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Manual do Budismo - Jardim do Dharma

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formação de comunidades e de reinos nos oásis da Ásia Central. Algumas cidades da Rota da Seda era<br />

compostas praticamente por stupas e mosteiros budistas, sen<strong>do</strong> provável que um <strong>do</strong>s seus objectivos<br />

seria acolher os viajantes entre este e ocidente.O budismo na Ásia Central entrou em declínio com a<br />

expansão <strong>do</strong> islão no século VII. Os muçulmanos não consideraram os budistas como "Povos <strong>do</strong><br />

Livro" e consequentemente não os toleraram.<br />

Bacia de Tarim<br />

A região oriental da Ásia Central (Xinjiang, Bacia de Tarim) tem revela<strong>do</strong> ricas obras de arte budista<br />

(pinturas murais, esculturas, objectos rituais...), que mostram influências helenísticas e indianas.A Ásia<br />

Central parece ter desempenha<strong>do</strong> um importante papel na difusão <strong>do</strong> budismo para o oriente. Os<br />

primeiros tradutores das escrituras budistas para o chinês eram naturais da Ásia Central (da Pártia,<br />

Sogdiana ou de Kushan). Os monges budistas da Ásia Central e <strong>do</strong> Extremo Oriente parece terem<br />

estabeleci<strong>do</strong> contatos culturais significativos, como mostram os frescos da Bacia de Tarim.<br />

China<br />

É provável que o budismo tenha chega<strong>do</strong> à China por volta <strong>do</strong> século I d.C., vin<strong>do</strong> da Ásia Central<br />

(algumas tradições falam também de um monge budista que teria visita<strong>do</strong> o país no tempo de<br />

Asoka).A introdução oficial <strong>do</strong> país à religião data de 67 d.C. com a chegada <strong>do</strong>s monges Moton e<br />

Chufarlan. Em 68, sob patrocínio imperial, eles estabeleceram o Templo <strong>do</strong> Cavalo Branco, que ainda<br />

existe hoje em dia, perto da capital imperial Luoyang. No final <strong>do</strong> século II, uma próspera comunidade<br />

budista existia em Pengcheng (atualmente Xuzhou).Os primeiros textos conheci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> budismo<br />

Mahayana são traduções em chinês realizadas pelo monge Lokaksema em Luoyang, entre os anos de<br />

178 e 189 d.C.. Os objetos mais antigos que se conhecem relaciona<strong>do</strong>s com o budismo na China são<br />

"árvores de dinheiro", datadas de cerca de 200 d.C., refletin<strong>do</strong> o estilo de Gandhara. O budismo na<br />

China floresceu no início da dinastia Tang. Esta dinastia caracterizou-se de início por uma forte<br />

abertura em relação a contatos com o estrangeiro, ten<strong>do</strong> se verifica<strong>do</strong> entre os séculos IV e XI várias<br />

viagens de monges budistas chineses à Índia. A capital da dinastia, Changan (actualmente Xian)<br />

tornou-se um importante centro de pensamento budista. A partir dali o budismo chegaria à Coreia.No<br />

entanto, no fim da dinastia Tang, as influências exteriores passaram ser mal encaradas. Em 845 o<br />

impera<strong>do</strong>r Wuzong proibiu todas as religiões "estrangeiras" (cristianismo nestoriano, zoroastrismo e<br />

budismo), com o objetivo de apoiar o taoísmo. Ao longo <strong>do</strong> território o impera<strong>do</strong>r man<strong>do</strong>u confiscar os<br />

bens budistas e destruir templos e mosteiros. Apesa disso, o budismo Chan e o budismo Terra Pura<br />

prosperaram durante alguns séculos. O budismo Chan foi bastante importante durante a era da dinastia<br />

Sung, ten<strong>do</strong> os seus mosteiros funciona<strong>do</strong> como grandes centros <strong>do</strong> saber. Hoje em dia a China possui<br />

uma das mais importantes coleções de arte budista <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

Coreia<br />

O budismo chegou à Coreia em 372 d.C., quan<strong>do</strong> embaixa<strong>do</strong>res chineses visitaram o reino de<br />

Koguryo, trazen<strong>do</strong> consigo textos e esculturas. O budismo viria a florescer na Coreia, em particular na<br />

sua forma Seon (Zen) a partir <strong>do</strong> século VII. A partir <strong>do</strong> século XIV, com o início da dinastia<br />

confucionista Yi o budismo seria discrimina<strong>do</strong> e praticamente erradica<strong>do</strong>, com exceção <strong>do</strong> movimento<br />

Seon.<br />

Japão<br />

O Japão tomou contato com o budismo no século VI, quan<strong>do</strong> monges coreanos viajaram até às ilhas<br />

levan<strong>do</strong> consigo escrituras e obras de arte. No século seguinte o esta<strong>do</strong> japonês a<strong>do</strong>taria o budismo<br />

como religião oficial. O fato de estar situa<strong>do</strong> no fim da Rota da Seda faria com que o Japão<br />

preservasse muitos aspectos <strong>do</strong> budismo numa época em que este começava a desaparecer na Índia,<br />

Ásia Central e China. A partir de 710 vários templos e mosteiros seriam construí<strong>do</strong>s em Nara, entre os<br />

quais o pagode de cinco andares ou o templo de Kōfuku-ji. Sob patrocínio real seriam realizadas<br />

inúmeras estátuas e pinturas. A criação de uma arte budista japonesa ocorreria durante os perío<strong>do</strong>s<br />

Nara, Heian e Kamakura.<br />

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