Manual do Budismo - Jardim do Dharma
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corpo. Eu era um monge que praticava a meditação abstrata e quando meu discípulo olhou dentro do quarto, viu que estava totalmente cheio de água clara sem nada mais. Como era um rapaz ignorante pegou uma pedra, e a lançou ruidosamente à a Ga, olhou com curiosidade e se foi. Quando retornei de minha contemplação senti subitamente uma dor no meu coração, como se tivesse o mesmo problema que teve Sariputra com um mau espírito. Eu pensei então: “Como tenho atingido o estado de Arhat deveria estar livre de toda doença causal, porque agora, de repente, esta dor no coração?. Quando o rapaz voltou e contou o que tinha visto e feito durante minha meditação, lhe falei: “Quando novamente olhes água no meu quarto, abre a porta, entra na água e retira a pedra” o rapaz obedeceu, porque quando voltei ao meu estado de Dhyana , ele viu a mesma pedra. Então abriu a porta e retirou a pedra. Quando despertei da meditação minha dor tinha desaparecido. Mais tarde encontrei infinitos Budas antes de encontrar me com o Buda Sargara, que me instruiu de como abandonar a concepção do corpo realizando com isso a união perfeita de este corpo e os fragrantes oceanos nas dez direções com absoluta vacuidade, sem nenhuma diferenciação ulterior. Por isto fui chamado filho de Buda e se me permitiu assistir às reuniões dos Bodhisatwas. Como Buda me pergunta agora sobre o melhor método de perfeição, em minha opinião o melhor consiste em lograr sem obstáculos a universalização do elemento água experimentando assim a paciente tolerância do increado, que assegura a iluminação completa”. Meditação sobre o elemento vento. O Bodhisatwa de Luz Cristalina assim explicou: “Lembro que em tempos remotos apareceu um Buda chamado Voz Infinita que apareceu no mundo para revelar aos Bodhisatwas a profundamente iluminada consciência fundamental que contemplando este mundo e as formas corpóreas de todos os seres vivos podia perceber que todos foram criados pelo poder do Vento que se levantava de causas ilusórias concorrentes. Continuamente eu inquiri sobre a estrutura ilusória do mundo, sobre os tempos cambiantes, movimento e não movimento dos corpos, movimento mental, e, em outras palavras todo gênero de movimento que era fundamentalmente o mesmo e não diferia um do outro. Então percebi que todos estes movimentos não tinham de donde vir nem aonde ir e que todos os seres viventes nas dez direções, provinham de uma mesma falsidade. Igualmente todos os seres vivos em cada pequeno mundo do grande Cosmos eram como mosquitos numa armadilha na qual constantemente se movimentavam sem nenhuma finalidade e armavam uma louca balbúrdia. Pouco depois de encontrar o Buda compreendi a paciente resistência do increado. Quando minha mente se abriu contemplei a terra o imperturbável Buda Aksobhya na região do Leste onde fui admitido como filho do Rei do Dharma, servindo a todos os Budas nas dez direções. Meu corpo e minha mente emitiram raios de luz que iluminavam todos os obstáculos. E como Buda agora pergunta sobre o método de perfeição, eu digo de acordo com minha experiência que o melhor é contemplar o elemento vento que nada tem de real no que se apoiar, acordando assim à mente Bodhi, a fim de entrar no Samadhi depois unir-se com a Profunda Mente Única explicada pelos Budas nas dez direções”. Meditação sobre o elemento espaço: Akasagarbha Bodhisatwa explicou o seu método: “Quando Buda e eu estivemos com Dipankara Buda e percebemos nossos corpos limitados, sustive nas minhas mãos as quatro gemas preciosas que iluminavam as terras dos Budas nas dez direções e a transformavam no vazio absoluto. Então minha própria mente apareceu como um grande espelho emitindo dez classes de luzes misteriosas que penetrava nas dez direções, esta luz atingia os confins do espaço e eram causa de que todas as terras puras dos Budas entrassem no espelho e depois se misturassem livremente com meu próprio corpo, que era como um espaço não obstruído. Então meu corpo podia perfeitamente penetrar em muitos mundos samsáricos para levar adiante a obra salvadora dos Budas, para que pudesse prevalecer a universalidade por todas partes. Este grande poder transcendental derivava de minha estreita investigação dos quatro elementos que não tinha nada real em que se apoiar e na falsidade do pensamento que se elevava e caia alternativamente e terminava em nada. Compreendi a não dualidade do espaço e a identidade das terras puras dos Budas e os mundos samsáricos, conseguindo com isso o paciente suportar do increado. Como Buda pergunta agora sobre o melhor método de sabedoria de 98
