Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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fatores de uma situação levam a um resulta<strong>do</strong> particular. Pode olhar o senti<strong>do</strong> da situação em seu<br />
conjunto e ao mesmo tempo ser consciente das partes.<br />
3) Este conhecimento refere-se à comunicação através <strong>do</strong> som e a linguagem, e a capacidade de<br />
produzir uma ação benéfica pelo emprego habili<strong>do</strong>so <strong>do</strong> som. Graças a este particular esta<strong>do</strong> de<br />
consciência, os sons e as palavras que emite um Bodhisatwa agem eficazmente em certas esferas de<br />
existência.<br />
4) Este tipo de conhecimento permite reconhecer o processo karmico, o resulta<strong>do</strong> de uma ação<br />
cometida, tem a capacidade de olhar o vínculo entre a causa e o efeito.<br />
Alguns mantras originam-se na palavra de um Buda completamente desperto. Por exemplo, quan<strong>do</strong><br />
Buda Sakyamuni enunciou um mantra pela primeira vez se converteu num instrumento infalível para a<br />
prática espiritual, pois surgia de um esta<strong>do</strong> de consciência completamente desperta. Em ocasiões, Buda<br />
pode sugerir um mantra através de uma meditação, transmitin<strong>do</strong> sua benção ou sua influência<br />
espiritual a um ser especial que pronunciará o mantra. Se ocorrer realmente assim, o mantra surgi<strong>do</strong><br />
desta inspiração converte-se num instrumento autêntico para a prática espiritual. Noutros casos, se diz<br />
que os mantras não surgem da boca de um Buda e sim de diferentes partes de seu corpo, como, por<br />
exemplo, sua protuberância craniana. Desta maneira, algumas pessoas podem escutar o som <strong>do</strong> mantra<br />
que surge <strong>do</strong> corpo de um Buda, porém não de sua boca. Estas vibrações ou sons são considera<strong>do</strong>s<br />
como instrumentos autênticos e infalíveis para o progresso espiritual, pois provém da mente iluminada<br />
de Buda.<br />
Alguns mantras associa<strong>do</strong>s a certas divindades não têm si<strong>do</strong> transmiti<strong>do</strong>s em forma verbal senão<br />
através da vibração sonora produzida pelo Buda em meditação. Este som é muito <strong>do</strong>ce e melodioso<br />
como o canto de um pássaro. O nome das divindades às quais referem-se com estes mantras<br />
habitualmente começam com a palavra “Uknisha”em sânscrito ou “Tsuktor”em tibetano. Sabe-se que<br />
há cinco ou seis divindades deste tipo. Por exemplo, “Namgyelma”, uma divindade de longa vida, tem<br />
como nome “Uknisha Vijaya” em sânscrito e “Tsuktor Namgyelma” em tibetano. Uknisha alude à<br />
protuberância craniana de Buda, como a origem miraculosa deste mantra. Ou seja, não é um mantra<br />
que Buda tenha pronuncia<strong>do</strong> verbalmente.<br />
Também em alguns sutras encontram-se mantras. No Sutra da Grande Libertação há um mantra longo<br />
que começa com a invocação “Namo Budhaya, Namo <strong>Dharma</strong>ya, Namo Sanghaya” que foi enuncia<strong>do</strong><br />
por Buda quan<strong>do</strong> ensinou este Sutra e recompila<strong>do</strong> como parte <strong>do</strong>s discursos que Buda pronunciou.<br />
Existe também o famoso mantra conheci<strong>do</strong> com o nome de “Mantra Gate”, é muito célebre nas<br />
tradições Budistas tibetanas e japonesas; “TADIATA OM GATE GATE PARAGATE PARA SAM<br />
GATE BODHI SOHA”. Foi pronuncia<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o Buda abençoava o Bodhisatwa da compaixão<br />
Arya Avalokiteswara, inspiran<strong>do</strong>-lhe este mantra.<br />
A cena está descrita no Sutra <strong>do</strong> Coração: o Buda estava em Samadhi e através de sua influência<br />
espiritual inspirou o Bodhisatwa Avalokiteswara para que ensinasse este mantra aos outros. Assim<br />
houve uma transmissão direta de Buda através <strong>do</strong> Bodhisatwa. Em to<strong>do</strong>s estes casos trata-se de<br />
mantras autênticos surgi<strong>do</strong>s da realização de Buda.<br />
Função <strong>do</strong>s Mantras<br />
A primeira função que cumprem os mantras é a de purificar-nos <strong>do</strong> véu da negatividade da ignorância,<br />
e por outra parte desenvolver em nós qualidades positivas. Acrescentar o mérito e nos acercar ao<br />
despertar.<br />
Alguns mantras estão particularmente associa<strong>do</strong>s aos aspectos de nossa existência. Seja a prolongação<br />
de nossa vida, a purificação de nossas enfermidades, impedir á mente de cair nos esta<strong>do</strong>s inferiores, ou<br />
eliminar o me<strong>do</strong> e a ansiedade, etc.<br />
Porém em geral podemos dizer que to<strong>do</strong>s os mantras têm o mesmo objetivo, eliminar o sofrimento e a<br />
confusão, e nos conduzir até o despertar. Por exemplo, existe um mantra muito longo, o de Amitayus;<br />
este tipo de mantra é chama<strong>do</strong> de “Dharani” que em sânscrito quer dizer mantra longo e que possui<br />
uma estrutura gramatical própria. No Sutra de Amitayus, “O Buda da Vida Infinita”, se diz que seu<br />
dharani tem si<strong>do</strong> enuncia<strong>do</strong> por Amitayus mesmo, em seu aspecto de “Corpo de Felicidade”,<br />
Sambogakaya. Outorga um grande beneficio aquele que o recita, pois purifica às pessoas <strong>do</strong> karma que<br />
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