Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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si<strong>do</strong> os seus restos coloca<strong>do</strong>s em stupas. Os sucessores de<br />
Menandro inscreveram a fórmula "Segui<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong>" em várias<br />
moedas e retrataram-se realizan<strong>do</strong> a mudra vitarka.<br />
A interacção entre a cultura helenística e budista pode ter ti<strong>do</strong><br />
alguma influência sobre a evolução <strong>do</strong> Mahayana, pois esta<br />
tradição apresenta uma perspectiva filosófica e um tratamento <strong>do</strong><br />
Buda como um deus que faz lembrar os deuses gregos. É também<br />
por esta altura que surgem as primeiras representações<br />
antropomórficas de Buda.<br />
Menandro I conheci<strong>do</strong> como Milinda em sânscrito foi um <strong>do</strong>s<br />
governantes <strong>do</strong> reino in<strong>do</strong>-grego, no norte da Índia e<br />
no Paquistão <strong>do</strong>s dias atuais, de 155 ou 150 a 130 a.C. Ele é,<br />
historicamente, o primeiro ocidental <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong> que se converteu<br />
ao budismo.<br />
Um Renoma<strong>do</strong> Rei In<strong>do</strong>-Grego<br />
Os seus territórios cobriam os <strong>do</strong>mínios ocidentais <strong>do</strong> império grego dividi<strong>do</strong> da Bactria (das áreas<br />
de Oanjsir e Kapisa e estendiam-se até a província moderna <strong>do</strong> Punjab, no Paquistão), a maior parte<br />
<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s indianos de Ounjab Himachal Pradesh e a região de Jammu, com tributários difusos no sul<br />
e no leste, provavelmente alcançan<strong>do</strong> Mathura.<br />
Supõe-se que a sua capital teria si<strong>do</strong> Sagala, uma cidade bastante próspera no norte <strong>do</strong> Punjab (no<br />
Paquistão) que acredita-se ser Sialkot <strong>do</strong>s dias atuais, poucos quilômetros a oeste <strong>do</strong> que é agora a<br />
fronteira entre a Índia e o Paquistão.<br />
Ele é um <strong>do</strong>s poucos reis bactrianos menciona<strong>do</strong>s por autores gregos, entre eles Apolo<strong>do</strong>ro de<br />
Artêmita, cita<strong>do</strong> por Estrabão, que alega que os gregos de Báctria foram conquista<strong>do</strong>res maiores ainda<br />
que Alexandre, o Grande, e que Menandro foi um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is reis bactrianos, o outro sen<strong>do</strong> Demétrio,<br />
que mais estenderam o seu poder na Índia:<br />
"Os gregos que fizeram que a Báctria se revoltasse tornaram-se tão poderosos a bem da fertilidade <strong>do</strong><br />
país que tornaram-se mestres, não só de Ariana, mas também da Índia, como Apolo<strong>do</strong>ro de Artêmita<br />
diz: e mais tribos foram subjugadas por eles que por Alexandre-- por Menandro em particular (…), que<br />
algumas foram subjugadas por ele pessoalmente e outras por Demétrio, filho de Eutidemo, o rei <strong>do</strong>s<br />
bactrianos; e eles tomaram posse, não só de Patalena, mas também, no resto da costa, <strong>do</strong> que é<br />
chama<strong>do</strong> de reino de Saraostus e Sigerdis." (Estrabão 11.11.1).<br />
Estrabão também sugere que essas conquistas gregas alcançaram a capital Pataliputra, no norte da<br />
Índia (Patna <strong>do</strong>s dias atuais):<br />
"Aqueles que sucederam Alexandre foram ao Ganges e a Pataliputra (Estrabão, 15.698).<br />
Os registros indianos também descrevem ataques gregos a Mathura, Panchala, Saketa e Pataliputra.<br />
Esse é particularmente o caso de algumas menções da invasão por Patanjali, por volta de 150 a.C., e<br />
<strong>do</strong> Yuga Purana, que descreve eventos históricos indianos em forma de profecia:<br />
"Após ter conquista<strong>do</strong> Saketa, o país <strong>do</strong>s panchalas e <strong>do</strong>s mathuras, os Yayanas (gregos), malva<strong>do</strong>s e<br />
valentes, alcançarão Kusumadhvaja. Alcançadas as grossas fortificações de lama em Pataliputra, todas<br />
as províncias estarão em desordem, sem dúvida. Enfim, uma grande batalha se seguirá." (Gargi-<br />
Samhita, Yuga Purana, No. 5).<br />
No oeste, Menandro parece ter repeli<strong>do</strong> a invasão da dinastia <strong>do</strong> usurpa<strong>do</strong>r Greco-Bactriano<br />
Eucrátides, consolidan<strong>do</strong> o governo <strong>do</strong>s reis in<strong>do</strong>s-gregos no norte <strong>do</strong> sub-continente indiano.<br />
O Milinda Panha dá uma idéia <strong>do</strong>s seus méto<strong>do</strong>s militares:<br />
"- Já te aconteceu, ó rei, que reis rivais levantassem contra ti como inimigos e oponentes?<br />
-Sim, certamente.<br />
-Então, farás, suponho que fossos sejam escava<strong>do</strong>s, e fortificações levantadas, e torres de<br />
guarda eretas, e fortalezas construídas, e armazéns de comida?<br />
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