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Manual do Budismo - Jardim do Dharma

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3) Esta rareza se ilustra com um exemplo: uma tartaruga cega que, viven<strong>do</strong> no grande oceano, sai à<br />

superfície uma só vez a cada cem anos, teria mais possibilidades de introduzir sua cabeça no buraco<br />

de um pedaço de madeira à deriva que as que há para obter este precioso corpo humano.<br />

Seu Verdadeiro Senti<strong>do</strong><br />

Assim este precioso corpo humano é tão raro que se agora que o temos obti<strong>do</strong> não nos consagramos, o<br />

desprendernos de to<strong>do</strong> sofrimento <strong>do</strong> Samsara seguin<strong>do</strong> a via da liberação, obten<strong>do</strong> assim a beatitude<br />

eterna <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de Buda, nosso comportamento será ainda pior que o de um homem necessita<strong>do</strong> que<br />

despreza tirar proveito de um enorme tesouro que acaba de descobrir.<br />

Pelo contrário, se renunciamos agora a todas as atividades <strong>do</strong> Samsara, que trazem grandes<br />

preocupações muito pouco justificadas, e, sem pretender ou fingir conhecer a <strong>do</strong>utrina e meditação,<br />

obtemos o elixir <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong> de um Lama realiza<strong>do</strong> que se converta em nosso mestre espiritual<br />

poderemos, quan<strong>do</strong> tenhamos assimila<strong>do</strong> os pontos essenciais <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong>, levar até seu termo as duas<br />

acumulações de Karma positivo e de supremo conhecimento, assim como a purificação <strong>do</strong>s diferentes<br />

véus que escurecem nosso espírito; e, uma vez concluídas as práticas das duas fases <strong>do</strong> processo de<br />

meditação, conseguir que este precioso corpo humano chegue a ser suporte de nossa liberação e assim<br />

lhe dar seu verdadeiro significa<strong>do</strong>.<br />

A Impermanência<br />

A meditação sobre a impermanência tem o poder de diminuir nosso apego à esta vida e de estimular a<br />

prática da virtude.<br />

A Impermanência <strong>do</strong> Universo<br />

O Universo nos é apresenta<strong>do</strong> como sóli<strong>do</strong> e firme, porém ao término de um ciclo cósmico será<br />

destruí<strong>do</strong> gradualmente pelo fogo, água e ar.<br />

A Impermanência manifesta-se igualmente na evolução <strong>do</strong> tempo, com a mudança progressiva das<br />

quatro estações. Na primavera, a terra de cor moreno avermelhada, se enternece e brotam árvores e<br />

plantas; quan<strong>do</strong> chega o verão, o terreno de cor verde azula<strong>do</strong>, torna-se úmi<strong>do</strong>, se expandem flores e<br />

folhas; depois a força <strong>do</strong> outono fortalece o solo, que torna-se de cor ocre, e os frutos maduram;<br />

finalmente, ao aparecer o inverno, a terra se congela torna-se cinza, ás arvores e plantas secam e<br />

tornam-se quebradiças.<br />

Nada há que seja permanente; o sol e a lua aparecem e desaparecem continuamente; o dia é claro e<br />

transparente, porém depois vem a noite que é escura e fosca.<br />

Tu<strong>do</strong> muda de hora em hora, minuto a minuto, de instante a instante, como o curso de uma cascata<br />

que, ainda que nos pareça sempre o mesmo, está mudan<strong>do</strong> continuamente ao se renovar<br />

incessantemente a água.<br />

A Impermanência de To<strong>do</strong>s os Seres<br />

To<strong>do</strong>s os seres <strong>do</strong> universo são mortais; os que pertencem ao passa<strong>do</strong> estão mortos, os que pertencem<br />

ao presente morrerão, os que pertencem ao futuro morrerão.<br />

Nós mesmos de ano em ano, hora atrás de hora, minuto após minuto, nos aproximamos <strong>do</strong> momento<br />

de nossa morte. Por muito valentes que sejamos não poderemos avistar a sua presença. Por muito<br />

rápi<strong>do</strong> que sejamos ao correr não poderemos fugir dela; por muito erudito que possamos ser, nossas<br />

hábeis palavras e eloqüência não mudarão em nada a realidade.<br />

Nem o heroísmo de um exército, nem a influência <strong>do</strong>s poderosos, nem nenhuma arma refinada, nem a<br />

astúcia <strong>do</strong>s espertos, nem o corpo de uma mulher bela, saberiam como evitar a morte, da mesma<br />

maneira que ninguém saberia deter, nem sequer reduzir, a marcha <strong>do</strong> sol quan<strong>do</strong> desaparece detrás das<br />

montanhas.<br />

Ninguém sabe quanto tempo viverá; alguns morrem no ventre de sua mãe; outros ao nascer, outros na<br />

infância, alguns na sua juventude, outros na sua velhice.<br />

Também é incerto o que ocasionará nossa morte, e ninguém sabe qual será a sua causa; ela poderia<br />

sobrevir mediante o fogo, a água, o vento, o raio, a queda num abismo, um desprendimento, o<br />

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