Manual do Budismo - Jardim do Dharma
Manual do Budismo - Jardim do Dharma Manual do Budismo - Jardim do Dharma
Este corpo composto de cinco grandes elementos é transitório, frágil, indigno de confiança e débil; é inconsistente, perecedouro, dura pouco, é doloroso, está sempre ameaçado pelas enfermidades e sujeito a mudanças e transformações. Sendo este corpo receptáculo de numerosas enfermidades as pessoas acordadas não se apóiam nele de nenhuma forma. Este corpo não pode ser apreendido já que é como um monte de espuma; não dura muito tempo já que é parecido com uma miragem. Desprovido de essência, é parecido ao tronco oco de uma bananeira. Este corpo de ossos e tendões é como uma máquina imperfeita. Este corpo surgido do erro é parecido a uma ilusão. Este corpo surgido dos pontos de vistas falsos, é parecido a um sonho. Este corpo, réplica dos atos anteriores, é parecido a um reflexo no espelho. Este corpo dependente das condições, é parecido a um eco. Este corpo que se dissipa e se dissolve é parecido a uma nuvem. Este corpo desaparece num instante e é instável como um relâmpago. Este corpo fruto de múltiplos condicionamentos, não tem dono. Este corpo é imóvel como a terra. Este corpo é impessoal como a água. Este corpo é como o fogo, sem forma fixa. Este corpo é como o vento sem individualidade. Este corpo é como o éter, sem natureza própria. Este corpo receptáculo dos quatro elementos, é irreal. Este corpo não tem um eu nem pertence a ninguém, está vazio. Este corpo é parecido a um folhinha de grama, a um pedaço de madeira, a um muro, a um pouco de pó, a um reflexo, carente de conhecimento. Este corpo não é o motor primeiro, é algo inerte movido pelo vento das paixões. Este corpo é uma acumulação de pus, de excrementos, algo sujo. Ainda que se lave sempre e se cuide, terminará por destruir-se, decompor-se, apodrecer. Este corpo é um desastre porque está submetido às quatrocentas e quatro classes de enfermidades. Este corpo é parecido a um poço velho e resseco, sempre vencido pela velhice. Este corpo terá um fim incerto. Este corpo, composto de cinco agregados (que formam a individualidade e são: Forma, ou matéria, Sensação, Pensamento, Vontade, Consciência como representante do deposito da memória), De dezoito esferas sensoriais, (seis órgãos sensoriais, seis objetos sensoriais, seis consciências sensoriais), E de doze portas (de conhecimento, que se forma dos seis órgãos sensoriais e dos seis objetos sensoriais), É parecido a cinco criminosos (os cinco agregados), Às cinco serpentes venenosas (os cinco elementos que constituem o corpo); É a uma cidade vazia (que são as seis bases internas de conhecimento); Sendo este corpo tão repelente, desprezível e repugnante deveis, oh amigos virtuosos, dirigir vosso olhar ao corpo do Tathagatha. Virtuosos amigos! O Corpo do Tathagata é o corpo do Dharma, fruto da sabedoria ilimitada, fruto dos méritos excelentes, frutos da disciplina moral, da meditação, da sabedoria, da liberação, do conhecimento perfeito da liberação, nascido da benevolência, da compaixão, da alegria, da equanimidade, nascido da disciplina e do domínio de si próprio, nascido das dez abstenções positivas (ou se abster de: matar, roubar, ser luxurioso, mentir, caluniar, injuriar, palavras inúteis, ambição, maldade, pontos de vista falsos), Nascido da paciência e da amabilidade, nascido das raízes do bem resultados de uma forte energia; nascido das quatro contemplações. Das oito libertações Dos três Samadhi 114
