Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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Sukhavagga - A Felicidade.<br />
“Certamente entre os que odeiam, vivamos felizes sem ódio. Entre os homens que odeiam,<br />
permaneçamos livres de ódio. Certamente entre os cobiçosos, vivamos felizes sem cobiça. Entre os<br />
homens cobiçosos, permaneçamos livres de cobiça.<br />
A vitória engendra o ódio, pois o venci<strong>do</strong> vive ressenti<strong>do</strong> e sofre. Aquele que aban<strong>do</strong>nou a ambos, a<br />
vitória e a derrota, este vive feliz.<br />
A fome é a pior enfermidade, os agrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mal o maior. Perceben<strong>do</strong> isto em sua verdadeira luz, o<br />
sábio realiza o Nirvana, a suprema felicidade.<br />
Bom é contemplar os sábios, viver com eles é sempre uma felicidade, e aquele que não vê os<br />
insensatos será por certo feliz.<br />
Aquele que anda em companhia de insensatos sofre por um longo tempo; a companhia de insensatos,<br />
assim como a de inimigos é sempre <strong>do</strong>lorosa; a companhia de um sábio é uma felicidade similar ao<br />
encontro com os familiares.<br />
Portanto, o sábio, o <strong>do</strong>uto, o diligente, o devoto, esses homens virtuosos devem ser nossa companhia,<br />
como a lua segue seu curso rodea<strong>do</strong> de estrelas”.<br />
Malavagga - As Impurezas.<br />
“Tu és agora como uma folha seca. Os mensageiros da morte te aguardam. Estás no momento da<br />
partida e careces de provisão. Vive ten<strong>do</strong>-te como refúgio a ti mesmo, se diligente e sábio. Quan<strong>do</strong> te<br />
encontrares libera<strong>do</strong> das impurezas e das paixões, poderás entrar na celestial morada.<br />
Tua vida chegou ao fim, te encontras ante a morte, não existe descanso para ti no caminho e careces de<br />
provisão.<br />
Assim como o prateiro refina a prata, assim pouco a pouco o sábio se purifica.<br />
Omitir o recitar <strong>do</strong>s ensinamentos é uma corrupção. A velhice é a derrubada <strong>do</strong>s lugares. O<br />
perecimento é a impureza <strong>do</strong> corpo, e o descui<strong>do</strong>, é o defeito daquele que pratica a vigilante atenção.<br />
Aquele que destrói vidas, diz mentiras, furta, cobiça a mulher <strong>do</strong> próximo, e toma bebidas<br />
embriaga<strong>do</strong>ras, arranca sua própria raiz de prosperidade neste mesmo mun<strong>do</strong>.<br />
Oh! Bom homem aprende isto, é funesto para si mesmo não saber <strong>do</strong>minar-se, não possuir a sujeição<br />
das ações deteriorais. Portanto, não permitas que a cobiça e a iniqüidade façam que tua miséria não<br />
tenha fim. Não há pior fogo que a cobiça, pior garra que o ódio, pior rede que a ilusão, pior corrente<br />
que o desejo.<br />
É fácil ver as faltas alheias, mas quão difícil é ver as próprias. Como uma ventania, divulgamos as<br />
faltas alheias, porém as próprias ocultamos como um joga<strong>do</strong>r trapaceiro oculta suas trapaças.<br />
No espaço não existe caminho algum, fora <strong>do</strong> caminho não existe refúgio. Todas as coisas compostas<br />
são perecíveis.<br />
Os Budas estão livres da instabilidade”.<br />
Dhammatthvagga - O Justo<br />
“O Homem não é justo se julga com rapidez; justo aquele que sabe estabelecer entre o eqüitativo e o<br />
injusto.<br />
Um homem não é <strong>do</strong>uto porque sabe muito. Aquele que é paciente está livre <strong>do</strong> ódio e <strong>do</strong> temor, a este<br />
se pode chamar de Douto.<br />
Um homem não é versa<strong>do</strong> em <strong>Dharma</strong> porque sabe muito, aquele cujo conhecimento de <strong>Dharma</strong> é<br />
limita<strong>do</strong>, porém experimentou a verdade, é certamente versa<strong>do</strong> em <strong>Dharma</strong>, não é negligente com<br />
respeito a este.<br />
Nem a florida verbosidade, nem a bela aparência física, fazem com que os invejosos, avaros ou falsos<br />
sejam dignos de respeito. Porém, aquele que desarraigou de si estas imperfeições, a esse se pode<br />
chamar de respeitável.<br />
O homem indisciplina<strong>do</strong> e mentiroso não se converte em discípulo de Buda; como pode ser discípulo<br />
de Buda se está <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelo desejo e a cobiça?<br />
Aquele que destruiu as más ações, sejam elas grandes ou pequenas, a este se lhe pode chamar de<br />
discípulo de Buda.<br />
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