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Manual do Budismo - Jardim do Dharma

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Estes textos incluem o:<br />

1- Pratyupanna Sutra (século I),<br />

2- O Samadhi-nirmochara Sutra (século II),<br />

3- O Dasha-bhumika Sutra (século II-III) e<br />

4- O Lankavatara Sutra (século IV).<br />

O ponto principal destes textos é chama<strong>do</strong> apenas mente (sânsc. chittamatra). Segun<strong>do</strong> este<br />

ensinamento, to<strong>do</strong>s os fenômenos (dharma) existem apenas como:<br />

1- Processos de conhecimento e não como objetos externos, independentes da mente.<br />

2- To<strong>do</strong>s os fenômenos seriam meros reflexos ou imputações da mente.<br />

3- O mun<strong>do</strong> físico seria apenas um produto, extensão ou projeção da mente, aparências mentais<br />

sem sujeitos ou objetos independentes da consciência.<br />

4- A realidade seria semelhante a um sonho, e o próprio sonha<strong>do</strong>r seria parte deste sonho.<br />

5- Não há um mun<strong>do</strong> externo atomicamente estrutura<strong>do</strong> ou existente por si mesmo, de forma<br />

independente da consciência.<br />

6- A natureza da mente teria uma existência real e seria a verdadeira natureza de todas as coisas.<br />

7- A percepção é considerada um processo de imaginação criativa que produz to<strong>do</strong>s os objetos,<br />

aparentemente externos ou independentes da mente.<br />

8- Portanto, o mun<strong>do</strong> externo seria apenas uma representação da consciência.<br />

9- A percepção ou consciência reflexiva — isto é, a mente ver ou conhecer a si mesma — seria<br />

algo possível.<br />

Outros yogacharins, mais próximos da filosofia Madhyamika, sustentam que:<br />

1- São as experiências e percepções da realidade externa que dependem da mente, e que só é possível<br />

acessar o exterior através da mente.<br />

2- Segun<strong>do</strong> eles, isto não significa que não há qualquer tipo de realidade externa, mas sim que as<br />

meras aparências <strong>do</strong>s fenômenos são a mente.<br />

3- Os fenômenos são interpreta<strong>do</strong>s de forma errônea, distorcida ou exagerada devi<strong>do</strong> aos<br />

obscurecimentos da mente deludida.<br />

4- Cada ser percebe os fenômenos de acor<strong>do</strong> com os hábitos e condicionamentos de suas mentes.<br />

5- As características <strong>do</strong>s fenômenos não existem de forma independe de nossas mentes.<br />

6- O karma coletivo de cada um <strong>do</strong>s seis tipos de seres (deuses, semi-deuses, humanos, animais,<br />

fantasmas famintos e seres <strong>do</strong>s infernos) amadurece de forma semelhante e, portanto, cada classe<br />

de seres percebe um determina<strong>do</strong> fenômeno de forma relativamente semelhante. (Aqui, há certa<br />

semelhança com a teoria da relatividade, segun<strong>do</strong> a qual as partículas não possuem propriedades<br />

objetivas, independentes daquele que as observa. As propriedades físicas são projeções <strong>do</strong><br />

observa<strong>do</strong>r; massa e energia são a mesma coisa.).<br />

(A natureza da mente é a soberana dentre to<strong>do</strong>s os cria<strong>do</strong>res, pois todas as nossas experiências <strong>do</strong> samsara e <strong>do</strong> nirvana surgem dela.<br />

(Mahasiddha Saraha)<br />

7- O mo<strong>do</strong> como percebemos o mun<strong>do</strong> depende inteiramente da nossa visão kármica.<br />

Os mestres usam um exemplo tradicional: seis diferentes tipos de seres se encontram na margem de<br />

um rio.<br />

a- O ser humano <strong>do</strong> grupo vê o rio como água, uma substância para lavar o corpo ou saciar a sede;<br />

b- Para um animal como o peixe, o rio é seu lar;<br />

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