Manual do Budismo - Jardim do Dharma
Manual do Budismo - Jardim do Dharma
Manual do Budismo - Jardim do Dharma
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Consciência primordial, consciência individualizada<br />
O fundamento da mente é bom em si mesmo. É a natureza <strong>do</strong> Despertar, semelhante à água pura. O<br />
Buddha disse:<br />
To<strong>do</strong>s os seres são Buddha,<br />
Mas a mente deles é obscurecida por impurezas adventícias;<br />
Dissipadas as impurezas, eles são verdadeiramente Buddha.<br />
A ignorância é o não reconhecimento da natureza Desperta da mente. Dela procedem todas as emoções<br />
conflituosas (desejo, cólera, ciúme, etc), assim como o fluxo <strong>do</strong>s pensamentos em mo<strong>do</strong> dual. A<br />
natureza de Buddha da mente é ainda chamada potencial de consciência primordial. Entretanto, por<br />
causa da ignorância e da apreensão dual, seu funcionamento perturba<strong>do</strong> torna-se um potencial de<br />
consciência individualiza<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> uma água pura é misturada com lama, ela perde sua qualidade de<br />
pureza e torna-se suja. Do mesmo mo<strong>do</strong>, por causa das impurezas, a consciência primordial torna-se<br />
consciência individualizada.<br />
Consciências diferenciadas<br />
Essa consciência individualizada é, enquanto mo<strong>do</strong> de funcionamento, uma unidade designada pelo<br />
termo "potencial de consciência individualizada". Dessa unidade, procedem, entretanto, sete<br />
consciências individualizadas diferenciadas, assim como os de<strong>do</strong>s são diferenciações de uma única<br />
mão. Elas são:<br />
A consciência visual, que percebe as formas;<br />
A consciência auditiva, que percebe os sons;<br />
A consciência olfativa, que percebe os o<strong>do</strong>res;<br />
A consciência gustativa, que percebe os sabores;<br />
A consciência tátil, que percebe os contatos;<br />
A consciência mental, que identifica os fenômenos pelo pensamento;<br />
A consciência perturbada, que interpreta a percepção em termos de desejo, aversão, ciúme, etc.<br />
Os órgãos oriun<strong>do</strong>s das consciências<br />
Da faculdade de manifestação da mente surge o corpo. Os <strong>do</strong>is estão, portanto, estreitamente liga<strong>do</strong>s.<br />
A existência das oito consciências na mente origina a existência no corpo <strong>do</strong>s suportes físicos<br />
correspondentes que são os órgãos <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s. Os órgãos são semelhantes às casas, inertes em si, e as<br />
consciências aos homens que as habitam. Temos então:<br />
Os olhos como suporte da consciência visual;<br />
Os ouvi<strong>do</strong>s como suporte da consciência auditiva;<br />
O nariz como suporte da consciência olfativa;<br />
A língua e o paladar como suportes da consciência gustativa;<br />
A epiderme como suporte da consciência tátil;<br />
O órgão mental como suporte da consciência mental, ainda que aqui o órgão e a consciência se<br />
confundam na prática.<br />
Quanto ao potencial de consciência individualizada e à consciência perturbada, elas não possuem<br />
órgão correspondente que lhes seja próprio. Pode-se dizer que o primeiro tem como suporte o corpo<br />
em geral e a segunda, o conjunto <strong>do</strong>s órgãos <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s.<br />
Os objetos <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s<br />
Enfim, as consciências encontram seu reflexo, <strong>do</strong> ponto de vista exterior, nos objetos <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s:<br />
As formas são o objeto da consciência visual;<br />
Os sons, o objeto da consciência auditiva;<br />
Os o<strong>do</strong>res, o objeto da consciência olfativa;<br />
Os sabores, o objeto da consciência gustativa;<br />
Os contatos, o objeto da consciência tátil;<br />
Os fenômenos mentais (os pensamentos), o objeto da consciência mental.<br />
64