Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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Nesta Via <strong>do</strong>s Cittamatra, se aceita a idéia das 8 consciências, 5 consciências resultantes <strong>do</strong>s 5<br />
senti<strong>do</strong>s, 1 consciencia surgida da mente, o espírito que está sob o <strong>do</strong>mínio das emoções e por ultimo<br />
a Consciência fundamental que transmite as tendências Karmicas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />
Reflexão sobre esta Via:<br />
Desde tempos imemoriais atos anteriores imprimiram nesta consciência fundamental “elementos” que<br />
se transformaram em ”tendências” fundamentais que hoje engendram os mo<strong>do</strong>s de percepções erradas.<br />
Por conseqüência o espírito interior que percebe os objetos exteriores está sustenta<strong>do</strong> e é somente o<br />
fruto desta tendência fundamental quan<strong>do</strong> ela chega a sua maturidade.<br />
Assim como numa fita de vídeo, que funciona como consciência fundamental, quan<strong>do</strong> se reúnem todas<br />
as condições, como, por exemplo, aparelho de vídeo, TV, energia elétrica etc. as imagens que estão<br />
gravadas na fita novamente aparecem.<br />
Esta Consciência fundamental se compara ao oceano, e as 6 consciências sensoriais (5 senti<strong>do</strong>s e a<br />
mente) se comparam as ondas que agitam o vento <strong>do</strong> espírito. Na realidade as ondas não são diferentes<br />
<strong>do</strong> Oceano, o seu movimento em nada afeta a própria natureza <strong>do</strong> Oceano. As ondas se mexem, pela<br />
ação da influência das aflições negativas e as tendências kármicas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />
Assim todas as aparências <strong>do</strong> Samsara se manifestam através das 6 consciências sensoriais, ten<strong>do</strong><br />
como base este “Oceano” que se transforma num continuo, que liga entre si to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ser: O<br />
sono, o sonho, o sonho profun<strong>do</strong>, a consciência de vigília ou desperta e o esta<strong>do</strong> de completamente<br />
desperto <strong>do</strong>s yogues.<br />
Na via <strong>do</strong> Cittamatra to<strong>do</strong>s os fenômenos são classifica<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> a três características.<br />
a) A natureza imaginária;<br />
b) A natureza dependente;<br />
c) A natureza finalmente existente.<br />
A Natureza Imaginária:<br />
Dentro deste conceito estão incluí<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os nomes e conceitos que lhe conferimos aos objetos<br />
percebi<strong>do</strong>s. Assim como observamos na parábola <strong>do</strong> carro, os objetos são chama<strong>do</strong>s de uma forma<br />
específica porque os homens chegaram a conceitos comuns e cristalizaram o mesmo para poder educar<br />
os povos. É como se to<strong>do</strong>s os loucos de um hospício chegassem a um conceito básico de que to<strong>do</strong>s são<br />
Jesus Cristo. Ninguém brigaria pelo contrário, esses loucos passariam para seus filhos estes conceitos<br />
básicos e depois de vários anos temos o que consideramos hoje história. Ou seja, uma série de<br />
narrativas sobre nada. Os nomes e conceitos não têm outra realidade que o próprio pensamento, e estes<br />
conceitos são desprovi<strong>do</strong>s de existência própria; igual aos sonhos... observamos “um inimigo”, um<br />
“fogo”, “um amigo” até que acordamos e percebemos que nada existia a não ser enquanto nosso<br />
pensamento conceitual lhe adjudicava a sua própria existência.<br />
Por isso a to<strong>do</strong>s os nomes e conceitos dentro da Via <strong>do</strong>s Cittamatra se lhes denomina “imaginários”.<br />
Natureza Dependente:<br />
Porém, antes que a consciência reconheça qualquer fenômeno pelo algum nome, o próprio fenômeno<br />
produz uma “primeira imagem na consciência”; à esta simples aparição se denomina de “dependente”<br />
porque além de lhe incumbir qualquer conceito ela por si mesma está, e para estar depende de causas e<br />
condições.<br />
Tomemos o exemplo que anteriormente percebemos na rua escura sobre a pessoa que lhe adjudicamos<br />
o “nome” de inimigo. O fato de compreendermos que essa pessoa não é um amigo nem um inimigo,<br />
além de tirar dela to<strong>do</strong>s os conceitos essa “aparição” está.<br />
As causas e as condições as colocaram naquele lugar, e antes que a consciência reconheça este<br />
fenômeno através de um nome, a “aparição” produz uma primeira imagem na consciência.<br />
Dependente é sinônimo de real, porque ainda essa imagem não foi recoberta de conceitos e<br />
julgamentos.<br />
Por conseqüência a mera aparição de um fenômeno, que é produto de causas e condições dependentes,<br />
e seu reconhecimento através de conceitos e pensamentos, é imaginário; as duas juntas constituem a<br />
verdade relativa da existência.<br />
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