Manual do Budismo - Jardim do Dharma

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divindades (Sadhana das Divindades dos Cinco Tantras): Guhyasamaja Mahamaya, Hevajra, Chakrasamvara e Vajrabhairava. Esta prática, cuja origem remonta ao tantra "O Oceano de Jóias", lhe foi transmitida pelo Mahasiddha Vadjarasana, e constitui a base do sistema iniciático Shangpa. Khyungpo Neldjor introduziu e difundiu no Tibete as doutrinas recebidas na Índia, em particular nas províncias centrais de U e Tsang, especialmente numa região chamada Shang, donde seu outro nome, "o lama de Shang" e donde o nome Shangpa para a linhagem que se desenvolveu em seguida. Viveu 150 anos e fundou mais de cem mosteiros, ensinando e manifestando numerosos milagres. Teve inúmeros discípulos, sendo o principal Motchokpa (c.1117-?), e por meio deste os ensinamentos foram passados para: Kyergangpa (fim do século XII e início do século XIII, que viveu 73 anos), depois para Nyentön Rigonpa (início do século XIII, tendo vivido 72 anos) e para Sangye Tönpa (século XIII, vivendo 72 anos), que constituem, com Vadjradhara, Niguma e Khyungpo Neldjor os sete primeiros mestres da linhagem: as "Sete Jóias". As instruções que até então tinham sido transmitidas unicamente por via oral foram difundidas por Sangye Tönpa, que teve por discípulo Khedrup Tsangma Shangtön (1234-1309) e colocadas sob forma escrita por seus sucessores: Samdingpa Shönudrup (falecido em 1319), Djapa Gyaltsen Bum (1261-1334) e Serlingpa Tashipel (1292-1365). Esta linhagem é dita "distante" e continuou sem interrupção no interior das escolas Kagyü, Nyingma, Sakya e Gueluk. Duas outras linhagens, ditas "próxima" e "muito próxima", surgiram de revelações diretas da Dakini de conhecimento primordial Niguma. Suas origens respectivas são o Mahasiddha Thangtong Gyelpo (1361-1485) com a linhagem Thanglug, e, de outra parte, Djonang Kunga Drötcho e Taranatha (Drölwai Gönpo, 1575-1634) com a linhagem Djonanglug. Essas diferentes linhagens convergiram no século XVI para o oitavo Tai Situ Rinpoche Djamgön Kongtrul Lodrö Thaye, no século XIX. Deste para Tashi Tchöpel, depois para Norbu Töndrup e finalmente para Kalu Rinpoche e Bokar Tulku Rinpoche. Os principais ensinamentos transmitidos pela linhagem Shangpa consistem nos cinco ciclos: - de Niguma, em particular os Cinco Ensinamentos de Ouro, que apresentam um conjunto coerente e conciso de um dos mais elevados e profundos métodos de realização; Também a Escola Shangpa kagyu recebe da Dakini de Sabedoria Sukkasiddhi, as seis iogas e o mahamudra. Do mestre Maitripa, a prática de Mahakala Chagdrupa; De Abhaya, a prática das divindades dos cinco tantras; - De Rahula, a prática conjunta das quatro divindades. (Lha Shi Dril Drub) Cap.9: A Exposição do Dharma Segundo a Perfeita Explicação ou o Tantrayana O Que é o Tantra? Estes são ensinamentos de Gyalsab Tulku Rimpoche, comentados por Kalu Rimpoche e Bokar Tulku Rimpoche. Diferentes instruções sobre o Tantra. Este tipo de ensinamentos é considerado perfeito no sentido de que não se refere somente à perfeição da Vacuidade e sim também coloca em evidência o aspecto dinâmico de esta que chamamos “A Clara Luz”. Este ensinamento fala da Vacuidade e do “Tathagatagarba”, ou seja, a Natureza de Buda, a natureza luminosa dos Budas. Buda enunciou este terceiro ciclo de Ensinamentos em diferentes lugares humanos e divinos. No lugar chamado “Dyampa - Chen” na Índia, deu este Ciclo a grandes seres realizados. Unicamente o expus a 134

