Manual do Budismo - Jardim do Dharma

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Mara observou que o medo não iria perturbar Sidarta, em vez disso tentou distraí-lo manifestando grande número de belas mulheres que de todo modo tentava seduzi-lo. Sidarta respondeu com uma concentração mais profunda. Deste modo triunfou sobre todos os demônios deste mundo, motivo pelo qual se tornou mais conhecido como “Buddha Conquistador”. Mara falando palavras com compaixão enganadora; dirigindo-se a Sidarta Gautama, o Buda: “Você está emaciado, parece doente, você está próximo da morte. A morte tem mil partes suas e apenas uma fração sua está viva. Viva, bom senhor! A vida é melhor. Vivo você pode fazer atos meritórios. Vivendo em celibato, realizando o sacrifício do fogo, muito mérito é realizado. Qual benefício lhe trará o esforço? O caminho do esforço é difícil de seguir, difícil de realizar, difícil de manter.” E para aquele Mara, que disse aquilo, o Abençoado respondeu o seguinte: “Companheiro dos negligentes, Diabólico, porque você veio até aqui? Aqueles que precisam de mérito: esses são aqueles a quem Mara deve se dirigir. Eu tenho fé, energia, sabedoria. Estando decidido pelo esforço, porque você me pede que eu viva? Este vento poderia secar até mesmo as águas de rios. Por que, estando decidido, meu sangue não deveria secar? Na medida em que meu sangue bílis e fleuma secam. Na medida em que a carne é consumida, a mente se torna mais tranqüila; atenção plena, sabedoria, concentração se firmam. Permanecendo dessa forma, alcançando a atenção máxima. (A máxima equanimidade que pode ser alcançada através de jhana-sabedoria) A mente não tem interesse nos desejos sensuais. Veja: a pureza de um ser! “Diabólico O seu primeiro exército é chamado de Sensualidade. O segundo é chamado Descontentamento. O terceiro é Fome e Sede. O quarto é chamado Desejo. O quinto é Preguiça e Torpor. O sexto é chamado Medo. O sétimo é Dúvida. O oitavo é Hipocrisia e Teimosia, O nono é ganhos, honrarias, fama e status obtidos de forma incorreta, e qualquer um que se vanglorie e menospreze outros.” Esse, Namuci, é o seu exército. A força de ataque do Negro. (O “Negro” ou Kanha, é outro nome para Mara. e personifica as paixões sensuais. Ele leva consigo um alaúde, que é mencionado no fim do discurso, tocando o alaúde ele cativa os seres. Os outros acessórios que ele dispõe são um arco e flecha, um laço e um anzol). Um covarde e preguiçoso não pode vencê-lo. Porém quem o derrota conquista a felicidade E Buda pergunta ao Demônio: “Eu carrego a erva muñja? (A erva Muñja era o equivalente na antigüidade, na Índia, à bandeira branca. Um guerreiro acreditando que talvez tivesse que se render levava consigo para a batalha a erva muñja. Para se render ele deitava no chão com a erva muñja na boca. O Buda, perguntando esta questão retórica, está indicando que ele não é o tipo de guerreiro que carregaria erva muñja. Se derrotado, ele preferiria morrer a render-se) 12

Eu cuspo na minha vida!!! Morte na batalha seria melhor do que, se derrotado, eu sobrevivesse. Alguns brâmanes e contemplativos, não são vistos aqui se esforçando, tão imersos eles estão no mundo. Eles não conhecem o caminho trilhado por aqueles com a conduta perfeita. “Vendo o exército que me cerca pronto para a luta com Mara montado no seu elefante, eu vou para a luta de modo que ele não me mova da minha posição. Esse seu exército, que o mundo com os seus anjos é incapaz de subjugar, Eu esmagarei com a sabedoria, igual a uma cerâmica que não foi cozida por uma pedra. Tendo domesticado a mente, a atenção plena bem estabelecida, eu irei, de reino em reino, treinando muitos discípulos. Diligentes e energéticos na prática dos meus ensinamentos, os ensinamentos daqueles desprovidos de desejos sensuais, eles irão aonde, tendo ido, não há sofrimento.” Após escutar as palavras do Bendito, Mara responde: “Por sete anos, segui de perto os passos do Abençoado, mas não tive uma oportunidade para derrotar esse plenamente atento. Perfeitamente Iluminado”. E cantou: “Um corvo sobrevoa uma pedra com a cor da gordura. Ele pensa: ‘Talvez tenha encontrado algo tenro ali. Talvez seja algo para comer. Mas não encontrando nada comestível, o corvo vai embora’. “Igual ao corvo e a pedra, eu deixo Gotama, desalentado.” Tomado pela tristeza, o alaúde caiu do seu braço. E aquele espírito deprimido, exatamente ali desapareceu. Após ter vencido o chefe dos demônios, Sidarta Gautama continuou meditando até o amanhecer, nesse momento ele contemplou seus anteriores nascimentos, sua causa e seu consecutivo sofrimento. Esqueceu o eu egoísta que amarra o homem aos seus caprichos, elevou sua consciência ao último degrau onde somente permanece a Luz que está mais além de todo pensamento, de toda construção conceitual, de toda dualidade. Ao fim, estando toda a terra silenciosa no momento da lua cheia, realiza o estado do completamente Aberto e Desperto. Sua mente torna-se completa e livre de qualquer obstrução. Acordando do sono da ignorância, eliminando as obstruções da mente, ele passa a conhecer tudo do passado, do presente e do futuro, espontaneamente, simultaneamente, diretamente. Além disso, ele desenvolveu a compaixão, que é inteiramente imparcial e abarca todos os seres sem discriminação. Após quarenta e nove dias de sua Iluminação os deuses Brama e Indra solicitam que Sidartha inicie seus ensinamentos: “Oh Buddha tesouro de Compaixão, há seres que somente possuem um pouco de pó nos seus olhos, eles estão ameaçados de cair nos reinos inferiores. Não há outro protetor que vós neste mundo. Assim, por favor, emersa de sua profunda meditação e gire a roda do Dharma. Foi assim que Sidarta Gautama o Buddha inicia seu apostolado em prol da liberação do gênero humano fazendo girar a Roda do Dharma por três vezes. Os três giros da Roda do Dharma O Budha apresentou a "Visão do Caminho do Meio" muitas vezes de maneiras diferentes, as quais se acham sumarizadas nos "Três Giros da Roda do Dharma". Ele ensinou primeiramente em Sarnath, pouco após sua iluminação, a um grupo de seres que não tinham nem grande energia, nem mentes expansivas. Ministrou-lhes as "Quatro Nobres Verdades": ensinou que toda existência comum é 13

