Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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Cap.6: O Terceiro Giro da Roda do Dharma Mais tarde, em Sravasti, Budha ensinou o "Terceiro Giro da roda", no qual revela que a Vacuidade não é meramente vazia, mas dá origem a todos os fenômenos e é continuamente expressiva. Este terceiro giro inclui lições sobre a "Fonte dos Tathágatas2" (Tathágata Garba), o ensinamento básico sobre o qual a filosofia da Escola "Mente Única" ou escola "Somente Consciência" (Vijnanavada) foi fundada. A distinção entre o segundo e o terceiro giros é que, nos ensinamentos de Rajgir, o Budha pregou a Vacuidade como sendo uma função da aparência, isto é, a mais alta qualidade da aparência (a sua falta de verdadeira existência), enquanto que, em Sravasti, ensinou-nos a Vacuidade como uma espécie de fundação a partir da qual tudo é expresso. Os três Giros, então, compõe o ensinamento da "Visão Correta". Budha ensinou também, muitos métodos para o reconhecimento da Natureza Fundamental e para a prática do caminho segundo os ensinamentos do Mahamudra (Supremo Gesto) e as lições sobre Maha Ati, ou Dzogchen (A Grande Perfeição), métodos para a prática e alcance da realização, os quais não diferem do enfoque da Visão do Caminho do Meio (Madhyamaka). Maitreya deu a Asanga cinco comentários em versos sobre o "Terceiro Giro da Roda do Dharma", referentes à "Fonte dos Tathágatas" e Asanga fez comentários sobre tais versos. A partir dessas explicações, se deriva a linhagem de visão do "Terceiro Giro". Obs. A escola filosófica da Prática de Yoga (Yogachara), também conhecida como Apenas Mente (Chittamatra) e Ensinamento do Conhecimento (Vijnanavada), Os termos: Yogachara – Chittamatra – Vijnanavada, são três nomes que correspondem a mesma escola de pensamento Esta escola foi fundada por volta dos séculos IV e V pelos monges indianos Maitreyanatha, Asanga e Vasubandhu. Sthiramati (século VI) e Dharmapala (530-561) também se destacaram bastante no desenvolvimento da filosofia Yogachara. Uma de suas principais ênfases é a prática de yoga ou meditação (yogachara), sintetizada em dezessete estágios e cinco caminhos. As escolas gradualistas adotam o sistema de cinco caminhos de meditação: Caminho da Acumulação: o praticante acumula mérito e sabedoria, para gerar a mente da iluminação (bodhichitta); Caminho da Preparação: elimina-se a conceitualidade sobre a vacuidade dos fenômenos (dharmashunyata); Caminho da Visão: neste nível, é possível "ver" claramente a vacuidade e a Vasubandhu - nãodualidade entre o sujeito (o percebedor, o interno) e o objeto (o percebido, o externo); Caminho da Meditação: os últimos conceitos sobre existência inerente são eliminados; Caminho do "Não-mais-aprender": a fase final, em que os últimos conceitos são eliminados assim como suas causas. O primeiro objetivo ao praticar a meditação é de purificar a mente; isso irá gerar paz e felicidade. O segundo objetivo da meditação é de superar a tristeza e a lamentação. Quando o meditador começa a ver a verdade, ele ou ela consegue suportar e derrotar a tristeza e a lamentação causadas pela impermanência. O terceiro objetivo é superar o sofrimento e a decepção causada pela cobiça e pela raiva. O quarto objetivo da meditação é percorrer o caminho dos sábios, o caminho correto que conduz à libertação da angústia, tristeza, desapontamento, dor e lamentação. Esse é o caminho da atenção plena – o único caminho que nos liberta do sofrimento. O quinto objetivo da meditação é de nos libertarmos completa e totalmente da dor mental e das impurezas e de libertar a nossa mente do desejo, raiva e desilusão. 70
