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Manual do Budismo - Jardim do Dharma

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poderia resultar num renascimento nos esta<strong>do</strong>s inferiores de existência, ter uma vida curta ou<br />

enfermidades, etc. É muito benéfico recitá-lo para que o escutem os animais selvagens e <strong>do</strong>mésticos,<br />

pois se eles o escutam obtém um proveito espiritual; sua mente se purifica de tendências karmicas que<br />

o retém neste esta<strong>do</strong> inferior que poderiam levá-lo ainda a esta<strong>do</strong>s mais inferiores num futuro. Portanto<br />

só fato de escutar o som é muito benéfico para os seres a um nível ou outro, incluso se não são<br />

conscientes, experimentarão os benefícios num futuro.<br />

Tomemos como exemplo o mantra de cem sílabas de Vajrasatwa. Estas cem sílabas são as sílabas<br />

gera<strong>do</strong>ras das cem divindades “pacíficas e coléricas” <strong>do</strong> Bar<strong>do</strong>. Desta maneira, as cem divindades<br />

estão representadas potencialmente nas cem sílabas deste mantra. O mantra tem certa estrutura<br />

gramatical e uma pessoa versada na língua sânscrita e sua sintaxe podem traduzi-lo como uma prece a<br />

Vajrasatwa. Porém, o significa<strong>do</strong> último destes sons, além <strong>do</strong> nível conceitual e gramatical, pode ser<br />

compreendi<strong>do</strong> por um ser que tem a sabe<strong>do</strong>ria de um Buda completamente Ilumina<strong>do</strong>. O senti<strong>do</strong> destas<br />

sílabas permanece impenetrável para aquele que não tem realiza<strong>do</strong> a experiência <strong>do</strong> despertar. Porém,<br />

recitar o mantra com fé e confiança permite receber seus benefícios, ainda que não se tenha uma<br />

compreensão intelectual ou uma percepção direta.<br />

Tem-se dito que o mantra de cem sílabas de Vajrasatwa tem o poder de nos purificar de qualquer falta<br />

cometida contra os vínculos iniciáticos, se o recitamos vinte e cinco vezes por dia sem interrupção.<br />

Ademais pode purificar as infrações cometidas conscientemente ou inconscientemente.<br />

Vejamos agora o mantra “OM MANI PEME HUNG” que é o de Avalokiteswara (Chenresig), o<br />

Bodhisatwa da compaixão. Recitar este mantra é importante a vários níveis. As seis sílabas <strong>do</strong> mantra<br />

podem eliminar os “seis venenos” das emoções perturba<strong>do</strong>ras da mente, fechar as portas <strong>do</strong>s<br />

renascimentos nos seis esta<strong>do</strong>s de existência samsárica, aumentar os méritos, desenvolver e aperfeiçoar<br />

as seis Paramitas. A recitação destas seis sílabas é eficaz a to<strong>do</strong>s estes níveis. Estar em contato com<br />

este mantra “OM MANI PEME HUNG” seja pela audição, pela visão, a recitação, o pensamento, o<br />

tato - por exemplo, tocar as formas de suas letras gravadas - transmite uma grande benção e outorga os<br />

benefícios que provém <strong>do</strong> poder inerente deste mantra. Incluso se um animal escuta o som <strong>do</strong> mantra,<br />

ele terá ao nível de sua consciência uma influência liberta<strong>do</strong>ra. Este ser será liberta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s<br />

inferiores, e estabeleci<strong>do</strong> num renascimento humano, em contato com o <strong>Dharma</strong>; e progredirá no<br />

caminho da iluminação. O Buda tem dito: “Pode-se pegar to<strong>do</strong>s os grãos de areia conti<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os<br />

oceanos e em to<strong>do</strong>s os rios <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, o Buda poderia cantá-los, porém não se pode conceber os<br />

benefícios de uma só recitação deste mantra”.<br />

Existem textos onde estão compila<strong>do</strong>s numerosos mantras e dharanis provenientes de diferentes fontes,<br />

sejam eles Sutras ou Tantras, etc. Um destes textos é conheci<strong>do</strong> com o nome de “Ngak Bum” que em<br />

tibetano quer dizer “cem mil mantras”. Ainda que na realidade não tenha cem mil mantras é um nome<br />

genérico para significar que nele encontram-se os mantras mais importantes, pronuncia<strong>do</strong>s e inspira<strong>do</strong>s<br />

por Buda, ou que tem apareci<strong>do</strong> de uma maneira autêntica. Para aqueles que estejam interessa<strong>do</strong>s em<br />

praticar sua recitação, lhes proponho receber um “lung” de um Lama qualifica<strong>do</strong>.<br />

Podem gravá-los e escutá-los na sua casa da mesma maneira que escutam música, porque também é<br />

benéfico.<br />

Um <strong>do</strong>s principais discípulos de Buda era um Arhat chama<strong>do</strong> Sariputra. Sua mãe ainda estava com<br />

vida quan<strong>do</strong> ele atingiu a realização <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de Arhat. Porém sua mãe não possuía nem compreensão<br />

nem vontade de estudar o <strong>Dharma</strong>, e seu filho ficou muito preocupa<strong>do</strong> por esta situação. Ele queria<br />

que sua mãe estudasse e se interessasse pelo <strong>Dharma</strong> a fim de obter to<strong>do</strong>s os seus benefícios. Porém o<br />

estu<strong>do</strong> não lhe gostava. Então Sariputra colocou em andamento um meio hábil: suspendeu um sino<br />

sobre a porta de entrada de sua casa e lhe falou a sua mãe: “tenho coloca<strong>do</strong> uma nova regra a partir de<br />

hoje nesta casa; cada vez que alguém entre em nossa casa e escutes o som, deverás falar “Om Mani<br />

Peme Hung” e to<strong>do</strong>s aqueles que escutem o som deste sino deverão fazer o mesmo”. A partir daquele<br />

momento, cada vez que alguém entrava na casa e fazia soar o sino “ding”, a mãe falava “Om Mani<br />

Peme Hung”. Desta forma ela criou o hábito pelo resto de sua vida.<br />

Ao morrer suas tendências karmicas pre<strong>do</strong>minantes eram muito negativas, a tal ponto que renasceu<br />

num mun<strong>do</strong> infernal. Encontrava-se perto de um enorme caldeirão que continha metal fundi<strong>do</strong> e onde<br />

ia ser jogada e queimada viva. Um demônio que se encontrava ao seu la<strong>do</strong> mexen<strong>do</strong> no líqui<strong>do</strong> com<br />

uma enorme concha golpeou com violência a borda <strong>do</strong> caldeirão produzin<strong>do</strong> o som igual ao sino que<br />

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