Mara observou que o me<strong>do</strong> não iria perturbar Sidarta, em vez disso tentou distraí-lo manifestan<strong>do</strong><br />

grande número de belas mulheres que de to<strong>do</strong> mo<strong>do</strong> tentava seduzi-lo. Sidarta respondeu com uma<br />

concentração mais profunda.<br />

Deste mo<strong>do</strong> triunfou sobre to<strong>do</strong>s os demônios deste mun<strong>do</strong>, motivo pelo qual se tornou mais<br />

conheci<strong>do</strong> como “Buddha Conquista<strong>do</strong>r”.<br />

Mara falan<strong>do</strong> palavras com compaixão engana<strong>do</strong>ra; dirigin<strong>do</strong>-se a Sidarta Gautama, o Buda:<br />

“Você está emacia<strong>do</strong>, parece <strong>do</strong>ente, você está próximo da morte. A morte tem mil partes suas e<br />

apenas uma fração sua está viva.<br />

Viva, bom senhor!<br />

A vida é melhor.<br />

Vivo você pode fazer atos meritórios.<br />

Viven<strong>do</strong> em celibato, realizan<strong>do</strong> o sacrifício <strong>do</strong> fogo, muito mérito é realiza<strong>do</strong>. Qual benefício lhe trará<br />

o esforço?<br />

O caminho <strong>do</strong> esforço é difícil de seguir, difícil de realizar, difícil de manter.”<br />

E para aquele Mara, que disse aquilo, o Abençoa<strong>do</strong> respondeu o seguinte:<br />

“Companheiro <strong>do</strong>s negligentes, Diabólico, porque você veio até aqui?<br />

Aqueles que precisam de mérito: esses são aqueles a quem Mara deve se dirigir.<br />

Eu tenho fé, energia, sabe<strong>do</strong>ria. Estan<strong>do</strong> decidi<strong>do</strong> pelo esforço, porque você me pede que eu viva?<br />

Este vento poderia secar até mesmo as águas de rios.<br />

Por que, estan<strong>do</strong> decidi<strong>do</strong>, meu sangue não deveria secar?<br />

Na medida em que meu sangue bílis e fleuma secam.<br />

Na medida em que a carne é consumida, a mente se torna mais tranqüila; atenção plena, sabe<strong>do</strong>ria,<br />

concentração se firmam.<br />

Permanecen<strong>do</strong> dessa forma, alcançan<strong>do</strong> a atenção máxima. (A máxima equanimidade que pode ser<br />

alcançada através de jhana-sabe<strong>do</strong>ria)<br />

A mente não tem interesse nos desejos sensuais.<br />

Veja: a pureza de um ser!<br />

“Diabólico<br />

O seu primeiro exército é chama<strong>do</strong> de Sensualidade.<br />

O segun<strong>do</strong> é chama<strong>do</strong> Descontentamento.<br />

O terceiro é Fome e Sede.<br />

O quarto é chama<strong>do</strong> Desejo.<br />

O quinto é Preguiça e Torpor.<br />

O sexto é chama<strong>do</strong> Me<strong>do</strong>.<br />

O sétimo é Dúvida.<br />

O oitavo é Hipocrisia e Teimosia,<br />

O nono é ganhos, honrarias, fama e status obti<strong>do</strong>s de forma incorreta, e qualquer um que se vanglorie e<br />

menospreze outros.”<br />

Esse, Namuci, é o seu exército. A força de ataque <strong>do</strong> Negro. (O “Negro” ou Kanha, é outro nome para<br />

Mara. e personifica as paixões sensuais. Ele leva consigo um alaúde, que é menciona<strong>do</strong> no fim <strong>do</strong><br />

discurso, tocan<strong>do</strong> o alaúde ele cativa os seres. Os outros acessórios que ele dispõe são um arco e<br />

flecha, um laço e um anzol).<br />

Um covarde e preguiçoso não pode vencê-lo. Porém quem o derrota conquista a felicidade<br />

E Buda pergunta ao Demônio:<br />

“Eu carrego a erva muñja?<br />

(A erva Muñja era o equivalente na antigüidade, na Índia, à bandeira branca. Um guerreiro acreditan<strong>do</strong> que talvez tivesse que se render levava<br />

consigo para a batalha a erva muñja. Para se render ele deitava no chão com a erva muñja na boca. O Buda, perguntan<strong>do</strong> esta questão retórica, está<br />

indican<strong>do</strong> que ele não é o tipo de guerreiro que carregaria erva muñja. Se derrota<strong>do</strong>, ele preferiria morrer a render-se)<br />

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