Bodhisatwas como Manjursi, Chenresig e outros, pois trata-se de ensinamentos especiais e particulares. História Temos o Buda Sakyamuni que ensinou em 3 momentos especiais de sua vida. 1) Primeiro foi sobre as 4 nobres verdades. 2) Vacuidade amor e compaixão. Segundo a explicação perfeita da mente iluminada. Este ensinamento põe em evidencia o aspecto dinâmico da vacuidade que uno chama de clara luz, a clara luz da mente em basicamente a quinta essência iluminada de todos os seres. A clara luz da mente é chamada de sabedoria e esta clara luz, e também se a chama de vacuidade. Este ensinamento a dado lugar a todo o conhecido como o Gyu Lama que quer dizer “A mente pura em sua essência iluminada” 3) é o terceiro ensinamento que Buda deu, que trata de transformar o egotismo em sabedoria, compreender que o ego e vacuidade, e o símbolo da cuia que tem o Buda, é o único que junto com alguns Mudras e métodos meditativos deixou. E quando Ananda lhe pediu um pouco antes de Buda morrer para que se ensina mais ao respeito, Buda lhe falou que não se preocupe que ele ia voltar em 500 anos, como Guru Rimpoche. Guru Rimpoche é aquele que comentou todos os Tantras. O Tantra que quer dizer continuidade, que vem de uma palavra em sânscrito, Pravanda, que quer dizer continuidade da mente iluminada. Buda Sakyamuni ensinou o Tantra de duas formas: nos chamados Sutras Tantras como o Sutra de Amitabha, ou o Sutra do loto da boa lei, e eles falam da primeira terra ou o primeiro plano de consciência que os seres temos contato ou realizamos para compreender o Tantra que nos chamamos de Dewachem, este paraíso não é simplesmente para os mortos, é para o ser vivente quando o ser vivente tem entrado numa consciência mais pura que é reconhecer a sua mente iluminada é a primeira terra dos Budas esta é a grande felicidade, quer dizer que o indivíduo há reconhecido todo como felicidade e paz interior, e sabedoria e simplesmente desde este plano pode avançar a outros Tantras ou aspectos iluminados. E os Tantras propriamente ditos, onde através de gestos mudras e poucos ensinamentos coloca em evidencia a pura natureza da mente. Outros grandes mestres que comentaram os Tantras além de Guru rimpoche foram Nagarjuna e Atisha, estes mestres não só eram mestres do Mahayana senão que também eram Mahasidas, A palavra tantra em tibetano gyu significa continuidade. Em sentido literal o termo refere-se a natureza da mente, a mente além de qualquer elaboração psicológica, em toda a sua pureza. Esta noção de continuidade da a entender que a natureza da mente não é algo novo a se obter, algo que não existe agora e que surge ao final da prática. Tantra é Continuidade e presença tanto na base como no caminho, e no resultado. Base caminho e resultado são termos que formam a natureza da mente como um ponto de referência. Quando a natureza da mente é impura (velada) ela é a Base. O caminho indica a purificação O resultado e a mente purificada. Fora deste processo de purificação a essência da mente não muda. Ela é a mesma durante os 3 passos. Tal é a continuidade ou Tantra em seu verdadeiro sentido. Por extensão, a expressão verval desta continuidade e os meios para realizá-la são também denominados tantra. Linguagem Oculta dos Tantras. – Bokar Tulku Rimpoche Tantras em forma de textos são extremamente difíceis de compreender, porque as palavras que eles usam, acobertam vários níveis de compreensão. Uma expressão literal pode às vezes ser revelada como um erro completo. Diz-se que os tantras têm 10 níveis de interpretação reunidos em dois grupos: 6 possibilidades e 4 modos: 6 possibilidades: 1) Significado pedagógico 2) Significado definitivo 135

divindades (Sadhana das Divindades <strong>do</strong>s Cinco Tantras): Guhyasamaja Mahamaya, Hevajra,<br />

Chakrasamvara e Vajrabhairava. Esta prática, cuja origem remonta ao tantra<br />

"O Oceano de Jóias", lhe foi transmitida pelo Mahasiddha Vadjarasana, e constitui a base <strong>do</strong> sistema<br />

iniciático Shangpa.<br />

Khyungpo Neldjor introduziu e difundiu no Tibete as <strong>do</strong>utrinas recebidas na Índia, em particular nas<br />

províncias centrais de U e Tsang, especialmente numa região chamada Shang, <strong>do</strong>nde seu outro nome,<br />

"o lama de Shang" e <strong>do</strong>nde o nome Shangpa para a linhagem que se desenvolveu em seguida. Viveu<br />