Dos quatro samapatti, (ou raptos) nascido da erudição, da sabedoria, e dos meios hábeis para salvar a todos os seres, nascido dos trinta e sete fatores da iluminação Nascido da quietude, e da penetração mental, nascido das dez forças Nascido das dezoito características insuperáveis de todos os Budhas, Nascido de todas as perfeições, nascido das seis penetrações Nascido das três ciências Nascido da destruição de todas as más ações e da acumulação de todas as ações boas, nascido da verdade; da santidade e da continência. Virtuosos amigos! O corpo do Tataghata nasce de inúmeros atos bons. A um corpo assim vocês devem dirigir vosso olhar e, com o fim de destruir todas as enfermidades mentais de todos os seres deveis despertar em vos a aspiração à suprema e perfeita iluminação.” Depois que o Ancião Vimalakirti teve ensinado desta maneira o Dharma a todos aqueles que tinham ido visitá-lo, imediatamente eles dirigiram suas mentes à procura da suprema e perfeita iluminação. Anuthara Samyak Sam Bodhi !! Cap. 8: O Tibete Pré Budista – a Tradição Bon – por Alexander Berzin Quando Sua Santidade o Dalai Lama fala das tradições tibetanas, refere-se frequentemente às cinco tradições do Tibete: Nyingma, Kagyu, Sakya, Gelug e Bon. Do ponto de vista de Sua Santidade, Bon tem um lugar igual com as quatro linhagens do budismo tibetano. Sua Santidade é muito aberto. Não todos concordam com essa posição. Houve, e ainda há várias ideias muito estranhas sobre Bon entre professores budistas. Do ponto de vista da psicologia ocidental, quando as pessoas estão tentando com muito esforço enfatizar coisas positivas das suas personalidades antes que terem realmente resolvido coisas a um nível profundo, então o lado-sombra é projetado em um inimigo. “Nós somos os bons, seguindo um trajeto puro e correto e ele são o diabo”. Infelizmente, os Bonpos têm sido os objetos tradicionais desta projeção na história tibetana. Olharemos para as razões históricas para isto. Isto precisa mesmo ser compreendido dentro do contexto da história política tibetana. De fato o Bon recebeu muita publicidade negativa e uma má imagem dentro do próprio Tibete. Os ocidentais são frequentemente atraídos à controvérsia, como se algo que recebesse uma má imagem fosse mais interessante. As outras tradições são menos excitantes e mais diretas. Uma ideia igualmente estranha é que o Bon é mais exótico do que o budismo tibetano. Alguns ocidentais vêem-no como um lugar onde podem encontrar magia, coisas tipo Lobsang Rampa, como perfurar um buraco nas testas das pessoas para abrir os seus terceiros olhos. Nenhuma das perspectivas é exata. Nós temos de tentar obter uma perspectiva mais equilibrada e olhar para o Bon com respeito, como faz Sua Santidade. É importante compreendermos a história tibetana para vermos como a opinião negativa sobre o Bon se desenvolveu e para vermos como a sua abordagem ao desenvolvimento espiritual se relaciona ao budismo tibetano. Shenrab Miwo De acordo com a própria tradição Bon, foi fundada por Shenrab Miwo, que viveu há trinta mil anos. Isso colocá-lo-ia algures na Idade da Pedra. Eu não acho que isto significa que ele era um homem das cavernas. Uma maneira comum de demonstrar grande respeito a uma linhagem é dizer que ela é antiga. Em qualquer caso, as datas reais da sua vida não são possíveis de provar. Shenrab Miwo viveu em Omolungring. 115
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Este corpo composto de cinco grandes elementos é transitório, frágil, indigno de confiança e débil; é<br />
inconsistente, perece<strong>do</strong>uro, dura pouco, é <strong>do</strong>loroso, está sempre ameaça<strong>do</strong> pelas enfermidades e sujeito<br />
a mudanças e transformações.<br />
Sen<strong>do</strong> este corpo receptáculo de numerosas enfermidades as pessoas acordadas não se apóiam nele de<br />
nenhuma forma.<br />
Este corpo não pode ser apreendi<strong>do</strong> já que é como um monte de espuma; não dura muito tempo já que<br />
é pareci<strong>do</strong> com uma miragem. Desprovi<strong>do</strong> de essência, é pareci<strong>do</strong> ao tronco oco de uma bananeira.<br />
Este corpo de ossos e tendões é como uma máquina imperfeita.<br />