acordo com a minha experiência, o melhor consiste num estreito exame do espaço sem limites que conduz ao Samadhi e de este modo ao aperfeiçoamento do misterioso poder espiritual”. Meditação sobre o elemento consciência Então Maitreya Buda explicou: “Em tempos remotos existia um Buda chamado Candrasurya-pradipa que apareceu no mundo para mostrar a Lei Universal. O segui para abandonar o meu lar, porém eu ainda amava a fama mundana e gostava de me misturar com a nobreza. Então o Tataghata ensinou a praticar a meditação difícil e misteriosa sobre a consciência da mente para chegar ao estado de Samadhi. Quando Dipankara Buda apareceu neste mundo, sob sua instrução compreendi que o Samadhi supremo da mente que perfecciona a consciência me capacitava para perceber que todas as coisas do tathagata e os mundos samsáricos, a pureza e a impureza, existência e não existência, não eram mas que as aparências de minha própria mente. O Buda,a causa de minha clara compreensão de que somente a consciência da mente era a causa de todo o externo, percebia eu um numero ilimitado de Tatagathas emanado da natureza da consciência, de ai a profecia de Buda de que eu serei seu sucessor. Como Buda agora pergunta sobre o melhor método de perfeição,minha opinião é que isso consiste no mais detido exame de todas as aparências nas dez direções, que são criadas somente pela consciência, para aperfeiçoar a mente consciente, percebendo assim a realidade completa e assegurando o não confiar nas coisas exteriores e romper com todas as amarras causadas pela discriminação, logrando deste modo a paciente duração do increado”. Meditação sobre o elemento percepção Mahasthama filho de um Rei de Dharma que estava à frente de um grupo de cinqüenta e dois Bodhisatwas assim declarou: “Num remoto tempo existia um Buda chamado Amitabha o da Luz Infinita, que durante aquele Kalpa foi seguido por outros onze Tathatagas. O último chamava-se Buda cuja luz era mais poderosa do que a luz do sol e da lua, ele me ensinou a verificar o estado de Samadhi pensando exclusivamente em Amitabha Buda. Pela via da ilustração, se um homem concentra sua mente sobre algum outro no entanto este ultimo não se lembra dele, podem ambos se encontrarem e olharem-se sem reconhecer o um do outro. Porém se ambos estão seguros de que pensam um em outro sua penetração crescerá de uma encarnação a outra até que sejam inseparáveis como um corpo e sua sombra.. Os tathagata das dez direções tem compaixão por todos os seres vivos e sempre pensam em eles, como uma mãe pensa no seu filho. Se o filho vá embora os pensamentos de sua mãe não o poderão ajudar. Porém se ele pensa nela coma mesma concentração, não se separarão, além de todas as transmigrações. Se um ser vivo lembra a imagem de Buda ou pensa nele, forçosamente, haverá de contemplá-lo no seu presente ou na futura encarnação. Não estará longe de Buda, e assim sua mente sem ajuda de nenhum outro expediente, estará aberta. Com meu conhecimento da causalidade fundamental e com todos os meus pensamentos concentrados em Buda, logrei a perfeita passividade do increado . Por isso ajudo a todos os seres vivos de este mundo a controlar seus pensamentos repetindo o nome de Buda para que possam atingir Terra Pura. E como Buda pergunta sobre o melhor método de sabedoria , eu sustento que nada pode ser melhor que o perfeito controle dos seis sentidos com contínuos e puros pensamentos para encontrar o Samadhi. Método de Avalokiteswara (Tib. Chenrezig - Chinês Kuan Yin - Japonês Kannon) para atingir a completa Iluminação - Meditação sobre o órgão do ouvido. O Bodhisatwa Avalokiteswara assim falou: “Há tempos remotos um Buda de nome Avalokiteswara apareceu no mundo. Quando eu estava com ele desenvolvi a mente Bodhi e para entrar no Samadhi ele me ensinou a praticar a auto-educação por médio do órgão do ouvido. Ao principio dirigindo o ouvido à corrente da meditação, esse órgão foi isolado de seu próprio objeto. Expulsado do conceito de som e de entrada na corrente, eliminando tanto o ruído como o silencio, porque os dois são inexistentes. 99
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corpo. Eu era um monge que praticava a meditação abstrata e quan<strong>do</strong> meu discípulo olhou dentro <strong>do</strong><br />
quarto, viu que estava totalmente cheio de água clara sem nada mais. Como era um rapaz ignorante<br />
pegou uma pedra, e a lançou rui<strong>do</strong>samente à a Ga, olhou com curiosidade e se foi. Quan<strong>do</strong> retornei de<br />
minha contemplação senti subitamente uma <strong>do</strong>r no meu coração, como se tivesse o mesmo problema<br />
que teve Sariputra com um mau espírito. Eu pensei então: “Como tenho atingi<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> de Arhat<br />
deveria estar livre de toda <strong>do</strong>ença causal, porque agora, de repente, esta <strong>do</strong>r no coração?. Quan<strong>do</strong> o<br />
rapaz voltou e contou o que tinha visto e feito durante minha meditação, lhe falei: “Quan<strong>do</strong> novamente<br />
olhes água no meu quarto, abre a porta, entra na água e retira a pedra” o rapaz obedeceu, porque<br />
quan<strong>do</strong> voltei ao meu esta<strong>do</strong> de Dhyana , ele viu a mesma pedra. Então abriu a porta e retirou a pedra.<br />
Quan<strong>do</strong> despertei da meditação minha <strong>do</strong>r tinha desapareci<strong>do</strong>. Mais tarde encontrei infinitos Budas<br />
