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Manual do Budismo - Jardim do Dharma

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afundamento de uma casa, uma arma, um veneno, um demônio, uma crise repentina, uma<br />

enfermidade...<br />

Esta vida é frágil como a chama de uma vela no vento, como uma borbulha de ar na água, ou um pingo<br />

de orvalho na erva.<br />

Quan<strong>do</strong> a morte vem para nós, sem nosso desejo, nos vemos obriga<strong>do</strong>s a aban<strong>do</strong>nar tu<strong>do</strong>: nossa terra,<br />

nossa casa, nossas riquezas, nossos parentes, nossos pais, amigos, filhos, conjugue; e, ten<strong>do</strong> incluso<br />

aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> nosso próprio corpo, nos vemos sozinhos, sem liberdade e sem amigos, neste espaçoso<br />

lugar chama<strong>do</strong> Bar<strong>do</strong> (o esta<strong>do</strong> intermediário entre uma morte e um renascimento).<br />

E uma vez mortos, incluso aqueles que nos amavam<br />

negar-sem a que nosso cadáver permaneça diante de seus<br />

olhos por mais um dia ou <strong>do</strong>is; olhan<strong>do</strong>-o não<br />

experimentarão mais <strong>do</strong> que desgosto e temor. Seremos<br />

translada<strong>do</strong>s e uma vez ten<strong>do</strong> saí<strong>do</strong> de nossa casa, nosso<br />

corpo será crema<strong>do</strong>, ou enterra<strong>do</strong> e ninguém nunca jamais voltará a nos olhar.<br />

É preciso pensar que tu<strong>do</strong> isto também chegará a nós. Desde agora deveríamos aplicar-nos na prática<br />

<strong>do</strong> <strong>Dharma</strong> de uma maneira perfeitamente pura, porque nesse momento os únicos amigos que nos<br />

poderão ajudar e proteger são os Lamas e as Três Jóias.<br />

Pensemos que além destes nossos amigos estaremos sob a influência <strong>do</strong> Karma, benéfico o prejudicial<br />

segun<strong>do</strong> se proceda da virtude ou <strong>do</strong> vício.<br />

A Impermanência de Tu<strong>do</strong> o Que Nos Rodeia.<br />

Em geral to<strong>do</strong> o composto é impermanente; também nosso corpo o é pelo fato de ser o resulta<strong>do</strong> da<br />

união de diferentes elementos; bom ou mau Karma, semente paterna e sangue materno, os quatro<br />

elementos, espaço e princípio consciente.<br />

O que está acima vai para baixo, e o que está abaixo vai para cima.<br />

O rico chega a ser pobre, e o pobre rico. O inimigo torna-se amigo,<br />

O amigo inimigo. Nada existe algo cuja natureza seja permanente;<br />

E, tomar como permanente, o que é transitório, não é mais <strong>do</strong> que uma ilusão de loucos.<br />

Mantra, a Palavra Sagrada<br />

No mun<strong>do</strong> humano as emanações <strong>do</strong>s Budas e Bodhisatwas realizam uma grande atividade no<br />

ensinamento devi<strong>do</strong> a causa das características evolutivas <strong>do</strong>s seres e sua sensibilidade.<br />

O nascimento humano representa em efeito, a situação mais favorável para o desenvolvimento e o<br />

incremento <strong>do</strong>s ensinamentos mais profun<strong>do</strong>s.<br />

Em particular os ensinamentos tântricos que possibilitam uma transformação profunda da estrutura<br />

física, verbal e mental <strong>do</strong> indivíduo.<br />

A transformação física se efetua através da identificação com a aparência da divindade, a<br />

transformação verbal pela recitação <strong>do</strong>s mantras e a transformação mental por estabelecer a mente em<br />

“samadhi”. Isto é realmente possível no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s humanos, e é neste mun<strong>do</strong> que os Budas e<br />

Bodhisatwas podem aparecer e oferecer efetivamente seus ensinamentos. No que se refere aos<br />

mantras, há de <strong>do</strong>is tipos. Um primeiro grupo pode ser cria<strong>do</strong> por seres que possuem inteligência e<br />

sabe<strong>do</strong>ria transcendentes. São chama<strong>do</strong>s de “Mantra Nome”, pois a parte central <strong>do</strong>s mesmos está<br />

constituída pelo nome da divindade ou um santo ao qual se implora e sobre o qual se medita.<br />

Por exemplo, o mantra de Milarepa é “OM AH GURU HASA BENSA HUNG”.<br />

As sílabas OM e Ah estão colocadas no principio, e a sílaba HUNG ao final; elas representam<br />

respectivamente o corpo, a palavra e a mente, e são comuns a to<strong>do</strong>s os mantras.<br />

A sílaba OM está associada ao corpo “vajra”, ou seja, o corpo imutável.<br />

A sílaba AH está associada à palavra “vajra” e a sílaba HUNG à mente vajra.<br />

Guru significa Lama ou mestre espiritual, HASA BENDSA ou HASA VAJRA é um termo sânscrito<br />

traduzi<strong>do</strong> em tibetano por “Shepa Dordye”. Hasa significa alegria e Vajra é imutável, este era o nome<br />

tântrico de Milarepa. Desta maneira, apenas pela repetição deste mantra se está invocan<strong>do</strong> Milarepa.<br />

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