150 anos e fun<strong>do</strong>u mais de cem mosteiros, ensinan<strong>do</strong> e manifestan<strong>do</strong> numerosos milagres.<br />

Teve inúmeros discípulos, sen<strong>do</strong> o principal Motchokpa (c.1117-?), e por meio deste os ensinamentos<br />

foram passa<strong>do</strong>s para:<br />

Kyergangpa (fim <strong>do</strong> século XII e início <strong>do</strong> século XIII, que viveu 73 anos), depois para<br />

Nyentön Rigonpa (início <strong>do</strong> século XIII, ten<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong> 72 anos) e para<br />

Sangye Tönpa (século XIII, viven<strong>do</strong> 72 anos), que constituem, com Vadjradhara, Niguma e Khyungpo<br />

Neldjor os sete primeiros mestres da linhagem: as "Sete Jóias". As instruções que até então tinham si<strong>do</strong><br />

transmitidas unicamente por via oral foram difundidas por Sangye Tönpa, que teve por discípulo<br />

Khedrup Tsangma Shangtön (1234-1309) e colocadas sob forma escrita por seus sucessores:<br />

Samdingpa Shönudrup (faleci<strong>do</strong> em 1319),<br />

Djapa Gyaltsen Bum (1261-1334) e<br />

Serlingpa Tashipel (1292-1365). Esta linhagem é dita "distante" e continuou sem interrupção no<br />

interior das escolas Kagyü, Nyingma, Sakya e Gueluk. Duas outras linhagens, ditas "próxima" e<br />

"muito próxima", surgiram de revelações diretas da Dakini de conhecimento primordial Niguma.<br />

Suas origens respectivas são o Mahasiddha Thangtong Gyelpo (1361-1485) com a linhagem Thanglug,<br />

e, de outra parte, Djonang Kunga Drötcho e Taranatha (Drölwai Gönpo, 1575-1634) com a linhagem<br />

Djonanglug.<br />

Essas diferentes linhagens convergiram no século XVI para o oitavo<br />

Tai Situ Rinpoche Djamgön Kongtrul Lodrö Thaye, no século XIX.<br />

Deste para Tashi Tchöpel, depois para Norbu Töndrup e finalmente<br />

para Kalu Rinpoche e Bokar Tulku Rinpoche.<br />

Os principais ensinamentos transmiti<strong>do</strong>s pela linhagem Shangpa<br />

consistem nos cinco ciclos: - de Niguma, em particular os Cinco<br />

Ensinamentos de Ouro, que apresentam um conjunto coerente e conciso<br />

de um <strong>do</strong>s mais eleva<strong>do</strong>s e profun<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s de realização;<br />

Também a Escola Shangpa kagyu recebe da Dakini de Sabe<strong>do</strong>ria<br />

Sukkasiddhi, as seis iogas e o mahamudra.<br />

Do mestre Maitripa, a prática de Mahakala Chagdrupa;<br />

De Abhaya, a prática das divindades <strong>do</strong>s cinco tantras; -<br />

De Rahula, a prática conjunta das quatro divindades. (Lha Shi Dril<br />

Drub)<br />

Cap.9: A Exposição <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong> Segun<strong>do</strong> a Perfeita Explicação ou o Tantrayana<br />

O Que é o Tantra?<br />

Estes são ensinamentos de Gyalsab Tulku Rimpoche, comenta<strong>do</strong>s por Kalu Rimpoche e Bokar Tulku<br />

Rimpoche. Diferentes instruções sobre o Tantra.<br />

Este tipo de ensinamentos é considera<strong>do</strong> perfeito no senti<strong>do</strong> de que não se refere somente à perfeição<br />

da Vacuidade e sim também coloca em evidência o aspecto dinâmico de esta que chamamos “A Clara<br />

Luz”.<br />

Este ensinamento fala da Vacuidade e <strong>do</strong> “Tathagatagarba”, ou seja, a Natureza de Buda, a natureza<br />

luminosa <strong>do</strong>s Budas.<br />

Buda enunciou este terceiro ciclo de Ensinamentos em diferentes lugares humanos e divinos. No lugar<br />

chama<strong>do</strong> “Dyampa - Chen” na Índia, deu este Ciclo a grandes seres realiza<strong>do</strong>s. Unicamente o expus a<br />

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