O Monge Vasubandhu, irmão de Asanga, é considerado autor de trabalhos como: 1- O Tesouro do Conhecimento Manifesto (Abhidharma-kosha Karika) 2- O Discurso sobre as Três Naturezas Asanga e Vasubandhu, descendentes de uma família brâmane em Gandhara, ordenaram-se na escola Sarvastivada do Hinayana. Asanga foi o primeiro a se voltar para o Mahayana. Converteu seu irmão e ambos se tornaram destacados representantes de suas comunidades. O Monge Asanga teria recebido os textos diretamente de Maitreya no paraíso celestial de Tushita. Estes são o: 1- Tratado do Grande Veículo sobre o Continuum Sublime 2- A Diferenciação dos Fenômenos e da Natureza Última dos Fenômenos. 3- A Diferenciação do Meio e dos Extremos. 4- O Ornamento da Realização Clara e o Ornamento dos Sutras do Grande Veículo 5- Compêndio do Conhecimento Manifesto (Abhidharma Samucchaya). 6- O Compêndio do Grande Veículo 7- Tratado sobre os Estágios da Prática de Meditação 8- Compêndio dos Estabelecimentos. 9- Compêndio das Bases 10- Compêndio das Enumerações 11- Compêndio das Explicações. Às vezes, a versão escrita do Guhyasamaja Tantra também é atribuída a Asanga; até então, este ensinamento do buddhismo esotérico teria sido mantido apenas oralmente. Dignaga (século V-VI), discípulo de Vasubandhu, desenvolveu um sistema de epistemologia na universidade buddhista de Nalanda. Seu principal trabalho foi o Compêndio da Cognição Válida (Pramana Samucchaya), que se tornou fundamental para o desenvolvimento da lógica buddhista. Dharmakirti (século VII), discípulo de Dignaga, escreveu os seguintes tratados: 1- Comentário sobre o Compêndio da Cognição Válida 2- A Resolução sobre as Provas 3- A Análise das Relações A 4- Determinação da Cognição Válida 5- Os Princípios do Debate 6- As Provas de Outros Continuuns 7- A Gota das Razões 8- E um guia conciso sobre a lógica Budista, a Gota do Raciocínio Os adeptos desta linhagem estavam preocupados em estabelecer a cognição válida ou meios válidos (pramana) de conhecimento. Haribhadra, um monge indiano que viveu no final do século VIII, escreveu o Comentário sobre o Ornamento da Realização Clara, um Tratado de Instruções Quintessenciais sobre a Perfeição da Sabedoria. A filosofia Yogachara é associada aos ensinamentos dos discursos "idealistas" que teriam sido expostos pelo Buddha Shakyamuni no "terceiro giro da roda do Dharma" a fim de elucidar a verdadeira natureza da mente e dos seres. 71
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Cap.6: O Terceiro Giro da Roda <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong><br />
Mais tarde, em Sravasti, Budha ensinou o "Terceiro Giro da roda", no qual revela que a<br />
Vacuidade não é meramente vazia, mas dá origem a to<strong>do</strong>s os fenômenos e é continuamente expressiva.<br />
Este terceiro giro inclui lições sobre a "Fonte <strong>do</strong>s Tathágatas2" (Tathágata Garba), o ensinamento<br />
básico sobre o qual a filosofia da Escola "Mente Única" ou escola "Somente Consciência"<br />
(Vijnanavada) foi fundada.<br />
A distinção entre o segun<strong>do</strong> e o terceiro giros é que, nos ensinamentos de Rajgir, o Budha pregou a<br />
Vacuidade como sen<strong>do</strong> uma função da aparência, isto é, a mais alta qualidade da aparência (a sua falta<br />
de verdadeira existência), enquanto que, em Sravasti, ensinou-nos a Vacuidade como uma espécie de<br />
fundação a partir da qual tu<strong>do</strong> é expresso.<br />
