18.04.2013 Views

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

Manual do Budismo - Jardim do Dharma

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

capital, Pagan, entre os séculos XI e XIII. Cerca de <strong>do</strong>is mil deles ainda permanecem de pé. O poder<br />

<strong>do</strong>s Birmaneses decaiu com a ascensão <strong>do</strong>s Thai e com a tomada da capital pelos Mongóis em 1287;<br />

apesar disso, o budismo Theravada continua a ser a principal religião na Birmânia até hoje. O<br />

budismo Theravada foi também a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo recém-forman<strong>do</strong> reino tailandês de Sukhothai por volta<br />

de 1260. Durante o perío<strong>do</strong> Ayutthaya (séculos XIV-XVIII) o budismo seria reforça<strong>do</strong> como religião,<br />

tornan<strong>do</strong>-se parte integrante da sociedade tailandesa. Nas áreas continentais a tradição Theravada<br />

continuou a sua expansão para a Laos e o Camboja no século XIII. No entanto, a partir <strong>do</strong> século XIV,<br />

nas regiões costeiras e nas ilhas <strong>do</strong> sudeste asiático cresceu a influência <strong>do</strong> islão, que se expandiu para<br />

a Malásia, In<strong>do</strong>nésia e na maior parte das ilhas até às Filipinas. Contu<strong>do</strong>, desde os anos sessenta o<br />

budismo tem conheci<strong>do</strong> um renascimento na In<strong>do</strong>nésia, que se deve em parte às políticas de Suharto<br />

que recomendavam aos in<strong>do</strong>nésios a a<strong>do</strong>ção de uma das cinco religiões tradicionalmente praticadas na<br />

In<strong>do</strong>nésia: islão, protestantismo, catolicismo, hinduismo ou budismo. Hoje em dia estima-se que<br />

existam cerca de dez milhões de budistas na In<strong>do</strong>nésia, sen<strong>do</strong> grande parte deles de ascendência<br />

chinesa.<br />

Expansão Asiática<br />

Nas regiões ao leste <strong>do</strong> subcontinente indiano (aquilo que corresponde atualmente ao Myanmar), a<br />

cultura indiana viria a influenciar o povo Mons. Este povo teria si<strong>do</strong> converti<strong>do</strong> ao budismo por volta<br />

de 200 a.C. graças à influência proselitista de Asoka, antes <strong>do</strong> cisma entre o budismo Mahayana e o<br />

budismo Hinayana. Os templos budistas Mon mais antigos têm si<strong>do</strong> data<strong>do</strong>s como pertencentes a um<br />

perío<strong>do</strong> entre o século I e o século V da era comum. A arte budista <strong>do</strong>s Mons foi influenciada pela arte<br />

indiana <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> Gupta e pós-Gupta, ten<strong>do</strong> o seu estilo maneirista se difundi<strong>do</strong> pelo sudeste asiático<br />

em resulta<strong>do</strong> da expansão <strong>do</strong> reino Mon entre os séculos V e VIII. A tradição Theravada espalhou-se<br />

pela região norte <strong>do</strong> sudeste asiático sob influência Mon, até ao século VI quan<strong>do</strong> começou a ser<br />

substituída pela tradição Mahayana. O budismo teria chega<strong>do</strong> ao Sri Lanka no século II a.C. devi<strong>do</strong> à<br />

ação de um <strong>do</strong>s filhos de Asoka, Mahinda, que por ali teria passa<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> com mais seis<br />

homens. O grupo teria converti<strong>do</strong> o rei Devanampiya Tissa e muitos nobres. Foi nesta época que foi<br />

construí<strong>do</strong> o monastério de Mahavihara, centro da orto<strong>do</strong>xia cingalesa.<br />

O Mun<strong>do</strong> Helenístico<br />

Alguns <strong>do</strong> Éditos de Asoka revelam o seu esforço em difundir o budismo pelo mun<strong>do</strong> helenístico, que<br />

na época formava um espaço coeso que ia da fronteira da Índia à Grécia. Os Éditos mostram um claro<br />

entendimento da organização política <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> helenístico: os nomes e a localização <strong>do</strong>s principais<br />

monarcas da época são indica<strong>do</strong>s. Os monarcas helenísticos Antíoco II <strong>do</strong> reino Selêucida, Ptolomeu II<br />

Filadelfo <strong>do</strong> Egito, Antígono Gonatas da Macedónia, Magas de Cirene e Alexandre II de Épiro são<br />

apresenta<strong>do</strong>s como alvos da mensagem budista. Para além disso, de acor<strong>do</strong> com as fontes em pali,<br />

alguns <strong>do</strong>s emissários de Asoka era monges budistas de origem grega, o que revela intercâmbios<br />

culturais entre as duas culturas. Não se sabe até que ponto estes contatos podem ter si<strong>do</strong> influentes,<br />

mas alguns autores apontam para a existência na época de um certo sincretismo entre o pensamento<br />

helenístico e o budismo. É conhecida a existência de comunidades budistas em cidades <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

helenístico como Alexandria e aponta-se influências <strong>do</strong> budismo Theravada na ordem <strong>do</strong>s<br />

Therapeutae.<br />

Interacção Greco-Budista (século II a.C. - século I a.C.)<br />

Nas regiões a ocidente <strong>do</strong> subcontinente indiano existiam reinos gregos na Báctria (norte <strong>do</strong><br />

Afeganistão) desde o tempo da conquista de Alexandre Magno em 326 a.C.. Cronologicamente<br />

surgiria primeiro o reino <strong>do</strong>s Selêucidas e mais tarde o reino greco-bactriano (a partir de 250 a.C.).<br />

O rei greco-bactriano Demétrio I invadiu a Índia até Pataliputra em 180 a.C., ten<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> um<br />

reino in<strong>do</strong>-greco que duraria em partes <strong>do</strong> norte da Índia até o século I a.C..<br />

O rei in<strong>do</strong>-greco Menandro I (rei entre 160-135 a.C.) teria se converti<strong>do</strong> ao budismo. As moedas deste<br />

rei apresentam a referência "Rei Salva<strong>do</strong>r" em grego e por vezes desenhos da "roda <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong>". Após<br />

a sua morte, a honra de partilhar os seus restos mortais foi disputada pelas cidades que governou, ten<strong>do</strong><br />

28

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!