Este corpo surgi<strong>do</strong> <strong>do</strong> erro é pareci<strong>do</strong> a uma ilusão.<br />
Este corpo surgi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pontos de vistas falsos, é pareci<strong>do</strong> a um sonho.<br />
Este corpo, réplica <strong>do</strong>s atos anteriores, é pareci<strong>do</strong> a um reflexo no espelho.<br />
Este corpo dependente das condições, é pareci<strong>do</strong> a um eco.<br />
Este corpo que se dissipa e se dissolve é pareci<strong>do</strong> a uma nuvem.<br />
Este corpo desaparece num instante e é instável como um relâmpago.<br />
Este corpo fruto de múltiplos condicionamentos, não tem <strong>do</strong>no.<br />
Este corpo é imóvel como a terra.<br />
Este corpo é impessoal como a água.<br />
Este corpo é como o fogo, sem forma fixa.<br />
Este corpo é como o vento sem individualidade.<br />
Este corpo é como o éter, sem natureza própria.<br />
Este corpo receptáculo <strong>do</strong>s quatro elementos, é irreal.<br />
Este corpo não tem um eu nem pertence a ninguém, está vazio.<br />
Este corpo é pareci<strong>do</strong> a um folhinha de grama, a um pedaço de madeira, a um muro, a um pouco de pó,<br />
a um reflexo, carente de conhecimento.<br />
Este corpo não é o motor primeiro, é algo inerte movi<strong>do</strong> pelo vento das paixões.<br />
Este corpo é uma acumulação de pus, de excrementos, algo sujo.<br />
Ainda que se lave sempre e se cuide, terminará por destruir-se, decompor-se, apodrecer.<br />
Este corpo é um desastre porque está submeti<strong>do</strong> às quatrocentas e quatro classes de enfermidades.<br />
Este corpo é pareci<strong>do</strong> a um poço velho e resseco, sempre venci<strong>do</strong> pela velhice.<br />
Este corpo terá um fim incerto.<br />
Este corpo, composto de cinco agrega<strong>do</strong>s (que formam a individualidade e são: Forma, ou matéria,<br />
Sensação, Pensamento, Vontade, Consciência como representante <strong>do</strong> deposito da memória),<br />
De dezoito esferas sensoriais, (seis órgãos sensoriais, seis objetos sensoriais, seis consciências<br />
sensoriais),<br />
E de <strong>do</strong>ze portas (de conhecimento, que se forma <strong>do</strong>s seis órgãos sensoriais e <strong>do</strong>s seis objetos<br />
sensoriais),<br />
É pareci<strong>do</strong> a cinco criminosos (os cinco agrega<strong>do</strong>s),<br />
Às cinco serpentes venenosas (os cinco elementos que constituem o corpo);<br />
É a uma cidade vazia (que são as seis bases internas de conhecimento);<br />
Sen<strong>do</strong> este corpo tão repelente, desprezível e repugnante deveis, oh amigos virtuosos, dirigir vosso<br />
olhar ao corpo <strong>do</strong> Tathagatha.<br />
Virtuosos amigos!<br />
O Corpo <strong>do</strong> Tathagata é o corpo <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong>, fruto da sabe<strong>do</strong>ria ilimitada, fruto <strong>do</strong>s méritos excelentes,<br />
frutos da disciplina moral, da meditação, da sabe<strong>do</strong>ria, da liberação, <strong>do</strong> conhecimento perfeito da<br />
liberação, nasci<strong>do</strong> da benevolência, da compaixão, da alegria, da equanimidade, nasci<strong>do</strong> da disciplina e<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio de si próprio, nasci<strong>do</strong> das dez abstenções positivas (ou se abster de: matar, roubar, ser<br />
luxurioso, mentir, caluniar, injuriar, palavras inúteis, ambição, maldade, pontos de vista falsos),<br />
Nasci<strong>do</strong> da paciência e da amabilidade, nasci<strong>do</strong> das raízes <strong>do</strong> bem resulta<strong>do</strong>s de uma forte energia;<br />
nasci<strong>do</strong> das quatro contemplações.<br />
Das oito libertações<br />
Dos três Samadhi<br />
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