18.04.2013 Views

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

apegan<strong>do</strong> a conceitos depreciativos sobre eu mesmo. Esse é o problema, pensamos que sempre<br />

estaremos perden<strong>do</strong> o que conquistamos à qual nos apegamos neuroticamente.<br />

Numa fração de segun<strong>do</strong> meu parceiro/a viu alguém e graças a meu apego neurótico a um “eu gor<strong>do</strong>”<br />

ou um “eu feio” etc. aparece um “eu ciumento”.<br />

Depois num outro segun<strong>do</strong>, tanto seu parceiro como você mesmo descobrem que essa pessoa à qual<br />

seu parceiro/a estava olhan<strong>do</strong> é somente um familiar.<br />

Porque sofremos, porque somente nossa propensão à idéia <strong>do</strong> “eu, gor<strong>do</strong>, feio etc.” esteve sempre<br />

presente e nada mais. A causa de seu sofrimento é somente a idéia e seu apego a um “eu”.<br />

Méto<strong>do</strong> de Meditação para eliminar o sofrimento causa<strong>do</strong> na idéia <strong>do</strong> “eu”<br />

Sente-se comodamente por 15 minutos to<strong>do</strong>s os dias e pergunte-se constantemente e sistematicamente<br />

com espírito cientifico e sinceramente, que parte de seu ser é o “eu”.<br />

Faça-o constantemente até que descubra que na realidade “eu” é somente um vago conceito.<br />

Não adianta repetir-se a si próprio o que está escrito aqui, sem realizar este treino, porque sem o treino<br />

nunca eliminará o me<strong>do</strong>, o ciúmes, a raiva, o orgulho, etc.<br />

Faça-o primeiro enfocan<strong>do</strong> sua atenção sobre o seu corpo físico, até conseguir uma convicção<br />

profunda da não existência <strong>do</strong> “eu”.<br />

Depois inicie o mesmo tipo de treinamento refletin<strong>do</strong> profundamente sobre as emoções e pensamentos<br />

perturba<strong>do</strong>res.<br />

Finalmente chega-se a realização efetiva de que o “eu” na realidade não tem existência própria, está<br />

além de qualquer conceito. É esta experiência direta a que libera <strong>do</strong> sofrimento.<br />

O Convencional e o Real<br />

Pode acontecer que pensemos que nosso “eu” é um contínuo fluir de energias que manifesta-se<br />

permanentemente no tempo. Esta idéia ainda nos pode induzir ao erro, porque nos produz a ilusão de<br />

que somos um ser individual que persiste através <strong>do</strong> tempo.<br />

Na realidade o “eu” não pode existir no passa<strong>do</strong> por que ele já deixou de existir, não pode existir no<br />

futuro porque ele ainda não existe.<br />

Com relação ao presente, ele é somente um intento de acreditar que existe, porque no momento que<br />

você pensa que está no presente ele já passou, por conseqüência ele é tão momentâneo que estaria<br />

desprovi<strong>do</strong> de senti<strong>do</strong> encontrar nele um “eu”.<br />

Agora para a convencionalidade <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, onde as pessoas vivem e morrem na ilusão, o que<br />

poderemos falar é que o “eu” existe basicamente como um nome, ou um conceito - lembrem da<br />

parábola <strong>do</strong> carro.<br />

No nível da verdade relativa, pode-se dizer que “o vento soprou o dia to<strong>do</strong>” ou que a “vela ardeu a<br />

noite toda”.<br />

Porém desde o ponto da Verdade Absoluta, na realidade o vento nunca soprou o dia to<strong>do</strong>, porque ele<br />

nunca é o mesmo de um segun<strong>do</strong> a outro.<br />

Desde o ponto da verdade absoluta, nunca houve uma<br />

chama que ardesse a noite toda porque a chama nunca é a<br />

mesma de um segun<strong>do</strong> a outro.<br />

O mesmo acontece com o “eu”. A cada segun<strong>do</strong> que<br />

passa nós estamos nascen<strong>do</strong>, nos desenvolven<strong>do</strong> e<br />

morren<strong>do</strong>, como podemos afirmar que na realidade nós<br />

existimos?<br />

“A poeira de nossa casa é pele morta que caiu de nosso<br />

corpo<br />

Esta <strong>do</strong>utrina acabou influencian<strong>do</strong>, posteriormente, a<br />

filosofia Yogachara<br />

69

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!