Os três Giros, então, compõe o ensinamento da "Visão Correta".<br />
Budha ensinou também, muitos méto<strong>do</strong>s para o reconhecimento da Natureza Fundamental e para a<br />
prática <strong>do</strong> caminho segun<strong>do</strong> os ensinamentos <strong>do</strong> Mahamudra (Supremo Gesto) e as lições sobre Maha<br />
Ati, ou Dzogchen (A Grande Perfeição), méto<strong>do</strong>s para a prática e alcance da realização, os quais não<br />
diferem <strong>do</strong> enfoque da Visão <strong>do</strong> Caminho <strong>do</strong> Meio (Madhyamaka).<br />
Maitreya deu a Asanga cinco comentários em versos sobre o "Terceiro Giro da Roda <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong>",<br />
referentes à "Fonte <strong>do</strong>s Tathágatas" e Asanga fez comentários sobre tais versos. A partir dessas<br />
explicações, se deriva a linhagem de visão <strong>do</strong> "Terceiro Giro".<br />
Obs. A escola filosófica da Prática de Yoga (Yogachara), também conhecida como Apenas Mente (Chittamatra) e Ensinamento <strong>do</strong><br />
Conhecimento (Vijnanavada), Os termos: Yogachara – Chittamatra – Vijnanavada, são três nomes que correspondem a mesma<br />
escola de pensamento<br />
Esta escola foi fundada por volta <strong>do</strong>s séculos IV e V pelos monges indianos Maitreyanatha, Asanga e<br />
Vasubandhu.<br />
Sthiramati (século VI) e <strong>Dharma</strong>pala (530-561) também se destacaram bastante no desenvolvimento<br />
da filosofia Yogachara. Uma de suas principais ênfases é a prática de yoga ou meditação<br />
(yogachara), sintetizada em dezessete estágios e cinco caminhos. As escolas gradualistas a<strong>do</strong>tam o<br />
sistema de cinco caminhos de meditação:<br />
Caminho da Acumulação: o praticante acumula mérito e sabe<strong>do</strong>ria, para gerar a mente da<br />
iluminação (bodhichitta);<br />
Caminho da Preparação: elimina-se a conceitualidade sobre a vacuidade <strong>do</strong>s fenômenos (dharmashunyata);<br />
Caminho da Visão: neste nível, é possível "ver" claramente a vacuidade e a Vasubandhu - nãodualidade<br />
entre o sujeito (o percebe<strong>do</strong>r, o interno) e o objeto (o percebi<strong>do</strong>, o externo);<br />
Caminho da Meditação: os últimos conceitos sobre existência inerente são elimina<strong>do</strong>s;<br />
Caminho <strong>do</strong> "Não-mais-aprender": a fase final, em que os últimos conceitos são elimina<strong>do</strong>s assim<br />
como suas causas.<br />
O primeiro objetivo ao praticar a meditação é de purificar a mente; isso irá gerar paz e felicidade.<br />
O segun<strong>do</strong> objetivo da meditação é de superar a tristeza e a lamentação. Quan<strong>do</strong> o medita<strong>do</strong>r começa<br />
a ver a verdade, ele ou ela consegue suportar e derrotar a tristeza e a lamentação causadas pela<br />
impermanência.<br />
O terceiro objetivo é superar o sofrimento e a decepção causada pela cobiça e pela raiva.<br />
O quarto objetivo da meditação é percorrer o caminho <strong>do</strong>s sábios, o caminho correto que conduz à<br />
libertação da angústia, tristeza, desapontamento, <strong>do</strong>r e lamentação. Esse é o caminho da atenção plena<br />
– o único caminho que nos liberta <strong>do</strong> sofrimento.<br />
O quinto objetivo da meditação é de nos libertarmos completa e totalmente da <strong>do</strong>r mental e das<br />
impurezas e de libertar a nossa mente <strong>do</strong> desejo, raiva e desilusão.<br />
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