antes de encontrar me com o Buda Sargara, que me instruiu de como aban<strong>do</strong>nar a concepção <strong>do</strong> corpo<br />
realizan<strong>do</strong> com isso a união perfeita de este corpo e os fragrantes oceanos nas dez direções com<br />
absoluta vacuidade, sem nenhuma diferenciação ulterior. Por isto fui chama<strong>do</strong> filho de Buda e se me<br />
permitiu assistir às reuniões <strong>do</strong>s Bodhisatwas. Como Buda me pergunta agora sobre o melhor méto<strong>do</strong><br />
de perfeição, em minha opinião o melhor consiste em lograr sem obstáculos a universalização <strong>do</strong><br />
elemento água experimentan<strong>do</strong> assim a paciente tolerância <strong>do</strong> increa<strong>do</strong>, que assegura a iluminação<br />
completa”.<br />
Meditação sobre o elemento vento.<br />
O Bodhisatwa de Luz Cristalina assim explicou: “Lembro que em tempos remotos apareceu um Buda<br />
chama<strong>do</strong> Voz Infinita que apareceu no mun<strong>do</strong> para revelar aos Bodhisatwas a profundamente<br />
iluminada consciência fundamental que contemplan<strong>do</strong> este mun<strong>do</strong> e as formas corpóreas de to<strong>do</strong>s os<br />
seres vivos podia perceber que to<strong>do</strong>s foram cria<strong>do</strong>s pelo poder <strong>do</strong> Vento que se levantava de causas<br />
ilusórias concorrentes. Continuamente eu inquiri sobre a estrutura ilusória <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, sobre os tempos<br />
cambiantes, movimento e não movimento <strong>do</strong>s corpos, movimento mental, e, em outras palavras to<strong>do</strong><br />
gênero de movimento que era fundamentalmente o mesmo e não diferia um <strong>do</strong> outro. Então percebi<br />
que to<strong>do</strong>s estes movimentos não tinham de <strong>do</strong>nde vir nem aonde ir e que to<strong>do</strong>s os seres viventes nas<br />
dez direções, provinham de uma mesma falsidade. Igualmente to<strong>do</strong>s os seres vivos em cada pequeno<br />
mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> grande Cosmos eram como mosquitos numa armadilha na qual constantemente se<br />
movimentavam sem nenhuma finalidade e armavam uma louca balbúrdia. Pouco depois de encontrar o<br />
Buda compreendi a paciente resistência <strong>do</strong> increa<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> minha mente se abriu contemplei a terra<br />
o imperturbável Buda Aksobhya na região <strong>do</strong> Leste onde fui admiti<strong>do</strong> como filho <strong>do</strong> Rei <strong>do</strong> <strong>Dharma</strong>,<br />
servin<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s os Budas nas dez direções. Meu corpo e minha mente emitiram raios de luz que<br />
iluminavam to<strong>do</strong>s os obstáculos. E como Buda agora pergunta sobre o méto<strong>do</strong> de perfeição, eu digo de<br />
acor<strong>do</strong> com minha experiência que o melhor é contemplar o elemento vento que nada tem de real no<br />
que se apoiar, acordan<strong>do</strong> assim à mente Bodhi, a fim de entrar no Samadhi depois unir-se com a<br />
Profunda Mente Única explicada pelos Budas nas dez direções”.<br />
Meditação sobre o elemento espaço:<br />
Akasagarbha Bodhisatwa explicou o seu méto<strong>do</strong>: “Quan<strong>do</strong> Buda e eu estivemos com Dipankara Buda<br />
e percebemos nossos corpos limita<strong>do</strong>s, sustive nas minhas mãos as quatro gemas preciosas que<br />
iluminavam as terras <strong>do</strong>s Budas nas dez direções e a transformavam no vazio absoluto. Então minha<br />
própria mente apareceu como um grande espelho emitin<strong>do</strong> dez classes de luzes misteriosas que<br />
penetrava nas dez direções, esta luz atingia os confins <strong>do</strong> espaço e eram causa de que todas as terras<br />
puras <strong>do</strong>s Budas entrassem no espelho e depois se misturassem livremente com meu próprio corpo,<br />
que era como um espaço não obstruí<strong>do</strong>. Então meu corpo podia perfeitamente penetrar em muitos<br />
mun<strong>do</strong>s samsáricos para levar adiante a obra salva<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s Budas, para que pudesse prevalecer a<br />
universalidade por todas partes. Este grande poder transcendental derivava de minha estreita<br />
investigação <strong>do</strong>s quatro elementos que não tinha nada real em que se apoiar e na falsidade <strong>do</strong><br />
pensamento que se elevava e caia alternativamente e terminava em nada. Compreendi a não dualidade<br />
<strong>do</strong> espaço e a identidade das terras puras <strong>do</strong>s Budas e os mun<strong>do</strong>s samsáricos, conseguin<strong>do</strong> com isso o<br />
paciente suportar <strong>do</strong> increa<strong>do</strong>. Como Buda pergunta agora sobre o melhor méto<strong>do</strong> de sabe<strong>do</strong>ria de<br />
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