> pela tradição Theravada. Esta consciência é<br />

comparada à superfície de um espelho, que não alcança objetos externos mas forma a base para<br />

a cognição acontecer. O karma é acumula<strong>do</strong> na consciência depósito através da consciência<br />

perturbada.<br />

O armazém ou depósito (sânsc. alaya), não-conceitual e natural, seria a base para todas as<br />

consciências funcionarem, como em um momento de descanso mental em que não há exame ou<br />

cognição clara.<br />

Obs.<br />

Mais tarde, alguns textos passaram a usar este termo para ser referir a diferentes conceitos que não devem ser confundi<strong>do</strong>s com a<br />

definição da filosofia Yogachara. Por exemplo, alguns textos usam o termo depósito para se referir à:<br />

1- Verdadeira natureza <strong>do</strong>s fenômenos (dharmata),<br />

2- Talidade (tathata)<br />

3- Natureza búddhica (tathagatagarbha, sugatagarbha).<br />

Na filosofia Madhyamika, há referências à vacuidade (shunyata) como sen<strong>do</strong> alaya, o depósito ou<br />

base de tu<strong>do</strong>.<br />

Na escola Sakya <strong>do</strong> <strong>Budismo</strong> tibetano e no Guhyasamaja Tantra, o termo alaya refere-se ao<br />

continuum causal, a base de tu<strong>do</strong>, a mente inata fundamental de clara luz.<br />

Na escola Nyingma, alaya não se refere à natureza da mente, mas sim a um esta<strong>do</strong> mental neutro e<br />

sem lucidez.<br />

A consciência mental pode ser dividida em <strong>do</strong>is aspetos:<br />

1- A mente perturbada [manas], que se fixa sobre o depósito [alaya] pensan<strong>do</strong> "Eu sou", fazen<strong>do</strong><br />

a cognição perturbada;<br />

79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!