Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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Dois homens num bote. O organismo psicofísico está sustenta<strong>do</strong> nos seis senti<strong>do</strong>s, a saber: as<br />
faculdades <strong>do</strong> pensamento, da visão, da audição, olfato, gustação e <strong>do</strong> tato. Estas faculdades estão<br />
representadas pelo quinto quadro;<br />
Casa com seis janelas. Estas janelas (os seis senti<strong>do</strong>s) nos permitem observar o universo que nos<br />
rodeia. A observação deste universo nos obriga a experimentar o contato representa<strong>do</strong> no sexto quadro<br />
pelo primeiro<br />
Ato amoroso. Este ato que resulta <strong>do</strong> contato <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s com os seus objetos produz o sétimo<br />
quadro;<br />
Um homem cego por uma flecha no olho. Mostran<strong>do</strong>-nos a parcialidade de julgamento (por ter<br />
somente um olho) e ao mesmo tempo nos mostran<strong>do</strong> a <strong>do</strong>r que a sensação nos causa uma vez que a<br />
experimentamos e perdemos. Esta dualidade de sensações agradáveis e desagradáveis faz com que<br />
procuremos constantemente as sensações agradáveis e nos apegamos a elas de uma forma neurótica,<br />
representada aqui pela oitava figura;<br />
Um beberrão servi<strong>do</strong> por uma mulher, simbolizan<strong>do</strong> assim a sede de<br />
viver e de repetir as experiências agradáveis da vida. Esta sede é a mãe<br />
da cobiça e <strong>do</strong> apego aos objetos deseja<strong>do</strong>s, simboliza<strong>do</strong> no nono<br />
quadro como um<br />
Homem pegan<strong>do</strong> frutas numa árvore e guardan<strong>do</strong>-as num cesto.<br />
Este apego reforça os grilhões da vida selan<strong>do</strong> assim um novo<br />
processo de vir a ser representa<strong>do</strong> aqui pelo décimo quadro;<br />
Uma mulher grávida. Este vir a ser leva ao renascimento, ou seja, uma<br />
nova existência representada pelo décimo primeiro quadro;<br />
O parto - crian<strong>do</strong> assim uma nova vida que terá que experimentar crescimento, desenvolvimento,<br />
velhice e<br />
Morte representada pelo décimo segun<strong>do</strong> quadro nos mostran<strong>do</strong> um homem carregan<strong>do</strong> um cadáver,<br />
repetin<strong>do</strong> de uma forma infindável o ciclo <strong>do</strong> eterno renascer chama<strong>do</strong> Samsara. Até que não<br />
experimentemos um profun<strong>do</strong> desagra<strong>do</strong> por este ciclo de eterna insatisfação não poderemos criar as<br />
condições necessárias para nos libertar <strong>do</strong> samsara. Assim não percamos o nosso precioso tempo,<br />
estudemos e treinemos com energia para quebrar em mil pedaços este circulo vicioso.<br />
A Sabe<strong>do</strong>ria Desperta nos Doze Elos<br />
Os <strong>do</strong>ze elos <strong>do</strong> co-surgimento interdependente (pratitya samutpada, literalmente "em dependência,<br />
coisas surgem") é um ensinamento profun<strong>do</strong> e maravilhoso, o fundamento de to<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> e prática<br />
buddhistas.<br />
O pratitya-samutpada é às vezes chama<strong>do</strong> o ensinamento da causa e efeito, mas isso pode ser<br />
desencaminha<strong>do</strong>r, porque geralmente pensamos em causa e efeito como entidades separadas, com a<br />
causa sempre preceden<strong>do</strong> o efeito, e com uma causa conduzin<strong>do</strong> a um efeito.<br />
De acor<strong>do</strong> com o ensinamento <strong>do</strong> co-surgimento interdependente, causa e efeito co-surgem e tu<strong>do</strong> é<br />
um resulta<strong>do</strong> de múltiplas causas e condições. O ovo está na galinha e a galinha está no ovo. A galinha<br />
e o ovo co-surgem em dependência. Nenhum <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is é independente. O co-surgimento<br />
interdependente vai além de nossos conceitos de espaço e tempo. "O um contém o to<strong>do</strong>”.<br />
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