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Marley & Eu

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Jay disse que poderíamos deixar <strong>Marley</strong> na clínica antes de ir trabalhar e<br />

pegá-lo no caminho de volta para casa. Uma semana depois, foi<br />

exatamente o que fizemos.<br />

Ao nos aprontar para sair, <strong>Marley</strong> começou a correr para cima e<br />

para baixo, antecipando uma saída iminente. Para <strong>Marley</strong>, qualquer<br />

passeio era o máximo; não importava onde iríamos ou quanto tempo<br />

ficaríamos fora. Levar o lixo lá fora? Sem problema! Ir até a esquina para<br />

comprar um galão de leite? Me inclua nessa! Comecei a me sentir<br />

culpado. O pobrezinho não tinha idéia do que iria acontecer a ele. Ele<br />

confiava em nós para tudo e, nesse momento, estávamos secretamente<br />

planejando castrá-lo. Poderia haver uma traição maior do que esta?<br />

— Venha cá — eu disse, e derrubei-o no chão para esfregar<br />

carinhosamente sua barriga. — Vai dar tudo certo, você vai ver. Sexo é<br />

muito superestimado.<br />

Nem eu, ainda descorçoado com a minha má sorte nas últimas<br />

duas semanas, acreditava nisso. A quem eu queria enganar? Sexo era<br />

ótimo. Sexo era incrível. O pobre cão iria perder o único maior prazer<br />

da vida. Coitadinho. <strong>Eu</strong> me senti péssimo.<br />

E me senti pior ainda quando assobiei para ele vir e passou pela<br />

porta, entrando no carro com a fé cega de que eu não iria fazer nenhum<br />

mal a ele. Ele estava sempre pronto e disposto a embarcar em qualquer<br />

aventura que eu lhe propusesse. Jenny dirigia o carro e eu me sentei no<br />

banco do passageiro. Como costumava fazer, <strong>Marley</strong> equilibrava-se em<br />

suas patas dianteiras sobre o console central, o nariz sobre o espelho<br />

retrovisor. Toda vez que Jenny pisava o freio, ele era arremessado contra<br />

o pára-brisa, mas não se importava. Ele estava andando de carro com<br />

seus dois melhores amigos. Poderia haver algo melhor do que isso?<br />

Abri um pouco a janela, e <strong>Marley</strong> apoiou-se sobre mim, tentando<br />

farejar os odores que vinham de fora. Logo passou o corpo todo para a<br />

frente, pisando em cima de mim e pressionou o nariz tão firme na<br />

abertura estreita da janela que fungava toda vez que tentava inspirar.<br />

Ah, por que não? pensei. Este seria seu último passeio como um ser<br />

íntegro do gênero masculino; o mínimo que eu poderia fazer era lhe dar

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